PEDIATRIA
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FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS (FSSL)
DEFINIÇÃO: TEMPERATURA AXILAR > 37,2-37,3ºC (ou > 37,8ºC). Não há consenso na literatura em relação ao valor, mas
geralmente a banca da prova não vai colocar valores limítrofes!
FEBRE SEM FOCO
Atenção aqui! Dentro desse termo, podemos encontrar 2 situações distintas: febre sem sinais localizatórios (FSSL) e febre de origem
indeterminada (FOI). Não é a mesma coisa, mas o que muda é basicamente o critério temporal.
FEBRE DE ORIGEM INDETERMINADA (FOI): febre com DURAÇÃO > 3 SEMANAS, em que já foi realizado investigação
ambulatorial; ou > 1 semana em que já foi realizada investigação hospitalar. Não é o foco da discussão!
FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS (FSSL): febre com ATÉ 7 DIAS sem causa evidente após anamnese e exame físico.
CAUSAS:
(1) DOENÇA INFECCIOSA AUTOLIMITADA
(2) FASE PRODRÔMICA DE UMA DOENÇA BENIGNA (exemplo: exantema súbito)
(3) INFECÇÃO BACTERIANA GRAVE
▪ BACTEREMIA OCULTA → refere-se a presença de bactéria em hemocultura, em uma criança febril, sem infecção localizada e com pouco ou nenhum
achado clínico, sem histórico, exame físico e exames laboratoriais sugestivos de infecção bacteriana. Embora a maioria dos episódios de BO tenha
resolução espontânea, às vezes podem ocorrer complicações sérias, como pneumonia, meningite, artrite séptica, osteomielite, sepse e morte.
▪ ITU
▪ PNEUMONIA OCULTA
▪ Outras: ARTRITE SÉPTICA, MENINGITE, etc.
É toda infecção bacteriana que acarreta risco de morbidade ou mortalidade, caso ocorra atraso em seu diagnóstico. O conceito de doença bacteriana grave inclui:
infecção urinária, pneumonia, bacteremia oculta, meningite bacteriana, artrite séptica, osteomielite, celulite e sepse.
Um paciente adulto com FSSL não gera “tanta” preocupação. Na criança, entretanto, não é bem assim... QUANTO MENOR A IDADE, PIOR O
PROGNÓSTICO RELACIONADO A FSSL.
CONDUTA:
CRITÉRIOS DE ROCHESTER
(1) COMPROMETIMENTO DO ESTADO GERAL/TOXEMIA: internação hospitalar + exames + culturas
+ ATB empírico
(2) BOM ESTADO GERAL: a conduta varia conforme a idade!
▪ MENOR DE 1 MÊS: INTERNAÇÃO + EXAMES + CULTURAS
(sangue, urina, líquor) + ATB EMPÍRICO
▪ 1-3 MESES: PESQUISA DE VÍRUS RESPIRATÓRIO (PVR) +
HEMOGRAMA + URINA EAS (alguns autores recomendam apenas o exame de
urina). Além desses exames, conduta adicional pode ser feita a depender do risco de evoluir
para infecção bacteriana grave (através da classificação de Rochester). Segue ao lado: Departamento de Pediatria USP
❖ Baixo risco: ACOMPANHAMENTO
❖ Alto risco: INTERNAÇÃO + EXAMES + CULTURAS + ATB EMPÍRICO
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PEDIATRIA
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Departamento de Pediatria USP
RN COM FEBRE = TOLERÂNCIA ZERO! INTERNAR E COMEÇAR ATB EMPÍRICO!
3-36 MESES:
Aqui a conduta é um pouco diferente, porque se essa criança foi vacinada, o risco de bacteremia oculta por pneumococo e hemófilos é menor!
▪ VACINADA: PVR + CONSIDERAR EAS/UROCULTURA (de acordo com alguns atores como ausência de circuncisão, sexo feminino)
▪ NÃO VACINADA: A CONDUTA VAI DEPENDER DA TEMPERATURA
❖ TAX < 39ºC: reavaliação + considerar EAS/urocultura
❖ TAX > 39ºC: depende do exame de urina EAS
✓ EAS ALTERADO: tratar ITU
✓ EAS NORMAL: prosseguir investigação com hemograma
➢ SE LEUCÓCITOS ENTRE 10.000-20.000: acompanhar
➢ SE LEUCÓCITOS > 10.000-20.000: prossegue com investigação (RX, hemocultura) e trata de acordo com a suspeita.
Departamento de Pediatria USP
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PEDIATRIA
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Aspectos Práticos no Manejo da Febre
- NEM SEMPRE O TRATAMENTO É NECESSÁRIO! Instituir o tratamento somente se toxemia, queda do estado geral, presença de doença de
base que possa descompensar, etc.
- NÃO há indicação de ASSOCIAR ou INTERCALAR antipiréticos!
- NÃO usar MÉTODOS FÍSICOS (compressa gelada, banho gelado, etc)
Departamento de Pediatria USP
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