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O documento aborda a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado por mulheres no Brasil, destacando desafios estruturais, culturais e a omissão estatal que perpetuam essa situação. A análise inclui referências a obras literárias e críticas sociais que evidenciam a desvalorização desse trabalho e a necessidade de reconhecimento e valorização. A Constituição de 1988 é citada como um marco de direitos que, na prática, ainda não se concretizou para essas trabalhadoras.

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O documento aborda a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado por mulheres no Brasil, destacando desafios estruturais, culturais e a omissão estatal que perpetuam essa situação. A análise inclui referências a obras literárias e críticas sociais que evidenciam a desvalorização desse trabalho e a necessidade de reconhecimento e valorização. A Constituição de 1988 é citada como um marco de direitos que, na prática, ainda não se concretizou para essas trabalhadoras.

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2023 – “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado Realizado pela

mulher no Brasil”.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 prevê a todos os direitos à igualdade e à
dignidade. Porém, na contemporaneidade brasileira, a concretização da garantia em voga é
dificultada pelos desafios relacionados ao enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado
realizado pela mulher. Tal cenário ocorre, em especial, devido à morosidade estatal e à má formação
sociocultural.

A escritora nigeriana Chimamanda Adichie - em sua obra 'Sejamos Todos Feministas' - afirma que a
mudança do 'status quo' é sempre penosa, ou seja, existem certos padrões sociais que rejeitam as
transformações. Nesse sentido, percebe-se, no Brasil, que a invisibilidade do trabalho de cuidado
exercido pela mulher é um desafio estrutural que se enquadra na ótica de Adichie. Tal problema se
deve, sobretudo, à construção histórico-cultural do papel feminino na sociedade, cuja consequência
é o preconceito e a desvalorização desse ofício.

Na obra intitulada 'Brasil, País do Futuro', Stefan Zweig, autor austríaco, em sua visita ao Brasil,
defendeu a ideia de que o país estava destinado a ser um dos mais importantes países do mundo no
futuro. No entanto, 80 anos depois, as previsões do autor ainda não se concretizaram e os desafios
para enfrentar a invisibilidade do trabalho de cuidado - realizado por mulheres - são entraves para
isso. Observa-se, assim, que isso ocorre porque a negligência governamental e a permanência
histórica impedem a resolução da questão.

Em outubro de 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais importantes da história do


Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo garante direito à dignidade. Todavia, milhares de
pessoas vivem distantes da realidade pregada pela Carta Magna, visto os desafios envolvidos no
enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher. Diante disso, faz-se
necessário combater a omissão estatal e reconhecer a importância dessas atividades.

Um dos contos presentes no livro 'Laços de Família', de Clarice Lispector, acompanha a epifania da
personagem Ana ao fugir de seus afazeres domésticos. Ela, que se via sentenciada a cuidar da casa e
dos filhos, assemelha-se a muitas mulheres brasileiras, que exercem essa e outras tarefas
diariamente, sem valorização e, até mesmo, sem remuneração. Nesse sentido, cabe analisar as
causas socioeconômicas da invisibilidade do trabalho de cuidado no Brasil contemporâneo.

Na obra autobiográfica Eu Sou Malala, a ativista paquistanesa Malala Yousafzai afirma que as
mulheres são as principais engrenagens por trás da máquina social, ou seja, apesar de terem um
papel fundamental para o funcionamento coletivo, não são devidamente valorizadas. Diante dessa
conjuntura, é possível relacionar a passagem da escritora com o cenário de invisibilidade do trabalho
de cuidado realizado pela mulher no Brasil, o qual apresenta desafios para o seu enfrentamento.
Nesse sentido, é válido citar a formação cultural e a apatia social como obstáculos para a resolução
do problema citado.

José Saramago usou o conceito de 'cegueira social' para criticar o comportamento egoísta da
sociedade. Na realidade brasileira, a crítica de Saramago é verificada na questão do trabalho de
cuidado realizado pela mulher, visto que apresenta diversos desafios para o enfrentamento de sua
invisibilidade. Dessa forma, a problemática persiste devido à má influência midiática e à formação
familiar.

Na Grécia Antiga, onde os homens se encarregavam da política, da filosofia e das artes, consideradas
áreas honradas, as mulheres desempenhavam o papel considerado inferior de cuidar dos afazeres
domésticos e, sobretudo, de cuidar das crianças e dos idosos da família. Atualmente, no entanto, a
conjuntura se assemelha ao momento histórico supracitado, visto que o trabalho feminino que se
resume à casa e aos cuidados da família ainda é desvalorizado na sociedade. Dessa forma, é
imprescindível combater a invisibilidade do trabalho de cuidado feito pela mulher no Brasil,
destacando a desigualdade de gênero e a displicência estatal como principais entraves nesse
objetivo.

Conforme estudos demográficos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
a população de idosos crescerá drasticamente nas próximas décadas. Nesse contexto, o trabalho de
cuidado realizado pelas mulheres é fundamental para acolher essa parcela populacional. Todavia, a
invisibilidade e a omissão estatal são desafios que perpetuam o descaso sofrido por essas
trabalhadoras no Brasil. Logo, faz-se imperiosa a tomada de medidas que resolvam esse contexto de
emergência generalizada.

O filme “Que horas ela volta?”, produzido pela “Globo”, retrata a história de Val, uma mulher que
durante toda a sua vida se dedicou a cuidar da família e da casa de seus empregadores. Durante a
trama, é revelada a maneira hostil como a personagem é tratada, deixando de receber o pagamento
pelo seu trabalho e a valorização pelo seu esforço. Fora do espectro ficcional, a valorização do
trabalho de cuidado realizado pela mulher ainda não ocorre de forma eficaz, contribuindo para que a
situação permaneça na invisibilidade. Sendo assim, cabe analisar o óbice com foco na
desvalorização histórica desse tipo de atividade e na omissão governamental.

Na Grécia Antiga, berço das civilizações ocidentais, a mulher era excluída da cidadania ateniense,
fato que reflete a marginalização da figura feminina na população da época. Essa herança excludente
se perpetuou ao longo dos séculos e exerce considerável influência na sociedade contemporânea,
em especial, no que tange à invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil,
problemática que se materializa na sobrecarga laboral e na reduzida remuneração. Por essa razão, é
preciso discutir os desafios para o enfrentamento da adversidade em questão: a negligência do
Estado e a omissão da comunidade.
O trabalho de cuidado se mostra necessário na medida em que é o responsável pelo zelo de crianças,
idosos, pessoas com deficiências e afazeres domésticos. Entretanto, nota-se, na comunidade
brasileira, a invisibilidade desse serviço e seu protagonismo majoritariamente feminino. Isso ocorre
por duas causas principais: o baixo prestígio social estigmatizado a essas tarefas e as convenções de
gênero estabelecidas pela sociedade brasileira.

Na canção “Mulheres de Atenas”, do músico Chico Buarque, retrata-se o cotidiano subserviente da


mulher ateniense em uma sociedade estruturada pelo patriarcado, de modo que a sua existência é
resumida à procriação e ao cuidado do lar. Analogamente à música aludida, evidencia-se que tais
papéis de gênero continuam presentes no Brasil. Assim, mimetiza-se a invisibilização do oficio de
cuidado realizado pela mulher em decorrência da lógica patriarcal e da informalização do trabalho de
cuidado.

A Constituição Federal, promulgada em 1988, foi esboçada com o objetivo de delinear direitos
básicos para todos os cidadãos como condições satisfatórias de trabalho. Contudo, hodiernamente,
esse postulado constitucional é deturpado, visto que o contato com a área trabalhista, por meio do
trabalho de cuidado realizado por mulheres, se encontra na invisibilidade e não efetivado na
sociedade nacional. Acerca disso, para discutir a questão de maneira ampla, hão de ser analisados
os seguintes fatores: as desigualdades no acesso à informação e a inobservância governamental.

A filósofa contemporânea Hannah Arendt constata, por meio do conceito denominado “Banalidade
do Mal”, a tendência existente nas sociedades no que tange à naturalização das mazelas presentes
na coletividade. Nessa vertente, percebe-se que, na realidade brasileira atual, a proposição teórica
mencionada se torna evidente, sobretudo quando são considerados os entraves para o
enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pelas mulheres. Com efeito, hão de
ser analisados as principais intensificadores da temática em questão: o machismo estrutural e a
omissão estatal.

A obra literária “A vida que ninguém vê”, de autoria de Eliane Brum, retrata os mais diversos
personagens sociais (sobretudo as mulheres domésticas) que são invisíveis para o povo e para o
próprio Estado. De maneira análoga à narrativa, a desvalorização das pessoas encarregadas do
cuidado do lar e da família é um desafio enfrentado no Brasil contemporâneo, uma vez que não há
um devido reconhecimento da importância dessas atividades para a economia do país. Nesse
sentido, tanto a perpetuação do imaginário patriarcal quanto o descaso do governo para com essa
parcela da sociedade é responsável pela invisibilidade do trabalho do cuidado realizado por
mulheres no país brasileiro.
Em sua música “Podres poderes”, Caetano Veloso critica a política da ordem vigente no contexto pós-
ditadura e expressa sua angústia diante das indefinições do futuro do país, advinda da conduta
passiva de grande parcela da sociedade brasileira da época frente a problemas sociais.
Infaustamente, a composição ainda é uma realidade no cenário contemporâneo, ao observar a
postura inerte da população no que concerne aos desafios para o enfrentamento da invisibilidade do
trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil, de modo que a habitualidade diante desse
quadro agrava tal problemática. Dessa maneira, torna-se premente analisar os principais propulsores
desse problema: a falta de representatividade política e o ideal de produtividade.

Na obra “Utopia”, de Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita e em harmonia, a qual é livre
de conflitos e mazelas. Todavia, fora de ficção, a realidade contemporânea está distante disso, haja
vista os desafios para enfrentar a invisibilidade do trabalho de cuidado exercido pela mulher no
Brasil. Por certo, a negligência governamental e a desigualdade social são fatores que favorecem esse
quadro.

A Constituição Cidadã traz, entre suas diretrizes legais, a igualdade entre homens e mulheres, nas
diversas áreas, o que inclui a esfera laboral. No entanto, na prática, a realidade brasileira tem sido
diferente do que propõe a lei, sobretudo, no que se refere aos desafios para o enfrentamento da
invisibilidade do trabalho de cuidado, em grande parte, realizado pelas mulheres. Logo, debater sobre
os principais fatores relacionados à problemática raiz cultural e negligência estatal é indispensável
para a reversão do atual quadro no Brasil.

Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação.” Na música “Que país é
este?”, da banda Legião Urbana, há a denúncia acerca de diversos problemas sociais. Na realidade
brasileira, isso pode ser observado na medida em que a indiligência governamental e o silenciamento
midiático perpetuam-se como desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de
cuidado realizado pelas mulheres. Nesse sentido, faz-se imprescindível remediar esse imbróglio em
prol da plena harmonia social.

A rigidez hierárquica da sociedade colonial brasileira, a qual pode ser designada como um exemplo
cruel de um sistema patriarcal, manteve as mulheres sobretudo as escravizadas sob o dominio de
sérios aparatos. Repressivos e impôs condições de trabalho bastante desgastantes. Nesse sentido,
ainda que essas estruturas tenham sido superadas, o legado histórico é evidente, à medida que a
precarização da mulher em trabalhos de cuidado edifica um quadro de invisibilidade, reproduzindo o
horror do passado. Esse cenário nefasto ocorre não só em razão da prevalência do desamparo
governamental, mas também em virtude da desvalorização humana. Logo, é fundamental a
discussão dessa problemática, a fim de propor itinerários para o seu enfrentamento.

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