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Violência de Gênero

O documento aborda a violência de gênero, destacando suas definições, tipos e como as desigualdades sociais a intensificam, afetando principalmente meninas, mulheres e pessoas LGBTQIAPN+. Apresenta estratégias de prevenção, canais de denúncia e sinais para identificar vítimas, além de ressaltar a interseccionalidade como um conceito crucial para entender a sobreposição de opressões. O material também oferece recursos e sugestões de leitura e vídeos para aprofundamento no tema.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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Violência de Gênero

O documento aborda a violência de gênero, destacando suas definições, tipos e como as desigualdades sociais a intensificam, afetando principalmente meninas, mulheres e pessoas LGBTQIAPN+. Apresenta estratégias de prevenção, canais de denúncia e sinais para identificar vítimas, além de ressaltar a interseccionalidade como um conceito crucial para entender a sobreposição de opressões. O material também oferece recursos e sugestões de leitura e vídeos para aprofundamento no tema.
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FALANDO SOBRE

VIOLÊNCIA DE GÊNERO
Olá, meninas! Este material tem o objetivo de trazer
informações sobre o tema da violência de gênero e porque ela
afeta tanto meninas, jovens mulheres e pessoas LGBTQIAPN+.

Aqui, você vai encontrar também algumas das principais estratégias que
podem ser usadas na prevenção e no combate as violências de gênero,
além de alguns dos principais canais de denúncia que você pode acessar.

Pra gente começar a falar sobre esse tema, é importante conhecer


o que é violência de gênero e também como as relações sociais e os
marcadores sociais da diferença intensificam essas violências.

1. Como as desigualdades sociais incidem sobre a violência de gênero


As desigualdades sociais — sejam elas econômicas, raciais, territoriais, entre outras
— criam contextos de maior vulnerabilidade, e isso impacta diretamente como a
violência de gênero acontece e é vivida por diferentes grupos.
A violência de gênero acomete meninas, mulheres e pessoas
LGBTQIAPN+, principalmente pessoas transexuais. Essas violências
acontecem independente de classe social; no entanto, ao analisar os
dados das principais pesquisas sobre o tema, é possível traçar um perfil
dos grupos que são mais afetados. Entre esses documentos e pesquisas,
destacam-se algumas fontes confiáveis:
• Atlas da Violência – IPEA e Fórum Brasileiro de Segurança
Pública (FBSP).
• Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
• Painel de Monitoramento da Violência contra as Mulheres.
• "Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil."

A ideia de superioridade de um gênero sobre outro sustenta a desigualdade


de gênero, subjugando sobretudo meninas e mulheres de formas variadas
— especialmente quando combinada com outros fatores, como raça e classe social.
No Brasil, o acesso a direitos básicos — como autonomia financeira e serviços de proteção —
varia drasticamente por região, de acordo com os marcadores sociais da diferença.
Essa sobreposição de opressões — racismo, sexismo, patriarcado e desigualdade econômica — é
chamada de interseccionalidade, conceito criado por Kimberlé Crenshaw. No Brasil, a pesquisadora
Carla Akotirene (autora do livro "Interseccionalidade") amplia essa discussão. Veja sua análise:

“A interseccionalidade propunha enfrentar casos de violência contra as mulheres de cor, lidar


com a interconexão das estruturas em direção às mulheres, verificar a identidade produzida
pelo racismo, exploração de classe, patriarcado e homofobia, atravessada pela experiência
coletiva da mulher negra, não presa às geografias do saber estadunidenses.” (p. 57)
2. O que é violência de gênero
A violência baseada em gênero acontece quando meninas e jovens mulheres são
vítimas de violência simplesmente por serem meninas ou mulheres.
Esse mesmo corpo, que é fonte interminável de prazer e que é capaz de fazer
tantas coisas, pode, assim, se tornar um corpo marcado por diversas violências.

Segundo o documento Convenção Interamericana para Prevenir,


Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, de 1994 — também
conhecida como Convenção de Belém do Pará —, a violência de
gênero é definida como:
“Qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte ou
sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera
pública como na esfera privada.”
A violência baseada em gênero pode ocorrer em várias esferas diferentes
— na família, na rua, na escola e, mais amplamente, dentro das
comunidades — e existe porque se baseia em relações de poder desiguais
entre meninos/homens, meninas/mulheres e demais identidades de gênero.
Ela afeta principalmente meninas e mulheres, e é praticada, em grande
parte, por homens e meninos.

3. Conhecendo os principais tipos de violências


É importante, desse modo, compreendermos a quais tipos de violências deixam meninas e
mulheres vulneráveis, pois, a partir disso, podem ser traçadas melhores formas de prevenção.
Tendo isso em mente, vamos conhecer os principais tipos de violência de gênero.

Violência física
Qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal de meninas e mulheres. Exemplos:
• Espancamentos. • Puxar cabelos, dar tapas, socos.
• Atirar objetos. • Lesões com objetos cortantes ou perfurantes.
• Empurrar, chacoalhar, sacudir. • Ferimentos causados por queimaduras ou armas de fogo.
• Apertar os braços. • Tortura, entre outras.

Violência psicológica
É considerada toda conduta que cause dano emocional, diminuição da autoestima, que prejudique ou
perturbe o pleno desenvolvimento da mulher, ou que tenha como objetivo degradar ou controlar suas
ações, comportamentos, crenças e decisões. Exemplos:
• Constrangimento. • Insultos.
• Ameaças. • Chantagem.
• Humilhação. • Exploração.
• Manipulação. • Limitação do direito de ir e vir.
• Isolamento (proibir de estudar e viajar • Ridicularização.
ou de falar com amigos e parentes). • Tirar a liberdade de crença.
• Vigilância constante. • Distorcer e omitir fatos para deixar a mulher em dúvida
• Perseguição contumaz. sobre a sua memória e sanidade (gaslighting).
Violência moral
É considerada qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. Exemplos:
• Acusar a mulher de traição. • Rebaixar a mulher por meio de
• Emitir juízos morais sobre a conduta. xingamentos que incidem sobre a
• Fazer críticas mentirosas. sua índole.
• Expor a vida íntima. • Desvalorizar a vítima pelo seu modo
de se vestir.

Violência sexual
Trata-se de qualquer conduta que constranja a presenciar, manter ou a participar de relação
sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força. A violência sexual
pode ocorrer de duas formas: abuso sexual (intrafamiliar e extrafamiliar) e exploração sexual
(turismo sexual, pornografia, tráfico, prostituição). Exemplos de violência sexual:

• Estupro. • Forçar matrimônio, gravidez ou prostituição


• Obrigar a mulher a fazer atos sexuais que por meio de coação, chantagem, suborno
causam desconforto ou repulsa. ou manipulação.
• Impedir o uso de métodos contraceptivos • Limitar ou anular o exercício dos direitos
ou forçar a mulher a abortar. sexuais e reprodutivos da mulher.

Aqui, é importante destacar também o que é abuso e exploração sexual:


• O abuso sexual pode acontecer dentro ou fora da família. É a utilização do corpo de uma criança ou
adolescente, por uma pessoa adulta ou adolescente, para a prática de qualquer ato de natureza sexual.

Alguns fatores fazem com que a vítima não se dê conta da


situação ou tenha dificuldade de relatar a agressão. Entre eles:

• Envolvimento emocional: a maior parte dos agressores são pessoas do


convívio das vítimas, o que dificulta a denúncia e gera medo.

• Dependência financeira: há mulheres que dependem economicamente do


agressor, em especial quando têm filhos, o que faz com que muitas aceitem
a violência.

• Relacionamentos abusivos: as vítimas têm dificuldade de reconhecer que


aquela postura é agressiva, em especial quando não há violência física.

• A falta de credibilidade: muitas vezes, as mulheres não são vistas como


vítimas quando trazem a violência à tona, mas como responsáveis por
provocarem aquela atitude do agressor.

Ainda existe a violência contra as pessoas transsexuais e travestis, que ocorre quando são impedidas
de utilizar seu nome social e quando são excluídas do processo de contratação formal. O Brasil é o
país que mais mata pessoas trans no mundo, há 16 anos. Desde 2019, a LGBTfobia é crime, mas
precisamos de mais: políticas públicas efetivas de proteção e ações que combatam essa violência.
4. Como podemos identificar e apoiar vítimas da violência de gênero?
Muitas vítimas de violência de gênero não conseguem ou não se sentem seguras
para pedir ajuda diretamente. Reconhecer os sinais pode ser fundamental para
que essas vítimas procurem apoio e assistência. Abaixo, listamos alguns sinais,
comportamentos e pistas sutis que podem ajudar a identificar uma vítima:

• Mudanças no comportamento, como recuo social repentino,


isolamento de amizades e família, tristeza constante, medo
excessivo, ansiedade ou crises de choro, alterações no rendimento
escolar, profissional ou engajamento comunitário.

• Sinais físicos, como lesões frequentes, hematomas, cortes ou


queimaduras, muitas vezes com justificativas incoerentes, uso de roupas
que escondem o corpo, mesmo em dias quentes, para ocultar marcas.

• Controle excessivo por parte do(a) parceiro(a), como a vítima evita sair
sozinha ou precisa “pedir permissão” para tudo, relatos de que o(a)
parceiro(a) controla o celular, redes sociais, dinheiro ou com quem se fala,
medo visível da reação da pessoa com quem se relaciona.

• Sinais verbais ou emocionais. Minimização da violência, sentimento de culpa ou vergonha. Comentários do tipo:
“Ah, ele(a) só faz isso quando está nervoso(a).”; “Foi só um empurrão.”; “Não é bem assim, a culpa foi minha.”

• Violência psicológica e emocional, no sentido de que a vítima parece sem autoestima, diz que "não serve pra
nada" ou que "ninguém se importaria". Relatos de humilhações, xingamentos, ameaças veladas ou explícitas.

• Sinais específicos em meninas e adolescentes, podem ser queda brusca no desempenho escolar, evasão,
gravidez precoce ou sem acompanhamento, relatos de assédio, abuso ou exploração — geralmente mal
interpretados como “rebeldia”.

CANAIS DE DENÚNCIA - VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS, ADOLESCENTES E MULHERES


Existem leis que protegem meninas, mulheres e pessoas
LGBQIAPN+ das violências, além de órgãos específicos de proteção.
Abaixo, listamos alguns desses canais para que você os conheça e,
caso necessário, possa pedir auxílio:
• Disque 190.
Aplicativos para celular:
• Ligue 180 ou WhatsApp: (61) 9610-0180.
• Ligue 0800 020 2806. • SOS Mulher – IOS
• Salve Maria – IOS e Android
• Me Respeita – Android
Delegacias Especializadas de • SaiPraLá – IOS
Atendimento à Mulher (DEAMs) • Mete a colher – Android
• EvaBot Inc – IOS
Ministério Público, Defensorias
• Clique 180 – Android
e Casas da Mulher Brasileira
• Penhas – IOS e Android
Mapa do acolhimento
• Proteja Brasil - IOS e Android
• Denúncia contra violência online -
https://new.safernet.org.br/denuncie
APOIO A QUESTÕES DE SAÚDE MENTAL
• Apoio à questões de autoestima.

• Mapa da Saúde mental.

• Apoio a questões de saúde mental.

• Grupo de Acolhimento Emergencial Aberto.

• Grupo de escuta para mulheres que precisam


de acolhimento psicoterapêutico em caráter
emergencial. Inscrições através do link.

• Espaço de escuta e acolhimento.

PARA SABER MAIS!

SUGESTÃO DE LEITURA
• Livro Interseccionalidade.

• As leis inspiradas em casos de mulheres no Brasil.

• Guia para entender a violência de gênero.

SUGESTÃO DE VÍDEOS
• O que é feminicídio? Que bom que você perguntou!

• RAIZES DA HOMOFOBIA.

• QUAIS OS TIPOS DE VIOLÊNCIA LGBT?

• Música: Elza Soares – Maria da Vila Matilde.

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