Módulo 12 - Ensino e Prática Da Geometria
Módulo 12 - Ensino e Prática Da Geometria
José de Alcantâra
Nadime Mustafa Moraes
4 Apresentação
6 Plano de ensino
Unidade 1
12 O conhecimento geométrico em um mundo de
formas: aspectos históricos
15 O ensino de Geometria
20 A BNCC e as habilidades em geometria envolvendo
localização e movimentação
22 Atividade prática
Unidade 2
23 A criança e o espaço
25 Elementos e sistemas de localização
35 A BNCC e a Geometria Espacial
38 Aplicações da Geometria Espacial
40 Atividade prática
Unidade 3
44 Geometria Espacial e Geogebra 3D
58 Geometria plana e a BNCC
75 Atividade prática
Ensino e prática de geometria 4
APRESENTAÇÃO
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
procedimentos necessários para resolver problemas do mundo físico e de
diferentes áreas do conhecimento. Assim, nessa unidade temática, estuda-
se a posição e os deslocamentos no espaço, as formas e as relações entre
elementos de figuras planas e espaciais.
Esse pensamento é necessário para investigar propriedades, fazer
conjecturas e produzir argumentos geométricos convincentes. Além disso,é
importante, também, considerar o aspecto funcional que deve estar presente
no estudo da Geometria: as transformações geométricas, sobretudo as
simetrias. As ideias matemáticas fundamentais associadas a essa temática
são, principalmente, construção, representação e interdependência.
No Ensino Fundamental, nos Anos Iniciais, espera-se que os alunos
identifiquem e estabeleçam pontos de referência para a localização e
o deslocamento de objetos, construam representações de espaços
conhecidos e estimem distâncias, utilizando como suporte, mapas,
croquis e outras representações.
Em relação às formas, espera-se que os alunos indiquem características
das formas geométricas tridimensionais e bidimensionais, associem figuras
espaciais a suas planificações e vice-versa. Espera-se, também, que nomeiem
e comparem polígonos, por meio de propriedades relativas aos lados, vértices
e ângulos. O estudo das simetrias deve ser iniciado por meio da manipulação
de representações de figuras geométricas planas em quadriculados ou no
plano cartesiano, e com recurso de softwares de geometria dinâmica.
As habilidades ligadas à Geometria serão exploradas e discutidas nesse
texto, divididas em três partes. Na primeira, discutiremos de forma teórica
e prática sobre as habilidades relacionadas a localização e movimentação
de pessoas e objetos no espaço; nessa etapa abordaremos também sobre
os ângulos. Em seguida traremos a reflexão sobre o ensino de Geometria
Espacial, finalizando com as habilidades referentes a Geometria Plana,
ampliação de figuras e simetria.
Ensino e prática de geometria 5
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
José Alcântara e Nadime Mustafa
Ensino e prática de geometria 6
Plano de ensino
Curso:
Especialização Saberes e Práticas para a Docência nos Anos Iniciais do
Ensino Fundamental: Língua Portuguesa e Matemática
Datas: 01, 08 e 15 de julho | Ano: 2023
Componente curricular:
Ensino e Prática de Geometria
Professoras:
Dr. José Alcântara e Dra. Nadime Mustafa Moraes
Carga horária total: 30h | Teórica: 20h | Prática: 10h
Ementa:
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Localização e movimentação de objetos e pessoas com ou sem pontos
de referência; Plano cartesiano; Paralelismo e perpendicularismo;
Figuras geométricas espaciais (prismas, pirâmides e corpos redondos);
Figuras geométricas planas (círculo, quadrado, losango, retângulo,
triângulo, paralelogramo).
Objetivos:
- Estabelecer noções intuitivas e geométricas da Geometria ao ensino de
práticas e de metodologias para o ensino de Matemática voltadas para os
Anos Iniciais, âncorados nos Eixos de Ensino estabelecidos pela BNCC;
- Possibilitar o conhecimento teórico e metodológico sobre elementos
fundamentais da geometria frente às estratégias didáticos pedagógicas com
foco no diálogo interativo e dinâmico das práticas educativas;
- Articular o processo dialógico do conhecimento teórico e metodológico da
geometria planar;
- Aplicar o processo de percurso de aprendizagens do conhecimento teórico
e metodológico da geometria espacia.
Conteúdo programático:
- Apresentação da disciplina
Unidade 1:
O conhecimento geométrico em um mundo de formas:
Nadime
aspectos históricos.
01/07 Mustafa e
O ensino de Geometria.
José Alcântara
A BNCC e as habilidades em geometria envolvendo
localização e movimentação.
Atividade prática.
Ensino e prática de geometria 7
Unidade 2:
A criança e o espaço.
Nadime
Elementos e sistemas de localização.
08/07 Mustafa e
A BNCC e a Geometria Espacial.
José Alcântara
Aplicações da Geometria Espacial.
Atividade prática.
Unidade 3: Nadime
15/07 Geometria Espacial e Geogebra 3D. Mustafa e
Geometria plana e a BNCC. José Alcântara
Procedimentos metodológicos:
A disciplina será ministradapor meio dos seguintes métodos:
- Aulas explicativas e dialogadas, desenvolvidas pelo Sistema
Presencial Mediado por Tecnologia (aulas ao vivo transmitidas do
estúdio da UEA para as turmas nos municípios do Estado);
- Interatividade com as turmas para esclarecimento de dúvidas e
orientações sobre o estudo dos conteúdos, além de orientação para
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
produção dos trabalhos práticos a serem desenvolvidos pelos(as)
professores(as) cursistas;
- Listas de exercícios;
- Trabalhos individuais ou em grupo: resoluções de atividades;
apresentação de questões propostas de ensino;
- Apresentações participativas nas atividades práticas.
Avaliação:
A avaliação da disciplina será realizada de forma somativa e levará em
consideração tanto os aspectos qualitativos (assiduidade, participação e
empenho nas aulas teóricas e práticas) ,quanto os aspectos quantitativos
(notas dos trabalhos).
A nota final da disciplina será calculada somando-se as notas das três
atividades práticas a serem realizadas durante a disciplina:
- Atividade 1 - 0,0 a 3,0 pontos.
- Atividade 2 - 0,0 a 4,0 pontos.
- Atividade 3 - 0,0 a 3,0 pontos.
Bibliografia
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
FERREIRA, K. A. F. R. Pensamento geométrico dos alunos do ensino médio de uma
escola pública de Campo Novo do Parecis – MT. 2018. 127 f. Dissertação (Mestrado em
Educação). Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, 2018.
FONSECA, Maria da Conceição F. R., et al. O ensino de geometria na escola fundamental – três
questões para a formação do professor dos ciclos iniciais. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
FREITAS, J. L. M. de; BITTAR, M. Fundamentos e metodologia de matemática para os
ciclos iniciais do ensino fundamental. Campo Grande: UFMS, 2004.
GERDES, P. Sobre o despertar do pensamento geométrico. Curitiba: Ed. UFPR, 1992.
LEIVAS, J. C. P. Educação geométrica: reflexões sobre o ensino e aprendizagem em Geometria.
Educação Matemática em Revista, Rio Grande, v. 1, n. 13, p. 9-16, 2012. Disponível em:
http://sbemrevista.kinghost.net/revista/index.php/EMR-RS. Acesso em: 19 dez. 2021.
LORENZATO, S. Laboratório de ensino de matemática e materiais didáticos manipuláveis.
In: LORENZATO, S. (Org.) Laboratório de ensino de matemática na formação de
professores. Campinas: Autores Associados, 2006.
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia. vol. único. São Paulo: Scipione, 2005.
NOÉ, M. Geometria Plana. Disponível em: http://www.brasilescola.com/matematica/
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PAIS, L. C. Intuição, experiência e teoria geométrica. Zetetike, v. 4, n. 6, p. 65-74, Jul/dez,
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view/8646739. Acesso em: 02 jan. 2020. Doi: https://doi.org/10.20396/zet.v4i6.8646739.
PROENÇA, M. C.; PIROLA, N. A. O conhecimento de polígonos e poliedros: uma análise
do desempenho de alunos do ensino médio em exemplos e não exemplos. Ciência e
Educação, Bauru, v. 17, n. 1, p. 199-217, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/
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REGO, Rogéria G; REGO, Rômulo M; VIEIRA, Kleber M. Laboratório de ensino de geometria.
Campinas: Autores Associados, 2012.
Ensino e prática de geometria 9
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Matemática Pesquisa., São Paulo, v. 20, n. 3, p. 120-144, 2018. Disponível em: http://
dx.doi.org/10.23925/1983-3156.2018v20i3p120-144. Acesso em: Acesso em: 20 dez. 2021.
USISKIN, Z. Resolvendo os dilemas permanentes da geometria escolar. In: LINDQUIST,
M. M.; SHULTE, A. P. (Orgs.). Aprendendo e ensinando geometria. Tradução de Hygino
H. Domingues. São Paulo: Atual, 1994, p. 21-39.
VIANA, O. A. O conhecimento geométrico de alunos do cefam sobre figuras espaciais:
um estudo das habilidades e dos níveis de conceito. 2000. 249 f. Dissertação (Mestrado).
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000
Ensino e prática de geometria 10
Primeira atividade:
Elaborar no Geogebra os Sólidos Esfera, Cone e Pirâmide de base triangular.
Elaborar no Simulador Phet 6 cálculos de áreas com dimensões escolhidas
aleatórias.
Os professores cursistas devem ler acessar o software Geogebra e estruturar
os sólidos solicitados e analisar aspectos geométricos à luz dos conceitos
estudados na Unidade III da disciplina, isto é, as diretrizes e pressupostos
teóricos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC);
Os professores cursistas devem ler acessar o Simulador Phet e estruturar
os cálculos solicitados das 6 áreas solicitadas anteriormente e analisar à luz
dos conceitos estudados na Unidade III da disciplina, isto é, as diretrizes e
pressupostos teóricos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC);
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Detalhamento:
A atividade deve ser feita em grupos de 3 a 5 integrantes.
A análise feita deve ser apresentada em forma de prints cujas imagens
serão destacadas e registradas.
Os professores cursistas devem basear sua análise nos seguintes fatores,
a serem apreciados a respeito da execução no software Geogebra e do
Simulador Phet:
• Que aspectos geométricos podem ser destacados desses sólidos?
• Cite quais objetos se parecem com a construção realizada no Software
educativo Geogebra em relação ao que percebemos no cotidiano.
Segunda atividade:
Produção de 5 Poliedros de papelão ou outro material de escolha pelos
cursistas.
Os professores cursistas deverão produzir 5 poliedros respeitando medidas
necessárias para compatibilidade de sua respectiva estrutura.
Detalhamento:
A produção será em equipe de 3 componentes com registro de fotos durante
e na finalização da atividade da produção desse material.
unidade 1
O conhecimento geométrico em um mundo de formas:
aspectos históricos
O ensino de Geometria
A BNCC e as habilidades em geometria envolvendo
localização e movimentação
Atividade prática
Ensino e prática de geometria 12
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
A geometria nasceu como uma ciência empírica ou experimental.
Na confrontação com o seu meio ambiente, o homem da Antiga
Idade da Pedra chegou aos primeiros conhecimentos geométricos.
O processo da aquisição pelo trabalho de imagens abstratas
das relações espaciais entre os objetos físicos e as suas partes
decorreu, primeiro, de uma forma extremamente lenta. Depois de
ter sido reunido suficiente material factual respeitante às formas
espaciais mais simples, tornou-se possível, sob condições sociais
especiais como, por exemplo, no Egito antigo, Mesopotâmia
e China, sistematizar consideravelmente o material factual
recolhido. Com isso, começou a transformação da geometria de
uma ciência empírica numa ciência matemática que, com os
Elementos de Euclides, alcançou (GERDES, 1992, p. 17).
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
outros. Com a utilização de régua e compasso, os gregos demonstraram
estruturas lógicas desse ramo matemático, sendo a Geometria Euclidiana
a que predomina nas escolas até hoje.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
recurso pedagógico.
Ensino e prática de geometria 15
O ENSINO DE GEOMETRIA
Segundo Fainguelernt (1996) o estudo da Geometria é de fundamental
importância para se desenvolver o pensamento espacial e o raciocínio
visual, necessitando recorrer à intuição, à visualização, à percepção e à
representação, que são habilidades essenciais para leitura do mundo, e
para que a visão da Matemática não fique distorcida.
Na perspectiva de Santos (2014) um conhecimento só é pleno se for
mobilizado em situações diferentes daquelas que serviram para lhe dar
origem. Para que sejam transferíveis a novas situações e generalizados,
os conhecimentos devem ser descontextualizados, para serem
contextualizados novamente em outras situações (BRASIL, 1997, p. 36).
O ensino de Geometria necessita de professores que possibilite aos
estudantes uma ação reflexiva sobre os conceitos. Para Rêgo et al. (2012) está
claro que a forma como esse tema tem sido abordado não permitirá que os
discentes desenvolvam suas habilidades e consequentemente respondam as
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
demandas sociais atuais. Santos (1991), defende que a abordagem tradicional
do ensino de Geometria, que enfatiza o estudo dos entes geométricos
primitivos como ponto, reta e plano, priorizando às informações sobre as
formas uni e bidimensionais, deve ser invertida, uma vez que o contato da
criança se dá necessariamente com uma forma tridimensional.
Ainda sobre o ensino de Geometria, Santos (1991) destaca algumas
atividades para o ensino de geometria tais como: exploração de corpos
geométricos, manipulação de sólidos, representação através da construção
com massa de modelar, confecção em papel e desenho, composição e
decomposição de figuras planas e não planas.
O currículo deve refletir as diferentes visões que as pessoas têm da
geometria. Essas visões diferentes tendem a levar a diferentes objetivos e
justificações que se têm dado ao estudo da geometria e levam a critérios
diferentes para a compreensão da geometria. Usiskin (1994) aborda
algumas dimensões que devem ser analisadas pelos docentes.
Umas das dimensões destaca a Geometria como estudo da visualização,
do desenho e da construção de figuras, ou seja, nesta dimensão deve-se
favorecer o uso de desenhos de figuras planas como círculos, retângulos
ou retas paralelas. Posteriormente pode-se pedir imagens por várias
transformações: reflexões, rotações, mudança de tamanho. É importante o
uso de instrumentos. Em geral a visualização e o desenho são negligenciados
no estudo da geometria.
Em uma outra proposta a Geometria contempla o estudo do mundo
real, físico. As ideias geométricas são vistas numa multiplicidade de
situações físicas. Construções das abelhas, artistas, carpinteiros, astrofísicos
etc. usam geometria em seus contextos. Embora a geometria derive do
mundo físico, suas ligações com esse mundo são ignoradas, dificultando
a compreensão e interesse por geometria. Ordenar essas ligações é um
problema curricular não resolvido, mas que merece atenção.
Ensino e prática de geometria 16
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
comparações entre eles e classificações mediante às peculiaridades
apresentadas. Dante (2011, p. 20) traz uma definição da geometria bastante
pertinente ao contexto da abordagem escolar. “Tão importante quanto os
números é a geometria que permite compreender os espaços, sua ocupação e
medida, as superfícies e suas formas, regularidades e medidas, e as relações
entre todas essas figuras geométrica” (Dante, 2011, p. 20).
Hoffer (1981) apud Viana (2000) destaca cinco habilidades geométricas
básicas: visual, verbal, gráfica, lógica e aplicações. Sendo a geometria uma
área visual, é importante proporcionar ao aluno experiências para ampliar a
sua capacidade de ver objetos, representações e de deduzir transformações.
A habilidade visual deve favorecer o reconhecimento de diferentes figuras de
um desenho, estabelecer propriedades comuns de diferentes tipos de figuras
e até deduzir informações a partir de uma figura. Poderia, por exemplo,
realizar rotações mentais de quadrados, imaginar secções em cubos etc.
A habilidade verbal se refere ao uso das palavras que designam os
conceitos e as relações entre os conceitos, e pode ser conseguida partindo
de análises de propriedades. Por exemplo, o entendimento da expressão
“circunferência circunscrita a um decágono regular” exige habilidade verbal.
A habilidade gráfica é importante, não apenas na vida escolar, mas
em situações cotidianas, muitas vezes um desenho é muito mais importante
do que uma demonstração. Por exemplo, na tentativa de explicar um
endereço, um esboço de mapa pode ser melhor do que o uso de termos
como perpendicular, paralelas e ângulos. No contexto escolar, a habilidade
para desenhar está intimamente relacionada com a formação do conceito
geométrico. Para desenhar um retângulo ou um losango, o aluno deve saber
medidas de segmentos, ângulo reto, mediatriz, perpendicularismo, etc.
e deve saber utilizar corretamente os instrumentos de desenhos como
régua, transferidor, esquadro e, em um nível mais avançado, a régua não
graduada e o compasso.
Ensino e prática de geometria 17
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
por meio da própria experiência em sala de aula, desenvolveram uma
ideia que auxiliou na interpretação e sistematização do conhecimento
geométrico. Com métodos e técnicas adequados, o casal deixou um legado
que transformou e tem influenciado o processo de ensino e aprendizagem
deste campo matemático.
No esquema abaixo temos de forma sequencial e progressiva a
evolução do pensamento geométrico pela criança.
Fonte: Os autores com base em Walle, 2009, apud Ferreira (2018), p. 52.
Com base em Crowley (1994) faremos um breve resumo de três dos cinco
níveis de compreensão/maturidade do pensamento geométrico apresentados
pelos Van Hiele, pois estão mais de acordo com o desenvolvimento docente
nos anos iniciais. Além dos níveis faremos um destaque as generalidades
que caracterizam o modelo e as fases sequenciais de aprendizado.
Na Visualização, os alunos percebem o espaço apenas como algo
que existe em torno deles. As figuras geométricas, por exemplo, são
Ensino e prática de geometria 18
recomendadas por sua forma como um todo, isto é, por sua aparência física
geral, não por suas partes ou propriedades. Alguém, nesse nível, consegue
reconhecer um quadrado ou um retângulo. Contudo, não reconheceria que
essas figuras têm ângulos retos e que os lados opostos são paralelos.
No processo de Análise, Através da observação e da experimentação,
os alunos começam a discernir as características e propriedades das figuras.
Alguém nesse nível consegue reconhecer que um quadrado tem ângulos
retos; todavia, os alunos deste nível ainda não são capazes de explicar
relações entre propriedades; não veem inter-relações entre figuras e não
entendem definições.
No nível da Dedução Informal, os alunos conseguem estabelecer
inter-relações de propriedades, tanto dentro de figuras (por exemplo, num
quadrilátero, se os lados opostos são paralelos, necessariamente, os lados
opostos são iguais), quanto entre figuras (um quadrado é um retângulo).
Assim, eles são capazes de deduzir propriedades de uma figura e reconhecer
classes de figuras. A inclusão de classes é compreendida. As definições têm
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
significados. Neste nível, porém, não compreendem o significado como um
todo ou o papel dos axiomas.
Além de fornecer uma compreensão daquilo que há de específico
em cada nível de pensamento geométrico, os Van Hiele identificaram
algumas generalidades que caracterizam o modelo. Essas propriedades
são significativas para os educadores, pois podem orientar a tomada de
decisão quanto à organização do ensino.
Sequencial, o aluno deve passar pelos vários níveis, sucessivamente
para se sair bem num determinado nível; avanço, a progressão (ou não) de
um nível para outro depende mais do conteúdo e dos métodos de ensino do
que da idade do educando; intrínseco e extrínseco, os objetos inerentes a
um nível tornam-se os objetos do ensino no nível seguinte; linguística, cada
nível tem seus próprios símbolos linguísticos e seus próprios sistemas de
relações que ligam esses símbolos e combinação inadequada, ou seja, se
o aluno está num certo nível e o curso num nível diferente, o aprendizado
e o progresso desejados podem não se verificar.
Preocupados com conteúdos, metodologias e materiais usados no
ensino de Geometria, os Van Hiele propuseram cinco fases sequenciais de
aprendizado: interrogação, orientação dirigida, explicação, orientação
livre e integração.
A interrogação/informação é desenvolvida através de
questionamentos como: o que é um quadrado? E um losango? E um
paralelogramo? O que eles têm de semelhante? E de diferente? O propósito
dessas atividades é duplo; tanto o diagnóstico por parte do professor, como
o direcionamento para os alunos.
Durante a orientação dirigida os alunos exploram o assunto de
estudo, através de materiais que o professor, cuidadosamente, ordenou
em sequência. Por exemplo: o professor poderá pedir aos alunos que usem
um geoplano para construir um losango de diagonais iguais, etc.
Ensino e prática de geometria 19
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
alunos alcançarão um novo nível de pensamento. O novo domínio de
raciocínio substitui o antigo, e os alunos estão prontos para repetir as fases
de aprendizado no nível seguinte.
Potencializar o desenvolvimento do pensamento geométrico, segundo
Santos; Nacarato (2017, p. 26), “implica, necessariamente, que o professor
tenha uma fundamentação conceitual e epistemológica da geometria,
associada a uma prática reflexiva e problematizadora”.
Ensino e prática de geometria 20
Unidade Objeto de
Habilidade
temática Conhecimento
(EF01MA11) Descrever a localização de pessoas e de
objetos no espaço em relação à sua própria posição,
Localização de objetos
utilizando termos como à direita, à esquerda, em
e de pessoas no
frente, atrás.
espaço, utilizando
(EF01MA12) Descrever a localização de pessoas e
diversos pontos
de objetos no espaço segundo um dado ponto de
de referência
referência, compreendendo que, para a utilização
e vocabulário
de termos que se referem à posição, como direita,
apropriado
esquerda, em cima, em baixo, é necessário
explicitar-se o referencial.
Localização e
(EF02MA12) Identificar e registrar, em linguagem
movimentação de
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
verbal ou não verbal, a localização e os
pessoas e objetos
deslocamentos de pessoas e de objetos no espaço,
no espaço, segundo
considerando mais de um ponto de referência, e
pontos de referência, e
indicar as mudanças de direção e de sentido.
indicação de mudanças
(EF02MA13) Esboçar roteiros a ser seguidos ou
de direção e sentido
plantas de ambientes familiares, assinalando
Esboço de roteiros e
entradas, saídas e alguns pontos de referência.
de plantas simples
Localização e (EF03MA12) Descrever e representar, por meio de
movimentação: esboços de trajetos ou utilizando croquis e maquetes,
Geometria
Atividade
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
A sala de aula de Fabiana é a:
A) I
B) II
C) V
D) VI
unidade 2
A criança e o espaço
Elementos e sistemas de localização
A BNCC e a Geometria Espacial
Aplicações da Geometria Espacial
Atividade prática
Ensino e prática de geometria 23
A CRIANÇA E O ESPAÇO
Conhecer Geometria implica em reconhecer-se num dado espaço
e, a partir dele, localizar-se no plano. Essa ciência favorece a percepção
espacial e a visualização, sendo conhecimento relevante para as diferentes
áreas, permitindo que o aluno desenvolva sua percepção, sua linguagem e
raciocínio geométrico de forma a construir conceitos.
Os primeiros contatos que a criança tem com o meio em que vive são
de origem sensorial, particularmente centrados na visão e no tato. Segundo
Duhalde; Cuberes (1998) na medida em que realiza atividades motoras, se
deslocando e explorando ativamente o espaço a criança irá convertendo
todos esses espaços em um espaço único, chamado de espaço real.
A construção do espaço através do reconhecimento dos objetos usando
os sentidos, a princípio reconhece objetos tridimensionais como “bolas, cubos,
bonecos, para logo identificar as figuras bidimensionais, as formas geométricas
planas. Isto manifesta o significativo caminho que vai do espacial ao plano”
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
(DUHALDE; CUBERES, 1998, p. 65). Ainda segundo os referidos autores:
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Posteriormente pode-se pedir que o estudante entenda ângulos como
mudança de direção, solicitando que a criança vire 45º, 90º, 135º,
novamente a direita ou a esquerda.
Fonte: Os autores
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Figura: Rosas dos ventos.
Fonte:https://www.infoenem.com.br/wp-ontent/uploads/2019/04/rosa1.jpg
Fonte: https://quizizz.com/media/resource/gs/quizizz-media/quizzes/7a670269-971c-4d14-8fe1-
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
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Questão: Carlos pode ir de sua casa à escola andando três quilômetros para
o norte, dois para o oeste, um para o sul, quatro para o leste e finalmente
dois para o sul. Para ir de casa à escola em linha reta, Carlos deve andar
(OBMEP, 2007):
A) 2 km para o leste.
B) 1 km para o sul.
C) 5 km para o leste.
D) 3 km para o oeste.
E) 4 km para o norte.
Ensino e prática de geometria 27
Plano cartesiano
O plano cartesiano é formado por duas dessas retas: Uma responsável Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
pela coordenada horizontal e outra responsável pela coordenada
vertical. É comum usar as letras x para a primeira e y para a segunda
e os termos coordenada x e coordenada y. No plano cartesiano, a reta
vertical responsável pelas coordenadas y é chamada de ordenada, e a reta
horizontal, responsável pelas coordenadas x, é chamada de abcissa.
Um par ordenado é formado por dois números reais que representam
uma coordenada. A ordem escolhida é a seguinte: Primeiro vêm as
coordenadas x e, depois, as coordenadas y, que são colocadas entre
parênteses para representar uma localização qualquer.
Ensino e prática de geometria 28
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
um ponto para que sua localização seja marcada no plano, como o ponto
B = (3, -3), devemos primeiro traçar uma linha vertical sobre o número
3 no eixo das abcissas (coordenadas x). Isso acontece porque a primeira
coordenada sempre é a coordenada x. Posteriormente, desenhamos uma
linha horizontal sobre o número – 3 no eixo das ordenadas (coordenadas y).
As retas perpendiculares do plano cartesiano dividem o plano em
quatro regiões chamadas de quadrantes. A região onde x e y são positivos
simultaneamente é chamada de primeiro quadrante. A região onde y é
positivo e x é negativo é conhecida como segundo quadrante. Já a região
onde x e y são negativos simultaneamente é chamada de terceiro quadrante.
Por fim, quando x é positivo e y é negativo, os pontos estão localizados no
quarto quadrante. Esses quadrantes são numerados em sentido anti-horário,
partindo do primeiro quadrante, que fica à direta do eixo y e acima do eixo x.
Coordenadas geográficas
O globo terrestre, como se ver na figura a seguir, pode ser dividido por
uma rede de linhas imaginárias que permitem localizar qualquer ponto de
sua superfície. Essas linhas determinam dois tipos de medidas: a Latitude
e a Longitude, que em conjunto são chamadas de Coordenadas Geográficas.
Segundo Moreira; Sene (2005) as Coordenadas Geográficas funcionam
como “endereços” de qualquer localidade do planeta. O Equador
corresponde ao círculo máximo da esfera, traçado num plano perpendicular
ao eixo terrestre, o que determina a divisão do globo em dois Hemisférios:
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Norte e Sul. A partir da linha do Equador, podemos traçar círculos paralelos
que, à medida que se afastam para o Norte ou para o Sul, diminuem de
diâmetro. Esses círculos, chamados paralelos, são identificados por sua
distância ao Equador, medida em graus. Essa distância é a Latitude, que
pode variar de 0° a 90° tanto para Norte quanto para o Sul.
Somente uma coordenada não é suficiente para localizar um ponto.
Para determinar a segunda coordenada, a Longitude, foram traçadas
linhas que cruzam os paralelos perpendicularmente. Essas linhas, que
também cruzam o Equador, são denominadas meridianos. Como referência,
convencionou-se internacionalmente adotar como meridiano 0° o que passa
pelo observatório astronômico de Greenwich, nas proximidades de Londres.
Esse meridiano divide a terra em dois hemisférios: Ocidental (a oeste) e
Oriental (a leste). Assim, os demais meridianos podem ser identificados
por sua distância, medida em graus, ao meridiano de Greenwich. Essa
distância é a longitude e varia de 0° a 180° tanto para leste (E) quanto para
oeste (W). Assim se procurarmos, por exemplo, um ponto qualquer no
globo, analisamos primeiro a latitude em graus para o Norte (N) ou para o
Sul (S) e depois a longitude em graus para Oeste (W) ou para Leste (E). Logo
o ponto de coordenadas (15° S e 45° W) está na 1ª linha abaixo da linha do
Equador e na 3ª linha a esquerda do Meridiano de Greenwich.
Ensino e prática de geometria 30
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Atividade: Coordenadas geográficas
a) E (60° N e 120° W)
b) F (30° N e 45° E)
c) G (45° S e 30° W)
d) H (15° S e 135° E)
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Professor! Agora é sua vez; a partir dos comandos que serão fornecidos, e
da marcação em vermelho, verifique se a trajetória está correta.
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Professor! Você pode elaborar outros comandos, construindo novos
circuitos.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Atividade: Pensando na trajetória
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das pessoas, seja como um direcionamento de navegação (na aviação,
marítima ou de automóveis) ou para encontrar uma localização específica
no mapa. O GPS tem a principal função de encontrar o caminho para um
determinado local, saber a velocidade e a direção do seu deslocamento.
Atualmente, este sistema é muito utilizado em automóveis, com um sistema
de mapas que facilita bastante o descobrimento de trajetos mais rápidos
entre dois pontos, por exemplo.
Ensino e prática de geometria 35
Unidade Objeto de
Conhecimento
Temática Habilidade
Figuras geométricas (EF01MA13) Relacionar figuras
espaciais: reconhecimento geométricas espaciais (cones, cilindros,
e relações com objetos esferas e blocos retangulares) a objetos
familiares do mundo físico familiares do mundo físico.
Figuras geométricas
(EF02MA14) Reconhecer, nomear e
espaciais (cubo, bloco
comparar figuras geométricas espaciais
retangular, pirâmide,
(cubo, bloco retangular, pirâmide, cone,
cone, cilindro e esfera):
cilindro e esfera), relacionando-as com
reconhecimento e
objetos do mundo físico.
características
(EF03MA13) Associar figuras geométricas
Figuras geométricas
espaciais (cubo, bloco retangular, pirâmide,
espaciais (cubo, bloco
cone, cilindro e esfera) a objetos do mundo
retangular, pirâmide,
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Geometria
Formas tridimensionais
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Prismas
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Poliedro Nº de Faces
tetraedro 04
pentaedro 05
hexaedro 06
heptaedro 07
octaedro 08
eneaedro 09
decaedro 10
undecaedro 11
dodecaedro 12
icosaedro 20
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Fonte: Os autores.
Fonte: https://loucosportecnologias.blogspot.com.br/2016/11/geometria-espacial-solidos.html
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/as/pi/as-piramides-do-egito-og.jpg
Fonte:https://pt.dreamstime.com/fotos-de-stock-museu-da-grelha-e-pir%C3%A2mide-de-vidro-
3-image24713533
Ensino e prática de geometria 40
Atividade 1
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Quantas faces tem o sólido que se parece Quantas faces tem o sólido que se parece
com essa construção? com essa construção?
Atividade 2
Número de Número de
Prisma de base Número de bases
vértices da base faces laterais
A Triangular 3 3 2
B
C
D
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Número de Número de
Prisma de base Número de bases
vértices da base faces laterais
E Triangular 3 3 1
F
G
H
Responda a seguir:
Atividade 3
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
3. Entre os poliedros representados a seguir, qual é o único que não é um
prisma? Marque um X na resposta correta.
unidade 3
Geometria Espacial e Geogebra 3D
Geometria plana e a BNCC
Atividade prática
Ensino e prática de geometria 44
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Fonte: ttps://www.geogebra.org/resource/yqqtvyhw/pXEUIQgwmv6ooKSa/material-yqqtvyhw.png
Fonte: Os autores
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Fonte: Os autores
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
da “prancha” da Fotografia a seguir, que chamamos de elemento-base da
confecção. É um pedaço da bucha do buriti/inajá que antes foi coletada
e colocada para secar, depois de retirada a fibra que recobre a bucha
chamada de pecíolo.
Fonte: Os autores
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pedagógica, descobrir propriedades que, uma vez abstraídas, contribuiriam
na elaboração conceitual. O processo de confecção, observação, visualização,
descrição e discussão sobre os sólidos geométricos é de grande importância
para a aprendizagem significativa da Geometria espacial.
O estudo das formas espaciais nos anos iniciais passa pela visualização
e reconhecimento das formas redondas, e poliedros. Os poliedros principais,
por sua vez, dividem-se em prismas e pirâmides, apresentaremos cada um
desses elementos destacando seus elementos e comparando-os, buscando
perceber suas características comuns e suas diferenças.
Prismas
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Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
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Outras duas representações bastante utilizadas na escola, não são
vazadas, mas são ocas. Entendemos que esse tipo de representação
pode causar obstáculo conceitual no futuro, pois como as crianças vão
compreender que são sólidos se sempre construíram e viram as formas
vazadas ou ocas?
Fonte: Os autores.
Foto: Cilindro
Fonte: Os autores
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tentamos construir com o papel cartão. Simplesmente marcamos com um
objeto circular, a circunferência na base superior da prancha conforme a
fotografia a seguir, depois fomos retirando e lixando os excessos de bucha.
Fonte: Os autores
Cone
O que se sabe sobre o cone é que ele possui uma base circular e é
formado por infinitos segmentos, com uma extremidade na região circular
e outra em um ponto fora do plano da base, chamado vértice. Quando a reta
determinada pelo centro da base circular e pelo vértice é perpendicular ao
plano da base tem-se um cone reto; caso contrário, tem-se um cone oblíquo.
Ensino e prática de geometria 51
Foto: Cone.
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Fonte: Os autores
Esfera
Fonte: Os autores
Foto: Esfera.
Fonte: Os autores
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Foto: Formas compostas.
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
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para uma mente criativa. O fato de construir os objetos permite combinações
de subsunçores, formas e estruturas semelhantes às vivenciadas no dia a
dia. A construção do material provindo do buriti mostra-se uma alternativa
metodológica inovadora para o processo de ensino e de aprendizagem da
Geometria Espacial no contexto amazônico.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
espacial/planificado) ou pode-se ainda fazer um baralho onde os pares
formam um jogo. Para o jogo com o baralho pode-se fazer uma carta com
o nome da figura, ou seja, um jogo seria uma trinca plano/espacial/nome.
Outra atividade bastante significativa consiste no professor colocar
sobre uma mesa várias formas planas e espaciais (no caso da atividade
somente prismas, pirâmides e os três principais corpos redondos),
em seguida pede-se que a turma separe as formas em dois grandes
grupos (que devem ser plano e espacial); o professor deve estar atento
para dialogar com a turma caso eles não observem a divisão plano e
tridimensional. Feita a divisão o professor pede para a turma dividir os
tridimensionais em três grupos que devem ser (prismas, pirâmides e
corpos redondos), feita a divisão o professor pede para que os estudantes
observem as semelhanças e diferenças. Quando a observação for discutida
e consensual escreve-se no quadro branco.
No caso dos corpos redondos é importante que os estudantes
percebam que eles rolam e que não é possível quantificar o número
de faces. O foco maior desta atividade está sobre a análise em relação
as semelhanças e diferenças entre prismas e pirâmides. As principais
semelhanças são: as faces são formas poligonais; as faces, vértices e
arestas podem ser enumeradas (diferentes dos corpos redondos); o nome
do poliedro tem relação com o polígono da base. No caso das diferenças
podemos destacar: quantidade de bases, o prisma tem duas e a pirâmide
tem uma; polígonos nas faces laterais, retângulos nos prismas e triângulos
nas pirâmides. Depois de analisadas as semelhanças e diferenças devem
ser anotadas pelos alunos. Outras semelhanças e diferenças podem ser
observadas, possibilitando aos discentes uma melhor compreensão das
formas tridimensionais, em particular, os poliedros.
Observando algumas planificações do sólido prisma:
Ensino e prática de geometria 55
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Fonte: https://www.canva.com/design/DAFkofDCjhE/a1XBgMsfh4vQDvqCe8QTPA/edit
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Exemplos de Alguns Sólidos Geométricos
Ensino e prática de geometria 57
Atividade
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Unidade Objeto de
Habilidade
Temática Conhecimento
(EF01MA14) Identificar e nomear figuras
Figuras geométricas
planas (círculo, quadrado, retângulo e
planas: reconhecimento do
triângulo) em desenhos apresentados em
formato das faces de figuras
diferentes disposições ou em contornos de
geométricas espaciais
faces de sólidos geométricos.
(EF02MA15) Reconhecer, comparar e
Figuras geométricas planas nomear figuras planas (círculo, quadrado,
(círculo, quadrado, retângulo retângulo e triângulo), por meio de
e triângulo): reconhecimento características comuns, em desenhos
e características apresentados em diferentes disposições
ou em sólidos geométricos.
Figuras geométricas
(EF03MA15) Classificar e comparar
planas (triângulo,
figuras planas (triângulo, quadrado,
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
quadrado, retângulo,
retângulo, trapézio e paralelogramo) em
trapézio e paralelogramo):
relação a seus lados (quantidade, posições
reconhecimento e análise de
relativas e comprimento) e vértices.
características
(EF05MA17) Reconhecer, nomear e
Geometria
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
plano, tendo em vista as propriedades relacionadas aos lados dos polígonos.
Essa representação fica facilitada com as talas do buriti/inajá. Mostraremos
algumas representações construídas com a tala do buriti/inajá que podem
ser trabalhados com as crianças.
Sobre os ângulos podemos destacar que são formas planas que surgem
a partir da reunião de duas semirretas de mesma origem, não contidas
numa mesma reta.
Ensino e prática de geometria 60
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
linhas. Já a região poligonal corresponde as linhas (contorno) e seus pontos
internos. Os conceitos aqui defendidos seguem a linha de Pirola; Proença
(2011) e Leivas (2012) que fazem diferença entre polígonos e região poligonal.
Segundo Silva; Jesus (2018) ao analisar as obras que tratam dos conceitos
de polígono e região poligonal, destacam que para a maioria dos autores de
referência, atuais, o polígono é uma linha e a região plana delimitada por ele
é dita região poligonal. Para não haver obstáculos no futuro os autores Pirola;
Proença (2011) e Leivas (2012) destacam que os dois conceitos [polígono e
região poligonal] devem, ser distinguidos desde o início da escolaridade.
Um polígono regular é aquele que possuí todos os lados e todos os
ângulos internos congruentes. Podemos dizer que ele é convexo quando
seus lados não possuem nenhum tipo de deformação. Exemplos clássicos
de polígonos regulares são o quadrado e o triângulo equiláteros. Em relação
a medidas dos lados os triângulos podem ser definidos da seguinte forma:
equilátero, quando os três lados possuem medidas iguais; isósceles, quando
possui dois lados com medidas iguais e escaleno, quando possui os três
lados com medidas diferentes.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Quadriláteros são polígonos de quatro lados, quatro vértices e quatro
ângulos internos.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Atividade: Construa seu próprio tangram.
Retângulo
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Fonte: Os autores 2023
Losango
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Também podemos representar a inclusão do quadrado através do
esquema de conjuntos a seguir:
Quadrado
Paralelogramo
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Fonte: Os autores 2023
Trapézio
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Muitos professores acham estranho essas inclusões devido a um
fraco conhecimento conceitual. Vale ressaltar que os conceitos desses
quadriláteros e o conhecimento de suas propriedades, bem como, o cálculo
de suas áreas é de grande importância para a formação do sujeito.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
67
Ensino e prática de geometria
Polígonos Regulares
Ensino e prática de geometria 68
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Fonte: https://www.canva.com/design/DAFiejgvXRw/TzKI_4tpoCa3lsJbUA84mQ/edit
Ensino e prática de geometria 69
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Vale ressaltar que algumas propriedades servem para mais de um
quadrilátero, as propriedades devem ser repetidas para que o estudante
perceba que uma mesma propriedade serve para mais de um quadrilátero.
Professor! Agora é a sua vez: Escreva em cada polígono em branco uma
propriedade correspondente ao quadrilátero da figura central.
Ensino e prática de geometria 70
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
f) Monte a figura abaixo no geoplano e diga qual o perímetro cm.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Com vários quadradinhos de lado 1 cm. Pedir que os estudantes
montem várias figuras e pedir que eles digam o perímetro.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Atividade: encontrando o perímetro
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Fonte:https://phet.colorado.edu/sims/html/area-model-algebra/latest/area-model-algebra_all.
html?locale=pt_BR
Fonte:https://phet.colorado.edu/sims/html/area-model-algebra/latest/area-model-algebra_all.
html?locale=pt_BR
Simetria de reflexão
Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS8CxBlsHBxhgx6oGNLr0_
gvJCuvygD1eyJgw&usqp=CAU
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS8CxBlsHBxhgx6oGNLr0_
gvJCuvygD1eyJgw&usqp=CAU
Fonte: https://cursoenemgratuito.com.br/wp-content/uploads/2019/06/simetria-1-300x161.jpg
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
e terceiro anos), propõe-se que sejam abordadas formas geométricas
presentes em elementos naturais e nos objetos criados pelo homem, e
as características delas: arredondadas ou não, simétricas [...]” (BRASIL,
1997, p. 73). Nessa fase da escolaridade, a simetria auxilia no trabalho
das formas geométricas, pois enfoca questões referentes às propriedades
da figura (algo presente ou não na figura/configuração). No segundo ciclo
(quarto e quinto anos), o ensino da Simetria contribui para identificação
de semelhanças e diferenças entre polígonos.
Atividades
a. b.
c. d.
Ensino e prática de geometria 76
a. b.
c. d.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
a.
b.
c.
d.
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
77
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
6. Quais são as coordenadas do quadrado roxo? E do coração amarelo? E
do pentagono azul?
Ensino e prática de geometria 79
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
8. É possível traçar um círculo com esta forma?
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
12. Selecione todos os objetos que se pareçam com um cilindro.
Ensino e prática de geometria 81
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
Considerações finais
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
conteúdos de ensino precisam ser estudados de forma crítica e como meios
de resistência, luta e melhoria social.
Referências
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escola pública de Campo Novo do Parecis – MT. 2018. 127 f. Dissertação (Mestrado em
Educação). Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, 2018.
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FREITAS, J. L. M. de; BITTAR, M. Fundamentos e metodologia de matemática para os
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GERDES, P. Sobre o despertar do pensamento geométrico. Curitiba: Ed. UFPR, 1992.
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Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental
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MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia. vol. único. São Paulo:
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PROENÇA, M. C.; PIROLA, N. A. O conhecimento de polígonos e poliedros: uma análise
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Ensino e prática de geometria 84
Eixo 3: Matemática e suas tecnologias para a docência nos anos iniciais do ensino fundamental