COLÉGIO CASINHA FELIZ Data:___/___/ 2025
Aluno: ______________________________ Turma: ÚNICA
7º Ano Profº(a): Jaciara Carvalho Disciplina: Filosofia
Capítulo 3: A defesa da revelação divina.
A RELIGIOSIDADE HUMANA.
Pensar a respeito da existência de Deus é inevitável. Em algum momento de nossa vida, nós nos
questionamos: Deus existe?
Não sei se você já se fez essa pergunta e qual foi sua resposta, mas provavelmente pensou ou
pensará algumas vezes sobre isso. Pensou ou pensará também sobre a existência da alma e a
possibilidade de vida após a morte. Esses questionamentos talvez o levem a determinadas crenças.
Você poderá não acreditar nas coisas divinas, achar que tudo não passa de ideias criadas pelo homem
ou crer profundamente em Deus e em seus ensinamentos. Poderá manifestar sua religiosidade de
diversas maneiras, adotando a religião cristã (católica, protestante, ortodoxa, evangélica etc.), a
islâmica, a judaica, alguma religião afro-brasileira (como o candomblé e a umbanda) ou apenas
acreditar em Deus e, às vezes, pensar nele.
Todas as religiões ou manifestações de religiosidade devem ser respeitadas porque são expressões
de uma necessidade humana: o vínculo com o sagrado e o divino. Também o indivíduo ateu deve ser
respeitado, pois todos têm o direito de entender o mundo e compreender a realidade à sua maneira.
Neste capítulo, vamos estudar a filosofia cristã. Não porque as outras religiões não mereçam um
estudo similar, mas porque o cristianismo está relacionado a um momento da história da filosofia.
Vamos ver como muitas das ideias de Pitágoras, Sócrates, Platão, Epicuro e dos estoicos
influenciaram o pensamento cristão, e como, ao mesmo tempo, muitas escolas filosóficas posteriores
foram influenciadas por essa religião.
A RELAÇÃO DA FILOSOFIA COM O MÍSTICO E O RELIGIOSO.
Pelo estudo que realizou até aqui, você sabe muito bem que a Filosofia surgiu diferenciando-se dos
mitos. Ao contrário dos mitos, que explicavam o mundo com base na tradição, a filosofia passou a
explicá-lo valendo se de argumentos racionais. Na Grécia antiga, o mito explicava o mundo e a
realidade por meio de narrativas ou histórias nas quais predominava a vontade dos deuses . Já a
Filosofia é uma investigação racional sobre a natureza e o ser humano, ela busca os princípios (ou
leis) que explicam a realidade. Você está lembrado disso?
No entanto, embora a Filosofia seja um discurso racional, isso não significa que ideias religiosas,
mágicas ou místicas tivessem se afastado completamente das correntes filosóficas. Lembre-se, por
exemplo, da filosofia de Pitágoras. Além de achar que o número estava presente em todas as coisas.
Esse filósofo acreditava que a alma, após a morte, reencarnava em outro corpo. Podemos considerar
isso misterioso, você não acha?
Lembre que Platão também defendia a ideia de uma alma migrando em corpos diferentes. Recorde
que sua filosofia gira em torna de uma realidade que não pode ser vista, uma realidade suprassensivel,
na qual estariam as formas inteligíveis, isto é, as essências das coisas visíveis. Esses são alguns
exemplos de que as ideias sobre divindades, espíritos e certos mistérios acompanharam o
desenvolvimento da filosofia.
A FORMAÇÃO DA FILOSOFIA CRISTA.
No século III, quando o Império Romano mergulhava em uma crise profunda, as escolas filosóficas
ampliaram o conteúdo místico e religioso. Enquanto isso acontecia, o cristianismo se expandia até se
transformar na mais importante religião da Europa Ocidental. Ao longo desse período, ocorreram
relações de aproximação e de afastamento entre a filosofia grega e o cristianismo. Muitos conceitos e
ideias da filosofia grega (pagã, isto é, não crista) foram utilizados para defender o cristianismo e para
desenvolver a filosofia crista.
Antes de estudarmos essa filosofia, vamos conhecer um pouco do neoplatonismo, que em alguns
aspectos pode ser considerado uma corrente Filosófica intermediária entre a filosofia grega e a filosofia
crista.
NEOPLATONISMO.
O principal filósofo da neoplatonismo foi Plotino, fundador de uma escola de grande influência em
Roma no século III. Plotino, apoiado no pensamento de Platão, desenvolveu uma filosofia própria.
Para ele, o objetivo mais importante da filosofia era ensinar os homens a se libertarem da vida terrena
e dos prazeres do mundo para que pudessem se unir ao divino por meio da contemplação, da
meditação. Perceba que Plotino defendia um objetivo religioso para a filosofia: ajudar o individuo a se
aproximar de Deus.
De acordos com esse pensador Deus (ou e Uno) é o principio supremo de que tudo depende. Deus é
perfeito e imóvel, eterno e é a causa da existência de todas as coisas. Assim como o Sol é a fonte
propagadora de luz, Deus seria a fonte propagadora de realidade.
A UNIÃO MÍSTICA COM DEUS E A SALVAÇÃO
Plotino defendia que a contemplação poderia promover a união mística do homem com o divino. O
indivíduo deveria deixar de lado as coisas materiais e externas para se concentrar em seu interior. A
interiorização é um processo de retorno da alma para si mesma, buscando a purificação. De acordo
com o filósofo, se a alma humana é derivada de Deus, quando ela se concentra em si mesma também
retorna ao Uno, ao todo infinito. A alma, então, entraria em comunhão, em harmonia com o divino.
Para esse pensador, a tarefa da filosofia e deixar clara a vinculação entre o homem (sua alma) e a
totalidade cósmica (Deus), mostrando que o caminha de purificação da alma exige o afastamento do
homem das coisas sensíveis e a meditação profunda. A filosofia teria de ajudar o individuo (a alma
humana) a perceber sua unidade com Deus.
Talvez você já tenha percebido uma novidade no pensamento de Plotino, novidade que também está
presente em alguns pensadores do mesmo período: a subordinação da filosofia a crenças misticas e
religiosas. A filosofia passa a refletir de maneira profunda sobre questões como a salvação da alma e
a união do individuo com Deus. Isso vai ficar ainda mais evidente na filosofia crista.
O INÍCIO DA PATRÍSTICA E A FILOSOFIA CRISTA.
Quando você ouve a palavra "Cristo", o que pensa? Quais ideias surgem em sua mente? Salvação?
Crucificação? Amor? Sacrifício divino? Pecado? Castigo? Religião?
Todas essas ideias estão relacionadas à mensagem do Novo Testamento, que é a segunda parte da
Bíblia. Os livros do Novo Testamento têm como centro a vida de Jesus Cristo, seus ensinamentos e
sua morte. A filosofia cristã, por sua vez, está ligada intimamente a esse conteúdo.
A BOA-NOVA: A VINDA DE CRISTO.
Segundo o Antigo Testamento, que é a primeira parte da Bíblia, Adão e Eva Foram o primeiro casal
criado por Deus. Eles viviam tranquilamente no Jardim do Eden, mas, por ordem divina, não podiam
se alimentar dos frutos de uma das árvores desse jardim, a árvore do conhecimento do bem e do mal.
0 casal, convencido por uma serpente a saborear o fruto proibido, acabou sendo expulso do Eden.
Após a expulsão, Deus teria condenado todos os homens à mortalidade e ao trabalho. Esse episódio
é conhecido como pecado original.
No entanto, Deus, por causa de seu profundo amor pelo gênero humano, teria enviado o próprio filho,
Jesus Cristo, para salvar a todos nós.
"Pois Deus amou de tal forma o mundo que entregou seu filho único, para que todo o que nele acredita
não morra, mas tenha vida eterna."
O verbo ou o Logos de Deus teria se transformado em carne, em homem, em Jesus Cristo, para salvar
os que nele acreditassem. O fiIho de Deus teria sido crucificado para redimir os que vivem conforme
seus ensinamentos.
O cristianismo, então, é uma religião que busca a salvação do ser humano por meio da crença, da fé,
e não por meio da razão humana.
O SURGIMENTO DA PATRÍSTICA.
No entanto, apesar de ser uma religião que busca despertar a fé em Deus, em Cristo e na salvação
da alma, o cristianismo em seu início teve de se defender das perseguições dos não cristãos (pagãos)
e do Estado romano. Ao mesmo tempo, precisou criar um discurso harmônico para unir seus fiéis. O
cristianismo precisava criar argumentos racionais para manter a unidade dos devotos de Cristo e para
convencer outras pessoas a respeito de um dos caminhos que levariam à salvação do ser humano.
A defesa da fé crista foi feita por padres da Igreja que reafirmavam o cristianismo usando ideias e
conceitos filosóficos. Por isso, essa defesa e as ideias que resultaram dela são conhecidas como
Patrística.
Podemos dizer, então, que a Patrística inaugurou a filosofia cristã. E o pensador mais importante
desse período foi Agostinho de Hipona.
Atividades:
1. Assinale as afirmativas corretas.
a) Em sua origem, a filosofia se diferenciou do mito por tentar explicar a realidade por meio da razão.
b) O mito, a religião e a filosofia são uma coisa só, todos tentam explicar a realidade da mesma forma.
c) Embora a filosofia seja um discurso racional, as ideias religiosas e místicas não se afastaram
completamente das correntes filosóficas.
d) Platão combatia qualquer afirmação que não pudesse ser verificada na prática ou confirmada por
meio dos sentidos.
e) Pitágoras era contrário a qualquer pensamento místico; em seu sistema só havia racionalidade.
2. Relacione cada filósofo (ou filosofia) à frase (ou ao pensamento) que o identifica.
a) Platão
b Plotino
c) Epicuro
d) Estoico
( ) É preciso identificar os prazeres bons e os ruins.
( ) Existem duas realidades a visível e a inteligivel.
( ) É o principal filósofo do neoplatonismo.
( ) Seu nome deriva de uma palavra grega que significa pórtico.
3. Assinale a única afirmativa correta. A filosofia cristã tem inicio com:
a) a filosofia patristica, que incentivava o amor à pátria e a unidade de todos que acreditavam em
Cristo.
b) a atuação dos padres da Igreja, que defendiam a mensagem de Cristo e elaboravam uma teoria
crista.
c) a atuação dos padres da Igreja, que buscavam a conciliação entre a pátria e a religião.
d) Sócrates, segundo o qual o aprimoramento da alma era a meta mais importante para o ser humano.
4- PRODUZIR UM TEXTO:
Redija um breve texto sobre as principais ideias a respeito do neoplatonismo e o inicio da filosofia
cristã.
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