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Aula 2

O documento analisa a evolução das formas de solidariedade social e organização do trabalho, destacando a transição da solidariedade mecânica nas sociedades pré-capitalistas para a solidariedade orgânica nas sociedades capitalistas, conforme a teoria de Durkheim. Ele também discute a influência do taylorismo e fordismo na produção industrial e como o toyotismo introduziu um modelo mais flexível, mas ainda assim marcado pela alienação do trabalhador. Além disso, aborda as mudanças nas relações de trabalho e o impacto do sindicalismo nas novas estruturas produtivas.

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O documento analisa a evolução das formas de solidariedade social e organização do trabalho, destacando a transição da solidariedade mecânica nas sociedades pré-capitalistas para a solidariedade orgânica nas sociedades capitalistas, conforme a teoria de Durkheim. Ele também discute a influência do taylorismo e fordismo na produção industrial e como o toyotismo introduziu um modelo mais flexível, mas ainda assim marcado pela alienação do trabalhador. Além disso, aborda as mudanças nas relações de trabalho e o impacto do sindicalismo nas novas estruturas produtivas.

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A solidariedade mecânica, de acordo

paulo FriDman/pulsar imagens


com Durkheim, é típica de sociedades
pré-capitalistas, nas quais a coesão social
se constrói por meio da forte identifica-
ção dos indivíduos com as tradições e os
costumes culturais da comunidade, pois
a divisão do trabalho pouco influencia
as relações. Nesses casos, a consciência
coletiva exerce intenso poder de coerção
nas ações individuais.
A divisão social do trabalho é um
processo de especialização de funções que
torna os indivíduos interdependentes. Para
Durkheim, a modernidade é caracterizada
pela predominância da solidariedade or-
gânica, sendo que a divisão do trabalho
produz um elo entre os indivíduos. Já nas
sociedades capitalistas, caracterizadas
pelo alto grau de divisão do trabalho e
por uma maior heterogeneidade cultural, A intensa divisão do trabalho aumenta a interdependência
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Durkheim aponta a existência da solida- entre os trabalhadores, o que dá origem à solidariedade orgânica.
riedade orgânica. A grande diversidade Na foto, trabalhadores costuram sacos para serem usados
de funções e de trabalhos produzidos na exportação de café na cidade de Manaus (AM, 2013).
nessas sociedades faz com que se fortaleça
a interdependência entre os integrantes. Nesse caso, a coesão social não é garantida
pela rigidez de uma consciência coletiva (coercitiva), mas baseia-se na exigência de
suprir as necessidades individuais tendo em mente o que é produzido pelos outros
membros do grupo.
Nesse caso, Durkheim interpreta as tensões sociais criadas pela exploração capita-
lista como um problema moral, isto é, se a divisão do trabalho não produz coesão social
é porque as relações entre os diversos setores da sociedade não estão adequadamente
Filme
regulamentadas pelas instituições sociais existentes, o que gera anomia.
Tempos modernos

reprodução
3 As experiências de racionalização
do trabalho
Com o crescimento da industrialização, o método de controle da produção de bens
materiais passou a ser um componente cada vez mais expressivo do antagonismo entre
os interesses de burgueses e os de proletários. A partir da segunda metade do século XIX,
desenvolveu-se uma área do conhecimento científico fundamentada em normas e fun-
ções que visavam organizar o espaço produtivo e aumentar a produtividade do trabalho.
Entre as diversas teorias que surgiram, ganhou destaque a do engenheiro estadunidense
Frederick W. Taylor, que propunha estratégias gerenciais fundamentadas em um rigoroso Estados Unidos, 1936.
controle de tempo e de movimentos, na especialização das atividades e na remuneração Direção: Charles Chaplin.
por desempenho. Duração: 87 min.

A principal característica desse método é a separação entre o planejamento e a execu- O filme retrata a dura rea-
ção das atividades. Esse sistema organizacional, chamado de taylorismo, busca a padroni- lidade vivida pelos traba-
zação de todas as atividades de produção, definidas pela administração e posteriormente lhadores no período da
Grande Depressão de 1929
repassadas aos trabalhadores. O objetivo do sistema é o aumento da produtividade por
e é uma crítica às relações
meio de mecanismos que permitam às administrações controlar e intensificar o ritmo e, e às condições de trabalho
assim, aumentar o lucro dos donos dos meios de produção. no sistema capitalista.

221
Filme
Quem escreveu sobre isso
A classe operária vai
ao paraíso

aKg-images/alBum/laTinsToCK
Frederick Taylor
reprodução

Frederick Winslow Taylor (1856-1915) nasceu na Filadélfia,


nos Estados Unidos. Formou-se em Engenharia Mecânica
em 1883. Considerado o pai da administração científica,
procurou desenvolver métodos científicos para a adminis-
tração de empresas, visando à eficiência operacional na
administração industrial. Em seu livro Princípios de admi-
nistração científica, de 1911, defendeu a racionalização das
Frederick Taylor desenvolveu tarefas que cabiam à administração e à produção, com o
métodos científicos para a intuito de obter maior rapidez e precisão no trabalho, o
administração de empresas. que aumentaria a produtividade nas fábricas.
Itália, 1971.
Direção: Elio Petri.
Duração: 125 min.
Um modelo prático de organização da produção que se baseou no taylorismo foi o
O filme mostra a trajetó- fordismo. Seu criador, Henry Ford, desempenhou papel fundamental na difusão do sis-
ria de Lulu Massa, operário tema de organização do trabalho que aliou o esquema taylorista às suas próprias ideias.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
italiano do período áureo
Proprietário da Ford Motor Company, em Detroit, Estados Unidos, Ford inovou o cenário
do fordismo, que se dedica
inteiramente à linha de industrial a partir de 1914, ao produzir veículos padronizados e em grandes quantidades –
produção até sofrer um o que barateava os custos de produção –, para alcançar o consumo em massa. Para isso,
acid ente e começar a foi criada uma linha de montagem em série, na qual os trabalhadores se fixavam em seus
questionar toda a estru- postos e os objetos de trabalho se deslocavam em trilhos ou esteiras. Cada trabalhador
tura da fábrica e o próprio deveria ser especializado em uma única tarefa, e o ritmo era ditado pela velocidade da
sistema capitalista.
linha de produção. Ao repetir movimentos iguais incessantemente, o operário atuava
como uma peça da máquina, alienado do conjunto de seu trabalho.
Os ganhos de produtividade – e a exploração da força de trabalho – foram bastante
significativos. A ênfase na separação entre a concepção (gerência) e a execução (trabalho)
ampliou a alienação do trabalho. Partia-se do princípio de que os trabalhadores eram
pagos para executar, não para pensar.
O modelo taylorista-fordista ocasionou alto índice de rotatividade, sobretudo nas
áreas mais próximas às linhas de produção, com baixo nível de qualificação educacional e
profissional dos operários, o que os tornava descartáveis. Esse sistema de organização do tra-
balho se expandiu para o mundo e passou
a ser amplamente utilizado no século XX,
Coleção partiCular

sobretudo após a Segunda Guerra Mundial,


a partir do grande crescimento econômico
produzido pelo consumo de massa.
No contexto atual, a organização do
trabalho experimenta uma nova estrutu-
ra, apoiada na flexibilização das relações
de trabalho e dos processos produtivos,
além da intensa utilização de tecnolo-
gias da informação. Esse novo padrão
surge como necessidade de adaptação às
transformações do sistema capitalista. O
mercado globalizado forçou o desenvolvi-
mento de novas estratégias de racionali-
zação e de redução de custos, que tiveram
Linha de produção dos carros modelo T, da Ford, nos Estados Unidos, também sérias implicações na quantidade
entre 1910 e 1920. e na qualidade do emprego.

222
4 Sistemas flexíveis de produção
O cenário de crise econômica global nos anos 1970 e 1980 desferiu um duro golpe
Customização em
nos investimentos produtivos industriais, concomitantemente à expansão das atividades massa
ligadas ao setor de serviços. Isso fez com que a indústria tivesse de se reorientar em rela- Produção em grande
ção a um mercado consumidor mais segmentado, que passou a exigir maior oferta, maior quantidade que
qualidade e menor preço. O modelo fordista, que tinha se desenvolvido para atender ao atende a demandas
mercado de massa com produtos padronizados e com pouca possibilidade de flexibiliza- específicas
ção, passou a sofrer críticas. individuais a custos
semelhantes aos dos
A crise que atingiu o capitalismo a partir da década de 1970 criou um ambiente favo- produtos fabricados
rável ao surgimento de mudanças que representam o afastamento radical dos princípios em massa.
fordistas, caracterizado como pós-fordismo. Nesse contexto, passa a se destacar um
sistema de organização do trabalho denominado toyotismo (ou ohnismo), desenvol-
vido pelo engenheiro Taiichi Ohno, da Toyota Motor Company. Apesar de a Toyota ter
adotado o modelo na década de 1950, só 20 anos mais tarde ele se tornaria paradigma
do sistema industrial mundial. Suas características básicas são: flexibilidade na produção,
com a capacidade de rápida alteração dos modelos a serem produzidos; organização da
produção e da entrega no momento e na quantidade exatos, de modo a torná-las mais
rápidas; importância da qualidade dos produtos; baixos preços com base na lógica de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

empresa “enxuta”; estoques baixos; e número reduzido de trabalhadores.


O toyotismo promoveu a passagem dos sistemas de produção “estáticos” para os
“flexíveis”. A flexibilidade na produção está ligada à ideia de fábrica “enxuta”, pois rompe
com o modelo de produção em série que necessitava de muitos trabalhadores. O toyotis-
mo pôde dar conta de pedidos pequenos de mercadorias, feitas especialmente para um
único cliente, bem como da customização em massa. Hoje em dia, pode-se identificar
esse modo de produção nas empresas que não possuem lojas físicas e vendem o produto
ao cliente antes mesmo de fabricá-lo, o que só ocorre depois de as especificações serem Filme
definidas pelo consumidor na loja virtual. Ou tudo ou nada
O sistema just in time adotado pelo toyotismo baseia-se na coordenação minuciosa

reprodução
de entrega de produtos ou matérias-primas para a produção, ou seja, um sistema de ter-
ceirização pelo qual não é preciso estocar produtos. Essa produção sob demanda permite
que a empresa venda o produto antes de comprar as matérias-primas necessárias para
fabricá-lo. Caso ocorra qualquer problema na entrega da matéria-prima, toda a produção
estará comprometida.
Esse modelo gerou ganhos para os consumidores e para a economia em geral. Pro-
porcionou também melhora significativa na organização capitalista do trabalho, princi-
palmente na descentralização, na aproximação dos níveis hierárquicos e na ampliação da
autonomia do trabalhador, mas manteve as relações de controle e poder. Enquanto no
sistema taylorista-fordista o trabalhador se tornava especialista em uma única, simples e
Reino Unido, 1997.
rotineira função, o toyotismo desenvolveu a figura do trabalhador “polivalente” ou “mul- Direção: Peter Cattaneo.
tifuncional”, que deveria aprender várias funções. Apesar de favorecer os aspectos ligados Duração: 92 min.
à criatividade do trabalhador, à produção em equipe, à qualificação, entre outros, esse
modelo ainda esbarra nos limites do trabalho alienado, ou seja, o trabalhador continua O filme conta a história
de alguns amigos desem-
a ser explorado e a não dominar todo o processo produtivo.
pregados que procuram
Dessa forma, se por um lado o toyotismo provocou grande aumento da produtividade uma alternativa incomum
do trabalho, por outro conservou o mesmo nível de controle sobre o trabalhador – e em e bem-humorada para
algumas situações o controle até aumentou. Um exemplo disso ocorre quando os empre- seus problemas financei-
ros, tendo como pano de
gados estão em situação de concorrência por aumento de produtividade. Ao contrário fundo as transformações
da verticalização do controle taylorista-fordista, com sua rígida hierarquia de comando, econômicas do final do
o trabalho em equipe do toyotismo gera uma horizontalização do controle, pois cada século XX, na Inglaterra.
operário fiscaliza o outro para o correto cumprimento das tarefas.

223
Outro fenômeno que surgiu com o toyotismo foi o sindicalismo de empresa, no qual
o sindicato estabeleceu uma relação que favorece a aplicação de uma política sindical
propícia a alinhar-se com a estratégia de negócios da empresa, gerando uma conver-
gência de objetivos. Esse modelo passou a rivalizar com o sindicalismo combativo – de
confronto, de classe e de luta –, típico do sistema taylorista-fordista.
Em linhas gerais, pode-se dizer que as carac-
KaZuHiro NoGi/aFp

terísticas do toyotismo listadas anteriormente,


associadas ao sindicalismo de empresa, às ferra-
mentas gerenciais – o just in time (JIT) e a kanban
(cartela na qual o trabalhador antecedente indi-
ca onde parou) – e à robotização da produção,
alteraram profundamente a matriz da empresa
fordista e geraram novos fenômenos no âmbito
da flexibilização do trabalho. Por exemplo, o
que o sociólogo estadunidense Richard Sennett
chamou de “corrosão do caráter”, referindo-se
às expectativas impostas aos trabalhadores,
que dispensam aspectos do caráter – como
lealdade, objetivos de longo prazo, confiança e
comprometimento – e valorizam a flexibilidade,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Apesar dos novos modelos de gerenciamento de mão de obra e da o trabalho em rede e a possibilidade de cada um
ideologia do ambiente confortável de trabalho, a imensa maioria dos ser capaz de se reinventar o tempo todo.
trabalhadores está submetida a uma rotina massificante, marcada pela
O desafio atual apresentado ao trabalhador
competitividade e pela insegurança quanto à continuidade no emprego.
Operários em fábrica de automóveis, em foto de 2014, na província de é lidar com objetivos de longo prazo em uma
Aichi, no Japão. sociedade que enfatiza o curto prazo.

Saiba mais

Sindicalismo
Os sindicatos são organizações que têm como obje- res de serviços. Tome-se como exemplo uma escola em
tivos a organização da classe operária e a intermediação que os faxineiros, merendeiros, seguranças e secretários
da relação entre patrão e empregado. sejam terceirizados e parte dos professores ou outros
profissionais da educação trabalhe sob contrato tem-
O sindicalismo no sistema taylorista-fordista porário. Nesse cenário, observa-se que os trabalhadores
No sistema taylorista-fordista, a exploração do da escola estão vinculados a uma empresa. De um dia
operário na linha de produção intensificou a atuação para o outro, esses funcionários poderão ser transferi-
e a resistência sindical. Os sindicatos atuavam para dos para outro local determinado pela empresa. Sem
garantir melhores condições de trabalho e aumento vínculo direto com o local de trabalho, muitos traba-
de salários de acordo com a produtividade geral. Nos lhadores não se engajam na luta em prol da melhoria
Estados Unidos, o fordismo, associado ao estado de da escola. A atuação do sindicato fica comprometida
bem-estar social, visto no capítulo 6, possibilitou boas pela dificuldade de mobilização dos profissionais, que
condições de atuação aos sindicatos e a garantia de estão em constante rotatividade. Dados de 2008, da
direitos trabalhistas. Organização Internacional do Trabalho (OIT), indicam
que a taxa de sindicalização no Brasil é de 19,1%, um
O sindicalismo no toyotismo aumento pequeno em comparação ao de 1992 (18%)
A flexibilização produtiva e as novas formas de e ao de 1998 (16,7%). Em 2012, segundo o Instituto
trabalho modificaram a atuação e a importância dos Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de
sindicatos. A terceirização, os contratos temporários, sindicalização da população ocupada adulta era de 17%.
o trabalho informal e o doméstico fizeram com que As baixas taxas de sindicalização apontam para uma
muitos trabalhadores perdessem o vínculo com o local crise socioinstitucional dos sindicatos, que necessitam
de trabalho, uma vez que se tornaram apenas prestado- se adaptar às novas condições de trabalho e produção.

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5 Trabalho: cenário atual, avanços e retrocessos
Os processos de liberalização econômica (que possibilitaram maior participação do
capital, em especial do estrangeiro, em setores antes regulados pelo Estado), de incremen-
to tecnológico (como a introdução da robótica) e de renovação das relações de trabalho
(terceirização, trabalho temporário etc.), implantados a partir dos anos 1990, resultaram
no aumento do desemprego em relação às duas décadas anteriores, em diversas nações
industrializadas do mundo.
Mas não é tão simples analisar os impactos do desenvolvimento da tecnologia nos
processos e nas relações de trabalho. Se por um lado a automação (em bancos, escri-
tórios, telecomunicações etc.) eliminou empregos para trabalhadores qualificados, por
outro, propiciou aumento de postos de trabalho em setores da economia antes pouco
expressivos, como o de tecnologia da informação.
Os dois primeiros elementos, liberalização econômica e incremento tecnológico,
ocasionaram o fenômeno conhecido como desemprego estrutural. Essa modalidade de
desemprego é resultado de profundas transformações na estrutura do mercado laboral,
que o impedem de absorver a mão de obra disponível por longos períodos, fato que o
diferencia do desemprego conjuntural, provocado por fases pontuais de recessão do
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ciclo econômico. Assim, tanto os trabalhadores qualificados (que perderam funções na


indústria) quanto os mais jovens – por ainda não terem qualificação – são vitimados por
esse fenômeno.
Nesse sentido, o crescimento do trabalho em tempo parcial, temporário, subcontrata-
do, terceirizado e vinculado à economia informal, mesmo nos países industrializados ricos,
parece confirmar a tese de que o trabalho está sofrendo uma degradação ou precarização,
processo chamado de informalização do trabalho.
O quadro de informalização faz emergir uma realidade em que no trabalho formal Direitos trabalhistas
prepondera o setor de serviços, o chamado setor terciário, que consiste, em linhas assegurados pela lei,
como o seguro-
gerais, na concentração dos trabalhadores nas atividades econômicas que envolvem -desemprego,
a comercialização de produtos em geral e o oferecimento de serviços comerciais, tornam-se cada vez
pessoais etc. mais difíceis. Na foto,
centenas de pessoas
No caso brasileiro, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), buscam o benefício
em 2008, mais de 57% dos trabalhadores estavam ocupados no setor de serviços. Nesse na Superintendência
mesmo ano, 24% da população economicamente ativa (PEA) trabalhava na indústria e Regional do Trabalho e
Emprego, em São Luís
apenas 18,4%, na pecuária, na caça e na pesca. (MA, 2013).
Desde a década de 1980, somente o setor
Karlos Geromy/oimp/d.a press
terciário tem crescido no total da ocupação na-
cional. O setor primário seguiu diminuindo seu
peso relativo no total dos postos de trabalho, de
32,9% para 18,4%, entre 1980 e 2008, enquanto
o setor secundário se manteve relativamente es-
tabilizado em quase 25% da ocupação nacional.
Entre os processos que influenciam esse
cenário estão propostas de desregulamentação,
de flexibilização, de privatização acelerada e de
desindustrialização. Esses fenômenos, que pelo
menos até 2015 vinham sendo fortemente im-
pulsionados, são exemplificados pelo contrato
por tempo determinado, pelo banco de horas,
pela redução de encargos sociais e de direitos
trabalhistas.

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