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Hanseníase

A hanseníase é uma doença crônica infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium leprae, afetando principalmente a pele e o sistema nervoso periférico. O Brasil é o segundo país com mais casos, e a transmissão ocorre principalmente pelo ar, com a cura espontânea sendo comum em muitos casos. O diagnóstico é clínico e laboratorial, e o tratamento envolve poliquimioterapia com Rifampicina, Dapsona e Clofazimina.
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Hanseníase

A hanseníase é uma doença crônica infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium leprae, afetando principalmente a pele e o sistema nervoso periférico. O Brasil é o segundo país com mais casos, e a transmissão ocorre principalmente pelo ar, com a cura espontânea sendo comum em muitos casos. O diagnóstico é clínico e laboratorial, e o tratamento envolve poliquimioterapia com Rifampicina, Dapsona e Clofazimina.
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Hanseníase

Disciplina: Dermatologia
Monitora: Gabriella Rodrigues Basilio
Hanseníase
É uma doença infectocontagiosa crônica que acomete principalmente o sistema
nervoso periférico e a pele
Mantém sua coloração
Agente etiológico: Mybocterium Leprae

● G. Hansen (1873) identificou o agente → Bacilo álcool ácido resistente (BAAR)


● Parasita intracelular obrigatório - predominantes nos macrófagos e células de
Schawnn
● Alta infectividade e baixa patogenicidade
Notificação Compulsória
● Período de incubação de 2 a 7 anos
Epidemiologia
● O Brasil ocupa o 2° lugar, atrás apenas da Índia
● A frequência é igual em ambos os sexos, mas há um predomínios da forma
Virchowiana nos homens

Transmissão e História Natural da Doença

● A principal via de transmissão é a via aérea superior


● O homem é a única fonte de infecção
● A multiplicação se faz por divisão binária a cada 12 a 21 dias
● Apenas os pacientes com grande carga bacilar (bacilíferos) são
transmissores
● Quando a pessoa é infectada, na maior parte tem cura espontânea
● Um menor número manifestará a forma inicial da doença (hanseníase
indeterminada) → Aspectos imunológicos
○ 70% apresentará a cura espontânea
○ 30% vão seguir para algum dos polos

Imunologia

● Os padrões de resposta estão relacionados às citocinas liberadas pelos


linfocitos TCD4+
○ Th1 - Imunidade Celular
○ Th2 - Imunidade Humoral
Imunologia

● Th1 - Imunidade Celular


○ Grande liberação de IFN-gama e IL-2 pelas células T helper, as primeiras
agem na ativação de macrófagos e as IL para a estimulação de mais
células TCD4+. Grande estímulo à produção de espécies reativas de
oxigênio, que eliminam ou restringem a proliferação bacilar.
○ Resposta mais eficiente
● Th2 - Imunidade Humoral
○ Objetivo de ativar macrófagos e estimular células B para sintetizar
anticorpos
○ Ineficiência da resposta imunológica
Classificação
Classificação de MADRI

● Pacientes com intensa imunidade celular – hanseníase Tuberculoide (TT)


● Pacientes com intensa imunidade humoral – hanseníase Virchowiana (VV)
● Pacientes com uma imunidade entre um polo e outro – hanseníase Dimorfa
(DD)
○ Se eles tiverem um pouco mais de imunidade celular
(Dimorfo-Tuberculoide)
○ Se eles tiverem um pouco mais de imunidade humoral
(Dimorfo-Virchowiano)
➔ Resposta Th1 Imunidade Celular ➔ Forma TT

➔ Resposta Th2 Imunidade Humoral ➔ Forma VV


Classificação
Classificação Operacional (OMS)

Critérios exclusivamente clínicos. Essa divisão é importante para a decisão da


abordagem poliquimioterápica utilizada no tratamento do paciente. Dessa
forma os casos são divididos em:

● Paucibacilar: quando os pacientes possuem até 5 lesões na pele e/ou um


nervo comprometido;
● Multibacilar: quando o número de lesões encontradas no paciente é
maior do que 5 e/ou dois ou mais nervos comprometidos;
Apresentação Clínica
Lesões de pele com alteração de sensibilidade
● Ordem de perda de sensibilidade: CDT (Calor, Dor, Tato)
● Máculas - Placas - Infiltração - Nódulos

Lesões Neurais

● O bacilo tem tropismo pelos nervos periféricos. Há um comprometimento de


troncos nervosos profundos → espessados e dolorosos à palpação
○ Sinal de Tinel – sensação de choque quando o local do nervo é
percutido
● Trigêmeo – altera a sensibilidade da córnea e da face
● Facial – altera a musculatura mímica da face
Hanseníase Indeterminada
● Forma inicial da doença
● Máculas ou áreas circunscritas hipocrômicas, com
distúrbio de sensibilidade, sudorese e vasomotores
● Pode haver alopecia na mancha
● O aspecto geral sugere sua evolução:
○ Número de lesões pequenas e alteração
sensitiva acentuada - cura espontânea ou TT
○ Muitas lesões de limites pouco precisos,
disturbios de sensibilidades bem intensos - DD
ou VV
Hanseníase Tuberculoide
● Placas bem delimitadas, cor róseo-eritematosas
com borda eritematosa ou acastanhadas,
contornos anulares, com regressão na parte
central
● Lesões únicas ou em pequenas quantidades e
distribuem-se de forma assimétrica
● Alteração de sensibilidade bem acentuada
● Comprometimento neural precoce e assimétrico
Hanseníase Dimorfa
● Lesões polimórficas
● Lesão clássica em queijo-suíço ou lesões
“esburacadas” – a parte interna da lesão é bem
nítida, mas a borda externa é mal delimitada
● Os pacientes apresentam uma forma instável e
geralmente tende a ir para um dos polos (TT ou
VV)
Hanseníase Virchowiana
● Pápulas, placas, nódulos agrupados,
distribuídos de forma simétrica
● A pele vai se tornando espessa a infiltrada
● Fácies leonina – infiltração da face e do
pavilhão auricular, associada à madarose
● O comprometimento dos troncos nervosos é
difuso e simétrico, os pacientes podem ter
polineuropatias
Estados Reacionais
● Estados reacionais podem ocorrer antes, durante ou após o tratamento da
hanseníase, os DD são os que mais fazem estados reacionais “piora súbita”
● Reação do tipo I (Reação reversa) - Decorrentes de uma exacerbação aguda da
imunidade celular (TT e DD) Prednisona 1mg/Kg/dia
○ BEG, lesões mais avermelhadas e inchadas, surgimento abrupto de novas
lesões, neurite, edema de pés e mãos. Sintomas sistêmicos ausentes
● Reação do tipo II (Reação eritema nodoso hansênico) - Acentuada formação de
imunocomplexos (VV) Talidomida + prednisona (se comprometimento neural)
○ REG, sintomas sistêmicos, artrite, neurite, orquite, múltiplos nódulos,
placas ulceradas, pode evoluir com necrose. Aumenta PCR e VHS.
Diagnóstico
Clínico - exame de toda a superfície corporal
● Teste de sensibilidade térmica - tubo de ensaio
● Teste de sensibilidade dolorosa - agulha
● Teste de sensibilidade tátil - algodão, caneta
● Exame de troncos nervosos periféricos

Laboratorial
● Teste de Mitsuda - Avaliação da imunidade celular contra o M. Leprae. Se
positivo, não confirma o diagnóstico, se negativo, não exclui o diagnóstico
○ Aplicação intradérmica de 0,1mL do antígeno na pele e o local é
reavaliado em 30 dias
Diagnóstico
Clínico - exame de toda a superfície corporal
● Teste de sensibilidade térmica - tubo de ensaio
● Teste de sensibilidade dolorosa - agulha
● Teste de sensibilidade tátil - algodão, caneta
● Exame de troncos nervosos periféricos

Laboratorial
● Teste de Mitsuda - Avaliação da imunidade celular contra o M. Leprae. Se
positivo, não confirma o diagnóstico, se negativo, não exclui o diagnóstico
○ Aplicação intradérmica de 0,1mL do antígeno na pele e o local é
reavaliado em 30 dias
Diagnóstico
Baciloscopia
● Especificidade de 100% ● Os pacientes VV sempre apresentam
baciloscopia positiva
● As formas Indeterminada e TT
apresentam baciloscopia negativa
● As formas DD às vezes apresentam
baciloscopia positiva
● 4 sítios para coleta do raspado
intradérmico: lóbulos (D e E), cotovelo
Os BAAR M. Leprae quando
(D e E) e lesão
corados pelo Ziehl-Neelsen
Diagnóstico
Definição de caso de Hanseníase:
● Lesão (ões) e/ou área(s) da pele com alteração da sensibilidade térmica
e/ou dolorosa e/ou tátil; ou
● Espessamento de nervo periférico, associado a alterações sensitivas
e/ou motoras e/ou autonômicas; ou
● Presença de bacilos M. Leprae, confirmada na baciloscopia do
esfregaço intradérmico ou na biopsia de pele

Qualquer um desses 3 pontos é suficiente para fechar o diagnóstico


Diagnósticos Diferenciais

Vitiligo Psoríase Neurofibromatose

Ptiríase versicolor Granuloma Anular Molusco


Tratamento
● O paciente paucibacilar deixa de ser transmissor após as primeiras doses da
poliquimioterapia
● As drogas padrão são: Rifampcina, Dapsona e Clofazimina

Dose supervisionada Dose diária


Rifampcina 600 mg / 450 mg -
Clofazimina 300 mg / 50 mg 50 mg / 50 mg em dias
alternados
Dapsona 100 mg / 50 mg 100 mg / 50 mg

Paucibacilares → 6 cartelas em até 9 meses Não é interrompido se gravidez


Multibacilares → 12 cartelas em até 18 meses ou amamentação
Recidiva
● Após terem feito todo o esquema terapêutico de forma correta e terem sido
curados, eles voltam a apresentar sinais s sintomas clínicos da doença
● Geralmente ocorrem após 5 anos da alta por cura
● Reação hansênica - geralmente em até 3 anos após alta por cura
○ Principal diferença: as reações são quadros agudos, enquanto que as
recidivas são lentas e insidiosas
● Pacientes com recidiva deverão ser retratados, enquanto os pacientes com
reação hansênica não!
Avaliação e conduta dos contatos
● Todas as pessoas que tiveram contato domiciliar com o doente nos últimos 5
anos deverão ser avaliados (Avaliação dermatoneurológica)
● Atualmente não é mais recomendado a aplicação da vacina BCG em contatos
de hanseníase.
○ Ela não é específica, mas oferece “algum grau de proteção”
■ Ausência de cicatriz - 1 dose
■ 1 cicatriz - 1 dose
■ 2 cicatrizes - não prescrever
OBRIGADA!

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