A Indumentária do Maçom em
Loja e quando surgiu
15/09/2008
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A indumentária do Maçom em Loja,
que remonta à Maçonaria Operativa
(guildas de pedreiros), é um conjunto
de vestes e acessórios que
simbolizam o trabalho e a igualdade
entre os membros. A origem dessa
vestimenta remonta a séculos, com o
balandrau sendo uma peça-chave.
Elaboração:
Balandrau:
O balandrau, uma veste de trabalho
usada pelos pedreiros, foi adotado
como símbolo de igualdade e
fraternidade na Maçonaria moderna.
Avental:
O avental, que protegia as roupas dos
operários, tornou-se um símbolo do
trabalho e da responsabilidade,
essencial para a participação nos
trabalhos da Loja.
Outros acessórios:
Dependendo do rito e da ocasião,
podem ser usados outros acessórios,
como chapéus, luvas e outros itens
que também possuem significados
simbólicos.
Trajes:
A indumentária também pode incluir
trajes, como ternos ou parelhas,
usados em sessões mais formais.
Origens:
Maçonaria Operativa:
A Maçonaria Operativa, que existia
antes da Maçonaria moderna, já
utilizava vestimentas e acessórios
que refletiam o trabalho dos
pedreiros.
Maçonaria Moderna:
A Maçonaria moderna, que surgiu no
século XVIII, continuou a usar esses
elementos, adicionando-lhes novos
significados simbólicos e filosóficos.
Evolução:
A indumentária foi evoluindo ao longo
do tempo, com diferentes ritos e
tradições adotando variações e
adaptações.
Em resumo, a indumentária do
Maçom em Loja é uma tradição com
raízes na Maçonaria Operativa, que
evoluiu para se tornar um sistema de
vestes e acessórios que simbolizam o
trabalho, a igualdade e a fraternidade
entre os membros da Maçonaria
Existe um código de vestuário que
define como os maçons se devem
apresentar em Loja, como devem ir
vestidos.
Esse código de vestuário varia de
Obediência para Obediência, até de
Loja em Loja, pode variar consoante
as estações do ano e busca,
essencialmente, garantir dois
objectivos: o pontuar do decoro e da
dignidade da presença do maçon em
Loja e a manifestação do princípio,
básico da Maçonaria, da Igualdade,
pela semelhança da apresentação de
todos os seus elementos, qualquer
que seja a sua origem, posição social
ou fortuna.
A exigência do uso de determinado
tipo de vestuário marca, em primeiro
lugar, que a presença em Loja deve
ser, para o maçon um acto digno, um
evento importante, na sua vida. Não
se vai à Loja como se vai à praia, ou
se está descontraidamente num
churrasco com os amigos.
Está-se com amigos, entre Irmãos,
está-se descontraído, mas não em
lazer, antes em trabalho – no mais
digno trabalho do Homem, o
autoaperfeiçoamento.
Por outro lado, em Maçonaria todos
são Iguais. Iguais perante o Grande
Arquiteto do Universo, iguais porque
todos imperfeitos, iguais porque
buscando o mesmo objetivo, iguais na
entreajuda. O uso de vestuário similar
ilustra essa igualdade de condição.
Em Loja todos se apresentam de
forma muito semelhante. Não será
pelo que cobre cada maçom em Loja
que se distinguirá o pobre do rico, o
letrado do trabalhador manual, o
bem-nascido do que sobe na vida a
pulso.
O código de vestuário varia bastante
de Obediência para Obediência, em
função da cultura, do meio
envolvente, dos hábitos sociais,
desde a maior exigência à maior
descontracção.
Na Loja onde fui iniciado, a minha
Loja-mãe, a Loja Miguel de Cervantes
y Saavedra, Loja trabalhando (mais
ou menos) em língua castelhana,
integrada na Grande Loja dos Maçons
Antigos Livres e Aceites da Alemanha
e reunindo ao Oriente de Bona, o
código de vestuário era estrito e
exigente: só se podia comparecer em
Loja de smoking! Essa era a regra
naquela Obediência e é a regra em
outras, sobretudo nos países mais
ricos (e de climas menos quentes…).
Nos Estados Unidos, país grande e
diversificado, o código de vestuário
varia de Grande Loja para Grande
Loja e até de Loja para Loja, muito em
função da localização, ambiente e
cultura envolventes. Aqui exige-se
smoking, ali demanda-se fato escuro,
acoli exige-se smoking aos Oficiais da
Loja, mas os demais membros podem
comparecer apenas trajando fato
escuro, acolá basta uma camisa
lavada e botas limpas, que o meio é
rural e é tudo gente de trabalho no
campo, sem tempo nem disposição
para grandes aperaltos…
Nas Lojas da GLLP/GLRP, o maçom
deve apresentar-se trajando de fato
escuro (preto, azul ou cinzento
escuro), camisa branca lisa e gravata
preta ou laço da mesma cor. É,
porém, permitida a utilização de
“traje de Verão”, constituído por
calças escuras (pretas, azuis ou
cinzentas escuras), camisa branca e
laço preto ou gravata preta. A
utilização de traje de Verão ocorre por
decisão do Venerável Mestre da Loja e
decorre, obviamente, da temperatura
ambiente na altura da reunião.
Recentemente, foi admitida também
a utilização de balandrau negro,
cobrindo todo o vestuário, caso em
que deixa de existir qualquer
especificação quanto ao vestuário
coberto. Esta possibilidade foi
introduzida em resposta à
necessidade de ultrapassar as
dificuldades que vários obreiros
sentiam quando as reuniões têm
lugar em horário imediatamente a
seguir ao horário laboral.
Efetivamente, muitos Irmãos não
tinham tempo para, terminado o seu
horário de trabalho, irem a casa
mudar de roupa e chegar
pontualmente ao local de reunião.
Com o uso de balandrau negro,
cobrindo a roupa que foi usada no dia
de trabalho, qualquer que ela seja,
assegura-se as desejadas dignidade e
similitude, ultrapassando-se o
problema.
Maçonaria é também isto: o respeito
pela Tradição com adaptação às
exigências do tempo e do lugar.
In Blog “A Partir Pedra” – Texto de Rui
Bandeira (25.10.07)
https://www.freemason.pt/?
s=A+Indument%C3%A1ria+do+Ma
%C3%A7om+em+Loja+
https://www.freemason.pt/indu-mac/