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Relatório 1 TRANSCAL

O documento apresenta um relatório prático sobre a transferência de calor por condução em barras de seção circular e convecção natural, realizado por estudantes da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. O objetivo do experimento foi determinar o perfil de temperatura ao longo de uma barra metálica e o coeficiente convectivo médio, utilizando um banho aquecido e termopares para medições. Os resultados e discussões abordam a variação de temperatura, cálculos do coeficiente convectivo e possíveis erros experimentais.

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Relatório 1 TRANSCAL

O documento apresenta um relatório prático sobre a transferência de calor por condução em barras de seção circular e convecção natural, realizado por estudantes da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. O objetivo do experimento foi determinar o perfil de temperatura ao longo de uma barra metálica e o coeficiente convectivo médio, utilizando um banho aquecido e termopares para medições. Os resultados e discussões abordam a variação de temperatura, cálculos do coeficiente convectivo e possíveis erros experimentais.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Laila Mundim Villela


Mateus Gonçalves Lacerda
Pedro Henrique Chemello da Silva

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONDUÇÃO EM BARRAS DE


SEÇÃO CIRCULAR UNIFORME E CONVECÇÃO NATURAL

Uberaba/MG
2024
Laila Mundim Villela
Mateus Gonçalves Lacerda
Pedro Henrique Chemello da Silva

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONDUÇÃO EM BARRAS DE


SEÇÃO CIRCULAR UNIFORME E CONVECÇÃO NATURAL

Relatório prático apresentado à disciplina


de Transferência de Calor e Massa da
Universidade Federal do Triângulo
Mineiro, do curso de graduação em
Engenharia Ambiental, como requisito
parcial para aprovação.

Professora Dra. Carolina Cristiane Pinto.

Uberaba/MG
2024
2
SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4
2 – OBJETIVO ........................................................................................................... 4
3 - MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 4

3.1 - MATERIAIS ........................................................................................................ 5


3.2 - METODOLOGIA ............................................................................................... 5
4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................................... 6
5 - CÁLCULOS ........................................................................................................ 11
6 - CONCLUSÃO ..................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 14

3
1 - INTRODUÇÃO
A transferência de calor é um processo de transposição da energia térmica entre dois
sistemas. A energia é caracterizada como a porção de energia interna, associada à
temperatura absoluta envolvida, resultante da movimentação das partículas. Devido ao
gradiente de temperatura existente entre os sistemas, o que possui maior temperatura tende
a ceder o calor para o de menor temperatura, até o momento do equilíbrio térmico
(BERGMAN, 2019).
Foster et. al. (2017) afirmam que uma das formas de transferir o calor entre sistemas
térmicos é pelo método da condução, caracterizado pela transposição de energia térmica
através de um meio material, sem que haja transporte de matéria.
Um dos mecanismos desta transferência é a metodologia de Interação Molecular
compreendida como aquela em que a molécula com maior nível energético conduz a
energia às moléculas que se encontram em um menor nível energético quando comparados.
(Welty, Rorrer, Foster, 2017).
No experimento laboratorial realizado foi utilizado o método de interação molecular
proveniente do contato do banho aquecido com a barra de ferro de seção circular,
considerando o fluxo de calor unidimensional cujo coeficiente conectivo médio será
calculado ao final para explanação do contexto estudado.

2 - OBJETIVO
Determinar o perfil de temperatura ao longo de uma barra metálica de seção circular
uniforme e o coeficiente convectivo natural médio de transferência de calor entre a barra e o
ar ambiente.

3 - MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS
- Barra de metal – ferro fundido: Comprimento = 65 cm e diâmetro (D) = 0,007 m;
- Banho Maria aquecido com resistência elétrica
- Termômetros (ambiente e banho)
- Cronômetro
- Fita crepe
- Equipamento LabQuest 2

4
3.2 - METODOLOGIA
Com os materiais disponibilizados no laboratório, inicialmente, mediu-se o
comprimento total da barra de ferro e dividimos em três distâncias específicas, ou seja,
espaçamentos de, aproximadamente, 16,25 cm cada.
Em cada marcação de 16,25 cm, na barra de ferro, aderiu-se os termopares com fita
crepe, conforme imagem 1.

Imagem 1 - Barra de ferro com os termopares fixados com fita adesiva.

Fonte: Dos Autores, 2024.

O recipiente do banho foi preenchido com água e esta água foi aquecida com o
auxílio de uma resistência elétrica, regulando a temperatura média do banho em 54ºC,
utilizando-se um termômetro inserido na água do banho e fixado na superfície lateral do
recipiente, conforme Imagem 2.
A temperatura ambiente foi registrada a 24ºC através do termômetro fixado no
ambiente do laboratório.

Imagem 2 - Banho Maria aquecido com resistência elétrica. Termômetro fixado.

Fonte: Dos Autores, 2024.

5
A Imagem 3 mostra a montagem integral da fonte de calor e a barra de ferro com os
termopares fixados, inserida no banho.

Imagem 3 - Sistema montado - fonte de calor e barra de ferro com termopares.

Fonte: Dos Autores, 2024.

Na posse de um cronômetro, registrou-se, de forma simultânea, as temperaturas


auferidas pelos termopares, no curso de lapsos temporais pré-definidos, através do aparelho
LabQuest 2, onde foram devidamente identificados; atentando-se para as diferenças nos
pontos quão mais distantes estavam da fonte de calor.
As leituras das temperaturas, no LabQuest 2, de todos os termopares contidos na
barra de ferro foram feitas durante um tempo total de 40 minutos, dividido em 5 aferições de
10 minutos cada, conforme registros a seguir.

6
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
No experimento, obteve-se os dados contidos na Tabela 1, abaixo:

Tabela 1- Temperaturas: Termopares x Tempo.

Temperatura média no banho de 54ºC

Posição Termopar na barra de ferro (m)


0 [0] 10[600] 20[1200] 30[1800] 40[2400]
/Tempo (min→ segundos)

1 (Da ponta imersa a 0,1625 m) 22,2ºC 58,7ºC 52,5ºC 48,8ºC 46,2ºC


2 (Da ponta imersa a 0,3250 m) 22,5ºC 28,6ºC 29,3ºC 29,3ºC 29,1ºC
3 (Da ponta imersa a 0,4875 m) 22,4ºC 24,3ºC 25,3ºC 25,8ºC 26,1ºC
Fonte: Dos autores, 2024.

Tendo por referência a Tabela 1, elaborou-se o gráfico da variação de


temperatura nos termopares de acordo com o tempo, exibido no gráfico 1.
Pontua-se para discussão o fato das temperaturas do termopar 1, no tempo 0,
não estarem dentro do que outrora era esperado justamente porque o termopar 1
está mais próximo da fonte de calor do que o termopar 2 e 3, respectivamente.

Gráfico 1: Gráfico de temperaturas x tempo x posição do termopar.

Fonte: Dos autores, 2024.


7
A Tabela 2 traz os parâmetros adotados para o cálculo do coeficiente convectivo (h):

Tabela 2 - Dados necessários para o cálculo do coeficiente convectivo.

Comprimento da barra (L) 0,65 metros


Diâmetro da barra (D) 0,007 metros
Temperatura inicial (To) 54 ºC

Temperatura ambiente (T∞) 24 ºC


Condutividade térmica (k) 52 W/m.ºK
Fonte: Dos autores, 2024.

Para uma barra circular submetida a uma brusca variação de temperatura, com a
área da seção muito menor que o comprimento, pode-se admitir o fluxo de calor como sendo
unidimensional, ou seja, possui variação apenas em um de seus eixos, neste caso, no eixo
do comprimento. Em regime transiente, pode-se escrever a Equação 1:

(1)

Definido o caso do experimento como regime permanente, foi assumida a condição

de contorno de primeiro tipo, sendo T=T∞, para x→∞. Tendendo x ao limite, é obtida a

expressão do perfil de temperatura:

(2)

Para determinar o coeficiente convectivo devemos linearizar a equação exponencial


acima, resultando na Equação 3 a seguir:

(3)

8
Sendo, para barras circulares:

(4)

Onde:
D = diâmetro da barra
k = condutividade térmica material barra
h = coeficiente convectivo
m = parâmetro ajustável
P = perímetro seção transversal da barra

A Equação 3 obedece a uma função linear, ou seja, o lado esquerdo da equação


representa 𝑓(𝑥), e o coeficiente angular é o valor de 𝑚, e o sinal negativo sinaliza a curva
decrescente.
A seguir, no gráfico 2 são apresentados os pontos de 𝑓(𝑥), ou seja, ln [(T – T∞)/(T0
- T∞) em relação a posição 𝑥 (distâncias dos termopares em metros), para a temperatura
local (𝑇) nos tempos 0, 10, 20, 30 e 40 minutos, respectivamente, 0, 600, 1200, 1800 e 2400
segundos; quando alcançado o equilíbrio térmico, sendo assim obtido os valores de 𝑚600 =
−2,376, 𝑚1200 = −1,583 , 𝑚1800 = −1,313 e 𝑚2400 = −1,179

Gráfico 2: Gráfico de plotagem dos pontos e regressão linear.

Fonte: Dos Autores, 2024

9
Substituindo os valores de 𝑚 Equação 4, o valor do coeficiente convectivo (ℎ) médio
encontrado foi 1,025 𝑊/(𝑚2 . 𝐾).
Em relação a possíveis erros experimentais, pode-se relacionar que, durante a leitura
inicial de todos os termopares, é necessário anotar possíveis desvios de leitura entre eles
para definir a temperatura média do ambiente (𝑇∞), pois diferenças na calibração dos
termopares podem levar a medições imprecisas da temperatura.
Além disso, a influência do aparelho de ar condicionado ligado no laboratório deve
ser potencialmente considerada e a temperatura do banho termostático deve ser regulada e
mantida estável, pois qualquer flutuação na temperatura da fonte quente (𝑇 ) pode introduzir
0

erros nos cálculos subsequentes. Estes erros podem ser minimizados com a execução do
experimento em duplicata ou triplicata.
Acerca dos erros matemáticos, pode-se citar a suposição de que o coeficiente de
transferência de calor (hx) é constante ao longo da barra, pois pode não ser válida em todos
os casos, resultando em imprecisões nos cálculos do perfil de temperatura e no coeficiente
convectivo médio, além das condições de contorno escolhidas (primeiro ou segundo tipo),
que, apesar de simplificar os cálculos, podem não refletir perfeitamente a realidade
experimental, especialmente se a barra tiver extremidades que não se comportam
idealmente como infinitas ou isoladas.
Para fins de comparação, não foram encontrados valores do coeficiente convectivo
para barras de ferro fundido, pois o mesmo não é inerente ao material e depende de
diversos fatores específicos.
Por exemplo, experimentos para o uso deste material com a finalidade de usinagem,
o material é submetido a condições diferentes, encontrando um valor diferente de h,
diferentemente do valor de condutividade térmica do material (𝑘) que é uma propriedade do
material.
O valor do coeficiente convectivo depende de vários fatores, incluindo:

- A natureza do fluido (ar, água, óleo, etc.),


- As propriedades do fluido (viscosidade, condutividade térmica, dentre outras),
- A velocidade do fluido em relação à superfície,
- A geometria e a orientação da superfície,
- O tipo de escoamento (laminar ou turbulento).

10
5 - CÁLCULOS
No tópico anterior foi citado que, para uma barra circular submetida a uma brusca
variação de temperatura, com a área da seção muito menor que o comprimento, pode-se
admitir o fluxo de calor como sendo unidimensional. Em regime transiente, considera-se a
Equação 1:

(1)

Onde:
To = temperatura em x = 0;

T∞ = temperatura ambiente;

t = tempo
Cp = calor específico
x = coordenada de posição
hx = coeficiente local transferência de calor
T= temperatura local
A = área de seção transversal da barra

Considerando que a situação do experimento se encaixa em regime permanente, foi

assumida a condição de contorno de primeiro tipo, sendo T=T∞, para x→∞. Tendendo x ao

limite, ou seja, resolvendo EDO, é obtida a expressão do perfil de temperatura:

(2)

Para linearizar o exponencial presente na equação, aplicou-se logaritmo na base


natural em ambos os lados da equação:

(3)

11
A Equação 3 foi aplicada a todos os valores da temperatura local (𝑇), medidos
experimentalmente ao longo do tempo conforme apresentados na Tabela 1.
Para isso, foram utilizados os valores de 𝑇 = 24º𝐶 e 𝑇0 = 54º𝐶, além das posições
dos termopares em metros [0, 0,1625, 0,3250 e 0,4875] para a variável (𝑥).
Foram desconsiderados para fins de cálculo a temperatura inicial nos termopares
(tempo = 0 segundos) pois o sistema estava em equilíbrio com o ar ambiente, estando na
mesma temperatura 𝑇∞, impossibilitando a aplicação da equação.
Exemplo, no termopar 1 (𝑥 = 0,1625 𝑚 𝑒 𝑇 = 58,7º𝐶 – 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 = 600𝑠):

Repetindo o cálculo para todos os valores através do Excel, foram obtidos os


seguintes resultados para o lado esquerdo da equação:

Tabela 3 - Valores de 𝐼𝑛 [(𝑇 − 𝑇∞)/(𝑇0 − 𝑇∞)] com a variação de tempo de posição.

f(x)
Posição
Termopar Tempo (segundos)
(metros)
0 600 1200 1800 2400

1 0,1625 -2,8134 0,1484 -0,0513 -0,1863 -0,3011

2 0,3250 -2,9957 -1,8971 -1,7148 -1,7148 -1,7720

3 0,4875 -2,9957 -4,6052 –3,2189 -2,8134 -2,6593

Fonte: Dos autores, 2024.

Com o gráfico gerado através do Excel, foi possível realizar a regressão linear e
encontrar o coeficiente angular das equações, ou seja, o valor de 𝑚 para cada tempo.
Como citado anteriormente, temos que para barras circulares:

(4)

12
Adequando a equação para isolar o termo requerido (ℎ) e substituindo os valores de
𝑚 e demais parâmetros da Tabela 1, encontramos os valores de ℎ para cada tempo e
assim, calculando a média:

2
𝑚600𝑠 𝑘. 𝐷 −2,37652 . 52.0,007
ℎ600𝑠 = = = 2,055 𝑊/(𝑚2 . 𝐾)
4 4

2
m1200s . k. D −1,58392 . 52.0,007
h1200s = = = 0,912 W/(m2 . K)
4 4

2
𝑚1800𝑠 . 𝑘. 𝐷 −1,31352 . 52.0,007
ℎ1800𝑠 = = = 0,627 𝑊/(𝑚2 . 𝐾)
4 4

m22400s . k. D −1,17952 . 52.0,007


h2400s = = = 0,506 W/(m2 . K)
4 4

𝑚600𝑠 + 𝑚1200𝑠 + 𝑚1800𝑠 + 𝑚2400𝑠


ℎ𝑚é𝑑𝑖𝑜 = = 1,025 𝑊/(𝑚2 . 𝐾)
4

6 - CONCLUSÃO
Por meio das análises realizadas, observa-se que a temperatura ao longo da barra
tende a se estabilizar à medida que o tempo avança.
Utilizando-se a média aritmética, foi possível determinar o coeficiente convectivo (ℎ)
médio no valor de 1,025 𝑊/𝑚2 . 𝐾.
A possibilidade da incidência de erros como os inerentes a execução do experimento
propriamente dito, erros de cálculos, bem como a imprecisão nas medições de
temperatura, tanto do ambiente quanto do banho, e a própria influência de um
equipamento de ar condicionado ligado no local do experimento, trazem consigo a
justificativa de que realmente erros podem ocorrer, influenciando nos resultados.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERGMAN, Theodore L. Incropera - Fundamentos de Transferência de Calor e de


Massa. Rio de Janeiro: LTC, Grupo GEN, 2019. E-book. ISBN 9788521636656. Disponível
em: https://interada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521636656/. Acesso em: 29 nov.
2024.

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