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Trabalho AIA

A mineração artesanal de ouro em Moçambique, embora forneça subsistência para muitas famílias, causa sérios impactos socioambientais, incluindo desmatamento, contaminação da água e riscos à saúde pública devido ao uso de mercúrio. As consequências econômicas incluem uma economia instável e conflitos sociais, exacerbados pela falta de regulamentação. Para mitigar esses impactos, são necessárias tecnologias limpas, educação ambiental e regulamentação adequada.

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A mineração artesanal de ouro em Moçambique, embora forneça subsistência para muitas famílias, causa sérios impactos socioambientais, incluindo desmatamento, contaminação da água e riscos à saúde pública devido ao uso de mercúrio. As consequências econômicas incluem uma economia instável e conflitos sociais, exacerbados pela falta de regulamentação. Para mitigar esses impactos, são necessárias tecnologias limpas, educação ambiental e regulamentação adequada.

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1.

Introdução

A mineração artesanal de ouro em Moçambique tem crescido significativamente nas últimas


décadas, atraindo a atenção tanto de comunidades locais quanto de investidores. Este tipo de
mineração é caracterizado pela sua natureza informal, onde pequenos grupos ou indivíduos
extraem ouro utilizando métodos rudimentares. Embora essa prática possa proporcionar
subsistência a muitas famílias, também levanta preocupações sérias sobre os impactos
socioambientais que afetam tanto o meio ambiente quanto a qualidade de vida das comunidades
envolvidas.

2. Os impactos ambientais decorrentes na mineração artesanal

O uso disseminado do mercúrio na mineração artesanal, especialmente na extracção de ouro,


representa um problema sócio ambiental de proporções alarmantes. Essa prática nociva, embora
economicamente atractiva para comunidades empobrecidas, desencadeia uma série de
consequências devastadoras à saúde humana e ao meio ambiente, exigindo medidas urgentes para
a sua erradicação.

A exploração artesanal do ouro em Moçambique causa diversos impactos ambientais, de acordo


com Coelho (2016) “actividades mineiras não têm nenhum impacto socio ambiental positivo em
local onde estas são executadas” que podemos citar os seguintes:

 Desmatamento: A necessidade de espaço para atividades mineradoras leva à remoção de


grandes áreas florestais, resultando na perda de biodiversidade e degradação dos
ecossistemas.
 Contaminação da água: O uso de mercúrio e outros produtos químicos para a extração
do ouro contamina os corpos das águas locais, afetando não apenas a fauna aquática, mas
também a saúde das comunidades que dependem dessas fontes para consumo. Como
salienta (Coelho, 2016 cit. em Chicombo, 2021), que a mineração usa intensivamente a
água, reduzindo a disponibilidade hídrica superficial e subterrânea, e a destruição de
lenções freáticos, poluição dos rios é uma ma constante nas actividades mineiras.
 Erosão do solo: A remoção da vegetação e a escavação do solo aumentam a erosão,
levando à degradação da terra e à diminuição da produtividade agrícola nas áreas
circundantes.
 Poluição do ar: As atividades mineradoras geram poeira e emissões tóxicas que podem
afetar a qualidade do ar local. A população pode-se expor aos compostos de mercúrio pela
inalação do ar, pelo consumo de alimentos e água ou pela exposição por contacto com a
pele.

3. Os efeitos sociais e económicos da exploração do ouro em pequena escala

A mineração artesanal tem um impacto significativo nas dimensões sociais e econômicas das
comunidades onde podemos destacar os seguntes:

 Economia local: Embora possa gerar renda imediata para os mineradores, a natureza
informal da mineração muitas vezes resulta em uma economia instável e vulnerável. A
falta de regulamentação pode levar à exploração e ao trabalho infantil (Rantala e Ali,
2024).
 Conflitos sociais: A competição por recursos naturais pode gerar tensões entre
comunidades e até mesmo conflitos violentos. Além disso, as desigualdades sociais se
intensificam quando os lucros da mineração não são redistribuídos equitativamente.
 Saúde pública: A exposição ao mercúrio e outras substâncias tóxicas representa sérios
riscos à saúde dos trabalhadores e das comunidades vizinhas, aumentando a incidência de
doenças respiratórias e neurológicas.

Segundo Sitoe (2024), o ouro normalmente é encontrado em minérios e sedimentos que contêm
toxinas como o mercúrio. Quando os rios são dragados para extrair grandes depósitos de ouro,
essas toxinas flutuam rio abaixo e invadem a cadeia alimentar prejudicando o equilíbrio natural.

4. Alternativas tecnológicas e estratégias de mitigação que minimizem os impactos


socio ambientais da mineração artesanal

Para minimizar os impactos negativos da mineração artesanal, algumas alternativas tecnológicas


e estratégias podem ser consideradas:

 Tecnologias limpas: Introduzir métodos alternativos de extração que não dependam do


mercúrio, como processos gravimétricos ou o uso de biotecnologia para separação do
ouro (Silva, 2022).
 Educação ambiental: Capacitar as comunidades sobre práticas sustentáveis e os riscos
associados ao uso de produtos químicos na mineração pode ajudar a mitigar danos ao
meio ambiente.
 Regulamentação: Estabelecer um quadro regulatório que reconheça a mineração
artesanal pode ajudar a formalizar esta atividade, promovendo melhores condições de
trabalho e proteção ambiental (Silva, 2022).
 Projetos comunitários: Incentivar projetos que integrem a mineração com práticas
agrícolas sustentáveis pode aumentar a resiliência econômica das comunidades.

5. Conclusão

O impacto socio ambiental da exploração artesanal do ouro em Moçambique é complexo e


multifacetado. Embora essa atividade possa oferecer oportunidades econômicas para muitos, ela
também apresenta desafios significativos que precisam ser enfrentados. Por meio da
implementação de tecnologias mais limpas, educação ambiental, regulamentação adequada e
iniciativas comunitárias, é possível minimizar esses impactos e garantir um futuro mais
sustentável para as comunidades envolvidas na mineração.

6. Referências bibliográficas

Chicombo, O. B. (2021). Análise da percepção dos moradores do distrito de Manica, em relação


aos impactos sócio-ambientais da mineração de ouro, caso Penhalonga localidade
Mharidza. Maputo.
Coelho, T. P. (2016). Noventa por cento de ferro nas calçadas: e (sub) desenvolvimentos em
Municípios minerados pela Vale. S.A. Tese de doutoramento Programa de Pós-graduação
em Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro.
Rantala, J e Ali, T. (2023). Mineração artesanal de ouro: De operações clandestinas a uma
contribuição para o desenvolvimento local. Resumo de política-publicação do Projeto
TIPS e da Rede de Religiosos e Tradicionais Pacificadores.
Silva, R. B. D. (2022). Mineração artesanal na Amazônia Legal: legislação e produtos
biotecnológicos.
Sitoe, A. B. J. (2024). Avaliação da contaminação do ar e água por mercúrio e seus possíveis
impactos ambientais em zonas de mineração de ouro na Província de Tete nos Distritos
de Chiúta e Moatize. Maputo.
Evidências:
Imagens tiradas no local de extração artesanal de ouro, na Localidade de Púngué Sul no Distrito
de Vanduzi.

Fonte: Autor 2025

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