Nomes: Luiz Guilherme, Paulo Breno, Max Ariel, Maciel, Jose Vitor
Professora: Edleuza
Data: 07/04/2025
Tema: Cangaço
Trabalho
De
História
O que foi o Cangaço: O Cangaço foi um movimento social armado que
ocorreu principalmente no sertão nordestino do Brasil, entre o final do século
XIX e as primeiras décadas do século XX. Ele foi marcado pela ação de grupos
de cangaceiros homens e mulheres armados que viviam à margem da lei,
enfrentando a polícia, os grandes fazendeiros e o governo.
Esses grupos surgiram em um contexto de muita desigualdade social, seca,
pobreza extrema e falta de presença do Estado na região. Muitas vezes, os
cangaceiros eram vistos tanto como bandidos quanto como justiceiros —
dependia do ponto de vista.
O cangaço ficou especialmente conhecido por personagens como Lampião
(Virgulino Ferreira da Silva), considerado o mais famoso líder cangaceiro, e
Maria Bonita, sua companheira e uma das primeiras mulheres a entrar nesse
universo.
O movimento foi enfraquecendo com o tempo e praticamente acabou em 1938,
quando Lampião, Maria Bonita e parte de seu bando foram mortos pelas forças
policiais.
Principais nomes do Cangaço:
Lampião (Virgulino Ferreira da Silva): O mais famoso líder do Cangaço.
Atuou entre as décadas de 1920 e 1930, sendo conhecido por sua inteligência
estratégica, estilo marcante e confrontos constantes com as volantes (forças
policiais). Era temido e, ao mesmo tempo, admirado por muitos.
Maria Bonita (Maria Gomes de Oliveira): Companheira de Lampião, foi a
primeira mulher a integrar um bando de cangaceiros, quebrando padrões da
época. Ficou conhecida como a “Rainha do Cangaço” e tornou-se um símbolo
feminino dentro do movimento.
Coronel Antônio Silvino (Manoel Batista de Morais): Atuou antes de
Lampião e foi um dos primeiros cangaceiros a ganhar fama nacional. Ficou
conhecido como "o Rifle de Ouro". Foi capturado em 1914.
Corisco (Cristino Gomes da Silva Cleto): Um dos principais integrantes do
bando de Lampião. Ficou conhecido como “Diabo Loiro” por sua fúria em
combate. Após a morte de Lampião, tentou dar continuidade ao movimento até
ser morto em 1940.
Dadá (Durvalina Gomes de Sá): Companheira de Corisco, foi uma das
poucas mulheres cangaceiras que também pegava em armas. Sobreviveu ao
fim do Cangaço e deu entrevistas anos depois, ajudando historiadores a
entender o movimento por dentro.
Zé Baiano (José Pedro de Morais): Conhecido por sua crueldade, era temido
até dentro do próprio bando. Atuou com Lampião por um tempo, mas foi morto
por outros cangaceiros.
Sinhô Pereira: Foi um dos mentores de Lampião nos primeiros anos.
Abandonou o Cangaço e mudou de vida, diferente da maioria dos cangaceiros
da época.
Principais conflitos:
Combates com as volantes (polícias estaduais armadas): As volantes eram
forças policiais criadas pelos governos estaduais para perseguir os
cangaceiros. Os conflitos com elas eram frequentes, violentos e muitas vezes
brutais, com uso de emboscadas, torturas e execuções de ambos os lados.
Lampião e seu bando se enfrentaram com essas forças durante anos em vários
estados do Nordeste (Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Rio
Grande do Norte e Ceará).
Chacina de Angicos (1938): Foi o fim do Cangaço liderado por Lampião. Em
28 de julho de 1938, o bando foi surpreendido e emboscado pelas volantes em
Angicos, no sertão de Sergipe.
Lampião, Maria Bonita e outros 9 cangaceiros foram mortos. Suas cabeças
foram cortadas e levadas como prova da morte, sendo expostas por anos como
exemplo.
Conflito entre bandos rivais: Além das forças do Estado, os cangaceiros
também brigavam entre si. Grupos que disputavam território ou tinham rixas
pessoais muitas vezes se enfrentavam, como no caso de traições internas ou
desavenças com ex-integrantes.
Conflitos com coronéis e elites locais: Em alguns momentos, os
cangaceiros entravam em conflito com coronéis (líderes políticos e econômicos
regionais) que não os apoiavam. Mas também havia coronéis que financiavam
ou protegiam cangaceiros em troca de favores ou proteção contra inimigos.
Repressão do governo de Getúlio Vargas: Durante o Estado Novo (década
de 1930), Vargas intensificou a repressão ao Cangaço, tratando-o como um
problema nacional. A ação coordenada entre estados ajudou a desmantelar os
bandos restantes.
Curiosidades sobre o Cangaço: O Cangaço inspirou várias obras literárias,
filmes, músicas e novelas, especialmente por seu estilo visual marcante
(roupas de couro enfeitadas, chapéus arredondados, armas), suas histórias
intensas e os dilemas entre justiça e violência.
Literatura: Autores como Graciliano Ramos e José Lins do Rego escreveram
sobre o sertão e a realidade que também envolve o Cangaço.
Cinema: O movimento inspirou o gênero chamado "Cinema Novo" nos anos
60. Um dos filmes mais conhecidos é "O Cangaceiro" (1953), de Lima Barreto,
e "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964), de Glauber Rocha.
Música: O Cangaço também apareceu em músicas de artistas como Luiz
Gonzaga, que cantava sobre a vida no sertão e as figuras lendárias da região,
inclusive cangaceiros.
Mangá nacional: Em 2024, foi lançado o mangá brasileiro Lampião, criado por
Carlo e Heitor Amatsu. A obra reimagina a história do famoso cangaceiro com
toques de fantasia e elementos do folclore nordestino, mostrando como a lenda
de Lampião ainda inspira novas gerações e mídias.
Fontes de pesquisa:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. Editora EdUSP.
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil. Editora Civilização Brasileira.
Portal Brasil Escola – Artigo: Cangaço
Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), filme de Glauber Rocha.
O Cangaceiro (1953), filme de Lima Barreto.
Música e cultura nordestina: LUAR, Elba Ramalho e Luiz Gonzaga (referência
à música sobre o Cangaço).
G1 – Matéria: Como o Cangaço influenciou o cinema, a música e as artes
Página do mangá na Amazon Brasil: Lampião - Carlo e Heitor Amatsu
YouTube – Canal Loading: Lampião tem tudo pra ser um clássico dos mangás
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