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NOVO LINHAS DA HISTÓRIA 11
D5 O liberalismo – ideologia e revolução, modelos e práticas nos séculos XVIII e XIX
1. A implantação do liberalismo em Portugal
2. O legado do liberalismo na primeira metade do século XIX
FICHA 5 O liberalismo: consolidação do projeto liberal
DOC. 1 | UM OLHAR SOBRE A EUROPA PÓS-REVOLUCIONÁRIA (1830)
A grande aliança, esta união moral que [...] foi qualificada de verdadeira instituição europeia, esta união que [...]
foi designada sob o epíteto* de Santa Aliança [...], na qual os adeptos do liberalismo não viram senão uma
conspiração do despotismo contra as liberdades legais, que em muitos países os espíritos maliciosos
denunciaram como o início de um plano executado pelas potências preponderantes no sentido de dominarem os
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Estados da segunda ou terceira ordem [...].
O que foi esta aliança na realidade? Não lhe conheci outro objetivo senão o de tornar as potências europeias
solidárias na manutenção da paz pública. A base da aliança, a sua palavra de ordem, a sua aplicação diária, foi o
respeito pela independência real de todos os Estados, a conservação das relações de amizade entre todos os
governos quando uma dificuldade põe em causa a paz, e por fim o respeito [...] pelos direitos, por tudo o que
existe legalmente.
Metternich, Carta ao conde de Ficquelmont, embaixador da Áustria na Rússia, fevereiro de 1830.
*Qualificação.
1. A referência à “grande aliança, [...] que [...] foi qualificada de verdadeira instituição europeia” (Doc. 1, l. 1) está
relacionada com a…
(A) Quádrupla Aliança, destinada a reorganizar a Europa depois do fim do Império napoleónico.
(B) Tríplice Aliança, destinada a combater os exércitos revolucionários.
(C) Triple Entente, destinada a combater os exércitos contrarrevolucionários.
(D) Quarta Coalisão, destinada a combater os exércitos franco-prussianos.
2. A afirmação de que “os adeptos do liberalismo não viram senão uma conspiração do despotismo contra as
liberdades legais” (Doc. 1, ll. 2-3) relaciona-se com a valorização da…
(A) soberania nacional sobre a legitimidade dinástica.
(B) origem divina do poder sobre a soberania nacional.
(C) soberania nacional sobre a origem divina do poder.
(D) legitimidade dinástica sobre a soberania nacional.
3. A referência ao “plano executado pelas potências preponderantes no sentido de dominarem os Estados da
segunda ou terceira ordem [...]” (Doc. 1, ll. 4-5) remete para a ideia da criação de um novo sistema europeu,
designado…
(A) Concerto de Viena.
(B) Concerto Europeu.
(C) Concerto Legitimista.
(D) Concerto Soberano.
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4. A afirmação “Não lhe conheci outro objetivo senão o de tornar as potências europeias solidárias na manutenção da
paz pública” (Doc. 1, ll. 6-7) está relacionada com as decisões tomadas…
(A) na Congresso de Berlim em 1864.
(B) no Congresso de Paris em 1820.
(C) no Congresso de Viena em 1815.
(D) no Congresso de Londres em 1814.
5. A afirmação “A base da aliança [...] foi [...] o respeito [...] pelos direitos, por tudo o que existe legalmente” (Doc. 1, ll.
6-10) destaca uma das características da nova ordem internacional…
(A) a manutenção das fronteiras europeias do tempo do Império Napoleónico.
(B) a manutenção no trono dos soberanos apoiados por Napoleão Bonaparte.
(C) a restauração das fronteiras europeias pré-revolucionárias.
(D) a conquista territorial levada a cabo pelos soberanos da Prússia e da Áustria.
DOC. 2 | A PROCURA DE EQUILÍBRIO EUROPEU APÓS O CONGRESSO DE VIENA
[...] Os políticos de Viena concluíram que a Europa estaria mais segura se a França estivesse relativamente
satisfeita, e não ressentida e descontente. A França foi privada das conquistas, mas as “antigas” fronteiras – isto
é, pré-revolucionárias – foram garantidas, embora tal representasse um território consideravelmente mais vasto
[...]. Castlereagh*, ministro dos Negócios Estrangeiros do mais implacável inimigo de Napoleão, defendeu: “Os
contínuos excessos da França ainda poderão, sem dúvida, conduzir a Europa [...] a um desmembramento [...] 5
[mas] permitem aos aliados experimentar mais esta oportunidade de assegurarem a paz, pela qual tanto anseiam
todas as potências da Europa, com a certeza de que, se se sentirem desiludidos [...] pegarão novamente em
armas, não apenas com as posições de comando nas mãos, mas também com aquela força moral capaz de
manter unida uma tal confederação [...]”.
Henry Kissinger, Diplomacia, Gradiva, Lisboa, 2007, p. 68.
*Ministro inglês dos Negócios Estrangeiros.
6. Nomeie o acontecimento implícito na afirmação “[...] Os políticos de Viena [...]” (Doc. 2. l. 1).
7. A afirmação “A França foi privada das conquistas [...]” (Doc. 2, l. 2) aponta para as conquistas territoriais
realizadas…
(A) pelos exércitos napoleónicos.
(B) pelos exércitos revolucionários de 1789.
(C) pelos exércitos contrarrevolucionários.
(D) pelos exércitos de Napoleão III.
8. Nomeie a designação atribuída ao sistema criado em 1815 que possibilitou “[assegurar] a paz, pela qual tanto
anseiam todas as potências da Europa” (Doc. 2, ll. 6-7).
DOC. 3 | A SITUAÇÃO EUROPEIA APÓS A DERROTA DE NAPOLEÃO I, IMPERADOR DOS FRANCESES
Os homens que reconstruíram a Europa em 1814-1815 e os que viveram sob a sua autoridade eram perseguidos
pelas vivas recordações da revolução e do Império. Desde 1789, na França, e, em 1792, na Europa [...] toda a
ordem antiga havia sido abalada. Certamente Napoleão restabelecera a ordem. Mas o seu sistema não era a
ordem tradicional. Era naturalmente considerado pela maioria como continuador da revolução. [...] Os grandes
negociadores [do Congresso de Viena] são todos adversários da Revolução [...]. Mas eles sabem que [...] é 5
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preciso aproveitar as desordens para acrescer o poderio dos grandes Estados. [...] Primeiro restabelecer a
“legitimidade dos soberanos”. [...] Serão então utilizados [...] dois princípios […], o da legitimidade [...] [e] o do
equilíbrio europeu. Assim, o mapa da Europa está um tanto simplificado. Mas essa simplificação de modo algum
levou em conta um princípio novo que os americanos do Norte e os revolucionários franceses haviam introduzido
nos acontecimentos: o princípio das nacionalidades. [...] Já que só a França parece ameaçar, é contra ela que se
elabora um sistema embrionário de organização europeia. […] [A] verdadeira realidade era “a Quádrupla Aliança”
[...], entre a Rússia, a Inglaterra, a Áustria e a Prússia, contra a França. [...] Esta era uma aliança automática para
o caso de Bonaparte voltar ao trono da França, e uma promessa de consulta para o caso de a revolução inflamar
novamente o país [...]. Ávida por eliminar os traços da revolução e as conquistas do Império, a Europa de 1815 é
uma Europa legitimista, clerical, reacionária. É uma Europa aristocrática e desigual. [...] A Europa de 1815 estava
madura para uma longa sucessão de revoluções.
J. B. Duroselle, A Europa de 1815 aos nossos dias – vida política e relações internacionais, Livraria Pioneira Editora, São Paulo, 1992, pp. 3-11.
9. A afirmação “vivas recordações da revolução [...]” (Doc. 3, l. 2) refere-se…
(A) à Revolução Francesa de 1799.
(B) à Revolução Francesa de 1791.
(C) à Revolução Francesa de 1794.
(D) à Revolução Francesa de 1789.
10. Nomeie o responsável pela criação do “império” (Doc. 3, l. 2).
11. Uma das evidências que demonstram que “na Europa [...] toda a ordem antiga havia sido abalada”
(Doc. 3, ll. 2-3) é…
(A) o fim dos privilégios e do poder absoluto do rei.
(B) o fim da igualdade perante a lei e da soberania popular.
(C) o fim do sufrágio censitário e da liberdade de expressão.
(D) o fim da separação dos poderes e do poder representativo.
12. A afirmação “Os grandes negociadores [do Congresso de Viena] são todos adversários da Revolução [...]” (Doc. 3,
l. 5) porque tais negociadores eram defensores…
(A) da soberania nacional.
(B) do absolutismo.
(C) da separação de poderes.
(D) do poder representativo.
13. Complete os textos seguintes, selecionando a opção adequada para cada espaço.
A. A derrota de …a)…, em 1814, pelos exércitos da Quádrupla Aliança, conduziu ao seu exílio na ilha de …b)… e
contribuiu para a …c)… da antiga ordem na Europa e para reafirmar a …d)… como base da autoridade política.
a) b) c) d)
1. Metternich 1. Elba 1. difusão 1. legitimidade popular
2. Wellington 2. Santa Helena 2. eliminação 2. legitimidade dinástica
3. Luís XVIII 3. Córsega 3. restauração 3. legitimidade nacional
4. Napoleão Bonaparte 4. Sardenha 4. alteração 4. legitimidade universal
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B. Na cidade de …a)…, em 1815, nasceu um novo sistema internacional denominado …b)…, também conhecido
como “sistema Metternich”, destinado a limitar as tendências …c)… e que vigorou até 1914. Ali redefiniram-se as
fronteiras europeias sem ter em conta o princípio …d)… e aceitou-se a intervenção das potências aliadas nos
assuntos internos dos Estados, em caso de ameaça das dinastias reinantes.
a) b) c) d)
1. Amesterdão 1. Concerto Prussiano 1. revolucionárias 1. da legitimidade
2. Viena 2. Concerto Austríaco 2. contrarrevolucionárias 2. da autodeterminação
3. Paris 3. Concerto Nacional 3. legitimistas 3. das nacionalidades
4. Berlim 4. Concerto Europeu 4. nacionalistas 4. do imperialismo
DOC. 4 | DIREITOS NATURAIS UNIVERSAIS E A RECUSA DE DIREITOS POLÍTICOS UNIVERSAIS (1831)
Sem dúvida, há direitos universais direitos que são inerentes à humanidade e de que nenhuma criatura humana
pode ser despojada sem iniquidade nem desordem [...].
É honra da Revolução Francesa ter proclamado e posto em prática este resultado da civilização moderna.
[São esses] os direitos pessoais, universais e iguais para todos. Deles resulta a igualdade na ordem ciovil e
moral. Mas os direitos políticos serão desta maneira? Senhores, os direitos políticos são poderes sociais; um 5
direito político é uma porção do governo; qualquer um que o exerça decide não só do que lhe diz respeito
pessoalmente, mas do que respeita à sociedade [...]. Daqui se segue que os direitos políticos não são universais,
iguais para todos; eles são especiais, limitados [...]. Vêde a experiência do mundo: numerosas classes de
indivíduos, mulheres, menores, criados, a grande maioria dos homens estão em todo o lado e sempre se ligaram
aos direitos políticos condições e garantias, como sejam provas ou a presunção de ter a capacidade necessária 10
para os exercer no interesse da sociedade [...].
Discurso de Guizot, 1831.
14. Na afirmação “direitos que são inerentes à humanidade” (Doc. 4, l. 1) Guizot refere-se aos…
(A) direitos individuais como a riqueza e a felicidade.
(B) privilégios como o nascimento e riqueza.
(C) direitos naturais como a liberdade e a igualdade.
(D) privilégios como a felicidade e a riqueza.
15. “É honra da Revolução Francesa ter proclamado e posto em prática este resultado da civilização moderna.” (Doc.
4, l. 3).
Nomeie uma medida da revolução Francesa que tenha contribuído para consagrar esses direitos.
16. Transcreva um excerto que evidencie que Guizot não era defensor do direito de voto universal.
17. A afirmação “É honra da Revolução Francesa ter proclamado e posto em prática este resultado da civilização moderna.”
(Doc. 4. l. 3) refere-se ao acontecimento que, segundo a periodização tradicional da História, marcou o ínício da…
(A) Idade Moderna.
(B) Era Revolucionária.
(C) Idade Contemporânea.
(D) Época Liberal.
DOC. 5 | A CONSTITUIÇÃO COMO GARANTE DA LEI E DOS DIREITOS DOS CIDADÃOS
A melhor legislação torna-se nula quando uma boa organização política não a garante, quando a liberdade
constitucional não a rodeia com a sua égide. [...] Por isso, incitemos hoje, mais do que nunca, todos os esforços
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para desviar os nossos olhos da política e centrá-los na legislação. Digo hoje mais do que nunca, porque hoje,
mais do que nunca, este estratagema será usado como último recurso para nos enganar e dar-nos mudanças.
Quando os governos oferecem ao povo melhorias legislativas, o povo deve responder-lhes, pedindo instituições
constitucionais. Sem uma constituição, as pessoas não podem ter a certeza de que as leis estão a ser
respeitadas. É nas Constituições, nas sanções que consagram contra os detentores infiéis da autoridade, nos
direitos que garantem aos cidadãos, na publicidade* que devem consagrar, é aqui que reside a força coerciva
necessária para obrigar o poder a respeitar as leis. Quando não há Constituição, não só o poder faz as leis que
quer como as observa como deseja; ou seja, observa-as quando lhe convém e infringe-as quando encontra o seu
proveito.
Benjamim Constant, Commentaire sur l’ouvrage de Filangieri, Ière partie, ch. 6, Paris, Didot, 1822-1826, 2 volumes, vol. I, p. 33-34. Cit in Thierry
Menissier. Reinventer la liberté? Benjamin Constant et la liberté des modernes, 2009.
*No sentido de permitir a capacidade de abordar as questões políticas do espaço público.
18. “A melhor legislação torna-se nula quando uma boa organização política não a garante, quando a liberdade
constitucional não a rodeia com a sua égide” (Doc. 5, ll. 1-2) evidencia por parte do autor a importância dada…
(A) à Constituição como garante da organização política e das liberdades.
(B) à legislação liberal sobre os direitos e liberdades naturais.
(C) ao direito enquanto garante da vida política e das liberdades.
(D) às liberdades constitucionais aprovadas na legislação.
19. Transcreva um excerto do documento 5 que evidencia a importância de um regime assente na Constituição como
garantia das liberdades.
20. Associe os conceitos relacionados com o liberalismo político, presentes na coluna A, ao significado respetivo que
consta na coluna B. Todas as afirmações da coluna B devem de ser utilizadas. Cada afirmação da coluna B só
pode ser associada a um conceito da coluna A.
COLUNA A COLUNA B
(a) Constituição (1) Os cidadãos detêm o poder, que exercem através de representantes,
(b) Soberania nacional denominados deputados.
(c) Sistema representativo (2) Assembleia composta por representantes eleitos pelo povo.
(d) Parlamento (3) Conjunto de princípios que definem o modo de governo, o exercício dos
(e) Sufrágio poderes políticos e impedem o absolutismo.
(4) Direito de os cidadãos participarem no exercício do poder político.
(5) Consagrou a existência de cidadãos ativos e cidadãos passivos, conferindo
aos primeiros o direito de escolha dos seus representantes.
(6) Lei fundamental que engloba os princípios fundamentais respeitantes aos
direitos essenciais dos cidadãos.
(7) Qualidade da Nação, enquanto entidade coletiva, que detém o poder
supremo.
DOC. 6 | LIBERALISMO: LIBERDADE E AFIRMAÇÃO DO INDIVIDUALISMO
O liberalismo é [...] uma filosofia política inteiramente subordinada à ideia de liberdade, segundo a qual a
sociedade política deve ser fundada na liberdade e encontrar uma justificação da consagração desta. Só existe
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sociedade viável [...] quando inscreva no frontão das suas instituições o reconhecimento da liberdade. [...] É
igualmente uma filosofia individualista na medida em que coloca o indivíduo à frente da razão de Estado, dos
interesses de grupo, das exigências da coletividade. O liberalismo não conhece os grupos sociais, e basta
recordar a hostilidade da revolução em relação aos corpos sociais e às ordens, [...] com receio de que o indivíduo
fosse absorvido, dominado, pelos grupos. [...] Fortemente racionalista, opõe-se ao jugo da autoridade, ao respeito
cego pelo passado, ao Império do preconceito como aos impulsos do instinto. O espírito deve procurar a verdade
por si só, sem sujeição, e é do confronto de pontos de vista que, pouco a pouco, deve libertar-se uma verdade
comum. Entreveem-se as consequências que esta filosofia do conhecimento implica: a rejeição dos dogmas
impostos pelas Igrejas, afirmação do relativismo da verdade, a tolerância. [...]
René Remond, Introdução à história do nosso tempo – do Antigo Regime aos nossos dias, Gradiva, Lisboa, 1994, pp. 146-147.
21. As afirmações seguintes sobre o liberalismo são todas verdadeiras.
I. O liberalismo concedeu aos indivíduos o direito de voto.
II. O liberalismo do século XIX foi conservador e não sinónimo de democracia.
III. O liberalismo assenta na ideia de liberdade.
IV. O liberalismo contribuiu para a valorização do indivíduo.
V. O liberalismo consagrou-se com as revoluções que ocorreram na Europa durante o século XIX.
Identifique as duas afirmações que podem ser comprovadas com a análise do documento 7.
22. Nomeie uma medida implementada na França revolucionária de 1789 que evidencia “a hostilidade da revolução
em relação aos corpos sociais e às ordens” (Doc. 6. l. 6).
DOC. 7 | A PERSPETIVA DA ABOLIÇÃO DO TRÁFICO DE ESCRAVOS NO JORNAL O NACIONAL (1842)
[…] [Desde] 1835 que O Nacional, um jornal [setembrista][…], concedia algum espaço à defesa da abolição e aos
benefícios que uma tal medida traria às colónias africanas. O jornal elogiava a Grã-Bretanha «pelo admirável
interesse e nobre empenho» que tinha mostrado a respeito da abolição e lastimava que um zelo filantrópico
semelhante se não visse em Portugal; o redator lembrava que os navios portugueses continuavam a empregar-se
no odioso comércio e que esse facto era, [...] vergonha nacional, apontado aos olhos do mundo. […] O próprio 5
interesse nacional exigia que se combatesse o tráfico com todas as forças, pois de outro modo seria impossível
que as colónias progredissem; esperava, por isso, que «sem perda de tempo» o governo e as Cortes pusessem
fim ao comércio de negros e que tomassem mesmo todas as medidas para que, a breve trecho, terminasse a
própria escravidão; os deputados deveriam elevar a sua voz em defesa da humanidade e desconsiderar os
«sofísticos argumentos» dos que se opunham à abolição; não haveria «desculpa alguma para demorar medida 10
tão necessária, justa e conveniente». Essa posição de louvor à filantropia inglesa e de apologia da abolição
imediata do tráfico, vinda de um jornal que se situava na área do governo e que era, para além disso, o mais
importante órgão da imprensa da época, parecia conferir consistência política e ideológica ao decreto de 10 de
dezembro de 1836.
João Pedro Marques, “Resistência ou adesão à «causa da humanidade? Os setembristas e a supressão do tráfico de escravos (1836-1842)”, in Análise
Social, vol. xxx (131-132), 1995 (2.º-3º), pp. 375-402.
23. Explicite dois argumentos que justifiquem a defesa da abolição do tráfico de escravos.
Os dois argumentos devem conter excertos relevantes do documento 7.
PROPOSTA DE RESOLUÇÃO
1. (A)
2. (D)
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3. (B)
4. (C)
5. (C)
6. Congresso de Viena.
7. (A)
8. Concerto Europeu.
9. (D)
10. Napoleão Bonaparte.
11. (A)
12. (B)
13.
A. (a)➝(4) (b)➝(1) (c)➝(3) (d)➝(2)
B. (a)➝(2) (b)➝(4) (c)➝(1) (d)➝(3)
14. (C)
15. Elaboração da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão ou aprovação dos decretos de 4 para 5 de agosto ou
aprovação da Constituição de 1791 ou outro exemplo.
16. Afirmação:
– “Daqui se segue que os direitos políticos não são universais, iguais para todos; eles são especiais, limitados [...]”.
17. (C)
18. (A)
19. Afirmação:
– “Quando não há Constituição, não só o poder faz as leis que quer, como as observa como deseja; ou seja, observa-as
quando lhe convém, e infringe-as quando encontra a seu proveito.”
20. (a)➝(3); (6) (b)➝(7) (c)➝(1) (d)➝(2) (e)➝(4); (5)
21. III e IV.
22. Elaboração da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão ou Decretos de 4 para 5 de agosto ou Constituição civil
do clero ou abolição das corporações.
23. Tópicos de resposta:
– a abolição é entendida como uma medida positiva: “benefícios que tal medida traria às colónias africanas” ou “lastima que
um zelo filantrópico semelhante se não visse em Portugal”;
– o tráfico era considerado como uma prática condenável: “os navios portugueses continuavam a empregar-se no odioso
comércio e que esse facto era [...] vergonha nacional”;
– a abolição do tráfico de escravos contribuiria para o progresso das colónias: “O próprio interesse nacional exigia que se
combatesse o tráfico com todas as forças, pois de outro modo seria impossível que as colónias progredissem”;
– abolição do tráfico considerada necessária na defesa do indivíduo: “os deputados deviam elevar a sua voz em defesa da
humanidade [...]”.