ESTUDO DA MATÉRIA

ESTUDO DA MATÉRIA
Já sabe o que é química? Agora vamos aprender sobre o comportamento da matéria:
suas transformações químicas e físicas, com interpretações matemáticas.

Esta subárea é composta pelos módulos:

1. Estudo da matéria
2. Estados físicos da matéria
3. Mudanças de estado
 ESTUDO DA MATÉRIA

PROPRIEDADES ESPECÍFICAS DA MATÉRIA

Você é um analista ambiental e precisa analisar os dois líquidos ao lado para verificar qual
deles poderá ser reutilizado no laboratório e qual deve ser descartado em segurança.

De quais informações você necessita para

tomar as decisões corretas? Toda matéria
apresenta propriedades características
que podem ser classificadas em:

f Físicas: temperatura de fusão,

temperatura de ebulição, densidade,
solubilidade.

f Químicas: relacionadas com as

transformações que podem ocorrer em
determinadas condições.

f De grupo: acidez, basicidade e

neutralidade.

Para conhecer o comportamento da matéria, na situação anterior, poderíamos determinar

as propriedades físicas, químicas e de grupo para os líquidos e comparar com os valores
existentes na literatura para aferir a constituição básica dos materiais.

Dentre as propriedades físicas, é muito importante conhecer as transformações físicas

que ocorrem com a matéria. Como recordar é viver, vamos relembrar os estados físicos
da matéria que se apresentam na natureza. Os três principais são:

f Sólido: para esse estado a matéria

apresenta forma e volume fixo.

f Líquidos: aqui encontramos a

matéria com forma variável (geralmente
a do recipiente em que se encontra) e
volume fixo.

f Vapor ou gás: volume variável (igual

ao recipiente que o contém).

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 Entre os estados físicos da matéria (também chamados de estados de agregação da
Estudo da Matéria

matéria), é possível ocorrerem transformações. Observe o esquema a seguir:

GASOSO
SÓLIDO
Fusão LÍQUIDO Evaporação Vapor
Aquecimento de água
0 °C 100 °C

Gelo

0 °C 100 °C
Resfriamento Condensação
Mudança de fase

É importante lembrar que as transformações físicas estão intimamente ligadas à

temperatura, pois, para que ocorram, é necessário que haja transferência de energia na
forma de calor. Quando partimos de um sólido, para que se torne vapor, fornecemos
energia, e sua temperatura aumenta. No sentido oposto, para solidificar um líquido
ou liquefazer um gás, diminuímos a temperatura. Como a temperatura em que essas
transformações acontecem são características de determinadas substâncias, vamos
analisar cada uma delas e compreender melhor seus conceitos.

FUSÃO E EBULIÇÃO
A transformação do estado sólido para o líquido é
denominada fusão. Existem materiais e substâncias
nos quais essa transformação ocorre em temperaturas
bem específicas à pressão atmosférica. Nesses casos,
dizemos que a substância possui temperatura de fusão
bem definida. Veja o exemplo do Gálio, um metal da
tabela periódica ao lado.

O mesmo raciocínio pode ser utilizado para a transição

entre o estado líquido para vapor, e o processo recebe
o nome de ebulição. Vale lembrar que as transições
inversas, condensação (passagem do vapor para líquido) e solidificação (passagem do
líquido para o sólido) apresentam as mesmas temperaturas de ebulição e fusão. Observe
a seguir uma tabela de temperaturas de fusão e ebulição para algumas substâncias:

TEMPERATURAS DE FUSÃO E EBULIÇÃO DE DIVERSOS MATERIAIS

MATERIAIS TEMPERATURAS DE FUSÃO/ºC TEMPERATURAS DE EBULIÇÃO/ºC

Água 0 100
Benzeno 5,5 80,1
Álcool etílico -114 78,4
Amônia -77,7 -33,4

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 Estudo da Matéria
TEMPERATURAS DE FUSÃO E EBULIÇÃO DE DIVERSOS MATERIAIS

MATERIAIS TEMPERATURAS DE FUSÃO/ºC TEMPERATURAS DE EBULIÇÃO/ºC

Cloreto de sódio 800,4 1413
Mercúrio -38,87 356,9
Ferro 1535 3000

É possível obter informações sobre as temperaturas de mudança de fase de uma

substância por meio de um diagrama de fases:

Podemos representar as mudanças de fase tanto para o aquecimento quanto para o

resfrimento da água:

Aquecimento da água Resfriamento da água

Como visto na tabela anterior, sobre as temperaturas de fusão e ebulição de algumas

substâncias, a água apresenta temperatura de fusão de 0 °C e temperatura de ebulição
100 °C.

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 EBULIÇÃO E EVAPORAÇÃO
Estudo da Matéria

A transição do estado líquido para o estado de vapor pode ocorrer em condições

diferentes, possibilitando dois tipos de vaporização: a ebulição e evaporação. Quando
o processo ocorre em temperatura ambiente, é chamado de evaporação. Quando a
temperatura de passagem de líquido para gás ou vapor é específica e bem determinada,
caracterísitca daquela substância, o processo chama-se ebulição.

Diferença entre vapor e gás

Vapor Gás

A matéria está em uma temperatura abaixo da A temperatura está acima da temperatura crítica
temperatura crítica. para a matéria.

A temperatura crítica é o valor específico que as espécies da matéria apresentam, demonstrado

por Thomas Andrews. Após esse valor, a transição do estado gasoso para o estado líquido ocorre
somente com o abaixamento da temperatura, caracterizando a matéria no estado gasoso.

SUBLIMAÇÃO
Na imagem ao lado, podemos observar o iodo
no estado sólido, liberando vapores com uma
coloração bem intensa e encantadora.

Nessa transformação, o iodo passa do estado

sólido para o estado gasoso, num processo
denominado sublimação. Outro exemplo de
sublimação ocorre com o gelo seco, CO2 sólido,
utilizado comumente em shows e eventos.

SOLUBILIDADE
Com toda certeza, você já se deparou com algum alimento, em que no seu rótulo
estava escrito a palavra “solúvel”, certo? Você sabe o que significa isso na Química?
A capacidade que uma substância tem de se dissolver em um solvente, em uma dada
temperatura, é chamada de solubilidade. A quantidade exata em que uma determinada
substância se dissolve, é chamada de coeficiente de solubilidade (CS). A solubilidade
de uma substância varia com a temperatura. No caso de gases, a pressão do sistema
também influencia a solubilidade. Veja o exemplo para a sacarose e a variação do
coeficiente de solubilidade:

Coeficiente de solubilidade da sacarose em água

Temperatura CS (g sacarose/100 g de água)
0 179,2
10 190,5
20 203,9

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 Estudo da Matéria
Coeficiente de solubilidade da sacarose em água
30 219,5
40 238,1
50 260,4
60 287,3
70 320,5
80 362,1
90 415,7
100 487,2

SUBSTÂNCIAS E MISTURAS
Temos que ter muita atenção com os conceitos de substância e de misutra. Um material
qualquer pode ser chamado de substância quando é composto de apenas um tipo
de molécula e possui propriedades físicas e químicas bem definidas. Uma mistura é
composta de mais de uma substância, e suas propriedades físicas e químicas variam
conforme a quantidade dessas substâncias. Na natureza, as misturas predominam, e
processos de separação são necessários para obtenção de substâncias puras.

Podemos montar um diagrama de fases para uma substância qualquer:

Mas como podemos ter certeza de que o gráfico representa as mudanças de fase de
uma substância pura, e não de uma mistura? Observe que no gráfico de aquecimento
e resfriamento existem regiões denominadas por patamares. É exatamente nessas
regiões que a transição entre os estados da matéria ocorre, com temperatura constante.
Isto é, quando inicia a fusão ou ebulição, por exemplo, até o termino de sua transformação
física, a temperatura é constante. Esse comportamento é característico de substâncias
puras.

Para as misturas, temos gráficos em que as transições entre os estados da matéria

apresentam variações de temperatura. Ou seja, a temperatura na mudança de fase não
é constante.

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Estudo da Matéria

Algumas misturas são especiais, pois em determinadas transições de estado podem

ser bem definidas ou não. Dependendo de qual transformação física está bem definida,
temos as misturas eutéticas e azeotrópicas.

Misturas Eutéticas Misturas Azeotrópicas

Quando ocorre a transição do estado sólido para Quando ocorre a transição entre o estado líquido
líquido, com temperatura constante. e gasoso, com temperatura constante.

ANOTAÇÕES

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 ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA

Você já ouviu falar que a Terra é o planeta azul? Essa característica está relacionada à
quantidade de água que temos no nosso planeta. Quando olhamos a imagem da Terra
vista do espaço, é possível ver a imensidão azul que corresponde aos oceanos. Mas,
além deles, a água também pode ser encontrada no estado sólido, nas geleiras, ou até
mesmo gasoso, na forma de vapor disperso na nossa atmosfera.

Entretanto, independentemente da forma como é encontrada, a água sempre será

formada pela junção de várias moléculas de H2O. Então, o que será que faz com que ela
tenha estados físicos diferentes? O que muda entre as moléculas de água dos oceanos
e a das geleiras, por exemplo? Vamos descobrir!

Para entendermos a diferença entre os estados físicos, vamos primeiro definir quais são
eles. Os três mais famosos são os estados sólido, líquido e gasoso. Além deles, existe
também um quarto estado, chamado de plasma, que vamos discutir mais à frente.

Os estados físicos mais comuns são três: sólido, líquido e gasoso. Existe também
um quarto estado chamado de plasma.

Agora que relembramos os estados físicos, vamos precisar dar uma olhada no mundo
microscópico pra entender a diferença entre eles. A química, de uma forma geral,

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 estuda as propriedades do mundo micro, para que possamos explicar o comportamento
Estados Físicos da Matéria

macroscópico. E, como estamos estudando química, é exatamente isso que vamos fazer!

Imagine uma gota de água! Ela é formada por matéria, ou seja, possui massa e ocupa
um lugar no espaço. A massa dessa gota está relacionada às milhares de moléculas de
H2O que a compõem. E cada molécula é formada por átomos: dois de hidrogênio e um
de oxigênio.

Sabendo a composição da água a nível microscópico, vamos analisar três recipientes. O

primeiro deles possui gelo, água no estado sólido; o segundo contém água líquida; e o
terceiro possui vapor de água. Olharemos através de um microscópio, onde poderemos
ver as moléculas. Logo, considere que cada bolinha representa uma molécula de H2O.
Quais diferenças você observa entre os três recipientes?

sólido gasoso

De uma forma geral, a primeira coisa que reparamos é que as moléculas do primeiro
recipiente estão muito próximas. Enquanto que, no terceiro frasco, elas estão bem
afastadas. Já o líquido apresenta uma distância molecular intermediária. Essa
característica de proximidade, ou seja, se as moléculas estão mais agregadas ou menos
agregadas, é o que diferencia os estados físicos. É por esse motivo que vemos os
estados físicos serem também chamados de estados de agregação da matéria.

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 Estados Físicos da Matéria
Os estados físicos dependem da agregação molecular das substâncias.

Além disso, sempre que falamos em estados físicos, devemos lembrar da energia cinética.
As moléculas no estado sólido, em função da alta agregação, possuem “pouco espaço”
para se movimentarem. Logo, podemos dizer que elas têm baixa energia cinética. Em
compensação, se pensarmos no estado gasoso, as substâncias estão bem afastadas
entre si. Dessa forma, elas conseguem se movimentar mais livremente. Ou seja, possuem
alta energia cinética. Já o estado líquido atua como um intermediário entre os demais.

ESTADO SÓLIDO
As substâncias no estado sólido têm uma estrutura microscópica bem definida. Ou seja,
os átomos ou moléculas que formam o composto estão muito próximos entre si. Essa
proximidade é garantida pela atuação de ligações intensas entre eles. Todas essas
características contribuem para que os sólidos possuam forma e volume bem definidos.

Os sólidos possuem forma e volume bem definidos.

Além disso, os sólidos podem ser classificados em cristalinos e amorfos. Dá uma

olhada na imagem!

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 A diferença entre eles pode ser vista macroscopicamente, mas está relacionada à
Estados Físicos da Matéria

estrutura microscópica. Nos sólidos amorfos, a solidificação ocorre rapidamente, ou

seja, as partículas perdem a mobilidade antes que possam se organizar. Dessa forma,
elas assumem uma estrutura irregular. Entre os exemplos, podemos citar parafina,
vidro, sabão e vários polímeros.

Já nos sólidos cristalinos, o processo de solidificação ocorre lentamente, permitindo

que as moléculas se organizem de forma ordenada, assumindo arranjos regulares e
estáveis. É por esse motivo que têm uma estrutura altamente organizada.

Esses cristais que constituem os sólidos cristalinos podem ser formados de quatro
maneiras diferentes:

f A partir de uma solução – um exemplo são os sais dissolvidos na água. À

medida que a água evapora, vai aumentando a concentração de sal até um ponto em
que ele começa a precipitar na forma de cristais.

f A partir de uma solidificação – são os cristais que se formam quando ocorre o

resfriamento do magma (no interior da crosta) e da lava (na superfície).

f A partir de vapores – como os cristais de neve ou outros, formados em exalações

vulcânicas.

f Por recristalização – nos processos metamórficos, quando um mineral se

transforma em outro, sem deixar o estado sólido.

Entre os exemplos mais famosos de sólidos cristalinos, podemos citar o diamante e

compostos formados por óxido de silício (SiO2), como o quartzo.

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ESTADO LÍQUIDO

Estados Físicos da Matéria

Substâncias no estado líquido apresentam uma agregação intermediária, ou seja, as
moléculas não estão tão próximas quanto nos sólidos e nem tão distantes como nos
gases. Essa característica microscópica permite que os líquidos possuam um volume
definido, mas não uma forma.

Os líquidos possuem o volume definido, mas não a forma.

Vamos pensar em um exemplo! Imagine que você separou 250 mL de água para fazer
um chá. Esse volume está uma garrafa e você o despeja em uma panela, para esquentar
a água. Depois que ferveu, você coloca a água na caneca para adicionar as ervas do chá.
Repare que o mesmo volume de água, 250 mL, assumiu três formas diferentes: a da
garrafa, da panela e da caneca. Ou seja, o volume do líquido se manteve, mas a sua
forma varia de acordo com o recipiente o que o contém.

ESTADO GASOSO
As substâncias no estado gasoso são as que apresentam menor agregação, ou seja, as
moléculas estão mais afastadas. Há pouco interação entre os componentes, permitindo que
eles fiquem mais “livres” para se movimentar. Isso implica em maior desorganização estrutural.
Além disso, graças a essas características, os gases possuem forma e volume variáveis.

Os gases possuem forma e volume variáveis.

Inclusive, esse é um detalhe muito importante que você deve guardar: os gases ocupam
todo o volume do recipiente que o contém, assumindo a sua forma!

DENSIDADE
Agora que já passamos pelos três estados físicos mais famosos, podemos pensar a
respeito de uma característica muito importante sobre eles: a densidade. Ela pode ser
calculada pela razão entre a massa e o volume de um material.

massa
d =
volume

Então, vamos pensar no estado gasoso! Se as moléculas estão mais distantes, quer dizer
que há mais espaços vazios entre elas. Logo, para que eu tenha 1 g de gás oxigênio,
por exemplo, o volume ocupado será maior do que se eu comparasse com 1 g de sal
de cozinha. Você já pensou nisso? O sal, por estar no sólido, tem uma alta agregação
molecular, ou seja, as moléculas estão muito próximas umas das outras e há pouco
espaço vazio entre elas. Nesse caso, um menor volume é necessário que se obtenha a
massa desejada.

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Estados Físicos da Matéria

Dessa forma, podemos afirmar que, de modo geral, o estado gasoso de uma substância
é o que apresenta menor densidade, enquanto que o sólido possui a maior densidade.
O líquido tem densidade intermediária entre eles!

Fica Ligado!
Nem sempre os sólidos serão os mais densos! Você já ouviu falar no comportamento
anômalo da água? Você, provavelmente, vai estudar isso mais à frente na física.
Mas já vou adiantar, a água é uma coisa estranha! Ao contrário da maioria das
substâncias, a água no estado sólido, ou seja, o gelo, possui menor densidade do
que a água líquida.

Densidade (g/cm3)
Água no estado líquido 1
Água no estado sólido 0,92

É por esse motivo que, quando colocamos gelo em um copo com água, ele flutua.
O mesmo acontece com os icebergs!

PLASMA
O plasma é um gás ionizado, ou seja, é um gás que possui íons. Você vai estudar sobre
os íons com mais detalhes ao longo do curso, mas, em linhas gerais, eles são átomos
que perderam ou ganharam elétrons, possuindo carga.

Esse quarto estado físico, que chamamos de plasma, é formado em condições extremas,
como altíssimas temperaturas ou sob grandes descargas elétricas. Quer um exemplo?
O relâmpago que vemos no céu em dias de tempestade ocorre porque a descarga
elétrica é tão intensa que é capaz de ionizar o ar, formando o plasma. Além disso, outro
exemplo muito famoso, é o Sol! Ele é formado por diferentes gases ionizados, como
hélio e hidrogênio. Logo, o Sol é feito de plasma!

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 MUDANÇAS DE ESTADO
Os estados físicos da matéria nós já conhecemos: sólido, líquido, gasoso e plasma. Já
conhecemos também as características de cada um, como a proximidade das moléculas
e as forças intermoleculares, e se têm volume ou forma definidos.

Apesar de saber essas propriedades, você já parou para pensar como uma substância
vai de um estado com características tão específicas para outro com suas próprias
particularidades? O que afeta ou desencadeia uma mudança de estado? Quais absorvem
e quais liberam calor? Como a temperatura e até mesmo pressão influenciam o estado
físico de uma substância? Quais são os nomes das mudanças de estado?

Não só essas, mas várias outras perguntas serão respondidas agora mesmo! Mas talvez
seja melhor começar relembrando algumas informações importantes sobre os estados
físicos da matéria.

OS ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA

A matéria pode ser encontrada em quatro estados físicos: sólido, líquido, gasoso e
plasma! Porém, os mais estudados são o estado sólido, líquido e gasoso, e serão as
características desses estados que vamos relembrar agora:

f Sólido: Átomos ou moléculas extremamente próximos e com ligações

intermoleculares muito fortes. Apresenta forma e volume bem definidos.

f Líquido: Átomos ou moléculas mais separados, com menores forças

intermoleculares. Possuem volume definido e forma variada, assumindo a forma do
recipiente que o contém.

f Gasoso: Pouca interação entre os átomos ou moléculas, pois estão muito

afastados. Têm maior desorganização, menor densidade e não tem forma nem
volume definidos, ocupando forma e volume do recipiente

VARIAÇÃO NA PRESSÃO OU TEMPERATURA

As mudanças de estado ocorrem quando há variação da temperatura ou da pressão do
sistema:

f Mudança de temperatura a pressão constante: Em baixas temperaturas, a

substância terá menor energia, assim, suas moléculas terão menor energia cinética,
estarão mais próximas e suas forças intermoleculares serão maiores. Essas são
características do estado sólido. À medida que a temperatura aumenta a energia
do sistema também aumenta, assim as moléculas terão maior energia cinética, as
ligações intermoleculares são enfraquecidas e a substância passa do estado sólido
para o estado líquido e por fim gasoso.

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Mudanças de Estado

f Mudança de pressão a temperatura constante: Em altas pressões as

moléculas estão extremamente próximas e suas forças intermoleculares serão
maiores, caracterizando o estado físico sólido. À medida que a pressão diminui,
seja por liberação do gás ou expansão do sistema, há mais espaço disponível para
movimentação das moléculas, aumentando a energia cinética das moléculas e
diminuindo as forças intermoleculares. Dessa forma ocorre a passagem da substância
do estado sólido para o estado líquido e por fim para o estado gasoso.

AS MUDANÇAS DE ESTADO
Cada transição de fase, seja do sólido para o líquido, do líquido para o gasoso, ou
vice-versa, tem um nome específico e certas características. Para entender melhor as
mudanças de estado, usaremos como exemplo a água:

Sublimação

Vaporização

Resfriamento ou aumento da pressão

Aquecimento ou diminuição da pressão

Aqui dividiremos as mudanças em dois grupos: grupo A e grupo B.

Grupo A
São mudanças de fase que ocorrem com o aumento da temperatura ou a diminuição
da pressão. São endotérmicas, ou seja, para ocorrer, precisam absorver calor do meio.
São elas:

f Fusão: passagem do estado sólido para o líquido.

f Vaporização: passagem do estado líquido para o gasoso.

f Sublimação: passagem do estado sólido para o gasoso.

2
Grupo B

Mudanças de Estado
São mudanças de fase que ocorrem com a diminuição da temperatura ou o aumento da
pressão. São exotérmicas, ou seja, liberam calor para o meio. São elas:

f Condensação ou liquefação: passagem do estado gasoso para o líquido.

f Solidificação: passagem do estado líquido para o gasoso.

f Sublimação: passagem do estado gasoso para o sólido.

Resumindo:

Nome Transição de fase Energia

Fusão Sólido → líquido Endotérmica
Vaporização Líquido → gasoso Endotérmica
Sublimação Sólido → gasoso Endotérmica
Condensação Gasoso → líquido Exotérmica
Solidificação Líquido → sólido Exotérmica
Sublimação Gasoso → sólido Exotérmica

Podemos ainda dividir a condensação e vaporização em subcategorias que descrevem

como ocorre a mudança de fase.

A passagem do estado gasoso para o estado líquido pode ser dividida em condensação
e liquefação.

f Condensação: ocorre pela diminuição da temperatura.

f Liquefação: ocorre pelo aumento da pressão.

Já a vaporização pode ser dividida em evaporação, ebulição e calefação.

f Evaporação: quando a transição de fase ocorre abaixo do ponto de ebulição. Um

exemplo é a roupa secando no varal, pois apesar da água evaporar da roupa e ela
ficar seca, não ocorre o aumento da temperatura até o ponto de ebulição da água.

f Ebulição: a transição de fase ocorre no ponto de ebulição. Um exemplo é a água

fervendo.

f Calefação: é a transição instantânea de fase. Ocorre quando um líquido entra em

contato com uma superfície com temperatura acima da temperatura de ebulição da
substância no estado líquido.

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Mudanças de Estado

Resumindo:

Transição de fase Subcategoria Como ocorre

Líquido → gasoso Condensação Diminuição da temperatura
Liquefação Aumento da pressão
Vaporização Evaporação Transição de fase ocorre abaixo do
ponto de ebulição
Ebulição transição de fase ocorre no ponto
de ebulição
Calefação Transição instantânea de fase

Ponto de Fusão e Ebulição

O ponto de fusão é a temperatura em que ocorre a mudança de fase do estado sólido
para o estado líquido. Na mesma temperatura do ponto de fusão, temos o ponto de
solidificação, que é a passagem do estado líquido para o estado sólido.

f Ponto de fusão: temperatura em que a substância passa do estado sólido para

o estado líquido.

Já o ponto de ebulição é a temperatura em que ocorre a mudança do estado líquido para

o estado gasoso. Na mesma temperatura do ponto de ebulição, também ocorre o ponto
de condensação, que é a passagem do estado gasoso para o estado líquido.

f Ponto de ebulição: temperatura que a substância passa do estado líquido para

o estado gasoso.

Um exemplo muito conhecido é o da água, onde seu ponto de fusão e ebulição são
0 °C e 100 °C, respectivamente. A 0 °C dois fenômenos podem acontecer: a água pode
passar do estado líquido para o estado sólido (solidificar) ou passar do estado sólido
para o estado líquido (fundir). O mesmo ocorre na temperatura de 100 °C, quando a
água pode tanto evaporar quanto condensar.

Temperatura de fusão = Temperatura de solidificação

Temperatura de ebulição = Temperatura de condensação

O que dita qual transição vai ocorrer nos pontos de fusão e ebulição é o estado inicial
do sistema e se ele está recebendo ou liberando calor para o meio. Se começamos
com gelo e fornecemos energia para o sistema, então, ocorrerá a fusão a 0 °C, agora
se tivermos água e ela perder calor para o meio, ocorrerá na temperatura de 0 °C a
solidificação.

4
 Mudanças de Estado
Mistura X Substância Pura
Em uma substância pura, os pontos de fusão e ebulição são sempre constantes, ou
seja, mesmo que você continue fornecendo energia para o sistema, a temperatura não
irá variar até toda a substância mudar de fase. Já em uma mistura, seja ela homogênea
ou heterogênea, os pontos de fusão e ebulição apresentam variação na temperatura,
ou seja, mesmo que esteja ocorrendo a mudança de fase, a temperatura do sistema
continua aumentando ou diminuindo.

Substância pura → Ponto de fusão e ebulição constantes

Mistura → Ponto de fusão e ebulição ocorrem em uma faixa de temperatura

Influência da pressão na temperatura de fusão e ebulição

Quando pensamos no ponto de fusão e ebulição da água, logo lembramos de 0 °C e
100 °C, mas estas são as temperaturas de fusão e ebulição quando estamos a uma
pressão de 1 atm. Como vimos antes, a pressão influencia as mudanças de fase, ou
seja, variando a pressão, é possível mudar a fase de uma substância. Mas o que isso
tem a ver com os pontos de fusão e ebulição? Tudo! As temperaturas do ponto de fusão
e ebulição de uma substância dependem da pressão.

Usando a água de exemplo, sabemos que a 1 atm seu ponto de fusão é a 0 °C e seu
ponto de ebulição é a 100 °C. Se a pressão diminuir, diminuem também a temperatura
de fusão e ebulição, ou seja, a água vai ferver e evaporar a temperaturas mais baixas.
O mesmo ocorre com o aumento da pressão, quando os pontos de fusão e ebulição
também aumentam. Este fenômeno ocorre porque em altas pressões as moléculas
estão mais próximas, então, é necessário maior energia para quebrar as interações
intermoleculares, aumentando o ponto de fusão e ebulição. Já em baixas pressões, as
forças intermoleculares são menores, e menos energia é necessária para rompê-las,
diminuindo o ponto de fusão e ebulição.

Um ótimo exemplo da influência da pressão no ponto de ebulição é a panela de pressão!

A panela de pressão cozinha mais rapidamente os alimentos porque, ao fechar a tampa,
criamos um ambiente de volume constante no qual o gás não consegue escapar. Ao
fornecer calor para a panela, a agitação das moléculas aumenta, e consequentemente
sua pressão também. Quando a pressão aumenta, aumenta junto o ponto de ebulição
da água dentro da panela, assim os alimentos cozinham mais rapidamente, pois a água
vai atingir temperaturas maiores que 100 °C e continuar no estado líquido.

Quer mais um exemplo? A temperatura de ebulição no monte Everest também é uma

ótima forma de entender a influência da pressão na temperatura de fusão e ebulição,
mas agora, diferente da panela de pressão, temos a diminuição da pressão. No topo
do monte Everest, a pressão é de aproximadamente 0,3 atm, como a pressão é bem
menor que a pressão ao nível do mar (1 atm), o ponto de ebulição da água cai para
aproximadamente 72 °C.

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Mudanças de Estado

Resumindo:

Nome Transição de fase Temperatura Diminuição Aumento da

da pressão pressão
Ponto de fusão/ Sólido → líquido ou Temperatura Diminuição Aumento
solidificação Líquido → sólido depende da do ponto de do ponto de
pressão fusão fusão
Ponto de Líquido → gasoso ou Temperatura Diminuição Aumento
ebulição/ Gasoso → líquido depende da do ponto de do ponto de
condensação pressão ebulição ebulição

CURVAS DE AQUECIMENTO E RESFRIAMENTO

Uma curva de aquecimento ou resfriamento mostra a variação de temperatura da
matéria ao longo do tempo. Nela é possível identificar os estados físicos em uma
determinada temperatura, os pontos de fusão e ebulição, se a matéria está sendo
aquecida ou resfriada, e ainda definir se aquela é uma mistura ou substância pura!

Aquecimento x Resfriamento
Resfriamento da Água Salgada Aquecimento da Água Doce
Temperatura

Temperatura

Líquido Início da solidificação Vapor

Líquido + Vapor
Líquido + Sólido

Início da vaporização

Sólido Líquido

Tempo Tempo

Para identificar se estamos diante de uma curva de aquecimento ou resfriamento, basta

olhar se temos uma curva crescente ou decrescente: a curva da esquerda começa em uma
temperatura alta e, com o passar do tempo, a temperatura está diminuindo, isso se trata
de uma curva de resfriamento. Já na direita, temos uma curva crescente, na qual iniciamos
em uma temperatura mais baixa e com o passar do tempo a temperatura aumenta.

Isso não ocorre em todas as curvas de aquecimento, mas, neste caso, já temos
demarcados no próprio gráfico os estados físicos e, usando os estados físicos, podemos
também identificar se ocorre o aumento ou a diminuição da temperatura: no gráfico da
esquerda, temos o estado líquido indo para o estado sólido, e como vimos uma das
formas de provocar essa mudança de fase é diminuindo a temperatura. Já no gráfico
da direita, temos o estado líquido indo para o estado gasoso, ou seja, um aumento de
temperatura.

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 Mudanças de Estado
Curva crescente → aumento da temperatura

Curva decrescente → Diminuição da temperatura

Lendo a curva de uma substância pura

por
va
líquida ↔ vapor
100
a temperatura
uid
líq constante
sólida ↔ líquida
0
a
lid temperatura
só constante

início da fim da início da fim da Tempo/s

fusão fusão ebulição ebulição

Temos aqui como exemplo um de um gráfico de substância pura. As retas inclinadas

significam que temos uma substância em algum estado físico sendo aquecida. Já os
platôs (linhas retas) indicam que está ocorrendo uma mudança de fase, ou seja, os
platôs indicam a temperatura de fusão e ebulição da substância.

Mas por que um platô?

Como vimos antes, os pontos de fusão e ebulição de substâncias puras são a uma
temperatura constante. Isso significa que enquanto ocorrer mudança de estado, a
temperatura não muda. Isso se reflete no gráfico na forma de um platô, ou seja, o tempo
passa, mas a temperatura não muda, criando uma reta.

Olhando mais detalhadamente o gráfico, vemos que temos uma substância no estado
sólido, inicialmente em temperaturas negativas, mas sendo aquecida. Ao chegar na
temperatura de 0 °C temos um platô, ou seja, uma mudança de estado. Como inicialmente
estávamos no estado sólido, este platô indica a temperatura de fusão (passagem do
estado sólido para o estado líquido). Apenas após todo o sólido passar para o estado
líquido é que a temperatura volta a subir.

Agora completamente no estado líquido, a substância volta a ter variação em sua

temperatura, até novamente chegar a um platô, este a 100 °C. Este novo platô indica
o ponto de ebulição, ou seja, temos a passagem do estado líquido para gasoso. Após
todo o líquido virar vapor, a temperatura volta a subir.

Você reparou nos pontos de fusão e ebulição desta substância? Trata-se da água!
Note que temos o ponto de fusão a 0 °C e o ponto de ebulição a 100 °C, temperaturas
características das mudanças de estado da água.

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 Lendo a curva de uma mistura comum
Mudanças de Estado

Temperatura / oC

or
vap

Δt
líquida ↔ vapor
a
uid
líq

Δt

sólida ↔ líquida
lida
só

início da fim da início da fim da Tempo/s

fusão fusão ebulição ebulição

O gráfico de uma mistura pode ser lido basicamente da mesma forma que o de uma
mistura quando se trata dos estados físico, mas devemos nos atentar aos pontos de
fusão e ebulição!

Se você reparar, neste gráfico não temos um platô indicando uma temperatura
constante, e, portanto, uma mudança de fase. Isso ocorre pois, como já vimos, misturas
tem variação de temperatura nos pontos fusão e ebulição, ou seja, apesar de ocorrer
uma mudança de fase, a temperatura continua variando.

Mas então como identificar uma mudança de fase? Simples! Se você observar o gráfico,
notará duas regiões em que a reta tem menor inclinação, isso significa que a temperatura
está variando menos no decorrer do tempo do que nas outras três regiões do gráfico.
Essa região de menor inclinação indica a faixa de temperatura que ocorre a mudança
de fase. Para determinar a faixa de mudança de fase, basta identificar a temperatura
onde se inicia a reta de menor inclinação e onde ela termina, e essa será a faixa de
temperatura de fusão ou ebulição da sua mistura.

Substância pura → Platô indica mudança de fase

Mistura → Reta de menor inclinação indica mudança de fase

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 Mudanças de Estado
Resumindo:

Curva crescente Curva decrescente Mudança de fase

Substância Aumento da Diminuição da Ocorre no platô
pura temperatura temperatura (temperatura constante)
Mistura Aumento da Diminuição da Ocorre na reta de menor
temperatura temperatura inclinação

(faixa de temperatura)

ANOTAÇÕES

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