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2º Ano 2022 - Apostila Filosofia

A apostila de Filosofia para o Ensino Médio aborda a epistemologia e a importância do ensino filosófico na formação do pensamento crítico e ético dos alunos. Ela destaca a necessidade de um ensino reflexivo e prático, além de apresentar conteúdos, metodologias e atividades avaliativas. A filosofia é apresentada como uma disciplina essencial para o desenvolvimento da autonomia intelectual e da compreensão da realidade social e política.

Enviado por

Eduardo Caetano
Direitos autorais
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Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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2º Ano 2022 - Apostila Filosofia

A apostila de Filosofia para o Ensino Médio aborda a epistemologia e a importância do ensino filosófico na formação do pensamento crítico e ético dos alunos. Ela destaca a necessidade de um ensino reflexivo e prático, além de apresentar conteúdos, metodologias e atividades avaliativas. A filosofia é apresentada como uma disciplina essencial para o desenvolvimento da autonomia intelectual e da compreensão da realidade social e política.

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2022

FILOSOFIA.
 ÁREA DE ESTUDO: EPISTEMOLOGIA
 APOSTILA DE TEXTOS E EXERCÍCIOS.

●O QUE É FILOSOFIA? (do grego Φιλοσοφία, literalmente «amigo da


sabedoria» ou «amor pelo saber») é o estudo de problemas fundamentais
relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais
e estéticos, à mente e à linguagem.[3] Ao abordar esses problemas, a
filosofia se distingue da mitologia e da religião por sua ênfase em
ENSINO
MÉDIO
2ºAno argumentos racionais; por outro lado, diferencia-se das pesquisas científicas
por geralmente não recorrer a procedimentos empíricos em suas
investigações. Entre seus métodos, estão a argumentação lógica, a análise
conceptual, as experiências de pensamento e outros métodos a priori.

A Filosofia é o saber mais abrangente. A partir dela, são fundamentados e


Versão 2022 desenvolvidos os projetos educacionais e as pesquisas, bem como embasa-
se, inclusive, a consultoria a instituições científicas, artísticas e culturais.

Por razões de conveniência e especialização, os problemas filosóficos são


agrupados em subáreas temáticas: entre elas as mais tradicionais são a
metafísica, a epistemologia, a lógica, a ética, a estética e a filosofia política

O ensino e a aprendizagem da Filosofia, se unem em um processo de


pensamento reflexivo e prático. É um movimento continuo e em espiral do
pensamento, um constante ir e vir para avançar na compreensão das
realidades. É uma busca sistemática pelo saber, pela descoberta, pelo
esclarecimento da realidade, por via do debate de idéias e do diálogo entre
professor e aluno, apoiados na produção do conhecimento filosófico já
produzido pela humanidade. Tudo isso seguindo metodologias específicas.
Este movimento faz com que, Filosofia e Filosofar sejam ao mesmo tempo,
um a prática do outro. Assim, a Filosofia e o filosofar se desenvolvem em
conjunto, não como uma aprendizagem das coisas, mas sim como
aprendizagem para a vida.

APOSTILA DISPONÍVEL NO BLOG: westerleypensamentocrítico –

Westerley
Elaborado por: Prof. Westerley Santos
01/02/2019
Agradeço aos autores dos textos, sites, blogs, e demais fontes de pesquisa
utilizadas neste trabalho, citados sempre que identificados na web e outras fontes.
INDICE

O ensino e a aprendizagem da Filosofia se unem em um processo de pensamento reflexivo e prático. É um


movimento continuo e em espiral do pensamento, um constante ir e vir para avançar na compreensão das
realidades. É uma busca sistemática pelo saber, pela descoberta, pelo esclarecimento da realidade, por via do
debate de ideias e do diálogo entre professor e aluno, apoiados na produção do conhecimento filosófico já
produzido pela humanidade. Tudo isso seguindo metodologias específicas. Este movimento faz com que, Filosofia
e Filosofar sejam ao mesmo tempo, um a prática do outro. Assim, a Filosofia e o filosofar se desenvolvem em
conjunto, não como uma aprendizagem das coisas, mas sim como aprendizagem para a vida.

1) PRIMEIRA PARTE: INFORMAÇÕES GERAIS:

1 - Algumas considerações importantes sobre a Filosofia no Ensino Médio: .........03


2 – Plano de Curso: ........................................................................................06

2) SEGUNDA PARTE: INFORMAÇÕES SOBRE O CURSO:

5 - Conteúdos para cada série: ...........................................................................09

6- A dinâmica do Curso: ....................................................................................10


7- Quais serão as atividades avaliativas: .............................................................11
8 -Sobre o uso do Debate em sala de aula: ..........................................................12

TERCEIRA PARTE: CONTEÚDOS, TEXTOS E EXERCÍCIOS DE APOIO:


9 - Textos e Exercícios para Nivelamento do Conteúdo (para todas as séries) .........13

3) QUARTA PARTE: TEXTOS E EXERCÍCIOS SOBRE A MATÉRIA

2º Ano - MATÉRIA: EPISTEMOLOGIA: Textos e Exercícios .............................................37

Informações Complementares.

13- Orientações sobre Atividades Interdisciplinares, Trabalhos e Projetos: .............71

14 - Indicações de Livros, vídeos, filmes e sites.....................................................74.

ACOMPANHAMENTO (MARQUE OS TEXTOS ESTUDADOS)


Turma A B C D E F G H 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

20 20a 20b 20c 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43

44 45 46

Textos: A a G Introdução / 01 a 11 1º bim. / 12 a 26 2º bim. / 27 a 36 3° bim. / 37 A 43 4º bim. – 44 a 46 extra.


2
Página
APRESENTAÇÃO AO ALUNO (A)

APOSTILA PARA APOIO AO ESINO E APRENDIZAGEM DA FILOSOFIA

- OBSERVAÇÕES INICIAIS -

1 ● Esta apostila é um instrumento pedagógico de organização e apoio ao aluno, não é


obrigatória, não é comercializada e não substitui o livro didático, apenas reestrutura, reorganiza os
conteúdos de diversas fontes para atender a realidade e especificidade de cada série do ensino na
escola. Seguindo o Plano Pedagógico definido para a Disciplina. Esta apostila reúne textos e
conteúdos retirados de vários livros didáticos e clássicos da Filosofia, artigos da web e autorais, com
identificação das devidas fontes de autoria sempre que foi possível.

2 ● Esta apostila de textos e exercícios foi elaborada por ÁREA DE CONHECIMENTO DA FILOSOFIA para as
três séries do Ensino Médio. Visa auxiliar os alunos e professor no ensino da Filosofia e não a substituir
aulas, conteúdos previstos ou a dinâmica do ensino em sala de aula.

3 ● Esta apostila foi dimensionada, adequando o conteúdo e atividades à quantidade reduzida de


aulas de filosofia no Ensino Médio para cada série.

4 ● Esta apostila contém textos clássicos e não clássicos, atuais e históricos, mas sempre textos
críticos-reflexivos inseridos na temática da área de conhecimento definida para cada série.

5 ● Para cada texto há propostas de exercícios e diversos vídeos que visam auxiliar o aluno no
desenvolvimento de suas habilidades, competências e criticidade conforme definido no CBC.
(Conteúdos Básicos Comuns) do Estado de MG. E PCN do MEC.

6 ● Os textos e exercícios são para ajudar o aluno no desenvolvimento da: percepção histórica da
Filosofia, capacidade de análise crítica, problematização, reflexão, conceituação e argumentação
lógica fundamentada, necessárias ao desenvolvimento da autonomia de pensamento sobre a
realidade social, política, econômica, religiosa, Filosófica necessárias á construção do cidadão e do
sujeito crítico.

7 ● Para aprofundamentos de estudos em alguns temas, textos ou exercícios há indicações de livros,


filmes e vídeos do youtube que poderão ser utilizados em atividades em sala de aula.

8 ● Toda atividade de produção de texto solicitada na apostila para entregar, só será recebida
pelo professor se for elaborada em formulário conforme modelo anexo no anexo 1.

9 ● Esta apostila está disponível gratuitamente no blog:


westerleypensamentocrítico para impressão, consulta e críticas.

Elaborada por: Westerley santos - Professor


3
Página
- BLOG PARA APOIO AO ALUNO -

● Para atender a necessidade dos alunos em estudos complementares, e, de desenvolver


materiais pedagógicos diversificados e atuais, cumprindo ao mesmo tempo, as exigências
modernas de inserção das (Tics) - Tecnologias de Informação - nas práticas de ensino e
aprendizado Escolar. Desenvolvi um Blog como recurso adicional de pesquisa, estudo,
revisão e obtenção de materiais de aula com acesso pelo seguinte endereço:

No google entrar com: westerleypensamentocrítico

● Há no menu do blog (lado esquerdo) um espaço destinado ao aluno com itens específicos do curso
de Filosofia. Onde o aluno encontrará: Apostilas, Vídeos, Exercícios extras, Textos extras, Power point
de aulas, jogos filosóficos pedagógicos e outros.

● Nos demais espaços do blog o aluno encontrará: Box para comunicação com o
professor, links de interesse, artigos sobre vários temas, indicações de Livros e Filmes,
Pesquisas, citações de Filósofos e outros.

● Para os alunos que não dispõem de acesso à internet em casa, a Secretaria de Educação
do Estado disponibiliza ao estudante nas Escolas, laboratórios de informática e acesso á
internet para fins educacionais.
Ver abaixo capa do blog

4
Página
PRIMEIRA PARTE: INFORMAÇÕES GERAIS

1 -- ALGUMAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A FILOSOFIA NO E. MÉDIO


Após ter sido banida do Ensino Médio pela ditadura Militar em 1971, a Filosofia retorna à Escola na década de 90, por exigência da (LDB
9394/96) que lhe destina junto às demais disciplinas das Humanas, um dos mais importantes papeis na formação educacional do jovem
brasileiro. Diz o artigo 35 da referida Lei de Diretrizes e Bases da Educação/1996:

“aprimoramento do educando como ser humano, sua formação ética, desenvolvimento de autonomia intelectual e de seu pensamento
crítico, aprimoramento para o trabalho e desenvolvimento de competências para continuar seu aprendizado. (Art. 35).

No entanto, não basta o texto da lei, há sempre um descompasso entre o que a lei prescreve e a sua aplicação prática. E a Filosofia foi
preterida ou se quiserem, negligenciada nas “grades curriculares” na maioria das escolas públicas brasileiras por mais uma década,
constando, às vezes, e, em quantidade insuficiente para se fazer cumprir o que determinou a lei. Ademais, quando constava no currículo
de alguma escola, era quase sempre ministrada por pessoas não habilitadas, não formadas para tal. Esta situação provocou, em muitos
casos, um desapreço do aluno pela disciplina. Só em junho de 2008, após intensas manifestações de professores, alunos e políticos em
todo Brasil, nas escolas, Universidades, Sindicatos, Assembleias Legislativas, Congresso nacional, MEC, Câmara de Educação e imprensa,
é que a Presidência da República sancionou o decreto nº 11.684, de 2 de junho de 2008, tornando o ensino da Filosofia obrigatório em
todas as séries do Ensino Médio.

Mas, ao que parece, a resistência a um ensino mais crítico e humanista ao jovem brasileiro é grande. De fato as escolas incluíram a Filosofia
em seus currículos conforme o decreto, mas, com UMA aula apenas por semana, mesmo podendo ampliar este número. E ainda
mantiveram profissionais não qualificados para ministrá-la, mais como forma de atender a carga horária de profissionais com outras
habilitações, que para garantir a qualidade pedagógica do Ensino.

Ou por medo do caráter transgressor da Filosofia, - uma vez que seu ensino enseja a autonomia intelectual e de compreensão do aluno
sobre os diversos níveis da realidade e da manipulação ideológica; social, política, cultural, Histórica- ou, não ampliam o número de aulas
de Filosofia, por falta mesmo de entendimento da dimensão formadora da consciência ética e crítica do aluno. De todo modo, por
ideologia ou por ignorância, o fato é que a Filosofia voltou à escola, mas de modo simbólico.

Contudo, a Filosofia não convive apenas com estes problemas de fundo político-ideológico ou de ignorância pedagógica. Junte a este
quadro, os problemas próprios da natureza da Filosofia que implicam em seu ensino, como: O que é Filosofia? Ensina-se Filosofia ou se
Ensina a Filosofar? Quais são os elementos próprios da Filosofia que não se confundem com as Ciências, Religião ou Artes? Flexiona-se a
linguagem filosófica em busca da facilidade de seu entendimento ou mantêm-se o rigor metodológico conceitual de sua linguagem em nome
da própria Filosofia?

Como se não bastasse, o quase meio século de ausência da Filosofia dos quadros escolares brasileiros criou um hiato de uma geração sem
este conhecimento e, por isso, um arrefecimento nas produções Filosóficas voltadas para o Ensino Médio, como livros didáticos e outros
materiais de apoio. Este hiberno da Filosofia, colocou na agenda dos professores, principalmente do Ensino Médio, os seguintes desafios:

O que fazer para que a Filosofia ocupe o espaço que lhe é de direito e necessidade nos currículos escolares? O que fazer para evitar que
“professor” não habilitado ou não formado lecione Filosofia? Que competências e habilidades nos alunos a Filosofia deve desenvolver?
Que metodologia de abordagem adotar para o Ensino da Filosofia neste retorno ao nível Médio? Histórica, temática, por problemas,
corretes filosóficas, sistemas? Deve se aplicar provas convencionais para avaliar um conhecimento que tem o caráter de conscientização
e de atitude prática perante o mundo? Como avaliar quantitativamente um ensino que se baseia na descoberta atemporal e vivencial do
aluno com ele mesmo e com o outro? Ou seja, como avaliar técnica-quantitativamente um conhecimento não-técnico, que se baseia na
percepção dos valores corretos e nas atitudes orientadas por sua compreensão?

Por fim, até que os dirigentes (diretores e políticos), a sociedade (pais e alunos) e mesmo os professores e universidades, compreendam a
necessidade e o valor da Filosofia para a construção da cidadania e da formação humanística do próprio aluno como sujeito de sua história,
restará a nós Professores-Filósofos comprometidos ética, política e socialmente com a Filosofia e a Educação, continuarmos a luta pela
implantação suficiente da Filosofia na Escola, ao menos com duas aulas semanais por série do Ensino Médio, como sugere as “Orientações
Curriculares” do MEC. (p.17-18 – v.3- 2006).

Quanto aos problemas da natureza da Filosofia, estes fazem parte da tradição investigativa da própria Filosofia. Se, o que é Física? Não é
um problema físico, O que é Filosofia? Sempre será um problema filosófico e deve continuar sendo, é da tradição problematizadora da
Filosofia questionar inclusive a si mesma, não por duvidar de seu valor ou importância, mas para não perder de vista seus fundamentos,
essência e necessidade ao espírito humano.

Já os problemas do ensino da Filosofia, externos a ela; estes, pela necessidade imediata, requerem uma tomada de decisão do professor,
não só pedagógica, no sentido estrito, mas também política e social, no sentido amplo.
É neste sentido que apresento aos meus alunos a metodologia de trabalho definida para esta jornada. Construída com base na Filosofia
da Educação, na pesquisa sobre a realidade da Educação brasileira para o Ensino Médio, nos estudos de diversos Filósofos e especialistas,
em documentos oficiais e, em consonância com a minha experiência e visão de mundo como Filósofo e Professor. O que não quer dizer
com isso, que seja uma proposta hermética, fechada, pronta e acabada. Pelo contrário, se trata de uma proposta aberta e flexível, inclusive
na esperança da manifestação propositiva dos orientadores educacionais, pais e principalmente dos alunos, para quem todo este esforço
da Educação e da Filosofia na Escola é destinado.
Abraço e fica o convite para o desafio da Filosofia!
Prof. Westerley Santos -
5

Texto Elaborado para aula inaugural do Ensino Médio e publicado no Blog: “westerleypensamentocriticofilosofia”.
Página
SEGUNDA PARTE: EMENTA DO CURSO.

E.E.PROFESSOR FRANCISCO BRANT


2022

PLANO DE CURSO – FILOSOFIA


Prof. Westerley Santos
Ensino Médio.
É ponto comum entre os Professores da área que a Filosofia no Ensino Médio, pretende iniciar o aluno na reflexão filosófica
das várias realidades; históricas, culturais, religiosas, políticas, sociais, científicas, tecnológicas e do próprio conhecimento
Filosófico. E deste modo contribuir para que desenvolva sua autonomia intelectual, concepção ética e consciência crítica
destas realidades, para que se torne sujeito de sua própria História. Neste sentido, este plano de curso foi elaborado com base
na tradição do conhecimento filosófico, alinhado com o CBC¹, PCN² e elementos do Currículo da PUC-Minas e UFMG para a
EMENTA

Filosofia e propõem a abordagem de três grandes áreas do campo de investigação da Filosofia. a saber: - 1) Antropologia
Filosófica, 2) Epistemologia (Teoria do Conhecimento) e, 3) Axiologia (Teoria dos Valores), organizadas em uma em apostilas
específicas para cada Série do Ensino Médio.

¹ CBC – Currículo Básico Comum/MG


² PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais/LDB

1º Ano- Iniciação à História da Filosofia¹ e Antropologia² :


1ª Serie *

¹ Oferecer ao aluno iniciante na Filosofia uma base Histórica do pensamento Filosófico.


CONTEÚDO/ÁREA DE CONHECIMENTO POR SÉRIE

² Pretende levar o aluno a refletir sobre a questão de Quem é o homem e qual o seu lugar no mundo? Analisando
os vários aspectos e concepções culturais deste ser para que o aluno possa se situar no mundo como sujeito da
história. (O ser)

(*) Não Haverá aula de Filosofia nesta série neste exercício e sim 2 de Sociologia.

2º Ano – Epistemologia: pretende inserir o aluno na investigação sobre o que é o conhecimento e o papel da
Ciência? Os Mitos da Ciência e sua relação com a Religião e com a Filosofia. O que podemos conhecer e como? E o
2ª Série

que podemos fazer com o conhecimento? Sua importância e necessidade ao homem e ao Mundo Moderno. As
Visões de Mundo e a Racionalidade instrumental e comunicativa nos tempos atuais.
(O Homem como Ser de Conhecimento)

3º Ano – Axiologia: pretende provocar no aluno a reflexão sobre os valores, o agir ético e moral, a antiviolência,
3ª Série

a capacidade de formular juízos críticos corretos e significar corretamente a vida, o Mundo e assim se orientar
melhor para fazer suas escolhas . Razão substantiva e valorativa, O Sujeto ético e o relativismo dos valoreas na
atualidade .(O Agir)

Todo o conteúdo apresentado, no conjunto, visa auxiliar o aluno na obtenção das competências, habilidades e
Criticidades necessárias à formação do sujeito crítico, consciente se si do outro e do mundo.
Gerais:

A finalidade do ensino da Filosofia é orientar e oferecer instrumentos para que o aluno desenvolva sua autonomia
intelectual e com isso seja capaz de ler, interpretar, analisar, refletir, julgar, argumentar e decidir corretamente
sobre as várias realidades: sociais, econômicas, políticas, religiosas, morais e éticas, vividas e ou conhecidas por
OBJETIVOS E FINALIDADE

ele.

O ensino da Filosofia visa contribuir para um pensar, agir, fazer e Ser do aluno no mundo com base no
esclarecimento racional Dos valores de justiça, verdade , responsabilidade, Honestidade, solidariedade.... Para
isso a proposta aqui apresentada perpassa um percurso que vai do senso comum ao senso crítico, para que o aluno
qualifique ainda mais sua existência através do exercício da solidariedade, da cidadania e do agir ético.
Específicos:

O Objetivo é Provocar a percepção, a investigação, a análise e reflexão crítica, a inferência e a capacidade de dar
sentido/significado ao mundo e sua ação nele por meio da leitura filosófica, produção de textos críticos,
problematização e debates de temas e textos filosóficos relacionados à realidade Histórica, social e pessoal, por
meio da sua ação prática e cidadã no cotidiano
COMPETÊNCIAS E
HABILIDADES

Desenvolvimento da percepção, problematização, reflexão, produção e análise, conceituação e argumentação crítica da


realidade social, cultural, histórica e política que serão desenvolvidas de investigação da Filosofia a partir do
pensamento dos principais filósofos dentro da tradição histórica da Filosofia, por meio de leitura, debates e exercícios
de análise crítica de textos clássicos da Filosofia.
6
Página
Abordagem por área de conhecimento da Filosofia definida para cada Série na Ementa deste plano, de modo
ABORDAGEM

problematizador e dialogal, a partir da tradição Filosófica Histórica, conciliada com a realidade da sociedade Brasileira e
com as principais questões da atualidade..

A base metodológica será o “Triangulo Didático”: 1) Base Teórica – Exposição, Conceituação, percepção e Reflexão. 2)
METODOLOGIA

Base Prática – Pesquisa, Produção e análise. 3) Base Crítica – Problematização, Argumentação e Inferência.

Aula Expositiva dialogal, debates, café filosófico, grupos de atividades, interpretação e análise crítica de textos Filosóficos,
filmes, atividades práticas de problematização e análise crítica de temas e fatos da realidade vivida, estudo de caso,
produção de textos, vídeos , projetos e atividades interdisciplinares.

O critério será o da avaliação diagnóstica, com o acompanhamento progressivo, direto do professor com o aluno/turma
visando identificar o desenvolvimento das capacidades e competências, criticidades e habilidades interpretativas,
comparativas, analíticas, críticas, argumentativas, de reflexão, inferências e PRINCIPALMENTE “atitudinais Éticas” do
aluno, em relação aos fundamentos do ensino da Filosofia.
AVALIAÇÃO

Os instrumentos avaliativos serão: debates, Rodas de conversa, café Filosófico, avaliação oral, pesquisas e trab. práticos,
análises críticas, leituras e produção de textos, resenhas de livros e participação em aula e projetos específicos.

Obs: Não significa que todos os instrumentos avaliativos serão utilizados no ano letivo, dependerá da progressão da
turma.
DISTRIBUIÇÃO

Conforme definido pela Escola com os ajustes necessários á realidade de uma aula por semana e da natureza e
PONTOS

especificidade da matéria.

Ver item “Distribuição de Pts da apostila. Sujeito a ajustes no caso de trabalhos interdisciplinares.
PROJETOS

1) Desafio de Debates entre turmas. 2) Visitações 3) Aula Interdisciplinar com Filmes. Outros.

7
Página
Página 8
4 – CONTEÚDOS DE CADA SÉRIE POR ÁREAS DE CONHECIMENTOS -
Obs: O mesmo programa é válido para períodos trimestrais sendo: 1º Trimestre (Nivelamento), 2º Trimestre (Introdução) e 3º Trimestre (Aprofundamento).
(Ref. BASE CURRICULARE NACIONAL - CURRÍCULOS PUC e UFMG)

1ºs Anos 2ºs Anos 3ºs Anos


ANTROPOLOGIA e TÓPICOS DA HISTÓRIA DA EPISTEMOLOGIA AXIOLOGIA
FILOSÓFICA (Teoria do Conhecimento) (Teoria dos Valores)

1º e 2º Bimestres. 1º e 2º Bimestres. 1º e 2º Bimestres:

Nivelamento do Conteúdo: Nivelamento do Conteúdo: Nivelamento do Conteúdo:


- Descrição teórico-conceitual e quadro com -Descrição teórico-conceitual e Histórica -Descrição teórico-conceitual e Histórica
Visão Histórica da Filosofia. do que seja a Filosofia ,sua necessidade e Importância. do que seja a Filosofia sua necessidade e
- O que não é Filosofia. Importância.
1)Introdução: - O processo do Filosofar (Método Avançado).
1a- Surgimento, necessidade e Importância. - O processo do Filosofar. (Método Avançado)
da Filosofia. 1) Introdução:
1b- O processo do Filosofar. ( Método Inicial) -O que é Epistemologia? - Conceituação 1) Introdução: -O que é Axiologia?
1.a. O que é DOXA e o que é EPISTEME.
2)- O que é Antropologia? - Conceituação 1.b. Ignorância e inteligência. 3.a – Conceito e fundamento Histórico
1.a – Conceito e fundamento Histórico. 1.c. Fake News e Pós-verdade. 3.b - Questões da Axiologia
1.b - Questões da Antropologia. 3.c - A escala dos Valores.
1.c - As vária concepções de homem 2) O problema do conhecimento e a Ciência. 3.d – Ética e Moral.
1.d - Marcas do Homem Moderno. 2.b. Questões da Epistemologia. 3.e – O Quadro Aristotélico para Vício e Virtude.
2.c. Tipos de Conhecimento.
3º e 4º Bimestres. 2.d. Breve História da Ciência. 3º e 4º Bimestres:
2.e. Ciência e Epistemologia.
3)Aprofundamento: - A condição Humana. 2.f. Saber técnico x Saber Ético. 2)Aprofundamento: A Consciência ética
1d – O saber humano. 3.d – Origem e causas da Violência Humana.
1e - O fazer humano. 3º e 4º Bimestres. 3.e – O sujeito, o Eu, a pessoa e o Cidadão.
1f - O poder humano. 2 ) A Racionalidade Contemporânea.
2.a. Teorias sobre o Conhecimento. LIVRO INDICADO: “Ética à Nicômaco”, “ Não
LIVRO INDICADO: “Iniciação à História da 2.b. A Resposta sobre o Problema do nascemos prontos”, “Pequeno Tratado das
Filosofia” Autor: Danilo Marcondes. ou conhecimento. Grandes Virtudes” André Comte Sponville.
“Origem e desigualdade Entre os Homens” 2.c.Razão Instrumental e Razão Crítica. “Conversando sobre ética e sociedade” – Josué
Autor: Jacques Rousseau. 2.d.Sociedade do Conhecimento, Sociedade do Candido Da Silva.
“Cãndido” – Autor: Voltere Consumo e Sociedade de Controle.

9
3) A Crítica da Epistemologia.

Página
3.a.
LIVRO INDICADO : “1984” - George Orwell
“A Filosofia da Ciência“ – Ruben Alves.
“ O que é a Pergunta”- Mario Sergio Cortella.
ESTE QUADRO
PODE SER
USADO PARA
AVALIAÇÃO QUADRO DOS PRINCIPAIS PERÍODOS HISTÓRICO-FILOSÓFICOS
ORAL PÉRICLES ano( 400 a.c.) IMPÉRIO ALEXANDRINO - Ano 300 - IMPÉRIO ROMANO - ano 1453 SEC XVII/XVIII - ILUMINISMO - I SEC. XVIII / XIX-> REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (INGL.) ->

PERÍODO
HISTÓRICO SEC VI a IV a.c. SEC IV a XIV d.c. SEC XIV a XVI d.c. SEC XVII XIX d.c SEC XIX XX XXI d.c.

ANTIG. CLASSICA (NA GRECIA) IDADE MEDIA (NA EUROPA) RENASCIMENTO (Período Transição) IDADE MODERNA IDADE CONTEMPORANEA (GLOBALIZACAO)
Período ANTROPOCENTRICO (HOMEM-
PERÍODO FILOSOFICO Período ANTROPOLOGICO (HOMEM) Período TEOCENTRICO (DEUS) Período COGNOCENTRICO (CONHECIMENTO) Período TECNOCENTRICO (TECNICA E TECNOLOGIA)
CENTRO-UNIVERSO)
ASPECTO ORG. FEUDOS E POSTERIORMENTE
COMUNIDADE SOCIEDADE (ESTADO ABSULUTO) SOCIEDADE CIVIL (ESTADO / NACAO) SOCIEDADE DE MASSA (ESTADO MINIMO)
SOCIAL BURGOS
(POLIS=CIDADES/ESTADOS)
FORMA DE GOVERNO DEMOCRACIA ATENIENSE MONARQUIA E ARISTOCRACIA MONARQUIA E ARISTOCRACIA OLIGARQUIA E ARISTOCRACIA REPUBLICA / DEMOCRACIA/ SOCIALISMO DE ESTADO
MODOS DE CAPITALISMO COMERCIAL
ESCRAVISTA FEUDAL/ COMERCIO BURGUÊS CAPITALISMO INDUSTRIAL CAPITALISMO FINANCEIRO / SOCIALISMO ESTATAL
PRODUCAO (MERCANTILISMO)
AGRICULTURA ARTESANATO e
ECONOMIA AGRICULTURA E PASTORIL COMERCIO MERCANTIL COMERCIO E INDUSTRIA INVESTIMENTOS DE CAPITAIS FINANCEIROS
COMERCIO
ASCENCAO E QUEDA DOS GOVERNOS SOCIALISTAS (URSS)/
"ESTADO" CENTRALIZADOR. / PODER NOBREZA/ CLERO/ SENHORES BURGOS (BURGUESIA)/ ESTADOS DESENV. CAPITALISTA/ VER. INDUSTRIAL (INGL.)/ APOGEU CAPITALISTA (GLOBALIZACAO E
CARACTERISTICAS NAS MAOS DOS PROPRIETARIOS DE FEUDAIS E SERVOS/ SOCIEDADE ABSOLUTOS/ EXPANSAO MARITIMA/ SURG. DAS TEORIAS POLITICAS LIBERAIS/ SURG. NEOLIBERALISMO)/ AVANCO TECNOLOGICO (MICRO-
POLITICAS E SOCIAIS TERRAS./ ESCRAVOS, ARTESÃOS E AGRARIA/ TRABALHO RURAL. DESCOBRIMENTOS. DAS IDEOLOGIAS SOCIALISTAS. COMPUTADORES E INTERNET)/ AUMENTO DA EXCLUSAO
CIDADAOS. SOCIAL E MARGINALIZACAO DOS PAISES POBRES/ PODER
(ECONÔMICO,POLÍTICO,BÉLICO, TECNOLÓGICO) MUNDIAL
UNI-POLAR. E,U,A
ESTUDO CENTRADO NO HOMEM;
VALOR NAS RELACOES SOCIAIS; PREOCUPACAO INTELECTUAL RETORNO AS ORIGENS/ CULTURAS CONFIANÇA ABSOLUTA NA RAZAO HUMANA
VALORES MORAIS E ETICOS; CENTRADA NA FÉ/ DOUTRINAS CLASSICAS/ O HOMEM COMO CENTRO DO (CONHECIMENTO)/ DOMINIO DA NATUREZA PELO CRITICA A TODO CONHECIMENTO HUMANO / ÉTICA
PREOCUPACAO COM A COMUNIDADE E RELIGIOSAS/ TERRA É O CENTRO DO UNIVERSO/ HUMANISMO E LIBERDADE HOMEM/ SURGIMENTO DAS CIENCIAS SOCIAIS/ RELATIVISTA/DESENVOLVIMENTO DAS TECNOLOGIAS/
CARACTERISTICAS COMPORTAMENTO( POLÍTICA); DES. E UNIVERSO (GEOCENTRISMO)/ DEUS POLITICA/ SURGIMENTO DE NOVA ORDEM PRINCIPAIS IDEOLOGIAS SOCIALISTAS/ RAZAO INSTRUMENTAL/ ECONOMICISMO/ POLITICA
FILOSÓFICAS PROD. INTELECTUAL, ARTISTICA, CRIADOR, INICIO DE TODAS AS POLITICA (ESTADOS)/ SURGIMENTO DAS NASCIMENTO DOS ESTADOS MODERNOS (BEM- CONFUNDE-SE COM ADMINISTRAÇÃO.
LITERARIA E CIENTIFICA; BUSCA COISAS. CIENCIAS MODERNAS. ESTAR SOCIAL).
RACIONAL DO PRINCIPIO DE TODAS AS
COISAS; RAZAO SUBSTANTIVA.

A VERDADE DEVE SER ENCONTRADA


A VERDADE É RELATIVA./RAZÃO
PELA RAZÃO HUMANA.BUSCA DA A VERDADE É REVELADA POR DEUS. A VERDADE É O QUE PODE SER A VERDADE É A CIÊNCIA./RACIONALISMO(RAZÃO
SÍNTESE DO PENSAM. TECNICISTA/INSTRUMENTAL/ ECONÔMICA/
ESSÊNCIA DE TODAS AS COISAS: BUSCA DA FÉ, MORAL CRISTÂ/TODAS DEMONSTRADO.BUSCA DA CIENTÍFICA) BUSCA DO DOMÍNIO DA
FILOSÓFICO DE CADA "INDIVIDUALISMO ÉTICO".BUSCA DE RIQUEZAS MATERIAIS
FELICIDADE, JUSTIÇA... / ÉTICA AS COISAS SE SUBMETEM à EXPERIMENTAÇÃO/ TODAS AS COISAS SE NATUREZA/TUDO SE SUBMETE AO CONHECIMENTO
PERÍODO E PODER ECONÔMICA/ TUDO SE SUBMETE A ECONOMIA E
UNIVERSAL (ANDA JUNTO COM A RELIGIÃO.ÉTICA RELIGIOSA SUBMETEM A EXPERIÊNCIA MATERIAL CIÊNTÍFICO
A TECNOLOGIA.
POLÍTICA)

10
"O NOME DA ROSA" "EM NOME DE
FILMES "12 HOMENS E UMA SENTENÇA" "GIORDANO BRUNO" "HAYLAENDER " A REDE" "13º ANDAR" " MATRIX"/ ADVOGADO DO DIABO"/
DEUS"

Página
Como serão as
aulas e as
Atividades?

5 – A DINÂMICA DAS AULAS:

Aula expositiva:
Contextualização Histórica,
Conceituação, Método do Filosofar e
Problematização.

Base Teórica e Metodológica.


CONCEITUAÇÃO E
PROBLEMATIZAÇÃO

Base Prática: TRIÂNGULO


INVESTIGAÇÃO
ANÁLISE DIDÁTICO. Base Crítica:
ARGUMENTAÇÃO e
CRITICA

Atividades Práticas de
Pesquisa, Leitura de textos Debates, Argumentação,
de Filósofos, Produção de Exposição de ideias, Café
textos, Exercícios e Outros. Filosófico, projetos.

AS ABORDAGENS DAS MATÉRIAS


AULA EXPOSITIVA E
ABORDAGEM DIDÁTICA DIALÓGICA

TRIÃNGULO
MÉTODO DIDÁTICO DIDÁTICO

PESQUISA,
EXERCÍCIOS EM
MEIOS DIDÁTICOS GRUPO, FILMES,
TEXTOS...

DEBATES, CAFÉ
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PROJETOS E ATIVIDADES EXTRAS FILOSÓFICO, FEIRAS,


RODAS DE
Página

CONVERSAS...
6 – OS OBJETIVOS DAS ATIVIDADES.

Obs: Estas Atividades serão desenvolvidas durante o ano e não necessariamente todas no mesmo bimestre.

Nº1
Atividades de Leitura
,
pesquisa produção de
textos ou Avaliação.. Habilidades em foco: PERCEPÇÃO E AVALIAÇÃO DO PROBLEMA

Capacidade de percepção do problema Filosófico, investigação,


compreensão, interpretação, inferências e escrita lógica e coerente.
Capacidade de pesquisa e síntese.

Nº2

Atividades Apresentação
Debates, Roda de Habilidades em foco: PROBLEMATIZAÇAO, JULGAMENTO E CRÍTICA.
conversa.
Desenvolvimento do raciocínio dialético, da argumentação e reflexão
críticas. Percepção e avaliação do contraditório, diversidade de ideias,
desenvolvimento do raciocínio lógico e fundamentado filosoficamente.

Nº 3
Outras Atividades Habilidades em foco: LEITURA, SOCIALIZAÇÃO E PRÁTICAS CULTURAIS.
coletivas e propostas
pela Escola. Desenvolvimento do hábito da leitura crítica, Capacidade de
organização, trabalho em grupo, colaboração e convivência,
socialização e participação na cultura e artes.

Nº 4 (Extra)

.Café Filosófico,
Habilidades em foco: AFETIVIDADE, CONVIVÊNCIA, ARGUMENTAÇÃO
desafio de Debates
,Estudo de caso,
.Exposições. Desenvolvimento da afetividade, solidariedade, trabalho coletivo,
criatividade, organização, argumentação e exposição de ideias e
criatividade.

(Projeto)
Nº 5
Habilidades em foco: PRÁTICAS DIALOGAIS, SENSO CRÍTICO

Desenvolvimento de práticas do debate acadêmico, eventos,


apresentação de ideias, argumentação, raciocínio Dialético e
DEBATER capacidade de juízo crítico, confronto de ideias e contraditório,
ENTRE TURMAS crítica e autocrítica, posicionamento de pensamentos...

SÓ PARA OS 3ºS ANOS EXCLUSIVAMENTE NO 4º BIM.*


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3 - Sobre a Metodologia de Debates

A Maiêutica é um método de debate imputado à Sócrates (Séc. IV a.C), foi inspirado na profissão de sua mãe, que era parteira.
A Maiêutica Socrática tem como significado "Dar a luz”, no caso, um parto intelectual a procura da verdade que gesta no
interior de cada um. O método Consiste em levar o interlocutor a abandonar seus pré-conceitos e pré-juízos e relatividades das
opiniões alheias que condenavam um modo já pronto e imitado de agir e ver o mundo e, passar a pensar e refletir por si
mesmos. Esse exercício era o que ficou conhecido como Maiêutica ou a arte do debate. Como a um parto, Sócrates entendia
que as idéias, o esclarecimento, o conhecimento, vinham de dentro do intelecto do interlocutor e o debate era como a um
parto destas idéias. O método consistia em colocar o interlocutor diante de suas contradições e pré-conceitos, até levá-lo a
refletir sobre si mesmo e suas idéias e não mais as idéias da tradição. Levando-o a formular seus próprio juízos.

O Debate de ideias é um dos mais avançados métodos didático-pedagógicos de ensino. Por ser dos mais democráticos, participativos e exigir
do aluno raciocínio lógico argumentativo, trabalha a capacidade de atenção, interpretação, reflexão e expressão. Também desenvolve a
capacidade de abstração e de identificar conceitos (universais), necessidade básica para o raciocínio lógico e crítico.

O Debate aprimora o raciocínio dialético por trabalhar com os opostos, e a contradição de idéias. Também exercita o ouvir para entender e a
formulação imediata de argumentos, expõem no ato, os raciocínios contraditórios, identifica falsas premissas e coloca o aluno diante de suas
limitações, abrindo possibilidade para a autocrítica sobre suas “verdades”, preconceitos e o melhor; exercita a capacidade de abstração e de
se colocar no lugar do ponto de vista do outro. Também ajuda na quebra das inibições e timidez, e leva o aluno a se posicionar a partir do
incomodo. Cria (dis)posição no aluno, tirando-o da zona de conforto da omissão.

O Debate desenvolve no aluno o respeito pelas diferenças de idéias e de opiniões. É um excelente modo de desfazer juízos equivocados
(preconceitos) sobre determinada pessoa ou tema. Mostra vários aspectos de uma mesma questão. É um exercício de invetigação que não
termina no ato do diálogo, continua com ele em um diálogo mental a posteriori.

Por fim, no Debate o aluno se sente protagonista de sua aprendizagem, sujeito ativo do saber e não passivo. Ele participa e se vê no processo
como alguém que pensa e expressa, ele ocupa um lugar no processo de ensino e aprendizagem. - Sem que o professor perca o protagonismo
do ensino, pois ele é o mediador do processo.

Por isso o Debate pode e deve ser uma prática pedagógica adotada por qualquer disciplina independente da área (exatas, humanas, biológicas)
e pode inclusive ser interdisciplinar.

O debate pode e deve ser avaliativo e para debater, o aluno ou grupo precisa antes pesquisar um tema, assunto, ou matéria dada. Ele se
prepara para o debate, pesquisa, escreve, discute no grupo e depois debate dentro de regras determinadas.

(Veja a seguir as regras para um Debate em aula).

P.S. O mesmo processo é válido para o trabalho com Filmes.

Material Produzido a partir de pesquisa na PUC E UFMG sobre metodologias didáticas avançadas para o ensino em sala de aula.

Por: Prof. Westerley Santos

Indicação de Filme sobre o Tema (DEBATE FILOSÓFICO)


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“O Grande Desafio, “Em nome de Deus”, “Sócrates”, “Doze Homens e Uma Sentença” (1982), “Deus não está
Morto”
Página
ALGUMAS
ATIVIDADES
QUE VAMOS
REALIZAR.

DESAFIO DE DEBATES

Formar (5) grupos, cada grupo recebe um tema. Sorteia os temas e a ordem que cada grupo deve debater.
A avaliação será feita pela turma e professor de acordo com critérios da Ficha Temática distribuída previamente.Vence o
grupo que obtiver maior somatória de Pts conforme critério das fichas.

GRUPO 1
GRUPO 3
GRUPO GRUPO
X VENCEDOR X VENCEDOR X
1º DEBATE 2º DEBATE
GRUPO 4
GRUPO 2

RODA DE CONVERSA:

. Objetivo:

. Primeiro assunto: entender as diferenças entre Doxa, Sofisma e Falácia como argumentos e raciocínios que NÃO

denotam conhecimento.

. O que fazer?

. Metodologia: Organizaremos a sala em uma Roda. Três grupos de alunos irão estudar (cada grupo) um dos tipos de

argumentos (Doxa, Sofisma e Falácia) para discussão na Roda de Conversa apresentando exemplos.

Outros três grupos irão argumentar/demonstrar por que os três tipos NÃO são argumentos válidos.

O Professor irá observar se as argumentações são válidas ou não.

. Objetivo: Desenvolver a prática do diálogo estruturado, desenvolver a prática do contraditório e da reflexão crítica.
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TERCEIRA PARTE: TEXTOS E EXERCÍCIOS DE APOIO (APRESENTAÇÃO)

Sobre a necessidade da filosofia para a educação

Texto Publicado: Westerley Antônio dos Santos*

pós vinte e seis séculos de existência como saber sistematizado, ainda se pergunta qual a necessidade da Filosofia,
sobretudo para a educação. Em tese, seria o mesmo que perguntar sobre qual a necessidade da razão para o homem ou
do raciocínio para o conhecimento.

Mas, já que a pergunta é a gênese de todo o filosofar e que a dúvida persiste, torna-se imperativo que a Filosofia aceite mais este
desafio e, sem restrições, esforce-se em jogar luz sobre essa sombra que a acompanha desde sua efervescência nos tempos de
Péricles. Contudo, para dissertar sobre sua necessidade, a Filosofia deve percorrer o método da investigação pela pergunta
conceitual, ou seja, a pergunta que visa ao significado do que está sendo investigado, no caso, a sua necessidade para a educação.
Assim posto, a pergunta primeira é: o que é a necessidade?

Aristóteles já havia refletido sobre essa questão, e a conclusão a que chegou é que “o necessário é aquilo que é, e não pode deixar
de ser”. A Necessidade é um imperativo categórico, no sentido de que não há liberdade de escolha a quem se depara com ela. É
uma “condição a priori”, é o que não deixa a opção de não existir. É necessário, por exemplo, que o triângulo tenha três lados,
para ser um triângulo; é necessário que o homem seja dotado de razão, para ser um ser racional. Deste modo, a Necessidade é o
que não pode não ser. Dado o significado conceitual dessa investigação inicial, cabe agora indagar se a Filosofia é então necessária.

Não se pode objetar que a Filosofia é imprescindível ao homem. É uma atividade da necessidade e sua arché, seu princípio, é a
gênese da natureza humana, que surge da perturbação e curiosidade diante do mistério do Cosmos, da atitude reflexiva ante a
inospitalidade do mundo, e da capacidade de tomar consciência ante a possibilidade da descoberta, de si-no-mundo.O homem é
um ser, que quer saber! Somos homo sapiens, e a força anímica que nos move nessa direção é o amor à sabedoria, é o “PHILOS-
SOPHIA”. Queremos compreender primeiro a nós mesmos, depois o outro, o mundo, a natureza, o transcendente e as relações
objetivas, subjetivas e intersubjetivas existentes entre todos esses nômos e fenômenos que se nos apresentam envoltos no véu
do mistério. A saga do homem é desvelar esses mistérios e compreender os princípios e fins de tudo isso, para dar sentido a sua
própria estada e itinerância no mundo.

Do mesmo modo, não se pode negar, porém, é que a Filosofia é mesmo um reaprender a ler o mundo, em suas letras mais miúdas,
interpretando as verdades mais ocultas desse texto cósmico, a fim de provocar nos homens o despertar de sua própria consciência
– entendendo que a consciência é a descoberta de si mesmo, condição para a descoberta de todo o resto. Se, despertar e
desenvolver a própria consciência são uma necessidade humana, a Filosofia também o é pela mesma causa, pois a Filosofia se
confunde com a própria consciência.

É neste ponto que Filosofia e Educação se tocam, pois se a Filosofia é, em síntese, um reaprender a ler o mundo, a “alfabetização”
e “letramento” desse sujeito cognoscente passam necessariamente pela educação, que, por sua vez, necessita da investigação,
da reflexão, dos conceitos e fundamentos metodológicos, axiológicos e críticos da Filosofia para determinar seus modos, meios e
fins.

A Filosofia é mesmo necessária para que o homem possa saber observar uma vez tudo que tem visto todos os dias. E o meio e o
“locus” privilegiados para tal pesquisa é a educação, por ser ela a prática mais humana, referir-se à formação do ser cognoscente
e ter a função primeira de desenvolver as potencialidades, habilidades e criticidades dos sujeitos.

A educação é uma atividade mediadora na construção do projeto homem rumo à humanidade. A educação funciona como um
veleiro, cujas velas são sopradas pelos ventos utópicos do conhecimento. As ciências lhe oferecem a bússola e as técnicas de
navegação; a Filosofia marca o norte, o rumo e o porquê da navegação. Sem a fundamentação filosófica para se fazer realizar, a
educação esvazia-se de sentido e invariavelmente vai à deriva na busca de sua finalidade, como, aliás, vem ocorrendo hoje,
quando a Filosofia está relegada a uma participação menor na prática educacional.

Deste modo, a educação corre o risco de se transformar apenas em instrumento ideológico, de coisificação desse ser inacabado
que é o homem. Isso se sua formação for deixada à sorte de uma prática puramente técnica, “funcionalista” ou cientificista de
educação.

Ao contrário, a educação, de mãos dadas à Filosofia, assegura-se em seu sentido original e caminha soberana rumo à sua função
primeira. Só assim uma e outra estarão se realizando em suas finalidades, que são, no conjunto, as de despertar as consciências
retas-verdadeiras, as habilidades reflexivas e a construção do sujeito livre de toda ignorância, para que possa agir e pensar com
retidão ética no caminho da virtude e da verdade; da solidariedade e da anti-violência; da justiça e da liberdade, que, ao fim e ao
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cabo, visam à felicidade humana e ao bem-viver. Por tudo, não seria demais dizer que se a educação é um corpo, as ciências são
seus órgãos, a tecnologia sua extensão e a filosofia, sua alma.
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SAIBA ALGUNS CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA FILOSOFIA

 O QUE É REFLEXÃO CRÍTICA?


Reflexão crítica é uma tomada de consciência; examinar ou analisar fundamentos e razões de alguma coisa. Refletir
criticamente é a atitude de investigar e para isso é necessário conhecer aquilo que é investigado, sem nenhum tipo de
preconceitos e pré-conceitos. A própria filosofia é uma reflexão sistemática e crítica que objetiva captar a "coisa em
si", a estrutura oculta, o modo de ser existente, para que a reflexão seja filosófica, é preciso que haja criticidade.

 O QUE É PENSAMENTO FILOSÓFICO?

É uma maneira de pensar o mundo. A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado,
fechado em si mesmo. ... Antes de tudo, o pensamento Filosófico é uma forma de observar a realidade que procura
pensar os acontecimentos além da sua aparência imediata. Com método, lógica, criticidade, historicidade e
julgamentos válidos, contra-ideológicos e seguros em busca da verdade.

 O QUE É ATITUDE FILOSÓFICA?

A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de
nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido.
Perguntaram, certa vez, a um filósofo: "Para que filosofia?". E ele respondeu: "Para não darmos nossa aceitação imediata às
coisas, sem maiores considerações". Ao tomar essa distância, estaria interrogando a si mesmo, desejando conhecer por que
cremos no que cremos, por que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e nossos sentimentos. Esse alguém estaria
começando a adotar o que chamamos de atitude filosófica.

 O QUE É ATITUDE CRÍTICA?

A filosofia começa dizendo não às crenças e aos preconceitos do senso comum e, portanto, começa dizendo que não sabemos o
que imaginávamos saber; por isso, o patrono da filosofia, o grego Sócrates, afirmava que a primeira e fundamental verdade
filosófica é dizer: "Sei que nada sei".A primeira característica da atitude filosófica é negativa, isto é, um dizer não ao senso
comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos fatos e às ideias da experiência cotidiana, ao que "todo mundo diz e pensa", ao
estabelecido.
A segunda característica da atitude filosófica é positiva, isto é, uma interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos,
as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos. É também uma interrogação sobre o porquê disso tudo e de nós, e
uma interrogação sobre como tudo isso é assim e não de outra maneira. O que é? Por que é? Como é? Essas são as indagações
fundamentais da atitude filosófica.
A face negativa e a face positiva da atitude filosófica constituem o que chamamos de atitude crítica e pensamento crítico.

 O QUE É A REFLEXÃO FILOSÓFICA? .

Reflexão significa movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retomo a si mesmo. A reflexão é o movimento pelo
qual o pensamento volta-se para si mesmo, interrogando a si mesmo.A reflexão filosófica é radical porque é um movimento de
volta do pensamento sobre si mesmo para conhecer-se a si mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento.
Não somos, porém, somente seres pensantes. Somos também seres que agem no mundo, que se relacionam com os outros
seres humanos, com os animais, as plantas, as coisas, os fatos e acontecimentos, e exprimimos essas relações tanto por meio da
linguagem quanto por meio de gestos e ações.
A reflexão filosófica também se volta para essas relações que mantemos com a realidade circundante, para o que dizemos e para
as ações que realizamos nessas relações.

A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos de perguntas ou questões:

1. Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos? Isto é, quais os motivos, as razões e
as causas para pensarmos o que pensamos, dizermos o que dizemos, fazermos o que fazemos?

2. O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando falamos, o que queremos fazer quando agimos? Isto
é, qual é o conteúdo ou o sentido do que pensamos, dizemos ou fazemos?

3. Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? Isto é, qual é a intenção ou a finalidade
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do que pensamos, dizemos e fazemos?


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Essas três questões podem ser resumidas em:


O que é pensar, falar e agir? E elas pressupõem a seguinte pergunta: Nossas crenças cotidianas são ou não um saber verdadeiro,
um conhecimento?

Como vimos, a atitude filosófica inicia-se indagando: O que é?, Como é?, Por que é?, dirigindo-se ao mundo que nos rodeia e aos
seres humanos que nele vivem e com ele se relacionam. São perguntas sobre a essência, a significação ou a estrutura e a origem
de todas as coisas.

Já a reflexão filosófica indaga: Por quê?, O quê?, Para quê?, dirigindo-se ao pensamento, aos seres humanos no ato da reflexão.
São perguntas sobre a capacidade e a finalidade humanas para conhecer e agir.

 QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DA RAZÃO?

Princípios são regras ou leis fundamentais. No campo da filosofia, certos princípios racionais devem ser obedecidos para que se
chegue ao conhecimento racional. Os princípios da razão são: princípio da identidade (condição para que definamos as coisas e
possamos conhecê-las a partir dessas definições); princípio da nào-contradiçâo (algo ou uma ideia que negam a si mesmos, se
autodes-troem, deixam de existir); princípio do terceiro excluído (propõe um dilema - "ou isto ou aquilo" - e exige que apenas uma
das alternativas seja verdadeira); e princípio da razão suficiente ou princípio de causalidade (tudo o que existe e tudo o que acontece
têm uma razão - causa ou motivo - para existir ou para acontecer e tal razão pode ser conhecida por nossa razão).

QUAL A DIFERENÇA ENTRE RAZÃO INSTRUMENTAL E RAZÃO CRÍTICA?

Os filósofos da Escola de Frankfurt (Marcuse, Adorno, Horkheimer, entre outros) consideram que há duas
modalidades de razão: a) a razão instrumental ou razão técnico-científica, que está a serviço da exploração, da
dominação, da opressão e da violência; b) a razão cr/Ï/ca ou razão filosófica, que analisa as contradições e os conflitos
sociais e políticos e se apresenta como uma força libertadora.
 QUAL É A DIFERENÇA ENTRE INCERTEZA E IGNORÂNCIA?

Ignorância é não saber alguma coisa. A ignorância pode ser tão profunda que nem sequer é percebida, ou seja, nem sequer a
pessoa sabe que não sabe. O estado de ignorância vai se manter em alguém enquanto suas crenças e opiniões se conservarem
eficazes e úteis, não havendo, dessa forma, nenhum motivo para duvidar delas.
A incerteza é diferente da ignorância, pois, ao ser envolvida por ela, a pessoa descobre que é ignorante e que as crenças e opiniões
que durante muito tempo serviram de referência para ela pensar e agir já não dão conta da realidade.

QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE INTELIGÊNCIA E INSTINTO?

Do ponto de vista prático, inteligência é a adaptação ao ambiente por meio do estabelecimento de relações entre meios e fins
para a solução de um problema ou uma dificuldade. O instinto, função com a qual o ser humano já nasce (não a adquire), é que
nos leva, por exemplo, a afastar automaticamente a mão de uma superfície muito quente. A inteligência difere do instinto por
sua flexibilidade, pela capacidade para criar novos instrumentos e novos me/os para realizar um novo fim, ou de adaptar os meios
já existentes para uma finalidade nova.
Do ponto de vista teórico, inteligência é a atividade mental e linguística que cria significações, elabora ideias, compreende o
sentido das coisas e das palavras, interpreta esse sentido e cria sentidos novos. É a atividade do conhecimento.

O QUE SÃO CONCEITOS, JUÍZOS E TEORIAS?

Um conceito ou uma ideia oferece a essência-significação necessária de algo (sentimos o calor do Sol de verão ou o frio causado
por uma rajada de vento no inverno e imediatamente concebemos, por meio do pensamento, o conceito ou a ideia de tem-
peratura). Os nexos e as ligações dos conceitos e das ideias são expressos pelo pensamento por meio dos juízos. Um conjunto de
juízos forma uma teor/a quando: a) estabelece-se com clareza um campo de objetos e os procedimentos para conhecê-los e
enunciá-los; b) organizam-se e ordenam-se os conceitos; c) articulam-se e demonstram-se os juízos, verificando-se que estão de
acordo com princípios de racionalidade e demonstração. Teoria é a explicação, descrição e interpretação geral das causas,
formas, modalidades e relações de um campo de objetos.
17 Página
(NIVELAMENTO DA
MATÉRIA)

O QUE VAMOS VER NESTE


BIMESTRE.

1- O QUE É FILOSOFIA?
2- COMO FILOSOFAR?

OBS: ESTA INTRODUÇÃO DO 1º BIMESTRE É UM NIVELAMENTO DA MATÉRIA DO (TEXTO A ao F )


PREPARANDO PARA ENTRAR NO TEMA ESPECÍFICO DO 2º ANO. CONSIDERANDO QUE HÁ NAS TURMAS
ALUNOS DE OUTRA ESCOLA QUE NÃO VIRAM ESTA MATÉRIA.

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Página
TEXTO ●MATÉRIA: Introdução ao Conteúdo. Nivelamento
● TEMA/PROBLEMA: Como surgiu a Filosofia?

A ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender as condições para o surgimento da Filosofia.

CONDIÇÕES PARA O SURGIMENTO DA FILOSOFIA.


A Grécia (Hélade) nada mais foi do que um conjunto de cidades-Estados, (Pólis) que se desenvolveram na Península Balcânica
no sul da Europa. Por ser seu relevo montanhoso, permitiu que grupos de pessoas (Demos) fossem formados isoladamente no
interior do qual cada Pólis desenvolveu sua autonomia.
Constituída de uma porção de terras continental e outra de várias ilhas, bem como também em virtude da pouca fertilidade
dos seus solos, a Grécia teve de desenvolver o comércio como principal atividade econômica. Assim, e aproveitando-se do seu
litoral bastante recortado e com portos naturais, desenvolveu também a navegação para expandir os negócios, bem como mais
tarde sua influência política nas chamadas colônias.
A sociedade grega era organizada segundo o modelo tradicional aristocrático, baseado nos mitos (narrativas fabulosas sobre
a origem e ordem do universo), em que a filiação à terra natal (proprietários) determinava o poder (rei).
Esse modo de estruturar a sociedade e pensar o mundo é comumente classificado como período Homérico (devido a Homero,
poeta que narra o surgimento da Grécia a partir da guerra de Troia). Mas com o tempo, algumas contradições foram sendo
percebidas e exigiram novas explicações. Surge, então, a Filosofia. Eis os principais fatores que contribuíram para o seu
aparecimento:
- As viagens marítimas, pois o impulso expansionista obrigou os comerciantes a enfrentarem as lendas e daí constatarem a
fantasia do discurso mítico, proporcionando a desmitificação do mundo (como exemplo, os monstros que os poetas contavam
existir em determinados lugares onde, visitados pelos navegadores, nada ali encontravam);
- A construção do calendário que permitiu a medição do tempo segundo as estações do ano e da alternância entre dia e noite.
Isso favoreceu a capacidade dos gregos de abstrair o tempo naturalmente e não como potência divina;
- O uso da moeda para as trocas comerciais que antes eram realizadas entre produtos. Isso também favoreceu o pensamento
abstrato, já que o valor agregado aos produtos dependia de uma certa análise sobre a valoração;
- A invenção do alfabeto e o uso da palavra é também um acontecimento peculiar. Numa sociedade acostumada à oralidade
dos poetas, aos poucos cai em desuso o recurso às imagens para representar o real e surge, como substituto, a escrita
alfabética/fonética, propiciando, como os itens acima, um maior poder de abstração.
A palavra não mais é usada como nos rituais esotéricos (fechados para os iniciados nos mistérios sagrados e que desvendavam
os oráculos dos deuses), nem pelos poetas inspirados pelos deuses, mas na praça pública (Ágora), no confronto cotidiano entre
os cidadãos;
- O crescimento urbano é também registrado em virtude de todo esse movimento, assim como o fomento das técnicas
artesanais e o comércio interno, as artes e outros serviços, características típicas das cidades;
- A criação da Política que faz uso da palavra para as deliberações do povo (Demo) em cada Pólis (por isso, Democracia ou o
governo do povo), bem como exige que sejam publicadas as leis para o conhecimento de todos, para que reflitam, critiquem e
a modifiquem segundo os seus interesses.
As discussões em assembleias (que era onde o povo se reunia para votar) estimulava o pensamento crítico-reflexivo, a expressão
da vontade coletiva e evidencia a capacidade do homem em se reconhecer capaz de vislumbrar a ordem e a organização do
mundo a partir da sua própria racionalidade e não mais nas palavras mágico-religiosas baseadas na autoridade dos poeta
inspirados. Com isso, foi possível, a partir da investigação sistemática, das contradições, da exigência de rigor lógico, surgir a
Filosofia. Por João Francisco P. Cabral Colaborador Brasil Escola
Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.
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OBJETIVO ATIVIDADE: sintetizar o entendimento do texto.


Página

1) RESUMA OU DESCREVA EM TÓPICOS (NO CADERNO) AS CONDIÇÕES PARA O SURGIMENTO DA FILOSOFIA


CITADAS NO TEXTO. ESCOLHA A QUE VOCÊ JULGA A MAIS IMPORTÃNTE. E JUSTIFIQUE.
TEXTO ●MATÉRIA: Introdução ao Conteúdo.
● TEMA/PROBLEMA: O que NÃO é Filosofia?
B ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a distinção entre Filosofia e Ciência..

(Recorte)
-O CÉTICO: Tudo bem, mas o que é a Filosofia?

-O FILÓSOFO: Muitos, em 2.600 anos de existência da Filosofia já tentaram responder a esta questão e nenhum
conseguiu expressar em um conceito, o todo que a Filosofia é.

-O CÉTICO : Então não há definição para sua Ciência?

-O FILÓSOFO: Admitem alguns que a Filosofia é um saber verdadeiro que deve ser usado em benefício dos
homens. Outros, a considera um estudo da sabedoria, do conhecimento perfeito de todas as coisas humanas.

-O CÉTICO : Está confuso!

-O FILÓSOFO: A Filosofia é o conhecimento que a razão adquire de si mesma para saber o que pode conhecer
e o que pode fazer com esse conhecimento para a felicidade humana.

-O CÉTICO : Está me parecendo um tanto quanto vago!

-O FILÓSOFO: É! Eu sei que parece, definir Filosofia não é muito fácil! Há quem a defina como um saber, que
deve ser posto em prática na transformação do mundo a fim de alcançar a justiça e a felicidade, um despertar
para ver e mudar nosso mundo.

-O CÉTICO : Ainda não me convenci do que seja a Filosofia!

-O FILÓSOFO: Há quem a defina como um caminho árduo e difícil, mas que pode ser percorrido por todos, se
desejarem a liberdade e a felicidade. O certo é que todos esses conceitos acabam por reduzir o verdadeiro
significado da Filosofia.

-O CÉTICO : Há um modo mais simples de defini-la?

-O FILÓSOFO: Para não deixa-lo sem resposta, digo que a Filosofia é um reaprender a ler o mundo em suas
letras mais miúdas, interpretando e revelando as verdades mais ocultas desse texto cósmico que é o universo. O
universo da natureza e da estética, da cultura e da política, do homem e da ética, do mistério e da fé, dos sentidos
e dos sentimentos, dos sujeitos e dos objetos. Tudo isso, para provocar nos homens, o despertar de sua própria
consciência.

“A Filosofia não é outra coisa, senão, um entregar-se por completo as nossas próprias reminiscências”.
*(lembranças da alma, memórias do espírito)

-O CÉTICO: Então diga-me, o que pretende a Filosofia?

-O FILÓSOFO: A Filosofia não pretende outra coisa senão a busca da verdade. E para isso, é preciso fazer
com que o homem compreenda e conheça primeiro a si mesmo, o outro, o mundo, e o transcendente.

Trecho do texto “Diálogo entre o Cético e o Filósofo” do Prof. Westerley Santos, elaborado a partir de pesquisa
sobre as principais dúvidas dos alunos de E.M. sobre a Filosofia.
20

ATIVIDADE NO CADERNO.
1) Conforme o seu entendimento do diálogo acima, responda com suas palavras:
Página

O que é FILOSOFIA? (Minimo 5 linhas.).


2) Explique o parágrafo de Aristóteles (ACIMA DO TEXTO).
TEXTO ●MATÉRIA: Introdução ao Conteúdo.
● TEMA/PROBLEMA: O que é, e o que NÃO é Filosofia?
C ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a distinção entre Filosofia e Ciência..

Filosofia não é mito.

Nos relatos míticos, as forças da natureza e as práticas humanas são “explicadas” como sendo obras de
divindades. Filosofia é a problematização daquilo que o mito pressupõe. Quando os mitos começam a ser
objeto de dúvida, sentimos necessidade outro tipo de “explicação”, e começamos a perguntar como é
mesmo que as coisas funcionam, duvidando das histórias que sempre nos contaram. Na Grécia
antiga, essa ruptura do registro do mito abre o caminho para diferentes tipos de racionalidade: o discurso
01
jurídico, as matemáticas, a pesquisa médica, a historiografia e também para a filosofia. Cada um desses
discursos propõe questões próprias: Se as ações humanas não são causadas por forças divinas, quem é
responsável pelos crimes cometidos? Aos poucos descobrimos que a natureza é estruturada por uma ordem
que pode ser representada em números e relações numéricas. Na análise e no tratamento das doenças, o
funcionamento do corpo passa a ser compreendido a partir de uma lógica própria, indicando uma
especificidade da relação entre corpo e alma, nos seres humanos. As guerras e outros eventos políticos
podem ser analisados segundo uma lógica puramente humana de interesse e poder.
O universo é regido por princípios que conferem unidade à multiplicidade dos fenômenos, assim como
articulam movimento (transformação) e repouso (estabilidade).
Paul Ricoeur. Finitude e culpabilidade.

Filosofia não é religião.

A religião parte de pressupostos aceitos pela fé. A filosofia não. Tudo, em filosofia, tem que ser estabelecido
02 argumentativamente, não pode haver dogmas ou tabus. Tudo deve poder ser questionado e discutido. Mas
a atitude religiosa não é incompatível com a atitude filosófica, mesmo que sejam bem diferentes. Posso
aceitar afetivamente certos princípios teológicos ou doutrinas religiosas, mesmo que não possa sustentá-los
ou justificá-los argumentativamente. Já em filosofia, a regra é que a adesão seja racional, consciente,
explícita, deliberada, argumentada e passível de ser criticada a qualquer momento.

Filosofia não é ciência

Filosofia já foi sinônimo de ciência. Na antiguidade, por exemplo, Platão oscilava entre os termos intelecção
(nóesis), ciência (epistéme), filosofia e dialética, para se referir ao conhecimento propriamente filosófico,
dependendo do problema que estivesse tratando num determinado diálogo. Ao longo dos séculos, os
03 saberes foram se destacando e se afirmando autonomamente. A matemática, a medicina, o pensamento
jurídico foram os primeiros. Ao longo da Idade Média, a filosofia foi se diferenciando da teologia. Com o
mundo moderno – Renascimento, passagem do Feudalismo para o Capitalismo, Mercantilismo, etc. – ocorre
o que ficou conhecido como a Revolução científica moderna. A física se separa da filosofia e levanta
problemas novos; depois vem a química e a biologia; na sequência, a história e outras ciências humanas.
Entre a ciência moderna (a partir do séc. XVII) e a ciência contemporânea (da segunda metade do séc. XIX
para cá), os problemas filosóficos mudaram.

ATIVIDADE: Responda no caderno. Conceituação e distinção. (Para discutir em


grupo/Roda de Conversa).

1) Qual a diferença entre Mito e Religião, Filosofia e Ciência?


2) Elabore uma pergunta e dê quatro respostas sendo: uma resposta com base no Mito outra
com base na Religião, outra com base na Ciência e Outra com base na Filosofia.
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TEXTO ● MATÉRIA: Nivelamento do Conteúdo.
● TEMA/PROBLEMA: O que é Filosofia? O que é Atitude Crítica? O que é Reflexão Filosófica?.
D ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Nivelar o entendimento sobre o que é Filosofia seu ensino,
importância e necessidade .

A inevitabilidade da filosofia
Desidério Murcho
Universidade Federal de Ouro Preto

À parte alguns estudiosos, poucas pessoas sabem que Aristóteles (384-322 a.C.) escreveu uma humilde introdução à
filosofia, hoje conhecida pelo seu título grego: Protréptico. O livro foi muitíssimo influente durante cerca de mil anos
— um pouco mais, portanto, do que O Segredo. Quando Boécio (480-524) escreveu a sua famosa Consolação da
Filosofia tinha em mente a obra de Aristóteles, cujas ideias lhe chegaram através do Hortênsio, de Cícero (106-43
a.C.) — que, por sua vez, era uma espécie de versão romana do original de Aristóteles.

Por mais que muitas gerações de leitores se sentissem gratos a Aristóteles por ter escrito uma lúcida e iluminante
introdução à filosofia, este não é o tipo de obra que os académicos e os intelectuais — do passado e do presente —
tenham tendência para estimar. Acarinharam, releram e mantiveram em boas condições as obras mais sofisticadas
de Aristóteles, mas não a sua modesta introdução. E foi assim que este livrinho de Aristóteles ficou perdido e
praticamente esquecido, até Ingram Bywater redescobrir alguns fragmentos, já no séc. XIX.

Uma das ideias expostas por Aristóteles nesse livrinho exibe com mestria a natureza da filosofia. Não temos uma
citação directa da passagem em causa, mas temos várias menções indirectas, e todas concordam que Aristóteles
usou algo como o seguinte argumento a favor da filosofia:

Se temos de filosofar, temos de filosofar.


Se não temos de filosofar, temos de filosofar.
Logo, em qualquer caso, temos de filosofar.

Isto parece um daqueles trocadilhos que dão mau nome à filosofia, mas há sabedoria nestas palavras. Trata-se de
um pequeno argumento dedutivo, válido, com duas premissas apenas. A primeira é uma trivialidade, claro. A
subtileza está na segunda.

O que Aristóteles tinha em mente é que para argumentar que não temos de filosofar, temos de usar um argumento
qualquer. Mas que tipo de argumento será? Quando pensamos nisso, vemos que não há argumentos biológicos,
físicos, matemáticos ou históricos contra a filosofia. Qualquer argumento contra a filosofia teria de ser filosófico.
Portanto, para rejeitar a filosofia temos de filosofar. O que demonstra que a filosofia é inevitável. Argumentar contra
a filosofia é como gritar "Não estou a gritar!"

Não há maneiras não contraditórias de argumentar contra a filosofia porque a filosofia é o estudo cuidadoso das
nossas ideias mais básicas. Mesmo quem pensa que a filosofia é uma palermice tem ideias filosóficas sobre a
natureza do conhecimento (epistemologia) ou da realidade (metafísica). Filosofar é avaliar cuidadosamente essas
ideias, em vez de as aceitarmos como se fossem as únicas alternativas viáveis. Assim, a opção não é entre ter ou não
ter ideias filosóficas. É tão impossível viver sem ter ideias filosóficas como é impossível viver sem ideias físicas. A
opção é entre tê-las, estudando-as cuidadosamente, ou ter a ilusão de que não as temos, só porque não nos demos
ao incómodo de as estudar.

Publicado no jornal Público (26 de Fevereiro de 2008).

Atividade: Em Dupla, leia os textos e responda no caderno:

1) Filosofia para quê? Explique.


2) Explique a argumentação de Aristóteles no parágrafo nº 4
3) Qual a sua “opinião” sobre o assunto? Argumente.
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OBJETIVO: Entender a necessidade da Filosofia na vida de todos nós.


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TEXTO ● MATÉRIA: Nivelamento do Conteúdo.
● TEMA/PROBLEMA: O que é Filosofia? O que é Atitude Crítica? O que é Reflexão Filosófica?.
E ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Nivelar o entendimento sobre o que é Filosofia seu ensino,
importância e necessidade .

Por que filosofar?

Andre da Paz

Nov 2, 2018·8 min read


https://medium.com/@andredapaz1892/como-filosofar-f3d76bafebf5

É muito provável que, em algum momento da sua vida, você já tenha feito essa pergunta. Ao fazer essa

pergunta, já estamos filosofando, na medida em que estamos interrogando sobre a finalidade, sobre a razão do

filosofar. Lembram do texto anterior? O que é filosofia? Nele pudemos entender um pouco sobre filosofar. Agora,

contudo, busquemos entender a finalidade dessa atividade do pensamento.

No Protético, Aristóteles desenvolve o famoso argumento a exaltar a filosofia, que se imortalizou ao longo dos séculos:

“Se se deve filosofar, deve-se filosofar, e se não se deve filosofar, deve-se igualmente filosofar”.

A princípio, ele parece intrigante! O que será que ele quer dizer? Ao analisarmos esse argumento com mais cuidado,

parece que inevitavelmente teremos de concordar com Aristóteles. Por quê? Antes de questioná-lo, vamos

primeiramente buscar entendê-lo.

Logo no início do argumento, na primeira oração, Aristóteles nos diz, “se se deve filosofar,” ou seja, ao nos

perguntarmos Por que filosofar?, “deve-se filosofar,” isto é, estamos necessariamente filosofando, na medida em que,

ao enunciar tal pergunta, temos que buscar razões e fundamentos para respondê-la. Investigar sobre

as razões e fundamentos das coisas é filosofar. Por isso, para lidar com a pergunta Por que filosofar?, devemos,
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necessariamente, levar a efeito essa atividade reflexiva que busca causas, que busca finalidades, isto é, o filosofar.
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Do mesmo modo, mais adiante, ao postular, “e se não se deve filosofar, deve-se igualmente filosofar,” Aristóteles

apenas apresenta a mesma pergunta anterior, porém de modo negativo. Com efeito, ao perguntar Por que ‘não’

filosofar?, ou seja, se valeria a pena abrir mão do filosofar e viver sem o fazer, caso sejamos, de algum modo, contra

o filosofar, também estamos necessariamente filosofando, uma vez que também temos que

buscar razões e fundamentos para responder a esta pergunta, mesmo sendo contra o filosofar!

Ao fazer esse exercício de análise de um texto (mesmo que, a princípio, seja apenas um único argumento, num

pequeno trecho), levamos a efeito essa atividade do pensamento. Também filosofamos, na medida em que

perguntamos, mesmo que implicitamente, qual é o fundamento e a razão de tais sentenças particulares, à luz das

categorias mais gerais que constituem o fundamento lógico das proposições. Para nós, já ficou claro: a razão

de devermos filosofar ao nos depararmos com esta pergunta ‘Por que filosofar?’ está na própria definição de filosofar,

a saber, investigar as razões e os fundamentos.

Entretanto, não se trata apenas de uma simples atividade ou de um exercício de leitura. Filosofar é uma dimensão

constitutiva da existência humana, na medida em que somos dotados de razão e de inteligência. Somos nós, enquanto

dotados de razão e inteligência, enquanto sujeitos, que damos significado a todas as coisas e que buscamos

determinar o fim de todas as coisas. Por isso, filosofar é pôr em prática uma de nossas excelências humanas, isto é,

filosofar para nos tornarmos melhores enquanto seres humanos.

Precisamos pensar com a própria cabeça, desenvolver uma certa autonomia de pensamento. Autonomia de

pensamento é desenvolver a capacidade de ser crítico, de questionar as razões e os fundamentos das coisas sem as

aceitar indiscriminadamente. Será que concordo com isto? Sim? Não? Por quê?

Filosofar é necessário para desenvolver mais autonomia de pensamento. Quando almoçamos com a família e somos

questionados sobre o porquê de bebermos refrigerante, o porquê de consumirmos algo que é danoso ao corpo,

respondemos rapidamente: “ora, porque gosto!”.

Esta resposta não é de todo uma resposta ruim. Na verdade, ela é o primeiro passo para o desenvolvimento dessa

capacidade sobre a qual falamos aqui, já que, pelo menos, daríamos uma razão para beber refrigerante: porque me

dá prazer.

Entretanto, precisamos elevar o pensamento para o campo do filosofar. É apenas quando filosofamos, quando nos

questionamos sobre as ideias adjacentes a esta simples pergunta, de modo a partir das coisas mais particulares (no

caso, o episódio de beber refrigerante) para as mais gerais e abstratas: sua finalidade e seu valor.
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Assim estaremos exercitando um maior desenvolvimento da nossa autonomia de pensamento. Por exemplo, ao

formular questões como: ‘será que o refrigerante é pior do que o suco artificial? Consumir esse tipo de alimento pode

ser danoso; apesar disso, ele me dá prazer; então por que será que isso me dá prazer? Será que há outras coisas

menos danosas que podem me dar prazer tanto quanto o refrigerante? Será que o prazer é sempre um bem? Será

que o bem em geral seria o prazer?’.

Talvez fomos ensinados desde cedo a tomar refrigerante, ou influenciados por uma propaganda colorida, em que

pessoas eram retratadas como mais felizes por beber refrigerante. Neste caso, não tivemos autonomia de

pensamento para decidir se deveríamos ou não beber refrigerante. Nesse caso, talvez nem devêssemos ter tal

autonomia, uma vez que não se espera de uma criança que leve a efeito reflexões filosóficas acerca de suas próprias

experiências. Entretanto, precisamos seguir nosso exemplo, para não fugir do espírito da coisa.

Mais autonomia de pensamento proporciona mais liberdade. Quando nos tornamos mais críticos, podemos buscar

nos libertar das amarras do pensamento de outros. Não iremos mais concordar com algo ‘porque sim’ ou ‘porque tal

jornalista disse isso’, mas sim porque há razões e fundamentos, isto é, justificativas racionais, desenvolvidas através

do raciocínio, para tal e tal coisa.

No caso do refrigerante, não tivemos liberdade para decidirmos, através de uma autonomia de pensamento, se

deveríamos bebê-lo ou não, já que, na maioria dos casos, consumimos refrigerante desde criança. Todavia, a partir
do desenvolvimento de mais autonomia de pensamento, e, por conseguinte, de um pensamento mais crítico,

poderemos pensar com mais fundamentos, para estabelecer juízos reflexivos sobre todas as coisas, de modo a buscar

pensar com a própria cabeça.

Assim, poderemos decidir por abandonar o consumo do refrigerante, e buscar bebidas mais saudáveis, as quais

possam, do mesmo modo, proporcionar prazer. Ficou claro que a reflexão filosófica não é apenas abstração e perda

de tempo, na medida em que ela fundamenta a ação: no caso, consumir refrigerante.

Portanto filosofar tem uma implicação prática direta em nossas vidas, podendo proporcionar uma vida melhor,

proporcionar mais felicidade.

A liberdade de pensamento permite interrogar sobre a felicidade, sobre a justiça, sobre a liberdade, sobre a morte,

sobre Deus, sobre o conhecimento. Na verdade, com mais autonomia de pensamento e sendo mais crítico, é possível

até mesmo questionar o nosso argumento desenvolvido até aqui. E, ao voltar ao nosso argumento, temos que

reconhecer que essas questões são de extrema importância para a nossa vida (muito mais importantes do que o
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refrigerante!).
Página
Quem não quer ser feliz? Quem não quer uma vida justa? Quem não quer ser livre? Quem não quer saber a verdade

sobre a morte ou sobre Deus? Ou até mesmo sobre o conhecimento?

Interrogar filosoficamente permite tendermos a uma sabedoria sobre essas questões, na medida em que a reflexão

filosófica busca as razões e os fundamentos para os problemas que colocamos sobre a felicidade, sobre a justiça, sobre

a liberdade, e assim por diante.

Exercitar a razão ao filosofar sobre essas questões permite buscarmos um saber sobre todas as coisas. É claro que

quando falo de saber não chamo de ‘sabedoria’ a reposta que damos a elas, mas ao próprio processo de pôr os

problemas e buscar desenvolvê-los, de modo a, mesmo sem resolvê-los, formular e possibilitar mais caminhos para

eventualmente pensarmos uma vida melhor.

Através da história da filosofia, através da apreciação do pensamento de filósofos ao longo tempo, somos capazes

investigar como essas mesmas questões foram pensadas por eles no passado, e refletir sobre suas respostas. Em

outras palavras, podemos filosofar a partir de uma análise comparativa das proposições, dos problemas e do

pensamento formulado por eles, suas tentativas de resposta, de modo a apoiar nossas próprias questões no

pensamento deles, e sobretudo com autonomia de pensamento: ‘concordo com Platão? Sim? Não? Por quê? Será

que Aristóteles não foi mais coerente em tal questão do que Platão?.

Por fim, ao tendermos a um saber sobre essas questões, assim como no desenvolvimento de uma racionalidade

reflexiva, crítica e mais filosófica, podemos fundamentar uma vida mais humana, mais lúcida, mais serena, mais feliz,

mais livre. O filosofar pode impedir que façamos coisas danosas aos outros, na medida em que de modo ideal

estaríamos sempre a nos questionar, em direção de mais sabedoria: a felicidade no saber.

Se tivermos dimensão de que somos parte da humanidade, então como pode a parte do todo ser saudável se ela

causa danos às outras partes? Como pode somente um dedo estar doente, enquanto o resto do corpo está saudável?

Será que é só o dedo que sente a dor, ou será que é o corpo todo? Refletir sobre essas perguntas é fundamental no

desenvolvimento desse saber, um saber sobre a vida, sobre o pensamento e, também, sobre nós mesmos e sobre o

mundo em que vivemos.

Apesar disso, esse saber é, sobretudo, sem fabulações, sem ilusões e delírios, sem magia, visto que as razões e

os fundamentos que buscamos ao interrogar sobre todas as coisas precisam ser, necessariamente, racionais.

Não posso atribuir uma causa mágica ou totalmente arbitrária a uma coisa, uma vez que esta mesma reflexão precisa
26

poder ser levada a efeito por outros que, caso percorram o mesmo caminho de razões trilhado pro nós, também
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possam chegar às mesmas conclusões. Essa atividade é estabelecida através do raciocínio, da reflexão crítica, e não
de fabulações ou delírios: ‘não vou tomar refrigerante porque o Grande Juju da Montanha amaldiçoa todas as pessoas

que bebem refrigerante, então jamais tomarei sequer uma gota de refrigerante’. Essa felicidade precisa ser, portanto,

buscada de modo razoável.

Sem sombra de dúvidas, pode-se argumentar: ‘mas nunca poderemos alcançá-la. O seu discurso parece autoajuda!’.

De fato, é impossível alcançar tal sabedoria. No entanto, nada nos impede de tendermos a ela, assim como tendemos

a ter uma casa mais limpa quando fazemos faxina todos os dias, embora jamais exista uma casa absolutamente limpa:

a casa, por existir no tempo, está sujeita à geração e corrupção, portanto mesmo que empreguemos todos os recursos

científicos e tecnológicos para higienizá-la totalmente, em pouco tempo ela estaria suja novamente, quebrando

qualquer possibilidade de ‘absolutamente limpa’. Assim, jamais teremos uma casa absolutamente limpa, dado que

esse exercício, assim como o filosofar, precisa ser realizado todos os dias: limpar a casa é feito diariamente, para

vivermos melhor dentro de casa.

E o filosofar faz o mesmo com nosso pensamento, com nossa cabeça, em que também vivemos diariamente. É a partir

do filosofar que tendemos a uma ‘cabeça mais limpa’, um pensamento mais razoável, portanto uma vida mais sábia

e, assim, uma vida melhor.

A finalidade do filosofar, como espero estar mais claro, é a sabedoria feliz, isto é, o bem-viver: pensar melhor para

viver melhor. Uns podem colocar a felicidade como correlata ao dinheiro, outros ao poder. Entretanto, todos,
enquanto no estado de lucidez, podem considerar que uma vida mais justa, mais livre e mais verdadeira é uma vida

mais feliz.

Sábias palavras de Epicuro ao dizer que “a filosofia é uma atividade que, por discursos e raciocínios, nos proporciona

a vida feliz”.

Indicações de leitura:

Comte-Sponville, A. (2002). Apresentação da filosofia. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes.

Andre da Paz

Mestre e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Metafísica da UnB e pesquisador na Cátedra UNESCO


Archai: https://unb.academia.edu/AndredaPaz
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TEXTO PARA INFORMAÇÃO E REFLEXÃO


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TEXTO ● MATÉRIA: Nivelamento do Conteúdo.
● TEMA/PROBLEMA: O que é Filosofia?

F ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Nivelar o entendimento sobre o que é Filosofia e como se


dá o pensamento Filosófico.

O QUE É FILOSOFIA? MarilenaChauí;Filosofia série Brasil, Ed ática.

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1) Atividade: Em Dupla, leia os textos e responda no caderno:

a) O que é atitude Filosófica? Dê um exemplo de uma atitude Filosófica que você teve.
b) O que é uma atitude crítica e o que não é?
c) Quais são as indagações iniciais da atitude Filosófica?
d) Para você qual a finalidade dos conhecimentos adquiridos com esta atividade?
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TEXTO ●MATÉRIA: Nivelamento do Conteúdo.
● TEMA/PROBLEMA: Como Filosofar?
G ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Nivelar o entendimento sobre o que é Filosofar.

ATIVIDADE: Organização Mental do Processo.


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1) substitua cada um dos passos acima pelo seu conceito correspondente abaixo.
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INVESTIGAR, INDAGAR, ARGUMENTAR, PERCEPÇÃO, ATENÇÃO, AVALIAR, DESPERTAR


TEXTO ●MATÉRIA: Nivelamento do Conteúdo.
● TEMA/PROBLEMA: Como Filosofar?
H ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Nivelar o entendimento sobre o que é Filosofar.

Como filosofar?

https://medium.com/@andredapaz1892/como-filosofar-f3d76bafebf5

Platão talvez foi o nosso melhor professor de filosofia, na medida em que ele ensinou a filosofar da forma mais didática

possível: na prática. Isso pode parecer contraditório, já que conhecemos Platão através de seus textos escritos. No

entanto, é no seio desses textos que esse filósofo genialmente demonstra ‘como filosofar’, uma vez que apresenta o

filosofar em ação através da dramatização que desenvolve em seus diálogos.

Nesses diálogos, Platão coloca em cena personagens, entre as quais Sócrates –seu protagonista na grande maioria –,

que buscam levar a efeito, através de conversas, o filosofar, a atividade de pensamento que discutimos nos últimos

dois textos. Até agora, discutimos o que é filosofar no primeiro, assim como interrogamos por que filosofar no

segundo, de modo a apresentar a finalidade dessa atividade do pensamento. Agora, nesse texto, tentaremos

entender ‘como filosofar’, terminando uma série de três textos em que enunciamos as três perguntas filosóficas

originais: ‘o que é? (o que é isso?)’, ‘por quê?’ e ‘como?’; perguntas que buscam definir uma coisa a partir de

necessidades metodológicas eminentemente filosóficas.

Esses diálogos platônicos, sobretudo os diálogos nos quais as interrogações de Sócrates dizem respeito às virtudes (a

coragem, a temperança, a justiça e a sabedoria), demonstram o filosofar de uma maneira muito clara.

No começo dos diálogos, Sócrates normalmente encontra as outras personagens preocupadas com seus afazeres do

dia-a-dia. Então, uma conversa inicia-se entre as personagens. As conversas, a princípio, são sobre coisas ou situações

particulares e pontuais: sobre uma acusação no tribunal, sobre como vão os negócios, a vida, etc. Eis que, no meio

das conversas, surgem contradições que os levam a questões adjacentes às coisas sobre as quais dialogam; questões

sobre noções e ideias mais gerais, com as quais os interlocutores têm dificuldade de acompanhar Sócrates.

No diálogo Hípias Maior, por exemplo, Sócrates e Hípias, um famoso sofista, falam sobre belas ações, até o momento

em que contradições surgem a partir dessa conversa, e Sócrates pergunta: “o que é o belo?”. Hípias estranha a

pergunta, e Sócrates insiste que ele não quer saber o que é essa ou aquela coisa bela, como uma bela lira ou uma bela

moça, mas o que é o belo, no sentido de ‘o que é a beleza’.


31

Do mesmo modo, no diálogo Eutifron, Sócrates e Eutifron, uma espécie de sacerdote, discutem sobre o processo que
Página

Eutifron movia contra o próprio pai. Ao questionar se Eutifron não estaria fazendo algo considerado ruim pelos deuses
ao levar a efeito esse processo contra o próprio pai, mais contradições surgem e Sócrates interroga: “o que é a

religiosidade? ”.

Essas contradições que Sócrates aponta despertam a reflexão, visto que causam problemas do seguinte modo: como

uma coisa pode ser ela mesma e seu próprio contrário? Como uma moça pode ser bela se a lira também e bela e a

moça não é a lira, nem a lira a moça? Como posso ir contra o próprio pai, se para os deuses a família é muito

importante?

As necessidades metodológicas exigidas por Sócrates nessas conversas demonstram o pano de fundo no qual o

filosofar é assentado: princípios lógicos fundamentais como o princípio de identidade, i.e., uma coisa ser idêntica a si

mesma; princípio de não-contradição, i.e., uma coisa não poder ‘ser e não-ser’ na mesma situação e relação; princípio

do terceiro excluído, i.e., uma coisa pode ser ou verdadeira ou falsa, e se for uma das duas, não pode ser uma terceira

coisa (meio-verdadeiro, meio-falso, ou simultaneamente verdadeiro e falso).

Apesar de desenvolvidos formalmente somente por Aristóteles, esses princípios já estavam implícitos no discurso de

Sócrates nos diálogos (e, inclusive, mais atrás em filósofos gregos bem mais antigos do que Aristóteles, como

Parmênides de Eleia — e até mesmo em Homero).

Quebrar esses princípios é impossível para qualquer tentativa de estabelecer discursos coerentes e rigorosos. Por
exemplo, o quente não pode ser quente e frio na mesma situação, no mesmo local, no mesmo contexto, em relação

às mesmas coisas, assim como o frio não pode ser frio e quente nas mesmas circunstâncias.

Todavia, questões sobre quente e frio podem ser facilmente resolvidas pelas ciências (neste caso, pela física), assim

como na interrogação feita no exemplo usado sobre a televisão sobre suas características físicas, presente no texto “O

que é filosofia?”. As contradições presentes nos diálogos de Platão, contudo, não dizem respeito a questões físicas.

Antes disso, e de modo mais fundamental, dizem respeito a questões que exigem o filosofar, pois não havia em sua

época (e muito menos hoje) uma ciência sobre valores.

Vejamos melhor por meio de um exemplo: é muito difícil questionar aquilo que funciona como deveria, sem aparente

contradição.

Quando vamos preparar algo para comer e decidimos por utilizar o fogão, normalmente separamos os ingredientes a

serem utilizados e, então, colocamos as panelas no fogo. Fazemos comida todos os dias, portanto a tendência é tudo

sair como deveria: o fogo esquenta a panela, preparamos a refeição, e depois a comemos. Entretanto, se ao tentarmos
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acender o fogo, nada acontecesse, a primeira coisa que pensaríamos seria “por que não está funcionando?”.
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Nesse caso, esse questionamento, normalmente seguido de uma investigação para descobrir a falha, só foi possível

quando o fogão deixou de funcionar como deveria. Houve uma quebra na ordem das coisas. Essa quebra nos forçou

a questionar “por que?”, “como?”, “o que é que está havendo?”. Por isso, estranhamos esse fato: algo não está

funcionando como deveria estar.

Após o questionamento sobre o fogão, causado pela quebra na ordem das coisas, pelo estranhamento ao notarmos

que ele não está funcionando como deveria, vamos buscar identificar o que causou este problema.

De imediato, mesmo que de forma implícita, isto é, sem percebermos, estabelecemos uma ligação entre o nosso

fogão, único e particular, e a ideia geral de fogão, uma vez que nos perguntamos, mesmo que sem perceber “por

que este fogão não está funcionando quando, na verdade, todos os fogões, enquanto são fogões, devem ser capazes

de funcionar? ”

Normalmente buscamos investigar, procurando no nosso fogão particular o que está diferenciando ele de todos os

fogões em geral, já que todos os fogões em geral devem aquecer alimentos e o meu fogão particular não está

aquecendo. Então nós começamos a checar as outras bocas do fogão. Ao notar que o problema se repete em todas,

vamos observar as tubulações de gás, assim como olhar se o fogão está devidamente ligado à rede elétrica, etc., até

encontrarmos a causa, a razão para o problema.

Eis então que, após investigar as causas e as razões pelas quais o fogão parou de funcionar, descobrimos que, na

verdade, ao limpá-lo pela última vez, espirramos muita água nas bocas do fogão. Por isso, ao tentar acender o fogo,

nada acontecia, já que estava muito úmido e molhado. Isso se chama fundamentação, isto é,

apresentamos razões para o fogão particular ter parado de funcionar através da reflexão sobre os aspectos mais

gerais de fogão. Em outras palavras, usamos o raciocínio para estabelecer essa reflexão e fundamentar racionalmente

a resolução do problema.

É claro que, neste exemplo, não foi bem assim. Ao notarmos a umidade no fogão, estamos descobrindo a causa através

da experiência, e não do pensamento. No entanto, vamos tentar compreender qual é a relação deste exemplo com o

filosofar.

Na ideia geral de fogão, isto é, nos elementos presentes em todos os fogões do mundo, há certos pontos em comum:

eles aquecem alimentos, acendem fogo, são higienizados com produtos de limpeza, ou, no mínimo, com água; e se

molharmos muito na hora de limpar, poderemos ter problema na hora de utilizá-lo posteriormente, já que a água

pode tornar-se um problema para o fogo. Apesar de o nosso fogão ser único, isto é, não haver nenhum fogão no
33

mundo que seja exatamente idêntico ao nosso fogão particular (no sentido mais duro do termo), há uma relação
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entre o nosso fogão único e particular e o conceito universal, ou seja, a ideia mais geral de fogão, a qual pode ser

pensada para todos os fogões particulares.

Apesar disso, em nossas vidas, no dia-a-dia, essa quebra na ordem das coisas, esses estranhamentos, essas

contradições, nem sempre são evidentes como os do exemplo do fogão.

Algumas questões tornam-se tão corriqueiras, tão comuns e tão banais que deixamos de percebê-las. Ao nos

tornarmos críticos, ao desenvolvermos uma maior autonomia de pensamento, podemos exercer um estranhamento

forçado, isto é, um estranhamento mais constante com todas as coisas, mesmo quando elas estão teoricamente

funcionando como deveriam.

Na medida em que buscarmos questionar “por que isto é desse jeito e não de outro?”, causamos um estranhamento

frente às coisas que se tornaram mais banais. Por isso, podemos levar a efeito o mesmo processo demonstrado no

exemplo do fogão, a saber, empreender uma reflexão para investigar razões e causas, de modo a fundamentá-las em

ideias mais gerais sobre as quais as coisas que questionamos estabelecem uma relação.

No entanto, diferentemente do fogão, sobre o qual investigamos através da experiência, isto é, usando as mãos e de

forma concreta, para filosofar estaremos investigando ideias, raciocínios, objetos não observáveis e impossíveis de

serem exercitados por meio da experiência.

Ora, isso porque o filosofar ocorre através do raciocínio, da reflexão, ou seja, do pensamento. Em outras palavras,

podemos questionar um problema particular, como “devo desrespeitar as regras de trânsito quando ninguém está

olhando?”, entretanto sempre fundamentando a nossa investigação em ideias universais, ou seja, as ideias mais

gerais sobre esta coisa particular: “essa ação é boa? Transgredir regras quando ninguém está olhando é moralmente

bom? O que permite dizermos de uma ação que ela é boa?”.

Ao fazer isso –– ao desenvolvermos mais autonomia de pensamento e nos tornarmos mais críticos, podemos, então,

levar a efeito um estranhamento forçado do mundo e questionar racionalmente sobre as razões das coisas, de modo

a estabelecer, através da reflexão, uma relação entre as experiências, os argumentos, as ideias, as coisas particulares

e as ideias e formulações mais gerais e adjacentes que dizem respeito a elas. Assim estaremos filosofando.

Além de sermos mais críticos, além de termos mais autonomia de pensamento, para facilitar o filosofar, precisaremos

nos transformar em crianças novamente. Tudo é estranho à criança e ela tem uma curiosidade surpreendente. O

mundo é novo e cheio de coisas estranhas a ela. Quando crescemos, deixamos de estranhar o mundo porque nos
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acostumamos com ele. Ele se torna tão corriqueiro, tão comum e tão banal que muitas vezes escutamos “é assim
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porque sempre foi assim”, ou “é assim porque é assim”.


Agora parece que está um pouco mais claro o que Sócrates fazia nos diálogos. Parece mais complexo e abstrato porque

Sócrates não está lidando com fogão, mas com o pensamento: a investigação é pelo pensamento, portanto abstrata;

não pela experiência, já que seria concreta.

Ele investiga igualmente questões abstratas e não concretas: a justiça, a beleza, o bem. Seus interlocutores não

conseguem acompanhá-lo no filosofar porque não conseguem fazer a abstração necessária para partir das

experiências e hipóteses mais contraditórias e chegar às ideias mais gerais e abstratas; eles não são críticos o bastante

para perceber as ideias abstratas adjacentes ao particular sobre o qual estão discutindo.

Sócrates, contudo, está estranhando o mundo, os valores, as ações, etc., através das contradições implícitas no

cotidiano em que elas ocorrem, de modo a partir de situações concretas, como o processo movido por Eutifron contra

seu pai e as belas ações sobre as quais dialogava com Hípias, para as ideias gerais adjacentes a essas situações: “como

você pode ser religioso com os deuses se move uma ação contra o próprio pai? Como pode a lira ser bela para um e

não ser para outro? Se você se diz religioso, então o que é religiosidade? O que é a beleza?”

De certo modo, Sócrates está se transformando em criança novamente, estranhando as coisas mais banais e

corriqueiras, como a piedade, a religiosidade, a beleza. É a criança que pergunta para o pai, “Papai, por que chove?

Por que isso é assim e não de outro jeito? Por que isso? Por que aquilo?”.

Com o tempo, não temos paciência para entrar nesse jogo de linguagem da criança e passamos a podá-la, a dizer,

“por que sim; por que não”. Com o tempo, matamos o filósofo em potência que há em todas as crianças. Matamos o

Sócrates.

E justamente Sócrates busca reviver, trazer à luz, parir nos interlocutores aquilo que já está neles há muito tempo,

porém tornou-se esquecido, tornou-se banal e corriqueiro. Sócrates, também, está sendo sobretudo crítico, com mais

autonomia de pensamento do que seus interlocutores, na medida em que busca fundamentar o seu pensamento

com razões, sempre buscando as ideias abstratas adjacentes às coisas, as coisas mais gerais e universais, em vez de

fundamentar seu discurso nas convicções contraditórias como o fazem seus interlocutores e, por isso mesmo, caem

em contradições, dado que as convicções são sempre individuais, particulares e, por isso, jamais podem responder às

necessidades metodológicas da reflexão filosófica: a universalidade.

Isso é filosofar: estranhar o mundo ao ponto de poder refletir sobre as contradições presentes no nosso cotidiano, as

quais pareciam perfeitas, inquestionáveis. Com mais autonomia de pensamento, podemos ser mais críticos e levar a

efeito o filosofar no dia-a-dia, em nossas próprias vidas; refletir e decidir as coisas por nós mesmos, como crianças
35

adultas que não precisam de andador para caminhar, e para, ao menos, trazer à luz e parir novas perspectivas e
Página

possibilidades de pensamento para viver melhor.


Essa atividade de pensamento é libertadora por definição, visto que mais autonomia de pensamento pode nos tornar

mais livres dos grilhões da fabulações, da magia, do obscurantismo e da coação intelectual.

Entretanto, não é exclusivamente através da leitura de centenas de livros que podemos filosofar. Esses três textos

provaram que antes de ser um campo do conhecimento, antes de ser uma ciência ou um método, o filosofar é uma

excelência humana, uma dimensão da nossa existência, uma dimensão igualmente prática, um posicionamento

perante o mundo e perante as ideias, o qual se dá por uma atividade do pensamento, pela prática da nossa

humanidade.

Negá-la, portanto, é o mesmo que negar a sua própria humanidade. Como diria Gonçalo Armijos Palácios, “não é por

termos lido que podemos ser filósofos, mas por estarmos acostumados a pensar criticamente”.

E talvez possamos ir além: podemos ser filósofos porque podemos ser humanos.

Indicações de leitura:

Palácios, G. A. (1998) De como fazer filosofia sem ser grego, estar morto ou ser gênio. Goiânia: Ed. da UFG.

Cornelli, G.; Lopes, R. (eds.) (2018). Platão. São Paulo & Coimbra: Loyola / Imprensa da Universidade de Coimbra.

TEXTO PARA INFORMAÇÃO E REFLEXÃO

36
Página
.

Recuperação - introdução- 1º bimestre

Nome............................................................................................nº.......... Turma: ........

 Com base nos textos de (A a E) estudados até aqui, responda as questões abaixo.

Obs: ATIVIDADE PARA ENTREGAR AO PROFESSOR EM DATA MARCADA.


pode consultar as respostas que você deu nos exercícios feitos no bimestre.

01) Como surgiu a Filosofia?


02) Como você define O que é Filosofia?
03) por que a Filosofia é necessária?
04) quais são as três perguntas Filosóficas?
05) quais são os passos do método Filosófico para se chegar a Consciência Crítica?
06) em que a Filosofia me ajuda na minha vida prática? Dê exemplos, explique.

37
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1º BIMESTRE

O QUE VAMOS VER NESTE BIMESTRE?

1- TEORIA DO CONHECIMENTO
2- DOXA X EPISTEME
3- IGNORÃNCIA X CONHECIMENTO

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●MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
Texto ● TEMA/PROBLEMA: O que é doxa e episteme?
01 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre o
Conhecimento.

DOXA:
(em grego: δόξα) é uma palavra grega que significa crença comum ou opinião popular e de onde se
originaram as palavras modernas ortodoxo[1] e heterodoxo.[2] Utilizada
pelos retóricos gregos como ferramenta para formação de argumentos através de opiniões comuns,
a doxa (em oposição ao saber verdadeiro, episteme)[3] foi utilizada pelos sofistas para persuadir as
pessoas, levando Platão a condenar a democracia ateniense.

De modo simples....

1-De acordo com Platão, episteme significa conhecimento como "conhecimento justificado como verdade", em
oposição ao termo "doxa", que se refere à crença comum ou mera opinião.

Platão formula uma diferença muito importante entre os dois termos, para ele Episteme é o conhecimento
autêntico, ou seja, o conhecimento científico e opõe-se aos Doxa que seriam crença, opinião, noção etc.

O episteme é objetivo, universal, necessário e bem fundamentado; portanto, esse conhecimento é suportado
por evidências demonstráveis, é cientificamente comprovado.

O doxa representa subjetividade, o que não está provado, crenças etc.; nesse sentido, é o conhecimento
vulgar que a maioria das pessoas possui, empiricamente, espontaneamente, através da experiência cotidiana, da
interação social.

2- Ambos são tópicos presentes na Teoria das Ideias de Platão, sendo a Dóxa a chamada opinião, presente no mundo
sensível, aquele que nos engana e não traz conhecimento. Já a Episteme é o conhecimento verdadeiro trazido pelo
mundo inteligível . O primeiro está ligado aos sentidos e o segundo a razão.
39

(Reirado de: brainly.com.br/tarefa/23645931)


Página

Texto doxa e episteme do livro v da republica


●MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
Texto ● TEMA/PROBLEMA: O que é o conhecimento?
● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre o
02 Conhecimento.

O que você vê na figura acima?

Diferença entre Doxa e Episteme

Doxa é uma palavra grega que geralmente é utilizada para expressar “opinião”, “senso comum”, “empirismo” ou
então “verdades populares”. É o lugar do sensível, do engano, da “mera opinião”, capaz de avaliar as coisas, numa
analogia à caverna de Platão, apenas como elas se apresentam aos nossos sentidos. Já a episteme pode ser
encarada como “ciência”, “conhecimento”. Epistemologia é o lugar do genuíno conhecimento racional, do
pensamento puro e verdadeiro, desprovido de tempo e espaço, onde nada muda porque tudo sempre foi o que é,
assim como sempre será.

Aprofundando, Doxa pode ser vista como a caverna de Platão, ou seja, onde nos encontraríamos voltados para
dentro da mesma vendo refletido em suas paredes sombras daquilo que estaria acontecendo fora dela. Doxa, na
visão Platônica, que diverge a alma do corpo, assemelhar-se-ia muito ao corpo, ao humano, ao sensível, à aquilo
que se dissolve, ao que jamais pode permanecer idêntico a si próprio. Assim, Doxa estaria muito ligada às verdades
populares, por definição e não especializadas; também à opinião, que está num constate processo de mudança do
seu ser, que em ultima instância, poderá a não mais ser.

Ao contrário, a episteme na visão de Platão, estaria relacionada à alma, ou seja, ao indissolúvel, ao suprassensível
e ao que permanece sempre idêntico a si mesmo. Ela parte do pressuposto de combater o “achismo” e ir além das
primeiras impressões da sensibilidade, tenta ver além das aparências e das mudanças, o que não muda, portanto,
o que é. Também, pode ser definida como ciência ou especialização, que implica numa visão em profundidade do
objeto em análise, entretanto, necessariamente reducionista em extensão, isto é, a tendência da especialização é
conhecer cada vez mais de cada vez menos.

Por fim, no aqui e no agora, não poderia haver conhecimento verdadeiro – apenas alhures, quando nos libertarmos
da doxa, do conhecimento sensível, para alcançarmos o conhecimento suprassensível, a episteme. No entanto,
analogamente, o lado de fora da caverna é uma abstração conveniente, feita para se tentar pensar além das
aparências sensíveis, mas de fato não podemos saber se existe ou como existe, a não ser na morte, quando tivermos
nos libertados do corpo para pensarmos somente com a alma.

Por: Mateus Mattos • 20/5/2016 • Artigo


ATIVIDADE: Análise Conceitual.

1) Há figuras na imagem acima. Quais você identifiça? Descreva


2) Dê um exemplo de Doxa.
3) Use o mesmo exemplo para demostrar a Episteme.
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Página
COMO CONSTRUIR UM MAPA CONCEITUAL?

Um mapa conceitual representa visualmente as relações entre ideias.O então chamado mapa conceitual, foi
originalmente baseado na teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel. ... Podemos dizer que mapa
conceitual é uma representação gráfica em duas ou mais dimensões de um conjunto de conceitos construídos de tal
forma que as relações entre eles sejam evidentes.

Um mapa conceitual pode ajudar você a organizar seus pensamentos e debater algumas ideias principais. Ele também é
perfeito para aprendizes visuais e permite que você veja como uma variedade de temas e processos estão conectados.
Os mapas conceituais são normalmente feitos pela colocação de uma palavra em uma caixa ou oval e usando setas ou
linhas de ligação a outras palavras para mostrar a relação entre esses assuntos. Os mapas conceituais mais comuns são
os do tipo hierárquico, teia de aranha e de fluxograma. Veja como fazer um mapa conceitual para ajudá-lo a organizar
seus pensamentos.
41
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QUARTA PARTE: TEXTOS COM EXERCÍCIOS PARA O 2º ANO.

TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. (Teoria do Conhecimento)


● TEMA/PROBLEMA: O que é o conhecimento e o que é a Ignorãncia?
03 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre o
Conhecimento.

ATIVIDADE: Análise Crítica.


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Com base no texto explique:


1) O que é a Ignorância?
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2) Quais são as causas da ignorância na atualidade?


TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: O que é o conhecimento e Ignorãncia?
04 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre o
Conhecimento.

BRASIL: O SEGUNDO PAÍS MAIS IGNORANTE DO MUNDO, DIZ PESQUISA

atualizado: 7/12/2017

Já reparou que é só surgir um burburinho qualquer nas redes sociais que a gente adora palpitar? Até sobre
assuntos que não temos a menor ideia, nem vivência, a gente quer sempre dar a "nossa" opinião. Pois é,
mas saiba que existe uma pesquisa muito interessante que revela o conhecimento de um povo sobre a sua
própria realidade. E o Brasil se revelou um país muito ignorante, aliás, o segundo mais "ignorante" do
mundo, atrás somente da África do Sul.

Esta pesquisa, feita Instituto Ipsos Mori em 38 países, foi realizada com a formulação de perguntas sobre
diversos assuntos relacionados aos países e comparou as respostas dos entrevistados com os dados reais
sobre tais assuntos.

Os resultados das respostas serviram para efetuar a pontuação do conhecimento da população sobre a sua
própria realidade. O Brasil, ao obter a 37ª colocação, demonstrou que a percepção da população sobre temas
importantes de diversas áreas, é totalmente errada, o que contribui para uma ignorância sobre a realidade
que nos atinge. A pesquisa abordou temas como: quantidade de pessoas que usam redes sociais, que
possuem smartphones, faixa etária de meninas que engravidam, índices de imigrantes presos, terrorismo,
violência, etc. Uma coisa que chamou a atenção dos responsáveis pela pesquisa é que, normalmente, a maior
incidência de respostas equivocadas, referem-se a assuntos que são bastante divulgados pela grande mídia.
Do outro lado da pesquisa, a Suécia surge como o país que tem a melhor percepção de sua realidade, sendo
seguida por mais outros 2 países escandinavos, a Noruega e Dinamarca.
Então, fica a dia, antes de sair palpitando por aí, é melhor se munir de dados para ter certeza antes de sair
falando besteira.

Fonte:https://www.greenme.com.br/viver/costume-e-sociedade/6131-brasil-segundo-pais-mais-ignorante

ATIVIDADE: Análise Crítica.


Com base nos dados da pesquisa acima responda:

1) Quais os principais pontos que nos colocam no segundo lugar mundial de povo mais
ignorante?
2) O que devemos fazer para sairmos desta posição?
3) O Estudo da Filosofia poderá nos ajudar? Como?
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TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: O que é o conhecimento e Ignorãncia para a Filosofia?
05 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre o
Conhecimento.

A ignorância Socrática
Por Filosofia na Escola

A ignorância socrática refere-se, paradoxalmente, a um tipo de conhecimento – o reconhecimento franco de uma


pessoa sobre o que ela não sabe. Ele é capturado pela conhecida declaração: “Eu sei apenas uma coisa – que eu não sei
nada”. A ignorância socrática também é conhecida como “sabedoria socrática”

Ignorância Socrática nos Diálogos de Platão

Esse tipo de humildade em relação ao que se sabe está associada ao filósofo grego Sócrates (469 -399 a.C.), porque ele é
retratado em vários diálogos de Platão. A declaração mais clara disso é na Apologia, o discurso que Sócrates fez em sua
defesa quando foi processado por corromper a juventude e impiedade. Sócrates conta como seu amigo Xenofonte foi
informado pelo oráculo de Delfos de que nenhum humano era mais sábio que Sócrates. Sócrates não acreditou, já que
ele não se considerava sábio. Então começou a tentar encontrar alguém mais sábio do que ele. Nessa busca, encontrou
muitas pessoas que estavam bem informadas sobre assuntos específicos, como fazer s apatos ou pilotar um navio.
Mas percebeu que essas pessoas também achavam que eram igualmente especialistas em outros assuntos quando
claramente não eram. Assim, finalmente chegou à conclusão de que, pelo menos em um sentido, ele era mais sábio do
que os outros, pois não pensava saber o que de fato não sabia. Em suma, ele estava ciente de sua própria ignorância.

Em vários outros diálogos de Platão, Sócrates é mostrado confrontando alguém que acha que entende alguma coisa, mas
que, quando questionado com rigor sobre isso, acaba demonstrando não saber o que pensa saber. Sócrates, ao contrário,
admite desde o início que não sabe a resposta para qualquer pergunta que esteja sendo feita.

No Eutífron, por exemplo, pede-se a Eutífron que defina a piedade. Ele faz cinco tentativas, mas Sócrates refuta cada uma
delas.

No Mênon, Sócrates é perguntado por Mênon se a virtude pode ser ensinada e responde dizendo que ele não sabe
porque não sabe o que é a virtude. Mênon fica espantado com a ignorância de Sócrates, mas dep ois de um tempo de
diálogo com Sócrates percebe que nem mesmo ele sabe exatamente o que é a virtude. Depois de três tentativas
fracassadas, ele se queixa de que Sócrates entorpeceu sua mente, assim como uma arraia entorpece sua presa. Ele
costumava ser capaz de falar eloquentemente sobre a virtude, e agora nem consegue dizer o que ela é. Na sequência do
diálogo, Sócrates mostra como limpar a mente das idéias falsas, mesmo que isso deixe alguém em um estado de
ignorância, é um passo valioso e até mesmo necessário para aprender alguma coisa. Ele faz isso mostrando como um
escravo só pode resolver um problema matemático depois de reconhecer que as crenças não testadas que ele já tinha
eram falsas.

A importância da ignorância socrática

Este episódio no Mênon destaca a importância filosófica e histórica da ignorância socrática. A filosofia e a ciência
ocidentais só começam quando as pessoas começam a questionar as suas crenças. A melhor maneira de fazer isso é
começar com uma atitude cética, assumindo que não se tem certeza sobre nada. Essa abordagem foi adotada com mais
tarde por Descartes (1596-1651) em suas Meditações.

Na verdade, é questionável quão viável é manter uma atitude de ignorância socrática em todos os assuntos. Certamente,
Sócrates na Apologia não mantém esta posição de forma consistente. Ele diz, por exemplo, que está perfeitamente certo
de que nenhum dano real pode acontecer a um homem bom. E ele está igualmente confiante de que “a vida não
examinada não vale a pena ser vivida”.

ATIVIDADE DE REFLEXÃO CRÍTICA:

1) Explique a frase marcada acima.


2) Afinal, Sócrates sabia ou fingia não saber? Explique
44

3) Qual a Diferença entre a Ignorância Socrática e a ignorância mostrada na pesquisa do texto 02?
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TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. (Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: O que é o conhecimento e Ignorãncia para a Filosofia?
06 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre o
Conhecimento.

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Página
ATIVIDADE DE REFLEXÃO CRÍTICA:

1) Responda a questão do texto; “Como buscar o que se ignora”?


2) Qual a resposta de Platão para a questão?
3) O que é Reminiscência?

Indicação para
Leitura
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TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: O que é o conhecimento?
07 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre o
Conhecimento.

QUESTÕES: Com base no texto responda as questões abaixo.

1) O que é ser uma pessoa inteligência?


2) Qual a diferença entre inteligência e Inteligência crítica?
3) O que é preciso para desenvolvermos a inteligência crítica?
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TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: O que é o conhecimento?
08 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre o
Conhecimento.

A teoria das inteligências múltiplas


Proposta por Howard Gardner em 1983, a teoria das inteligências múltiplas revolucionou a forma como entendemos a
inteligência. Sua base está no fato de que uma abordagem única para a educação sempre deixará alguns alunos para trás.

As Oito inteligências de Howard Gardner

Howard Gardner, o professor de Harvard que originalmente propôs a teoria, diz que existem vários tipos de inteligência
humana, cada uma representando diferentes formas de processamento de informações.

1. Inteligência lógico-matemática

Esse tipo de inteligência é mais voltado para conclusões baseadas na razão, e descreve a capacidade de resolver equações
e provas, de ter pensamento lógico, detectar padrões, fazer cálculos e resolver problemas abstratos. Por muito tempo esse foi
o principal tipo utilizado para medir a inteligência de uma pessoa, através do teste de QI.

O estilo de aprendizagem que mais se encaixa nesse perfil é aquele focado nos números e na lógica. E as profissões que se
destacam nesse tipo de inteligência são as de engenheiro, cientista, contador, estatístico e analista.

2. Inteligência espacial-visual

Essa inteligência está ligada à percepção visual e espacial, à interpretação e criação de imagens visuais e à imaginação
pictórica. Ela permite que as pessoas compreendam melhor informações gráficas, como mapas.O estilo de aprendizado está
mais relacionado a imagens, gravuras, formas e espaço tridimensional.

Artista, arquiteto, fotógrafo, designer e escultor são profissões mais ligadas a esse tipo de inteligência.

3. Inteligência verbo-linguística

A inteligência linguística se refere não apenas à capacidade oral, mas também a outras formas de expressão, como a escrita
ou mesmo o gestual. A inteligência verbo-linguística refere-se à capacidade de um indivíduo de se expressar, seja por meio
da linguagem ou de gestos. Assim como a forma de analisar e interpretar ideias e informações, e produzir trabalhos
envolvendo linguagem oral e escrita.

Pessoas com esse tipo de inteligência mais desenvolvido costumam ser ótimos comunicadores e oradores, e aprendem
idiomas com certa facilidade. O estilo de aprendizagem está relacionado à linguagem e às palavras.

As profissões que mais se encaixam com esse tipo de inteligência são: escritor, advogado, poeta, jornalista, redator e
relações públicas.

4. Inteligência interpessoal

A inteligência interpessoal reflete a capacidade de reconhecer e entender os sentimentos, motivações, desejos e intenções
de outras pessoas. Diz respeito à capacidade de se relacionar com os outros, e o estilo de aprendizado ligado a esse tipo de
inteligência envolve contato humano, trabalho em equipe e comunicação.

Profissões como terapeuta, professore, psicólogo, médico, profissional de RH e político são mais relacionadas com esse tipo
de inteligência.

5. Inteligência intrapessoal

A inteligência intrapessoal refere-se à capacidade das pessoas de reconhecerem a si mesmos, percebendo seus
sentimentos, motivações e desejos. Está ligada à capacidade de identificar seus hábitos inconscientes, transformar suas
atitudes, controlar vícios e emoções.

A principal forma de aprendizado está ligada à autorreflexão. Essa inteligência pode ser aplicada a qualquer profissão, pois
diz respeito a conhecer a si mesmo.
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6. Inteligência naturalista
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A inteligência naturalista refere-se à capacidade de compreender o mundo natural, identificando e distinguindo entre
diferentes tipos de plantas, animais e formações climáticas. O tipo de aprendizagem relacionado com essa inteligência é
aquele que se dá por meio do contato com a natureza, e as profissões relacionadas são as de biólogo, geólogo, engenheiro
climático, jardineiro e meteorologista.

Apesar desse tipo de inteligência não fazer parte do estudo original de Gardner, ele decidiu inclui-lo em 1995, por ser uma
inteligência essencial para a sobrevivência no futuro.

7. Inteligência corporal-cinestésica

A inteligência corporal-cinestésica implica o uso do próprio corpo para resolver problemas. Diz respeito à capacidade de
controlar os movimentos corporais, ao equilíbrio, à coordenação e à expressão por meio do corpo.

As profissões mais ligadas a esse tipo de inteligência são: dançarino, ator, esportista, mergulhador, bombeiro e motorista.

O tipo de aprendizado é geralmente relacionado com a experiência física e movimento, sensações e toque.

8. Inteligência musical

A inteligência musical permite aos indivíduos produzir, compreender e identificar os diferentes tipos de som, reconhecendo
padrões tonais e rítmicos.

O tipo de aprendizado é relacionado com músicas, ritmos e sons, e as profissões mais ligadas a esse tipo de inteligência são:
músico, compositor, DJ, cantor, produtor musical e engenheiro acústico.

A diferença entre inteligências múltiplas e estilos de aprendizagem

Um equívoco comum sobre essa teoria é a ideia de que as inteligências múltiplas significam o mesmo que aprender novas
habilidades.

As inteligências múltiplas representam diferentes capacidades intelectuais. Os estilos de aprendizagem, de acordo com
Howard Gardner, são as formas pelas quais um indivíduo aborda uma série de tarefas.Segundo Gardner, todas as pessoas
têm todos os oito tipos de inteligência listadas acima, em diferentes níveis de aptidão. E as experiências de aprendizagem
não precisam necessariamente se relacionar com a área de inteligência mais forte de uma pessoa. Fonte:
https://www.hipercultura.com/inteligencia-multipla-conheca-os-varios-tipos-de-inteligencia-e-descubra-a-sua/

RESPONDA AS QUESTÕES NO CADERNO:

1) Qual das Multiplas inteligências de Gardner é mais desenvolvida em você? E qual você gostaria de
desenvolver mais?
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2) No caderno, ligue cada uma das múltiplas inteligências do desenho,à disciplina escolar que você estuda.
3) O Estudo da Filosofia pode ajudar a desenvolver as Multiplas Inteligências? Cite quais e Como?
Página
TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. (Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: O que NÃO é conhecimento?
09 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre o
Conhecimento.

PARA VOCÊ OS PILARES SÃO REDONDOS OU QUADRADOS?

O QUE SÃO DOXA, SOFISMA e FALÁCIA?

DOXA: (em grego: δόξα) é uma palavra grega que significa crença comum ou opinião popular e de onde se
originaram as palavras modernas ortodoxo[1] e heterodoxo.[2] Utilizada
pelos retóricos gregos como ferramenta para formação de argumentos através de opiniões comuns, a doxa (em
oposição ao saber verdadeiro, episteme)[3] foi utilizada pelos sofistas para persuadir as pessoas, levando Platão a
condenar a democracia ateniense.
A palavra doxa ganhou novo sentido nos séculos III a.e.C. e I a.e.C quando os “setenta” (evdomikonta) sábios
em Alexandria traduziram as escrituras hebraicas para o grego. Nessa tradução das Escrituras, chamada Septuaginta,
a palavra hebraica para glória (kabot) foi traduzida para o grego como doxa. Essa tradução das Escrituras Hebraicas
foi utilizada pela Igreja primitiva, sendo constantemente citada e utilizada pelos redatores do Novo Testamento. Os
efeitos desse novo significado de “doxa” como “glória” são evidenciados pela utilização da palavra em todos os
lugares do Novo Testamento e nos serviços de adoração da Igreja Ortodoxa Grega, que reflete os costumes ou
práticas mais do que a opinião pessoal.

Doxa na filosofia clássica: Platão costumava opor conhecimento à “doxa”, o que levou à clássica oposição
de erro à verdade, cuja análise desde então se tornou um grande interesse na filosofia ocidental. Portanto, o erro é
considerado no Ocidente como negatividade pura, a qual pode tomar várias formas, dentre elas a forma de ilusão.
Desse modo, “doxa” pode ironicamente ser definida como a “falha do filósofo”. Na retórica clássica, ela é contrastada
com “episteme”. Entretanto, Aristóteles utilizou o termo endoxa (crenças comumente sustentadas aceitas pelos
sábios e pelos mais antigos e influentes retores) para reconhecimento das crenças da cidade. Endoxa é uma crença
mais estável do que “doxa”, porque ela tem sido “testada” nos debates da pólis por algum interveniente. A utilização
do termo endoxa pelo estagirita pode ser encontrada nas suas obras “Tópica” e “Retórica"...

SOFISMA: Do grego, o termo “sophisma” significa “fazer raciocínios capciosos”. Os chamados sofistas são
filósofos da Grécia Antiga que dominavam técnicas de retórica e discurso.
Eles vendiam seus conhecimentos em troca do pagamento de taxa pelos estudantes ou aprendizes. Destacam-se
Protágoras, Górgias e Hípias. Esse modelo de divulgação do conhecimento foi muito criticado por alguns filósofos
50

como Aristóteles e Platão. Segundo eles, os sofistas trabalhavam com um jogo de palavras e raciocínios com o intuito
Página

de convencer as pessoas.
Em sua obra “Organon: as refutações sofísticas”, Aristóteles apresenta os problemas dos argumentos enganosos ao
identificar os tipos de sofisma utilizados pelos sofistas.

A palavra sofista (do grego sophistes) deriva das palavras sophia e sophos, que significam "sabedoria" ou "sábio"
desde os tempos de Homero, e foi originalmente usada para descrever a experiência em um conhecimento ou ofício
em particular.[4] Aos poucos, porém, a palavra também veio a denotar sabedoria geral e especialmente sabedoria
sobre os assuntos humanos (por exemplo, política, ética ou gestão doméstica). Este foi o significado atribuído ao
grego Sete Sábios do 7º e 6º séculos a.C. (como Sólon e Tales), e foi este o significado que apareceu nas histórias
de Heródoto.[5] Diz Platão que os sofistas não se preocupam em absoluto com obter a solução certa, mas desejam
unicamente conseguir que todos os ouvintes estejam de acordo com eles.[6]
Os principais e mais conhecidos sofistas foram Protágoras de Abdera (c. 490 -421 a.C.), Górgias de Leontinos (c. 487
- 380 a.C.), Hípias de Élis, Licofron, Pródico que teria sido mestre de Sócrates e Trasímaco, Cálicles[7] embora tenham
existido muitos outros dos quais conhecemos pouco mais do que os nomes.[8]
Protágoras foi um dos professores mais conhecidos e bem-sucedidos. Ele ensinou aos seus alunos as habilidades e
os conhecimentos necessários para uma vida bem sucedida, especialmente na política, ao invés de filosofia. Ele
treinou seus alunos para discutir a partir do ponto de vista, porque ele acreditava que a verdade não pode ser limitada
a apenas a um lado do argumento. Protágoras escreveu sobre uma variedade de assuntos e alguns fragmentos de
sua obra chegou aos dias de hoje.

Ele é o autor da famosa frase: "O homem é a medida de todas as coisas",[9] que é a sentença de abertura de seu
trabalho chamado Verdade.[10] Esta frase seria um dos pilares do relativismo. Também ensinava como tornar o
argumento mais fraco no mais forte, fazendo com que posições impopulares passassem a ser convincentes. Segundo
Platão, Protágoras define a sua arte como "educar os homens".[11]
Górgias é outro sofista conhecido, sendo autor de uma obra perdida conhecida como Da Natureza do inexistente,
onde argumenta de que nada existe, nela, ele tenta convencer seus leitores de que o pensamento e a existência eram
diferentes,[12] e disse que "o que importa é a adesão, não o ensinamento do justo ou do injusto".[13] É importante
ressaltar que Górgias estava indo de encontro com o pensamento de Parmênides, que afirmava a existência do ser
e a impossibilidade da existência do não-ser. Diferente deste pensador, afirmava que o ser não existia, pois as
definições dadas a este pelos diferentes filósofos que o antecederam eram contraditórias.
O sofisma é um tipo de falácia, um engano, um argumento inválido, uma ideia equivocada ou ainda, uma crença
falsa. Nos estudos da lógica, a falácia é um erro de raciocínio ou argumentação, mas que parece estar correto.

Nas chamadas “falácias formais”, o erro de argumentação pode ser facilmente identificado pela forma das
proposições e premissas de um silogismo.

Por sua vez, nas “falácias não formais”, os erros podem ser identificados não por sua forma, mas pelo seu conteúdo.
Vale lembrar que o silogismo é um tipo de raciocínio formado por duas premissas e uma conclusão. No silogismo
sofístico as conclusões são equivocadas.

Aristóteles foi o primeiro a apresentar uma lista de sofismas em seu escrito Refutações sofísticas, considerado
um apêndice aos Tópicos, ele indica que há duas classes de argumentos[14]: uns verdadeiros e outros que não

o são, embora pareçam. Estes últimos são os sofismas ou refutações sofísticas. Por sua vez estas se dividem

em refutações sofísticas que dependem da linguagem usada, chamadas também de "sofismas linguísticos" e
refutações sofísticas que não dependem da linguagem, chamadas também de "sofismas extralinguísticos".[2]

FALÁCIA O termo deriva do verbo latino fallere, que significa enganar. Designa-se por falácia um raciocínio errado
com aparência de verdadeiro.[1] . Falácia é aquilo que engana ou ilude. Desta forma, falácia será algo enganoso. É
um raciocínio que parece lógico e verdadeiro, porém existe alguma falha que o faz ser falso.

Na lógica e na retórica, uma falácia é um argumento logicamente incoerente, sem fundamento, inválido ou falho na
tentativa de provar eficazmente o que alega. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes
para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso.
Reconhecer as falácias é por vezes difícil. Os argumentos falaciosos podem ter validade emocional, íntima,
psicológica, mas não validade lógica. É importante conhecer os tipos de falácia para evitar armadilhas lógicas na
51

própria argumentação e para analisar a argumentação alheia. As falácias que são cometidas involuntariamente
designam-se por paralogismos e as que são produzidas de forma a confundir alguém numa discussão designam-se
Página

por sofismas.[1]
É importante observar que o simples fato de alguém cometer uma falácia não invalida toda a sua argumentação.
Ninguém pode dizer: "Li um livro de Rousseau, mas ele cometeu uma falácia, então todo o seu pensamento deve
estar errado". A falácia invalida imediatamente o argumento no qual ela ocorre, o que significa que só esse
argumento específico será descartado da argumentação, mas pode haver outros argumentos que tenham sucesso.
Por exemplo, se alguém diz:
"O fogo é quente e sei disso por dois motivos:

1. ele é vermelho; e
2. medi sua temperatura com um termômetro".
Nesse exemplo, foi de fato comprovado que o fogo é quente por meio da premissa 2. A premissa 1 deve ser
descartada como falaciosa, mas a argumentação não está de todo destruída. O básico de um argumento é que a
conclusão deve decorrer das premissas. Se uma conclusão não é consequência das premissas, o argumento é
inválido. Deve-se observar que um raciocínio pode incorrer em mais de um tipo de falácia, assim como que muitas
delas são semelhantes.

Aristóteles foi o primeiro a apresentar uma lista de sofismas em seu escrito Refutações sofísticas, considerado um
apêndice aos Tópicos, ele indica que há duas classes de argumentos[14]: uns verdadeiros e outros que não o são,
embora pareçam. Estes últimos são os sofismas ou refutações sofísticas. Por sua vez estas se dividem em refutações
sofísticas que dependem da linguagem usada, chamadas também de "sofismas linguísticos" e refutações sofísticas
que não dependem da linguagem, chamadas também de "sofismas extralinguísticos".[2]
A falácia foi um recurso utilizado por Aristóteles, pela Escolástica, pela Demagogia e serve como figura de linguagem
em discursos e temas argumentativos.

As falácias são construídas por raciocínios aparentemente corretos que levam à falsas conclusões. Este tipo de
argumento está muito presente nos textos dissertativos.

Exemplos de Falácias:

1 - Falácia do Espantalho
A falácia do espantalho consiste em deturpar um argumento e assim utilizá-lo para atacar o interlocutor.

Exemplo:

Maria: É preciso repensar a política de combate às drogas.


Pedro: Lá vem esse pessoal dizer que o melhor é liberar as drogas.

Maria afirma que é preciso repensar o modo com que se luta contra os entorpecentes. Pedro, porém, já interpreta
o argumento como se ela tivesse dito que o melhor seria liberar qualquer tipo de substância ilícita.

Se uma pessoa desconhece a fala de Maria pensará que ela defende a liberação das drogas, algo que em nenhum
momento foi dito por ela.

2 - Falácia ad hominem
Esta falácia tem como intuito atacar a pessoa que enunciou o argumento. Por isso, é considerada ad hominen,
expressão em latim que significa contra o homem.

Exemplo:

X: Sou a favor do casamento gay.

Y: Só mesmo um ignorante como você poderia ser a favor disso.

Observe que Y não busca refutar o argumento em si, "casamento gay", mas parte para uma agressão contra X,
chamando-o de ignorante.

3 - Falácia do Escocês
Consiste em apresentar um argumento e seu contra-argumento. Desta forma, o argumento inicial se torna inválido.

(Premissa Maior) - Todo verdadeiro escocês gosta de uísque

(Premissa Menor)- Meu pai é escocês e não gosta de uísque.


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(Conclusão) - Logo, seu pai não é um verdadeiro escocês.


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A premissa para ser um "verdadeiro escocês" é gostar de uísque e quem não compartilha desta opinião estará
naturalmente excluído de ser um "verdadeiro escocês".

Aqui temos um caso de premissas que podem levar à conclusões equivocadas como vemos com Aristóteles.

4 - Falácia da Derrapagem (ou Bola de Neve)


A partir de um fato, o interlocutor sempre o aumenta a fim de acabar com o argumento proposto.

Exemplo:

Se legalizamos o consumo da maconha todos vão querer experimentá-la, em pouco tempo estarão viciados e a
sociedade se transformará em um bando de zumbis drogados vagando pelas ruas.

Sem qualquer comprovação factual ou científica, exagera-se o fato da legalização da maconha estendendo seu
consumo à toda sociedade.

Na falácia, o argumento é o de menos.

Tipos de Falácia
Além dos exemplos de falácias acima há outros tipos que aparecem constantemente nos discursos políticos, líderes
que apelam à demagogia, e conversas cotidianas.

Eis algumas delas:

5 - Falácia da Apelação à ignorância


Neste caso, queremos que se aceite uma conclusão por não se encontrar provas em contrario ao argumento.

Exemplos:

Existem fantasmas na casa de Pedro.

Ninguém pode contestar esta afirmação porque não é possível provar, concretamente, a existência dos fantasmas.

6 – Falácia da Composição
Consiste em atribuir características próprias de um elemento ao todo que se integra.

Exemplo:

João joga muito bem futebol e assim seu time ganhará sempre.

O fato de João jogar bem, não significa que toda sua equipe também fará o mesmo.

7 – Falácia da Divisão
Ao contrário da composição, consiste em dar características do todo apenas a um elemento.

Exemplo:

O Barcelona é o melhor time do mundo e João será um ótimo jogador ali.

Neste caso, não basta que o Barcelona seja uma ótima equipe para fazer um indivíduo ser um bom atleta ali. Muitas
vezes é exatamente o contrário.

8 - Falácia de Acidente

(também conhecido como: destruição da exceção, acidente inverso, acidente reverso, falácia da regra geral,
generalização abrangente)Descrição: quando é feita uma tentativa de aplicar uma regra geral a todas as situações
em que claramente há exceções à regra. Regras ou leis simplistas raramente levam em consideração exceções
legítimas, e ignorá-las é ignorar a razão para preservar a ilusão de uma lei perfeita. As pessoas gostam de simplicidade
e geralmente preferem manter a simplicidade à custa da racionalidade.

Forma lógica:
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X é uma regra comum e aceita.


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Portanto, não há exceções para o X.


Exemplo 1:

Acredito que nunca se deve machucar deliberadamente outra pessoa, por isso nunca posso ser cirurgião.

Explicação: Classificar a cirurgia como "machucando" alguém é ignorar os benefícios óbvios que acompanham a
cirurgia. Esses tipos de visões extremas raramente são baseadas na razão.

Exemplo 2:

A Bíblia diz claramente: "Não darás falso testemunho". Portanto, como cristão, é melhor você atender a porta e dizer
ao nosso vizinho bêbado com a espingarda, que sua esposa, que ele está procurando matar, está escondida em nosso
porão. Caso contrário, você está desafiando o próprio Deus!

Explicação: Assumir que qualquer lei, mesmo divina, se aplica a toda pessoa, em todo tempo, em qualquer situação,
mesmo que não explicitamente declarada, é uma suposição não fundamentada em evidências e raciocínio falacioso.

Exceção: A indicação da regra geral quando um bom argumento pode ser feito de que a ação em questão é uma
violação da regra não seria considerado falacioso.

A Bíblia diz: "Não matarás"; portanto, como cristão, é melhor você derrubar a serra elétrica e desamarrar aquela

9- Falácia Ad Hominem (Culpa por Associação)

(também conhecido como: falácia de associação, falácia ruim de empresa, empresa que você mantém falácia, eles
não são como nós, falácia de transferência)

Descrição: quando a fonte é vista negativamente por causa de sua associação com outra pessoa ou grupo que já é
visto negativamente.

Forma lógica:

A pessoa 1 afirma que Y é verdadeiro.

A pessoa 2 também afirma que Y é verdadeiro e a pessoa 2 é um idiota.

Portanto, a pessoa 1 também deve ser idiota.

Exemplo 1:

Delores é um grande defensor de salário igual por trabalho igual. Esta é a mesma política que todos esses grupos
feministas extremos apoiam. Extremistas como Delores não devem ser levados a sério - pelo menos politicamente.

Explicação: Assumir que Delores é uma feminista extremada simplesmente por apoiar uma política que virtualmente
todo homem e mulher também apóia é falacioso.

Exemplo 2:

Pol Pot, o revolucionário maoísta cambojano, era contra a religião, e ele era um homem muito mau. Frankie é contra
a religião; portanto, Frankie também deve ser um homem muito ruim.
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Explicação: O fato de Pol Pot e Frankie compartilharem uma visão específica não significa que eles sejam idênticos
de outras maneiras independentes, especificamente, sendo um homem muito ruim. Pol Pot não era um homem
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mau porque ele era contra a religião, ele era um homem mau por suas ações genocidas.
Exceção: Se alguém puder demonstrar que a conexão entre as duas características que foram herdadas pela
associação está causalmente vinculada, ou a probabilidade de assumir uma característica seria alta, seria válida.

Pol Pot, o revolucionário maoísta cambojano, foi genocida; portanto, ele era um homem muito mau. Frankie é
genocida; portanto, Frankie também deve ser um homem muito ruim.

10 – Falácia Afirmando o Consequente

(também conhecido como: erro inverso, falácia do consequente, afirmando o conseqüente, afirmação do
conseqüente)

Nova terminologia:

Consequente: o componente proposicional de uma proposição condicional cuja verdade é condicional; ou


simplesmente, o que vem depois do "então" em uma declaração "se / então".

Antecedente: o componente proposicional de uma proposição condicional cuja verdade é a condição para a verdade
do conseqüente; ou simplesmente, o que vem depois do "se" em uma declaração "se / então".

Descrição: um erro na lógica formal em que, se o consequente é considerado verdadeiro, o antecedente é


considerado verdadeiro, como resultado.

Forma lógica:

Se P, então Q.

Q.

Portanto, P.

Exemplo 1:

Se os impostos forem reduzidos, terei mais dinheiro para gastar.

Eu tenho mais dinheiro para gastar.

Portanto, os impostos devem ter sido reduzidos.

Explicação: Eu poderia ter tido mais dinheiro para gastar simplesmente porque desisti de cocaína, solicitação de
prostituta e expedições de boates de foca-bebê.

Exemplo 2:

Se for marrom, lave-o para baixo.

Eu joguei no chão.

Portanto, era marrom.


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Explicação: Não! Eu não precisava seguir a regra “se for amarelo, deixe-o suave” - na verdade, se eu seguisse essa
regra, provavelmente ainda estaria solteira. A regra declarada é simplesmente "se é marrom" (o antecedente ) e, em
seguida, (implícita), "descarte" (o conseqüente ). Com isso, não podemos sugerir que APENAS podemos descarregá-
lo se estiver marrom. Isso é um erro - uma falácia lógica.

Exceção: nenhuma.

Dica: se estiver amarelo, lave-o também.

11- Falácia da Alegada Certeza

(também conhecido como: assumindo a conclusão)

Descrição: afirmar uma conclusão sem evidências ou premissas, por meio de uma declaração que faz com que a
conclusão pareça certa quando, de fato, não é.

Forma lógica:

Todo mundo sabe que X é verdadeiro.

Portanto, X é verdadeiro.

Exemplo 1:

Pessoas de todos os lugares reconhecem a necessidade de ajudar as crianças famintas do mundo.

Explicação: Na verdade, as pessoas em todos os lugares não reconhecem isso. Isso pode parecer senso comum para
quem faz a afirmação e para muitos que a ouvem, mas há muitas pessoas nesta terra que não compartilham essa
opinião e precisam primeiro ser convencidas.

Exemplo 2:

Todo mundo sabe que, sem a religião da nossa cultura, todos nós seríamos como ovelhas perdidas.

Explicação: Todo mundo não sabe disso. Às vezes, sem sair de sua própria esfera social ou cultural, pode parecer que
o que você pode aceitar como verdades universais são simplesmente verdades dentro de sua própria esfera social
ou cultural. Não assuma verdades universais.

Exceção: fatos que parecem tolos de não assumir, podem ser assumidos - mas deve-se estar preparado para apoiar
a suposição, por mais certa que seja.

Todos sabemos que, sem água, não podemos sobreviver.

Dica: Substitua a palavra "certo" em sua vida pela frase "muito provável" ou "muito confiante".

12- Falácia do Apelo à Autoridade - argumentum ad verecundiam

(também conhecido como: argumento da autoridade, ipse dixit)


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Descrição: insistindo que uma reivindicação é verdadeira simplesmente porque uma autoridade ou especialista
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válido sobre o problema disse que era verdade, sem nenhuma outra evidência de suporte oferecida. Veja também
o apelo à falsa autoridade .
Forma lógica:

De acordo com a pessoa 1, que é especialista na questão de Y, Y é verdade.

Portanto, Y é verdadeiro.

Exemplo 1:

Richard Dawkins, um biólogo evolucionário e talvez o principal especialista no campo, diz que a evolução é
verdadeira. Portanto, é verdade.

Explicação: Richard Dawkins certamente conhece a evolução e pode nos dizer com confiança que é verdade, mas
isso não a torna verdadeira. O que a torna verdadeira é a preponderância de evidências para a teoria.

Exemplo 2:

Como sei que a indústria de filmes adultos é a terceira maior indústria dos Estados Unidos? Derek Shlongmiester, a
estrela de cinema adulto de mais de 50 anos, disse que sim. É assim que eu sei.

Explicação: Shlongmiester pode ser um especialista do setor, além de possuir um grande talento, mas uma afirmação
como a que foi feita exigiria evidências de apoio. Para o registro, a indústria de filmes adultos pode ser grande, mas
em uma escala de 0 a 12 polegadas, é apenas uma fração de polegada.

Exceção: Tenha muito cuidado para não confundir "adiar uma autoridade sobre o assunto" com o apelo à falácia da
autoridade . Lembre-se, uma falácia é um erro de raciocínio . Demitir o conselho de especialistas e autoridades
legítimas transforma um bom ceticismo em negação. O apelo à autoridade é uma falácia na argumentação, mas o
adiamento para uma autoridade é uma heurística confiável que todos nós usamos virtualmente todos os dias em
questões de relativamente pouca importância. Sempre há uma chance de que qualquer autoridade possa estar
errada, é por isso que o pensador crítico aceita os fatos provisoriamente . Não é de todo irracional (ou um erro de
raciocínio) aceitar informações provisoriamente verdadeiras por autoridades credíveis. Obviamente, a
razoabilidade é moderada pela reivindicação feita (ou seja, quão extraordinária, quão importante) e pela autoridade
(quão credível, quão relevante para a reivindicação).

O apelo à autoridade é mais sobre reivindicações que exigem evidências do que sobre fatos. Por exemplo, se o seu
guia lhe disser que a Cidade do Vaticano foi fundada em 11 de fevereiro de 1929 e você aceitar essas informações
como verdadeiras, não estará cometendo uma falácia (porque não está no contexto da argumentação) nem está
sendo irracional.

Dica: questione a autoridade - ou torne-se a autoridade para a qual as pessoas buscam respostas.

13 – Falácia do Apelo ao Céu - deus vult

(também conhecido como: gott mit uns, destino manifesto, convênio especial)

Descrição: A afirmação da conclusão deve ser aceita porque é a “vontade de Deus” ou “a vontade dos deuses”. Na
mente daqueles que cometem a falácia e daqueles que a deixam passar como uma razão válida, a vontade de Deus
não é apenas conhecível, mas a pessoa que faz o argumento a conhece, e nenhuma outra razão é necessária.

Forma lógica:

Deus quer que X.


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Portanto, devemos X.
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Exemplo 1:
Juiz: Então, por que você cortou essas pessoas em pedacinhos e os colocou no liquidificador?

Larry louco: Porque Deus me disse para fazê-lo.

Juiz: Bom o suficiente para mim. Próximo caso!

Explicação: Todos devemos agradecer que nosso sistema jurídico não funcione dessa maneira, mas o pensamento
humano. Todos os dias, as pessoas fazem ou não, de acordo com o que acreditam ser a vontade de seu
deus. Felizmente, na maioria das vezes, isso não inclui um liquidificador.

Exemplo 2:

Ian: Por que a história de Abraão e Isaque é considerada uma história cristã tão “bonita”? O cara estava prestes a
queimar seu filho vivo como sacrifício humano!

Wallace: Porque era a vontade de Deus que Abraão estava seguindo, por mais difícil que fosse para ele. Isso não é
lindo?

Ian: Eu acho que, contanto que fosse a vontade de Deus, ser convidado a queimar crianças vivas é uma coisa linda.

Explicação: É preciso perguntar: como você sabe que é a vontade de Deus? Diz-se que Satanás é o grande enganador
- ele seria ótimo se aqueles que estavam sendo enganados não pudessem dizer a diferença entre Deus e Satanás. Na
realidade, apelar para o céu, ou Deus, é um abandono da lógica e da razão e, como vimos, potencialmente
extremamente perigoso.

Exceção: Quando a suposta "vontade de Deus" está alinhada com o que alguém já faria ou acreditaria com base na
razão, nenhuma falácia é cometida.

Eu escolho não matar outras pessoas porque eu não gostaria que elas escolhessem me matar, além disso, acredito
que Deus não iria gostar se eu fizesse.

Dica: Às vezes, a única diferença entre fidelidade e insanidade é a adesão à lei.

14 - Apelo à estupidez

Descrição: Tentativa de fazer com que o público desvalorize a razão e o discurso intelectual ou desvalorize a razão e
o discurso intelectual com base na retórica de um argumentador.

Forma lógica:

A pessoa 1 mostra a importância da razão, lógica ou ciência.

A pessoa 1 faz uma reivindicação, argumento ou afirmação.

É mais provável que o público aceite alegação, argumento ou afirmação.

Exemplo 1:

Anthony: Você sabe o que há de errado conosco hoje? Nós pensamos demais! Precisamos agir mais com o coração e
as tripas! Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida! Inscreva-se no meu programa de 30 dias agora por apenas US $
999,99!
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Público: (Gritos incontrolavelmente).


Explicação: É uma técnica de persuasão comum levar as pessoas a um estado emocional e fazê-las tomar uma decisão
emocional enquanto estiverem nesse estado. Isso é exatamente o que Anthony está fazendo aqui, enquanto
enfraquece a importância do pensamento crítico.

Exemplo 2:

Político: O outro cara gosta de jogar estatísticas e dados para nós, mostrando o quanto a economia melhorou. Mas
dados e estatísticas não alimentam nossos filhos. Você sente isso. A economia piorou! Os sentimentos são mais
importantes que os fatos.

Explicação: Há um forte apelo emocional aqui acompanhado pela desvalorização das estatísticas e dos dados (isto é,
fatos) em favor dos sentimentos, a fim de responder a uma pergunta objetiva: a economia melhorou?

Dica: É seu direito questionar leis que você não entende ou leis com as quais você não concorda.

15 - Argumento da ignorância - ad ignorantiam

(também conhecido como: apelo à ignorância)

Descrição: A suposição de uma conclusão ou fato baseada principalmente na falta de evidência em


contrário. Geralmente melhor descrito por "ausência de evidência não é evidência de ausência".

Formulários lógicos:

X é verdadeiro porque você não pode provar que X é falso.

X é falso porque você não pode provar que X é verdadeiro.

Exemplo 1:

Embora tenhamos provado que a lua não é feita de costelas de reposição, não provamos que seu núcleo não possa
ser preenchido com elas; portanto, o núcleo da lua está cheio de costelas sobressalentes.

Explicação: Há uma infinidade de coisas que não podemos provar - a lua cheia de costelas sobressalentes é uma
delas. Agora você pode esperar que qualquer pessoa "razoável" saiba que a lua não pode ser preenchida com costelas
sobressalentes, mas você estaria esperando demais. As pessoas fazem reivindicações malucas e fogem com elas
simplesmente pelo fato de que o contrário não pode ser provado.

Exemplo 2:

Até hoje (no momento da redação deste artigo), a ciência não conseguiu criar vida a partir da não-vida; portanto, a
vida deve ser resultado da intervenção divina.

Explicação: Ignorando o falso dilema , o fato de não termos encontrado uma maneira de criar vida a partir da não-
vida não é evidência de que não há maneira de criar vida a partir da não-vida, nem é evidência de que algum dia
seremos capazes para; é apenas evidência de que não sabemos como fazê-lo. Confundir ignorância com
impossibilidade (ou possibilidade) é falacioso.

Exceção: A suposição de uma conclusão ou fato deduzida da evidência de ausência não é considerada uma falácia,
mas um raciocínio válido.
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Jimbo: Cara, você cuspiu seu chiclete na minha bebida?


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Dick: Sem comentários.


Jimbo: (depois de derramar cuidadosamente sua bebida na pia procurando chiclete, mas não encontrou nenhum ...)
Jackass!

Dica: analise todas as suas principais crenças existentes e verifique se elas se baseiam mais na falta de evidência do
que em evidência. Você pode se surpreender com quantas realmente são.

16 – Falácia do Falso Dilema

(também conhecido como: falácia do tudo ou nada, falsa dicotomia *, falácia do tipo ou-ou, raciocínio, falácia da escolha falsa,
falácia de alternativas falsas, pensamento em preto e branco, falácia de hipóteses exaustivas, bifurcação, excluído meio, sem
meio termo, polarização)

Descrição: Quando apenas duas opções são apresentadas, ainda existem mais, ou existe um espectro de opções possíveis
entre dois extremos. Os dilemas falsos são geralmente caracterizados pela linguagem "ou isto ou aquilo", mas também podem
ser caracterizados por omissões de escolhas. Outra variedade é o falso trilema, que é quando três opções são apresentadas
quando existem mais.

Formulários lógicos:

X ou Y é verdadeiro.

X, Y ou Z são verdadeiros.

Exemplo (duas opções):

Você está com Deus ou contra ele.

Explicação: Como Obi-Wan Kenobi coloca de maneira tão eloquente no episódio III de Guerra nas Estrelas , "Somente um Sith
lida com absolutos!" Há também aqueles que simplesmente não acreditam que há um Deus para se estar a favor ou contra.

Exemplo (omissão):

Eu pensei que você era uma boa pessoa, mas você não estava na igreja hoje.

Explicação: A suposição aqui é que, se alguém não comparece ao chuch, deve ser ruim. É claro que existem pessoas boas que
não vão à igreja, e as pessoas que frequentam a igreja poderiam ter realmente um bom motivo para não estar na igreja - como
uma ressaca da reunião de swingers na noite anterior.

Exceção: Pode haver casos em que o número de opções é realmente limitado. Por exemplo, se um sorveteiro tiver apenas
chocolate e baunilha, seria uma perda de tempo insistir que ele tem pedaços de chocolate com menta.

Também não é uma falácia se existirem outras opções, mas você não está oferecendo outras opções como uma
possibilidade. Por exemplo:

Mãe: Billy, é hora de dormir.

Billy: Posso ficar acordado e assistir a um filme?

Mãe: Você pode ir para a cama ou ficar acordado por mais 30 minutos e ler.

Billy: Esse é um dilema falso!

Mãe: Não, não é. Aqui, leia o livro de Bo e você verá o porquê.


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Billy: Isso é esquisito, nossa conversa exata é usada como exemplo neste livro!
Dica: Esteja ciente de quantas vezes você apresenta dilemas falsos e quantas vezes se apresenta com dilemas falsos.

Nota: Permanecendo fiel às definições, o falso dilema é diferente da falsa dicotomia , pois um dilema implica duas opções
igualmente pouco atraentes, enquanto uma dicotomia geralmente compreende dois opostos. Este é um ponto importante, no
entanto, e geralmente é ignorado no uso comum.

16 - Analogia Ampliada

Descrição: sugerindo que, como duas coisas são parecidas de alguma forma e uma delas é como outra coisa, ambas
devem ser como "outra coisa".

Em essência, a falácia ad Hitlerum é uma analogia estendida, porque é a tentativa de associar alguém ao
comportamento psicótico de Hitler por meio de uma conexão geralmente muito mais benigna.

Forma lógica:

A é como B de alguma forma.

C é como B de uma maneira diferente.

Portanto, A é como C.

Exemplo 1:

Jennie: Qualquer um que não tenha um problema em abater animais para comer, não deve, em princípio, ter um
problema com uma raça alienígena avançada nos matando para comer.

Carl: Os fruitarianos, os loucos que não comem nada, exceto os frutos que caíram da árvore, também são contra o
abate de animais como alimento. Você é louco como eles?

Explicação: Embora eu não ache que possa desistir de frango delicioso, Jennie faz um bom argumento por meio de
uma analogia válida. Ignorando a tentativa de Carl de envenenar o poço usando linguagem carregada, ele está,
por analogia estendida , reivindicando que a “loucura” dos fruitarianos deve ser compartilhada por ela também, pois
ambos são parecidos porque compartilham uma visão sobre o uso de animais como alimento .

Exemplo 2:

A ciência geralmente erra as coisas. Não foi até o início do século 20, quando a física de partículas surgiu, que os
cientistas perceberam que o átomo não era a menor partícula existente. Então, talvez a ciência logo perceba que está
errado sobre a idade do universo, a inexistência de um dilúvio global, evolução e qualquer outro fato científico que
contradiga a Bíblia quando lido literalmente.

Explicação: Para ver essa falácia, vamos colocá-la na forma lógica, usando apenas a declaração de evolução:

P1 Pensar que o átomo era a menor partícula foi um erro da ciência.

P2 A evolução também é um erro da ciência.

C. Portanto, a ciência que pensa que o átomo era a menor partícula é como a ciência que pensa que a evolução é
verdadeira.
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A premissa dois (P2) deve ser uma suposição ousada, embora não seja falaciosa. Lembre-se de que as premissas não
precisam ser verdadeiras para que o argumento seja válido, mas se as duas premissas forem verdadeiras, a conclusão
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(C) segue? Não, por causa da falácia prolongada. A razão é que, se a evolução fosse falsa, não seria pela mesma razão
que a ciência pensava que o átomo era a menor partícula. A ciência "estava errada" nesse caso, porque não tinha
toda a verdade devido a descobertas ainda a serem feitas na época. Se a evolução estivesse errada, então todas as
descobertas que foram feitas, os fatos que foram estabelecidos, a base de muitas ciências que levaram a incontáveis
avanços na medicina, estariam totalmente errados. Isso seria um erro de proporções e conseqüências inimagináveis
que desvendariam o núcleo da compreensão e investigação científicas.

Exceção: Se alguém puder mostrar evidências de que a conexão entre todos os sujeitos é a mesma, ela não é
falaciosa.

É uma loucura pensar que as cenouras têm sentimentos.

É uma loucura pensar que as vacas têm sentimentos.

Portanto, os vegetarianos são tão loucos quanto os fruitarianos. [1]

Dica: Não chame as pessoas de loucas - deixe esse tipo de avaliação psicológica para os profissionais licenciados. Você
pode chamá-los de "malucos".

Referências: {apa} É uma falácia lógica usada com freqüência na Internet. Nenhuma fonte acadêmica foi encontrada.

ATIVIDADE: identificar raciocínios falaciosos.

Em Grupos ou em duplas

1) Use os exemplos de FALÁCIAS citados e substitua os argumentos criando uma falácia você
mesmo com seus próprios argumentos. E depois indique onde está o erro.

2) Identifique em jornais, revistas, textos, internet, TV ou falas e argumentos usados em diálogos


com amigos e familiares as possíveis FALÁCIAS (erro de raciocínio) E explique o erro
demonstrando.

3) Identifique no mesmo material pesquisado no item anterior as DOXAS e SOFISMAS. Explique


por que são raciocínios e argumentos falsos.
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TEXTO Nº ● MATÉRIA: Epistemologia. (Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Sociedade do conhecimento x Sociedade Tecnológica.
10 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender o poder da mídia e da tecnologia.

Fake news e pós-verdade

Por Mayra Poubel


Graduada em História (UFF, 2017)
Mestre em Sociologia e Antropologia (UFRJ, 2012)
Graduada em Ciências Sociais (UERJ, 2009)

“Fake News” em tradução literal significa notícia falsa. O uso corrente que essas palavras têm tido atualmente não é,
porém, uma relação direta entre notícia falsa e mentira. Alguns intelectuais apontam que estamos sob o domínio do
“pós-verdade”, isto é, um momento em que notícias falsas são difundidas – principalmente com o advento da internet –
importando muito mais as crenças que se pretendeu solidificar do que a veracidade dos fatos em si.

Eleita pelo dicionário Oxford (referência no papel de catalogar novos termos) como expressão do ano de 2016, o termo
“pós-verdade” foi definido como “relativo ou referente a circunstâncias nas quais os fatos objetivos tem menos influência
em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais”. De forma simplificada, a utilização dessa
expressão se refere à diminuição do peso dado para a verdade factual e valorização das versões de um fato com objetivo
de sustentar opiniões e ideologias.

Em linhas gerais, esta ideia já era discutida por Baudrillard (1929-2007-Fr.) quando ao analisar a sociedade pós-industrial
apontava que as transformações ocorridas nesse período resultaram em um mundo onde há cada vez mais informação
e menos sentido. A realidade não é mais simplesmente o que acontece, mas o que é capaz de ser simulado e reproduzido.
A representação estaria, portanto, precedendo a realidade.

Embora a discussão de Baudrillard já abra caminho para o entendimento do descolamento entre o real e o que é
reproduzido, a expressão “pós verdade” conforme utilizada atualmente apareceu no ano de 1992 na revista “The Nation”,
se projetando a partir de 2016 com a divulgação de “Fake News” em dois eventos de alcance mundial: eleição de Donald
Trump para a presidência dos EUA e a saída do Reino Unido da União Européia (Brexit). Nestes dois episódios, a
divulgação de notícias falsas podem ter sido decisivas para o resultado final das campanhas.
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Cabe ressaltar que notícias falsas sempre existiram na história da humanidade mas há quatro causas que se relacionam
e explicam esse novo fenômeno:
1) Descentralização da informação trazida pelas novas tecnologias de comunicação;
2) Ambiente de forte polarização política, que contribui para a difusão de notícias falsas para atingir o inimigo
ideológico;
3) Crise de confiança nas instituições tradicionais favorecendo a autonomia das pessoas na busca pelas informações;
4) Fortalecimento de uma visão de mundo que relativiza a verdade resultado de mudanças socioeconômicas trazidas
pela globalização que fragmentaram e flexibilizaram o modo de ver o mundo propiciando um pensamento mais
individualista e imediatista.

Em um momento de queda em quatro grandes instituições: Empresas, Governos, ONG e Mídia, as pessoas estão mais
propensas a ignorar informações que confirmam uma ideia com a qual não concordam, mostrando um desprezo pela
verdade, ainda que baseado em fatos.

O grande perigo existente na fluidez da veracidade dos fatos é que a verdade não precisa ser provada, apenas afirmada.
A afirmação/manipulação dos fatos para atender a determinados objetivos e ideologias foi uma estratégia muito
utilizada nos regimes totalitários e que está perigosamente ganhando terreno também entre os regimes ditos
democráticos.

Bibliografia:
Guia do Estudante. Atualidades vestibular + ENEM. Ed.26. 2º S 2017 Editora Abril
Arquivado em: Sociedade

ATIVIDADE: Análise de tópicos da atualidade.

Assista ao vídeo abaixo e faça uma comparação com o texto acima.


Explicando:

1) O que é Fake News e o que é pós-verdade?


2) Qual a relação do vídeo com a DOXA?
3) Por que a Fake News ganha espaço na sociedade e quais as consequências?
4) A Filosofia é a busca da verdade, em que a Filosofia pode nos ajudar na luta contra
a pós-verdade?

https://youtu.be/AvSEoiCZ0kc
64
Página
TEXTO Nº ● MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Qual a racionalidade dominante na sociedade atual?
11 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre a
Ciência.

JEAN-JACQUES ROUSSEAU – SÉC XVIII

“a vida metropolitana é como uma permanente colisão de grupos e conluios, um contínuo fluxo
e refluxo de opiniões conflititivas. (…) Todos se colocam freqüentemente em contradição
consigo mesmos (…) e tudo é absurdo, mas nada é chocante, porque todos se acostumam a tudo
(…) um mundo em que o bom, o mau, o belo, o feio, a verdade, a virtude, têm uma existência
apenas local e limitada (…) eu começo a sentir a embriaguez a que essa vida agitada e tumultuosa
me condena. Com tal quantidade de objetos desfilando diante de meus olhos, eu vou ficando
aturdido. De todas as coisas que me atraem, nenhuma toca o meu coração, embora todas juntas
perturbem meus sentimentos, de modo a fazer que eu esqueça o que sou e qual meu lugar. (…)
vejo apenas fantasmas que rondam meus olhos e desaparecem assim que os tento agarrar”. (JJ
Rousseau, em “A Nova Heloísa”)

ATIVIDADE: Reflexão Crítica.

1) Que relação você faz entre a citação de Rousseau (séc. XVIII) e os tempos
atuais de Fake News?
65
Página
RECUPERAÇÃO DA MATÉRIA DO 1º bim.

INSTRUÇÃO:

1 - LEIA E RESPONDA AS QUESTÕES DOS TEXTOS: (A) , (B), 02 , 03,


04, 05, 07, 09 e 10

2 – ENTREGAR PERGUNTAS E RESPOSTAS MANUSCRITAS COM


CAPA, DISCIPLINA, NOME E Nº.

OBS: A RECUPERAÇÃO PODE SER UMA AVALIAÇÃO ORAL SOBRE


ESTAS QUESTÕES ACIMA, CASO O PROFESSOR CONSIDERE
MELHOR. NESTE CASO O ALUNO SERÁ AVISADO.

66
Página
2º BIMESTRE

O QUE VAMOS VER NESTE BIMESTRE?

1 – TIPOS DE CONHECIMENTO
2- PROBLEMÁTICA DO CONHECIMENTO
3 – CIÊNCIA E FILOSOFIA

67
Página
TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Há tipos diferentes de conhecimento?
12 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre
a Ciência.

EPIOSTEMOLOGIA:

Do grego episteme (CIÊNCIA) + logos (TRATADO) + ia ; sinônimo de Teoria do Conhecimento e tem como objeto
de estudo o problema do conhecimento, sua origem, seu valor, seus limites. É também chamada de Filosofia da
Ciência, neste sentido tem a Ciência como objeto de estudo; seus métodos, finalidades, resultados.

Obs: Há vários tipos de conhecimento; senso comum, Religião, artes, Filosofia, a Ciência é um deles.

Filosofia

Ciência

Estética

Religião

Mito

Senso
Comum

HÁ TIPOS DE CONHECIMENTO?

Quando falamos em “conhecimento”, pensamos logo em “ciência”. De um modo geral, o conhecimento científico
é considerado pela maioria das pessoas como sendo a verdade das coisas. Os meios de comunicação veiculam e
reforçam essa espécie de preconceito favorável que temos em relação à ciência e que se chama cientificismo ou
positivismo.

Proponho questionar essa ideia recebida e mostrar que há uma efetiva multiplicidade de saberes legítimos, dentre
os quais a ciência. Podemos dizer que a especificidade do ser humano é ser capaz de tomar consciência de sua
situação no mundo, buscando compreender onde e como vive, e tentar fazer alguma coisa em relação ao que
descobre. Por isso, há diversos tipos ou níveis de conhecimento e é preciso perguntar quais são, como funcionam
e como se relacionam com as ciências.

A distinção básica a ser feita é entre senso comum, filosofia e ciência. Começo com uma formulação mais simples,
para depois aprofundarmos um pouco.

O senso comum são as crenças e “fatos” que aceitamos, sem questionar, ao vivermos a vida cotidiana, fazendo as
coisas funcionar, lidando com problemas elementares, mas sempre querendo que o todo faça algum sentido. São
conhecimentos compartilhados que nos ajudam a viver.

A filosofia começa quando nos espantamos com o que todo mundo acha normal, estranhamos as coisas banais e
paramos para pensar, perguntando por suas causas. Essa tomada de consciência torna-se mais consistente e mais
propriamente filosófica, quando relacionamos as questões que vivemos hoje com uma tradição de problemas
elaborados por pensadores que viveram em outras épocas; o estudo rigoroso dessas questões constitui o que
chamamos a história da filosofia ocidental.

As ciências são conhecimentos específicos, sobre objetos e fenômenos determinados, adquiridos metodicamente.
Temos aí um bom ponto de partida.
68
Página
TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Quais são os tipos de conhecimento?
13 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre
a Ciência.

FICHAS CONCEITUAIS

01 O QUE É SENSO COMUM?

Em nossa conversa diária com as pessoas, surge uma série de opiniões sobre os mais variados assuntos. Na maioria das
vezes, essas opiniões informais, que ouvimos ou emitimos em nossas conversas, refletem conhecimentos vagos,
superficiais ou ingênuos a respeito dos inúmeros lemas que abordamos. Isto é, conhecimentos pouco profundos,
adquiridos ocasionalmente no cotidiano, sem uma procura séria ereflexiva por parte das pessoas.
A título de ilustração, podemos dizer que faz parte do senso comum uma infinidade de "frases feitas",repetidas
irrefletidamente, rio cotidiano, como as seguintes: homem que é homem não chora; o brasileiro é um povo pacífico; querer
é poder; filho de peixe, peixinho é; Deus é a única esperança etc.
Esse tipo de conhecimento mediano, compartilhado pela maioria das pessoas, constitui o chamado senso comum.
Pertence ao senso comum um vasto conjunto de concepções a respeito dosmais diferentes temas. Freqüentemente,
essas concepções estão impregnadas de noções falsas, parciais ou preconceituosas. Entretanto, o senso comum não é
formado, apenas, por concepções falsas ou incorretas mas, também, por concepções verdadeiras. O que as caracteriza,
portanto, é o fato de serem produzidas por conhecimentos soltos, superficiais, que não nasceram de reflexões
profundas e abertas.
O conhecimento do senso comum possui, habitualmente, as seguintes características gerais:
· imprecisão: conceitos vagos, sem rigor, que não definem claramente seu conteúdo e seu alcance;
· incoerência: associação, nummesmo raciocínio, de conceitos contraditórios, que se anulam em termos lógicos;
· fragmentação: conceitos soltos, que não abrangem, de modo amplo e sistemático, o objeto estudado.

MITOLÓGICO
02
O mito proporciona um conhecimento que explica o mundo a partir da ação de entidades -
ou seja, forças, energias, criaturas, personagens - que estão além do mundo natural, que o
transcendem, que são sobrenaturais.
Veja, por exemplo, o mito através do qual os antigos gregos explicavam a origem do mundo:
No princípio era o Caos, o Vazio primordial, vasto abismo
insondável, como um imenso mar, denso e profundo, onde nada
podia existir. Dessa oca imensidão sem onde nem quando, de um
modo inexplicável e incompreensível, emergiram a Noite negra e a
Morte impenetrável. Da muda união desses dois entes tenebrosos,
no leito infinito do vácuo, nasceu uma entidade de natureza oposta
à deles, o Amor, que surgiu cintilando dentro de um ovo
incandescente.
Ao ser posto no regaço do Caos, sua casca resfriou e se partiu em
duas metades que se transformaram no Céu e na Terra, casal que
jazia no espaço, espiando-se em deslumbramento mútuo,
empapuçados de amor. Então, o Céu cobriu e fecundou a Terra,
fazendo-a gerar muitos filhos que passaram a habitar o vasto corpo
da própria mãe, aconchegante e hospitaleiro.

Antonio Carlos Olivieri*


Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
69
Página
RELIGIOSO
Assim como o mito, a religião, ou melhor, as religiões também apresentam uma explicação
sobrenatural para o mundo. Para aderir a uma religião, é obrigatório crer ou ter fé nessa
explicação. Além disso, é uma parte fundamental da crença religiosa a fé em que essa
explicação sobrenatural proporciona ao homem uma garantia de salvação, bem como
03 prescreve maneiras ou técnicas de obter e conservar essa garantia, que são os ritos, os
sacramentos e as orações.
Antes de seguir em frente, convém esclarecer que não vem ao caso discutir aqui a validade
do conhecimento religioso. Em matéria de provas objetivas, se a religião não tem como provar
a existência de Deus, a ciência também não tem como provar a Sua inexistência. E, a
propósito disso, vale a pena apresentar uma outra narrativa filosófica:

Certa vez, um cosmonauta e um neurologista russos discutiam


sobre religião. O neurologista era cristão, e o cosmonauta não. “Já
estive várias vezes no espaço”, gabou-se o cosmonauta, “e nunca
vi nem Deus, nem anjos”. “E eu já operei muitos cérebros
inteligentes”, respondeu o neurologista, “e também nunca vi um
pensamento”.
O mundo de Sofia, Jostein Gaardner, Cia. das Letras, 1995

Antonio Carlos Olivieri*


Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

04
ESTÉTICO

O conhecimento proporcionado pela arte não nos dá o conhecimento objetivo de uma coisa
qualquer, mas o de um modo particular de compreendê-la, um modo que traduz a sensibilidade
do artista. Trata-se, portanto, de um conhecimento produzido pelo sujeito e pela subjetividade.
Veja por exemplo o seguinte soneto, escrito pelo poeta bahiano do século 17, Gregório de Matos,
no qual ele dá a sua "visão" do braço de uma imagem do Menino Jesus que havia sido quebrada
por holandeses protestantes, quando da invasão da cidade de Salvador:
O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo.
Em todo sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte
Em qualquer parte sempre fica todo.
O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.
Não se sabendo parte deste todo,
Um braço que lhe acharam, sendo parte,
Nos diz as partes todas deste todo.

Antonio Carlos Olivieri*


Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
70
Página
05 CIENTÍFICO

A ciência procura descobrir como a natureza "funciona", considerando, principalmente, as relações de causa
e efeito. Nesse sentido, pretende buscar o conhecimento objetivo, isto é, que se baseia nas características do
objeto, com interferência mínima do sujeito. Veja, por exemplo, a seguinte descrição científica:

O coração é um músculo oco, em forma de cone achatado com a base


virada para cima e a ponta voltada para baixo, do tamanho aproximado de
um punho fechado. O músculo cardíaco é chamado de miocárdio. Sua
superfície interna é recoberta por uma membrana delgada, o endocárdio.
Sua superfície externa tem um invólucro fibro-seroso, o pericárdio.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, 1998

Quando se fala em "mínima interferência do sujeito", quer se dizer que a descrição de coração proposta acima
é válida independentemente do estudioso de anatomia que a formulou.
A definição tradicional de ciência pressupõe que ela seja um modo de conhecimento com absoluta garantia
de validade. A ciência moderna já não tem a pretensão ao absoluto, mas ao máximo grau de certeza.
Quanto à garantia de validade, ela pode consistir:
 Na descrição, conforme o exemplo acima;
 Na demonstração, como no caso de um teorema matemático;
 Na corrigibilidade, ou seja, na possibilidade de corrigir noções e conceitos, a partir dos avanços da própria
ciência.
Finalmente, é importante esclarecer que a aplicação da ciência resulta na tecnologia, ou no conhecimento
tecnológico.

FILOSÓFICO
06
A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. A
filosofia é uma maneira de pensar e é também uma postura diante do mundo.

Antes de mais nada, ela é uma forma de observar a realidade que procura pensar os acontecimentos além
da sua aparência imediata. Ela pode se voltar para qualquer objeto: pode pensar sobre a ciência, seus
valores e seus métodos; pode pensar sobre a religião, a arte; o próprio homem, em sua vida cotidiana.

A filosofia é um jogo irreverente que parte do que existe, critica, coloca em dúvida, faz perguntas
importunas, abre a porta das possibilidades, faz entrever outros mundos e outros modos de compreender a
vida.

Por isso, a filosofia incomoda, pois ela questiona o modo de ser das pessoas, das sociedades, do mundo.
Discute as práticas política, científica, técnica, ética, econômica, cultural e artística. Não há área onde ela
não se meta, não indague, não perturbe. E, nesse sentido, a filosofia pode ser perigosa ou subversiva, pois
pode virar a ordem estabelecida de cabeça para baixo.

Quando surgiu entre os gregos, no século 6 a.C., a filosofia englobava tanto a indagação filosófica
propriamente dita, quanto aquilo que hoje é chamado de conhecimento científico. O filósofo refletia e
teorizava sobre todos os assuntos, procurando responder não só ao porquê das coisas, mas, também, ao
como, para quê e qual o sentido ou seja, a origem, o fundamento, funcionamento, finalidade, valor etc.

Euclides, Tales e Pitágoras, por exemplo, foram filósofos que também se dedicaram ao estudo da
geometria. Aristóteles, por sua vez, investigou problemas da lógica, físicos e astronômicos, na medida em
que esses problemas também interessavam à cultura e à sociedade de sua época.

Convém concluir lembrando que a ciência e o pensamento científico se originaram com a filosofia na Grécia
da Antigüidade. Com o passar do tempo, certas áreas da especulação filosófica, como a matemática, a física
a biologia, a química, a sociologia entre outras ganharam tal especificidade que se separaram da filosofia.

EXERCÍCIO DE PERCEPÇÃO E AVALIAÇÃO CRÍTICA SOBRE OS TIPOS E GRAUS DE CONHECIMENTO.


1) Com base no quadros 05 e 06 identifique os tipos de conhecimento mais importantes e justifique por que são
os mais importantes?
2) Pense e elabore uma questão, uma pergunta sobre um assunto de sua escolha e faça essa pergunta a um colega
ou a qualquer pessoa conhecida (pais, amigos, professores...) e, avalie (por escrito no caderno) em que base (em
71

que tipo) de conhecimento dos quadros acima, a resposta dada se enquadra e explique.
Página

Em círculo de discussão em aula, vamos comparar as várias respostas obtidas pelos colegas.

3) Com base na análise das respostas em qual conclusão você chega?


TEXTO Nº ● MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: O que é o conhecimento?
14 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre o
Conhecimento.

CONHECIMENTO
Desde seus primórdios, a Filosofia se ocupou do problema do conhecimento. Os primeiros filósofos na Grécia que questionaram sobre o mundo (cosmos),

sobre o homem (Antropos), a natureza (Phisys) e etc., tentaram encontrar a verdade em um princípio único (arché) que abarcasse toda a realidade, isto é,

sobre o Ser (Onto). Confiantes de que somos seres capazes de conhecer o universo e sua estrutura, os gregos se perguntavam como era possível o erro, a

falsidade e a ilusão, já que não era possível falar sobre o Não-Ser e sim somente sobre o Ser. Foi preciso, pois, estabelecer a diferenciação entre o mero

opinar (Doxa) e o conhecer verdadeiro (Episteme), entre o que percebemos pelos sentidos e aquilo que compreendemos pelo pensamento, raciocínio ou

reflexão, estabelecendo, assim, graus de conhecimento e até mesmo uma hierarquia entre eles. Isso porque o conhecimento não era entendido como a

mera apreensão particular de objetos (pois isso seria conhecimento de algo), mas pretendido como o modo universal de apreensão (não o conhecimento

de várias coisas, mas o que é realmente o conhecer).

Com o advento do cristianismo, a verdade que os homens poderiam conhecer estava sujeita à autoridade da fé revelada. Na concepção cristã, que vê o

homem como um degenerado do paraíso, sua salvação depende de Deus e não da sua mera vontade e, só através da fé, o homem poderia compreender

o mundo e a si mesmo, alcançando, assim, a verdade. O homem, tido como um duplo corpo/alma, tem acesso a duas realidades, uma temporal e finita

(corpo) e a outra eterna e semelhante ao divino (alma) pela qual poder-se-ia chegar à verdade e à salvação. A fé auxilia a razão para que não sofra desvios

por conta da vontade e liberdade de uma alma encerrada em um corpo. Mas, foi somente com a Modernidade que a questão do conhecimento foi

devidamente sistematizada. Retomando os antigos, a Filosofia procurou não só saber quantos conhecimentos existiam nem de quantos objetos, mas

questionar a sua possibilidade e condições de realização. Eis as perspectivas mais adotadas nesse período:

• Ceticismo – posição filosófica que afirma a impossibilidade do homem conhecer seja qual for o objeto, negando a verdade do saber e que tudo em que

acreditamos não passa de hábitos. (Hume);

• Dogmatismo – posição que afirma ser nossa razão portadora de capacidades inatas para conhecer o mundo, capacidades estas independentes da

experiência sensorial. Aqui, o sujeito do conhecimento é valorizado em detrimento da experiência sensível (Descartes, Leibniz);

• Empirismo – doutrina que nega a existência de ideias em nossa mente antes de qualquer experiência. Além disso, afirma que tudo que conhecemos tem

origem nos dados dos sentidos. Nessa filosofia o objeto determina por suas características o conhecimento do sujeito (Hobbes, Locke);

• Criticismo – posição que visa ao mesmo tempo criticar as anteriores, porém sintetizando-as. Desenvolvida pelo filósofo alemão Immanuel Kant, visa

mostrar as condições de possibilidades que um sujeito tem para conhecer um objeto. Para Kant, não podemos conhecer os objetos em si mesmos, mas

somente representá-los segundo formas a priori de apreensão da nossa sensibilidade (tempo e espaço). Significa dizer que conhecemos o real não em si,

mas como podemos organizá-lo e apreendê-lo segundo modelos esquemáticos próprio do nosso intelecto. (Kant)

Todo esse desenvolvimento dos filósofos modernos culminou com o debate contemporâneo sobre o conhecer. Até aqui, percebe-se que o conhecimento

necessitava de provas e demonstrações racionais tendo um correspondente na realidade que seguisse leis como causalidade, reversibilidade, publicidade

etc. Hoje, a ciência cada dia mais especializada se preocupa não em provar uma teoria, mas refutá-la ou falseá-la, pois os critérios de cientificidade

dependem da ação do homem ao construir seu mundo e não mais desvendar as leis ocultas da natureza, já que em todos os períodos da história esses

critérios são elaborados segundo paradigmas vigentes que influenciam nossa visão de mundo.
72

Por João Francisco P. Cabral


Atividade: No caderno:
Página

1) Responda mínimo 6 Linhas: o que é Doxa, Episteme e Conhecimento?


Explique.
TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Qual a origem da Problemática do Conhecimento na Filosofia?
15 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre
o Conhecimento.

Duas concepções dominaram o pensamento filosófico durante bastante tempo: por um lado, as ideias de
Parmênides e, por outro, o pensamento de Heráclito. Heráclito defendia a ideia de um mundo contínuo, fluído,
em constante movimento, enquanto Parmênides definia um ser único, um ser imóvel.O conflito de pensamento
de Parmênides e Heráclito é fundamental, pois pode ser considerado o primeiro choque de ideias que ainda hoje
tem força, afastando-se lentamente da Filosofia da Natureza e do misticismo de Pitágoras.

QUADRO 01

O pensamento de Heráclito.(535 a.c.)

Heráclito defendia a ideia de um mundo contínuo, um mundo em constante movimento, onde nada
permanece idêntico a si mesmo, e sim transforma-se no seu oposto (negação, contradição). O
filósofo utilizou uma metáfora da vela acesa: ao vermos a chama acesa de uma vela, temos a
impressão de que é sempre a mesma, no entanto, estamos vendo um processo de transformação
que ocorre naquele mesmo instante, em que a cera da vela é transformada em fogo, o fogo em
fumaça e a fumaça em ar. Para Heráclito, a realidade é um movimento constante provocado pelo
confronto dos contrários, quente e frio, luz e sombra etc... Outra analogia para explicar sua teoria é
a do rio: “Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio”, já que nem o rio nem quem nele se
banha são os mesmos em dois momentos diferentes da existência.

Heráclito também foi conhecido como Skoteinós (“O Obscuro”) pelo fato de os seus pensamentos
parecerem, muitas vezes, contraditórios e sem sentido.

O filósofo também aborda a divisão do universo entre dois pólos, “seres” e “não-seres” e enxerga
uma unidade entre eles. No entanto, existe uma diferença com o pensamento de Parmênides:
enquanto a unidade de Parmênides é idêntica e imutável, a de Heráclito está entre dois polos, isto
é, mesmo que o Ser e o Não-Ser sejam parte e coabitem o mesmo, não podem ser descartados
como simples ilusões.

Hērákleitos ho Ephésios, Éfeso, aproximadamente 535 a.C. - 475 a.C.) foi um filósofo pré-socrático considerado o " Pai da dialética
". Recebeu a alcunha de "Obscuro" principalmente em razão da obra a ele atribuída por Diógenes Laércio, Sobre a Natureza, em
estilo obscuro, próximo ao das sentenças oraculares.Na vulgata filosófica, Heráclito é o pensador do "tudo flui" (panta rei) e do
fogo, que seria o elemento do qual deriva tudo o que nos circunda .
73
Página
QUADRO 02

A filosofia de Parmênides (530 a.c.)


PENSAMENTO DE HERÁCLITOS

Parmênides nasceu em Eleia, na Itália, por volta de 530 a. C e a sua filosofia define
que o ser é único, imutável, infinito e imóvel, sempre idêntico a si mesmo. O filósofo também
defende que a aparência sensível do mundo não existe. O que o filósofo quer dizer é que o nosso
PENSAMENTO DE PARMÊNEDES.
conhecimento sensitivo das coisas só nos dá uma ilusão do movimento, uma aparência, sendo que
apenas o conhecimento intelectivo permite com se conceba a realidade como idêntica a si
mesma.Parmênides parte da ideia de tentar ordenar a realidade a partir das classes “aquelas que
são” e “aquelas que não são”. Por exemplo, ao observar a luz e a escuridão, notou que a escuridão
nada mais era que a negação da luz. leve e pesado, sutil e denso, passivo e ativo, terra e fogo, frio
e quente, etc. Parmênides relacionava uma das características à luz, ou positiva, e a sua oposta, à
escuridão, ou negativa; depois que passou a denominá-las, simplesmente, “ser” (positiva) e não-
ser (negativa)Após denominar esses pares de opostos como “ser” (positiva) e “não-ser” (negativa),
Parmênides postulou também que “O Ser e o Não-Ser não é”.

Parmênides (português brasileiro) ou Parménides (português europeu) de Eleia (em grego clássico: Παρμενίδης ὁ Ἐλεάτης) (530 a.C. —
460 a.C.[1] ) foi um filósofo grego natural de Eleia, uma cidade grega na costa sul da Magna Grécia. Supostamente de família rica, seus
primeiros contatos filosóficos foram com a escola pitagórica, especialmente com Ameinias.[2] O único trabalho conhecido de
Parménides é um poema, Sobre a natureza, que sobreviveu apenas na forma de fragmentos. Neste poema, Parménides descreve duas
visões da realidade. Em "O caminho da verdade" (a parte do poema), ele explica como realidade (cunhado como "o-que-é") é uma, a
mudança é impossível enquanto a existência é atemporal, uniforme, necessária e imutável.

QUADRO 03

PLATÃO E A QUESTÃO DO CONHECIMENTO. (427-347 a.c.)

Na época que Platão viveu (séc. IV a. C.), era muito comum a concepção de que o homem conhece a partir dos
seus sentidos. No entanto, para muitos sábios da época, o conhecimento não só começava como também não
poderia ir além da sensibilidade. É notável neste período a máxima protagoriana: “o homem é a medida de
todas as coisas”. Isso equivale dizer que cada ser está tão somente encerrado em suas representações
subjetivas que ou era impossível uma verdade absoluta (mas uma particular, de cada um) ou que era impossível
qualquer conhecimento.

Esse modo de pensar devém da filosofia de Heráclito para quem tudo está em movimento. Ora, se questiona
Platão, se tudo está em movimento, no momento mesmo em que se determina algo, este já mudou, já se
transformou e, com isso, o conhecimento torna-se impossível! Da mesma forma, se só existem verdades
subjetivas, particulares ou relativas, a própria Ideia de verdade não existe absolutamente, o que também
impossibilita o erro, portanto, o conhecimento.

Para superar essa noção de realidade transitória, Platão precisa mostrar como nossos sentidos são capazes de
nos enganar e que, por isso, devemos procurar em outro lugar o fundamento do conhecer. Esta foi a obra inicial
de Platão. Principalmente no livro a República além de 35 outros.(ver nas indicações de livros ao fim da apostila)

ATIVIDADE: Interpretação Conceitual.


74
Página

1) Construa uma frase para cada filósofo acima (QUADROS), sintetizando a ideia geral de cada um
deles.
Obs: (São três frases).
TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Como podemos conhecer a realidade?
16 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre
o Conhecimento.

A Problemática do Conhecimento
“Como ocorre a relação entre o Ser e a Realidade? ”
Foi por meio da problemática-tema deste artigo, duas concepções dominaram o pensamento filosófico durante muito
tempo.

Heráclito, que defendia a ideia de um mundo em continuidade, um mundo contínuo. Do outro lado, Parmênides, que
definia um ser único – um ser imóvel.

Heráclito acreditava num mundo contínuo, um mundo em constante movimento, em constante transformação. Para ele, o
mundo era um fluxo contínuo, onde nada permanece idêntico a si mesmo, mas transforma-se no seu oposto (negação,
contradição). Tudo flui, tudo passa. O homem também muda.

Há uma metáfora que ele utilizou, a da vela acesa: quando vemos a chama acesa de uma vela, temos a impressão de que
ela é sempre a mesma. No entanto, estamos diante de um processo de transformação que se opera naquele instante, que
é o seguinte: a cera da vela é transformada em fogo, o fogo em fumaça e a fumaça em ar. Este é o processo contínuo de
transformação que opera no mundo, segundo Heráclito.

Parmênides nos oferece uma idéia contrária à de Heráclito. Em seu pensamento, o filósofo define o seguinte: o ser é único,
imutável, infinito e imóvel. Para ele, o ser é sempre idêntico a si mesmo. Por outro lado, Parmênides irá defender a idéia
de que, a aparência sensível do mundo não existe. Ele quer dizer que o nosso conhecimento perseptivo, ou sensitivo das
coisas, só nos fornece uma aparência, uma ilusão do movimento, uma ilusão do devir, quando somente o conhecimento
intelectivo nos permite contemplar a realidade como idêntica a si mesma.

Platão Para contrapor ao debate entre Heráclito e Parmênides, nos oferece uma nova concepção de como o ser percebe
o mundo, de como o ser interpreta o mundo. Para Platão, é possível dividir o mundo em dois aspectos: o primeiro, é o
mundo sensível, que na verdade é aquele que provém de nossa experiência sensível com as coisas do mundo. É o mundo
material ou físico, que por sua vez, para Platão, não passa de uma aparência ou uma cópia do mundo real. Já o mundo
inteligível, é o mundo das idéias, onde estão as essências verdadeiras – aquilo que é imutável.

Para compreender melhor a proposta de Platão, em dividir o mundo em dois, o mundo sensível e o mundo inteligível,
vamos recorrer ao famoso Mito da Caverna: a caverna é o mundo em que vivemos, o mundo sensível. As sombras
projetadas, não passam de coisas materiais, ou sensoriais que percebemos. Mas o que está lá fora da caverna, o exterior à
caverna, é o mundo inteligível, a verdadeira realidade. Como percebemos o mundo? Reconhecemos o mundo a partir de
representações, de reproduções, de algo que é aparente!

ATIVIDADE: Interpretação do problema.

1) O que é a realidade para Heráclito, Parmênides e Platão? Qual deles você


entende estar correto e por quê? Justifique.
75
Página
TEXTONº ● MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Qual a diferença entre Ciência e Epistemologia?
17 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre a
Ciência.

Aristóteles irá colocar a seguinte problemática para contradizer e alimentar ainda mais o debate
em torno dessa relação, de como o homem percebe a natureza, de como ele interpreta o mundo
em que vive,: para ele, não devemos julgar o mundo das coisas sensíveis (da Natureza) como
aparente e ilusório; há seres cuja essência é mudar, e há seres cuja essência é imutável. Nesse
sentido, o que propôe Aristóteles? Propôe que a transformação é a materialidade das
potencialidades contidas nas essências das coisas; as essências estão nas próprias coisas, no
próprio Homem. E é o pensamento o único capaz de conehcer esta essência; A partir da idéia de
que as essências das coisas estão nas próprias coisas, que a essência do homem está no próprio homem, devemos trabalhar
alguns conceitos fundamentais do pensamento aristotélico.

O primeiro é a razão entre Substância / Essência / Acidente:


Para Aristóteles, substância é a definição do próprio ser, é aquilo que determina o próprio ser, ou seja, o ser sempre
apresenta atributos essenciais e acidentais. O que seriam os atributos essenciais? São atributos que fazem o sujeito ser
necessariamente aquilo que é. Exemplo: o homem é por essência um animal racional. Já o atributo acidental, ou o
acidente, são aqueles que, existindo ou não, nunca afetarão o ser da essência, ou seja, o sujeito. Exemplo: o homem é
racional, por essência, mas é gordo ou magro por acidente. O fato do homem ser gordo ou magro, feio ou bonito, alto ou
baixo, não afeta a essência humana, ou seja, sua capacidade de abstrair, sua capacidade de usar a razão para transformar
o mundo.

Outras duas relações são importantes para o pensamento aristotélico. A primeira é a relação Matéria/Forma. O que
Aristóteles acredita por matéria? Para ele, matéria é aquilo do que são feitos os homens, as coisas e o mundo. Do outro
lado, a forma, é aquilo como foi determinada a matéria. Uma escultura por exemplo, teve como matéria o bronze, e a
escultura é a própria forma como o artista resolveu dar à seu pensamento.

Uma outra relação é Ato e Potência. Aristóteles definiria “ato” como atualidade de uma matéria, isto é, sua forma num
dado instante do tempo. Já “potência” é aquilo que está contido em uma matéria e pode vir a existir; Um exemplo: o adulto
é o ato da criança, ou seja, toda criança carrega em si a potencialidade de vir a ser um adulto. “O ato sempre será uma
forma capaz de atualizar uma potência contida na matéria.”

BIBLIOGRAFIA
Matheus Venâncio, 2009 – UNIFRAN – Universidade de Franca.

ATIVIDADE DE AVALIAÇÃO CRÍTICA: Identificar as racionalidades dos filósofos do conhecimento.

O Pensamento Filosófico se dá pela prática do debate de ideias! Participe da discussão entre Heráclitos,
Parmênedes , Platão e Aristóteles.

1) Identifique qual o problema” e qual a sua avaliação sobre o Problema apresentado nos quadros
textos 02 e 03 do texto 6 ? Qual dos Filósofos tem razão e por quê? Justifique argumentando
logicamente.

OPÇÃO PARA 2º EXERCÍCIO:

1) Formar 4 grupos e cada um defende a ideia de um dos Filósofos para debate.


76
Página
TEXTONº ● MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Qual a diferença entre Ciência e Epistemologia?
18 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre a
Ciência.

O QUÊ A EPISTEMOLOGIA ESTUDA:


1) O que é Ciência e conhecimento?
2) Quais são os objetivos da Ciência? O QUÊ CIÊNCIA ?
3) O que é Método Científico?
4) Ciência x Senso Comum? Ciência é um termo com origem no latim,
5) A Ciência é neutra? “scientia”, cujo significado é conhecimento ou
6) A Ciência deve ser ética? saber.É um corpo de conhecimentos
sistematizados adquiridos via observação,
identificação, pesquisa e explicação de
determinadas categorias de fenômenos e fatos,
e formulados metódica e racionalmente.

FILOSOFIA E CIÊNCIA: RELAÇÕES E CONTRADIÇÕES

Gilberto Cotrim:“Fundamentos da Filosofia”, 2000 .p. 239

A palavra ciência vem do latim scientia que significa “sabedoria”, “conhecimento”. Podemos dizer, de modo bem simples,
que a ciência se caracteriza pela busca de conhecimento sistemático e seguro dos fenômenos do mundo.
Um dos objetivos básicos da ciência é tornar o mundo compreensível, proporcionando ao ser humano meios de exercer
controle sobre a natureza. Assim, desenvolvendo uma visão positiva da ciência, Bronowski afirma que através do
conhecimento científico “homem domina a natureza não pela força, mas pela compreensão”.
Mas será isso possível?
O filósofo alemão Nietzsche já dissera que não. Para ele, não é natural e pacífico conhecer a natureza. O conhecimento se
dá através da força e da dominação, isto é, todo conhecimento implica poder.
Sobre essa relação entre ciência e poder,Horkheimer e Adorno diriam, tempos depois: “O ditador trata o homem como o
homem trata a natureza: ele os conhece para melhor os controlar”.
Assim, nessa visão negativa da ciência, a insaciável sede de conhecimento transformou o mundo num inferno tecnológico
e causou certa regressão dos valores humanos .
Cabe, portanto, ao filósofo refletir sobre essa ambigüidade da ciência, suas pretensões , suas possibilidades, seus acertos
e seus erros, buscando compreender algumas questões, como por exemplo : qual a especificidade do saber científico, quais
as condições e limites desse conhecimento, qual o sentido da ciência, qual o valor da ciência para a vida humana, quais os
limites da atividade científica. Na Filosofia esta é a tarefa da Epistemologia.

Atividade: Pesquisa conceitual.

Assista no youtube ao vídeo: “ Filosofia da Ciência – parte 1” - ( http://youtu.be/T_7cGSJqfls).


3) Com base no vídeo e no texto acima, elabore um texto no caderno explicando o que é, e qual a
finalidade da “Filosofia da Ciência”?

OBS: Se o vídeo não abrir procure outros com mesmo nome e tema.
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Página
TEXTONº ● MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: O que é Filosofia da Ciência?
19 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre
a Ciência.

SOBRE AS DIFERENÇAS ENTRE FILOSOFIA E AS CIÊNCIAS

Filosofia e ciência diferem? Sim, sob vários aspectos: forma, conteúdo, objetivo, função e inserção social, gênese
histórica, aplicação entre outros. Não há, então convergência? Sim, se tomarmos ciência no sentido amplo de saber.
Nesse sentido Kant exigiu que a metafísica se firmasse como ciência.

A filosofia nasceu antes da ciência moderna, quando mitos passaram a ser questionados. Portanto, de algum
modo, a filosofia é crítica. Se em seu nascimento a filosofia repete os mitos no modo de ver o cosmo, a origem dos seres
e o destino humano, ao contrário da visão mitológica, a filosofia usa a razão, passa a deduzir que há uma causa que
determina o ontos, pressupõe um princípio ou causa geral do ser: um elemento primordial ou algo mais abstrato, como
o conceito/ideia para Platão, o motor que destrava o movimento para Aristóteles.

A ciência moderna nasce de outra necessidade, a de explicar por meio de observação, experiência, resultados práticos, a
constituição da matéria. Descobre a causa de os corpos, astros inclusive se movimentarem, a existência de corpúsculos,
força, inércia, átomos, moléculas, evolução, bactérias, código genético, e não vai parar nesses incríveis resultados.

As ciências, Física, Química, Biologia progridem e levam a revoluções na vida humana, transformações que reinventaram
o modo como vivemos e nossas relações com o planeta Terra, com benefícios e os conhecidos malefícios (desde a
bomba atômica até as emissões de gases com o aquecimento global).

E a filosofia? Formalmente é indagação, construção de conceitos, teoria, crítica, busca de sentido. Seu conteúdo não são
leis que explicam a natureza ou a vida, e sim o fenômeno natureza, o fenômeno vida, o fenômeno mente/espírito/alma,
o fenômeno linguagem, o fenômeno bem/mal, o fenômeno estético, o fenômeno lógico/inteligível.

Ficou difícil? Sim, conceituar e abstrair não faz parte da lida cotidiana, a não ser quando a pessoa se depara com certo
tipo de dificuldade ou pergunta: por que vivemos? Qual é o sentido profundo da vida humana? A morte é o fim de
tudo? ou o começo de outra vida?

Se a resposta for o transcendente, o sobrenatural não se trata de filosofia e sim de religião, crença, fé, adesão a uma
doutrina, prática de ritos.

A filosofia é razão e crítica. Ela não pede adesão e sim argumentação, raciocínio, deduções. Enquanto o objetivo dos
cientistas é explicar e obter resultados práticos, e o objetivo da doutrina religiosa, pelo menos das religiões monoteístas
é a salvação, redenção, premiação das boas almas, castigo do mal -, o objetivo da filosofia é pensar seu próprio
movimento, sua história feita de pensadores que inovam e ao mesmo tempo repetem.

Repetem temas, renovam o modo de ver, de avaliar os eternos temas ou questões que nos intrigam. O que aprendemos
com os grandes filósofos, porque vale a pena estudar seu pensamento, como suas ideias podem mudar algo na cabeça
das pessoas? A função e a inserção social da filosofia é sempre educacional. Exemplo: o conceito de ideia. É possível
repetir as lições de Platão (conceitos eternos e divinos), as de Descartes (produtos do espírito quando pensa), e até
mesmo perguntar como surgiu a ideia de "ideia" (R. Rorty). O conceito de origem ou de causa: imprescindível para
Aristóteles, uma categoria usada pelo nosso entendimento (Kant), e um simples recurso do tipo de lógica que usamos
(Wittgenstein).

Professora: Inês Lacerda Araújo

ATIVIDADE DE INTERPRETAÇÃO:

1) O que você entendeu do texto? Explique formulando um parágrafo demonstrando as diferenças


entre Ciência e Filosofia.
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Página
TEXTO Nº ● MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: O que é Ciência?
20 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre
a Ciência.

ATIVIDADE: Interpretação Texto.


79

1) Com base no texto, expliquecomo a Filosofia contribuiu para o surgimento da Ciência?


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TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: O que é Ciência?
20.a ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre a
Ciência.
A CIÊNCIA MEDIEVAL
Maria Lúcia Aranha; (Temas de Filosofia)

1) O que fez o rompimento com o obscurantismo dogmático da Idade


Média contra a Ciência? Explique.
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TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: O que é Ciência?
20.b ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre a
Ciência.

CIÊNCIA MODERNA

ATIVIDADE DE INTERPRETAÇÃO E DISTINÇÃO EPISTEMILÓGICA.

1) Qual a principal contribuição de Galileu para a Ciência?


2) Qual a diferença entre o método de Aristóteles e de Galileu? E qual é a importância da
descoberta de Galileu?
81

Indicação de Filme: “GALILEU”


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TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: O que é Ciência?
20.c ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre a
Ciência.

Indicação de Filme:

Galileu
http://youtu.be/bu1L37LxU4Q

Atividade 1 (Individual ou dupla)

1) Quais foram as novas ciências e em que séculos surgiram?


2) Como podemos interpretar o ultimo parágrafo do texto?

OU

Atividade 2 ( EM GRUPO): Compreensão do Pensamento Científico.


1) Em grupo elabore um cartaz com a linha do tempo da ciência conforme os textos 07 e 08 a ser
afixado nos quadros de aviso da escola ou paredes das salas contendo:
a) A linha Histórica da Evolução da Ciência desde o período Antigo até os nossos dias com fotos
82

dos principais cientistas/filósofos de cada época histórica.


b) Discutam e respondam: na opinião do grupo, qual a importância destes conhecimentos para a
Página

vida prática de cada um?

Ver detalhes deste trabalho com o Professor.


TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Qual o método da Ciência?
21 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender o método científico moderno.

A ciência é um vasto campo de estudos cujo objetivo é buscar conhecimento sobre o Universo e tudo o que se encontra
nele. As pessoas que trabalham com a ciência são chamadas de cientistas. A forma de trabalhar dos cientistas chama-se
método científico.

Ramos da ciência: A ciência trata de uma grande variedade de assuntos. Eles podem ser agrupados em três ramos:
ciências físicas, ciências naturais e ciências sociais.

Ciências físicas: As ciências físicas tratam de coisas não vivas — desde as pequenas partículas que formam um átomo até
o Universo em si. A física é o estudo da matéria e das forças que agem sobre ela. A química é o estudo das substâncias.
A astronomia estuda asestrelas, os planetas e outros objetos que se encontram no espaço sideral. As ciências da Terra (ou
geociências) estudam as características de nosso planeta. A matemática, ou estudo dos números, é também uma ciência
física, além de servir de ferramenta para quase todas as outras áreas da ciência.

Ciências naturais: As ciências naturais tratam dos seres vivos e de seu ambiente. A biologia é o estudo do mundo natural
e de tudo o que vive nele. A botânica, que estuda as plantas, e azoologia, que estuda os animais, são campos da biologia.
A medicina é a ciência da saúde.

Ciências sociais: As ciências sociais tratam da vida humana e da cultura. A sociologia é o estudo das sociedades, ou dos
grupos formados pelas pessoas. A psicologia estuda a mente humana e as emoções. A geografia é o estudo da superfície
da Terra. A antropologia é o estudo dos seres humanos e de suas culturas, desde os tempos pré-históricos até hoje.
A economia é o estudo das atividades de produção e consumo de bens.

O método científico

Os cientistas acreditam que existe uma explicação natural para a maior parte das coisas. Para estudar qualquer assunto,
eles fazem muitas observações e tentam entender as causas dos problemas, para então buscar uma solução para eles. Ao
aprender o que causa uma doença, por exemplo, os cientistas podem trabalhar para encontrar uma cura ou impedir que
ela se espalhe.

O procedimento que os cientistas utilizam para resolver problemas é chamado de método científico. Primeiro, eles tentam
descobrir o máximo possível sobre o assunto que estão estudando. Em seguida, formulam uma hipótese para explicar o
problema. O próximo passo é testar a hipótese por meio de experimentos. Se os experimentos não confirmarem a
hipótese, os cientistas a revisam e a testam de novo. Mas, se a hipótese for confirmada, ela será aceita como verdadeira.
Uma hipótese só deixa de ser aceita como verdadeira quando alguém faz novos experimentos e prova que ela é falsa.

Usando as informações que descobrem ao testar hipóteses, os cientistas desenvolvem teorias científicas. Uma teoria é
muito mais ampla do que uma hipótese. As teorias são a melhor explicação encontrada pelos cientistas para esclarecer
por que certos fenômenos acontecem no mundo natural. Às vezes, quando os pesquisadores descobrem novas
informações, as teorias precisam ser revistas e atualizadas.

 Estilo ABNT:
ciência e método científico. In Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2016. Web,
2016. Disponível em: <http://escola.britannica.com.br/article/482466/ciencia-e-metodo-cientifico>. Acesso em:
02 de junho de 2016.

Continua...
83
Página
23

Atividade: Compreensão do Método Científico.


Com base no texto e no esquema acima responda:

1)Com suas palavras explique: o que é MÉTODO E O QUE É CIÊNCIA?


2)De onde vem a “PERGUNTA” que dá início A INVESTIGAÇÃO E AO MÉTODO, a ser respondida
pela Ciência?
3)No método científico o que garante a VERDADE da Ciência? Por quê?
84
Página
ETAPAS DO MÉTODO CIENTÍFICO

O método científico é um conjunto de etapas ou passos que um cientista segue, em uma


sequência lógica e organizada, para estudar os fenômenos. As principais etapas do método
científico seguidas pela maioria dos cientistas do mundo são:

Em frente, explique cada um com uma frase,

Principais etapas do método científico

Vejamos a seguir em que consiste basicamente cada uma das etapas:


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Página
TEXTO Nº ● MATÉRIA: Filosofia da Ciência.
● TEMA/PROBLEMA: O que é o Método da Ciência? ( Conceituação)
22 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender os fundamentos do método científico moderno.

* Observação: Diante de algum sistema ou alguma situação que ocorre na natureza, o cientista é levado pela

1 curiosidade e pela necessidade a buscar formas de entender o que leva aquilo a acontecer. Assim, a partir
da observação, que pode ser a olho nu ou com a utilização de instrumentos, como o microscópio, o cientista
começa a formular questões.
Por exemplo, observa-se que a maioria das folhas é verde. Então, a seguinte questão poderia ser
levantada: “Por que as folhas são verdes?”.

* Hipótese: Na tentativa de responder à questão ou às questões levantadas, o cientista passa a tentar dar
2 uma possível resposta que explique o fenômeno observado. Essa é a hipótese, ou seja, afirmações prévias
para explicar os fenômenos.
Por exemplo, para responder à pergunta “Por que as folhas são verdes?”, o cientista poderia levantar a
seguinte hipótese: “Alguma substância está presente em todas as folhas verdes e é responsável por lhes
conferir essa cor.”.

* Experiências: Para verificar que a hipótese levantada é realmente verdadeira, o cientista ou a equipe de
3 cientistas realiza vários experimentos controlados, cujos dados são medidos cuidadosamente e anotados.
As experiências podem confirmar a hipótese ou mostrar que ela não é verdadeira e deve ser descartada.
Assim, outra hipótese poderá ser levantada e outros experimentos serão realizados.
Com os avanços tecnológicos, atualmente existem muitos aparelhos que tornam essas experiências mais
precisas e confiáveis.
Por exemplo, para comprovar a hipótese de que alguma substância confere a cor verde às folhas, poderiam
ser realizados experimentos para isolar alguns compostos presentes em todas as folhas verdes e verificar se
alguma dessas substâncias não estaria presente nas folhas que são de outras cores.

* Lei: Depois de analisar cuidadosamente os resultados obtidos com os experimentos, o cientista tira
4 algumas conclusões. Se comprovar que determinado fenômeno repete-se após certo número de
experiências, ele pode formular uma lei. Isso significa que ele descreverá os eventos que ocorrem de modo
uniforme e invariável, mas não explicará por que eles ocorrem.
Por exemplo, o cientista pode formular a seguinte lei: “Todas as folhas verdes possuem a substância
clorofila”.

* Teoria: É a explicação para a lei. A teoria explica não só a questão levantada no início, mas também todas
5 as que surgiram durante as experiências e até mesmo prevê possíveis situações relacionadas.
Por exemplo, uma teoria seria: “O tom esverdeado das folhas ocorre porque elas produzem grande
quantidade do pigmento clorofila. A estrutura da clorofila possui o íon Mn2+, que é o responsável pela cor
verde, pois ele absorve bem os comprimentos de ondas das cores vermelha, laranja, azul e violeta, mas
reflete grande parte da luz verde, que é a cor que nós enxergamos.”

Atividade: Compreensão do Pensamento Científico.

1) Explique o que é e como se forma uma Hipótese?


2) Qual a diferença entre LEI e TEORIA na Ciência? Para que servem?
3) Qual a diferença entre OBSERVAÇÃO E EXPERIMENTAÇÃO? Explique.
4) Discutam e respondam: em sua opinião ou do do grupo, qual a importância destes
conhecimentos para a vida prática de cada um?
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Página
TEXTO Nº ● MATÉRIA: Filosofia da Ciência.
● TEMA/PROBLEMA: O que é o Método da Ciência? ( Conceituação)
23 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender os fundamentos do método científico moderno.

Método científico é o conjunto das


normas básicas que devem ser O método científico parte da
seguidas para a produção de observação sistemática de fatos,
conhecimentos que têm o rigor da seguido da realização de experiências,
ciência, ou seja, é um método usado das deduções lógicas e da
para a pesquisa e comprovação de comprovação científica dos resultados
um determinado conteúdo obtidos. Para diversos autores o
método científico é a lógica aplicada à
ciência.

O método científico é um trabalho O método científico é a ferramenta do


sistemático, na busca de respostas pesquisador, que no fim de seu
às questões estudadas, é o caminho processo de pesquisa, explica e prevê
que se deve seguir para levar à um conjunto de ocorrências
formulação de uma teoria científica. provenientes da aplicação de suas
É um trabalho cuidadoso, que segue teses. Um artigo científico é o
um caminho sistemático. resultado de um estudo realizado e
comprovado através do método
científico.

O método científico é uma forma de


comprovar a veracidade de algumas teses
desacreditadas pelo ceticismo. Em
contraposição ao método científico, está
o método empírico, que é baseado
unicamente na experiência, sem nenhum
processo científico.

ATIVIDADE DE INTERAÇÃO INTERDISCIPLINAR:

1) Descreva no caderno quais dos métodos científicos são praticados e estudados na


sua escola nas Ciências Naturais (Biologia, Química e Física) e compare com o método
descrito nos textos (16 e 17).

Obs: Em caso de dúvidas consulte os professores destas disciplinas.


87
Página
TEXTONº ● MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: a ciência é um saber incontestável?
24 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre a
Ciência.

OS MACACOS E AS BANANAS

Numa experiência científica, um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No
meio, uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.

Quando um macaco subia na escada para pegar as bananas, os cientistas jogavam um jato de
água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a
escada, os outros o pegavam e batiam muito nele.

Mas um tempo depois, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das
bananas.Então os cientistas substituíram um dos macacos por um novo. A primeira atitude do
novo morador foi subir a escada. Mas foi retirado pelos outros, que o surraram.

Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais subia a escada.

Um segundo foi substituído e o mesmo ocorreu – tendo o primeiro substituto participado com
entusiasmo da surra ao novato.

Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu. Um quarto e, afinal, o último dos veteranos foi
substituído.

Os cientistas, então, ficaram com o grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado
um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas. Se fosse possível
perguntar a algum deles por que eles batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a
resposta seria:

“Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui”.

ATIVIDADE: Reflexão crítica.

1) Qual a crítica o autor está fazendo ao método científico?


2) O que o texto está tentando nos mostrar?
88
Página
TEXTO Nº ● MATÉRIA: Filosofia da Ciência.
● TEMA/PROBLEMA: A Crítica Filosófica sobre a Ciência.
25 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre a
Ciência e seu Método.

Crítica ao Método Científico (I)


Por Caroline Faria

O método científico pode ser definido como a maneira ou o conjunto de regras básicas empregadas em uma
investigação científica com o intuito de obter resultados o mais confiáveis quanto for possível. Entretanto, o método
científico é algo mais subjetivo, ou implícito, do modo de pensar científico do que um manual com regras explícitas
sobre como o cientista, ou outro, deve agir.

Geralmente o método científico engloba algumas etapas como: a observação, a formulação de uma hipótese, a
experimentação, a interpretação dos resultados e, por fim, a conclusão. Porém alguém que se proponha a
investigar algo através do método científico não precisa, necessariamente, cumprir todas as etapas e não existe
um tempo pré-determinado para que se faça cada uma delas. Charles Darwin, por exemplo, passou cerca de 20
anos apenas analisando os dados que colhera em suas pesquisas e seu trabalho se constitui basicamente de
investigação, sem passar pela experimentação, o que, contudo, não torna sua teoria menos importante. Algumas
áreas da ciência, como a física quântica, por exemplo, baseiam-se quase sempre em teorias que se apóiam
apenas na conclusão lógica a partir de outras teorias e alguns poucos experimentos, simplesmente pela
impossibilidade tecnológica de se realizar a comprovação empírica de algumas hipóteses.

O método científico como conhecemos hoje foi o resultado direto da obra de inúmeros pensadores que culminaram
no “Discurso do Método” de René Descartes, onde ele coloca alguns importantes conceitos que permeiam toda a
trajetória da ciência até hoje. De uma forma um pouco simplista, mas apenas para dar uma visão melhor do que
se trata o método proposto por Descartes, que acabou sendo chamado de “Determinismo Mecanicista”,
“Reducionismo”, ou “Modelo Cartesiano”, ele baseia-se principalmente na concepção mecânica da natureza e do
homem, ou seja, na concepção de que tudo e todos podem ser divididos em partes cada vez menores que podem
ser analisadas e estudadas separadamente e que (para usar a frase clássica) “para compreender o todo, basta
compreender as partes”.

Talvez, o exemplo mais fácil de se verificar o método proposto por Descartes, seja através da medicina: baseada
no modelo cartesiano a medicina se dividiu em especialidades cada qual procurando entender os mecanismos de
funcionamento de um órgão ou parte específica do corpo humano. As doenças passaram a ser encaradas como
algum distúrbio em determinada parte que constitui o homem, e o homem em si, como um todo, deixa de ser
considerado na investigação da medicina segundo modelo cartesiano.

Que o método de Descartes funcionou, não restam dúvidas a ciência evoluiu como nunca com a aplicação deste
método. Porém a ciência que tinha como objetivo primeiro, proporcionar o bem estar ao homem através da
compreensão e modificação da natureza à seu favor, como propôs Francis Bacon seguido por Descartes, perdeu
seu sentido. Com a aplicação do modelo reducionista em todas as áreas do conhecimento as interações entre as
partes e o todo e entre este e outros deixou de ser considerada causando sérios distúrbios sociais, ambientais e
ameaçando até a existência do próprio homem em contradição com seu princípio fundamental.
89

Atividade: Responda no caderno:


1) Qual a crítica central a autora faz ao método científico? Explique.
Página
TEXTO Nº ●MATÉRIA: Axiologia. ( Teoria dos Valores)
● TEMA/PROBLEMA: Qual a diferença entre Saber Técnico e Saber Ético?
26 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender o que são os valores e sua importância na formação da
nossa consciência Ética.

O PARADOXO SOCRÁTICO
A problemática dos valores é central na investigação dos principais pensadores da História ocidental
clássica, desde os Filósofos gregos como Sócrates, Platão e Aristóteles (séc. IV e V. a.C.), passando
pela Patrística (séc III) até os modernos pensadores como Rousseau (1712-1778), Kant (1724-1808)
e Max Sheller (1874-1928) que a investigação sobre os valores ocupou espaço privilegiado no
estudo destes Filósofos, e todos concordam entre si que a Ética é o valor supremo pois, é o valor
que orienta a preservação da vida e da espécie humana em todas as suas formas e níveis. Por tanto,
é este o valor vital, motor gerador da razão vital. Nos diálogos de Platão, Sócrates já alertava para
a insuficiência da razão técnica instrumental em detrimento da moral (entendida como ética).
Vejamos uma passagem significativa do livro: “Compreender Sócrates” de Louis-André Dorion
(...) Ainda que as diferentes técnicas ofereçam o paradigma de uma atividade finalizada cujo êxito se baseia no saber
que governa esta atividade, Sócrates percebe no entanto os limites da analogia com o saber técnico. Esses limites
dependem de diferenças irredutíveis entre o saber moral e o saber técnico. A primeira diferença é que o saber técnico é
uma condição necessária para o êxito da ação, enquanto que o saber moral é uma condição necessária e suficiente. Esta
diferença é esclarecida no Hípias Menor (371 e – 376c), quando Sócrates se dedica a mostrar que aquele que é competente
numa técnica particular pode, na sua opinião, obter um bom ou um mau resultado.

Por exemplo, o ceramista competente pode fabricar um belo vaso ou ainda, se lhe der na veneta, um vaso de má
qualidade. Coisa certa é que o ceramista competente é superior àquele que ignora tudo sobre cerâmica, pois este só
pode obter, por não possuir a competência exigida, um mau resultado. Portanto, a competência técnica é a condição
necessária, mas não suficiente, para obter o sucesso. A aplicação do paradigma técnico ao saber moral, sobre este
ponto, leva a uma conclusão inaceitável: aquele que detém o saber moral pode, segundo seu gosto, agir virtuosamente
ou não, e é nisso superior ao ignorante que não pode agir virtuosamente. Ora, aquele que conhece a justiça não pode
agir com injustiça, e é precisamente por isso que o saber moral, à diferença do saber técnico, é uma condição necessária
e suficiente para garantir o sucesso da ação.

A segunda diferença, que é sem dúvida a mais importante, é que o saber técnico está subordinado ao saber moral. O
caso da medicina ilustra de modo evidente esta subordinação do saber técnico. O médico que aplica as regras da arte
médica produz um resultado (ergon), a saber, a cura do doente, mas ele não sabe, como médico, se é preferível, em
certos casos e para certas pessoas, abster-se de favorecer a recuperação da saúde, pois a saúde seria então um mal. O
médico não sabe então para que paciente nem em que circunstâncias o efeito que ele sabe produzir é bom ou mau. O
conhecimento do bem e do mal desapruma o saber técnico que não sabe determinar com segurança se o resultado que
ele produz é realmente um bem.

A subordinação do saber técnico tem importantes repercussões no plano político. O conhecimento que garante a
felicidade individual e coletiva não é o saber técnico, que pode, no máximo, garantir a prosperidade material, mas o
saber moral. No Cármides (173 a-d) Sócrates imagina em sonho uma cidade, cujos dirigentes poderiam reconhecer a
competência de cada um, de modo que todas as funções necessárias à vida da cidade seriam confiadas a homens
competentes.

Mas Sócrates abandona finalmente esta posição que ele imaginou graças a um sonho enganador, pois uma cidade regida
pela exigência da competência técnica não tem a garantia de conhecer a felicidade (cf. 173 d). Sócrates rejeita sem apelo
a perspectiva de uma cidade tecnocrática, onde o único imperativo que preside a atividade técnica é o da competência.
Ele está convencido de que a felicidade da cidade dependede um conhecimento arquitetônico, isto é, que preside o
conjunto das outras atividades, na medida em que lhe cabe determinar as finalidades de cada uma e as condições de
sua respectiva utilidade. Este conhecimento arquitetônico é o conhecimento do bem e do mal. É certo que a
felicidade não é sinônimo de prosperidade material e é por isso que Sócrates fustiga os políticos de seu tempo que se
empenham tanto em dotar a cidade de grandes equipamentos (baluartes, templos, arsenais, navios, etc.), mas
negligenciam assim seu verdadeiro dever e a condição da felicidade: tornar melhores os seus concidadãos. ( DORION,
2006, p.64 –66).

ATIVIDADE: Reflexão crítica

1) Em grupo, explique o PARADÓXO SOCRÁTICO.


2) O que é o saber técnico e o que é o saber moral (ou ético) e quais as diferenças entre eles?
90

3) Em nossa sociedade qual desses saberes é mais valorizado e por quê?


Página

4) Para você qual saber é mais importante e por quê?


Assista no youtube os dois vídeos (endereços) abaixo)

Indicação de vídeo :
( VIDA EXAMINADA: O MITO DA CAVERNA E A VIDA DE SÓCRATES)

http://youtu.be/KcujZd3JDtg
https://youtu.be/tswloAV-BH0

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Página
RECUPERAÇÃO DA MATÉRIA DO 2º bim.

INSTRUÇÃO:

1 - LEIA E RESPONDA AS QUESTÕES DOS TEXTOS: ( 12,14, 15, 16, 18)

2 – ENTREGAR PERGUNTAS E RESPOSTAS MANUSCRITOS COM CAPA,


DISCIPLINA, NOME E Nº.

OBS: A RECUPERAÇÃO PODE SER UMA AVALIAÇÃO ORAL SOBRE


ESTAS QUESTÕES ACIMA, CASO O PROFESSOR CONSIDERE MELHOR.
NESTE CASO O ALUNO SERÁ AVISADO.

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3º BIMESTRE

O QUE VAMOS VER NESTE BIMESTRE?

1 – RACIONALISMO X EMPIRISMO.
2 – CIÊNCIA E FILOSOFIA.
3 - CIÊNCIA E EPISTEMOLOGIA.
4 - CIÊNCIA E TÉCNICA.
5-

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Página
TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Há tipos diferentes de conhecimento? Racionalismo x empirismo
27 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre
a Ciência.

Racionalismo X Empirismo (1ª parte)

Por Antonio Gasparetto Junior


Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)

O Racionalismo é uma corrente filosófica baseada nas operações mentais para definir a viabilidade e efetividade das
proposições apresentadas.

Essa corrente surgiu como doutrina no século I antes de Cristo para enfatizar que tudo que é existente é decorrente de uma
causa. Muito tempo depois, já na Idade Moderna, os filósofos racionalistas adotaram a matemática como elemento para
expandir a ideia de razão e a explicação da realidade. Dentre seus adeptos, destacou-se o francês René Descartesque elaborou
um método baseado na geometria e nas regras do método científico. Suas ideias influenciaram diversos outros intelectuais,
como Spinoza e Leibniz. Este, por exemplo, desenvolveu o método de cálculo infinitesimal e defendeu o Racionalismo
dizendo que algumas ideias e princípios são percebidos pelos nossos sentidos, mas não estão neles as origens. Seus
argumentos tinham grande amparo da geometria, da lógica e da aritmética.

As elaborações de Descartes também impulsionaram muito o método científico em função das quatro regras que utilizou
para elaborar seu método racionalista. As regras diziam que jamais se deveria acolher algo como verdadeiro enquanto não
fosse verificado, que era preciso fragmentar as dificuldades para examiná-las mais de perto, que era preciso impor ordem aos
pensamentos e, por fim, fazer enumerações e revisões para não correr o risco de omissões.

A partir da Idade Moderna, o Racionalismo obteve grande crescimento como corrente filosófica e não se pode desvincular
essas ideias das aplicações matemáticas. Tradicionalmente, o Racionalismo era definido pelo raciocínio como operação
mental, discursiva e lógica para extrair conclusões. As inovações humanas apresentadas com o advento
do Renascimentoconsolidaram o Racionalismo com o acréscimo de elaborações e verificações matemáticas. Para o
Racionalismo, tudo tem uma causa inteligível, mesmo que não possa ser demonstrada empiricamente. O Racionalismo foi
importante elemento do mundo Moderno para superar o mundo Medieval, pois privilegia a razão em detrimento das
experiências do mundo sensível, ou seja, o método mítico como se tinha acesso ao conhecimento durante a Idade Média.
Assim, o Racionalismo é baseado na busca da certeza e da demonstração.

O Racionalismo se tornou central ao pensamento liberal, que, por sua vez, pretende propor e estabelecer caminhos para
alcançar determinados fins em nome do interesse coletivo. Assim, o Racionalismo está na base do planejamento da
organização econômica e espacial da reprodução social, abrindo espaço para as soluções racionais de problemas econômicos
e/ou urbanos com base em soluções técnicas e eficazes.

Fonte: https://www.infoescola.com/filosofia/racionalismo/

ATIVIDADE: Interpretação de texto

Responda no caderno:

1) O que é o Racionalismo; cite três dos seus principais defensores e quais os argumentos usados para
defender o RACIONALISMO?

Site para pesquisa: https://www.todoestudo.com.br/historia/racionalismo


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Página
O Empirismo (2ª parte)
O empirismo é a posição filosófica que aceita a experiência como base para a análise da natureza, procurando rejeitar as
doutrinas dogmáticas. Usado pela primeira vez pela Escola Empírica, uma escola de praticantes da medicina na antiga
Grécia, o termo empirismo deriva da palavra grega empeiría (ἐμπειρία), que designa conhecimento ou habilidade obtida por
meio da prática, sendo também a origem da palavra "experiência", por intermédio do termo latino "experientia".

Empiristas defendem que o conhecimento é primariamente obtido pela experiência sensorial, alguns empiristas radicais vão
além afirmando que o conhecimento só é obtido pela experiência sensorial e por nenhuma outra forma.

A posição empirista é frequentemente contrastada com o racionalismo, que estabelece a razão como origem do
conhecimento, independente dos sentidos. O conceito e a busca de evidências como fonte primária de conhecimento
existiu durante toda a história da filosofia e ciência, desde a Grécia antiga, mas foi com o surgimento do chamado
Empirismo Britânico, no século XVII, que consolidou-se como uma posição filosófica especifica, sendo o filósofo John
Lockeconsiderado o fundador do empirismo como tal.

Os principais filósofos do Empirismo Britânico foram John Locke, George Berkeley e David Hume.

Locke é famoso por sua comparação da mente humana com uma folha em branco, tabula rasa, na qual as experiências
derivadas das impressões dos sentidos são impressas. Desta forma, haveriam duas formas de surgimento de ideias, pela
sensação e pela reflexão, com ideias podendo ser simples ou complexas.

As ideias simples não são passíveis de análise, sendo referentes as qualidades primárias e secundárias dos objetos. Sendo as
primárias aquelas que definem o que o objeto é essencialmente, por exemplo, uma mesa tem como qualidade primária o
arranjo especifico de sua estrutura atômica, qualquer outro arranjo faria outro objeto e não uma mesa. As qualidades
secundárias tratam das informações sensoriais acerca do objeto, definindo seus atributos (cor, sabor, espessura, etc).

Ideias complexas combinam ideias simples e constituem substancias, modos e relações. Desta forma, segundo Locke, e
discordando dos racionalistas, o conhecimento humano acerca dos objetos do mundo é a percepção de ideias que estão em
concordância ou discordância umas com as outras. Esta hipótese tornou-se a base da posição empirista.

Preocupado que a posição de Locke levaria ao ateísmo, Berkeley formulou a hipótese de que as coisas só existiriam na
medida em que são percebidas. Para além destas, existiriam as entidades que percebem, tendo sua existência garantida
mesmo sem que outro as perceba. Exagerando a alegoria da tabula rasa, Berkeley defendeu que a ordem que vemos na
natureza é a escrita de Deus. Por isto, sua posição é hoje conhecida como idealismo subjetivo.

Na sequência desta discussão, o filósofo Hume moveu a posição empirista na direção do ceticismo. Para Hume, a recusa de
Berkeley se daria pelo fato de que o empirismo possui implicações que não são aceitas pela maioria dos filósofos, devido a
convicções pessoais.

No campo conceitual, Hume utiliza a distinção de argumentos, proposta por Locke, entre demonstrativos e prováveis e a
expande, dividindo os argumentos em demonstrações, provas e probabilidades. Sendo as provas, aqueles argumentos da
experiência aos quais não se pode oferecer oposição. Hume afirma ainda que a razão por si mesma não poderia fazer surgir
qualquer ideia original, ao mesmo tempo em que desafia a causalidade, ao afirmar que a razão não seria capaz de concluir
que a existência de uma causa seja um requisito absoluto.

Derivações posteriores incluem ainda o Empirismo Lógico, tendo como expoentes os filósofos Nelson Goodman, W. V.
Quine e Hilary Putnam e Karl Popper, e o Pragmatismo, desenvolvido especialmente a partir das discussões entre Charles
Sanders e William James.

Fonte: https://www.infoescola.com/filosofia/racionalismo/

ATIVIDADE: Interpretação de texto

Responda no caderno:

2) O que é o Empirismo, cite três dos seus principais defensores e quais os argumentos usados para
defender o EPIRISMO?
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QUADRO COMPARATIVO
Fonte: https://www.diferenca.com/racionalismo-e-empirismo/

Racionalismo Empirismo

O racionalismo é uma teoria filosófica que se baseia na O empirismo é uma teoria filosófica baseada na
afirmação de que a razão é a fonte do conhecimento ideia de que a experiência é a fonte do
Definição humano. conhecimento.

Intuição Acreditam em intuição. Não acreditam.

Ideias inatas Indivíduos tem conhecimentos inatos. Indivíduos não possuem conhecimentos inatos.

De onde vem o O conhecimento é baseado na experiência e


conhecimento O conhecimento é baseado no uso da razão e da lógica. experimentação.

Princípios-chave Dedução, conhecimento inato e razão. Indução e experiências sensoriais.

Teóricos
Platão, Descartes, Leibniz e Noam Chomsky. Locke, Berkeley e Hume.

96
Página

Site para pesquisa: https://www.todoestudo.com.br/historia/racionalismo


TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. (Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Como saber se o conhecimento é verdadeiro?
28 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre a
Ciência.

KANT - TEORIA DO CONHECIMENTO - A síntese entre racionalismo e empirismo


José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Kant dividiu o conhecimento em 12 conceitos


básicos que são representações chamadas de
categorias

O filósofo alemão Immanue Kant responde à questão de como é possível o conhecimento afirmando o papel constitutivo de mundo
pelo sujeito transcendental, isto é, o sujeito que possui as condições de possibilidade da experiência. O que equivale a responder: "o
conhecimento é possível porque o homem possui faculdades que o tornam possíveis". Com isso, o filósofo passa a investigar a razão e
seus limites, ao invés de investigar como deve ser o mundo para que se possa conhecê-lo, como a filosofia havia feito até então.

Mas quais são exatamente, segundo Kant, estas faculdades ou formas a priori no homem que o permitem conhecer a realidade ou, em
outros termos, o que são essas tais condições de possibilidade da experiência?

Em Kant, há duas principais fontes de conhecimento no sujeito:

A sensibilidade, por meio da qual os objetos são dados na intuição.


O entendimento, por meio do qual os objetos são pensados nos conceitos.

Vejamos o que ele quer dizer com isso, começando pela intuição. Na primeira divisão da Crítica da Razão Pura, a "Doutrina
Transcendental dos Elementos", a primeira parte é intitulada "Estética Transcendental" (estética, aqui, não diz respeito a uma teoria do
gosto ou do belo, mas a uma teoria da sensibilidade). Nela, Kant define sensibilidade como o modo receptivo - passivo - pelo qual
somos afetados pelos objetos, e intuição, a maneira direta de nos referirmos aos objetos.

Funciona assim: tenho uma multiplicidade de sensações dos objetos do mundo, como cor, cheiro, calor, textura, etc. Estas sensações
são o que podemos chamar de matéria do fenômeno, ou seja, o conteúdo da experiência. Mas para que todas estas impressões tenham
algum sentido e entrem no campo do cognoscível (daquilo que se pode conhecer), elas precisam, em primeiro lugar, serem colocadas
em formas a priori da intuição, que são o espaço e o tempo.

Estas formas puras da intuição surgem antes de qualquer representação mental do objeto; antes que se possa pensar a palavra
"cadeira", a cadeira deve ser apresentada, recebida, na forma a priori do espaço e do tempo. Este é o primeiro passo para que se possa
conhecer algo.

Assim, apreendemos daqui duas coisas: primeiro, o conhecimento só é possível se os objetos da experiência forem dados no espaço e no
tempo; e, segundo, espaço e tempo são propriedades subjetivas, isto é, atributos do sujeito e não do mundo (da coisa-em-si).

Espaço e tempo
Espaço é a forma do sentido externo; e tempo, do sentido interno. Isto é, os objetos externos se apresentam em uma forma espacial; e
os internos, em uma forma temporal.

Como Kant prova isso? Pense em uma cadeira em um espaço qualquer, por exemplo, em uma sala de aula vazia. Agora, mentalmente,
retire esta cadeira da sala de aula. O que sobra? O espaço vazio. Agora tente fazer contrário, retirar o espaço vazio e deixar só a cadeira.
Não dá, a menos que sua cadeira fique flutuando em uma dimensão extraterrena.

E o tempo? Ele é minha percepção interna. Só posso conceber a existência de um "eu" estando em relação a um passado e a um futuro.
Só concebemos as coisas no tempo, em um antes, um agora e um depois. Voltemos ao exercício mental anterior: podemos eliminar a
cadeira do tempo - ela foi destruída, não existe mais. Porém, não posso eliminar o tempo da cadeira - eu sempre a penso em uma
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duração, antes ou depois.


Página

A conclusão é de que é impossível conhecer os objetos externos sem ordená-los em uma forma espacial - e de que nossa percepção
interna destes mesmos objetos fica impossível sem uma forma temporal.

Além disso, espaço e tempo preexistem como faculdades do sujeito - e, portanto, são a priori e universais - quando eliminamos os
objetos da experiência. Por isso, segundo Kant, espaço e tempo são atributos do sujeito e condições de possibilidade de qualquer
experiência.

As categorias
Na segunda parte da "Doutrina Transcendental dos Elementos", a "Analítica Transcendental", Kant analisa os conceitos puros a priori
do entendimento, pelos quais representamos o objeto.

Vamos rever o esquema do conhecimento, antes de avançar. Temos objetos no mundo, que só podemos conhecer como fenômenos,
isto é, na medida em que aparecem para o sujeito. Fora do sujeito, como coisa-em-si, estão fora do alcance da razão.

Mas, para serem fenômenos, estas coisas precisam, antes de tudo, aparecer no espaço e tempo, que são faculdades do sujeito. Vejo
uma árvore. Esta árvore eu vejo em suas cores e formas, que são as sensações deste objeto. Estas sensações são recebidas e organizadas
pela intuição no espaço e no tempo. Esta é a primeira condição para o conhecimento.

O segundo momento, depois de o sujeito receber o objeto na intuição, na sensibilidade, pela faculdade do entendimento ele reunirá
estas intuições em conceitos, como, por exemplo, "Árvore" ou "A árvore é verde". Esta é a segunda condição para o conhecimento.

Os conceitos básicos são chamados de categorias, que são representações que reúnem o múltiplo das intuições sensíveis. As
categorias, em Kant, são 12:

1. Quantidade: Unidade, Pluralidade e Totalidade.


2. Qualidade: Realidade, Negação e Limitação.
3. Relação: Substância, Causalidade e Comunidade.
4. Modalidade: Possibilidade, Existência e Necessidade.

São formas vazias, a serem preenchidas pelos fenômenos. Os fenômenos, por outro lado, só podem ser pensados dentro das categorias.

Em Hume, a causalidade - relação de causa e efeito - era um hábito, uma ilusão. Já para Kant, Hume estava errado em procurar a
causalidade na Natureza. Só podemos pensar as coisas em uma relação de causa e efeito porque a causalidade está no sujeito, não no
mundo. Uma criança vê uma bola sendo arremessada (causa) e olha na direção de quem atirou a bola (efeito). Como a criança liga um
fato com o outro? Porque ela possui, a priori, a categoria de causalidade, que a permite conhecer.

Chegamos, portanto, a uma síntese que Kant faz entre racionalismo e empirismo. Sem o conteúdo da experiência, dados na intuição,
os pensamentos são vazios de mundo (racionalismo); por outro lado, sem os conceitos, eles não têm nenhum sentido para nós
(empirismo). Ou, nas palavras de Kant: "Sem sensibilidade nenhum objeto nos seria dado, e sem entendimento nenhum seria pensado.
Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas."

Considerações finais
É um lugar-comum dizer que Kant é um divisor de águas na filosofia, mas é verdade. O sistema kantiano foi contestado pelos filósofos
posteriores. No entanto, suas teorias estão na raiz das principais correntes da filosofia moderna, da fenomenologia e existencialismo à
filosofia analítica e pragmatismo. Por esta razão, sua leitura é obrigatória para quem se interessa pela história do pensamento moderno.

Sugestões de leitura
A Crítica da Razão Pura foi traduzida para o português e publicada pela Editora Abril, na coleção "Os Pensadores", e pela editora portuguesa Calouste
Gulbenkian. Ambas são recomendadas. É de grande ajuda, para o domínio do vocabulário kantiano, o Dicionário Kant (Jorge Zahar Editor), de Howard
Caygill. Também da Jorge Zahar, o livro Kant & A Crítica da Razão Pura, de Vinicius Figueiredo, propõe introduzir o leitor nessa obra densa e de difícil
leitura.

ATIVIDADE: Interpretação de Texto No caderno:

1) Explique qual foi a solução de KANT para resolver a questão entre Racionalismo e Empirismo?
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Página
TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. (Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Como saber se o conhecimento é verdadeiro?
29 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre a
Ciência.

KANT - A "REVOLUÇÃO COPERNICANA" A resposta ao problema do conhecimento


José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Kant chamou de "revolução copernicana" sua


resposta ao problema do conhecimento
Na Crítica da Razão Pura, o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) tinha um problema a resolver, que dizia respeito à seguinte
questão: como posso obter um conhecimento seguro e verdadeiro sobre as coisas do mundo? A resposta de Kant iria mudar o rumo
da Filosofia Ocidental.

Duas escolas filosóficas, tradicionalmente, respondiam de formas diversas ao problema do conhecimento. Para os filósofos racionalistas
(Platão, Descartes, Leibniz e Espinosa), todo conhecimento provém da razão, enquanto que, para os empiristas (Aristóteles, Hobbes,
Locke, Berkeley e Hume), ao contrário, somente os dados da experiência sensível forneceriam as bases para o conhecimento humano.

Tanto em um como em outro caso, surgem obstáculos. A razão especulativa, na medida em que deixa de validar suas investigações em
testes práticos, torna-se dogmática. Já o empirismo encontra oposição no ceticismo, que argumenta que a Natureza é o reino do
contingente e, por esta razão, não pode ser fonte de conhecimento universal.

O filósofo inglês David Hume (1711-1776), cuja obra Kant afirma tê-lo acordado do "sono dogmático", colocou sob suspeita o princípio de
causalidade, que determina que, dado uma causa x, tem-se um efeito y. Por exemplo, tenho uma pedra em minha mão e a solto de certa
altura (causa), tendo como conseqüência sua queda no chão (efeito).

Segundo Hume, não existe nada na causa (solto a pedra da mão) que contenha a relação objetiva de seu efeito (a queda no solo). Por
mais vezes que eu repita a experiência, nada no mundo me dará a certeza de que a pedra cairá e não levitará, por exemplo. Portanto,
conclui o filósofo inglês, a causalidade não está no mundo, mas é produto de nossos hábitos, ou seja, de tantas vezes ver a pedra cair ao
ser solta, acreditamos que haja uma relação causal nos objetos, quando não passa de uma espécie de condicionamento psicológico.

A priori, a posteriori, juízo analítico e juízo sintético


Kant também vai se voltar para o sujeito em sua réplica ao ceticismo humeano, mas revestido de um caráter lógico e transcendental (e
não psicológico, como em Hume). Antes de analisar a resposta de Kant, vamos ver como ele a formula a questão nos conceitos de a
priori, a posteriori, analítico e sintético.

Um conhecimento que seja totalmente independente dos sentidos é chamado a priori. São, por exemplo, equações matemáticas, que
posso fazer mentalmente sem me apoiar em qualquer evidência material. Um conhecimento que possui sua fonte na experiência é dado
a posteriori, como as leis da física clássica, que necessitam de testes práticos para serem comprovadas.

Quando emito um juízo em que o predicado está contido no sujeito, ele é chamado juízo analítico. Por exemplo, quando digo "Azul é
uma cor", o predicado "cor" já é uma qualidade do sujeito "azul" e a informação, por isso, é redundante. Mas quando faço um juízo em
que um predicado é acrescentado ao sujeito, ele é chamado sintético. Por exemplo, na frase "A cadeira de minha sala é azul",
acrescento ao sujeito "cadeira de minha sala" o predicado "azul" (afinal, ela poderia ser verde, vermelha, etc.). É uma informação nova,
pois você poderia imaginar que a cadeira fosse de qualquer outra cor.

Todos os juízos da experiência são sintéticos, uma vez que, para obter um juízo analítico, não é preciso sair do próprio conceito, isto é,
recorrer à experiência (não preciso sair de "azul" para saber que é uma cor, mas preciso ver a "cadeira" para saber de que cor ela é).

Agora podemos entender a questão central da Crítica da Razão Pura, que é "Como são possíveis os juízos sintéticos a priori?". Ou seja,
como podemos ter um conhecimento a priori de questões de fato, de coisas do mundo? Em outros termos, como posso, observando um
fato A, dizer algo a respeito de um fato B, uma vez que somente tenho a experiência deste fato A? Para voltar ao exemplo de Hume,
como, tendo uma pedra em minha mão (fato A), antes mesmo de soltá-la sei que, ao soltá-la, ela irá cair no solo (fato B)? (Lembrando
que, para Hume, não há na Natureza nada que demonstre a relação causal entre A e B.)

Formulado ainda de outra maneira: como posso, ao observar fatos particulares (uma pedra que cai), tirar daí uma regra de caráter
universal (a lei da gravidade), que seja aplicada a todos outros fatos da mesma natureza?

Sujeito transcendental
Kant chamou de "revolução copernicana" sua resposta ao problema do conhecimento. O astrônomo Nicolau Copérnico (1473-1543)
formulou a teoria heliocêntrica - a teoria de que os planetas giravam em torno do Sol - para substituir o modelo antigo, de Aristóteles e
Ptolomeu, em que a Terra ocupava o centro do universo, o que era mais coerente com os dogmas da Igreja Católica.
99
Página
Como pode ser constatado pela observação direta, o Sol se "levanta" e se "põe" todos os dias, o que tornava óbvio, aos antigos, que a
Terra estava fixa e que os astros giravam em torno dela. Copérnico demonstrou que este movimento é ilusório, porque, na verdade, a
Terra é que gira em torno do Sol.

Kant propôs inversão semelhante em filosofia. Até então, as teorias consistiam em adequar a razão humana aos objetos, que eram, por
assim dizer, o "centro de gravidade" do conhecimento. Kant propôs o contrário: os objetos, a partir daí, teriam que se regular pelo
sujeito, que seria o depositário das formas do conhecimento. As leis não estariam nas coisas do mundo, mas no próprio homem; seriam
faculdades espontâneas de sua natureza transcendental. Como Kant afirma no prefácio da segunda edição da Crítica da Razão Pura:

"Até agora se supôs que todo nosso conhecimento tinha que se regular pelos objetos; porém todas as tentativas de mediante conceitos
estabelecer algo a priori sobre os mesmos, através do que ampliaria o nosso conhecimento, fracassaram sob esta pressuposição. Por
isso tente-se ver uma vez se não progredimos melhor nas tarefas da Metafísica admitindo que os objetos têm que se regular pelo nosso
conhecimento, o que concorda melhor com a requerida possibilidade de um conhecimento a priori dos objetos que deve estabelecer
algo sobre os mesmos antes de nos serem dados."

O que Kant quer dizer é que o sujeito possui as condições de possibilidade de conhecer qualquer coisa. Ele possui as regras pela quais os
objetos podem ser reconhecidos. Não adianta buscar essas regras no mundo exterior, pois se cairia no problema de Hume. O mundo
não tem sentido a não ser que o homem dê algum sentido a ele. O que conhecemos, então, é profundamente marcado pela maneira -
humana - pela qual conhecemos.

O computador no qual escrevo, a janela do escritório que me permite ver todas as coisas do mundo, tudo isso é matéria de
conhecimento não porque exista um Deus que me faculte entender as leis dos objetos por meio da razão (como no caso de filósofos
racionalistas) ou porque estes objetos sejam imprimidos em minha mente pela percepção (empirismo), mas porque eles são capturados
por formas lógicas no sujeito.

Coisa-em-si
Mas ao voltar o foco para o sujeito que conhece, que "constrói" o mundo, é bloqueado todo pretenso acesso à essência dos objetos do
mundo. Só temos acesso às coisas enquanto fenômenos para uma consciência. O que a realidade é, em si mesma, o que Kant chama
de coisa-em-si, não é matéria de conhecimento humano, sendo, portanto, incognoscível (aquilo que não pode ser conhecido).

A coisa-em-si não pode ser conhecida mas pode ser pensada, desde que seja contraditório (conhecer, em Kant, diz respeito ao que é
possível de ser objeto da experiência).

Três objetos de estudo da metafísica podem ser pensados mas não conhecidos: Deus, a imortalidade da alma e a liberdade. Deus e a
alma não podem ser conhecidos porque não aparecem como fenômenos no espaço e no tempo. A liberdade, porque contraria o
princípio de causalidade: liberdade é aquilo que não tem causa, e o que é absolutamente livre não pode ser matéria de conhecimento.
São, no entanto, postulados para a ética de Kant, da qual não trataremos neste artigo.

A filosofia crítica de Kant consiste, desta forma, em impor à razão os limites da experiência possível. O filósofo alemão pretende, com
isso, fornecer rigor metodológico à metafísica, livrando-a de seu caráter dogmático e trazendo-a para o rumo seguro da ciência. Este
método que analisa as possibilidades do conhecimento a priori do sujeito, dentro dos limites da experiência, é chamado de
transcendental.

Sugestões de leitura
A Crítica da Razão Pura foi traduzida para o português e publicada pela Editora Abril, na coleção "Os Pensadores", e pela editora portuguesa Calouste
Gulbenkian. Ambas são recomendadas. É de grande ajuda, para o domínio do vocabulário kantiano, o Dicionário Kant (Jorge Zahar Editor), de Howard
Caygill. Também da Jorge Zahar, o livro Kant & A Crítica da Razão Pura, de Vinicius Figueiredo, propõe introduzir o leitor nessa obra densa e de difícil
leitura

ATIVIDADE: Pesquisa para Debate


.
A turma será dividida em três grupos de pesquisa:

Grupo 1 – Pesquisa o tema: RACIONALISMO de ( Renê Descartes).


Grupo 2 – Pesquisa o Tema: EMPIRISMO de (John Locke e David Hume).
Grupo 3- Pesquisa o Tema: CRITICISMO de (Immanuel kant).

Cada grupo deve sintetizar definir a ideia central do seu tema preparando para debate a ser
organizado pelo professor.
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TEXTO Nº ●MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Epistemologia e Ciência.
30 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a o conceito de Epistemologia, Ciência e
Conhecimento.

101
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Página 102
Página 103
Página 104
Página 105
ATIVIDADE: Roda de Conversa

1) Leia o texto acima e elabore perguntas (dúvidas) a serem discutidas na roda de


conversa.
106
Página

indicação de livro sobre o tema


TEXTONº ● MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: O que é Filosofia da Ciência?
31 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre
a Ciência.

SOBRE AS DIFERENÇAS ENTRE FILOSOFIA E AS CIÊNCIAS

Filosofia e ciência diferem? Sim, sob vários aspectos: forma, conteúdo, objetivo, função e inserção social, gênese histórica,
aplicação entre outros. Não há, então convergência? Sim, se tomarmos ciência no sentido amplo de saber. Nesse sentido
Kant exigiu que a metafísica se firmasse como ciência.

A filosofia nasceu antes da ciência moderna, quando mitos passaram a ser questionados. Portanto, de algum
modo, a filosofia é crítica. Se em seu nascimento a filosofia repete os mitos no modo de ver o cosmo, a origem dos seres
e o destino humano, ao contrário da visão mitológica, a filosofia usa a razão, passa a deduzir que há uma causa que
determina o ontos, pressupõe um princípio ou causa geral do ser: um elemento primordial ou algo mais abstrato, como
o conceito/ideia para Platão, o motor que destrava o movimento para Aristóteles.

A ciência moderna nasce de outra necessidade, a de explicar por meio de observação, experiência, resultados práticos, a
constituição da matéria. Descobre a causa de os corpos, astros inclusive se movimentarem, a existência de corpúsculos,
força, inércia, átomos, moléculas, evolução, bactérias, código genético, e não vai parar nesses incríveis resultados.

As ciências, Física, Química, Biologia progridem e levam a revoluções na vida humana, transformações que reinventaram
o modo como vivemos e nossas relações com o planeta Terra, com benefícios e os conhecidos malefícios (desde a bomba
atômica até as emissões de gases com o aquecimento global).

E a filosofia? Formalmente é indagação, construção de conceitos, teoria, crítica, busca de sentido. Seu conteúdo não são
leis que explicam a natureza ou a vida, e sim o fenômeno natureza, o fenômeno vida, o fenômeno mente/espírito/alma,
o fenômeno linguagem, o fenômeno bem/mal, o fenômeno estético, o fenômeno lógico/inteligível.

Ficou difícil? Sim, conceituar e abstrair não faz parte da lida cotidiana, a não ser quando a pessoa se depara com certo
tipo de dificuldade ou pergunta: por que vivemos? Qual é o sentido profundo da vida humana? A morte é o fim de tudo?
ou o começo de outra vida?

Se a resposta for o transcendente, o sobrenatural não se trata de filosofia e sim de religião, crença, fé, adesão a uma
doutrina, prática de ritos.

A filosofia é razão e crítica. Ela não pede adesão e sim argumentação, raciocínio, deduções. Enquanto o objetivo dos
cientistas é explicar e obter resultados práticos, e o objetivo da doutrina religiosa, pelo menos das religiões monoteístas
é a salvação, redenção, premiação das boas almas, castigo do mal -, o objetivo da filosofia é pensar seu próprio
movimento, sua história feita de pensadores que inovam e ao mesmo tempo repetem.

Repetem temas, renovam o modo de ver, de avaliar os eternos temas ou questões que nos intrigam. O que aprendemos
com os grandes filósofos, porque vale a pena estudar seu pensamento, como suas ideias podem mudar algo na cabeça
das pessoas? A função e a inserção social da filosofia é sempre educacional. Exemplo: o conceito de ideia. É possível
repetir as lições de Platão (conceitos eternos e divinos), as de Descartes (produtos do espírito quando pensa), e até mesmo
perguntar como surgiu a ideia de "ideia" (R. Rorty). O conceito de origem ou de causa: imprescindível para Aristóteles,
uma categoria usada pelo nosso entendimento (Kant), e um simples recurso do tipo de lógica que usamos (Wittgenstein).

Professora: Inês Lacerda Araújo

ATIVIDADE DE INTERPRETAÇÃO:

2) O que você entendeu do texto? Explique formulando um parágrafo demonstrando as diferenças


entre Ciência e Filosofia.
107
Página
TEXTONº ● MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: O que é o Mito Ciência?
32 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre
a Ciência.

Atividade: Interpretação crítica ( em grupo).

1) Explique com suas palavras (no caderno) cada um dos subitens do texto?
108
Página
TEXTO Nº ● MATÉRIA: Filosofia da Ciência.
● TEMA/PROBLEMA: A crítica epistemológica?
33 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a Diferença entre Filosofia e Ciência.

Atividade: Crítica ao Método Científico.

Com base no texto acima responda:

1) Qual a principal crítica a filosofia faz a Ciência e seu método? Explique e justifique. Cite um trecho do texto
109

que ilustre sua resposta.


Página
TEXTO Nº ● MATÉRIA: Filosofia da Ciência.
● TEMA/PROBLEMA: A Filosofia tem um Método de investigação?
34 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a Diferença entre Filosofia e Ciência.

110

ATIVIDADE DE APOIO: Assista aos vídeos acima no youtube, pesquisa por nome: (DVD- Neurociência da
Aprendizagem e A Neurociencia da Aprendizagem) e elabore um parágrafo com suas conclusões sobre
Página

o assunto.
TEXTO Nº ●MATÉRIA: Axiologia. ( Teoria dos Valores)
● TEMA/PROBLEMA: Qual a diferença entre Saber Técnico e Saber Ético?
35 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender o que são os valores e sua importância na formação da
nossa consciência Ética.

O PARADOXO SOCRÁTICO
A problemática dos valores é central na investigação dos principais pensadores da História ocidental
clássica, desde os Filósofos gregos como Sócrates, Platão e Aristóteles (séc. IV e V. a.C.), passando
pela Patrística (séc III) até os modernos pensadores como Rousseau (1712-1778), Kant (1724-1808)
e Max Sheller (1874-1928) que a investigação sobre os valores ocupou espaço privilegiado no
estudo destes Filósofos, e todos concordam entre si que a Ética é o valor supremo pois, é o valor
que orienta a preservação da vida e da espécie humana em todas as suas formas e níveis. Por tanto,
é este o valor vital, motor gerador da razão vital. Nos diálogos de Platão, Sócrates já alertava para
a insuficiência da razão técnica instrumental em detrimento da moral (entendida como ética).
Vejamos uma passagem significativa do livro: “Compreender Sócrates” de Louis-André Dorion
(...) Ainda que as diferentes técnicas ofereçam o paradigma de uma atividade finalizada cujo êxito se baseia no saber
que governa esta atividade, Sócrates percebe no entanto os limites da analogia com o saber técnico. Esses limites
dependem de diferenças irredutíveis entre o saber moral e o saber técnico. A primeira diferença é que o saber técnico é
uma condição necessária para o êxito da ação, enquanto que o saber moral é uma condição necessária e suficiente. Esta
diferença é esclarecida no Hípias Menor (371 e – 376c), quando Sócrates se dedica a mostrar que aquele que é competente
numa técnica particular pode, na sua opinião, obter um bom ou um mau resultado.

Por exemplo, o ceramista competente pode fabricar um belo vaso ou ainda, se lhe der na veneta, um vaso de má
qualidade. Coisa certa é que o ceramista competente é superior àquele que ignora tudo sobre cerâmica, pois este só
pode obter, por não possuir a competência exigida, um mau resultado. Portanto, a competência técnica é a condição
necessária, mas não suficiente, para obter o sucesso. A aplicação do paradigma técnico ao saber moral, sobre este
ponto, leva a uma conclusão inaceitável: aquele que detém o saber moral pode, segundo seu gosto, agir virtuosamente
ou não, e é nisso superior ao ignorante que não pode agir virtuosamente. Ora, aquele que conhece a justiça não pode
agir com injustiça, e é precisamente por isso que o saber moral, à diferença do saber técnico, é uma condição necessária
e suficiente para garantir o sucesso da ação.

A segunda diferença, que é sem dúvida a mais importante, é que o saber técnico está subordinado ao saber moral. O
caso da medicina ilustra de modo evidente esta subordinação do saber técnico. O médico que aplica as regras da arte
médica produz um resultado (ergon), a saber, a cura do doente, mas ele não sabe, como médico, se é preferível, em
certos casos e para certas pessoas, abster-se de favorecer a recuperação da saúde, pois a saúde seria então um mal. O
médico não sabe então para que paciente nem em que circunstâncias o efeito que ele sabe produzir é bom ou mau. O
conhecimento do bem e do mal desapruma o saber técnico que não sabe determinar com segurança se o resultado que
ele produz é realmente um bem.

A subordinação do saber técnico tem importantes repercussões no plano político. O conhecimento que garante a
felicidade individual e coletiva não é o saber técnico, que pode, no máximo, garantir a prosperidade material, mas o
saber moral. No Cármides (173 a-d) Sócrates imagina em sonho uma cidade, cujos dirigentes poderiam reconhecer a
competência de cada um, de modo que todas as funções necessárias à vida da cidade seriam confiadas a homens
competentes.

Mas Sócrates abandona finalmente esta posição que ele imaginou graças a um sonho enganador, pois uma cidade regida
pela exigência da competência técnica não tem a garantia de conhecer a felicidade (cf. 173 d). Sócrates rejeita sem apelo
a perspectiva de uma cidade tecnocrática, onde o único imperativo que preside a atividade técnica é o da competência.
Ele está convencido de que a felicidade da cidade dependede um conhecimento arquitetônico, isto é, que preside o
conjunto das outras atividades, na medida em que lhe cabe determinar as finalidades de cada uma e as condições de
sua respectiva utilidade. Este conhecimento arquitetônico é o conhecimento do bem e do mal. É certo que a
felicidade não é sinônimo de prosperidade material e é por isso que Sócrates fustiga os políticos de seu tempo que se
empenham tanto em dotar a cidade de grandes equipamentos (baluartes, templos, arsenais, navios, etc.), mas
negligenciam assim seu verdadeiro dever e a condição da felicidade: tornar melhores os seus concidadãos. ( DORION,
2006, p.64 –66).

ATIVIDADE: Reflexão crítica


111

5) Em grupo, explique o PARADÓXO SOCRÁTICO.


6) O que é o saber técnico e o que é o saber moral (ou ético) e quais as diferenças entre eles?
7) Em nossa sociedade qual desses saberes é mais valorizado e por quê?
Página

8) Para você qual saber é mais importante e por quê?


Assista no youtube os dois vídeos (endereços) abaixo)

Indicação de vídeo :
( VIDA EXAMINADA: O MITO DA CAVERNA E A VIDA DE SÓCRATES)

http://youtu.be/KcujZd3JDtg
https://youtu.be/tswloAV-BH0

112
Página
TEXTO Nº ● MATÉRIA: Filosofia da Ciência.
● TEMA/PROBLEMA: A Crítica Filosófica sobre a Ciência.
36 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre a
Ciência e seu Método.

Crítica ao Método Científico (I)


Por Caroline Faria

O método científico pode ser definido como a maneira ou o conjunto de regras básicas empregadas em uma
investigação científica com o intuito de obter resultados o mais confiáveis quanto for possível. Entretanto, o método
científico é algo mais subjetivo, ou implícito, do modo de pensar científico do que um manual com regras explícitas
sobre como o cientista, ou outro, deve agir.

Geralmente o método científico engloba algumas etapas como: a observação, a formulação de uma hipótese, a
experimentação, a interpretação dos resultados e, por fim, a conclusão. Porém alguém que se proponha a
investigar algo através do método científico não precisa, necessariamente, cumprir todas as etapas e não existe
um tempo pré-determinado para que se faça cada uma delas. Charles Darwin, por exemplo, passou cerca de 20
anos apenas analisando os dados que colhera em suas pesquisas e seu trabalho se constitui basicamente de
investigação, sem passar pela experimentação, o que, contudo, não torna sua teoria menos importante. Algumas
áreas da ciência, como a física quântica, por exemplo, baseiam-se quase sempre em teorias que se apóiam
apenas na conclusão lógica a partir de outras teorias e alguns poucos experimentos, simplesmente pela
impossibilidade tecnológica de se realizar a comprovação empírica de algumas hipóteses.

O método científico como conhecemos hoje foi o resultado direto da obra de inúmeros pensadores que culminaram
no “Discurso do Método” de René Descartes, onde ele coloca alguns importantes conceitos que permeiam toda a
trajetória da ciência até hoje. De uma forma um pouco simplista, mas apenas para dar uma visão melhor do que
se trata o método proposto por Descartes, que acabou sendo chamado de “Determinismo Mecanicista”,
“Reducionismo”, ou “Modelo Cartesiano”, ele baseia-se principalmente na concepção mecânica da natureza e do
homem, ou seja, na concepção de que tudo e todos podem ser divididos em partes cada vez menores que podem
ser analisadas e estudadas separadamente e que (para usar a frase clássica) “para compreender o todo, basta
compreender as partes”.

Talvez, o exemplo mais fácil de se verificar o método proposto por Descartes, seja através da medicina: baseada
no modelo cartesiano a medicina se dividiu em especialidades cada qual procurando entender os mecanismos de
funcionamento de um órgão ou parte específica do corpo humano. As doenças passaram a ser encaradas como
algum distúrbio em determinada parte que constitui o homem, e o homem em si, como um todo, deixa de ser
considerado na investigação da medicina segundo modelo cartesiano.

Que o método de Descartes funcionou, não restam dúvidas a ciência evoluiu como nunca com a aplicação deste
método. Porém a ciência que tinha como objetivo primeiro, proporcionar o bem estar ao homem através da
compreensão e modificação da natureza à seu favor, como propôs Francis Bacon seguido por Descartes, perdeu
seu sentido. Com a aplicação do modelo reducionista em todas as áreas do conhecimento as interações entre as
partes e o todo e entre este e outros deixou de ser considerada causando sérios distúrbios sociais, ambientais e
ameaçando até a existência do próprio homem em contradição com seu princípio fundamental.
113

Atividade: Responda no caderno:


Página

2) Qual a crítica central a autora faz ao método científico? Explique.


RECUPERAÇÃO DA MATÉRIA DO 3º bim.

INSTRUÇÃO:

1 - LEIA E RESPONDA AS QUESTÕES DOS TEXTOS:


(19,20,22,23, ,25, 26, 27,28)
2 – ENTREGAR PERGUNTAS E RESPOSTAS MANUSCRITOS COM
CAPA, DISCIPLINA, NOME E Nº.

OBS: A RECUPERAÇÃO PODE SER UMA AVALIAÇÃO ORAL


SOBRE ESTAS QUESTÕES ACIMA, CASO O PROFESSOR
CONSIDERE MELHOR. NESTE CASO O ALUNO SERÁ AVISADO.

114
Página
4º BIMESTRE

O QUE VAMOS VER NESTE BIMESTRE?

1 – CRÍTICA AO MÉTODO CIENTÍFICO II


2 –MÉTODOS DA FILOSOFIA
3 – RAZÃO INSTRUMENTAL
4 – SOCIEDADE DE CONTROLE.

115
Página
TEXTO Nº ● MATÉRIA: Filosofia da Ciência.
● TEMA/PROBLEMA: A crítica epistemológica?
37 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a Diferença entre Filosofia e Ciência.

CRÍTICA AO MÉTODO CIÊNTÍFICO (II)


A filosofia da ciência é o estudo da metodologia científica.

Trata-se de investigar o que caracteriza a atividade científica, em quê a ciência se separa do senso comum e da
filosofia e quais hipóteses justificam e explicam o conhecimento científico. Uma das formas de estudarmos a ciência
é fazê-lo do ponto de vista das questões abordadas pelos filósofos que se ocupam com a metodologia das ciências.

É preciso, porém, buscar distinguir o trabalho do cientista e os métodos filosóficos. Pensemos a ciência como um
conjunto de conhecimentos divididos por áreas: física, química, geologia, mecânica, biologia, medicina, história, etc.
Agora imagine um saber capaz de pensar a estrutura nuclear desses conhecimentos, independentemente de suas
manifestações históricas na ciência: é a filosofia.

De um lado temos os procedimentos específicos e infinitamente especializados da ciência. De outro lado uma busca
de compreensão da totalidade do conhecimento e da experiência humana. Mas o que é isto que chamamos
conhecimento? Você já deve ter experimentado o desejo de conhecer mais a fundo fenômenos como a descoberta
de um novo planeta solar, o que são “quarks”, o modo como a luz se propaga, se o ciúme é biológico ou fruto do
hábito. Essa curiosidade é natural.

O filósofo grego Aristóteles, que viveu entre 384 e 322 a.C., escreveu que todos os homens por natureza desejam
saber. Aristóteles dizia ainda que nossa visão, dentre todas as capacidades que temos, é a que mais nos dá prazer no
conhecimento. Aristóteles é considerado o filósofo que deu o ponta pé inicial à organização do conhecimento
humano. Seu pai, Nicômaco, era médico da corte macedônia, fato que conecta o filósofo desde cedo ao mundo do
saber. Consta que Aristóteles teria constituído, para si próprio, a primeira biblioteca de que se tem notícia, a qual
mais tarde inspiraria a Biblioteca de Alexandria.

Para o professor Marco Zingano, Aristóteles “foi um notável investigador da natureza. Suas observações dizem
respeito aos mais diferentes domínios: a natureza dos astros, as órbitas celestes, os mais diversos tipos de animais, o
desenvolvimento do embrião, as mudanças químicas, os primeiros elementos e suas modificações físicas, os metais,
os ventos, enfim: o campo inteiro da natureza”. (ZINGANO, 2002, p. 67)

A filosofia mostra que o conhecimento acerca de coisas ou idéias que fazem parte de nosso cotidiano é
problemático. É um conhecimento limitado porque não atinge a totalidade das coisas existentes. Por exemplo,
apesar do enorme desenvolvimento da ciência neste século, ainda não sabemos se nossos comportamentos morais
têm alguma relação com a estrutura biológica do nosso cérebro, se estamos sozinhos no universo ou se existem
partículas.

Atividade: Crítica ao Método Científico.

Com base na sua resposta no exercício do texto anterior responda:

1) Como a Filosofia/Epistemologia participa da construção do Método Científico? Explique.


2) Qual o papel e importância da Filosofia/Epistemologia para a Ciência? Explique.
3) Elabore uma questão, uma dúvida sobre o tema dos textos acima e ser respondida em aula.
116
Página
TEXTO Nº ● MATÉRIA: Filosofia da Ciência.
● TEMA/PROBLEMA: A Filosofia tem um Método de investigação?
38 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender os métodos da Filosofia .

A METODOLOGIA DA FILOSOFIA (PRINCÍPIOS)

FILOSOFIA É: RADICAL, RIGOROSA E DE CONJUNTO.

Um grande filósofo chamado Dermeval Saviani, professor da Unicamp(SP),define filosofia como uma reflexão radical,
rigorosa e de conjunto sobre os problemas que a realidade apresenta. Qual é verdadeiramente o significado de reflexão. A
palavra reflexão , vem do verbo latino reflectare, que significa: voltar a trás. É, pois, um re-pensar, ou seja, um pensamento
em segundo grau. Poderíamos, pois, dizer: se toda reflexão é pensamento, nem todo pensamento é reflexão. Este é um
pensamento consciente de si mesmo, capaz de se avaliar ,de verificar o grau de adequação que mantém com os dados
objetivos de medir-se com real.Pode aplicar-se às impressões e opiniões, aos conhecimentos científicos e técnicos,
interrogando-se sobre o seu significado. Refletir é o ato de retornar, reconsiderar os dados disponíveis,revisar,vasculhar
numa busca constante do significado. É examinar detidamente, prestar atenção, analisar com cuidado .E é isto filosofar[...]

Com efeito, se a filosofia é realmente uma reflexão sobre os problemas que a realidade apresenta, enquanto ela não é
qualquer tipo de reflexão. Para que uma reflexão possa ser adjetivada de filosófica, é preciso que se satisfaça uma série de
exigências que vou resumir em três requisitos: a radicalidade, o rigor e a globalidade. Quero dizer, em suma, que a reflexão
filosófica, para ser tal, deve ser radical, rigorosa e de conjunto.

RADICAL: Em primeiro lugar, exige-se que o problema seja colocado em termos radicais, entendida a palavra radical no seu
sentido mais próprio e imediato. Quer dizer, é preciso que se vá até às raízes da questão, até seus fundamentos. Em outras
palavras, exige-se que se opere uma reflexão em profundidade.

RIGOROSA: Em segundo lugar e como que para garantir a primeira exigência, deve-se proceder com rigor,ou seja,
sistematicamente, segundo métodos determinados, colocando-se em questão as conclusões da sabedoria popular e as
generalizações apresentadas que a ciência pode ensejar.

DE CONJUNTO: Em terceiro lugar, o problema não pode ser examinado de modo parcial, mas numa maneira perspectiva de
conjunto, relacionando-se o aspecto em questão com os demais aspectos do contexto em que está inserido. É nesse ponto
que a filosofia se distingue da ciência de um modo mais marcante. Com efeito, ao contrário da ciência, a filosofia não tem
objetivo determinado, ela dirige-se a qualquer aspecto da realidade, desde que seja problemático, seu campo de ação é o
problema, esteja onde estiver. Melhor dizendo, seu campo de ação é o problema enquanto não sabe ainda onde ele está;
por isso se diz que a filosofia é busca. E é nesse sentido que se pode dizer que a filosofia abre caminho para a Ciência, através
da reflexão, ela localiza o problema tornado possível a sua delimitação na área de tal ou qual ciência que pode então analisá-
lo e, quiça, solucioná-lo. Além disso, enquanto a ciência isola o seu aspecto do contexto e o analisa separadamente, a filosofia,
embora dirigindo-se às vezes apenas a uma parcela da realidade, insere-a no contexto e a examina em função do conjunto.

SAVIANI,Demerval. Educação do senso comum à consciência filosófica.6 ed.São Paulo :Cortez/AUTORES ASSOCIADOS,1985
p:23-4

Atividade: Crítica ao Método Científico.

1) Explique o texto acima com suas palavras e dê exemplos práticos para os três pontos citados pelo
autor.
117
Página
TEXTO Nº ● MATÉRIA: Filosofia da Ciência.
● TEMA/PROBLEMA: A Filosofia tem um Método de investigação?
39 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender os métodos da Filosofia .

PRINCIPAIS MÉTODOS DA FILOSOFIA NA HISTÓRIA

GRÉCIA CLÁSSICA

Maiuêtica Socrática:
Sócrates fazia questionamentos, perguntas mostrando as contradições de seus
interlocutores, levando-os a produzirem um juízo segundo uma reflexão e não mais a
tradição, os costumes, as opiniões alheias. A maiêutica consiste em um procedimento
dialogal no qual Sócrates, partindo das opiniões que seu interlocutor tem sobre algo,
procura fazê-lo cair em contradição, mostrando os erros conceituais ao defender seus
pontos de vista, vindo assim a reconhecer sua ignorância acerca daquilo que julgava saber.
A partir do reconhecimento da ignorância, o interlocutor refletia e refletia, fazia uma
releitura sobre o tema. Trata-se então de descobrir, pela razão, a verdade que temos em
nós mesmos.

Dialética Platônica:
Platão aperfeiçoa a Maiêutica socrática, conservando seus elementos fundamentais, mas
elevando-a a uma dialética (arte do diálogo). Na dialética platônica, parte-se
primeiramente de uma determinada tese (ou ideia), que é melhorada e aperfeiçoada,
cada vez mais, no decorrer da discussão. Dessa tese, surge uma antítese, que tem como
finalidade contrariar a tese inicialmente levantada. Criando um movimento ascendente
de ideias que vai da opinião (nível mais baixo) até alcançar a verdade(síntese) pelo
diálogo, confronto dos contraditórios, revisão dos conceitos, busca dos elementos mais
seguros e universais. Era uma reflexão crítica.

Lógica Aristotélica:
Trata-se de uma teoria clássica para explicar como é formulado o raciocínio humano.
Para Aristóteles a dialética, era um procedimento inseguro para o pensamento e a
linguagem da filosofia e da ciência, esse foi o motivo pelo qual Aristóteles criou um
conjunto de procedimentos, demonstrações e provas, ou seja, a lógica, ou analítica.

Em sua lógica, Aristóteles estabeleceu um conjunto de regras rígidas, as quais deveriam


ser seguidas para que uma conclusão fosse aceita e logicamente válida. A linha de
raciocínio lógico era baseada em premissas e conclusões. Como por exemplo: Todo ser
vivo é mortal (premissa 1), colocamos, então, outra premissa: Fábio é um ser vivo, temos
como conclusão que Fábio é mortal. O ponto de partida do procedimento lógico não
está em opiniões contrárias, mas sim em leis universais do pensamento. Aquelas que
não permitem a contradição dentro da mesma ideia,

O primeiro é o processo de argumentação exemplificado acima: a partir de duas


verdades chega-se a uma terceira por inferência lógica, a conclusão. Já a não-
contradição, como o próprio nome diz, busca a especificidade de cada coisa: é
impossível que ela seja e não seja ao mesmo tempo. "A lógica aristotélica baseia-se no
pressuposto de que a razão humana é capaz de deduzir conclusões a partir de
afirmações ou negações anteriores. Se as premissas forem verdadeiras, as conclusões
também serão", diz o filósofo Carlos Matheus, da PUC-SP.
118
Página
IDADE MÉDIA

Hermenêutica (gr. hermeneutikós, de hermeneuein: interpretar) I. Termo originalmente


teológico. Designando a metodologia própria à interpretação da Bíblia: *interpretação
ou exegese dos textos antigos, especialmente dos textos bíblicos.

0 termo passou depois a designar todo esforço de interpretação científica de um texto


difícil que exige urna explicação. No século XIX, Dilthey vinculou o termo "hermenêutica
a sua filosofia da "compreensão vital": as formas da cultura, no curso da história, devem
ser apreendidas através da experiência íntima de um sujeito; cada produção espiritual é
somente o reflexo de uma cosmovisão (Weltanschauung) e toda filosofia é uma `'filosofia
de vida".

Contemporaneamente. a hermenêutica constitui uma reflexão filosófica interpretativa


ou compreensiva sobre os símbolos e os mitos em geral. O Filósofo Paul Ricoeur. por
exemplo, fala de duas hermenêuticas: a) a que parte de uma tentativa de transcrição
filosófica do freudismo, concebido como um texto resultando da colaboração entre o
psicanalista e o psicanalisado: b) a que culmina numa "teoria do conhecimento",
oscilando entre a Leitura psicanalítica e uma fenomenologia.

IDADE MODERNA

Racionalismo Cartesiano: O Filósofo francês René Descartes (1596-1650), considerado "Pai


do Racionalismo", empreendeu significativa revolução na epistemologia que, nada mais é
que o conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento científico, visando a
explicar os seus condicionamentos, sistematizar suas relações, esclarecer os seus vínculos,
e avaliar os seus resultados e aplicações. A Filosofia busca o "discurso universal", abandona
o reino da doxa (opinião) para chegar ao lógos (razão), pois o discurso racional é próprio da
Filosofia.
Descartes debruçou-se sobre a questão de elaborar um "método científico" de pesquisa que
garantisse a legitimidade dos resultados, pois Método refere-se a um conjunto de regras
capazes de evitar erros e garantir a validade dos resultados. Erigir as bases da epistemé: eis
a hercúlea tarefa de Descartes!
Dentre as principais obras de Descartes destacamos: "Meditações Metafísicas" e o
"Discurso sobre o Método", que visa a bem conduzir a própria razão e buscar a verdade das
ciências. Os quatro preceitos do Método empreendido por Descartes são:

1º) Clareza e distinção ("nunca aceitar algo como verdadeiro que eu não conhecesse
claramente como tal; ou seja, de evitar cuidadosamente a pressa e a prevenção, e de nada
fazer constar de meus juízos que não se apresentasse tão clara e distintamente a meu
espírito que eu não tivesse motivo algum para duvidar dele";

2º) Análise ("repartir cada uma das dificuldades que eu analisasse em tantas parcelas
quantas fossem possíveis e necessárias a fim de melhor solucioná-las", chegando aos
elementos mais simples);

3º) Ordem ("o de conduzir por ordem meus pensamentos, iniciando pelos objetos mais
simples e mais fáceis de conhecer, para elevar-me, pouco a pouco, como galgando degraus,
até o conhecimento dos mais compostos, e presumindo até mesmo uma ordem entre os
que não precedem naturalmente uns aos outros". Defende a dedução como forma de
ampliar o saber, do mais simples ao mais composto) e

4º) Enumeração ("efetuar em toda parte relações metódicas tão completas e revisões tão
gerais nas quais eu tivesse a certeza de nada omitir". Para que todos os elementos sejam
considerados e para verificar se a visão total está de acordo como as regras que foram
aplicadas).
Os pressupostos de Descartes revelam-se em sua célebre frase: cogito, ergo sum, penso
(duvido), logo existo, sintetiza sua brilhante conclusão de que o pensamento é uma
119

realidade em si mesmo, uma substância, distinta e diferente da matéria. Há duas substâncias


finitas (res cogitas e res extensa) e uma finita (Deus). Substância (res) adquiriu um conceito
Página

fundamental no século XVII: de natureza simples, absoluta, concreta (realidade intelectual)


e completa. Somos portanto uma substância (res) pensante (cogito) e também uma
substância (res) que possui corpo, matéria (extensa).
Indicação de Filme no Youtube: “Rene Descartes”http://youtu.be/M3oLEGlzs6k
IDADE CONTEMPORÃNEA

Fenomenologia (Husserl) 1. Termo criado no séc. XVIII pelo filósofo J.H. Lambert (1728-
1777), designando o estudo puramente descritivo do *fenômeno tal qual este se apresenta
à nossa experiência.
*Hegel emprega o termo em sua fenomenologia do espírito (1807) para designar o que
denomina de 'ciência da experiência da consciência ', ou seja_ o exame cio processo
dialético de constituição da *consciência desde seu nivel mais básico, o sensível, até as
formas mais elaboradas da consciencia de si, que levariam finalmente à apreensão do
*absoluto.
Corrente filosófica. fundada por *Husserl, visando estabelecer um método cie
fundamentação da ciência c de constituição da filoso-fia como ciência rigorosa. O projeto
fenomenológico se define como uma "volta às coisas mesmas'', isto e. aos fenômenos,
aquilo que aparece á consciência. que se dá como seu objeto intencional. O conceito de
*intencionalidade ocupa um lugar central na fenomenologia, delinindo a própria
consciência como
intencional. como voltada para o mundo: "toda consciência e consciência de alguma coisa"
(Husserl). Dessa forma. A fenomenologia pretende ao mesmo tempo combater o
*empirismo e o *psicologismo e superar a oposição tradicional entre *realismo e
*idealismo. fenomenologia pode ser considerada unha das principais correntes filosóf'ieas
deste século, sobretudo na Alemanha c na França, tendo influenciado fortemente o pensa-
mento cíe *IIcidegger c o existencialismo cie *Sartre. e dando origem a importantes
desdobramentos na obra de altores como *Merlcan-Ponlv e *Ricouer.

CONCLUSÃO

Existem muitos métodos de se fazer filosofia, sendo que alguns métodos são melhores adaptados a certos tipos de
busca da verdade, e outros são melhores adaptados a outros tipos de respostas filosóficas. Por exemplo, a
verificação empírica é apropriada à história, enquanto que o método científico a um estudo do mundo natural.
Contudo, nenhum dos dois é adequado para a descoberta da verdade relativa à verdade pessoal ou aos valores.
Para tanto, um método existencial ou fenomenológico é mais apropriado. Já o método dedutivo somente pode ser
usado onde a pessoa tem acesso a premissas matemáticas, teológicas, ou filosóficas com base nas quais pode fazer
deduções lógicas. É um erro imaginar-se que existe um só método pelo qual poder-se-á chegar a descoberta da
verdade.
Não existe convergência filosófica entre filósofos seculares e filósofos cristãos, quanto ao método a ser aplicado
para justificar as crenças religiosas. Alguns filósofos cristãos são fideístas, e sustentam que não há nenhum modo
racional para justificar uma crença religiosa, insistindo que nenhuma metodologia filosófica pode eliminar a
possibilidade da revelação divina. A existência do Deus que Se revelou na sagrada Escritura é uma crença essencial
do cristianismo. Os filósofos cristãos asseguram que todas as filosofias que argumentam a impossibilidade da
revelação de Deus estão condenadas ao fracasso, enquanto que o desafio da filosofia cristã é “destruir fortalezas;
anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus”.
*Augusto Bello de Souza Filho.

ATIVIDADE DE LÓGICA POR ANALOGIA:


1) Compare os métodos da Filosofia com os métodos da Ciência e explique a diferença entre eles.
120

2) Após a comparação responda: O que pretende cada uma (Ciência e Filosofia) Com seus métodos?
3) Se a Filosofia por meio da Epistemologia questiona o método Científico, quem questiona o Método
Filosófico?
Página
TEXTO Nº ● MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Razão crítica x razão instrumental.
40 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre a
Ciência.

A Razão Instrumental

Razão instrumental é um conceito reconhecido no pensamento filosófico e cientifico desenvolvido por Max Horkheimer através do
surgimento da teoria critica juntamente com Adorno. Horkheimer atuou como diretor do instituto de pesquisa social, sendo o primeiro
a formular conceitualmente a chamada teoria critica.
O conceito de razão instrumental é sobremaneira relevante na obra de Habermas como critica ao cientificismo e ao positivismo,
porque somente uma razão com um fim em si mesma tem por característica a verdadeira racionalidade, sendo razões como meios
para determinados fins, uma racionalidade subordinada de certa forma alienada. Esta racionalidade dos meios é denominada de
instrumental, conforme define REPA (2008, p. 19):

A racionalidade instrumental define-se por ser estritamente formal. Não importam os conteúdos das ideias e dos princípios que
possam ser considerados racionais, mas a forma como essas ideias e princípios podem ser utilizados para a obtenção de um fim
qualquer. Ou seja, a racionalidade instrumental, formal caracteriza-se, antes de tudo, pela relação entre meios e fins. Ela só diz
respeito aos meios, aos critérios de eficácia na escolha dos meios para atingir os fins, sejam eles quais forem.

Assim, no que tange as ciências, de certa forma toda ela tem um objetivo implícito, no âmbito da manipulação ou do interesse,
caracterizando-a como uma prática instrumental, desta forma Habermas produzirá uma critica a teoria das ciências positivas. O que
nos interessa aqui é como a sociedade moderna se comporta frente à instrumentalização da razão, direcionada pelas mídias, pela era
da informação acrítica, pelo mercado de consumo, enfim, questões relevantes uma vez que dependendo o grau de alienação que se
estabelece ao sujeito acaba por ser tornar um mero objeto, entre tantos, podemos destacar o trabalho, quando visto apenas como
forma de produção. Esta forma de alienação resulta em uma colonização por um sistema que diminui o mundo da vida, esta
colonização também se verifica na esfera econômica legitimada, pois o sistema como um todo permeia nas relações entre sujeito e
objeto.

O sistema que colonializa as razões cognoscentes, o faz por certa legitimação instrumental, ou seja, convence o ser que atua no mundo
da vida, na esfera comumente aceita como publica, oprimindo sua vocação para uma “práxis” emancipatória. Desta feita, alienados
e ou oprimidos servem como meio prático para se alcançar um fim, seja ele qual for, como um hedonismo capitalista, que para sua
auto preservação, dilacera a livre deliberação do sujeito. Assim, percebemos as premissas do que Habermas chamaria de agir
estratégico.

O agir comunicativo distingue-se, portanto, do agir estratégico pelo fato de uma coordenação de ações bem sucedida não se apoiar
sobre a racionalidade orientada para fins dos planos de ação sempre individuais, mas sobre a força racionalmente motivadora de
realizações de entendimento, ou seja, sobre uma racionalidade que se manifesta nas condições em que um consenso pode ser
alcançado de um modo comunicativo. (HABERMAS, 2004, p. 85).

Vamos tentar demonstrar como isto se dá com um exemplo do próprio Habermas, porém tentarei simplifica-lo no intuito de uma
melhor compreensão. Suponhamos que um sujeito X, que promete doar uma pequena quantia em dinheiro para um sujeito Y, não
Atividade: Interpretação crítica ( em grupo).
obstante, este se utiliza da quantia fornecida para junto de um sujeito Z, praticar um assalto, através da compra de uma arma, por
exemplo, com a quantia fornecida. Ora, o sujeito Y se beneficiou do agir estratégico, uma vez, que se tivesse revelado para X o
2) Explique com suas palavras (no caderno) cada um dos subitens do texto?
verdadeiro propósito, presume-se que este não seria condizente com tal ação. Agora se Y tivesse revelado sua meta, haveria um
consenso em deliberar para o bem ou para o mal, este é o agir comunicativo o que se utiliza da razão para o entendimento não como
um instrumento e ou estratégia para determinado fim. Vamos abrir um parêntese aqui para ação em si do agir comunicativo, fazendo
um gancho a um conceito Kantiano, a saber; o da “boa vontade”.
Para Kant não há nada que possa validar algo como o bem em si. Por exemplo, a beleza não pode ser caracterizada com bem em si
porque pode ser usada para o mal, em quantas ocasiões já não presenciamos e ou tivemos conhecimento de caso que se utilizaram
da beleza para sedução de alguém, o que dizemos do poder, pode ser caracterizado como bem em si, a história já nos tem dado a
resposta, a força, fama, o dinheiro, enfim não há nada no mundo que caracterize o bem em si, exceto, a “boa vontade”.

Ora, Kant dirá que a boa vontade é o bem em si, uma vez que vai em direção oposta ao desejo. Destarte, a importância do conceito
de desejo e vontade da teoria Kantiana, na teoria de Habermas, no momento o que nos interessa é que o conceito de boa vontade é
imanente ao dever, e para que uma ação tenha efeito de entendimento mutuo a boa vontade precisa ser utilizada. Não obstante,
temos uma divergência entre Kant e Habermas, o primeiro pensa o individuo que age pelo imperativo categórico como capaz de
decidir por si só quais são as regras morais que qualquer um possa seguir, o segundo pensa que em uma sociedade, as regras morais
são estabelecidas dentro de uma comunidade de falantes. No entanto, fica clara a atividade que caberá ao mundo da vida, a oscilação
entre agir estratégico e agir comunicativo, a “práxis” instrumental e a valoração do sujeito.
REFERÊNCIAS: REPA, Luís Sergio, PINZANI, Alessandro. REVISTA MENTE E CEREBRO:
Fundamentos para a compreensão contemporânea da psique.
Editora Duetto, São Paulo, 2008.
PINZANI, Alessandro. Habermas
121

Editora Artmed, Porto Alegre, 2009.

ATIVIDADE: Análise Conceitual.


Página

1) Conforme o texto explique o conceito de “RAZÃO INSTRUMENTAL”.


TEXTONº ● MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Razão Instrumental x Razão Crítica
41 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE:Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre a
Ciência.

“RAZÃO ENLOUQUECIDA"

Ter olhos para o humano é perceber o desequilíbrio produzido pela má distribuição da riqueza e
conseqüentemente generalização da miséria, a violência das guerras com seus armamentos cada vez mais
precisos, os níveis insuportáveis de competição na sociedade individualista, o consumo desenfreado criando
necessidades artificiais, as desordens morais da sociedade centrada nos valores de posse.

No entanto, a maioria das pessoas está mais preocupada com o seu cotidiano individual, com os problemas
práticos de alcance imediato. Encontra-se aí uma das inúmeras contradições da sociedade pós-industrial: apesar
da saturação de informações, por serem essas tão rápidas e fragmentadas, nem sempre permitem a sua
reorganização de forma crítica, presenciamos no século XX um período de crise: a razão, que deveria servir para
vincular o homem ao real a fim de compreendê-lo, para escolher o que é melhor para sua vida, essa razão se acha
“enlouquecida”.

O trabalho da filosofia no que tange a Ética consiste em recuperar a razão sábia, a razão vital, como instrumento
de resgate do sentido humano no mundo. Mas, ainda assim cabe uma pergunta: o que seria a razão vital? E onde
ela se encontra? Entendemos que tal razão só pode habitar no reino da liberdade, da consciência e do bem-estar
humano, e não no campo da objetividade técnica e lógica das matemáticas, por exemplo, isso porque este campo
insere-se no reino da utilidade e , portanto, de uma racionalidade instrumental voltada para o uso pragmático da
Ciência, (da preparação do homem mais para o fazer que para o pensar criticamente sobre sua prática).

A razão vital ou substantiva, só pode estar no campo da subjetividade, entendida como aquilo que vem da
essência dos sujeitos ( da consciência crítica da realidade) e que por isso mesmo, orienta toda seu pensar, sentir e
agir no mundo, o que não pode ser mensurado, experimentado ou “matematizado” como, por exemplo, a
solidariedade, a justiça, o agir para o bem ou a própria verdade.

Tal razão só pode ser encontrada no reino dos Valores, objeto de estudo da Filosofia, organizado numa área de
conhecimento denominado Axiologia ou Teoria dos Valores. É na conceituação e escalonamento dos valores
universais e perenes, que podemos definir o que é a razão vital, necessidade fundamental à enlouquecida
racionalidade científica atual. Isso porque, se toda razão é orientada por valores, a razão vital deve ser orientada
por um valor que seja também vital e por isso, universal. A ética. (ARANHA, 2005.)

Atividade: Interpretação crítica

Com base nos textos acima responda:

1) Qual a diferença entre a Razão Crítica e Razão Instrumental?


2) Qual a Razão ligada a Filosofia e qual se liga a Ciência? Explique por quê?
3) Nossa sociedade é orientada por qual razão? Por quê?
122
Página
TEXTONº ● MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Racionalidade do Contemporâneo.
42 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE:Compreender a necessidade da investigação Filosófica sobre o
nosso tempo.

Princípios filosóficos para uma humana docência


Westerley A. Santos.*

Uma das marcas do nosso tempo é o império da informação, que vem ocupando o lugar onde o conhecimento
deveria se fazer presente. A educação não se isentou dessa lógica; podemos perceber em algumas escolas ensino à
base de coletâneas ou de simples repasse de informações. Mas também é verdade que não se pode alcançar o
conhecimento sem a informação. Então como fazer? A questão está justamente na qualificação; informação refere-
se ao resultado de uma equação de dados, tem caráter instrumental, é efêmera por excelência. O que não quer dizer
que a informação não seja importante para o conteúdo educacional. É sim, mas não pode ser confundida com
conhecimento.

O conhecimento transcende a informação, é o ato pelo qual o espírito e o pensamento apreendem a realidade, tem
caráter permanente, expressa conceitos, ideias, críticas; traz, implícitos, juízos de valor e, por fim, transforma-se em
consciência. É este o papel da educação: qualificar de tal modo a informação que a transforme em conhecimento
para o aluno. Este, por sua vez, deve interiorizá-lo e convertê-lo em sabedoria para si e para sua ação no mundo.

Outra marca do nosso tempo é a razão instrumental, o vale fértil do pragmatismo. O pragmatismo faz com que tudo
o que pensamos e fazemos se transforme numa espécie de negócio com fins lucrativos. É o comércio de intenções,
o mercado de interesses, visando sempre ao fim único do lucro e da vantagem naquilo que praticamos sobre aqueles
com quem relacionamos. É a lógica do “o que eu vou ganhar com isso?” Nesse caso, a educação não fica isenta, pois,
em muitos casos, se vale de práticas pedagógicas voltadas para fins puramente instrumentais. Por isso, é preciso
repensar a função primeira da educação. Afinal, ela é um mero instrumento que prepara mão-de-obra barata para o
mercado de trabalho ou um meio de transformação social pela formação humanista?

Outra característica contemporânea é o individualismo exacerbado, o elemento degenerador da solidariedade


humana. Em tempos individualistas, pensamos que o problema dos outros, do vizinho, da nossa rua, da comunidade,
da política, da escola ou da sociedade não são, também, problemas nossos. O individualismo traz consigo o
hedonismo e o narcisismo, a concorrência e a exaltação às particularidades de cada um, o que termina por
negligenciar a coletividade. É a lógica do cada um por si! Esse fenômeno também pode ser notado na educação. É
comum, no ambiente escolar, perdermos a noção do todo, a visão de conjunto do processo educacional, do trabalho
em equipe, da solidariedade entre docentes e discentes.

O império da informação que negligencia o conhecimento verdadeiro, o pragmatismo que obscurece as ações entre
os homens e o individualismo que degenera a solidariedade humana acaba por gerar interpretações, atitudes e
práticas equivocadas na educação. Mudar essa racionalidade é o desafio que se avizinha. Que tipo de professor essa
mudança exige? Penso que a resposta está numa humana docência. A educação pós-moderna deve ser crítica e
humanizadora e, para se fazer cumprir, prescindirá dos fundamentos axiológicos da Filosofia. O professor, agente
dessa mudança, deve ser antes de tudo um educador. E aqui cabe uma distinção conceitual entre professor e
educador: professor é aquele que professa e ensina uma arte, uma ciência. Já o educador é aquele que instrui, cultiva
e orienta o homem na direção do bem. O educador é o que se envolve, pesquisa e se preocupa com a formação do
homem integral.

Ocorre que o mundo moderno proletarizou o professor, transformando-o em um funcionário burocratizado em meio
a diários, lançamentos e formulários e cada vez mais distante da sua verdadeira ação educadora. É preciso romper
com a lógica da docência instrumental e discutir, nas escolas e academias, princípios filosóficos universais que
orientem a ação pedagógica rumo à finalidade verdadeira da educação. O educador, a escola e os governos devem
ter clareza dos princípios que conduzem a uma pedagogia humanizadora e formadora do sujeito ético.
123
Página
E os princípios filosóficos de uma humana docência são a intersubjetividade e individualidade, que percebem o aluno
como sujeito; a dialética, que opta pela pedagogia da pergunta como base da construção do raciocínio; a equidade,
que visa à igualdade, sem perder de vista as diferenças; o conhecimento e a autonomia, que atuam sobre as
potencialidades, habilidades e criticidade do aluno; o ontológico ou a formação do ser do aluno, que visa à formação
do sujeito da aprendizagem. E a pergunta que leva à investigação para a descoberta desse sujeito deve ser: que
aspecto do ser humano minha ciência quer formar?

E, finalmente, o mais importante princípio norteador da humana docência, o axiológico, ou dos valores. É ele que
orienta a ação humana dentro do preceito do bem, da virtude, da antiviolência, da solidariedade, da liberdade com
responsabilidade e do respeito à vida dos indivíduos, das espécies e do planeta.

Professor de Filosofia, pesquisador em educação e membro fundador da Associação dos Filósofos e Professores de Filosofia de
Belo Horizonte

TEXTO PUBLICADO EM: https://www.ufmg.br/boletim/bol1654/2.shtml

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TEXTONº ● MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Sociedade de controle.
43 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE:Compreender a Razão Instrumental x Razão Crítica

Foucault e Deleuze
“DA SOCIEDADE DISCIPLINAR À SOCIEDADE DE CONTROLE”
(...) O controle do indivíduo no espaço e no tempo também foi objeto dos estudos foucaultianos. Foucault mostrou que a distribuição
dos indivíduos no espaço era orientada pela idéia de se ter cada sujeito em um lugar específico. Tal procedimento teria a finalidade
de evitar a formação de grupos, facilitaria o controle das freqüências e ausências, assim como determinaria a localização exata de
cada um na Instituição. O princípio da ordem, desse modo, estabeleceu cada sujeito em um lugar, hierarquicamente controlado.

Quanto ao tempo, o filósofo observa que o controle também garante a qualidade do tempo utilizado de modo a não ser desperdiçado
em atividades não úteis à Instituição. Esse controle é garantido por meio da presença contínua de fiscais e do afastamento de tudo
que pode servir de distração ao vigiado.

A vigilância dos corpos e o controle do indivíduo no espaço e no tempo são, portanto, segundo Foucault, estratégias utilizadas pelo
poder para garantir a docilização do indivíduo e torná-lo útil à sociedade.

Treze anos depois Deleuze (1992, p. 219 -26) irá formular a teoria de uma nova ordem social que ele irá denominar de sociedade de
controle. Para o teórico, foi na segunda metade do século XX – após a Segunda Guerra Mundial – que as sociedades disciplinares
deram lugar às sociedades de controle. Após o término da Segunda Guerra Mundial, surgiram forças na sociedade que estabeleceram
uma nova ordem. Essas forças estariam identificadas com mudanças que aconteceram por todo o mundo capitalista, ligadas
principalmente às inovações tecnológicas. O uso dessas novas tecnologias para o controle social seria a mais nova expressão do
exercício do poder na sociedade moderna.

Os mecanismos de vigilância aprimoraram -se e passaram de um caráter institucional para o de uma vigilância geral. A proliferação
de câmeras de vídeo em muitos espaços sociais, o uso de transponders, de aparelhos celulares, cartões de crédito e da comunicação
pela Internet facilitaram o exercício de mecanismos de vigilância e controle cada vez mais eficientes. Embora esse paradigma de
sociedade possa ser compreendido como uma derivação da sociedade disciplinar foucaultiana, dela se diferencia quando o controle
passa de uma esfera local, dos espaços fechados das instituições, para todos os campos da vida social.

(...). No modelo social de Deleuze, o controle passa do âmbito local – restrito à extensão dos olhos e do ouvido humanos – para um
âmbito supra-local, estendendo-se para todos os espaços da vida pública. Não há mais um espaço restrito para que o poder se faça
sentir; pelo contrário, ele se faz presente em todos os lugares. Por conseguinte, é mais perverso, mais controlador, porque se sustenta
no aparato das novas tecnologias de informação. O símbolo do controle agora não é mais o panóptico, mas a web, a rede digital de
comunicação mundial, que concentra toda a informação dos indivíduos em bancos de dados. O princípio da docilidade continua, no
entanto, o mesmo, pois os indivíduos entregam voluntariamente seus dados à vigilância.

(...) O exercício do controle, agora aperfeiçoado pelo auxílio da tecnologia e pelo uso de equipamentos minúsculos, quase
imperceptíveis ao olhar humano, torna -se habitual no cotidiano das sociedades. O controle acaba sendo interiorizado pelos
indivíduos, como necessário e absolutamente vital. É o biopoder que organiza e controla a vida em todos os campos sociais.

A rede de comunicação mundial – web – nessa nova perspectiva, acaba exercendo a função de um superpanóptico (BAUMAN, 1999),
controlando todo o ciberespaço, a informação e o conhecimento, elementos estratégicos para a manutenção do poder nessa nova
sociedade informacional. As estratégias desse poder controlador organizam-se em torno da importância que o conhecimento e a
informação ocupam na sociedade mundial. O suc esso de quaisquer atividades, sejam de natureza econômica ou política, na
atualidade depende muito da capacidade do uso de informações e dos conhecimentos que as sociedades conseguem aglutinar.Esse
processo de distribuição de informações pela rede de comunicação é mais um elemento estruturador da globalização, pois acaba
interligando mercados e países, que se comunicam permanentemente pela rede.
125

Negri e Hardt (2001, p. 42 –3) assim definem os dois paradigmas sociais:


Página
[...] a sociedade disciplinar é aquela na qual o comando social é construído mediante uma rede difusa de dispositivos ou aparelhos
que produzem e regulam os costumes, os hábitos e as práticas produtivas. [Na sociedade de controle] os mecanismos de comando

[são] distribuídos por corpos e cérebros dos cidadãos. Os comportamentos de integração e de exclusão próprios do mando são, assim,
cada vez mais interiorizados nos próprios súditos. O poder agora é exercido mediante máquinas que organizam diretamente o cérebro
(em sistemas de bem -estar, atividades monitoradas, etc.) no objetivo de um estado de alienação independente do sentido da vida e
do desejo de criatividade.

Estabelecem-se, portanto, novos mecanismos de vigilância e controle, amparados na tecnologia da informação. Os muros que
caracterizavam a sociedade disciplinar caem e o poder controlador se dissolve em todos os espaços, operando agora de maneira mais
sutil, porque é quase imperceptível ao olhar comum. O poder disciplinador continua impositivo, embora não implique práticas de
adestramento físico, mas faz-se presente na sociedade por meio da necessidade de se dominar a comunicação e a informação nas
relações sociais e em todos os campos de trabalho, estruturando inclusive as condutas e os horários a serem seguidos.

Inauguram-se novos mecanismos de regulagem da vida, vinculados às máquinas de informação. O domínio de tecnologias cada vez
mais complexas e a capacidade de utilizá-las de maneira útil tornam -se condição para a obtenção e manutenção do próprio trabalho,
cuja característica cada vez mais imaterial, está vinculada ao domínio das modernas tecnologias.

Quando se fala que, nas sociedades de controle, os muros declinaram, dá-se uma falsa idéia de que a ideologia do confinamento
entrou em colapso com a queda destes. Para Deleuze (1992, p. 224), entretanto, o homem confinado da sociedade disciplinar passou
a ser o homem endividado, na sociedade de controle. Para o teórico, do confinamento ao endividamento, os mecanismos de sujeição
permaneceram os mesmos. O endividamento do trabalhador, na contemporaneidade, caracteriza -se como a mais nova forma de
internamento dos sujeitos, agora controlados pelo poder de forma mais sutil.

Mecanismos como o sistema de venda a crédito, utilizados pelo comércio, a exigência do pagamento antecipado do aluguel (que
condiciona a mudança de residência), o sistema de poupança, de assistência médico-hospitalar, de aposentadoria, de Imposto de
Renda, as modernas formas de empréstimos bancários, e a construção de vilas militares e operárias próximas aos locais de trabalho,
são formas de endividamento e de controle do operariado. O controle é aí exercido de maneira branda, assumindo uma roupagem
libertária. Desse modo, o indivíduo assume uma hipoteca permanente com o mercado e com as Instituições, permanecendo
igualmente confinado no interior delas.

Nas sociedades contemporâneas, o biopoder envolve todo o corpo social, valendo-se de uma tecnologia que funciona a partir da
sedução. A intenção não é mais explicar ou convencer, mas seduzir ou conquistar . Dessa forma, mesmo distante do ambiente de
trabalho, os sujeitos seduzidos pelos aparatos tecnológicos, acabam levando o controle para dentro de suas casas. É o princípio da
sedução do controle opondo-se à coerção das sociedades disciplinares.

Todavia, mesmo reconhecendo os mecanismos que regulam as relações entre os sujeitos e o poder, Foucault (2004 a, p. 136) alerta
que os sujeitos não são passivos às suas determinações: “Jamais somos aprisionados pelo poder: podemos sempre modificar sua
dominação e m condições determinadas e segundo uma estratégia precisa”. Assim, segundo o filósofo, nenhum poder é permanente.
E exatamente pelo seu caráter transitório, é sujeito a falhas, por “[...]onde é possível a substituição da docilidade pela meta contínua
e infindável da libertação dos corpos.” (GREGOLIN, 2003, p. 101).

Pensando nessa meta de libertação dos corpos, contemporaneamente identificamos na sociedade diversas formas de resistência,
articuladas em torno de ações criativas, de enfrentamento contra todas as formas de dominação social. Essas lutas acontecem por
todo o espaço da vida cotidiana, em uma tarefa política incessante, na qual todos estão envolvidos. O objetivo maior é a construção
de novas relações sociais e o desaparecimento de determinada forma de poder, normalmente opressiva. A resistência é, nesse
sentido, a recusa do homem a permanecer em uma condição humilhante ou degradante e a esperança na construção de uma
sociedade nova onde os saberes e os poderes estejam voltados para o bem comum.

Fonte: Teses e Dissertações:


Rosemere de Almeida Aguero: “A CONSTRUÇÃO DO DISCURSO SOBRE O TRABALHO INFANTIL: MÍDIA, IMAGENS E PODER”. (Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Letras, área de concentração Estudos Lingüísticos, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – Câmpus de Três Lagoas,
como requisito parcial para obtenção de título de Mestre em Letras. Orientadora: Profª Drª Vânia Maria Lescano Guerra). Três Lagoas – MS, 2008.

Atividade: Crítica da racionalidade contemporânea.

Com base no texto acima responda:


1) Qual a relação entre a Ciência (biotecnologia, robótica, nanotecnologia etc...),a imprensa, a Política, a religião e a
Escola com a sociedade e controle? Explique em um texto produzido por você em 15 a 20 linhas.

Vídeos de apoio ao tema:


(Marilena Chaui (DCS) 1 Neoliberalismo) https://youtu.be/ByxOFAbFgVA
(Fórum do Pensamento Critico com Marilena Chaui - parte1) https://youtu.be/dciDawIqbu4
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TEXTO EXTRA. ● MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Sociedade de controle.
44 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a Razão Instrumental x Razão Crítica

10 Estratégias da Mídia na Manipulação da Opinião Pública


Bernardo Sommer Psicologia, Sociedade

As dez estratégias utilizadas pelos “donos do poder” para a manipulação e o controle da opinião pública através da
mídia. Muitas publicações atribuem este texto ao filósofo, linguista e ativista político Noam Chomsky. Por tratar-se
de um tema polêmico, considero aberta a discussão, tanto sobre a validade do exposto quanto de sua pretensa
autoria. Confira

1 – Distração:
Um dos principais componentes do controle da opinião pública é a estratégia da distração fundamentada em duas
frentes:
Primeiro, desviar a atenção do público daquilo que é realmente importante oferecendo uma avalanche de
informações secundárias e inócuas, que como uma cortina de fumaça esconde os reais focos de incêndio.
Em segundo, distrair o público dos temas significativos e impactantes tanto na área da economia quanto da ciência
e tecnologia (tais como psicologia, neurobiologia, cibernética, entre outras).
Quando mais distraído estiver o público menos tempo ele terá para aprender sobre a vida e/ou para pensar.

2 – Método Problema-Reação-Solução:
Cria-se um problema ou uma situação de emergência (ou aproveita-se de uma situação já criada) cuja abordagem
dada pela mídia visa despertar uma determinada reação da opinião pública.
Tal reação demanda a adoção de medidas imediatas para a solução da crise.
Usualmente tais medidas já estão praticamente prontas e são aplicadas antes que a população se dê conta de que
essa sempre fora a meta primordial.
Por exemplo:
Valer-se de atentados terroristas para sequestrar da população seus direitos civis. (Depois de 11 de setembro
qualquer cidadão em solo norte-americano pode ser “detido para averiguações” fora ou dentro de sua residência,
sem direito a advogado, ou defesa, exatamente como o que ocorria no Brasil durante a ditadura militar – basta que
se acione a tal lei da Segurança Nacional).
Valer-se do crescimento da violência urbana para aprovar leis de desarmamento completo da população civil.
Valer-se de crises econômicas para fazer retroceder os avanços conquistados nas leis trabalhistas e promover o
desmantelamento dos serviços públicos de assistência aos mais pobres.

3 – Gradação:
É uma estratégia de aplicação de medidas impopulares de forma gradativa e quase imperceptível.
Por exemplo, entre 1980 e 1990 foram aplicadas medidas governamentais que desembocaram no perfil de estado
mínimo, privatizações dos serviços públicos, precariedade da ação do estado (principalmente na segurança, saúde
e educação), flexibilidade das leis trabalhistas, desemprego em massa, achatamento salarial, etc.
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4 – Sacrifício Futuro:
Apresentar com muita antecedência uma medida impopular que será adotada no futuro sempre de forma
condicional, porém com contornos nefastos.
Primeiro para dar tempo para que o público se acostume com a ideia e depois aceitá-la com resignação quando o
momento de sua aplicação chegar.
É mais fácil aceitar um sacrifício no futuro do que um sacrifício imediato tendo-se em conta que existe sempre uma
esperança, mesmo que tênue, de que o sacrifício exigido poderá ser evitado ou que os danos poderão ser
minimizados.
Por exemplo:
Antes da aplicação de um aumento de 10% na tarifa de energia elétrica:
“Se o clima não mudar teremos aumento de 25% no preço da tarifa de energia.”
Na aplicação do aumento da tarifa:
“Devido a um esforço coletivo do governo federal e estadual o aumento acabou se concretizando em apenas 10%.”

5 – Discurso para Crianças:


Emprego de um discurso infantilizado, valendo-se de argumentos, personagens, linguagens, estratégias, etc. como
que dirigido a um público formado exclusivamente por crianças ou por pessoas muito ingênuas.
Quando um adulto é tratado de forma afetuosa como se ele ainda fosse criança observa-se uma tendência de uma
resposta igualmente infantil.

6 – Sentimentalismo e Temor:
Apelar para o emocional de forma ou sentimentalista ou atemorizante com intuito de promover um atraso tanto na
resposta racional quanto do uso do senso crítico. Geralmente tal estratégia é aplicada de forma combinada com a
número 4 e/ou número 5.
A utilização do registro emocional permite o acesso ao inconsciente e promove um aumento da suscetibilidade ao
enxerto de ideias, desejos, medos e temores, compulsões, etc. e à indução de novos comportamentos.
Exemplo:
“Para prevenirmos a ação de terroristas todos os passageiros serão submetidos a uma rigorosa revista antes de
embarcar. Colaborem!”

7 – Valorizar a Ignorância e a Mediocridade:


Manter em alta a popularidade de pessoas medíocres e ignorantes aumentando sua visibilidade na mídia, para que
o estúpido, o vulgar e o inculto seja o exemplo a ser seguido principalmente pelos mais jovens.

8- Desprestigiar a Inteligência:
Apresentar o cientista como vilão e o intelectual como pedante ao mesmo tempo em que populariza a caricatura
do “nerd” ou “CDF” como pessoas ineptas do ponto de vista social e um exemplo a não ser seguido pelos mais
jovens — estimulando, por um lado, a negação da ciência e, por outro, o desprestígio do uso da racionalidade e do
senso crítico.
Geralmente tal realidade se coaduna com a oferta de uma educação de menor qualidade para a população mais
pobre – que não se queixa disso por que é moda ser ignorante.

9- Incentivar e Incurtir a Culpa:


Incutir, incentivar e reforçar a culpa do indivíduo quando do seu fracasso, dividindo assim a sociedade em duas
categorias: a de vencedores e a de perdedores.
O “perdedor” é o indivíduo que não possui habilidades ou competências para alcançar o sucesso que o outro tem.
Daí a grande visibilidade que a mídia oferece a modelos minoritários de beleza e sucesso.
Recordando que apenas alguns poucos seres humanos podem ser enquadrados nesse modelo tão rigoroso que
categoriza, discrimina e impõe o que é belo, jovem, célebre e bem sucedido.
O restante da humanidade deve se conformar com sua condição de perdedor e carregar com resignação esse seu
status.
Ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo resigna-se e conforma-se com sua situação
pessoal, social e econômica, atribuindo seu “fracasso” à sua completa incompetência. Culpar-se constantemente
por isso, atua na formação de um desejado estado depressivo, do qual, origina-se a apatia.

10- Monitoração:
Por meio do uso de técnicas de pesquisa de opinião, mineração de dados em redes sociais e também dos avanços
nas áreas de psicologia e neurobiologia, os donos do poder tem conseguido conhecer melhor o comportamento
128

do indivíduo comum muito mais do que ele mesmo.


Página
A monitoração deste comportamento além de alimentar os dados que aperfeiçoam seu modelo psicossocial,
oferecem informações que facilitam o controle e a manipulação da opinião pública.
http://despertarcoletivo.com/10-estrategias-da-midia-na-manipulacao-da-opiniao-publica/

ATIVIDADE: INTERPRETAÇÃO CRÍTICA SEMIÓCA

Com base no texto acima (anterior) interprete as figuras abaixo


1) Explique a afirmação de Eric Hoffer.

2) O que a figura abaixo quer dizer sobre a mídia?

3) Das 10 Estratégias de Manipulação da Mídia descritas no texto acima, liste quais você entende que NÃO
ocorrem na mídia brasileira?
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TEXTO EXTRA ● MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Sociedade do conhecimento x Sociedade Tecnológica.
45 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender aspectos da sociedade Contemporãnea.

Aspectos relevantes sobre a sociedade da informação e tecnologia.

Conhecimento é poder. Este é o lema da filosofia burguesa moderna que foi largamente utilizado pelo movimento operário europeu do século
XIX. Desde os tempos antigos o conhecimento era visto como algo sagrado pela nobreza que detinha conhecimentos, outros homens se
esforçavam para também acumular e transmitir conhecimentos. O conhecimento era do domínio de poucos e a sua difusão seguia o ritmo da
vida cotidiana, nas universidades, nas indústrias, nas bibliotecas e na vida privada.
O termo “sociedade do conhecimento” é próprio de nossa época, isso não quer dizer que somente agora temos conhecimentos verdadeiros
que outras épocas não alcançaram, mas que hoje há efetivamente um progresso intelectual, um novo significado, uma generalização do
conhecimento na sociedade jamais vista em épocas passadas.
O conceito de “sociedade do conhecimento” tem sido usado como sinônimo de “sociedade da informação”. Talvez isto seja um erro. Será que
vivemos numa sociedade do conhecimento porque somos em todo momento bombardeados por informações transmitidas simultaneamente?.
O problema reside no fato de que talvez estas informações não se traduzam por conhecimentos. Por uma razão simples, nem sempre os
processos de informação passam por uma compreensão mais elaborada do sujeito que leva ao conhecimento como força produtiva da
inteligência. A grande questão é se uma avalanche de informações leva necessariamente à produção de conhecimentos em escala
equivalentes.
É lógico que a produção de conhecimentos não tem efetivamente uma relação direta com o volume de informação, mas esta é fundamental
para alavancar um maior número de ações na busca do conhecimento. Porém, deve-se estar atento sobre a qualidade da informação, se esta
é falsa ou verdadeira, sua origem, e a legitimidade da informação. A Internet é a vitrine da informação. Neste sentido, é valiosa a crítica de
Carlos Heitor Cony (Folha Online), na crônica entitulada “Mentira e Verdade”:
“Alguns estudiosos afirmam que a mercadoria mais importante do mundo moderno é a informação. Pensando bem, foi sempre mais ou menos
assim. Quem detinha a informação era poderoso... daí que a mídia foi elevada a quarto poder, tese contra a qual sempre me manifestei,
achando que a mídia é uma força mas não o poder.
Com a chegada da Internet, suas imensas e inesperadas oportunidades, o monopólio da informação pulverizou-se. Os jornais, creio eu, foram
os primeiros a sentir o golpe, os livros logo em seguida, havendo até a previsão de que ele acabará na medida em que se limitar ao seu atual
desenho gráfico, que vem de Gutemberg.
Acontece que, mais cedo ou mais tarde, a mídia impressa ficará dependente não dos seus quadros profissionais, de sua estrutura de captação
das informações. Qualquer pessoa, a qualquer hora do dia ou da noite, acessando blogs e sites individualizados, ficará por dentro do que
acontece ou acontecerá.
Na atual crise que o país atravessa, a imprensa em muitas ocasiões foi caudatária do que os blogs informavam duas, três vezes ao dia. Em
termos de amplidão, eles sempre ganharão de goleada da imprensa escrita e falada.
O gigantismo da Internet tem porém pés de barro. Se ganha no alcance, perde no poder de concentração e análise. Qualquer pessoa,
medianamente informada ou sem informação alguma, pode manter uma fonte de notícias ou comentários com responsabilidade zero,
credibilidade zero, coerência zero.
O mercado da informação, que formaria o poder no mundo moderno, em breve estará tão poluído que dificilmente saberemos o que ainda
não sabemos: o que é mentira e o que é verdade”.
A educação tem o papel fundamental de ser mediadora entre a informação e o conhecimento, restabelecendo o poder de concentração e
análise para que tenhamos pessoas com o senso crítico desenvolvido, que possam discernir o que é verdadeiro do que é falso, tornando-se
autônomas diante de um universo de informações, muitas vezes, contraditórias pelos seus próprios fundamentos.
Estas pessoas conhecedoras das realidades com as quais se convive, aliadas à tecnologia que lhe disponibiliza o acesso ao conhecimento, se
tornarão, a um só tempo, espectadoras e atoras de feitos intelectuais extraordinários que despertem a consciência de si para o verdadeiro
sentido da vida, como essência auto-organizadora capaz definir o que é melhor para si e para a sociedade. Referências:CONY, Carlos Heitor.
Mentira e verdade. Folha Online. Acessado em: 13.ago.2006.
KURZ, Robert. A ignorância da sociedade do conhecimento. Jornal Folha de São Paulo. 13/01/2002. p. 14-15

Atividade: (Em Grupo). Ler o texto e Escolher um dos Filmes abaixo para assistir e elaborar um
texto comparativo entre os dois (texto acima e Filme). O texto comparativo (produzido pelo
Grupo) deverá ser apresentado em sala para os demais grupos.

Sugestões de Filmes :“ Controle Absoluto”, “A Ilha”, “ Celular” ,13º andar”, Matrix I.


130 Página
TEXTO EXTRA ● MATÉRIA: Epistemologia. ( Teoria do Conhecimento)
● TEMA/PROBLEMA: Sociedade do conhecimento x Sociedade Tecnológica.
46 ● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Compreender a síntese da Matéria.

''Distrações digitais'' emburrecem a juventude, afirma especialista.


Professor dos EUA diz que muitas horas de Orkut e MSN levam jovens a só conviverem entre si
02 de junho de 2008 | 0h 00

Patrícia Campos Mello, WASHINGTON - O Estadao de S.Paulo


Uma série de pesquisas realizadas nos últimos anos mostra que a ignorância dos jovens americanos é epidêmica. Em levantamento de
2002, 52% dos jovens escolheram Japão, Alemanha ou Itália como aliados dos Estados Unidos na 2ª Guerra Mundial. Em uma pesquisa de
1998, só 41% sabiam apontar os três poderes do governo (Executivo, Legislativo e Judiciário), enquanto 59% sabiam identificar os Três
Patetas pelo nome. Mais de 64% sabiam o nome do último vencedor do American Idol, mas só 10% sabiam o nome da presidente da
Câmara dos EUA. E 25% não sabiam que Dick Cheney é o vice-presidente do país.
Para Mark Bauerlein, professor da Universidade Emory, em Atlanta, e ex-diretor de Pesquisa e Análise na Fundação Nacional para as Artes,
são as "distrações digitais" como mensagens instantâneas, sites de relacionamento como Orkut, MySpace e Facebook, e mensagens de
texto pelo celular que estão emburrecendo a juventude. Em seu livro The dumbest generation: How the digital age stupefies young
americans and jeopardizes our future (A mais burra das gerações: como a era digital esta emburrecendo jovens americanos e ameaçando
nosso futuro), que acaba de ser lançado e vem causando polêmica, Bauerlein argumenta que o excesso das chamadas "distrações digitais"
está por trás da crescente falta de cultura dos jovens.

"Os jovens de hoje são tão mentalmente competentes quanto os de 20 anos atrás, e têm muito mais oportunidades de adquirir
conhecimentos, mas eles estão deixando de lado os hábitos intelectuais e se dedicando cada vez mais à comunicações ?peer to peer?
(compartilhamento de arquivos online)", disse Bauerlein ao Estado. "Se você entra no quarto de um jovem de 15 anos vai encontrar o iPod,
TV, computador, videogame, e tudo isso vem antes do livro na escala de prioridades."

De acordo com o Panorama de Aplicação dos Estudantes, 55% dos alunos de ensino médio estudam ou lêem menos de uma hora por
semana. Em contrapartida, passam nove horas navegando em sites de relacionamento. Estudo de 2005 da Kaiser Foundation mostra que,
em um dia, em média, jovens de 8 a 18 anos assistem à TV durante 3 horas e 4 minutos, passam 48 minutos navegando na internet, 14
minutos lendo revistas, 23 minutos lendo livro, 49 minutos jogando videogame, 32 minutos assistindo a DVD. "Eles tiraram toda sua
concentração de livros, revistas, jornais ou museus e transferiram para diversões virtuais."

Mas será que todos esses instrumentos digitais não trazem conhecimento também? "Se eles usassem a internet para entrar no site da
Galeria Nacional de Artes, seria maravilhoso; mas nove dos dez endereços de internet mais visitados por jovens são de sites de
relacionamento, segundo a Nielsen."

O problema, alerta Bauerlein, não é a tecnologia, mas o uso que se faz dela. "Os adolescentes de 15 anos só se importam com o que outros
adolescentes pensam. Isso sempre foi assim. Mas hoje a tecnologia permite que os adolescentes estejam em contato entre eles, excluindo
os adultos, 24 horas por dia." Os jovens ficam em contato o dia inteiro, por meio do celular, páginas da internet, mensagens instantâneas.
"A tecnologia ligou os jovens de uma forma tão intensa que os relacionamentos com adultos estão diminuindo. Eles estão cada vez menos
maduros, prolongando a adolescência até os 30 anos."

E como lidar com essa onipresença de distrações digitais? "Não se trata de eliminar esses instrumentos da vida dos jovens, não se pode
fazer isso; mas é preciso chegar a um equilíbrio", diz. "Os pais deveriam estabelecer um determinado período, por exemplo, uma hora por
dia, em que jovens e adultos precisam estar totalmente desconectados de qualquer coisa, e se dedicam a ler."

E nada de fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo - falar no celular e mandar e-mail, ouvir música e navegar. Para ele, essa é uma das
pragas modernas. "Uma pessoa não consegue ler enquanto faz outra coisa."http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,distracoes-
digitais-emburrecem-a-juventude-afirma-especialista,182306,0.htm

Atividade de Reflexão Crítica:


Em grupo assistam ao vídeo abaixo e responda as questões abaixo para discussão em sala.
http://youtu.be/M0do_ye-R00 e http://youtu.be/rADi9l5gcq0

1) Os produtos tecnológicos de nosso tempo é um bem ou um mal ao homem?


Justifique.
2) Você acha que o homem será dominado pelas máquinas/ Justifique.
3) Que reflexões o texto provocou em você? Cite algumas.
131
Página
RECUPERAÇÃO FINAL

● MATÉRIA: Epistemologia (Teoria do Conhecimento).


● TEMA/PROBLEMA: O que é EPISTEMOLOGIA?
● OBJETIVO DA ATIVIDADE: Síntese do assunto estudado.

Nome............................................................................................nº.......... Turma:........

Questões de Conclusão da Matéria


 Com base nos estudos desta apostila e nas aulas dada responda as questões abaixo com suas palavras:

02) O que são: a) Filosofia e Epistemologia? Descreva a diferença entre elas.

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03) O que é um pensamento Crítico? D^}e um exemplo.

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04) Como se começa a Filosofar? Marque os principais pontos do Filosofar em sua resposta.

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05) Quais as quatro perguntas de uma investigação Filosófica? Escolha uma e explique.

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06) Qual a diferênça entre Ciência e Filosofia? Marque o principal ponto na sua resposta.
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07) O que é Senso Comum? Dê um exemplo e explique por que é senso comum?
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Página

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08) Qual a diferença entre DOXA e EPISTEME?

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09) O que faz a Ciência ser Ciência? Explique.

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10) A Ciência é Neutra eticamente? Justifique sua resposta.


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11) Qual a Finalidade da Ciência? Marque a principal.

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12) Quais os tipos de conhecimento? E qual é o mais abrangente? Explique por quê?

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Obs
: Todas as questões deste exercício estão nos textos desta apostila e os temas foram trabalhados em aulas.

As questões devem ser respondidas a caneta e quando solicitado entregar ao professor para correção e
avaliação.

CORREÇÃO DO PROFESSOR NOTA


133
Página
FOLHA DE EXERCÍCIO DE PRODUÇÃO DE TEXTO

TÍTULO (FAÇA POR ULTIMO)


INTRODUÇÃO

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1º PARÁGRAFO (Tese)

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2º PARÁGRAFO (Antitese)

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Conclusão (Síntese)

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Nome do Aluno(a) ----------------------------------------------------------------Turma:--------------Data:--------------------

Observações do Professor:
134
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INDICAÇÃO DE SITES DE PESQUISA EM FILOSOFIA

https://guiadoestudante.abril.com.br/especiais/especial-filosofia/

https://www.todoestudo.com.br/filosofia

https://www.todoestudo.com.br/sociologia

http://filosofia.com.br/

https://criticanarede.com/filosofia.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia

https://brasilescola.uol.com.br/filosofia

https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/filosofia/o-que-filosofia.htm

INDICAÇÃO DE VÍDEOS YOUTUBE

http://youtu.be/BpQ_C5HaxzA
socrates, platão e aristóteles

http://youtu.be/KcujZd3JDtg
Vida examinada sócrates)

Video animado – Sócrates http://youtu.be/lquq1Wypk_4

Sócrates, Platão, Aristóteles , Descartes e http://youtu.be/BpQ_C5HaxzA *


Rousseau
http://youtu.be/bK09eEvzpCY
Platão
http://youtu.be/bK09eEvzpCY
E mito da caverna
http://youtu.be/2S0_-EQO8wc

http://youtu.be/GVEP3c0GGyM
http://youtu.be/GVEP3c0GGyM
Aristóteles – filme
Aristóteles – filme
135

http://youtu.be/H5ULWc1Gabs
http://youtu.be/f1MVPaf2AgM
http://youtu.be/_YtgMwv_b_A
Página

http://youtu.be/LPIhYbk0XbI
http://youtu.be/H5ULWc1Gabs
http://youtu.be/f1MVPaf2AgM
biografia Aristóteles
http://youtu.be/_YtgMwv_b_A
http://youtu.be/LPIhYbk0XbI

http://youtu.be/8uru60xR54w
Aristóteles

http://youtu.be/4eBkciPIh-E
filósofos gregos
http://youtu.be/uJGXwuK_2s0 ( muito bom)

Tobias Barreto biograf http://www.youtube.com/user/STF?v=Cs-3c6vrULs

http://youtu.be/7urd9KagyRs
Noam Cronsk – mídia
Jessé – radiografia do golpe https://youtu.be/BXPxZletuCs

http://youtu.be/M3oLEGlzs6k
http://youtu.be/6xNlh6GznrQ
http://www.youtube.com/watch?v=n3Wc-zHu_Zc
Rene descartes

http://youtu.be/70jFf1DqciA
Rousseau
história das Histórias da Filosofia – Olavo de http://youtu.be/Spr1uS60Cc0
Carvalho
http://youtu.be/GVxr3hhIp_8

(Filosofia da Ciência) http://youtu.be/KkPm9vOa5Rk

http://youtu.be/T_7cGSJqfls
Filosofia da Ciência – parte 1”
http://youtu.be/eybxVsoFbxM

http://youtu.be/aBKW3hCOFAQ

critica a mídia, ciência, trans-humanidade, http://youtu.be/rpQy6dFWPWM


educação sexual
http://youtu.be/rGc8ZsZZN9I ***

http://youtu.be/c7FK0wXkCdI
ética, justiça, moral
Galileu http://youtu.be/M3oLEGlzs6k

http://youtu.be/3kTJ-VWJqIs
processo de maniipulação das massas
http://youtu.be/6Qwl31gXFpk
filosofia na universidade
http://youtu.be/N8xRA4Iv_Tw
Filosofia na universidade
http://youtu.be/KcujZd3JDtg
( O mito da caverna e a vida de sócrates)
Marilena Chaui
Internet e informática
https://youtu.be/dciDawIqbu4
Sociedade tecnológica

Neoliberalismo
Neoliberalismo https://youtu.be/ByxOFAbFgVA
136
Página
INDICAÇÃO DE LIVROS

Indicações de Livros Introdução à Filosofia para o Ensino Médio

Convite À Filosofia
Autor: Chaui, Marilena de Souza
Editora: Ática

Iniciação À História da Filosofia


Autor: Marcondes, Danilo
Editora: Jorge Zahar

Guia Ilustrado Zahar de Filosofia


Autor: Law, Stephen
Editora: Jorge Zahar

Para Além do Bem e do Mal - Prelúdio a uma Filosofia do Futuro


Autor: Nietzsche, Friedrich
Editora: Martin Claret

Temas de Filosofia
Autor: Aranha, Maria Lucia de Arruda
Editora: Moderna

Filosofia - Coleção Referência


Autor: PAPINEAU , DAVID
Editora: Publifolha

Antologia Ilustrada de Filosofia - Das Origens À Idade Moderna


Autor: Nicola, Ubaldo
Editora: Globo Editora

Curso de Filosofia - Para Professores e Aluno


Autor: Rezende, Antonio
Editora: Jorge Zahar

Historia da Filosofia
Autor: Magee, Bryan
Editora: Loyola

Textos Básicos de Filosofia


Autor: Marcondes, Danilo
Editora: Jorge Zahar

Introdução a História da Filosofia


Autor: Chaui, Marilena
Editora: Cia das Letras
137
Página
SOUZA, José Cavalcante de, (Org.). Os Pré-Socráticos. Fragmentos. Doxografia e
Comentários. São Paulo: Nova Cultural/Pensadores, l985.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

BRUN, Jean. Sócrates, Platão e Aristóteles. Lisboa: Dom Quixote, 1994.

GUTHRIE, W.K.C. Os Filósofos Gregos. De Tales a Aristóteles. trad. de Maria José

Vaz Pinto, Lisboa, Presença, 1987.

. O mundo de Sofia ( Jostein Gaaerder)

. Sociedade Tecnológica ( Ciro Marcondes Filho)

. Sócrates; vida e pensdamento ( Ed. Martin Claret)

. Conversando sobre ética e sociedade ( Josue Cândido da Silva)

. Ética ( Sebastião Martins).

. Textos Básicos de Ética ( Danilo Marcondes).

. Introdução à Filosofia ( Baptista Mondin).

. Filosofia da Ciência ( Ruben Alves).

. “Origem da desigualdade Entre Os Homens” ( Jean-Jacques Rousseau).

138
Página
Clássicos de Filosofia:

Platão = Diálogos
Platão escreveu, principalmente, na forma de diálogos. Esses escritos, considerados autênticos, são,
provavelmente em ordem cronológica :
1. Hípias menor: trata do agir humano;
2. Primeiro Alcibíades: trata da doutrina socrática do auto-conhecimento;
3. Segundo Alcibíades : trata do conhecimento;
4. Apologia de Sócrates: relata o discurso de defesa de Sócrates no tribunal de Atenas;
5. Eutífron: trata dos conceitos de piedade e impiedade;
6. Críton: trata da justiça;
7. Hípias maior: discussão estética;
8. Hiparco: ocupa-se com os conceitos de cobiça e avidez;
9. Laques: trata da coragem;
10. Lísis: trata da amizade/amor;
11. Cármides: diálogo ético;
12. Protágoras: trata do conceito e natureza da virtude;
13. Górgias: trata do verdadeiro filósofo em oposição aos sofistas;
14. Mênon: trata do ensino da virtude e da rememoração (anamnese);
15. Fédon: relata o julgamento e morte de Sócrates e trata da imortalidade da alma;
16. O Banquete: trata da origem, as diferentes manifestações e o significado do amor sensual;
17. Fedro: trata da retórica e do amor sensual;
18. Íon: trata de poesia;
19. Menêxeno: elogio da morte no campo de batalha;
20. Eutidemo: crítica aos sofistas;
21. Crátilo: trata da natureza dos nomes;
22. A República: aborda vários temas, mas todos subordinados à questão central da justiça;
23. Parmênides: trata da ontologia. É neste diálogo que o jovem Sócrates, a personagem, defende
a teoria das formas que é duramente criticada por Parmênides;
24. Teeteto: trata exclusivamente da Teoria do Conhecimento;
25. Sofista: diálogo de caráter ontológico, discute o problema da imagem, do falso e do não-ser;
26. Político: trata do perfil do homem político;
27. Filebo: versa sobre o bom e o belo e como o homem pode viver melhor;
28. Timeu: trata da origem do universo.
29. Crítias: Platão narra aqui mito de Atlântida através de Crítias (seu avô). É um diálogo
inacabado;
30. Leis: aborda vários temas da esfera política e jurídica. É o último (inacabado), mais longo e
complexo diálogo de Platão;
31. Epidômite
32. Epístolas: Cartas (dentre as quais, somente a de número 7 (sete) é considerada
139
Página
Platão -Tetralogias

Há, na Antiguidade, duas classificações das obras de Platão: a trilógica, de Aristófanes de Bizâncio, e a
tetralógica, de Trasilo. Segundo Diógenes Laércio, as 9 tetralogias são:

 I. Eutífron, Apologia de Sócrates, Críton, Fédon


 II. Crátilo, Teeteto, Sofista, Político
 III. Parmênides, Filebo, Banquete, Fedro
 IV. Primeiro Alcibíades (1), Segundo Alcibíades (2), Hiparco (2), Os amantes (2)
 V. Theages (2), Carmides, Laques, Lísis
 VI. Eutidemo, Protágoras, Górgias, Mênon
 VII. Hipias (maior) (1), Hípias (menor), Íon, Menéxenes
 VIII. Clitófon (1), A República, Timeu, Crítias
 IX. Minos (2), Leis, Epínomis (2), Sétima carta (1).

Muitos diálogos não inclusos nas tetralogias de Trasilo circularam com o nome de Platão, ainda que fossem
considerados espúrios (notheuomenoi) até mesmo na Antiguidade.

 Axíocho (2), Definições (2), Demódoco (2), Epigramas, Eríxia (2), Halcyon (2), Da Justiça (2), Da Virtude
(2), Sísifo (2).

Os diálogos que estão marcados com (1) nem sempre são atribuídos a Platão, e os marcado com (2) são
considerados apócrifos. Os que não estão marcados são de autoria certa. O critério para a atribuição é variado,
mas geralmente são consideradas obras de Platão as que são citadas por Cícero ou Aristóteles, ou referidas
pelo próprio autor em outros textos.

Aristóteles:

. Da Interpretação.

. Das Virtudes e Vicios

. Política

ARISTOTELES. Ética a Nicômacos. traduções de Mário da Gama Cury, Brasília, Edunb,

l992; e de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da edição inglesa W.D.Ross, São Paulo:
Abril Cultural, l979.

ARISTÓTELES. Metafísica. traduções de Valentín García Yebra, Edição trilingüe,


Madrid, Gredos, l982; de Jean Tricot, Paris, Vrin, l970; e de Leonel Vallandro,

Porto Alegre: Globo, l969.

Dicionários/Enciclopédias (de Filosofia)

 AUROUX, Sylvain; WEIL, Yvonne - Dicionário de Filosofia. Lisboa: Asa, 1993

 BLACKBURN, Simon - Dicionário de Filosofia. Lisboa: Gradiva, 1997

 BRUGGER, Walter - Dicionário de Filosofia. São Paulo: Editora Herder, 1962

 BRANQUINHO, João; MURCHO, Desidério (org) - Enciclopédia de termos lógico-filosóficos. Lisboa:


Gradiva, 2001
140

 CLÉMENT, Élisabeth et al. - Dicionário Prático de Filosofia. Lisboa: Terramar, 1997

 COMTE-SPONVILLE, André - Dictionnaire philosophique. Paris: Presses universitaires de France, 2001


Página

[ver verbete Honra]

 FERRATER MORA, José - Diccionario de Filosofía. 5ª ed. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 1965. 2
volumes [existe uma versão portuguesa abreviada das Publicações Dom Quixote, Lisboa, 4ª ed., 1978]

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