3.
ª Série | Ensino Médio
Língua
Portuguesa ✓ Variação linguística
24ª SEMANA
PED.: PEDAGOGO
MONITORAMENTO PROF.: PROFESSOR/A PED. PROF. LID.
LID.: LÍDER
D044_P Identificar marcas linguísticas em um texto.
DESCRITORES DO
PAEBES
D050_P Reconhecer a presença de valores sociais e éticos.
EM13LP10 Analisar o fenômeno da variação linguística em seus diferentes níveis
(variação fono-fonológica, lexical, sintática, semântica e estilístico-pragmática) e em
suas diferentes dimensões (regional, histórica, social, situacional, ocupacional, etária,
etc), de forma a ampliar a compreensão sobre a natureza viva e dinâmica da língua e
HABILIDADES DO sobre a constituição de variedades linguísticas de prestígio e estigmatizadas, e a
CURRÍCULO fundamentar o respeito às variedades linguísticas e o combate a preconceitos
RELACIONADAS linguístico.
AOS DESCRITORES
EM13LP24 Analisar formas não institucionalizadas de participação social, sobretudo as
vinculadas a manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e
formas de expressão típicas das culturas juvenis que pretendam expor uma
problemática ou promover uma reflexão /ação, posicionando-se em relação a essas
produções e manifestações.
✓ Variação linguística;
✓ Elementos notacionais da escrita;
✓ Léxico/morfologia, semântica e estilo.
✓ Estratégias de leitura: aprender os sentidos globais do texto;
OBJETO(S) DE ✓Apreciação e réplica;
CONHECIMENTO ✓ Relação entre textos;
✓ Efeitos de sentido;
✓ Relação do texto com o contexto de produção e experimentação de papéis sociais;
✓ Revisão/edição de texto informativo e opinativo;
✓Contexto de produção, circulação de textos e práticas relacionadas à defesa de direitos
e à participação social.
Variação línguística
Marcos Bagno
Introduzindo o tema:
O termo variação se aplica a uma característica das línguas humanas que faz parte de sua própria
natureza: a heterogeneidade. A palavra língua nos dá uma ilusão de uniformidade, de
homogeneidade, que não corresponde aos fatos. Quando nos referimos ao português, ao francês, ao
chinês, ao árabe etc., usamos um rótulo único para designar uma multiplicidade de modos de falar
decorrente da multiplicidade das sociedades e das culturas em que as línguas são faladas. Cada um
desses modos de falar recebe o nome de variedade linguística. Por isso, muitos autores definem
língua como “um conjunto de variedades” e substituem a noção da língua como um sistema pela
noção da língua como um polissistema, formado por essas múltiplas variedades.
A variação linguística se manifesta desde o nível mais elevado e coletivo – quando comparamos,
por exemplo, o português falado em dois países diferentes (Brasil e Angola) – até o nível mais baixo e
individual, quando observamos o modo de falar de uma única pessoa, a tal ponto que é possível dizer
que o número de “línguas” num país é o mesmo de habitantes de seu território. Entre esses dois níveis
extremos, a variação é observada em diversos outros níveis: grandes regiões, estados, regiões dentro
dos estados, classes sociais, faixas etárias, níveis de renda, graus de escolarização, profissões, acesso
às tecnologias de informação, usos escritos e usos falados.
Disponível em: <https://www.ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/verbetes/variacao-linguistica>
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Variação linguística regional/geográfica (ou diatópica)
O uso da palavra “macaxeira” é mais
comum no nordeste, enquanto o termo
“aipim” é mais utilizado pelo sudeste. Já
“mandioca” é usado com mais
frequência no sul.
https://aprovatotal.com.br/variacao-linguistica/
A língua varia no espaço, pois pode ser empregada de formas diferentes, dependendo do local em que o
indivíduo está. A variação diatópica diz respeito justamente às diferenças linguísticas que podem ser vistas
em falantes de lugares geográficos distintos.
São aquelas que demonstram a diferença entre as falas dos habitantes de diferentes regiões
do país, diferentes estados e cidades.
Os falantes do estado de Minas Gerais, por exemplo, apresentam uma forma diferente em relação à fala
dos falantes do Rio de Janeiro.
https://br.pinterest.com/carliellima/mineir%C3%AAs-uai/ https://adrianawillers.blogspot.com/2013/02/tipos-de-variedades-linguisticas.html
Variação linguística histórica (ou diacrônica)
A variação linguística diacrônica é a variação que se estabelece de acordo com o passar do tempo. Os
jovens de hoje não usam muitos vocábulos e até mesmo gírias que seus pais ou avós usavam, e seus pais
também não usam os vocábulos que seus avós e bisavós usavam. Assim, a língua muda de geração para
geração e isso acontece devido a muitos motivos.
No século XX, o Brasil era muito influenciado pelos franceses, o que refletia diretamente na língua.
Neste período, foram incluídas no português palavras como: chofer, menu, abajur, chique, charme, dentre
outras. Nos dias de hoje, podemos notar que, devido à ideia de os Estados Unidos da América serem a
grande potência mundial, o inglês tem se incorporado nas diferentes línguas dos países de todo o mundo,
e no Brasil não é diferente. Palavras como internet, Windows, hardware, mouse e muitas outras são
palavras de origem inglesas que hoje fazem parte de nossa língua.
03
Além do estrangeirismo, a língua sofre mudanças por outros motivos também. Há pouco tempo, a língua
portuguesa sofreu algumas mudanças. O trema (¨), por exemplo, que já não era muito usado, embora
algumas pessoas ainda o usavam, deixaram de vez de existir no português. Também algumas palavras que
obtinham o hífen (-) foram modificadas: “anti-religioso”, por exemplo, que hoje é grafada como
“antirreligioso”.
Outro exemplo são as estruturas que caíram em desuso ao longo do tempo e
hoje se relacionam ao português mais arcaico, como o uso do pronome "vós"
e da mesóclise - pronome oblíquo no meio do verbo, como nas frases
extraídas da obra Dom Casmurro, de Machado de Assis:
“E a alegria de Capitu confirmava a suspeita; se ela vivia alegre é que já
namorava a outro, acompanhá-lo-ia com os olhos na rua, falar-lhe-ia à janela,
às avemarias, trocariam flores e…”
“Se isto vos parecer enfático, desgraçado leitor, é que nunca penteastes uma
pequena[…]”
https://universodalinguisticaunip.blogspot.com/2014/10/diacronia.html https://aprovatotal.com.br/variacao-linguistica/
Variação social (diastrática)
Quando as diferenças na comunicação resultam de fatores como a classe social, a idade, a origem étnica ou
o nível de instrução, designam-se por variedades sociais ou variação diastrática.
Jargão próprio:
Outros jargões próprios de um
grupo profissional, como os
policiais e militares:
Ele deu sopa na crista.
Vamos na rota dele.
Não mexe com meu peixe.
Outros exemplos:
Gírias próprias de um grupo com interesse comum,
como os skatistas:
Prefiro freestyle.
O gringo tem um carrinho irado.
O silk do skate tá insano.
https://pt.quizur.com/trivia/variacao-diastratica-Nk74
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Escutando e entendendo as
variações
Vídeos sobre variações em
regiões do Rio Grande do
Sul, Minas Gerais, São Paulo,
Rio de Janeiro e Bahia.
https://www.youtube.com/watch?v=iu4ra9tkFWM
Variação situacional (diafásica)
Ocorre de acordo com a situação ou contexto do ato comunicativo, do mais informal ao mais formal
(como a linguagem usada ao cumprimentar um amigo ou um diretor de escola).
Linguagem informal, considerada menos prestigiada e culta, usada quando há familiaridade entre
os interlocutores da comunicação ou em situações descontraídas.
Fala, garoto! Beleza?
Rola um cinema hoje?
Cadê Pedro e Ramon? Cê viu eles?
A gente gosta dele.
Tá olhando pra onde?
Valeu, Luísa!
Linguagem formal, considerada mais prestigiada e culta, usada quando não há familiaridade entre
os interlocutores da comunicação ou em situações que requerem uma maior seriedade.
Bom dia! Tudo bom com você?
Querem ir ao cinema hoje?
Onde estão Pedro e Ramon? Você os viu?
Nós gostamos dele.
Está olhando para onde?
Muito obrigada, Luísa!
Linguagem popular e culta
Linguagem popular/coloquial: linguagem informal, caracterizada pela liberdade expressiva
geralmente utilizada em meio familiar, com amigos etc.
Ex: A gente vai na padaria.(Em espaços considerados formais, esse seria um exemplo de linguagem
destoante).
Linguagem/norma culta: conjunto de regras gramaticais que regem a língua portuguesa escrita e
falada pelos falantes mais escolarizados e que têm acesso aos meios de comunicação e cultura. Essa
norma apresenta base na tradição literária e nos usos consagrados pelos escritores e intelectuais. Ela é
considerada a forma mais prestigiada e correta de se expressar na língua portuguesa..
Ex: Nós vamos à padaria.
Nesse conjunto de possibilidades, estão as variedades urbanas de prestígio, que são aquelas
empregadas pelas pessoas que possuem maior prestígio social.
05
Preconceito linguístico
Resulta da comparação indevida entre o modelo idealizado de língua que se apresenta nas gramáticas
normativas e nos dicionários e os modos de falar reais das pessoas que vivem na sociedade, isto é, modos
de falar que são muitos e bem diferentes entre si.
Consequências do preconceito linguístico
O preconceito linguístico resulta na exclusão social daqueles que se expressam de forma regional,
informal ou por meio de dialetos. Isso pode levar ao medo de falar em público, prejudicar a
autoestima e dificultar a obtenção de emprego, por exemplo.
É importante combater essa discriminação, valorizando a diversidade linguística e reconhecendo que
todas as formas de expressão são válidas, contribuindo, assim, para uma sociedade mais inclusiva e justa. O
preconceito linguístico surge da crença de que existe apenas uma forma correta de se expressar. Isso
acontece porque a gramática normativa, que estabelece as regras do idioma, é utilizada como único
padrão de linguagem correta. No entanto, a gramática não engloba expressões populares, gírias e
regionalismos, que, mesmo estando fora dela, não devem ser considerados errados.
Causas do preconceito linguístico
Segundo o linguista Marcos Bagno, o preconceito linguístico ocorre por meio de
uma comparação indevida entre o modelo idealizado de língua, considerando que
https://pelofimdopreconceitolinguistico.tumblr.com/post/107435206192/e-agora-um-poema-contra-o-preconceito
apenas uma forma é culta e, por isso, tem maior valor social. É criada, assim, uma
rejeição às inúmeras variedades linguísticas que os falantes apresentam.
O preconceito linguístico está ligado a muitos outros preconceitos presentes na
sociedade. Observe a seguir alguns deles:
Preconceito regional: sujeitos de determinadas regiões no país apresentarem
aversão aos costumes e sotaques típicos de outras regiões.
Preconceito socioeconômico: relacionado ao poder econômico, ao acesso à
renda e, principalmente, à posição social. Esse tipo de preconceito retrata a
aversão de pessoas com maiores privilégios e prestígios sociais a indivíduos com
menores condições econômicas e sociais.
Preconceito cultural: discriminação à pessoa marginalizada com a justificativa de
elitismo cultural. É uma forma de preconceito que se relaciona também ao racismo
estrutural, discriminação voltada contra grupos ou classes sociais historicamente
desfavorecidas.
Racismo: é o conjunto de crenças que considera uma raça superior a outra e,
assim, melhor e mais merecedora por conta de uma “hierarquia entre raças”.
Atinge, principalmente, os povos negros, e mesmo camuflado, no Brasil, os negros
são o grupo com menor nível de escolaridade e com menor renda até os dias
atuais.
Homofobia: representa o ódio e a opressão aos indivíduos pertencentes ao grupo
LGBTQIA+. Coloca, principalmente, o sujeito homossexual, numa condição de
inferioridade, com base nos princípios da heteronormatividade.
https://www.todoestudo.com.br/portugues/preconceito-linguistico
Jornal da UFU falando sobre preconceito linguístico
https://www.youtube.com/watch?v=vqV61MF3TIU
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D044: IDENTIFICAR MARCAS LINGUÍSTICAS EM UM TEXTO
1ª QUESTÃO
Leia os textos abaixo para responder à questão.
TEXTO I
Rio de Janeiro, 20 de novembro de 1904
Meu caro Nabuco,
Tão longe, em outro meio, chegou-lhe a notícia da minha grande desgraça, e você expressou logo a sua simpatia
por um telegrama. Foi-se a melhor parte da minha vida, e aqui estou só no mundo. Aqui me fico, por ora na
mesma casa, no mesmo aposento, com os mesmos adornos seus. Tudo me lembra a minha meiga Carolina. Como
estou à beira do eterno aposento, não gastarei muito tempo em recordá-la. Irei vê-la, ela me esperará. Não posso,
meu caro amigo, responder agora à sua carta de 8 de outubro; recebi-a dias depois do falecimento de minha
mulher, e você compreende que apenas posso falar deste fundo golpe. Aceite este abraço do triste amigo velho.
Machado de Assis
TEXTO II
Fonte: SOARES, N. Falecimento. 12 de out. 2019.
A principal variação linguística que diferencia os textos I e II é a variação:
a) geográfica, pois cada texto apresenta uma forma regional da Língua Portuguesa, mostrando que os autores
são de lugares diferentes do Brasil.
b) social, pois os textos apresentam claramente formas diferente de dizer o mesmo assunto, mas o primeiro
utilizou a linguagem culta; o segundo, coloquial.
c) diatópica, uma vez que o primeiro texto apresenta jargão profissional típico de um escritor, enquanto o
segundo apresenta uma linguagem informal.
d) histórica, pois o primeiro texto apresenta uma linguagem da norma coloquial da língua; já o segundo texto
apresenta uma linguagem mais culta.
e) regional, pois o primeiro texto apresenta uma linguagem típica da cidade grande e o segundo texto utiliza
uma linguagem rural.
07
D044: IDENTIFICAR MARCAS LINGUÍSTICAS EM UM TEXTO
2ª QUESTÃO
Leia o trecho da canção “Anunciação” de Alceu Valença e responda à questão.
Na bruma leve das paixões
Que vêm de dentro
Tu vens chegando
Pra brincar no meu quintal
No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando
Nossas roupas no varal [...]
Composição: Alceu Valença
Que tipo de linguagem é empregada no verso "Pra brincar no meu quintal"?
a) Linguagem caipira.
b) Linguagem técnica.
c) Linguagem culta.
d) Linguagem informal.
e) Linguagem estrangeira.
3ª QUESTÃO
Leia o texto a seguir.
MIAU, MIAU, MIAU
Contaram-me esta fábula moderna, que achei "pra lá de ótima". Com a devida licença, conto para vocês.
Mas vou logo explicando que o amigo que me contou essa história não se lembra quem lhe contou, e que
não inventei nada, vou escrevê-la da maneira que ouvi. O ratinho na toca e do lado de fora o gato:
— Miau, miau, miau...
O tempo passava e do lado de fora o gato continuava:
— Miau, miau, miau...
Depois de passadas muitas horas e já com muita fome o rato ouviu:
— Au! Au! Au!
Então deduziu: "Se tem cachorro lá fora, o gato foi embora". Mal terminou sua dedução, saiu disparado
em busca de comida. Nem bem saiu da toca, o gato, Crau! Inconformado, já na boca do gato, perguntou:
— Pô gato! Que sacanagem é essa????
E o gato respondeu:
— Meu filho, hoje, nesse mundo "globalizado", quem não fala, pelo menos, dois idiomas... morre de fome.
Ricardo Sérgio
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/fabulas/4323748
Na expressão “— Pô gato! Que sacanagem é essa????”, podemos identificar:
a) linguagem regional.
b) um jargão.
c) uma gíria.
d) linguagem caipira.
e) linguagem técnica.
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D044: IDENTIFICAR MARCAS LINGUÍSTICAS EM UM TEXTO
4ª QUESTÃO
Leia o texto a seguir.
Lorelai:
Era tão bom quando eu morava lá na roça. A casa tinha um quintal com milhões de coisas, tinha até um
galinheiro. Eu conversava com tudo quanto era galinha, cachorro, gato, lagartixa, eu conversava com tanta
gente que você nem imagina, Lorelai. Tinha árvore para subir, rio passando no fundo, tinha cada esconderijo
tão bom que a gente podia ficar escondida a vida toda que ninguém achava. Meu pai e minha mãe viviam
rindo, andavam de mão dada, era uma coisa muito legal da gente ver. Agora, tá tudo diferente: eles vivem de
cara fechada, brigam à toa, discutem por qualquer coisa. E depois, toca todo mundo a ficar emburrando.
Outro dia eu perguntei: o que é que tá acontecendo que toda hora tem briga? Sabe o que é que eles falaram?
Que não era assunto para criança. E o pior é que esse negócio de emburramento em casa me dá uma aflição
danada. Eu queria tanto achar um jeito de não dar mais bola pra briga e pra cara amarrada. Será que você
não acha um jeito pra mim?
Um beijo da Raquel. [...]
NUNES, Lygia Bojunga. A Bolsa Amarela – 31ª ed. Rio de Janeiro: Agir, 1998
A partir da leitura do texto acima, identifica-se coloquialidade na linguagem, exceto no trecho:
a) “Outro dia eu perguntei”
b) “era uma coisa muito legal da gente ver”
c) “E o pior é que esse negócio de emburramento em casa me dá uma aflição danada”
d) “Eu conversava com tudo quanto era galinha(...)”
e) “Eu queria tanto achar um jeito de não dar mais bola pra briga e pra cara amarrada”
5ª QUESTÃO
Leia o texto a seguir
Sobre as gírias, um tipo de variação linguística presente na Língua Portuguesa, é correto afirmar
que:
a) é um processo linguístico que só ocorre em determinadas regiões do país.
b) é utilizada somente por pessoas sem escolaridade.
c) são expressões que podem ser usadas em qualquer contexto comunicativo.
d) são expressões utilizadas nas relações informais entre os falantes.
e) são expressões empregadas em contextos de formalidade.
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D044: IDENTIFICAR MARCAS LINGUÍSTICAS EM UM TEXTO
6ª QUESTÃO
Observe o texto abaixo:
A fala do homem causa estranhamento ao outro surfista:
a) devido ao uso excessivo de palavras estrangeiras.
b) pelo uso da linguagem formal, inadequada à situação.
c) por conta de sua maneira grosseira e indelicada de falar.
d) por ser uma linguagem informal, cheia de gírias.
e) por ser uma linguagem informal, adequada as regras gramaticais.
7ª QUESTÃO
Leia os quadrinhos abaixo:
O texto presente no segundo
quadrinho refere-se a um
exemplo de linguagem:
a) fora do padrão.
b) regional.
c) formal.
d) informal.
e) histórica.
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D044: IDENTIFICAR MARCAS LINGUÍSTICAS EM UM TEXTO
8ª QUESTÃO
A utilização do ponto de exclamação pelo
personagem da direita tem por objetivo
a) enfatizar o estado emocional do personagem.
b) caracterizar a forma diferente de falar do personagem.
c) representar a forma exaltada de falar dos moradores do
interior.
d) demonstrar que o personagem está gritando.
D050: RECONHECER A PRESENÇA DE VALORES SOCIAIS E ÉTICOS
Leia o texto e responda à questão:
Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta um sem-
número de diferenciações. [...] Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e até individual,
pois cada um procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o gosto e o
pensamento, não prejudicam a unidade superior da língua, nem a consciência que têm os que a falam
diversamente de se servirem de um mesmo instrumento de comunicação, de manifestação e de emoção.
Celso Cunha
9ª QUESTÃO
Segundo o texto de Celso Cunha,
a) a língua necessita sofrer mudanças realizadas por especialistas.
b) a língua se adapta a partir de situações geográficas e sociais.
c) cada falante deve se adaptar à língua predominante na qual está inserido(a).
d) a língua não necessita ser um ato de manifestação comunicativa.
10ª QUESTÃO
No texto, o autor revela a importância da
a) multiplicidade de línguas, apesar de não haver diferenças.
b) unidade da língua, apesar das diferenças.
c) multiplicidade de línguas, pois há diferenças.
d) unidade da língua, pois não há diferenças.
Leia o texto abaixo:
De quem é esta língua?
Uma pequena editora brasileira, a Urutau, acaba de lançar em Lisboa uma “antologia antirracista de
poetas estrangeiros em Portugal”, com o título Volta para a tua terra.
O livro denuncia as diversas formas de racismo a que os imigrantes estão sujeitos. Alguns dos poetas
brasileiros antologiados queixam-se do desdém com que um grande número de portugueses acolhe o
português brasileiro. É uma queixa frequente.
“Aqui em Portugal eles dizem / — eles dizem – / que nosso português é errado, que nós não falamos
português”, escreve a poetisa paulista Maria Giulia Pinheiro, para concluir: “Se a sua linguagem, a
lusitana, / ainda conserva a palavra da opressão / ela não é a mais bonita do mundo. / Ela é uma das mais
violentas”.
AGUALUSA, J. E. Disponível em: https.iloglobo.globo.com Acesso em: 22 nov. 2021 (adaptado).
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D050: RECONHECER A PRESENÇA DE VALORES SOCIAIS E ÉTICOS
11ª QUESTÃO
O texto de Agualusa tematiza o preconceito em relação ao português do Brasil. Com base no
trecho citado pelo autor, infere-se que esse preconceito se deve:
a) à dificuldade de consolidação da literatura brasileira em outros países.
b) aos diferentes graus de instrução formal entre os falantes de língua portuguesa.
c) ao intercâmbio cultural que é aceito entre todos os povos dos diferentes países de língua portuguesa.
d) à distância territorial entre os falantes do português que vivem em Portugal e no Brasil.
e) à existência de uma língua ideal que alguns falantes lusitanos creem ser a falada em Portugal.
12ª QUESTÃO
Leia o texto abaixo e resolva a questão:
"Todas as variedades linguísticas são estruturadas e correspondem a sistemas e subsistemas adequados
às necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada à estrutura social e aos
sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliação distinta das características das suas diversas
modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por exemplo, embora seja uma entre as
muitas variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma,
como ideal linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as
outras variedades, com o que se torna uma ponderável força contrária à variação."
Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. Adaptado.
A partir da leitura do texto, podemos inferir o seguinte sobre a língua:
a) Conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais uma alcança maior valor social e passa a ser
considerada exemplar.
b) Sistema que não admite nenhum tipo de variação linguística, sob pena de empobrecimento do léxico.
c) A modalidade oral alcança maior prestígio social, pois é o resultado das adaptações linguísticas
produzidas pelos falantes.
d) A língua padrão deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda modificação é prejudicial
a um sistema linguístico.
12
Chave de respostas
1. B
2. D
3. C
4. A
5. D
6. B
7. C
8. A
9. B
10. B
11. E
12. A
13
BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. 49 ed. São Paulo. Edições Loyola. 1999.
CESÁRIO, M. M.; VOTRE, S.; COSTA, M. A. In: MARTELOTTA, M. E. Manual de linguística. São Paulo: Editora
Contexto, 2008, p. 141-155.
COELHO, I. Sociolinguística. Florianópolis: LLV/CCE/ UFSC, 2010. 172 p.: 28
SILVA, P. A. P., TEIXEIRA, L. L.; GOMES, J. O. Preconceito linguístico e seu impacto social. Anais Do
Congresso Nacional Universidade, EAD E Software Livre, 2(12). 2021.
14