Universidade Federal Fluminense
Instituto de Química
Departamento de Química Orgânica
Disciplina: Introdução aos Laboratórios de Química Orgânica
GQ000068
Profa. Dra. Luana Magalhães
CROMATOGRAFIA
EM CAMADA DELGADA (CCD):
Separação dos componentes de uma
substância natural.
Alunas: Layla Farias, Yasmim Lacerda e Mariah Fernandes
Niterói, 19 de maio de 2025.
1. Introdução:
A cromatografia é um método físico-químico de separação. Ela está fundamentada
na migração diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre devido a
diferentes interações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a fase
estacionária. Em relação à forma física do sistema, a cromatografia pode ser
subdividida em cromatografia em coluna e cromatografia planar. A cromatografia
planar resume-se à cromatografia em papel (CP), à cromatografia por
centrifugação (Chromatotron) e à cromatografia em camada delgada (CCD). A
partir disso, será realizada a prática utilizando a cromatografia em camada
delgada, também chamada de cromatografia em camada fina, que resume-se em
promover a separação de componentes de uma substância em uma fase
estacionária fixada em uma placa de alumínio com uma fina camada de sílica, e
uma fase móvel, que é composta por um solvente, também chamado de eluente.
2. Objetivo:
Promover a separação dos componentes presentes em uma folha de singônio
utilizando a técnica de cromatografia em camada delgada, usando uma placa de
alumínio com uma fina camada de sílica como fase estacionária, e os eluentes 10% e
40% de acetato de etila e hexano como fase móvel.
3. Procedimento experimental:
3.1) Materiais:
Ø Capilar de vidro.
Ø Gral.
Ø Pistilo.
Ø 10% Acetado de etila e hexano.
Ø 40% Acetato de etila e hexano.
Ø Acetona.
Ø Dois beckeres 100ML.
Ø Uma folha de singônio.
Ø Luvas.
Ø Dois vidros de relógio.
Ø Régua.
Ø Placa de alumínio revestida em uma fina camada de sílica.
3.2) Metodologia:
Em uma placa de alumínio revestida em uma fina camada de sílica, medindo 3 cm x
5 cm, foi traçada uma linha a 0,5 cm da base para indicar o nível máximo do eluente.
Acima dessa linha, foram desenhadas duas linhas pontilhadas: uma a 0,3 cm da linha do
eluente e outra a X cm de altura da primeira linha pontilhada. Em seguida, usando luvas,
uma folha de singônio foi rasgada e colocada dentro de um gral junto de em torno de 10
mL de acetona. A folha de singônio foi macerada com um pistilo, até que os componentes
da folha foram extraídos pelos componentes presentes na acetona, por ela ser polar o
suficiente para completar a extração. Com ajuda de um capilar de vidro, 4 gotas da mistura
de componentes do singônio e acetona foram aplicadas em ambas as placas, logo em cima
da primeira linha tracejada. 10% Acetato de etila e hexano foi despejado em um bécker
100mL e 40% da mesma solução foi despejada em outro bécker de mesmo volume, sendo
a quantidade necessária para atingir a linha máxima do eluente na placa de alumínio.
Ambas as placas foram depositadas: primeiro no bécker contendo 40% de solução e logo
depois no bécker contendo 10% de acetato de etila e hexano. Ambos béckeres foram
tampados com um vidro de relógio e foi esperado X minutos até a eluição ocorrer.
4. Resultados e discussão:
Após eluição, ambas placas foram retiradas de dentro dos béckeres e observou-se
que 10% de acetato de etila e hexano revelou uma mancha na cor amarela (caroteno),
que eluiu muito, devido a baixa polaridade do eluente e a fraca interação com a sílica,
sendo então encontrada logo acima da marcação final da placa. O caroteno elui
facilmente, por não interagir com a sílica, sendo uma molécula apolar, enquanto a Si
é polar. Na mesma placa foram encontrados o resto dos componentes da folha de
singônio logo à sua base, que interagem fortemente com a sílica e pela baixa
polaridade do eluente não ser forte o suficiente para fazê-los eluir. Já em 40% de
acetato de etila e hexano, observou-se quatro manchas que eluiram mais rápido em
comparação a solução 10%: xantofila, clorofila A e B e o caroteno. O caroteno
manteve a mesma posição, devido a baixa interação com a sílica e a alta polaridade
do eluente; Logo abaixo encontram-se as clorofilas A e B, que fazem interação dipolo-
dipolo com a sílica, mas devido a alta polaridade do eluente, acabam eluindo até certo
ponto, ainda que interagindo com a Si; ao fim, encontra-se a xantofila, que ainda que
interaja com a sílica por ligações de hidrogênico, devido a sua estrutura conter
hidroxila, a alta polaridade do eluente é suficiente para eluir o componente até certo
ponto. Conclui-se que o quão o componente elui depende da força do solvente, sendo
que menos polar, a eluição é menor, enquanto mais polar, a eluição é maior.
Figura 1: Ambas placas dispostas em vidros Figura 2: o resultado da eluição de
de relógio acima dos béckeres quais foram ambas as placas.
antes inseridos, em suas respectivas porcentagens
de eluentes usados.
5. Conclusão:
O objetivo deste experimento foi separar componentes de uma folha de singônio por
meio da cromatografia em camada delgada. A técnica mostrou-se eficiente para a
separação dos componentes presentes no extrato da planta. Através do experimento
foi possível observar diferentes manchas na placa cromatográfica, indicando a
diferença de polaridade entre as substâncias, e quão a eluição depende da polaridade
do componente. Chegou-se ao resultado de ds1 = X, ds2 = X, ds3 = X, das respectivas
substâncias presentes na planta: Caroteno, Clorofila A e B e xantofila. A separação
obtida confirmou a importância da polaridade tanto da fase estacionária (sílica)
quanto da fase móvel (solvente), influenciando diretamente na migração dos
compostos.
6) Referências Bibliográficas:
DEGANI, Ana Luiza G.; CASS, Quezia B.; VIEIRA, Paulo C. Cromatografia: um br
eve ensaio. Química Nova na Escola, São Paulo, v. 7, p. 21–25, maio 1998.