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Diagnostico Tematico Infraestrura para Os Servicos Rs Snis Set 2023

O Diagnóstico Temático sobre Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, publicado pelo Ministério das Cidades, apresenta dados sobre a infraestrutura e o processamento de resíduos sólidos no Brasil, com base em informações do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2021. O documento analisa a recuperação de resíduos, a disposição final e a situação dos municípios em relação ao manejo de resíduos, além de incluir mapas que mostram a localização das unidades de tratamento. A publicação visa fornecer uma visão abrangente para orientar políticas e projetos relacionados ao saneamento básico.

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Diagnostico Tematico Infraestrura para Os Servicos Rs Snis Set 2023

O Diagnóstico Temático sobre Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, publicado pelo Ministério das Cidades, apresenta dados sobre a infraestrutura e o processamento de resíduos sólidos no Brasil, com base em informações do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2021. O documento analisa a recuperação de resíduos, a disposição final e a situação dos municípios em relação ao manejo de resíduos, além de incluir mapas que mostram a localização das unidades de tratamento. A publicação visa fornecer uma visão abrangente para orientar políticas e projetos relacionados ao saneamento básico.

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SET/2023

Diagnóstico Temático
Manejo de Resíduos
Sólidos Urbanos
Infraestrutura
ano de referência: 2021

Ministério das Cidades Sistema Nacional de


Secretaria Nacional de Informações sobre
Saneamento Ambiental (SNSA) Saneamento
Ministério das Cidades
Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS

Diagnóstico Temático
Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos

Infraestrutura

Brasília, setembro de 2023.


Presidente da República Equipe Técnica
Luiz Inácio Lula da Silva Elizamar Pereira do Nascimento (FUNAPE/UnB), Iara
Resende da Fonseca (FUNAPE/UnB), Mayara Oliveira dos
Ministro de Estado das Cidades Santos (FUNAPE/UnB), Michele Pereira da Silva (FUNAPE/
Jader Barbalho Filho UnB) e Thaianna Elpídio Cardoso (Coordenadora SNIS-RS
FUNAPE/UnB)
Secretário Executivo do Ministério das Cidades
Hildo Augusto da Rocha Neto
Equipe de Desenvolvimento de TI e Comunicação
Secretário Nacional de Saneamento Ambiental Abraão Alves Ribeiro (FUNAPE/UnB), Bruno José Rodrigues
Leonardo Carneiro Monteiro Picciani Lima (FUNAPE/UnB), Gabriel Gomes Gaspar (FUNAPE/
UnB), Marilia Candida Pinto Borges (FUNAPE/UnB), Mateus
Chefe de Gabinete da Secretaria Nacional de Siqueira Silva (FUNAPE/UnB) e Volnei Braga Machado
de Saneamento Ambiental (Coordenador Equipe SNIS-TI e Comunicação FUNAPE/
Ágata Depollo Echebarrie UnB)

Diretor do Departamento de Cooperação Técnica Editoração, Diagramação e Comunicação


Marcello Martinelli de Mello Pitrez
Marilia Candida Pinto Borges (FUNAPE/UnB)
Coordenador-Geral de Gestão da Informação
Paulo Rogério dos Santos e Silva Coordenador do Projeto junto à FUNAPE/UnB
Carlos Henrique Ribeiro Lima/Departamento de
Coordenador de Gestão da Informação Engenharia Civil e Ambiental - UnB
Ernani Ciriaco de Miranda

Assessores Técnicos Especializados


Maurício Lima Reis
Sérgio Brasil Abreu

© Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental - SNSA


Setor de Autarquias Sul, Quadra 4, Bloco N, Brasília - DF, 70070-040

Endereço eletrônico:
www.gov.br/mdr
www.snis.gov.br

Todos os direitos reservados.


É permitida a reprodução de dados e de informações contidos nesta publicação, desde que citada a fonte.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 5

RESÍDUOS SÓLIDOS 6

LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 7

UNIDADES DE PROCESSAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 11

MASSA RECEBIDA NAS UNIDADES DE PROCESSAMENTO 28

MASSA RECUPERADA DE RECICLÁVEIS ORGÂNICOS 42

ESTIMATIVA DA MASSA DE RSU ENCAMINHADA PARA UNIDADES DE DISPOSIÇÃO FINAL 47

SITUAÇÃO DOS MUNICÍPIOS SOBRE A DISPOSIÇÃO FINAL (ADEQUADA E INADEQUADA)  52

ENCERRAMENTO DAS OPERAÇÕES DAS UNIDADES DE DISPOSIÇÃO FINAL  54

INDICADORES BRASILEIROS PARA OS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS) 60


APRESENTAÇÃO
O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), administrado pela Secretaria Nacional de
Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades (SNSA/MCid), consolidou-se como instrumento de conhecimento dos
serviços de saneamento básico sem similar no Brasil. Devido ao SNIS, o país conta com um robusto conjunto de dados
estruturados que permite avaliar a evolução dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário (desde
1995), de manejo de resíduos sólidos urbanos (desde 2002) e da drenagem e manejo das águas pluviais urbanas (desde
2015). Além disso, cabe destacar que o acesso a essas informações é público e gratuito.

O Diagnóstico Temático sobre a Infraestrutura dos Serviços de Manejo dos Resíduos Sólidos Urbanos apresenta
informações sobre as unidades de processamento de resíduos sólidos urbanos, do número de unidades às massas
recebidas por elas, além disso, exibe o resultado de duas importantes estimativas: a massa recuperada de resíduos
sólidos urbanos recicláveis secos e as massas dispostas nas unidades de disposição final (aterros e lixões). Em caráter
inédito,o SNIS compartilha dois mapas que contribuem para a compreensão da espacialização das unidades de
tratamento e disposição final nas Unidades da Federação. Por fim, são apresentadas as análises da situação (adequada
ou inadequada) dos municípios sobre a disposição final, o histórico do encerramento das operações de unidades de
disposição final entre o período de 2015 e 2021 e a atualização do acompanhamento dos indicadores brasileiros do ODS
que monitoram os RSU e são calculados a partir dos dados do SNIS.

A publicação anterior, Diagnóstico Temático sobre Gestão Técnica dos Serviços, ano de referência 2021,
apresenta a análise detalhada de informações dos prestadores de serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos urbanos (RSU) sobre a cobertura dos serviços de coleta domiciliar, a cobertura do serviço de coleta seletiva, a
massa coletada de RSU, a massa de resíduos domiciliares coletada seletivamente e os veículos utilizados na prestação
dos serviços de coleta de RSU. Esses produtos dão continuidade à nova fase de publicações do SNIS, antecipando a
metodologia que será adotada com a transição do atual SNIS para o Sistema Nacional de Informações em Saneamento
Básico (SINISA).

Boa leitura!
Brasília, setembro de 2023.
Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental
Ministério das Cidades
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 6

RESÍDUOS SÓLIDOS
Resíduo sólido é todo material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade¹. Grande parte pode ser recuperada desde que coletada e manejada de forma a
favorecer sua reciclagem nos ciclos produtivos. O material sem possibilidade de recuperação (rejeito) deve
ser disposto em locais ambientalmente adequados.

RESÍDUO SÓLIDO URBANO (RSU)


Material de origem domiciliar e pública. Após a coleta,
deve ter destinação correta e/ou disposição adequada.

RESÍDUO DOMICILIAR RESÍDUO PÚBLICO


(RDO) (Resíduo de Limpeza Urbana)
(RPU)
Produzido em atividades
domésticas (restos de Produzido em atividades
comida, embalagens, públicas, como varrição,
entre outros). poda, capina e limpeza de
bocas-de-lobo.

RESÍDUO SECO
Vidro, plástico, metal e
papel. Deve ser destinado a
unidades de tratamento
(centrais de triagem ou
outras) para promover a
RESÍDUO ÚMIDO reciclagem dos materiais.

Restos de alimentos, cascas RESÍDUOS


de frutas. Deve ser
destinado a unidades de
RECUPERADOS
tratamento (compostagem). Resíduos efetivamente
recuperados após
tratamentos, por exemplo,
triagem ou compostagem.

REJEITO
São rejeitos quando esgotadas todas as
possibilidades de tratamento e
recuperação por tecnologias disponíveis
e economicamente viáveis. Deve ser
disposto em ambientes adequados
(aterros sanitários).

A Lei nº 12.305/2010 identifica resíduos sólidos


de origem domiciliar, de limpeza urbana,
industrial, de serviços de saúde, da construção
civil, agrossilvopastoris, de serviços de
transportes e de mineração.

¹ Definição da Lei nº 12.305/2010.


Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 7

Diariamente, milhares de toneladas de resíduos sólidos


urbanos são geradas em ambientes domésticos e em
espaços públicos urbanos, que em grande parte podem ser
tratadas e recuperadas.

Sobras de alimentos, galhadas e folhas de árvores (resíduos


úmidos) podem ser destinadas às unidades de manejo de
galhadas e podas e unidades de compostagem. Papéis,
plásticos, metais, vidros (resíduos secos), após triagem

LIMPEZA URBANA (separação), podem ser recuperados em processos


industriais. Apenas a parcela não recuperável compõe os

E MANEJO rejeitos, que devem ser encaminhados aos aterros sanitários.


No entanto, a recuperação de resíduos é variável de
DE RESÍDUOS região para região e está susceptível à viabilidade técnica
e econômica. Quanto menor a geração de resíduos e a
SÓLIDOS quantidade de rejeitos, maior a sustentabilidade dos sistemas
de manejo de resíduos sólidos urbanos.

O conjunto dos serviços públicos de limpeza urbana e do


manejo de resíduos sólidos é um dos quatro componentes
do saneamento básico. Esses serviços são essenciais para
eliminar ambientes favoráveis à propagação de vetores
de doenças, fontes poluidoras de águas superficiais e
subterrâneas e obstrução de infraestruturas de drenagem
e manejo das águas das chuvas. Com isso, promovem
a melhoria da saúde pública, da qualidade de vida e da
sustentabilidade ambiental, bem como a geração de
emprego e renda.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 8

A produção de conhecimento é estratégica para


universalizar o acesso e qualificar a prestação dos serviços
de saneamento básico no Brasil. Com este propósito, o
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS),
vinculado à Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental
do Ministério das Cidade (SNSA/MCidades), coleta, desde
2002, informações acerca da prestação dos serviços de
manejo de resíduos sólidos urbanos (SNIS-RS). Tais informações
são divulgadas nas mais diversas publicações, como, por
exemplo, nos Diagnósticos Temáticos do SNIS.

Com informações nacionais, macrorregionais, estaduais e


municipais, os Diagnósticos Temáticos - Manejo de Resíduos
Sólidos Urbanos permitem acompanhar e avaliar a prestação
de serviços, definir políticas e projetos e orientar a aplicação
de recursos públicos. A presente publicação apresenta
uma visão sobre as infraestruturas dos serviços de Manejo
de Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil, com base nos dados
coletados pelo SNIS, tendo como referência o ano de 2021.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 9

4.900 municípios
participantes do SNIS-RS 2021
(88,0% dos 5.570)

PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NO SNIS-RS 2021

Participantes SNIS-RS 2021


4.900 municípios participantes
670 municípios não participantes

POR MACRORREGIÃO

NORTE 381 (84,7% dos 450)

NORDESTE 1.427 (79,5% dos 1.794)

SUDESTE 1.550 (92,9% dos 1.668)

SUL 1.137 (95,5% dos 1.191)

CENTRO-OESTE 405 (86,7% dos 467)

Municípios % em relação ao total


Faixa População
Participantes de municípios da faixa

1 ≤ 30 mil habitantes 3.788 86,3% de 4.388

2 entre > 30 mil e ≤ 100 mil 786 91,8% de 856

3 entre > 100 mil e ≤ 250 mil 210 100,0%

4 entre > 250 mil e ≤ 1 milhão 99 100,0%

5 entre > 1 milhão e ≤ 4 milhões 15 100,0%

6 > 4 milhões 2 100,0%


Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 10

Populações do Brasil e Amostra do SNIS - Macrorregiões


(número e percentual, em 2021)

Brasil Municípios participantes

Macrorregião Quantidade População População Quantidade População População


Participantes Participantes Participantes
de total urbana de total urbana
(%) (%) (%)
municípios (hab.) (hab.) municípios (hab.) (hab.)

Norte 450 18.906.962 13.970.531 381 84,7% 17.576.250 93,0% 13.342.942 95,5%

Nordeste 1.794 57.667.842 42.450.593 1.427 79,5% 51.544.479 89,4% 39.066.110 92,0%

Sudeste 1.668 89.632.912 83.473.545 1.550 92,9% 88.452.138 98,7% 82.677.080 99,0%

Sul 1.191 30.402.587 26.041.942 1.137 95,5% 30.023.081 98,8% 25.795.675 99,1%

Centro-Oeste 467 16.707.336 14.887.828 405 86,7% 16.147.772 96,7% 14.498.196 97,4%

TOTAL 5.570 213.317.639 180.824.439 4.900 88,0% 203.743.720 95,5% 175.380.003 97,0%

Populações do Brasil e Amostra do SNIS - Faixa Populacional


(número e percentual, em 2021)

Brasil Municípios participantes

Macrorregião Quantidade População População Quantidade População População


Participantes Participantes Participantes
de total urbana de total urbana
(%) (%) (%)
municípios (hab.) (hab.) municípios (hab.) (hab.)

1 4.388 46.664.851 28.924.943 3.788 86,3% 40.344.138 86,5% 25.457.230 88,0%

2 856 43.630.276 33.230.101 786 91,8% 40.377.070 92,5% 31.253.378 94,1%

3 210 31.974.207 29.272.412 210 100,0% 31.974.207 100,0% 29.272.412 100,0%

4 99 44.338.597 43.020.042 99 100,0% 44.338.597 100,0% 43.020.042 100,0%

5 15 27.537.775 27.316.440 15 100,0% 27.537.775 100,0% 27.316.440 100,0%

6 2 19.171.933 19.060.501 2 100,0% 19.171.933 100,0% 19.060.501 100,0%

TOTAL 5.570 213.317.639 180.824.439 4.900 88,0% 203.743.720 95,5% 175.380.003 97,0%
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 11

O SNIS-RS reuniu informações de 5.530 unidades de


processamento de resíduos sólidos em operação no ano de
2021. Elas são destino de 96,2 milhões de toneladas de massa
de resíduos sólidos domiciliares, públicos, da construção civil,
de saúde, de transbordo, de triagem, coprocessamentos,
dentre outros, sendo 67,1 milhões de toneladas para
unidades de disposição no solo: aterro sanitário (48,6 milhões
de toneladas), lixão (10,0 milhões de toneladas) e aterro
controlado (8,5 milhões de toneladas).

Enquanto nos serviços de coleta prevalecem soluções


locais, no processamento elas são orientadas pelas

UNIDADES DE necessidades dos prestadores. Um exemplo é a ausência


de áreas disponíveis ou viáveis para processar resíduos

PROCESSAMENTO coletados, solucionada por meio de arranjos ou parcerias


entre municípios (prestadores de serviços e consórcios

DE RESÍDUOS intermunicipais) tema abordado no Diagnóstico Gestão


Administrativa e Financeira do Manejo dos Resíduo Sólidos
SÓLIDOS Urbanos).

URBANOS Da massa total de RSU destinada ao processamento, o SNIS-


RS também identificou movimentação de 12,0 milhões de
toneladas em 249 unidades de transbordo. Este processo,
que é identificado predominantemente nas macrorregiões
Sudeste e Sul, traz um ganho de escala e se caracteriza pela
transferência dos resíduos de um veículo de coleta para outro
de maior capacidade, para posterior encaminhamento
a uma unidade de processamento, que pode ser de
tratamento ou de disposição final (aterro sanitário, aterro
controlado, unidades de triagem, dentre outros).

Na destinação final da massa de RSU, o SNIS-RS identificou


o compartilhamento de unidades de processamento entre
órgãos gestores de 2.740 municípios (55,9% dos 4.900 da
amostra). Estes municípios são definidos como exportadores
e/ou importadores de resíduos sólidos urbanos.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 12

UNIDADES DE PROCESSAMENTO: TRANSFERÊNCIA,


TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RSU
O SNIS considera “unidade de processamento de resíduos sólidos*” toda instalação dotada ou não de
equipamentos eletromecânicos em que quaisquer tipos de resíduos sólidos urbanos (RSU) sejam submetidos
a alguma modalidade de processamento, abrangendo desde a simples disposição no solo em um lixão ou
a transferência (ou transbordo) de um tipo de veículo coletor para outro, de maior capacidade, até - por
exemplo - o tratamento em uma sofisticada unidade de triagem.

UNIDADES DE TRANSFERÊNCIA
Instalação intermediária de processamento também
conhecida como unidade de transbordo. É onde ocorre a
transferência de resíduos sólidos urbanos coletados para
veículos de transporte de maior porte.

RECICLAGEM
COMPOSTAGEM
Inicia com a separação
Reciclagem de resíduos
na fonte, seguida da
orgânicos úmidos (folhas,
triagem. A triagem é
restos de comida e
por categorias, como
verduras, serragem). Por
plásticos, papéis, metais e
meio de processos de
vidros. Para o SNIS, a massa UNIDADES DE TRATAMENTO
decomposição biológica,
de resíduos recuperados
Instalações em que resíduos sólidos são submetidos a massa reciclável tratada
é aquela separada na
a processos físicos, químicos e/ou biológicos para é transformada em
triagem dos rejeitos que
recuperação e redução de volumes e capacidade nutrientes (adubo, húmus)
será encaminhada à
de poluição. Contempla a separação de recicláveis que podem ser utilizados
indústria de transformação.
e a compostagem de materiais orgânicos. na produção de alimentos
Já os rejeitos devem ser
e recuperação de áreas
encaminhados para
degradadas.
locais de disposição final
adequada.

UNIDADES DE DISPOSIÇÃO NO SOLO


Locais de disposição final de resíduos sólidos classificados
como rejeitos, ou seja, sem possibilidade e/ou viabilidade
de aproveitamento.

ATERRO SANITÁRIO ATERRO CONTROLADO LIXÃO


Instalação com controle Instalação com alguns cuidados Instalação sem qualquer
técnico e operacional principalmente relacionados a tipo de controle, sejam
permanente para evitar segurança dos trabalhadores e eles de saúde, segurança
que resíduos e seus trânsito de pessoas na unidade. e ambientais. Conhecido
efluentes líquidos e gasosos É uma disposição inadequada, como vazadouro,
causem danos à saúde mas é considerada uma medida que recebe materiais
pública e/ou ao meio intermediária (temporária) entre o de todas as origens e
ambiente. lixão e aterro sanitário. periculosidades.

* Por terem características distintas, as unidades de processamento são consideradas pelo SNIS-RS como individuais, mesmo que estejam em
área físico-administrativa operacional comum.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 13

5.530
unidades de processamento de RSU em operação
do SNIS-RS 2021

UNIDADES DE PROCESSAMENTO DE RSU


(total e % por macrorregião geográfica, em 2021)

NORTE
418 unidades
(7,6%)

NORDESTE
1.403 unidades
(25,4%)
Unidades de processamento
(% por tipo de operador, em 2021)

2,4% 1,0% CENTRO-OESTE


493 unidades
(8,9%)

SUDESTE
2.091 unidades
21,6% Prefeituras municipais - 3.086 (37,8%)

Empresas privadas - 1.057


Associações de catadores - 1.196
55,8%
Outros operadores - 133
SUL
Consórcios intermunicipais - 58 1.125 unidades
19,1% (20,3%)

TIPOS DE UNIDADES DE TIPOS DE UNIDADES DE


Valor Relativo Valor Relativo
PROCESSAMENTO DE RSU EM PROCESSAMENTO DE RSU EM
Absoluto (%) Absoluto (%)
OPERAÇÃO OPERAÇÃO
Unidade de triagem (galpão ou Unidade de manejo de galhadas e
1.726 31,2% 58 1,0%
usina) podas

Área de reciclagem de RCC


Lixão 1.572 28,4% 47 0,8%
(Resíduos de Construção Civil)

Unidade de tratamento por micro-


Aterro sanitário 669 12,1% 22 0,4%
ondas ou autoclave
Unidade de tratamento por
Aterro controlado 595 10,8% 19 0,3%
incineração
Vala específica de RSS (Resíduos
Unidade de transbordo (RSU) 249 4,5% 16 0,3%
Serviços de Saúde)
Área de transbordo e triagem de
122 2,2% Coprocessamento 5 0,1%
RCC e volumosos (ATT)
Aterro de RCC (aterros inertes) 78 1,4% Queima em forno de qualquer tipo 2 0,0%

Unidade de compostagem (pátio


77 1,4% Outra 273 4,9%
ou usina)
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 14

O cadastro Nacional de Unidades de Processamento do SNIS é um banco de dados cumulativos


de todas as unidades de processamento de resíduos sólidos que em algum momento da Série Histórica de
resíduos sólidos foram cadastradas pelos prestadores de serviços municipais. O cadastro reúne, portanto,
8.817 unidades cujos campos de preenchimento nem sempre foram obrigatórios ao longo da história do SNIS
e, por isso, há a ocorrência de lacunas nas informações históricas. Também é possível observar a presença de
uma ou outra unidade repetida, já que, por mais que os dados sejam tratados, alguns informantes duplicam
unidades cadastradas ao invés de atualizar os dados das unidades já inseridas.

Recomenda-se que, ao utilizar estes dados, promova-se a aplicação de filtros sobre as informações
disponibilizadas. Alguns critérios podem ser elencados, tais como: unidades antigas sem atualização de
dados, unidades sem especificação do seu “tipo”, unidades que não se encontram em operação, unidades
que receberam resíduos de outros municípios, entre outros.

Assim, foi elaborado o quadro Tipos de Unidades de Processamento de Resíduos Sólidos em Operação,
anteriormente apresentado, que destaca as unidades que estiveram em operação no ano de 2021. Para
tanto foram adotados os seguintes filtros sobre os dados do Cadastro Nacional de Unidades de Processamento
do SNIS:

• Situação da classificação: “2021”;


• UP051 - A unidade de processamento esteve em operação no ano de referência: todas as
unidades que tiveram resposta “Sim” no referido campo; e,
• UP003 - Tipo de unidade, segundo o município informante: todas as unidades com exceção
do tipo “Área em recuperação” já que este tipo de unidade, por definição, não recebe resíduos
sólidos urbanos.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 15

Unidades de processamento de resíduos sólidos com informações atualizadas dos


municípios participantes do SNIS
(segundo macrorregiões geográficas, em 2021)

Quantidade de unidades de processamento


Total de unidades na
Tipo de unidade de na amostra por macrorregião geográfica
amostra
processamento de resíduos (UP003)
sólidos* Valor Relativo
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
absoluto (%)
Unidade de triagem (galpão
52 171 745 631 127 1.726 31,2%
ou usina)

Lixão 279 899 140 24 230 1.572 28,4%

Aterro sanitário 16 69 323 218 43 669 12,1%

Aterro controlado 42 108 365 38 42 595 10,8%

Unidade de transbordo (RSU) 5 18 119 87 20 249 4,5%

Aterro de RCC ** (antigo


3 4 48 18 5 78 1,4%
"aterro de inertes")

Unidade de compostagem
1 8 49 15 4 77 1,4%
(pátio ou usina)

Área de transbordo e triagem


2 4 84 32 - 122 2,2%
de RCC** e volumosos (ATT)

Unidade de manejo de
6 7 17 25 3 58 1,0%
galhadas e podas

"Área de reciclagem de RCC


** (antiga ""estação de - 6 34 6 1 47 0,8%
reciclagem de entulho"")"

Unidade de tratamento por


1 2 12 7 - 22 0,4%
microondas ou autoclave

Unidade de tratamento por


1 5 9 3 1 19 0,3%
incineração

Vala específica de RSS


(resíduos dos serviços de 6 2 6 1 1 16 0,3%
saúde)

Coprocessamento - - 2 2 1 5 0,1%
Queima em forno de qualquer
1 - - - 1 2 0,0%
tipo
Outro 3 100 138 18 14 273 4,9%

418 1.403 2.091 1.125 493


Total - 2021 5.530 100%
7,6% 25,4% 37,8% 20,3% 8,9%

356 1.334 1.940 902 486


Total - 2020 5.018 100%
7,1% 26,6% 38,7% 18,0% 9,7%

270 966 1.787 833 406


Total - 2019 4.262 100%
6,3% 22,7% 41,9% 19,5% 9,5%

* Para evitar inconsistências o SNIS orienta e possui avisos e erros para o cadastro de unidades de processamento, porém a categorização
do tipo de unidade em operação no município é realizado segundo critérios próprios de classificação.
** RCC: Resíduos da Construção Civil (ou Resíduos de Construção e Demolição: RCD)
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 16

Agrupando essas unidades por tipo, constata-se a predominância quantitativa do conjunto formado
pelas unidades por disposição no solo (exceto valas específicas de RSS). Tais unidades (lixões, aterros sanitários
e aterros controlados) somam 2.836 instalações, ou seja, 51,3% do total de unidades que informaram estar em
operação em 2021 (5.530 unidades).

Assim como na edição anterior, verifica-se que a grande maioria dos lixões é encontrada na
macrorregião Nordeste, que computa 899 unidades, 57,2% do total de lixões cadastrados, isso representa
proporcionalmente, em relação à amostra de 2021, aproximadamente 1 lixão a cada 1,6 município (1:1,6). Em
seguida, em menor quantidade, aparecem as macrorregiões Norte e Centro-Oeste, com 279 e 230 unidades,
respectivamente. Na sequência figura a macrorregião Sudeste com 140 e, por último a macrorregião Sul com
24 lixões, o que corresponde a apenas 1,6% da quantidade total de unidades desse tipo cadastradas no SNIS
e contrapõem o Nordeste em proporção de unidades, sendo 1 lixão a cada 45 municípios (1:45,5).

Com relação aos aterros controlados que, assim como os lixões, são considerados inadequados
conforme as normas ambientais vigentes no país, tem-se a grande maioria localizada na macrorregião Sudeste
cujas 365 unidades correspondem a 61,3% do total em operação em 2021, a macrorregião Nordeste surge na
sequência com 108 aterros controlados (18,2%) e, por fim, com número de unidades menos expressivos, tem-
se 38 na macroregião Sul e com 42 unidades cada, as macrorregiões Norte e Centro-Oeste.

Entendendo a necessidade de se estender esta análise para disposição inadequada (considerando


os valores agregados de Lixões e Aterros Controlados), destacam-se as macrorregiões Nordeste e Sudeste
abrangendo 69,7% das unidades de disposição inadequadas (com 46,4% e 23,3%, respectivamente),
seguidas do Norte e do Centro-Oeste que juntas contribuem com mais de 27,3% das unidades (14,8% e
12,5%, respectivamente) e só então surge a macrorregião Sul em que o resultado de 2,9% alcança o menor
percentual dentre as macrorregiões brasileiras.

Sobre a distribuição dos aterros sanitários, que é a tecnologia de disposição final de rejeitos adequada
e licenciada pelos órgãos de fiscalização e controle, a macrorregião Sudeste tem grande significância com
48,3% dos aterros sanitários do país (323 unidades, que equivalem proporcionalmente, em relação à amostra,
a 1 aterro para cada aproximadamente 5 municípios – 1:4,8), seguida da macrorregião Sul que apresenta
32,6% dos aterros sanitários do país (218 unidades). A macrorregião Nordeste sedia 10,3%, 69 unidades, com
aproximadamente 1 aterro a cada 21 municípios (1:20,7), por fim, as macrorregiões Centro-Oeste e Norte,
que comportam 6,4% (43 unidades) e 2,4% (16 unidades), respectivamente.

No que se referem às unidades de tratamento, têm-se as unidades de triagem (galpões de triagem


e usinas) que o SNIS computa 1.726 unidades processando resíduos sólidos recicláveis secos em 2021, o
que representa 31,2% do total de unidades em operação no Brasil. Esse tipo de unidade passou, em 2021,
a predominar em número de unidades de processamento - ou seja - unidades de triagem ultrapassaram
a quantidade de lixões do país, essa mudança de retrato do país é reflexo de aperfeiçoamentos de
consistências de informações que impuseram aos prestadores que indicaram a recuperação de resíduos
(informação CS009>0) deveriam indicar as unidades de tratamento do tipo Triagem (Galpões ou Usinas)
receptoras do resíduo domiciliar. A maioria desses galpões de triagem e usinas (79,8%) estão concentrados
nas macrorregiões Sudeste e Sul, sendo 745 e 631 unidades, respectivamente. Juntas as demais macrorregiões
comportam 20,2% das unidades de tratamento por triagem, com menor expressão do Norte do país que
indicou, no ano de 2021, o número total de 52 unidades de triagem e cuja participação em relação ao total
desse tipo de unidade é de apenas 3,0%.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 17

No que diz respeito ao tratamento dos resíduos orgânicos, verificou-se a operação de 77 unidades
de compostagem (pátio ou usina) processando resíduos sólidos urbanos em todo o país no ano de 2021.
O resultado é pouco expressivo e indica que a prática de tratamento de orgânicos não é amplamente
adotada para o processamento de resíduos sólidos urbanos. Sobre a distribuição espacial das unidades, há
concentração do número de unidades na macrorregião Sudeste com 49 unidades de compostagem (63,6%
do total em operação), as demais macrorregiões juntas congregam 36,4% das unidades de compostagem
onde 15 delas se localizam na macrorregião Sul e outras 13 nas demais macrorregiões, Nordeste, Centro-
Oeste e Norte.

Sobre as unidades de transferência de resíduos sólidos urbanos, que indicam uma maior complexidade
nas rotas tecnológicas adotadas para o manejo de resíduos sólidos e uma inclinação ao compartilhamento
de unidades de disposição e tratamento, foram identificadas 249 unidades de transbordo em operação em
2021. Assim como as análises anteriores, de aterros sanitários e unidades de tratamento, também se observa
a concentração deste tipo de unidade de processamento de resíduos urbanos nas macrorregiões Sudeste
e Sul, com mais de 82,7% do total de unidades contabilizadas, as unidades de transbordo nas macrorregiões
Centro-Oeste e Nordeste ainda são reduzidas, 20 e 18, respectivamente, a macrorregião Norte, por sua vez,
registrou apenas 5 unidades em operação.

Em relação às faixas populacionais (apresentadas na caracterização da amostra da pág. 8),


considerou-se pertinente a apresentação gráfica do recorte das unidades cujos usos se mostraram mais
relevantes no contexto dos RSU e que se caracterizam por realizarem: transferência, tratamento e disposição.
Portanto, visualiza-se a distribuição do percentual de unidades em relação ao total contabilizado por faixas
populacionais.

Percentual da distribuição das unidades de processamento de RSU por faixas populacionais


(percentual (%) em relação aos tipos de unidades segundo faixa populacional, em 2021)

1,7% 0,7% 0,3% 1,7% 5,3% 17,6%


100,0%
4,2% 5,2% 5,4%
10,4%
90,0% 8,0%
11,8%
17,0%
21,2% 6,2%
80,0% 17,7%
14,9%
9,1%
70,0% 7,1%
4,9%

60,0% 47,1%
Percentual (%)

27,3%
50,0%
39,4%

40,0% 80,5%
57,6%
64,6%
30,0% 11,8%

20,0% 40,1%

28,6%
23,5%
10,0%

8,5%
0,7%
0,0%
1 2 3 4 5 6
3.155 961 354 288 113 17
unidades unidades unidades unidades unidades unidades

Faixa populacional
Lixão Triagem Aterro Controlado Aterro Sanitário Transbordo Compostagem
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 18

Em termos gerais, o gráfico ilustra o emprego dessas unidades conforme o porte dos municípios e,
também, a ampliação do percentual de unidades de tratamento e transferência ao invés das unidades de
disposição final inadequadas. Evidentemente, a faixa 6 – que contempla exclusivamente as capitais São
Paulo e Rio de Janeiro – expõe um retrato mais específico, mas que indica uma realidade mais heterogênea
das unidades de processamento e uma maior complexidade das rotas tecnológicas para o manejo dos
resíduos sólidos urbanos. Contudo, é importante ponderar que esta análise não contempla uma avaliação
da quantidade de resíduos recebida nessas unidades, que será complementada em discussão subsequente.

Além destas, no que compete o universo de unidades que processam resíduos sólidos urbanos há a
unidade intitulada “Unidade de manejo de galhadas e podas” que processam resíduos urbanos e estão
presentes no país em um total de 58 unidades, 25 delas (43,1%) empregadas na macrorregião Sul. Por fim,
aparece o grupo de unidades classificadas pelo informante como “outro” (tipo), não constante nos já listados.
Estão incluídas neste grupo unidades de recebimento de pequenos volumes, “ecopontos” ou “PEVs”, além
de algumas que são enquadradas como um dos tipos constantes da lista, porém, equivocadamente foram
assim classificadas pelos informantes. Somam-se 273 unidades e representam 4,9% do universo.

As demais unidades que constam no Cadastro Nacional de Unidades do SNIS, referem-se a unidades de
menor relevância para o manejo dos resíduos sólidos urbanos, seja pelo número reduzido ou pela operação
estar relacionada aos resíduos classificados como da construção civil ou de serviços de saúde.

Do conjunto de unidades destinadas ao processamento de resíduos de construção civil (ou resíduos de


construção e demolição), embora possam não ser exclusivas para este tipo de resíduo, sobretudo no caso
das áreas de transbordo e triagem, foram contabilizadas 247 unidades ou 4,4% do total operante em 2021.
Enquadram-se neste bloco as citadas ATTs (áreas de transbordo e triagem de RCC), com 122 unidades; os
aterros de resíduos de construção civil, com 78 unidades (há casos em que os prestadores as confundem
com os antigos “bota-foras”); e as estações de reciclagem de RCC, que somam 47 unidades. Das unidades
que operam resíduos de serviços de saúde, estão abrangidas 59 unidades das quais: 16 valas específicas de
RSS, 19 unidades de tratamento por incineração, 22 unidades de tratamento por micro-ondas ou autoclave
e 2 unidades de queima em forno de qualquer tipo. É possível que este número esteja subestimado uma vez
que, em grande parte, estes serviços são prestados por unidades privadas, portanto, é preciso avaliar estas
informações conjuntamente com as informações coletadas sobre a prestação dos serviços de coleta de
serviços de saúde, abordado especificamente na coleta de dados do SNIS ou em outras bases de dados
complementares.

Convenientemente é preciso alertar que no caso das unidades privadas, entende-se que o responsável
pela declaração das informações de prestadores de serviços públicos de saneamento é o município sede
da unidade, já que, em princípio, ele deve exercer a fiscalização e obter os dados operacionais. Portanto,
cabe a este município – que abriga a unidade – coletar junto ao agente privado as informações solicitadas,
relativas não só às suas características, mas também às quantidades recebidas de todos os outros municípios
que para lá encaminharam resíduos sólidos para tratamento ou disposição em solo, no ano de referência.
Sobre este entendimento o SNIS emite comunicado aos municípios no início da coleta de dados.

A novidade para 2021 é a unidade do tipo Coprocessamento. A Resolução CONAMA nº 499/2020


regulamenta a utilização de RSU na indústria cimenteira e dispõe que o resíduos sólidos urbanos podem ser
destinados para coprocessamento, desde que sejam previamente submetidos à triagem, classificação ou
tratamento. No Brasil, foram identificadas 5 destas unidades, sendo 2 unidades na macrorregião Sul, 2 no
Sudeste e 1 no Centro-Oeste.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 19

Unidades de processamento de resíduos sólidos com informações


atualizadas dos municípios participantes do SNIS
(segundo operador da unidade, em 2021)

Quantidades de unidades de processamento da amostra, por


Total da amostra
Tipo de unidade de tipo de operador
processamento
Prefeitura Empresa Associação Consórcio Outro Volor Relativo
municipal privada de catadores intermunicipal operador absoluto (%)

Unidade de Triagem 312 193 1.144 6 71 1.726 31,2%

Lixão 1.469 60 5 4 34 1.572 28,4%

Aterro Sanitário 385 236 3 33 12 669 12,1%

Aterro Controlado 524 57 6 1 7 595 10,8%

Unidade de Transbordo 161 75 4 7 2 249 4,5%

Área de transbordo e triagem


44 72 2 2 2 122 2,2%
de RCC e volumosos (ATT)

Aterro de RCC 47 31 0 0 0 78 1,4%

Unidade de compostagem 46 17 12 1 1 77 1,4%

Unidade de manejo de
48 9 0 0 1 58 1,0%
galhadas e podas

Área de reciclagem de RCC 17 25 3 2 0 47 0,8%

Unidade de tratamento por


1 20 0 1 0 22 0,4%
micro-ondas ou autoclave

Unidade de tratamento por


1 17 1 0 0 19 0,3%
incineração

Vala específicas de RSS 5 11 0 0 0 16 0,3%

Coprocessamento 0 3 1 0 1 5 0,1%

Queima em forno de
0 2 0 0 0 2 0,0%
qualquer tipo

Outra 26 229 15 1 2 273 4,9%

3.086 1.057 1.196 58 133


Total - 2021 5.530 100,0%
55,8% 19,1% 21,6% 1,0% 2,4%

3.014 937 893 43 131


Total - 2020 5.018 100,0%
60,1% 18,7% 17,8% 0,9% 2,6%

2.527 842 746 38 109


Total - 2019 4.262 100,0
59,3% 19,8% 17,5% 0,9% 2,6%

Como operador mais atuante, destaca-se o poder público – prefeituras municipais – que atuam na
maior parte das unidades, alcançando 55,8% do total ou 3.086 unidades operadas. Em seguida, com 1.196
unidades, estão as associações de catadores, atuantes em 21,6% das unidades de processamento, seguidas
de perto pelas empresas privadas, com 19,1% do total ou 1.057 unidades. Na sequência aparecem “outros
operadores” sem uma identificação específica, com 133 unidades (2,4% do total) e, por último, atuam os
consórcios, com apenas 58 unidades (1,0%).
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 20

Apesar do grande fluxo de exportação de resíduos entre municípios, verifica-se que a ocorrência de
consórcios públicos como operadores das unidades de processamento de resíduos sólidos urbanos ainda é
incipiente, atingindo somente 1,0% do conjunto de 5.531 unidades cadastradas com informações suficientes.
Certamente, grande parte deste fluxo intermunicipal é efetivada para unidades privadas, sobretudo, aterros
sanitários.

Ressalta-se que, apesar da divulgação do conceito de “consórcio público intermunicipal”, parece


haver casos de compartilhamento de unidades, por exemplo, que ainda se dê sob a forma de um arranjo
institucional precário ou sem a existência de algum dispositivo institucional o formalizando, não caracterizado
juridicamente como consórcio público. Em diversos municípios é possível que exista remessa de resíduos (fluxo)
que se baseie em simples acordos verbais ou outros instrumentos, tais como, os convênios. Para saber mais
sobre os Consórcios Públicos para a Limpeza urbana e o Manejo dos Resíduos Sólidos, acesse o Diagnóstico
do SNIS sobre a Gestão Administrativa e Financeira dos Órgãos Gestores, publicado em abril de 2023.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 21

1.823 39,1 mil


cooperativas/associações de associados de cooperativas/
catadores atuando em 1.298 associações de catadores em
municípios do SNIS-RS 2021 1.298 municípios do SNIS-RS
2021*

COOPERATIVAS E ASSOCIAÇÕES DE CATADORES


(total por macrorregião e % em relação ao país, em 2021)

NORTE
83
(4,6%)

NORDESTE
344
(18,9%)

CENTRO-OESTE
139
(7,6%)

SUDESTE
684
(37,5%)

SUL
573
(31,4%)

* O SNIS-RS não realiza censo dos catadores. O valor corresponde ao declarado pelas prefeituras participantes da amostra.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 22

Seguindo as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a qual impõe a instituição de medidas
indutoras e linhas de financiamento para atender, prioritariamente, às iniciativas de cooperativas ou outras
formas de associação de catadores de materiais recicláveis, o SNIS também investiga junto às prefeituras a
existência dessas organizações em seus territórios, independente do recebimento de RSU em participação aos
sistemas municipais de manejo de resíduos sólidos urbanos, por isso o dado apresentado é superior ao conjunto
de unidades de triagem (galpão ou usina) em operação no ano de 2021 descrito no quadro de unidades.
As indagações são básicas, referindo-se apenas à sua existência, nome e quantidade de integrantes no
ano de referência, cadastrando tais informações em uma planilha exclusiva. Tais questionamentos são feitos
como primeira forma de distinção entre a atuação de organizações e a atuação de catadores individuais
ou autônomos presentes no município. Ressalta-se que o SNIS não questiona sobre a situação formal (jurídico-
legal) dessas organizações.

Sobre a existência de catadores de materiais recicláveis que trabalham dispersos nas cidades, o SNIS
solicita aos municípios a existência ou não da atividade de coleta informal de recicláveis. Como resposta, em
2021, obteve-se que 73,4% dos municípios respondentes da amostra (3.595 municípios com o campo CA004
= “Sim”) reconhecem a atividade de coleta de resíduos recicláveis por catadores que atuam de maneira
autônoma e dispersos nas cidades.

Salienta-se que não é raro as prefeituras desconhecerem maiores detalhes sobre as organizações.
Nesse ano o SNIS computou um total de 39.070 catadores associados em 1.823 entidades associativas ou
cooperativas presentes em 1.298 municípios da amostra (campo CA005= “Sim”), confirmando mais um ano
de Série Histórica do SNIS com aumento progressivo de número de cooperativas e/ou associações declararas,
bem como de catadores vinculados a essas organizações. A distribuição espacial por macrorregiões dessas
organizações é apresentada a seguir.

Quantidade de cooperativas e associações de catadores atuantes


nos municípios participantes do SNIS
(segundo macrorregião geográfica, em 2021)
Quantidade de
Percentual de Quantidade Percentual de Número médio de
cooperativas/associações
Macrorregião entidades de associados associados associados por
de catadores
(%) (CA007) (%) cooperativa/associação
(CA006)

Norte 83 4,6 2.057 5,3 24,8

Nordeste 344 18,9 9.291 23,8 27,0

Sudeste 684 37,5 13.083 33,5 19,1

Sul 573 31,4 11.362 29,1 19,8

Centro-Oeste 139 7,6 3.277 8,4 23,6

Total - 2021 1.823 100,0 39.070 100,0 21,4

Total - 2020 1.677 100,0 35.870 100,0 21,4

Total - 2019 1.480 100,0 31.527 100,0 21,3


Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 23

Sediando 37,5% (684 organizações) das associações ou cooperativas de catadores do país, na


macrorregião Sudeste estão atuando mais de 13 mil catadores de materiais recicláveis, o equivalente
a 33,5% da força de trabalho das associações e cooperativas identificadas pelo SNIS. No Sul do país,
encontram-se 573 organizações (31,4% do total), onde 11.362 (29,1% do total) trabalhadores se dedicam à
recuperação de resíduos recicláveis. As demais macrorregiões representam juntas o equivalente a 31,1%
das organizações e 37,5% dos trabalhadores.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 24

2.740 municípios
exportadores e importadores de RSU destinados a
unidades de processamento no SNIS-RS 2021

COMPARTILHAMENTO DE UNIDADES DE PROCESSAMENTO DE RSU


(total de municípios exportadores e importadores de RSU e (%) em relação ao tipo de fluxo por
macrorregião geográfica, em 2021)

14 municípios (5,8%)
57 municípios (2,4%)
0 (0,0%)

64 municípios (26,4%)
489 municípios (20,3%)
3 municípios (3,5%)
NORTE

NORDESTE

CENTRO-OESTE

SUDESTE
27 municípios (11,2%) 74 municípios (30,6%)
116 municípios (4,8%) 852 municípios (35,3%)
2 municípios (2,3%) 34 municípios (39,5%)

BRASIL SUL
Importadores
242 municípios
Exportadores
2.412 municípios 63 municípios (26,0%)
Importadores e Exportadores simultaneamente 898 municípios (37,2%)
86 municípios
47 municípios (54,7%)

242 2.412 86
municípios importam exportam (parcial ou municípios importam e
RSU de outros municípios integralmente) RSU para exportam RSU
(8,8%)* outros municípios (3,1%)*
(88,0%)*

* Em relação ao total de 2.740 municípios que realizam quaisquer tipos de fluxo RSU no país
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 25

O compartilhamento de unidades de processamento de resíduos sólidos domiciliares e públicos se


caracteriza como uma prática crescente no país. Tal estratégia oportuniza a organização das unidades
de processamento de resíduos de maneira a alcançar uma melhor utilização dos processos tecnológicos e
compartilhamento dos custos fixos da operação entre mais de um município, ou seja, um ganho de escala
pela possibilidade de reduzir o custo médio do tratamento ou disposição final de resíduos. Como resultado
do compartilhamento de unidades se constatam os Fluxos de RSU entre municípios, em que alguns municípios
são designados importadores, outros exportadores e, em algumas ocasiões, importadores e exportadores
simultaneamente.

Para apurar os fluxos de importação e exportação de resíduos entre os municípios, o SNIS realiza
uma análise de consistência que se baseia na dupla confirmação dos dados (entre os municípios que
encaminham os resíduos para unidades de processamento – exportadores - e os municípios – importadores -
que os recepcionam), nesta oportunidade são corrigidas inconsistências quando um município não declara
algum fluxo ou declara equivocadamente o destino dos seus RSU. É importante notar que, em virtude da
característica amostral do SNIS, há unidades de processamento localizadas em municípios não declarantes,
nestes casos constarão as informações prestadas pelos municípios que responderam as informações no ano
de referência 2021 sem que haja a dupla confirmação dos dados.

Conjuntamente com os relatórios, são publicadas no site do SNIS as tabelas de Informações e


Indicadores, dentre as quais está contida a “Planilha_Municipios_Importadores_Inadimplentes_RS_2021” em
que os municípios importadores de resíduos que não responderam no ano de referência estão listados, assim
como os municípios que exportam para essas unidades e as respectivas massas de resíduos que por elas
foram encaminhadas.

Então para se chegar aos resultados sobre municípios importadores, exportadores e ambos
concomitantemente, o SNIS utiliza a planilha publicada “Planilha_Unidades_Fluxos_RS_2021” para o
cruzamento do campo UP025 “Município de origem dos resíduos” com o campo Nome “Município de
Localização” da unidade de processamento, atentando-se para o fato de que para o procedimento de
contagem são consideradas as unidades do tipo “Aterro Sanitário”, “Aterro Controlado”, “Lixão”, “Unidade
de Triagem (Galpão ou Usina)” e “Unidade de Compostagem (pátio ou usina)”, além disso, são excluídas
as informações duplicadas para os casos de quando um município recepciona resíduos de mais de um
município, para quando ele exporta para mais de um município e quando há a classificação de “Importador
e Exportador” de tal forma que cada município é contabilizado uma única vez para alguma dessas
categorias. Por fim, para efeitos de contagem dos fluxos nacionais, são considerados os municípios na
planilha de importadores inadimplentes, levando em conta que eles podem ter sido declarados também
como exportadores, caracterizando-se, portanto, como importadores e exportadores simultaneamente.

• 242 municípios são considerados como “importadores”, ou seja, que tem unidades que importam
resíduos domiciliares e públicos de outros municípios;

• 2.412 exportam parcial ou integralmente seus resíduos domiciliares e públicos para unidades de
processamento localizadas em outro território municipal; e,

• 86 municípios praticam a importação e a exportação concomitantemente.

Interessante notar um significativo contingente de municípios que praticam exportação de resíduos


sólidos urbanos, atingindo 2.498 municípios, 51,0% do total de municípios presentes na amostra. Esse número
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 26

evidencia o intenso fluxo intermunicipal de resíduos, ou seja, que a prática de exportação de resíduos ou
o compartilhamento de unidades já está consolidado no país. Na hipótese de se considerar somente a
quantidade de municípios importadores com a quantidade de municípios exportadores, desprezando-se
aqueles que importam e exportam simultaneamente, obtém-se uma proporção – ou intensidade de fluxo -
de 1:10,0, ou seja, para cada município importador, tem-se aproximadamente 10 exportadores.

Na análise desagregada por macrorregião, salienta-se o resultado para a macrorregião Sul que
demonstra o maior fluxo intermunicipal de resíduos domiciliares, da amostra de 1.008 municípios que
declaram fluxo nessa macrorregião, obtendo-se uma proporção de 1:14,2 (considerando 63 importadores
e 898 exportadores), ou seja, para cada município importador, tem-se aproximadamente 14 exportadores.
Contudo, como é possível perceber ao se avaliar os dados do SNIS, há casos como o município de Minas
do Leão/RS em que um aterro sanitário privado é o destino dos resíduos de 96 outros municípios gaúchos
identificados nas tabelas do SNIS. Desta forma, casos atípicos podem influenciar os resultados apresentados.

Já no Norte do país, identificam-se 57 exportadores e 14 importadores, em que a razão 1:4,1 traz a


percepção de intensidade de fluxo de RSU e revela que esta prática não é tão empregada na macrorregião,
o que se justifica, sobretudo, pelas questões regionais dadas as distâncias que se impõem entre os municípios
e as complicações de infraestruturas de acesso.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 27

MUNICÍPIOS PARTICIPANTES DO SNIS-RS QUE EXPORTAM, IMPORTAM


OU NÃO REALIZAM FLUXO INTERMUNICIPAL DE RSU
(segundo município, em 2021)

Fluxos de destinação de RSU no Brasil

Importador

Exportador

Importador e Exportador

Exportador Inadimplente

Não realiza fluxo

Sem Informação
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 28

MASSA RECEBIDA NAS UNIDADES DE PROCESSAMENTO


Em relação às massas totais recebidas nas unidades de processamento, o SNIS apurou um montante
de 96,2 milhões de toneladas, que inclui todo o tipo de resíduo: domiciliares e públicos, de saúde, construção
civil, podas e outros. As massas foram recebidas nas 5.530 unidades de processamento em operação no ano
de referência e o detalhamento por tipos de unidade e macrorregiões pode ser observado adiante.

Para o total das massas contabilizadas em relação ao conjunto das unidades de processamento,
constatou-se um aumento na ordem de 0,3 milhões de toneladas em relação a amostra de 2020. A variação
se justifica pelo aperfeiçoamento dos avisos e erros do sistema e pelas consistências realizadas após coleta
para atenção aos balanços de massa dos RSU, com a correta indicação do encaminhamento das massas
de resíduos coletadas nas respectivas unidades de processamento. Cabe ressaltar que para esta análise,
foram contabilizadas as massas do campo UP080 das unidades de processamento, ou seja, a massa total
encaminhada a elas, e não só o campo UP007, referente apenas à parcela de RDO+RPU.

Em termos quantitativos, sobressai-se o grupo das unidades de disposição final, lixões e aterros
controlados e sanitários, com 67,1 milhões de toneladas, ou seja, 69,8% do total recebido em todas as unidades
de processamento. Mesmo com o aumento do número das unidades de disposição final, o quantitativo
diminuiu cerca de 500 mil toneladas em relação ao ano passado.

Já o grupo das unidades de transbordo recebeu pouco mais de 12,0 milhões de toneladas, ou 12,5%
do total recebido em todas as unidades de processamento, massa de resíduos que sofreu algum tipo de
transferência antes de seu encaminhamento para outra unidade de processamento, seja um lixão, um aterro,
uma unidade de triagem, uma unidade de incineração ou outra. Relacionar a massa total transferida com
a massa total coletada no país se mostra um exercício interessante. Neste sentindo, realizar a divisão de
12,0 milhões de toneladas “transbordadas” por 65,63 milhões de toneladas coletadas (Diagnóstico Temático
3 - Pg. 47), resulta que, pelo menos, 18,2% desse montante passe por alguma unidade de transbordo antes
de sua destinação final. É possível inferir igualmente, por dia útil (desconsiderando apenas os domingos, 313
dias), uma quantidade aproximada de 38,5 mil toneladas por dia de RDO+RPU.

No caso das unidades de tratamento, as unidades de triagem (usinas e galpões de catadores), registra-
se que em 2021, juntas, receberam um montante de 5,2 milhões de toneladas ou 5,4% do total recebido
nas unidades de processamento. Nessa avaliação não se distingue a procedência dos resíduos, ou seja, se
são oriundos de uma coleta indiferenciada (“resíduos misturados”), coleta de grandes geradores ou se são
oriundos de uma coleta seletiva de resíduos domiciliares. Também não se distingue se foram encaminhados
para “usinas” ou para “galpões de triagem”. Mais adiante será apresentada uma avaliação considerando o
quantitativo relacionado apenas aos resíduos domiciliares. Já as unidades de compostagem (pátio ou usina)
receberam, entre resíduos domiciliares e públicos, um total de 420,5 mil toneladas no ano de 2021, o que
representou 0,4% do quantitativo recebido no conjunto de todas as unidades de processamento de resíduos
avaliadas pelo SNIS.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 29

Massa total de resíduos recebidos pelas unidades de processamento (informação UP080)


dos municípios participantes do SNIS
(segundo macrorregiões geográficas, em 2021)

Massa total recebida pelas unidades de processamento Massa total


recebida nas
Tipo de unidade de
unidades de
processamento* Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste processamento
(UP080)

Aterro sanitário 2.290.989,00 10.025.020,30 25.629.637,00 7.137.140,70 3.507.164,50 48.589.951,50

Unidade de transbordo 32.582,30 1.914.981,20 7.879.282,70 1.654.389,70 556.310,90 12.037.546,80

Lixão 2.039.402,50 5.796.780,70 737.657,90 43.734,00 1.397.655,40 10.015.230,50

Aterro controlado 1.035.484,00 2.959.101,30 3.425.778,60 223.296,40 847.931,40 8.491.591,70

Unidade de triagem
336.193,60 463.781,30 2.551.237,60 1.351.000,70 484.920,80 5.187.134,00
(galpão ou usina)

Área de transb e triagem de


461,00 79.575,90 3.506.788,20 455.090,20 0,00 4.041.915,30
RCC e volumosos (=ATT)

Aterro de Resíduos da
395.089,00 246.316,00 1.638.832,20 167.865,00 1.493.746,30 3.941.848,50
Construção Civil (=inertes)

Área de reciclagem de RCC**


0,00 252.200,00 1.522.793,90 89.236,00 75,00 1.864.304,90
(=un reciclagem entulho)

Outra 1.258,00 180.725,20 535.703,60 169.460,00 33.890,80 921.037,60

Unidade de compostagem
24.370,00 12.724,00 107.967,90 34.652,60 240.754,90 420.469,40
(pátio ou usina)

Unidade de manejo de
12.762,90 48.499,60 188.762,80 45.318,40 12.630,00 307.973,70
galhadas e podas

Queima em forno de qualquer


115.569,00 0,00 0,00 0,00 14.282,00 129.851,00
tipo

Unid. tratamento por


100,00 318,70 99.917,80 17.212,60 0,00 117.549,10
microondas ou autoclave

Vala especifica de RSS 755,50 22,00 78.783,90 4,50 300,60 79.866,50

Unidade de tratamento por


30,00 8.640,50 13.771,50 2.322,60 200,00 24.964,60
incineração

Coprocessamento 0,00 0,00 9.158,50 281,70 2.541,20 11.981,40

6.285.046,80 21.988.686,70 47.926.074,10 11.391.005,10 8.592.403,80 96.183.216,50***


Total - 2021
6,5% 22,9% 49,8% 11,8% 8,9% 100,0%

5.251.239,60 21.918.059,10 44.860.953,40 11.674.369,70 9.022.877,80 92.727.499,60


Total - 2020
5,7% e a “Unidade
Nota*: A “Unidade de transbordo (RDO+RPU)” 23,6%Área de transbordo
48,4% e triagem 12,6% 9,7% (ATT)” possuem
de RCC e volumosos 100,0% como
função serem áreas de transferência de resíduos para outras unidades, alerta-se para a dupla contagem ao se inferir a massa total recebida
nas UPs no ano de 2020. 4.113.764,00 16.746.350,40 37.789.174,70 9.061.254,00 8.103.347,70 75.813.890,80
Total - 2019
5,4% 22,1% 49,8% 12,0% 10,7% 100,0%

* Para evitar inconsistências o SNIS orienta e possui avisos e erros para o cadastro de unidades de processamento, porém a categorização
do tipo de unidade em operação no município é realizado segundo critérios próprios de classificação.
** RCC: Resíduos da Construção Civil (ou Resíduos de Construção e Demolição: RCD)
*** O SNIS alerta que os somatórios das massas recebidas nas unidades de processamento não representa a massa total de resíduos do
país, pelo fato das unidades fazerem transferência de resíduos entre si, como por exemplo de unidades de transbordo que transferem
resíduos para unidades de disposição final ou unidades de triagem que tratam resíduos e encaminham parte deles como rejeitos aos aterros
sanitários. Por isso, somar essas massas de resíduos pode resultar em dupla contagem e em uma interpretação equivocada das informações.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 30

Quanto à distribuição da massa total recebida por macrorregiões, verifica-se, conforme esperado,
devido ao contingente populacional, que há uma maior concentração nas massas de resíduos
recepcionadas nas unidades de processamento localizadas na macrorregião Sudeste com 47,9 milhões de
toneladas recebidas, tal parcela representa quase a metade do montante apurado no país. A segunda
maior parcela é referente à macrorregião Nordeste, com 21,9 milhões de toneladas (22,9% do total), que
somada a macrorregião Sudeste, representa 72,7% do quantitativo do país.

Com o enfoque na disposição inadequada (lixões e aterros controlados), a macrorregião Nordeste


comporta 47,3% da massa encaminhada para essas unidades (8,8 milhões de toneladas), o Sudeste, em
função dos aterros controlados, representa neste contexto 22,5% (4,2 milhões de toneladas), muito semelhante
ao que se constata nas macrorregiões Norte e Centro-Oeste que, juntas, comportam 28,7% (5,3 milhões de
toneladas). Por outro lado, a macrorregião Sul é a que representa apenas 1,5% (267 mil toneladas) da massa
encaminhadas a esses tipos de unidades.

Referente aos aterros sanitários, a macrorregião Sudeste envia a maior quantidade de massa de resíduos
para este tipo de unidade, as quais absorveram 25,6 milhões de toneladas, ou seja, 52,7% do total recebido
em unidades classificadas neste tipo. Em seguida, aparece a macrorregião Nordeste, com o montante de
10,0 milhões de toneladas, ou 20,6% do total. Na sequência, tem-se a macrorregião Sul, com 7,1 milhões de
toneladas (14,7%), a macrorregião Centro-Oeste, com 3,5 milhões de toneladas (7,2%) e o Norte, que dobrou
a quantidade em relação ao ano passado, com quase 2,3 milhões de toneladas (4,7%) do total recebido
em aterros sanitários no país. Mais adiante essa análise será complementada com a estimativa da massa de
RDO+RPU encaminhada para unidades de disposição em solo, que leva em consideração a perspectiva
populacional já que relaciona a disposição final com a estimativa da massa coletada e a recuperação de
resíduos para cada uma das macrorregiões.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 31

QUANTIDADE RECUPERADA DE RECICLÁVEIS


SECOS E ORGÂNICOS

1,12 milhão de 0,40 milhão de


tonelada tonelada
massa estimada de recicláveis massa recuperada de resíduos
secos recuperada recicláveis orgânicos

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) determina que cabe ao titular dos serviços
estabelecer sistema de coleta seletiva de materiais recicláveis secos (papel, plástico, metal, vidro e orgânicos).
Mas em muitos municípios os resíduos recicláveis secos ainda estão incluídos na coleta indiferenciada
(convencional).

No SNIS-RS 2021, a recuperação de materiais recicláveis secos esteve presente em 2.167 municípios
(44,2% dos 4.900 da amostra). O universo é maior que o da coleta seletiva sob qualquer modalidade (1.567
municípios), porque contempla quem faz recuperação de materiais recicláveis secos com e sem coleta
seletiva.

Em relação à população urbana, dos 2.167 municípios que tiveram o indicador (IN032) calculado, o
SNIS-RS 2021 apontou a recuperação de quantidade equivalente a 505,95 toneladas/município.ano ou a 8,26
kg/habitante.ano. A maior média per capita é a da macrorregião Sul (15,0 kg/habitante.ano) e a menor da
macrorregião Sudeste (6,4 kg/habitante.ano). Nos municípios da faixa populacional 1 (até 30 mil habitantes),
o indicador alcança 24,5 kg/habitante.ano e nos da faixa 5 (entre 1 milhão e 4 milhões de habitantes), 3,7 kg/
habitante.ano, sendo esse o menor valor.

Com a aplicação dos indicadores médios das macrorregiões às populações urbanas dos 5.570
municípios, o SNIS-RS estimou a recuperação de 1,12 milhão de toneladas/ano de massa de recicláveis
sólidos secos no Brasil em 2021. Considerando-se, hipoteticamente, a estimativa da presença de 32,0%
(conforme composição gravimétrica indicada para a América Latina e Caribe pelo Banco Mundial em 2018),
o montante estimado representa cerca de 5,3% do total potencialmente recuperável.

No que se refere a recuperação de resíduos recicláveis orgânicos nas 77 unidades de compostagem


informadas ao SNIS-RS 2021, foram recebidas 0,40 milhão de toneladas de RDO+RPU (UP007). A utilização de
compostagem para tratamento de RSU proporciona não só a diminuição do aterramento de resíduos, mas
também, a valorização de resíduos orgânicos como matéria prima na produção de compostos orgânicos
enriquecedores de solo. Devido ao número restrito de unidades, ou seja, ao diminuto emprego em escala
municipal do tratamento de resíduos orgânicos, o SNIS não estima a recuperação de orgânicos aos não
participantes da amostra.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 32

8,26 kg/habitante.ano
média per capita da massa de
recicláveis secos recuperada
em 2.167 municípios no
SNIS-RS 2021

MASSA RECUPERADA DE RECICLÁVEIS SECOS DE RDO (IN032)


(total por macrorregião geográfica, em 2021)

NORTE
8,16 kg/hab.ano

NORDESTE
6,68 kg/hab.ano

CENTRO-OESTE
8,63 kg/hab.ano

SUDESTE
6,37 kg/hab.ano

SUL
15,01 kg/hab.ano

IN032
Massa recuperada per capita de materiais recicláveis (exceto matéria
orgânica e rejeitos) em relação à população urbana (kg/habitante.ano)
Quantidade total de materiais
recicláveis recuperados (CS009)
IN032 = X 1.000
População urbana do município (SNIS/IBGE)
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 33

Para a avaliação da recuperação de materiais o SNIS utiliza o indicador IN032 – Massa recuperada
per capita de materiais recicláveis (exceto matéria orgânica e rejeitos) em relação à população urbana
do município (POP_URB) estimada pelo SNIS/IBGE. Por convenção, a massa recuperada se distribui por
toda população urbana do município, independentemente da população atendida com coleta seletiva.
Compondo o indicador, tem-se a informação “Quantidade total de materiais recicláveis recuperados:
- CS009”, que pode ser informada diretamente em termos de valor total ou resultante do somatório do
quantitativo recuperado por tipo de materiais: papel, plástico, metal, vidro e outros.

Para a leitura dos resultados é necessário considerar as dificuldades que são percebidas no decorrer da
coleta de dados. Existem momentos durante as análises de consistência das informações em que o município
é indagado pelo SNIS sobre a ausência ou inconsistência de dados sobre a recuperação de materiais. Assim,
percebe-se a existência de problemas que comprometem uma consolidação mais precisa das quantidades
recuperadas, seja pela falta de registros sistemáticos ou pela dificuldade de articulação com outros setores
da prefeitura ou com as próprias associações de catadores. Tal fato não ocorre apenas em pequenos
municípios, tendo sido verificado em municípios de maior porte populacional, que também não alcançam
uma precisão mínima ou que optam por não informar a coleta seletiva e a recuperação de resíduos por falta
desses registros. A ausência dessas informações pode resultar em uma subestimativa da massa de recicláveis
secos recuperada da massa de RSU coletada no país.

Outro aspecto importante e que tem gerado confusão, é a falta de discernimento entre “coleta
seletiva” e tratamento “triagem/recuperação de materiais recicláveis secos”. Tratam-se de procedimentos
distintos, mas que, ainda hoje, constituem-se em empecilho para uma boa apropriação de registros.
Enquanto o primeiro é definido como o conjunto de procedimentos referentes ao recolhimento diferenciado
de resíduos recicláveis (papel, plástico, metal, vidro e outros) e/ou de resíduos orgânicos na sua fonte
geradora, desde que previamente separados; o segundo é definido como um tratamento que reúne um
conjunto de procedimentos técnicos que proporcionam a segregação da massa de recicláveis por tipo de
material – papel, plástico, metal, vidro e outros – recolhidos por meio de coleta seletiva ou não e destinados
à recuperação pelas vias da reutilização ou reciclagem. Por isso, esta avaliação é restrita ao procedimento
de tratamento que ocorre nas unidades de processamento e, para consulta dos resultados sobre a logística
de coleta seletiva, deve ser consultado o Diagnóstico Temático sobre a Gestão Técnica dos Serviços.

Por fim, é indispensável a compreensão de que não se deve assumir que os resultados apresentados
adiante sejam a quantidade total de resíduos recuperados no país, uma vez que as informações coletadas são
sobre os resíduos sólidos urbanos, o que compreende a parcela de resíduos sólidos domiciliares – exclusivamente
- e cujos dados são informados pelos municípios. Os resíduos sólidos recicláveis secos recuperados em um
país vão além da fração de RSU e congregam resíduos sólidos recicláveis pré-consumo, ou seja, de origem
industrial, assim como os pós-consumo, que podem ser coletados de grandes geradores seletivamente pelos
sistemas de gerenciamento de resíduos municipais ou aqueles resíduos sólidos recicláveis secos que de
alguma maneira foram reciclados, mas encaminhados aos processos de recuperação informalmente, sem
o conhecimento das prefeituras. Todos estes processos têm grande influência no quantitativo de resíduos
sólidos recuperados pelos sistemas de reciclagem de um país.

Dadas as considerações anteriores, para a confecção dos resultados, o cálculo do indicador IN032
computou informações de 2.167 municípios, representando 44,2% da amostra de municípios participantes do
SNIS e que é maior do que o número de municípios que indicaram realizar a coleta seletiva sob quaisquer
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 34

modalidades (1.567 municípios), já que a recuperação de resíduos pode advir ou não de uma coleta
seletiva, considerando a possibilidade de sistemas de manejo de RSU conjugarem coleta indiferenciada com
a utilização de “usinas de triagem e compostagem” mecanizadas ou não. Embora, considera-se que a boa
prática é a recuperação a partir da coleta seletiva.

Massa recuperada per capita de materiais recicláveis (exceto matéria orgânica e rejeitos) em
relação à população urbana dos municípios participantes do SNIS (IN032)
(segundo macrorregião geográfica, em 2021)

Massa recuperada
Quantidade População Total (CS009) Média municipal per capita
Macrorregião
de municípios urbana (t./ano) (t./mun.ano) (IN032)
(kg/hab.ano)

Norte 85 8.632.641 70.416,10 828,42 8,16

Nordeste 302 22.168.761 148.187,10 490,69 6,68

Sudeste 835 67.587.143 430.532,40 515,61 6,37

Sul 784 23.602.249 354.192,90 451,78 15,01

Centro-Oeste 161 10.781.032 93.065,00 578,04 8,63

Total - 2021 2.167 132.771.826 1.096.393,50 505,95 8,26

Total - 2020 1.999 128.890.002 1.029.573,50 515,00 7,99

Total - 2019 1.681 123.376.867 928.959,90 552,60 7,53

Nota: Na hipótese de se excluir os municípios da faixa 6 (Rio de Janeiro/RJ e São Paulo/SP), devido a seus grandes
contingentes populacionais, o indicador médio da região Sudeste sobe para 7,38 kg/hab.ano e o indicador do país para
9,00 kg/hab.ano.

O índice médio, nesta edição, registra 8,26 kg/hab.ano, maior que no ano anterior e caracteriza
uma situação de crescimento no país nos últimos três anos (7,53 em 2019 e 7,99 em 2020), relativa à massa
recuperada de resíduos sólidos recicláveis por habitantes urbanos.

Agregado por macrorregiões, no Sul e Sudeste se percebe uma quantidade de resíduos recuperados na
ordem de 784,72 mil toneladas, 71,6% do total declarado para o país. Outros 13,5% ficam com a macrorregião
Nordeste, 8,5% com a Centro-Oeste e o restante, 6,4%, é atribuído à macrorregião Norte. Embora, em números
absolutos, a macrorregião Sudeste seja a primeira colocada no quesito recuperação, com um montante de
430,53 mil toneladas, quando relativizado com a numerosa população urbana, por meio do indicador IN032,
a região tem um indicador médio igual a 6,37 kg/hab.ano, inferior, portanto, ao do país, que alcança 8,26 kg/
hab./ano, com a ressalva pormenorizada na nota explicativa do quadro do indicador IN032.

Historicamente a macrorregião Sul se destaca com um resultado bem acima da média nacional. O
indicador médio nacional IN032, chega a 15,01 kg/hab.ano, quase o dobro do resultado nacional de 8,26
kg/hab./ ano. Nas macrorregiões Norte e Centro-Oeste, percebe-se um resultado bem próximo à média
nacional. Cabe ainda destacar, o expressivo aumento da macrorregião Norte em relação ao ano passado,
com o índice de 8,16 kg/hab.ano, 2,03 vezes maior do que o de 2020 (3,93 kg/hab.ano), aumento explicado
pela declaração de massa recuperada das capitais Boa Vista/RR e Macapá/AP, que no ano anterior não
haviam declarado nenhuma quantidade recuperada (CS009).
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 35

A macrorregião Centro-Oeste alcança 8,63 kg/hab.ano, devendo-se, no entanto, ficar atento ao fato
de que 34,9% (32.558,6 t.) da massa recuperada se deve a Goiânia/GO e a Brasília/DF. O Nordeste apresenta
desempenho de 6,68 kg/hab.ano, valor inferior à média nacional.

Evolução da massa recuperada per capita de materiais recicláveis


(exceto matéria orgânica e rejeitos) em relação à população urbana (IN032)
(segundo macrorregião geográfica, entre 2019 e 2021)

16,00

14,00

12,00
IN032 (kg/hab.ano)

10,00 8,26
- indicador médio (IN032)

8,00

6,00

4,00

2,00

4,90 3,93 8,16 4,94 4,93 6,68 6,35 6,76 6,37 14,22 15,58 15,01 7,98 7,82 8,63
0,00
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Macrorregiões

IN032 2019 IN032 2020 IN032 2021 IN032 médio 2021

Massa recuperada de recicláveis secos dos municípios participantes do SNIS


(segundo faixa populacional, em 2021)

Massa recuperada
Faixa Quantidade População Total (CS009) Média municipal per capita
Populacional de municípios urbana (t./ano) (t./mun.ano) (IN032)
(kg/hab.ano)

1 1.493 11.058.908 271.009 181,52 24,51

2 440 19.595.688 277.413 630,48 14,16

3 135 19.261.321 166.411 1.232,67 8,64

4 83 37.576.524 211.993 2.554,13 5,64

5 14 26.218.884 97.118 6.937,00 3,70

6 2 19.060.501 72.450 36.225,00 3,80

Total - 2021 2.167 132.771.826 1.096.394,00 505,95 8,26

Total - 2020 1.999 128.890.002 1.029.573,50 515,0 7,99

Total - 2019 1.681 123.376.867 928.959,90 552,6 7,53

Nota: Na hipótese de se excluir os municípios da faixa 6 (Rio de Janeiro/RJ e São Paulo/SP), devido a seus grandes
contingentes populacionais, o indicador médio do país sobe para 9,00 kg/hab.ano.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 36

Assim como ano passado, é observado um comportamento para os resultados da massa recuperada
per capita no agrupamento por faixas populacionais, os dados explicitam um movimento contínuo de queda
do indicador médio da menor para a maior faixa populacional, reforçando a tendência de outras edições e
demonstrando a maior efetividade de recuperação de materiais recicláveis secos nos municípios de menor
porte.

Nestes municípios de faixa 1 – até 30 mil habitantes – a massa recuperada per capita atinge o valor de
24,51 kg/hab.ano, valor inferior ao observado em 2020 (26,38 kg/hab.ano), mas mantém-se acima do médio
geral de 8,26 kg/hab.ano, aproximando-se do triplo observado na média geral do país.

No caso específico da primeira faixa, um fator influente é a existência de usinas de triagem que
recuperam um maior percentual de recicláveis secos por não contarem com uma coleta seletiva prévia, ou
seja, que não separa os resíduos na fonte. Contudo, salienta-se que isso não implica em outras questões para
além de produtividade ou eficiência destes municípios, já que, muitas vezes, toda a massa de RDO coletada
de forma indiferenciada (misturada: recicláveis secos + orgânicos + rejeitos) é destinada às “usinas”, as
quais promovem trabalho inadequado (catação manual de resíduos indiferenciados), demandam maiores
insumos e descarte de maior quantitativo de rejeitos, implicando, portanto, em maiores custos operacionais.

Evolução da massa recuperada per capita de materiais recicláveis (exceto matéria orgânica e
rejeitos) em relação à população urbana (IN032)
(segundo faixa populacional, entre 2019 e 2021)

30,00

25,00

20,00
IN032 (kg/hab.ano)

15,00

10,00 indicador médio (IN032) - 8,26

5,00

25,31 26,38 24,51 12,92 12,34 14,16 7,91 8,55 8,64 5,39 5,4 5,64 5,06 3,37 3,7 2,35 4,65 3,8
0,00
1 2 3 4 5 6
Faixa populacional

IN032 2019 IN032 2020 IN032 2021 IN032 médio 2021

Ante o olhar aos portes populacionais, entre 2019 e 2021, nota-se um aumento do indicador nas faixas
2, 3, 4 e 5, por outro lado, os munícipios das faixas nas extremidades inferior e superior (1 e 6), diminuem o seu
indicador de massa recuperada. Ainda nesta perspectiva, e mantendo ao que foi descrito no diagnóstico
do ano passado, observa-se que apenas as três primeiras faixas populacionais (população total com até 250
mil habitantes) têm seu indicador médio acima do indicador médio geral, com a terceira faixa bem próxima
da média nacional.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 37

2,35%
taxa de recuperação de materiais
recicláveis (exceto matéria orgânica
e rejeitos) em relação à quantidade
total (RDO+RPU) coletada, em 2021

TAXA DE RECUPERAÇÃO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS (EXCETO


MATÉRIA ORGÂNICA E REJEITOS) EM RELAÇÃO À QUANTIDADE TOTAL
(RDO+RPU) COLETADA (IN031)
(segundo macrorregião geográfica, em 2021)

828,42 t./mun.ano
IN031 = 2,35%

490,69 t./mun.ano
IN031 = 1,48%
NORTE

NORDESTE

CENTRO-OESTE

SUDESTE
578,04 t./mun.ano 515,61 t./mun.ano
IN031 = 2,68% IN031 = 1,85%

SUL
BRASIL
Média municipal
505,95 t./mun.ano
Percentual da massa recuperada em relação 451,78 t./mun.ano
à massa de RDO+RPU coletada (IN031) IN031 = 5,14%
2,35%

IN031
Taxa de recuperação de materiais recicláveis (exceto matéria orgânica e
rejeitos) em relação à quantidade total (RDO + RPU) coletada (%)
Quantidade total de materiais
recicláveis recuperados (CS009)
IN031 = X 100
Qtd. de RDO e RPU coletada pelo agente público (CO116) + Qtd. de
RDO e RPU coletada pelos agentes privados (CO117) + Qtd. recolhida na
coleta seletiva executada por associações ou cooperativas de catadores
COM parceria/apoio da Prefeitura (CS048) + Qtd. de RDO e RPU coletada
por outros agentes executores (CO142)
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 38

TAXA DE RECUPERAÇÃO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS (EXCETO


MATÉRIA ORGÂNICA E REJEITOS) EM RELAÇÃO À QUANTIDADE TOTAL
(RDO+RPU) COLETADA (IN031)
(segundo Unidades da Federação, em 2021)

15,67%
6,92%

0,86% 2,49%
2,30% 0,95% 2,11%

3,66%
2,63%
0,47%
0,61% 0,57%
0,89%
1,65% 0,72%

2,06%
2,98%

2,05%
3,24%

2,73%
1,44%
2,08%

1,92% 1,13%

4,99%

5,78%

4,89%
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 39

O indicador médio IN031 calculado para o ano de 2021 foi superior aos dois últimos anos, onde
observou-se médias de 2,17% (2020) e 2,09% (2019), sendo 2,35% o percentual de recuperação de recicláveis
secos em relação à massa total de RDO+RPU coletada nos municípios da amostra 2021.

Taxa de recuperação de materiais recicláveis (exceto matéria orgânica e rejeitos)


em relação à quantidade total (RDO+RPU) coletada (IN031)
(relativa aos municípios que recuperam resíduos segundo faixa populacional, em 2021)
9,00

8,00

7,00

6,00

5,00
IN031 (%)

4,00

3,00
2,35

2,00

1,00

7,57 7,84 7,09 3,85 3,57 4,09 2,4 2,53 2,69 1,49 1,39 1,58 1,29 0,87 1,03 0,63 1,26 1,05
0,00
1 2 3 4 5 6

Faixa populacional

IN031 2019 IN031 2020 IN031 2021 IN031 médio 2021

Com um comportamento semelhante ao indicador IN032, os valores do indicador IN031 demonstram


um decrescimento do indicador IN031 conforme a elevação do porte populacional, partindo de 7,09% na
primeira faixa e chegando a 1,05% na faixa 6. No entanto, os valores de recuperação em relação à massa de
RDO+RPU coletadas ainda são muito limitados, mesmo considerando os municípios de pequeno porte que
mostram uma recuperação de recicláveis secos de 7,09%, que representa cerca de três vezes o indicador
médio calculado para o conjunto do país.

A evolução dos dados aponta um aumento dos percentuais de massa recuperada em relação à
massa total coletada nas faixas de 2, 3, 4 e 5 e uma diminuição nas faixas 1 e 6, assim como apresentado
no indicador IN032. As três primeiras faixas populacionais apresentam índices acima da média nacional
observada, constatando a efetividade de recuperação nos pequenos municípios e consequentemente o
mérito de maiores recicladores de resíduos secos do país em relação às suas massas coletadas, embora
com valores ainda muito pequenos em relação ao potencial de recuperação existente nos resíduos sólidos
urbanos.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 40

808 mil t./ano


massa de resíduos recicláveis
recuperados com identificação
da composição em 1.496
municípios do SNIS-RS 2021

RECICLÁVEIS SECOS RECUPERADOS


(% por tipo de material, em 2021)

9,8%

13,5%
Papel e papelão - 322,6 mil t./ano
39,9%
Plásticos - 191,79 mil t./ano
13,0% Metais - 104,97 mil t./ano
Vidros - 109,38 mil t./ano
23,7% Outros - 79,3 mil t./ano

Dentre os 2.167 munícipios que declararam recuperação (CS009 ≠ vazio), 1.496 munícipios destes
declararam a composição da massa recuperada de recicláveis por tipo de material, informação não
obrigatória para quem declarou recuperação. Portanto, 69,04% dos municípios que realizam a recuperação
de resíduos contribuem para a informação de composição dos recicláveis constantes na massa de RDO+RPU
recuperada no país.

Semelhante ao analisado e reportado no diagnóstico de 2020, a porção de papéis e plásticos


representa a maior contribuição dentre os resíduos sólidos secos recuperados dos RDO+RPU,
correspondendo a 63,6% do total recuperado pelos sistemas municipais, seguidos pelos metais e vidros,
que foram contabilizados em 26,5% da quantidade total declarada. Por fim, uma quantidade menor se
comparada ao ano passado, 9,8% dos materiais foram agrupados como “outros”, o que pode indicar uma
melhora no enquadramento dos materiais. Entretanto, ainda se nota uma certa dificuldade dos prestadores
municipais em agrupar a diversidade de materiais nas demais categorias visto que esta categoria agrupa
79,3 mil t./ano, justificando-se possivelmente pela presença de outros tipos de materiais como, por exemplo,
borrachas e tecidos.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 41

ESTIMATIVA DA MASSA RECUPERADA DE


RECICLÁVEIS SECOS
Utilizando-se da mesma metodologia empregada nos anos anteriores para a estimativa da quantidade
total recuperada de recicláveis secos no país, em função do universo de municípios desta edição, o SNIS
adota método de cálculo similar ao utilizado para a estimativa da quantidade total coletada de RDO+RPU
(vide Diagnóstico Temático sobre a Gestão Técnica dos Serviços de Manejo de RSU, pg. 47), acrescentando,
no caso, uma ponderação relativa ao percentual da população urbana da amostra abrangida pelos serviços
de recuperação de resíduos recicláveis secos.

Em outras palavras, o SNIS computa o produto dos indicadores médios por macrorregião geográfica
(IN032) pelas respectivas populações urbanas residentes nos municípios brasileiros (IBGE), encontrando assim
a quantidade estimada de massa recuperada em toneladas por ano. Após isso, utiliza-se como fator de
correção a multiplicação do resultado pelos percentuais de população urbana dos municípios com materiais
recicláveis recuperados entre os municípios que fazem parte da amostra (População urbana correspondente
aos municípios com materiais recicláveis, CS009 ≠ “vazio”), obtendo-se, assim, a estimativa da massa total
recuperada, em toneladas por ano.

Estimativa de massa total de materiais recicláveis secos recuperados


(segundo macrorregiões geográficas, em 2021)

Estimativa da massa total recuperada a partir do indicador IN032

Pop. urb.
Quantidade Quantidade de correspondente Estimativa
Macrorregião Indicador
de municípios População massa recuperada aos mun. com da massa
médio
urbana em função da materiais recicláveis total
(IN032)
(IBGE) população urbana recuperados entre recuperada
(kg/hab.ano)
(t./ano) os mun. da amostra (t./ano)
(CS009 ≠ vazio) (%)

Norte 450 13.970.531 8,16 113.999,53 64,70 73.757,70

Nordeste 1794 42.450.593 6,68 283.569,96 56,75 160.925,95

Sudeste 1668 83.473.545 6,37 531.726,48 81,75 434.686,40

Sul 1191 26.041.942 15,01 390.889,55 91,50 357.663,94

Centro-Oeste 467 14.887.828 8,63 128.481,96 74,36 95.539,18

Total - 2021 5.570 180.824.439 8,26 1.493.609,87 75,71 1.122.573,17

Total - 2020 5.570 179.436.864 7,99 1.340.251,60 76,15 1.073.374,00

Total - 2019 5.570 178.011.749 7,53 1.276.930,67 80,01 1.042.349,43

Desta forma, ao se estimar a massa total de resíduos recicláveis secos, obtém-se o resultado de
aproximadamente 1,12 milhão de toneladas recuperadas, o que corresponde a cerca de 1,7% do total
estimado de 65,63 milhões de toneladas de resíduos domiciliares e públicos coletados em 2021 (Diagnóstico
Temático sobre a Gestão Técnica dos Serviços de Manejo de RSU, pg. 47).

Chama-se atenção para o fato de que esta parcela aparentemente reduzida – de 1,7% sobre o total
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 42

de RDO+RPU – assume maior significado quando se admite que a fração de “materiais recicláveis secos”
presente no conjunto de RDO+RPU seja de 32,0% (conforme composição gravimétrica indicada para a
América Latina e Caribe pelo Banco Mundial em 2018)1. Nesta hipótese, o montante de 1,12 milhão de
toneladas estimado para o país significa aproximadamente 5,3% do total potencialmente recuperável de
recicláveis secos (papel, plástico, metal e vidro). Tal resultado demonstra um estágio incipiente da reciclagem
de “secos” no Brasil.

Estimativa do potencial de recuperação de recicláveis secos


(por percentual (%), em 2021)

1.122.573

21.001.600

5,3%

Massa de recicláveis secos Massa estimada, a partir do IN032,


potencialmente existente na de recicláveis secos recuperados
32,0%
massa total, admitindo-se 32,0% da massa total (t.)
(t.)
68,0% Massa de recicláveis secos
Massa de matéria orgânica e potencialmente existentes e não
rejeitos (t.) recuperados na massa total (t.)
94,7%

44.628.400
19.879.027

MASSA RECUPERADA DE RECICLÁVEIS ORGÂNICOS


Adiante é sintetizada a quantidade de resíduos recebidas nas unidades de compostagem, este
resultado é elaborado a partir das respostas diretas da informação UP007, que é a quantidade de RDO+RPU
recebida na unidade de processamento. Embora seja sabido que as unidades de tratamento do tipo
“Unidade de compostagem (pátio ou usina)” recepcionem resíduos sólidos domiciliares e de limpeza pública
sobretudo de característica orgânica, deduz-se que alguma parte seja considerada rejeito inerente ao
processo de coleta e tratamento. Contudo, o SNIS ainda não faz distinção entre resíduos orgânicos coletados
e recuperados, por se tratarem, ainda, de valores pouco expressivos sob a perspectiva macrorregional.
Portanto, para fins de contabilização de recuperação de resíduos orgânicos é feita a simplificação que
os RDO+RPU encaminhados para essas unidades são recuperados e proporcionam não só a diminuição
do aterramento de resíduos, mas, também, a valorização de resíduos orgânicos como matéria prima na
produção de compostos orgânicos enriquecedores de solo.

1
Kaza, Silpa; Yao, Lisa C.; Bhada-Tata, Perinaz; Van Woerden, Frank. 2018. What a Waste 2.0: A Global Snapshot of Solid Waste Management
to 2050. Urban Development;. © Washington, DC: World Bank.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 43

Massa total de resíduos recicláveis orgânicos recebidas em unidades de compostagem


(toneladas e percentual, segundo macrorregiões geográficas, 2021)

Quantidade de RDO+RPU recebida % em relação ao total


Macrorregião
(UP007) em mil toneladas recuperado

Norte 24,37 5,9%

Nordeste 12,72 3,1%

Sudeste 102,68 24,9%

Sul 31,31 7,6%

Centro-Oeste 240,72 58,5%

Total - 2021 411,80 100,0%

Total - 2020 285,53 100,0%

Total - 2019 299,38 100,0%

Da massa contabilizada para o país, recuperadas pelas unidades de compostagem, constatou-se um


aumento de cerca 145% em relação a amostra de 2020. O aumento mais expressivo foi na macrorregião
Centro-Oeste, onde em 2020 foi declarado 62,12 mil toneladas, em 2021, impulsionado pelas quantidades
declaradas por Brasília/DF, o valor aumentou para 240,72 mil toneladas, 58,5% do total de recicláveis orgânicos
recuperados no país. A macrorregião Sudeste é responsável por 24,9%, a segunda maior participação no
total de recicláveis orgânicos recebidos nas unidades de compostagem. As macrorregiões Norte, Nordeste e
Sul somam a participação de 16,6% do total da amostra, o quantitativo do conjunto é menor do que os das
macrorregiões de maior representatividade neste estudo.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 44

MASSAS RECUPERADAS NAS UNIDADES DE TRATAMENTO DO TIPO


TRIAGEM (GALPÃO OU USINA) E COMPOSTAGEM
(milhares de toneladas por tipo e Unidade da Federação, em 2021)

19,26 AP
0,00
10,68 0,00
RR

8,67 0,00
25,25 23,54
0,00 0,00
AM 21,29
0,14 14,64 3,00
CE RN
MA 22,25
PA PI 1,76
PB

18,78 0,00
24,37 PE 9,91 5,92
1,08
2,33 0,00 AL
AC 6,32 0,00 3,84 0,00
SE
TO 238,48
4,00 0,00
MT
RO BA 45,53
1,91
16,91 0,00

16,2
DF 109,42
47,01
0,03
26,87
GO

249,26
MG ES 15,16 0,00
MS
BRASIL 15,46 2,21
SP

Massa recuperada 142,92 75,72 RJ

Estimativa de recicláveis secos - 1.124,53 mil t. 60,99

11,17 0,09
Recicláveis orgânicos - 411,81 mil t. PR

93,09
SC
2,08
121,55

RS
18,06
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 45

VISÃO GERAL DA COLETA À DISPOSIÇÃO FINAL DE RSU


MASSA DE RSU COLETADA

65,63 MILHÕES DE
TONELADAS* kg/hab.dia
0,99

RECUPERAÇÃO DE RSU

RECICLÁVEIS SECOS RECICLÁVEIS ORGÂNICOS

1,12 0,40

milhão de toneladas* milhão de toneladas

1.726 77
unidades de unidades de
compostagem
triagem

ESTIMATIVA DE DISPOSIÇÃO FINAL NO SOLO

73,3%

Aterro sanitário - 669 unidades


64,11
milhões de Aterro controlado - 595 unidades
toneladas
Lixão - 1.572 unidades
15,0%
11,8%

*
Estimada
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 46

64,11 milhões de t./ano


estimativa de massa de RSU
disposta em aterro sanitário, aterro
controlado e lixão no SNIS-RS 2021

ESTIMATIVA DE MASSA DE RSU EM UNIDADES DE


DISPOSIÇÃO FINAL
(em milhões de t./ano por macrorregião geográfica e país, em 2021)

31,1%
36,9%
5,83 milhão t.
1,87 milhão t.
45,6%
53,3%
2,31 milhão t.
9,98 milhão t.

NORTE 15,5%
17,6% 2,91 milhão t.
0,89 milhão t.

NORDESTE

CENTRO-OESTE 10,2% 2,2%


27,0% 2,91 milhão t. 0,62 milhão t.
1,24 milhão t.

57,4% SUDESTE
2,64 milhão t.

15,7%
0,72 milhão t.
87,6%
24,88 milhão t.

SUL

BRASIL
1,6% 0,6%
0,12 milhão t. 0,04 milhão t.

15,0%
9,60 milhão t.

,60 milhão t.
11,8%
7,55 milhão t.

73,3% 97,8%

lhão t.
46,96 milhão t. Aterro Sanitário 7,15 milhão t.

Aterro Controlado
73,3% Lixão
46,96 milhão t.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 47

ESTIMATIVA DA MASSA DE RSU ENCAMINHADA PARA


UNIDADES DE DISPOSIÇÃO FINAL
Com o objetivo de analisar o ciclo da coleta até a disposição final dos resíduos domiciliares e públicos
(RDO + RPU) nos sistemas de manejo de resíduos sólidos urbanos, este tópico busca compatibilizar a massa
coletada estimada de 65,63 milhões de toneladas no ano de 2021 (Diagnóstico Temático sobre a Gestão
Técnica dos Serviços de Manejo de RSU, pg. 47) e seus diversos encaminhamentos: recuperação dos resíduos
recicláveis secos e orgânicos, conforme tópico anterior; e disposição em lixões, aterros controlados ou aterros
sanitários.

Para se chegar ao resultado final é importante ponderar que a distribuição das massas coletadas nos
três tipos de unidades de processamento considera os resultados encontrados da informação UP007, que é a
quantidade de RDO+RPU recebida na unidade de processamento. Evidentemente há uma diferença entre
o valor que chega nessas unidades e a estimativa realizada da massa de resíduos coletado em todo o país,
justificado não só pelas estimativas mas também por inconsistências nos balanços de massas dos municípios
que não indicam a totalidade da destinação dos seus RSU coletados. Por isso, complementarmente são
utilizados os percentuais das massas recebidas em cada um dos três tipos de unidades nas macrorregiões,
para se distribuir as diferenças entre as massas de RDO+RPU recebidas nas unidades e as massas estimadas
obtidos pelo cálculo de RSU coletado no país.

Estimativa da massa de RDO + RPU em unidades de disposição no solo


(segundo macrorregiões geográficas, em 2021)
Quant. de Estimativa da massa para disposição final
Estimativa da Massa total
(RDO+RPU) (milhões de t./ano)
Quantidade recuperada de recicláveis
coletada
Macrorregião de secos e massa total de
estimada Aterro Aterro
municípios recicláveis orgânicos Lixão Total
(milhões de Sanitário Controlado
(milhões de t./ano)
t./ano)

2,31 0,89 1,87 5,07


Norte 450 5,15 0,09
45,60% 17,60% 36,90% 100,00%

9,98 2,91 5,83 18,72


Nordeste 1.794 18,90 0,17
53,30% 15,50% 31,10% 100,00%

24,88 2,91 0,62 28,41


Sudeste 1.668 28,94 0,53
87,60% 10,20% 2,20% 100,00%

7,15 0,12 0,04 7,31


Sul 1.191 7,70 0,39
97,80% 1,60% 0,60% 100,00%

2,64 0,72 1,24 4,60


Centro-Oeste 467 4,94 0,34
57,40% 15,70% 27,00% 100,00%

46,96 7,55 9,60 64,11


Total - 2021 5.570 65,63 1,52
73,30% 11,80% 15,00% 100,00%

48,16 7,58 9,55 65,29


Total - 2020 5.570 66,64 1,35
73,8% 11,6% 14,6% 100,0%

47,95 7,64 8,18 63,77


Total - 2019 5.570 65,11 1,34
75,2% 12,0% 12,8% 100,0%
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 48

Desta forma, ao se estimar a massa total de disposição final, obtém-se o resultado de 47,0 milhões de
toneladas dispostas em aterros sanitários, o que corresponde a 73,3% do total aproximado (64,1 milhões de
toneladas). Além disso, contabilizou-se 17,15 milhões de toneladas dispostas em unidades de disposição final
consideradas inadequadas (aterros controlados e lixões), que correspondem juntas a 26,8% do total disposto
em solo em 2021.

Neste ano, o SNIS elaborou dois mapas adicionais que contribuem para a melhor compreensão
da situação da disposição final no país, com um olhar sobre as Unidades da Federação. Neles é possível
observar as concentrações dessas unidades e, também, as massas mais significativas que são encaminhadas
para as unidades, em que destacamos os Estados da BA, CE, MA, PA e GO que juntos reúnem 792 lixões que
representam um pouco mais de 50,4% dos lixões do país e quase 67,1% da totalidade da massa disposta
nesse tipo de unidade no Brasil.

Devido a importância desta análise, os resultados foram incorporados recentemente como indicador
dos Indicadores Brasileiros para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) contribuindo para o
acompanhamento das metas 11.6 e 12.5, que respectivamente consistem em até 2030 reduzir o impacto
ambiental negativo per capita das cidades, inclusive prestando especial atenção à qualidade do ar, gestão
de resíduos municipais e outros e reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio de prevenção,
redução, reciclagem e reuso.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 49

UNIDADES DE DISPOSIÇÃO FINAL POR UNIDADES DA FEDERAÇÃO


(nº por tipos e Unidade da Federação, em 2021)

9 2 0
8 4 1
RR
AP

133
142
99
46 7 3 86
6 1 12 4 9 7
145 20 3
MA
AM CE
PA RN
44
PB 12 12
20 8
34
13 3 1 PI 272
PE 4 17
AL 1 1 4
AC
7 2 4 97 TO
SE
42
RO 66 13 5 BA 1 0
8 11
MT 34
146 15
0 0 1 254
DF

31 18
MG
GO 122
226 74
18 3 13
ES
2 2 5

BRASIL MS
SP
102
144 RJ
Unidades em Operação
11 5 7 18
Lixão (1572)
20 34 PR
Aterro controlado (595)
Aterro sanitário (669) SC 37
0 0
RS
37
4 4
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 50

MASSAS DISPOSTAS NAS UNIDADES DE DISPOSIÇÃO FINAL POR


UNIDADE DA FEDERAÇÃO
(milhões de toneladas por tipo e Unidade da Federação, em 2021)

0,02 0,11 0,00

RR 0,02 0,01 0,20

AP

0,41 0,05 0,87 1,12 0,40 0,66


1,57
2,12
0,39
1,27
0,03 0,54 0,36 0,15 0,71
AM PI CE
PA RN
0,81
MA 0,10 0,18
PB
2,82
0,27 0,81 0,01 PE
0,26 0,22
0,07 0,02 0,14 TO
AC AL 0,90
0,02 0,23 0,18 0,00 0,02
SE
0,20 0,02 0,29
1,97 0,30 0,51 0,00
RO 1,71
0,53
0,35 0,35 0,34
BA

MT
0,00 0,00 0,53
DF
3,82

0,77 0,37 1,07


0,47 1,06
13,16
GO

MG 0,88
ES 0,02 0,19
BRASIL 0,13 0,01
0,70

Massa estimada destinada às MS SP 6,90


unidades de disposição em RJ

solo 2,68 1,18


0,04
Lixão - 9,60 milhões de t. (15,0%) 0,04 0,10 0,09 0,47
PR

Aterro controlado - 7,55 milhões de t. (11,8%)


SC 1,83
Aterro sanitário - 46,96 milhões de t. (73,3%) 0,00 0,00
RS 2,64

0,00 0,02
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 51

SITUAÇÃO DA DISPOSIÇÃO FINAL


DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS
(tipo de encaminhamento por município, em 2021)

Disposição Final por Município


Encaminhamento para Aterro Sanitário
disposição adequada (2.698)
Encaminhamento para Aterro Controlado
disposição inadequada (768)
Encaminhamento para Lixão
disposição inadequada (1.550)

Sem informação (554)

Em julho de 2020 foi sancionada pelo Governo Federal a Lei nº 14.026/2020 que atualiza o Marco Legal
do Saneamento Básico. Dentre as alterações propostas, no que se refere à questão dos resíduos sólidos
urbanos, o Projeto altera a Lei Federal nº 12.305/2010 e estende os prazos de adequação dos municípios
para a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, com a finalidade de aprimorar as condições
estruturais do saneamento básico no país.

A atualização do Marco Legal do Saneamento Básico concedeu às capitais e regiões metropolitanas


o prazo até o ano de 2021 e, aos municípios com populações menores que 50 mil habitantes até 2024 para a
estruturação e construção das rotas tecnológicas que permitam o cumprimento da eliminação da disposição
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 52

inadequada no país.

Muito embora se tenha que avançar, em sobremaneira, na viabilização do encaminhamento


específico dos rejeitos aos aterros sanitários – proporcionando previamente a reutilização, o reaproveitamento
e a reciclagem dos RSU potencialmente recuperáveis – conforme determina a Política Nacional dos Resíduos
Sólidos, ao mesmo tempo urge completar a transição do modal de disposição final inadequada (lixões e
aterros controlados) para os aterros sanitários que é um importante passo para o avanço nas questões sociais,
ambientais, econômicas e de saúde pública no Brasil.

Em vista disso, o SNIS apresenta três análises que objetivam evidenciar o esforço de encerramento das
unidades de disposição inadequada, cujas perspectivas são complementares, sendo elas:

• A situação dos municípios sobre a disposição final ambientalmente adequada e inadequada,


agrupados por macrorregiões em 2021;

• O encerramento das operações das unidades de disposição final, agrupados por macrorregiões
em 2021, com enfoque no número de unidades de disposição final encerradas; e,

• O encerramento das operações das unidades de disposição final, que consiste na análise nacional
com enfoque temporal do número de unidades de disposição final encerradas entre o período de
2015 a 2021.

Em termos de metodologia as análises apresentam como resultado principal a síntese das informações
para o ano de 2021, com exceção da última análise que faz uso de dados temporais da Série Histórica do
SNIS para apresentação de resultados de 2015 a 2021. Os detalhes metodológicos antecedem cada um dos
resultados e utilizam como ponto de partida a informação “tipo de unidade”, código UP003, das unidades de
processamento que é imprescindível para a determinação sobre a situação de disposição como adequada
ou inadequada. Por isso, para o correto entendimento dos resultados se faz necessário compreender o
tratamento de dados realizado preliminarmente para cada uma das análises.

Ademais, é preciso cuidado com a interpretação dos resultados quando se apresenta um determinado
número de unidades de disposição final contabilizadas com o cadastro encerrado no sistema SNIS, o que
significa que essas unidades encerraram a operação e que não houve recebimento de resíduos no ano de
referência, nem pelo município sede da unidade ou por outros municípios exportadores de resíduos. Porém,
não se pode afirmar que esta unidade está passando por um processo de encerramento que envolva a
recuperação da área degradada.

SITUAÇÃO DOS MUNICÍPIOS SOBRE A DISPOSIÇÃO


FINAL (ADEQUADA E INADEQUADA)
Para a análise da situação dos municípios sobre a disposição final ambientalmente adequada e
inadequada, utilizou-se a “Planilha_Unidades_Fluxos_RS_2021”, disponível na página dos diagnósticos no
site do SNIS, que também pode ser obtida pelo aplicativo Série Histórica (SH) utilizando o filtro de pesquisa
“Fluxo e quantidade de resíduos” cujas variáveis de consulta selecionadas foram: “Ano de referência” o
ano de 2021, “Tipo de Unidade” os tipos Aterro Sanitário, Aterro Controlado e Lixão e em “Unidades” foram
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 53

selecionadas todas as unidades disponíveis no cadastro, as demais variáveis são de preenchimento optativo.
Secundariamente, foram selecionadas todas as informações disponíveis no item “Colunas Personalizadas”
da SH, das variáveis “Família de Informações” e “Informações”. Por fim, gerou-se a consulta disponibilizada
em planilha Excel. Para os resultados gerais dos anos de 2020 e 2019, repetiu-se o procedimento alterando a
variável “Ano de referência” para os respectivos anos.

Após gerada a planilha base, para se obter uma planilha uniforme para a análise, foi necessário
uniformizar os municípios que possuem mais de um tipo de disposição final. Para isso, foi estabelecida a
definição de que o município será caracterizado conforme o registro do encaminhamento para a unidade
que indique a pior situação para o ano de referência, ou seja, a situação que possui as piores características
técnicas e ambientais de disposição final. Para a aplicabilidade desses critérios, foi adotada a ordem
numérica: 1) Lixão, 2) Aterro Controlado e 3) Aterro Sanitário, e como resultado, buscou-se a unidade de
menor ordem para adoção do critério mais conservador. Na prática, a aplicação de tal critério irá retornar
a situação mais crítica de disposição para o ano de referência, ou seja, um município que dispõe o RSU em
um aterro sanitário e em um lixão, simultaneamente, será caracterizado como disposição inadequada do
tipo “Lixão”, já que foi constatada a utilização desse modal de disposição pelo município, demonstrando
que o encaminhamento precisa ser cessado para regularização em termos de legislação.

Municípios por tipos de disposição final: Aterro Sanitário, Aterro Controlado e Lixão com
totalizador sobre disposição final inadequada
(nº de municípios e %, segundo macrorregiões, em 2021)
Aterro Sanitário Aterro Controlado Lixões Total
Munícipios com (Disposição final (Disposição final (Disposição final (Disposição final
Macrorregião IBGE Amostra Informação sobre adequada) inadequada) inadequada) inadequada)
a Disposição Final nº de
nº de munícipios nº de munícipios nº de munícipios (%)
munícipios

Norte 450 381 385 65 44 276 320 83,1%

Nordeste 1.794 1.427 1.460 399 182 879 1.061 72,7%

Sudeste 1.668 1.550 1.597 1.004 453 140 593 37,1%

Sul 1.191 1.137 1.165 1.098 43 24 67 5,8%

Centro-Oeste 467 405 409 132 46 231 277 67,7%

Total - 2021 5.570 4.900 5.016 2.698 768 1.550 2.318 46,2%

Total - 2020 5.570 4.589 4.692 2.436 730 1.526 2.256 48,1%

Total - 2019 5.570 3.712 3.880 2.074 696 1.110 1.806 46,5%

Os resultados da análise contabilizam um número de municípios superior aos municípios da amostra,


devido às declarações dos municípios importadores e exportadores de resíduos cujas respostas preenchem
esses vazios decorrentes de informações de municípios inadimplentes. Todos os anos o SNIS publica a lista
dos municípios importadores de resíduos inadimplentes que pode ser consultada na “Planilha_Municipios_
Importadores_Inadimplentes_RS_2021”, disponível na página dos diagnósticos no site do SNIS.

Sobre os resultados mais abrangentes, obteve-se o total de 2.318 municípios com disposição final
inadequada, o que corresponde a 46,2% em relação ao total dos municípios com informações sobre a
disposição final. Em números absolutos houve um aumento de 62 municípios com disposição final inadequada
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 54

em relação à 2020, que é menor que o aumento absoluto entre os anos de 2019 e 2020 (acréscimo de 450
municípios).

Em relação às macrorregiões brasileiras, com exceção das macrorregiões Sul e Sudeste, que
apresentaram resultados na ordem de 5,8% e 37,1% com disposição final inadequada, respectivamente,
as demais macrorregiões superam 65,0% dos municípios com disposição final inadequada que é superior a
média nacional de 46,2%.

Os destaques são as macrorregiões Sul, que obteve no ano de 2021 mais de 90,0% dos seus municípios
com disposição final adequada e, em contraponto, a macrorregião Norte que teve um pouco mais de 15,0%
dos municípios com situação de disposição final adequada no ano de 2021.

Vale a leitura dos resultados apresentados anteriormente sobre as massas dispostas por tipos de
unidades de disposição em solo (Pg. 46), por macrorregiões, assim, tem-se um panorama mais abrangente
sobre a magnitude do problema ambiental decorrido da disposição final inadequada dos RSU no país,
complementando a visualização para além da percepção espacial do enquadramento de disposição final
adequada e inadequada que não leva em consideração outras questões socioespaciais, a exemplo, da
densidade populacional que está intimamente relacionada com a quantidade de resíduos encaminhados
aos tipos de unidades de disposição final.

ENCERRAMENTO DAS OPERAÇÕES DAS UNIDADES DE


DISPOSIÇÃO FINAL
Sobre o encerramento das operações das unidades de disposição final, obteve-se a planilha de
informações – objeto de análise – pela consulta ao aplicativo SH com a aplicação dos filtros de pesquisa:
“Unidades de Processamento” cujas variáveis selecionadas foram “Ano de referência” os anos de 2002
a 2021 e “Tipo de Unidade” os tipos Aterro Sanitário, Aterro Controlado e Lixão e “Unidades”, após esse
procedimento foram selecionadas no filtro “Unidades” todas as unidades disponíveis no cadastro do SNIS, as
demais variáveis são de preenchimento optativo. Secundariamente, foram selecionados no item “Colunas
Personalizadas” da SH, as variáveis “Família de Informações” e “Informações”, em que foram selecionadas
todas as informações disponíveis.

Após ser gerada a planilha base em Excel, também foi necessário realizar uma uniformização das
informações “tipo de unidade”, com algumas diferenças do que foi relatado na análise anterior, isso pelo
fato do “tipo de unidade”, informação UP003, das unidades de processamento possuir heterogeneidade
para uma mesma unidade de processamento nos diversos anos da Série Histórica – fruto de entendimentos
distintos por parte dos informantes nos municípios sobre a caracterização técnica de um aterro sanitário, aterro
controlado e um lixão – para sanar essa questão, optou-se por assumir uma situação mais conservadora e
definir o tipo de unidade conforme a pior situação apresentada em quaisquer anos da Série Histórica. Por isso,
uma unidade que foi declarada como Aterro Controlado em 2015, mas em 2017 foi declarada como Lixão
assumirá, para fins da análise, se tratar de um lixão, inclusive para os casos de quando a informação UP003
não era de caráter obrigatório e possui vazios de respostas na SH. Sobre as inconsistências, o SNIS discute em
detalhes no capítulo específico do Diagnóstico Temático - Visão Geral “Qualidade das Informações” (Pg. 15).
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 55

Complementarmente, foi necessário realizar a avaliação da informação “A unidade de processamento


esteve em operação no ano de referência?” (informação UP051) onde se buscou o primeiro ano em que a
unidade de processamento obteve como resposta “SIM” e o ano que esta unidade teve como resposta que
“NÃO” esteve em operação a partir daquele ano de referência. Da mesma maneira como a informação do
tipo de unidade não é encontrada de maneira uniforme na Série Histórica, a informação UP051 também não
é e, os motivos são diversos, dentre eles: a variação da amostra em que a falta de preenchimento por um
município na Série Histórica é percebida na planilha das unidades de processamento como campos vazios
de resposta da informação UP051, mudanças da Resposta de “SIM” para “NÃO” em vários anos e que podem
ser inconsistências, mas também a retomada de operação de alguma unidade, entre outras situações.
Logo, a análise é considerada uma fotografia do momento e para compreender melhor o comportamento
de cadastro e encerramento das unidades na Série Histórica, descrevem-se os diversos casos em que foram
elaboradas condições de cálculo para a realização da contagem.

• Condição 1 para contagem de Novo Cadastro - Quando a unidade foi registrada no Sistema SNIS
com a informação UP051 = Sim no ano de referência 2021, ela é contabilizada como novo cadastro
conforme o ano e o tipo de unidade relacionado;

• Condição 2 para contagem de Novo Cadastro - Quando a unidade foi registrada no Sistema SNIS,
porém com a resposta para a informação UP051 = Não, ela não é contabilizada, conforme o tipo
de unidade relacionado, como novo cadastro naquele ano de referência por se tratar de apenas
um registro de uma unidade que já processou resíduos no passado, mas que não foi declarada a
atividade em nenhum ano da SH;

• Condição 3 para contagem de Cadastro Encerrado - Quando o primeiro ano de UP051 = Não da
unidade for igual ao último UP051 = Sim+1, essa é uma situação típica, que significa, por exemplo,
que a unidade funcionou até 2020 e em 2021 cessou o recebimento de resíduos, portanto em 2021
será contabilizado como cadastro encerrado conforme o tipo de unidade relacionado;

• Condição 4 para contagem de Cadastro Encerrado - Quando a unidade tiver diversos anos de
registro com a resposta UP051 = Não, que significa que a unidade cessou o recebimento de resíduos
e não retomou a operação, neste caso será contabilizado como cadastro encerrado o primeiro
UP051 = Não da sequência de registros, ou seja, não será contabilizado em 2021 se esse primeiro
registro for anterior.

• Condição 5 para contagem de Cadastro Encerrado - Quando o primeiro ano de UP051 = Não
for seguido de um novo registro em ano posterior de UP051 = Sim, podendo essa situação se repetir
diversas vezes na série histórica da unidade, essa é uma situação atípica, o cadastro não se encerra
no primeiro ano de UP051 = Não, mas quando este “Não é definitivo”, sendo assim, havendo um
registro UP051 = Não em 2021 será contabilizado conforme o tipo de unidade relacionado. Porém,
essa situação pode se modificar em um futuro, por exemplo, com uma retomada de operação,
portanto, neste caso essa unidade não será mais considerada como cadastro encerrado em 2021
nas análises futuras.
64

Novos Cadastros e Cadastros Encerrados sobre a Operação das Unidades de Disposição Final com totalizador sobre disposição final inadequada
(número de municípios e %, segundo macrorregiões, em 2021)

Aterro Sanitário Aterro Controlado Lixões


Total Disposição final inadequada
(Disposição final adequada) (Disposição final inadequada) (Disposição final inadequada)

Unid. em Unid. em Unid. em Unid. em


Macrorregião Amostra Operação
Novo Cadastro
Operação
Novo Cadastro
Operação
Novo Cadastro
Operação
Novo Cadastro
Cadastro Encerrado Cadastro Encerrado Cadastro Encerrado Cadastro Encerrado
2021 após 2021 após 2021 após 2021 após (%) (%)
em 2021 em 2021 em 2021 em 2021 em 2021 em 2021 em 2021 em 2021
padronização padronização padronização padronização
(nº unid.) (nº unid.) (nº unid.) (nº unid.) (nº unid.) (nº unid.) (nº unid.) (nº unid.)
(nº unid.) (nº unid.) (nº unid.) (nº unid.)

Norte 381 12 2 1 27 2 3 298 22 17 325 24 25,0% 20 6,2%

Nordeste 1.427 60 9 2 75 9 3 941 42 132 1.016 51 53,1% 135 41,7%

Sudeste 1.550 267 15 17 373 5 63 188 3 33 561 8 8,3% 96 29,6%

Sul 1.137 178 8 4 63 0 15 39 1 16 102 1 1,0% 31 9,6%

Centro-Oeste 405 37 2 2 24 3 6 254 9 36 278 12 12,5% 42 13,0%

Total - 2021 4.900 554 36 26 562 19 90 1.720 77 234 2.282 96 100,0% 324 100,0%

Total - 2020 4.589 528 45 27 609 20 107 1.740 145 180 2.349 165 100,0% 287 100,0%

Total - 2019 3.712 486 29 17 588 15 37 1.303 63 70 1.891 78 100,0% 107 100,0%
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 57

Para fins de comparação, adicionou-se ao quadro um totalizador das unidades em operação no ano
de referência de 2021 após a aplicação – citada nos parágrafos anteriores – da padronização dos “tipos
de unidades”, já que estes valores diferem ligeiramente dos valores apresentados no tópico “Unidades de
Processamento” (Pg. 12). Posto isso, contabilizou-se para o país o total de 324 unidades de disposição final
ambientalmente inadequadas com cadastro encerrado em 2021, em contrapartida foram declarados pelos
municípios 96 novos cadastros dessas unidades (aterros controlados e lixões) o que, por ser um valor inferior
aos encerramentos, é considerado favorável ao objetivo de encerramento das unidades de disposição final
inadequadas. Contudo, caso se mantenha esse movimento de encerramentos de cadastros de unidades
de disposição final inadequadas constatado em 2021, de 324 unidades, é possível estimar de maneira
simplificada – considerando 1 unidade de disposição inadequada para o número de municípios em que
não há informação sobre a disposição final na amostra 554 acrescido das 2.282 unidades identificadas em
operação em 2021 – que o país ainda leve aproximadamente 9 anos para se obter completa resolução para
o problema.

Em relação às macrorregiões brasileiras, destaca-se a macrorregião Nordeste que contribuiu para a


inclusão de 51 unidades de disposição final inadequadas ao Sistema SNIS (53,1% do total contabilizado para
o país em 2021), o que se relaciona diretamente ao incremento da amostra para a região, mas, também foi
no Nordeste em que se observou o maior número de registros de cadastros encerrados para as unidades de
disposição final inadequadas, 135 unidades (41,7% do total). Embora a macrorregião Sul seja a que possui
o menor número de unidades de disposição final inadequada, nota-se que foram encerradas a operação
para 31 unidades de processamento com disposição final inadequada, em termos percentuais resulta em
9,6% das unidades encerradas no país, valor que é superior a macrorregião Norte que alcançou apenas 6,2%
dos cadastros encerrados.

Por fim, repetiu-se a análise com a visualização dos resultados para o país entre os anos de 2015 e 2021.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 58

Novos Cadastros e Cadastros Encerrados sobre a Operação das Unidades de Disposição Final
com totalizador sobre disposição final inadequada
(número de municípios e %, Brasil, de 2015 a 2021)

Ano de referência 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Amostra 3.520 3.670 3.556 3.468 3.712 4.589 4.900

Unidades em Operação
após padronização 450 463 446 442 486 528 554
(nº unid.)
Aterro Sanitário
Novo Cadastro
(Disposição final 22 29 26 23 29 45 36
(nº unid.)
adequada)

Cadastro Encerrado
19 21 21 21 17 27 26
(nº unid.)

Unidades em Operação
após padronização 693 675 624 564 588 609 562
(nº unid.)
Aterro Controlado
Novo Cadastro
(Disposição final 23 38 23 22 15 20 19
(nº unid.)
inadequada)

Cadastro Encerrado
43 35 56 45 37 107 90
(nº unid.)

Unidades em Operação
após padronização 1.408 1.457 1.309 1.234 1.303 1.740 1.720
nº unid.)
Lixões
Novo Cadastro
(Disposição final 54 206 69 50 63 145 77
(nº unid.)
inadequada)

Cadastro Encerrado
46 57 73 64 70 180 234
(nº unid.)

Unidades em Operação
após padronização 2.101 2.132 1.933 1.798 1.891 2.349 2.282
(nº unid.)

Novo Cadastro
77 244 92 72 78 165 96
(nº unid.)
Total Disposição
Final Inadequada
(%) 9,3% 29,6% 11,2% 8,7% 9,5% 20,0% 11,7%
(Aterros Controlados
e Lixões)
Cadastro Encerrado
89 92 129 109 107 287 324
(nº unid.)

(%) 7,8% 8,1% 11,3% 9,6% 9,4% 25,2% 28,5%

Oportunamente, concluindo este compilado de análises inéditas do SNIS, apresenta-se o quadro de


unidades de processamento que foram reclassificadas como “Área em Recuperação” no que se refere à
informação UP003 “tipo de unidade”. Alerta-se que, por se tratar de uma situação singular, a reclassificação
das unidades de processamento cuja operação está cessada para “Área em Recuperação” se dá mediante
solicitação à equipe técnica do SNIS durante o período de coleta. Portanto, devido a subnotificação por
parte dos prestadores das informações, é possível que este resultado não represente a totalidade de unidades
em recuperação no país, contudo realizar o acompanhamento anual para essas unidades contribui para o
aperfeiçoamento da maneira como é coletada a informação, bem como, para as análises oriundas destas.

Assim, foi constatado para todo o período da análise, um crescimento do encerramento das
operações de unidades de disposição final inadequadas – totalizando para o período de 2015 a 2021 o
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 59

registro de encerramento de operações de 1.137 unidades de disposição final inadequadas. O aumento


mais significativo do encerramento das unidades de disposição inadequadas foi entre os anos de 2019 e
2020, em aproximadamente 168,0% (aumento absoluto de 180 unidades), mas que foi acompanhado de
um complemento de novos cadastros desses tipos de unidades influenciado pelo aumento da amostra dos
municípios respondentes do SNIS para o período. Houve, também, um aumento do número de unidades
de disposição adequada em operação de 2015 a 2021 em 104 unidades (com a inclusão no cadastro
de 210 aterros sanitários e o encerramento do cadastro de 152), comparavelmente menor ao número de
encerramento de unidades de disposição final inadequada, mas que tem grande impacto visto a prática
de compartilhamento de unidades de processamento de resíduos sólidos domiciliares e públicos que se
caracteriza como uma prática crescente no país, oportunizando o alcance de uma melhor utilização dos
processos tecnológicos e partilha dos custos fixos da operação entre mais de um município, ou seja, um
ganho de escala.

O SNIS não objetiva esgotar as análises que podem advir dessa nova visualização das informações,
inclusive os resultados podem ser vinculados às necessidades de investimentos em projetos e infraestruturas
para a recuperação das áreas degradadas provenientes dos passivos ambientais, que persistem mesmo
quando um lixão ou aterro controlado encerra suas operações.

Unidades em recuperação no Brasil


(número de unidades e %, por macrorregiões e Brasil, em 2021)

Unidades em recuperação
Macrorregião
Unidades Unidades
(nº) (%)

Norte 0 0,0%

Nordeste 3 7,1%

Sudeste 14 33,3%

Sul 21 50,0%
Centro-Oeste 4 9,5%

Total - 2021 42 100,0%


Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 60

INDICADORES BRASILEIROS PARA OS OBJETIVOS DO


DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS)

A plataforma ODS Brasil (https://odsbrasil.gov.br/) reúne informações sobre a Agenda 2030 e os


Indicadores Brasileiros para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. A construção de indicadores
de desenvolvimento sustentável no Brasil se integra ao conjunto de esforços internacionais para
concretização das ideias e princípios formulados na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, no que diz respeito à relação entre meio ambiente,
sociedade, desenvolvimento e informações para a tomada de decisões.

Este contexto culmina na elaboração de dois importantes instrumentos: A Agenda 21 e a Agenda


dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio que são dois instrumentos irmãos para a consecução do
desenvolvimento sustentável, aprovados e adotados pela comunidade dos Estados-membros que compõem
a Organização das Nações Unidas, dentre eles o Brasil.

Dando continuidade à Agenda de Desenvolvimento do Milênio (2000-2015), e ampliando seu escopo,


foi estruturada a Agenda 2030 como resultado de um processo global participativo, coordenado pela
ONU, no qual governos, sociedade civil, iniciativa privada e instituições de pesquisa contribuíram para sua
elaboração. Ela abrange o desenvolvimento econômico, a erradicação da pobreza, da miséria e da fome,
a inclusão social, a sustentabilidade ambiental e a boa governança em todos os níveis, incluindo paz e
segurança. Segundo a plataforma ODS Brasil, a visão é ambiciosa e transformadora, porque prevê um mundo
livre dos problemas atuais, como pobreza, miséria, fome, doença, violência, desigualdades, desemprego,
degradação ambiental, esgotamento dos recursos naturais, entre outros.

A Agenda 2030 é composta por 17 objetivos e 169 metas para alcance até 2030, guiados pelas metas
globais. Em virtude disso, o acompanhamento e avaliação da Agenda 2030 são fundamentais para a sua
implementação e deverá ser feito sistematicamente em diversos níveis, dentro os quais o nacional e regional.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 61

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está coordenando os esforços para a discussão
e produção dos indicadores brasileiros, que auxiliarão o monitoramento das metas e dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil. A plataforma ODS Brasil (https://odsbrasil.gov.br/) é o resultado
desse trabalho colaborativo, que reúne os indicadores ODS globais construídos com dados oficiais nacionais,
como os oriundos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS. Com objetivo de construir
os indicadores relacionados ao tema de resíduos sólidos, o IBGE estabeleceu uma parceria com a equipe do
SNIS para a confecção do indicador 11.6.1 “Proporção de resíduos sólidos urbanos coletados e gerenciados
em instalações controladas pelo total de resíduos urbanos gerados, por cidades” (Objetivo 11 – Cidades e
Comunidades Sustentáveis).

INDICADOR 11.6.1 “PROPORÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS


COLETADOS E GERENCIADOS EM INSTALAÇÕES CONTROLADAS
PELO TOTAL DE RESÍDUOS URBANOS GERADOS, POR CIDADES”
(OBJETIVO 11 – CIDADES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS)

Indicador ODS 11.6.1


Proporção de Resíduos Sólidos Urbanos coletados com
destinação final adequada

Estimativa da massa de resíduos sólidos coletada


disposta em aterro sanitário +
Estimativa da massa recuperada de resíduos sólidos
recicláveis secos e orgânicos
Indicador 11.6.1 = X 100
Estimativa de massa total coletada

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de nº 11 é intitulado “Cidades e comunidades sustentáveis”.


Ele busca tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis, e para
isso estabeleceram-se 7 metas cujo alcance é medido por 13 indicadores. A meta 11.6 consiste em até
2030, reduzir o impacto ambiental negativo per capita das cidades, inclusive prestando especial atenção à
qualidade do ar, gestão de resíduos municipais e outros. Foram estabelecidos 2 indicadores para esta meta,
o 11.6.1 - Proporção de resíduos sólidos urbanos coletados e gerenciados em instalações controladas pelo
total de resíduos urbanos gerados, por cidades e o 11.6.2 - Nível médio anual de partículas inaláveis (ex: com
diâmetro inferior a 2,5 µm e 10 µm) nas cidades (população ponderada).

Para a elaboração do indicador 11.6.1 o SNIS propôs a utilização da metodologia já empregada


para o cálculo de estimativa de disposição em solo (apresentado na pg. 44), que considera a recuperação
de resíduos pelos processos de reciclagem de resíduos secos e orgânicos para, então, após descontada
a massa recuperada se apontar a proporção de resíduos sólidos urbanos destinados para as formas de
disposição adequada “Aterro Sanitário” e inadequadas “Aterro Controlado” e “Lixão”. Especificamente para
o indicador 11.6.1, o enfoque está na destinação e disposição adequadas, por isso, optou-se por apresentar
a proporção de resíduos sólidos urbanos coletados e gerenciados em instalações controladas em relação
à massa de resíduos sólidos coletada no país com a segmentação de percentual da massa total coletada
de RSU recuperada em instalações de tratamento e do percentual destinado para a disposição em aterro
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 62

sanitário. Alertamos que são considerados, exclusivamente, os resíduos sólidos urbanos para a composição do
indicador, ou seja, não são considerados resíduos de serviços de saúde, da construção civil, agrossilvopastoris,
de serviços de transporte, de mineração e de serviços públicos de saneamento básico (lodos de estações
de tratamento de água ou esgoto).

O indicador é de abrangência nacional, foi calculado com base na Série Histórica do SNIS e possui
níveis de desagregação por macrorregiões em um horizonte temporal que inicia em 2015 com atualização
anual pelo SNIS. O gráfico a seguir apresenta a visualização dos resultados obtidos em percentual, podendo-
se obter os valores em milhões de toneladas no site do ODS Brasil (https://odsbrasil.gov.br/objetivo11/
indicador1161), que também oportuniza a geração de diferentes tipos de visualizações gráficas.

Proporção de resíduos sólidos com destinação e disposição final adequada


em relação ao total estimado de resíduos sólidos coletados no País, indicador ODS 11.6.1
(por percentual (%), entre 2015 e 2021)
100,0%

90,0%
27,4% 26,5% 24,4% 23,9% 24,3% 25,7% 26,1%
80,0%

70,0%

60,0%

50,0%

40,0% 73,6% 74,2% 73,7%


70,6% 71,7% 72,3% 71,6%

30,0%

20,0%

10,0%
2,0% 1,8% 2,0% 1,9% 2,0% 2,0% 2,3%
0,0%
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Massa estimada de disposição em aterro controlado e lixão


Massa estimada de disposição em aterro sanitário
Massa recuperada estimada de resíduos sólidos recicláveis secos e orgânicos

Para o período de 2015 a 2021, o país teve uma pequena evolução na proporção da massa de resíduos
sólidos coletados que são encaminhados para disposição final em aterros sanitários. A variação foi de 70,6%,
no primeiro ano da análise, para 71,6%, no último. Da mesma maneira, houve também uma pequena
evolução na proporção da massa recuperada de resíduos sólidos recicláveis secos e orgânicos em relação
ao total da massa coletada estimada, variando de 2,0% em 2015 para 2,3% em 2021. Considerando, o que
determina o indicador 11.6.1, a disposição final em aterros sanitários conjuntamente com a recuperação
de recicláveis secos e orgânicos, a conclusão é de que o Brasil apresentou uma evolução de 1,3 ponto
percentual (de 72,6% em 2015 a 73,9% em 2021) de resíduos sólidos urbanos coletados e gerenciados em
instalações controladas no período analisado.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 63

Proporção de resíduos sólidos com destinação e disposição final adequada


em relação ao total estimado de resíduos sólidos coletados no País, indicador ODS 11.6.1
(percentual (%) e por macrorregião, em 2021)

100,0

90,0

80,0
Brasil - 73,9%
70,0

60,0
(%)

50,0 98,0%
87,8%
40,0

30,0 60,3%
53,8%
46,6%
20,0

10,0 92,9% 53,4%


44,9% 86,0%
1,7% 0,9% 52,9% 1,8% 5,1% 6,9%
0,0
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Macrorregião

Massa estimada de disposição em aterro controlado e lixão

Massa estimada de disposição em aterro sanitário

Massa recuperada estimada de resíduos sólidos recicláveis secos e orgânicos

Indicador ods 11.6.1 - Brasil

Quando realizada a análise desagregada pelas macrorregiões, ficam evidentes as diferenças e as


influências ao resultado nacional. Enquanto, para o ano de referência 2021, nas macrorregiões Sul e Sudeste
a proporção de resíduos sólidos urbanos coletados e gerenciados em instalações controladas pelo total
de resíduos urbanos gerados alcançam 98,0% e 87,8%, respectivamente, em contrapartida nas demais
macrorregiões o indicador alcança resultados bem inferiores chegando a 60,3% no Centro-Oeste e num
patamar próximo a 50,0% as macrorregiões Nordeste com 53,7% e Norte com 46,6%, para o mesmo período.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 64

Proporção de resíduos sólidos com destinação e disposição final adequada


em relação ao total estimado de resíduos sólidos coletados no País, indicador ODS 11.6.1
(por percentual (%) segundo macrorregiões, entre 2015 e 2021)

100%
59,59

44,75

44,81

59,92

57,68

53,59

41,08

41,39

39,77

38,64

39,97

41,9

46,24

11,81

13,39

10,6

9,15

11,19

12,22

12,2

7,64

5,99

6,08

7,1

6,53

4,26

2,08

57,26

47,28

41,17

35,07

39,03

39,68
62

58
90%

80%

70%

60%

92,86
89,65
89,35

89,56

88,94
50%

88,44
86,5
89,13
87,15

87,07
86,45

85,92

85,97
85,08
40%

59,35

53,44
58,25
60,31

56,28
59,48

59,28
57,87

57,36
58,3

30%
54,63
54,65

50,17
52,8
44,85

38,65
38,6
41,49
38,56

39,69

37,43

20%

10%

5,9

4,4

5,07
4,5
4,8

3,2
1,7

4,3
4,5
1,83
1,9

6
1,75

6,88
1,8

0,6

0,7

0,8

0,6

0,7

0,7

0,8

0,8

0,7

0,9

1,7

1,5

2,3

1,7

2,6

2,7

5,6

2,9
1

0%
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Massa estimada recuperada em tratamento de recicláveis secos e orgânicos Massa estimada disposta em aterro sanitário Massa estimada disposta em aterro controlado e lixão
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 65

A visualização, proporcionada pela Série Histórica entre os anos de 2015 a 2021, permite identificar
alguns destaques dentre os quais a evolução para macrorregião Centro-Oeste, que ao longo dos anos vem
aumentando expressivamente a massa de resíduos sólidos disposta adequadamente em aterros sanitários,
partindo de 38,6% em 2015 para 53,4% em 2021. Além disso, no ano de 2021 a macrorregião Norte apresentou
uma evolução de 7,4 pontos percentuais na proporção de resíduos destinado e dispostos em unidades de
disposição adequada, resultado que pode estar atrelado ao crescimento da amostra para a macrorregião
reduzindo a susceptilidade dos resultados às estimativas realizadas.

INDICADOR 12.5.1 “TAXA DE RECICLAGEM NACIONAL POR TONELADAS DE


MATERIAL RECICLADO”

(OBJETIVO 12 – CONSUMO E PRODUÇÃO RESPONSÁVEIS)

Indicador ODS 12.5.1


Taxa de reciclagem nacional por toneladas de material reciclado

Estimativa da massa recuperada de resíduos sólidos


recicláveis secos e orgânicos
Indicador 12.5.1 = X 100
Estimativa da massa total coletada

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de nº 12 é intitulado “Consumo e Produção Responsáveis”.


Ele busca assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis, e para isso estabeleceram-se 8 metas
cujo alcance é medido por 13 indicadores. A meta 12.5 consiste em até 2030, reduzir substancialmente a
geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso. Foi estabelecido 1 indicador
para esta meta, o 12.5.1 – Taxa de reciclagem nacional por tonelada de material reciclado.

Para a elaboração do indicador 12.5.1 o SNIS propôs apenas um detalhamento para o indicador
11.6.1, portanto, também se utilizou a metodologia já empregada para o cálculo de estimativa de disposição
em solo (apresentado na pg. 44), que considera a recuperação de resíduos pelos processos de reciclagem
de resíduos secos e orgânicos. Especificamente para o indicador 12.5.1, o enfoque está na recuperação de
resíduos sólidos recicláveis secos e orgânicos pelos processos de reciclagem, por isso, e por se tratarem de
processos tecnológicos diferentes se optou por apresentar a proporção da recuperação em relação à massa
de resíduos sólidos coletada no país com a segmentação de percentual da massa recuperada de resíduos
recicláveis secos e da massa recuperada de resíduos recicláveis orgânicos. Alertamos que são considerados,
exclusivamente, os resíduos sólidos urbanos para a composição do indicador, ou seja, não são considerados
resíduos de serviços de saúde, da construção civil, agrossilvopastoris, de serviços de transporte, de mineração
e de serviços públicos de saneamento básico (lodos de estações de tratamento de água ou esgoto).

O indicador é de abrangência nacional, foi calculado com base na Série Histórica do SNIS e possui
níveis de desagregação por macrorregiões em um horizonte temporal que inicia em 2015 com atualização
anual pelo SNIS. O gráfico a seguir apresenta a visualização dos resultados obtidos em percentual, podendo-
se obter os valores em milhões de toneladas no site do ODS Brasil (https://odsbrasil.gov.br/objetivo12/
indicador1251), que também oportuniza a geração de diferentes tipos de visualizações gráficas.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Infraestrutura 66

Taxa de reciclagem nacional por toneladas de material reciclado, indicador ODS 12.5.1
(percentual (%) e por macrorregião, em 2021)

8,0

7,0

6,0

5,0
0,4
4,9
(%)

4,0

6,9%
3,0
Brasil - 2,32% 5,1%

2,0
0,3 0,3

1,0 0,1
1,7% 1,8%
0,9%
1,4 0,8 1,5 4,7 2,0
0,0
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Macrorregião

Massa recuperada estimada de resíduos sólidos recicláveis orgânicos

Massa recuperada estimada de resíduos sólidos recicláveis secos

Indicador ods 12.5.1 - Brasil

Devido aos resultados ainda bem reduzidos, a apresentação gráfica se limita ao limiar de 8,0%, ou
seja, nenhum dos resultados do indicador 12.5.1 para as macrorregiões ultrapassaram esse valor. Ademais, a
massa recuperada de resíduos sólidos recicláveis secos e orgânicos em relação à massa total coletada, cuja
a macrorregião Sul historicamente apresenta os resultados mais significativos dentre as demais macrorregiões,
conforme pode ser observado no gráfico da Série Histórica do indicador 11.6.1, sofreu uma pequena
redução no ano de 2021 com o resultado de 5,1% (4,7% relativos à recuperação de recicláveis secos e 0,4%
aos orgânicos) e foi superada pela macrorregião Centro-Oeste que em 2021 alcançou 6,9% (2,0% relativos
aos recicláveis secos e 4,9% aos orgânicos), tal resultado atípico é devido à contribuição significativa da
capital Brasília/DF na recuperação de resíduos orgânicos. Também é preciso dar visibilidade a macrorregião
Sudeste, que apresentou o valor de apenas 1,8% dos resíduos sólidos coletados recuperados em 2021, mas
que mesmo não sendo um valor percentual tão representativo equivale a maior massa de resíduos sólidos
recicláveis recuperados por macrorregião do país de aproximadamente meio milhão de toneladas. Por fim,
o Norte do país que figura entre as menores proporções de recuperação de resíduos sólidos recicláveis secos
e orgânicos do país e não possui resultados de recuperação superiores a 1,0% da massa total coletada
desde de 2015, no ano de 2021, apresentou o resultado de 1,7% de recuperação e superou a macrorregião
Nordeste (0,9%), o pior resultado em relação às macrorregiões brasileiras.
SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
Setor de Autarquias Sul, Quadra 4, Bloco N,
Brasília - DF, 70070-040 - Brasília - DF - Brasil

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