Trabalho Mecânico
Na Física, esta grandeza está inteiramente associada a força e ao deslocamento causada pela
aplicação da mesma sobre um corpo.
→
Quando um corpo esta sujeito a uma força constante F e realiza o deslocamento Δx no sentido
da acção dessa força, efectua-se um trabalho igual ao produto da força e do deslocamento.
O trabalho mecânico é a grandeza física que é definida pela relação:
w=F×Δx cos α
Onde F é a força constante aplicada ao corpo, Δx é o deslocamento sofrido pelo corpo e α é o
ângulo entre a força e o sentido de deslocamento do corpo.
A unidade do trabalho no sistema internacional é dada
por 1 joule ( 1 J )
[ w ] =[ 1 N . m ] =[ 1 J ]
O trabalho realizado por certas forças podem ser positiva ou negativa. O trabalho é positivo
quando o sentido da força coincide com o deslocamento e é negativo quando o sentido da força é
contrário ao deslocamento do ponto.
O trabalho mecânico pode ser calculado com base na área subentendida pelo gráfico da força em
função da posição “F(x)”. A área subentendida pelo gráfico da força em função da posição é
igual ao trabalho realizado pela força.
Exercícios
1. A figura representa um corpo de 40 kg a ser arrastado por uma força de 800 N numa
superfície cujo coeficiente de atrito é de 0,1.
a) Represente todas as forças que actuam sobre o corpo.
b) Calcule o trabalho realizado por todas as forças que actuam sobre o corpo.
c) Calcule o trabalho total realizado por todas as forças que actuam sobre o corpo.
Resolução
a) Representação de todas as forças que actuam sobre o corpo
b) Trabalho da força “F”
F=800 N w=200×10×cos 30∘
α =30∘ w=2000×0 , 87
Δx =10 m ( Δx =30−20 ) w=1740 J
O trabalho da força F é de 1740J
c) Trabalho da força de gravidade
F g =400 N w Fg=400×10×cos 90∘
α =90∘ w Fg=4000×0
Δx =10 m ( Δx =30−20 ) w Fg=0 J
O trabalho da força de gravidade é nulo.
Trabalho da força de atrito
F a =40 N w Fa =40×10×cos 180∘
α =180∘ w Fa =400×(−1 )
Δx =10 m ( Δx =30−20 ) w Fa=−400 J
O trabalho da força de atrito é de -400J
d) O trabalho total realizado por todas as forças que actuam sobre o corpo é igual a soma do
trabalho realizado por cada força em separado.
w t =w F + w Fg +w N + w Fa
w t =1740+0+ 0−400
w t =1340 J
O trabalho total é de 1340J
2. O gráfico representa a força do motor de um automóvel em função da posição. Calcule o
trabalho realizado pelo motor durante todo o trajecto
Resolução
( b+ B )×h ( 400+1000 )×1000
b=400 m A= ⇔ A=
2 2
1400×1000
B=1000 m A= ⇔ A=700 , 000 J
2
h=1000 m
O trabalho realizado pelo motor do carro durante todo o percurso é de 700,000J
Trabalho realizado pela resultante dum sistema de forças
Um corpo é deslocado de uma posição x 1 , para uma posição x 2 . sob acção de uma força, no
sentido do movimento do corpo.
w=F R ×Δx×cos α ⇒ w=m×a×Δx ×cos α ⇒ w=m×a× Δx
Porque (
F R =m×a e α=0 )
v
2
Partido da equação de Torricelli v 2= 0 +2 aΔx , insolando o valor da aceleração, temos:
a=
v 2− v 0
,
2 Δx assim substituindo na equação 1, temos:
( v
) v v
2 2 2
v2− 0 m×v 2 −m× 0 m×v m×
2
0
w=m × Δx ⇒ w= ⇔ w= −
2 Δx 2 2 2
v
2
m×v m× 2
0
e
As expressões 2 2 define a energia cinética pela expressão:
1
EC = mv 2
2
Então podemos escrever
w=EC −ECO
w=ΔE C
O trabalho realizado pela resultante dum sistema de forças aplicadas sobre um corpo é igual à
variação da energia cinética desse mesmo corpo.
A energia cinética, é a energia mecânica que um corpo possui devido ao seu movimento. Por isso
a energia cinética é também designada energia de movimento pois ela depende da velocidade
para além da massa do corpo.
Exercícios
1. Um carro de 1400 kg parte do repouso e acelera até atingir uma velocidade de 20 m/s.
Calcule o trabalho realizado pelo motor o carro.
2. Um carro de 1000 kg parte do repouso e acelera até atingir uma velocidade de 30 m/s.
Calcule o trabalho realizado pelo motor o carro.
3. Um carro de 4000 kg que se move a uma velocidade de 30 m/s reduz até atingir uma
velocidade de 20 m/s. Calcule o trabalho realizado pelos travões do mesmo.
Resolução
dados
2
m=1400 kg
1 1
w = mv 2 − m 0
2 2
v
1 1
v=0 m / s w = ×1400×20 2− ×1400× 02
2 2
v 0= 0 m / s w =280 , 000 J
Trabalho realizado pela força de gravidade
Observe a figura abaixo, que representa um corpo que é elevado da posição y, para aposição y2,
com velocidade constante.
De acordo com a 1ª lei de Newton, se o corpo move-se com velocidade
constante, significa que a resultante das forças que actuam sobre o
corpo é nula. Assim,
F−F g =0 ⇒ F=F g
Mas com F e
F g tem sentido contrario, significa que a força de
gravidade é negativa. Logo,
w=−F g × Δy×cos α ⇒ w=−m×g×( y 2 − y 1 ) ⇒ w=−( m×g× y 2−m×g× y 1 )
Assim define se a energia potencial gravitacional pela expressão:
E Pg=m×g× y ou E Pg=m×g×h
w=−( EPg 2−E Pg 1 ) ⇔w=−ΔE P
Então,
Como vê, o trabalho da força de gravidade é igual à variação da energia potencial mas de sinal
contrário.
A energia potência gravitacional é a energia mecânica que um corpo possui devido a sua posição
em relação ao solo.
A energia potencial gravitacional é também chamada energia de posição.
Exercício
1. Calcule o trabalho realizado pela força de gravidade no deslocamento da esfera de A para
B.
Resolução:
Para resolver este exercício deve ter em conta que o trabalho da força de gravidade é igual à
variação da energia potencial mas de sinal contrário. Por isso,
w=−( mghB−mgh A )
w=−( 3×10×0 ,6−3×10×0 )
w=−( 18−0 )
w=−18 J
O trabalho realizado pela força de gravidade é de -18J
Trabalho da força Elástica
Lei de Hooke
A lei de Hooke estabelece que a força elástica é directamente proporcional à deformação sofrida
pelo corpo.
F=k ×x
Por isso o gráfico da força elástica em função da elongação ou deformação sofrida pela mola
deve ser uma linha recta.
Por outro lado, sabe-se que a área subentendida pelo gráfico F(x) é igual ao trabalho realizado
pela força. Então com base no gráfico podemos escrever:
F.x
w= ,
2 porque a área é um triângulo.
Mas de acordo com a lei de Hooke, F=k . x
1
w= k . x 2
2 Esta é a expressão da energia potencial elástica, porque é a energia contida na mola
devido ao seu estado de deformação.
1
E P= k . x 2
2
O trabalho da força elástica é igual a energia potencial elástica.
Exemplo
Uma mola cuja constante elástica é de 100N/m sofre uma deformação de 20cm.
a) Calcule a energia potencial da mesma.
b) Se a deformação aumentar duas vezes o que acontece com a energia potencial elástica da
mola.
Resolução
a) Para calcular a energia potencial elástica aplica-se a expressão:
1 1
E P= k . x 2 ⇔ EP = 100 . ( 0 , 2 )2 ⇔ E P=50×0 , 04 ⇔ E P=2 J
2 2
b) Se a deformação da mola aumentar duas vezes a energia potencial elástica da mola
aumenta 4 vezes.
Exercícios
1. Uma mola cuja constante elástica é de 200 N/m sofre uma deformação de 20 cm.
a) Calcule a energia potencial da mesma.
b) Se a deformação aumentar duas vezes o que acontece com a energia potencial elástica da
mola?
2. A energia potencial elástica conservada numa mola cuja constante elástica é de 50 N/m
deformada é de 12,5 J.
a) Qual é a deformação sofrida pela mola?
b) Qual deve ser a deformação da mola para que a energia nela conservada seja de 200 J?
Energia Mecânica
A energia mecânica é a soma das energias cinética e potencial de um corpo.
A expressão para o seu cálculo é:
E M =E C + E P
Exemplo:
Calcule a energia mecânica de um avião de 400t voa a uma altitude de 10km a uma velocidade
de 900 km/h (3,6 km/h = 1 m/s).
Resolução:
Para calcular a energia mecânica do avião é necessário calcular as suas energias potencial e
1
EC = mv 2
cinética através das expressões: E P =m×g×h e 2 .Finalmente calcula-se a energia
mecânica através da expressão
E M =E C + E P .
• Neste caso: m = 400000 kg; h = 10000 m; v = 250 m/s. Assim,
Energia potencial
E p=m×g×h
E P=400000×10×10000
E p=4×1010 J
Energia Cinética
1 2
EC = mv
2
1
EC = ×400000×250 2 ⇒ EC =200000×62500
2
EC =12500000000 ⇒ EC =1 , 25×1010 J
Energia Mecânica
E M =4×1010 +1 ,25×1010
E M =5 , 25×1010 J
Lei de Conservação da Energia Mecânica
“Na natureza a energia não se cria nem se destrói, mas transforma-se”.
Assim, a energia cinética pode-se transformar em energia potencial e vice-versa. Porém, se não
existirem forças dissipativas, como a força de atrito, a energia mecânica de um corpo permanece
constante.
A Lei de Conservação de Energia Mecânica, estabelece que na ausência de forças dissipativas, a
energia mecânica de um corpo permanece constante.
E M =Constante ⇒ EMA =E MB
ECA + EPA =ECB + E PB
Exemplo:
Abandona-se um carrinho de 2 kg, numa montanha russa como ilustra a figura. Calcule a sua
velocidade em C.
Resolução:
1. Para calcular a velocidade do carrinho deve-se aplicar a expressão que traduz a Lei de
Conservação de Energia.
ECA +EPA=ECB +EPB
1 2 1
mv +m×g×h= mv 2 +m×g×h
2 2
1 2 1 2
×2×0 +2×10×6= ×2×VB +2×10×4
2 2
2
120=80 VB
VB 2 =120−80 ⇒VB 2 =40⇒ VB=√ 40=6 , 3 m/s
Resposta: A velocidade do carrinho no ponto “C” é de 6,3 m/s.
Exercícios de Aplicação
1. Calcule a energia mecânica de um avião de 400 kg voa a uma altitude de 4 km com uma
velocidade de 360 km/h.
2. O gráfico dado corresponde a energia potencial e mecânica de um corpo de 40 kg em
função da posição.
a) Qual é a energia mecânica a 20 metros do ponto de partida?
b) Qual é a energia potencial a 20 metros do ponto de partida?
c) Calcule a energia cinética a 20 metros da posição de partida.
d) Calcule a energia cinética a 30 metros da posição de partida.
e) Calcule a velocidade do corpo a 10 metros da posição de partida.
3. Abandona-se um carrinho de 4 kg, numa montanha russa como ilustra a figura.
a. Determine a sua velocidade em B.
b. Calcule a sua velocidade em C.
4. Um bloco de 2 kg colide com uma mola nas condições ilustradas na figura.
a) Qual é a deformação sofrida pela mola?
b) Qual será a velocidade do bloco para que a deformação da mola duplique?
Impulso e Quantidade de Movimento
Δv
a= ,
Da 2ª lei de Newton temos, F=m×a , mas como, Δt teremos:
Δv
F=m× ⇒ F×Δt =m×( t−t o )
Δt Assim define-se a grandeza impulso ”I” como:
I =F×Δt
Então podemos escrever:
I =m×v−m×v 0 , Assim, podemos definir a quantidade de movimento “ P ” ou momento linear
pela expressão:
P=m×v
Logo, da equação
I =m×v−m×v 0 , podemos escrever:
I =ΔP
Isto significa que:
O impulso é igual a variação da quantidade de movimento do corpo.
A unidade do impulso no S.I. é o “ N . S ” e da quantidade de movimento é o “kgm.s} {¿
O impulso tem a mesma direcção e o mesmo sentido que a força “F”
A área subentendida pelo gráfico da força em função do tempo F \( t \) é igual ao impulso.
Exercícios
1.Um corpo de 4 kg, em repouso, é colocado sob a acção de uma força constante de 8 N,
durante 10 segundos. Calcule a velocidade do corpo após os 10 segundos.
Resolução
Para resolver este exercício devemos usar a relação entre o impulso e a quantidade de
movimento. Por isso:
I=ΔP ⇒ F×Δt= p− p0 ⇒ F× Δt=m×v−m×v o
8×10=4×v −4×0
80=4 v
80
v= =20 m/s
4
2. A figura representa o gráfico vxt de um corpo de 4 kg, que se move com uma trajectória
rectilínea. Calcule o impulso recebido pelo corpo entre 0 e 4 segundos.
Resolução
Neste caso devemos também usar a relação entre o impulso e a quantidade de movimento.
Assim:
I=Δp ⇒ I= p− p o ⇒ I=m×v−m×v o
I=4×3−4×1
I=12−4
I=8 kg . m/s
R: O impulso recebido pelo corpo é de 8 kg .m/ s
Lei da Conservação do Momento Linear
Lei da Conservação do Momento Linear estabelece que, na ausência de forças externas, ou seja,
quando a resultante das forças externas é nula, o momento linear de um sistema de partículas é
constante.
Assim,
P=Constante⇒ Pantes =P depois
P1 a +P2 a +. . .+P na=P1 d +P 2d +. ..+P nd
Exemplo:
Um carrinho de 80 kg, move-se horizontalmente com uma velocidade de 5 m/s. Um bloco de 20
kg, cai sobre o carrinho aderindo-se a ele. Calcule a velocidade final do conjunto.
Resolução:
Para resolver este exercício devemos aplicar a expressão que traduz a Lei da Conservação do
Momento Linear:
P1 a +P2 a +. . .+P na=P1 d +P 2d +. ..+P nd
P1 a +P2 a =P1d +P2 d
m1 ×v 1 a +m2 ×v 2 a =m1 ×v +m2 ×v
80×5+20×0=80 v +20 v
400=100 v
400
v= =4 m/s
100
R:A velocidade final do conjunto é de 4 m/s
Exercícios
1. Um carrinho de 50 kg, move-se horizontalmente com uma velocidade de 6 m/s. Um bloco de
10 kg, cai sobre o carrinho aderindo-se a ele. Calcule a velocidade final do conjunto.
2. Um canhão de 600 kg dispara uma bala de 4 kg com uma velocidade de 100 m/s. Calcule a
velocidade de recuo do canhão.
CHOQUES OU COLISÕES
Choque Inelástico
Choque inelástico, é aquele que após o choque, os corpos movem-se conjuntamente e com a
mesma velocidade, veja a figura.
Note que durante uma colisão inelástica:
Há dissipação de energia cinética na forma de calor devido à deformação sofrida pelos corpos.
Não é válida a Lei de Conservação de energia (devido a existência de forças dissipativas).
É válida a Lei de Conservação do Momento linear. Assim:
m 1 ×v 1 + m2 ×v 2=( m 1 +m 2 ) ×v
Exemplo
Um carrinho de 40 kg, move-se horizontalmente com uma velocidade de 4 m/s, colide
frontalmente com outro de 10 kg inicialmente em repouso. Após a colisão os dois
corpos movem-se juntos. Calcule a velocidade dos dois carrinhos após a colisão.
Resolução:
Como vê, que se trata de uma colisão inelástica. Por isso, vamos aplicar a Lei de Conservação do
Momento linear. Por isso:
40×4+10×0= ( 40+10 ) ×v ⇒160=50 v
160
v= =3 ,2 m/s
50
Resposta: A velocidade dos dois carrinhos após a colisão é de3,2 m/s.
Exercícios de aplicação
1. Um carrinho de 3 kg, move-se horizontalmente com uma velocidade de 5 m/s. Um bloco de 2
kg, cai sobre o carrinho aderindo-se a ele. Calcule a velocidade final do conjunto.
2. Um canhão de 800 kg dispara uma bala de 8 kg com uma velocidade de 100 m/s. Calcule a
velocidade de recuo do canhão.
3. Um camião de 40 toneladas movendo-se a uma velocidade de 3m/s, colide frontalmente com
outro de 20 toneladas inicialmente em repouso. Os dois camiões movem-se juntos após a colisão.
Calcule a velocidade dos dois camiões após a colisão.
Choque Elástico
Choque elástico, é aquele em que após a colisão, os corpos movem-se separadamente
(normalmente com velocidades diferentes), veja a figura.
Durante uma colisão elástica é válida a Lei de Conservação de energia (porque não existem
forças dissipativas).
Durante uma colisão elástica é válida a Lei de Conservação do Momento linear. Por isso:
m 1 ×v 1 + m2 ×v 2=m1 ×u1 + m 2×u2
A velocidade relativa de aproximação, antes da colisão, é igual a velocidade relativa de recessão
(afastamento) após a colisão, mas de sinal contrario. Por isso:
v 1−v 2=− ( u1 −u2 )
Exemplo
Uma esfera de 8 kg movendo-se com uma velocidade de 4m/s, colide frontalmente com outra de
4kg inicialmente em repouso. Calcule a velocidade das duas esferas após a colisão sabendo que
elas se movem separadamente.
Resolução
Para resolver exercícios desta natureza devemos aplicar as duas leis estudadas. Assim:
{m1×v1 +m2×v2=m1×u1+m2×u2 ¿ ¿¿¿ ¿
¿ 4
m/s
16
m/ s
Resposta: As velocidades após a colisão são de 3 e 3 para as esferas 1 e 2,
respectivamente.
Exercícios
Uma esfera de 4kg movendo se com uma velocidade de 4m/s, colide frontalmente com outra de
2 kg inicialmente em repouso. Calcule a velocidade das duas esferas após a colisão.
A Lei de coulomb
A Lei de Coulomb foi descoberta pelo físico francês Charles Augustin de Coulomb. Esta lei
estabelece que o módulo da força entre duas cargas eléctricas pontuais (q1 e q2) é directamente
proporcional ao produto dos valores absolutos (módulos) das duas cargas e inversamente
proporcional ao quadrado da distância r entre elas.
Esta força pode ser atractiva ou repulsiva dependendo do sinal das cargas. É atractiva se as
cargas tiverem sinais opostos. E é repulsiva se as cargas tiverem o mesmo sinal.
Isto é:
Se o produto das cargas aumenta duas, três ou mais vezes, a força de interacção entre as
cargas também aumenta duas, três, ou mais vezes.
Se a distância que separa as cargas aumenta duas, três vezes, a força de interacção entre
as cargas diminui quatro, nove vezes.
A figura representa a direcção e o sentido das forças que actuam sobre as cargas quando há
atracção (cargas de sinais opostos) quando há repulsão (cargas do mesmo sinal).
Ela expressa pela seguinte formula:
q1 ×q 2
F=k
d2
onde as letras representam as seguintes grandezas :
F - força eléctrica (em N)
k - constante de Coulomb (9.109 N.m2.C-2 )
q1 e q2- cargas eléctricas (C)
d - distância entre cargas (m)
1. A figura representa um sistema de três cargas eléctricas pontuais.
a) Represente as forças que actuam sobre a carga Q2.
b) Calcule a resultante das forças que actuam sobre a carga Q2.
a) Para representar as forças que actuam sobre a carga devemos ter em conta que cargas do
mesmo sinal repelem-se e de sinais contrários atraem-se.
Neste caso:
Entre Q1 e Q2 a força “F12” é atractiva porque têm sinais contrários.
Entre Q3 e Q2 a força “F32” é repulsiva porque têm o mesmo sinal.
b) Para calcular a resultante das forças que actuam sobre a carga
Q2 é
necessário determinar a resultante entre as forças F 12 e F 32 . Ma neste
caso com são forças com a mesma direcção e sentido, a sua resultante é igual a
soma dos seus módulos (ou valores) Por isso,
F R=F 12 +F32
q1 ×q 2 4 .10−6 ×2. 10−6 8 .10−12 72 .10−3
F 12=k ⇒ F 12=9 . 109 ⇒ F12=9 .10 9 ⇒ F 12 =
d2 ( 4 .10−2 )2 16 .10−4 16 . 10−4
F 12=45 N
q1 ×q 2 2 .10−6 ×2. 10−6 4 . 10−12 36 .10−3
F 32=k ⇒ F 32=9 . 109 ⇒ F 32=9 .10 9 ⇒ F 32 =
d2 ( 2 . 10−2 ) 2 4 . 10−4 4 . 10−4
F 32=90 N
FR=45+90
FR=135 N
Campo Eléctrico
Um campo eléctrico é o espaço onde se fazem sentir as acções da força eléctrica provocado por
cargas eléctricas.
O campo eléctrico é caracterizado pelo vector da intensidade do campo eléctrico.
O vector do campo eléctrico tem sempre a mesma direcção da força a que a carga está sujeita, e o
sentido é o mesmo da força, se a carga de prova estiver carregada positivamente (q > 0), ou
contrário à força, se a carga for negativa (q < 0).
O módulo da intensidade do campo eléctrico é calculado pela expressão:
F
E=
q
A intensidade do campo eléctrico de uma carga pontual pode ser calculada pela expressão:
Q
E=k
d2
Exemplo
1. A figura representa um sistema de três cargas eléctricas pontuais.
a) Represente o campo eléctrico no ponto onde se encontra a carga Q 3.
b) Calcule o campo eléctrico resultante sobre a carga Q 3.
a) Para representar o campo eléctrico no ponto onde se encontra a carga Q 3,
temos que imaginar uma carga de prova no ponto. Neste caso podemos
imaginar que a carga Q3 é a nossa carga de prova.
Entre Q1 e Q3 a força é de atracção, por isso a força eléctrica aponta para a
esquerda. Mas como a carga de prova é negativa, então a intensidade do campo
eléctrico da carga Q1 (E1) aponta para a direita, pois devem ter sentidos
contrários. Assim,
• Entre Q2 e Q3 a força é de repulsão, por isso a força eléctrica aponta para a direita. Mas como a
carga de prova é negativa, então a intensidade do campo eléctrico da carga Q2 (E2) aponta para a
esquerda, pois devem ter sentidos contrários. Assim
b) Para calcular a intensidade do campo eléctrico resultante temos que observar o sentido da
intensidade do campo eléctrico que cada uma das cargas cria no ponto onde se encontra a carga
Q3.
Como vê, E1 e E2 têm sentidos contrários. Por isso, a intensidade do campo eléctrico resultante
é igual a diferença entre E1 e E2. Assim, R 2 1 E = E - E
Para calcular os valores de E1 e E2 devemos aplicar a expressão para o cálculo da intensidade do
campo eléctrico de uma carga pontual: 2Q