Antonia Thaís Alyssa Alves Silva
A HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
PIO XII –MA
2023
1 A ORIGEM DA PROFISSÃO
A profissão surgiu do desenvolvimento e
evolução das práticas de saúde no decorrer dos
períodos históricos. As práticas de saúde instintivas
foram as primeiras formas de prestação de assistência.
Num primeiro estágio da civilização, estas ações
garantiam ao homem a manutenção da sua
sobrevivência, estando na sua origem, associadas ao
trabalho feminino, caracterizado pela prática do cuidar nos grupos nômades primitivos, tendo
como pano-de-fundo as concepções evolucionistas e teológicas, mas, como o domínio dos meios
de cura passaram a significar poder, o homem, aliando este conhecimento ao misticismo,
fortaleceu tal poder e apoderou-se dele. Quanto à Enfermagem, as únicas referências
concernentes à época em questão estão relacionadas com a prática domiciliar de partos. As
práticas de saúde mágico-sacerdotais abordavam a relação mística entre as práticas religiosas e
de saúde primitivas desenvolvidas pelos sacerdotes nos templos. Essas ações permanecem por
muitos séculos desenvolvidas nos templos que, a princípio, foram simultaneamente santuários e
escolas, onde os conceitos primitivos de saúde eram ensinados. Posteriormente, desenvolveram-
se escolas específicas para o ensino da arte de curar no sul da Itália e na Sicília, propagando-se
pelos grandes centros do comércio, nas ilhas e cidades da costa. Naquelas escolas pré-
hipocráticas, eram variadas as concepções acerca do funcionamento do corpo humano, seus
distúrbios e doenças, concepções essas, que, por muito tempo, marcaram a fase empírica da
evolução dos conhecimentos em saúde. O ensino era vinculado à orientação da filosofia e das
artes e os estudantes viviam em estreita ligação com seus mestres. As práticas de saúde no
alvorecer da ciência - relacionam a evolução das práticas de saúde ao surgimento da filosofia e
ao progresso da ciência, quando estas então se baseavam nas relações de causa e efeito. Inicia-se
no século V a.C. a prática de saúde, antes mística e sacerdotal, passa agora a ser um produto desta
nova fase, baseando-se essencialmente na experiência, no conhecimento da natureza, no
raciocínio lógico - que desencadeia uma relação de causa e efeito para as doenças - e na
especulação filosófica, baseada na investigação livre e na observação dos fenômenos, limitada,
entretanto, pela ausência quase total de conhecimentos anatomofisiológicos. Este período é
considerado pela medicina grega como período hipocrático, destacando a figura de Hipócrates
que propôs uma nova concepção em saúde, dissociando a arte de curar dos preceitos místicos e
sacerdotais, através da utilização do método indutivo, da inspeção e da observação. Não há
caracterização nítida da prática de Enfermagem nesta época. Esta época corresponde ao
aparecimento da Enfermagem como prática leiga, desenvolvida por religiosos e abrange o
período medieval compreendido entre os séculos V e XIII. Enclausurada nos hospitais religiosos,
permaneceu empírica e desarticulada durante muito tempo, vindo desagregar-se ainda mais a
partir dos movimentos de Reforma Religiosa. O hospital, já negligenciado, passa a ser um
insalubre depósito de doentes, onde homens, mulheres e crianças utilizam as mesmas
dependências, amontoados em leitos coletivos. Esta fase tempestuosa, que significou uma grave
crise para a Enfermagem, permaneceu por muito tempo e apenas no limiar da revolução
capitalista é que alguns movimentos reformadores, que partiram, principalmente, de iniciativas
religiosas e sociais, tentam melhorar as condições do pessoal a serviço dos hospitais. Ressaltam
o surgimento da Enfermagem como atividade profissional institucionalizada. Esta análise inicia-
se com a Revolução Industrial no século XVI e culmina com o surgimento da Enfermagem
moderna na Inglaterra, no século XIX.
2 ENFERMAGEM MODERNA
O avanço da Medicina vem favorecer a reorganização dos hospitais. É na reorganização
da Instituição Hospitalar e no posicionamento do médico como principal responsável por esta
reordenação, que vamos encontrar as raízes do processo de disciplina e seus reflexos na
Enfermagem, ao ressurgir da fase sombria em que esteve submersa até então. Naquela época,
estiveram sob piores condições, devido a predominância de doenças infectocontagiosas e a falta
de pessoas preparadas para cuidar dos doentes. Os ricos continuavam a ser tratados em suas
próprias casas, enquanto os pobres, além de não terem esta alternativa, tornavam-se objeto de
instrução e experiências que resultariam num maior conhecimento sobre as doenças em benefício
da classe abastada. É neste cenário que a Enfermagem passa a atuar, quando Florence Nightingale
é convidada pelo Ministro da Guerra da Inglaterra para trabalhar junto aos soldados feridos em
combate na Guerra da Criméia.
3 PERÍODO FLORENCE NIGHTINGALE
Nascida a 12 de maio de 1820, em Florença, Itália, era filha
de ingleses. Possuía inteligência incomum, tenacidade de propósitos,
determinação e perseverança - o que lhe permitia dialogar com
políticos e oficiais do Exército, fazendo prevalecer suas ideias.
Dominava com facilidade o inglês, o francês, o alemão, o italiano,
além do grego e latim. No desejo de realizar-se como enfermeira,
passa o inverno de 1844 em Roma, estudando as atividades das
Irmandades Católicas. Em 1854, a Inglaterra, a França e a Turquia
declaram guerra à Rússia: é a Guerra da Criméia. Os soldados acham-
se no maior abandono. A mortalidade entre os hospitalizados é de 40%. Florence partiu para
Scutari com 38 voluntárias entre religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais. Algumas
enfermeiras foram despedidas por incapacidade de adaptação e principalmente por indisciplina.
A mortalidade decresce de 40% para 2%. Os soldados fazem dela o seu anjo da guarda e ela será
imortalizada como a "Dama da Lâmpada" porque, de lanterna na mão, percorre as enfermarias,
atendendo os doentes. Florence morre em 13 de agosto de 1910, deixando florescente o ensino
de Enfermagem. Assim, a Enfermagem surge não mais como uma atividade empírica,
desvinculada do saber especializado, mas como uma ocupação assalariada que vem atender a
necessidade de mão de obra nos hospitais, constituindo-se como uma prática social
institucionalizada e específica.
4 PRIMEIRAS ESCOLAS DE ENFERMAGEM
Apesar das dificuldades que as pioneiras da Enfermagem tiveram que enfrentar, devido à
incompreensão dos valores necessários ao desempenho da profissão, as escolas se espalharam
pelo mundo, a partir da Inglaterra. Nos Estados Unidos a primeira Escola foi criada em 1873.
Em 1877 as primeiras enfermeiras diplomadas começam a prestar serviços a domicílio em New
York. As escolas deveriam funcionar de acordo com a filosofia da Escola Florence Nightingale.
5 HISTÓRIA DA ENFERMAGEM NO BRASIL
A organização da Enfermagem na Sociedade Brasileira começa no período colonial e vai
até o final do século XIX. A profissão surge como uma simples prestação de cuidados aos
doentes, realizada por um grupo formado, na sua maioria, por escravos, que nesta época
trabalhavam nos domicílios. Desde o princípio da colonização foi incluída a abertura das Casas
de Misericórdia, que tiveram origem em Portugal. A primeira Casa de Misericórdia foi fundada
na Vila de Santos, em 1543. Em seguida, ainda no século XVI, surgiram as do Rio de Janeiro,
Vitória, Olinda e Ilhéus. Mais tarde Porto Alegre e Curitiba, esta inaugurada em 1880, com a
presença de D. Pedro II e Dona Tereza Cristina. No que diz respeito à saúde do povo brasileiro,
merece destaque o trabalho do Padre José de Anchieta. Ele não se limitou ao ensino de ciências
e catequeses. Foi além. Atendia aos necessitados, exercendo atividades de médico e enfermeiro.
Em seus escritos encontramos estudos de valor sobre o Brasil, seus primitivos habitantes, clima
e as doenças mais comuns. A terapêutica empregada era à base de ervas medicinais
minunciosamente descritas. Os escravos tiveram papel relevante, pois auxiliavam os religiosos
no cuidado aos doentes. Em
1738, Romão de Matos Duarte
consegue fundar no Rio de
Janeiro a Casa dos Expostos.
Somente em 1822, o Brasil
tomou as primeiras medidas de
proteção à maternidade que se
conhecem na legislação
mundial, graças a atuação de
José Bonifácio Andrada e
Silva. A primeira sala de
partos funcionava na Casa dos
Expostos em 1822. Em 1832 organizou-se o ensino médico e foi criada a Faculdade de Medicina
do Rio de Janeiro. A escola de parteiras da Faculdade de Medicina diplomou no ano seguinte a
célebre Madame Durocher, a primeira parteira formada no Brasil. No começo do século XX,
grande número de teses médicas foram apresentadas sobre Higiene Infantil e Escolar,
demonstrando os resultados obtidos e abrindo horizontes e novas realizações. Esse progresso da
medicina, entretanto, não teve influência imediata sobre
a Enfermagem. Assim sendo, na enfermagem brasileira
do tempo do Império, raros nomes de destacaram e,
entre eles, merece especial menção o de Anna Nery.
5 ANNA NERY
Aos 13 de dezembro de 1814, nasceu Ana Justina Ferreira,
na Cidade de Cachoeira, na Província da Bahia. Casou-se com
Isidoro Antonio Nery, enviuvando aos 30 anos. Seus dois filhos,
um médico militar e um oficial do exército, são convocados a
servir a Pátria durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), sob a
presidência de Solano Lopes. O mais jovem, aluno do 6º ano de
Medicina, oferece seus serviços médicos em prol dos brasileiros.
Anna Nery não resiste à separação da família e escreve ao
Presidente da Província, colocando-se à disposição de sua
Pátria. Em 15 de agosto parte para os campos de batalha, onde
dois de seus irmãos também lutavam. Improvisa hospitais e não mede esforços no atendimento
aos feridos. Após cinco anos, retorna ao Brasil, é acolhida com carinho e louvor, recebe uma
coroa de louros e Victor Meireles pinta sua imagem, que é colocada no edifício do Paço
Municipal. O governo imperial lhe concede uma pensão, além de medalhas humanitárias e de
campanha. Faleceu no Rio de Janeiro a 20 de maio de 1880. A primeira Escola de Enfermagem
fundada no Brasil recebeu o seu nome. Anna Nery que, como Florence Nightingale, rompeu com
os preconceitos da época que faziam da mulher prisioneira do lar.
6 SÍMBOLOS DA ENFERMAGEM
7 ENFERMAGEM NA ATUALIDADE