A República Velha (1889-1930): Política e Conflitos
A República Velha, período que se estendeu de 1889 a 1930, foi a primeira fase da República
brasileira,
marcada pelo domínio das oligarquias rurais e pela exclusão da maior parte da população dos
processos políticos.
Após a Proclamação da República, o Brasil passou a ser governado por militares, mas logo a
política foi dominada
pelas elites agrárias, especialmente de São Paulo e Minas Gerais, em um sistema conhecido como
"política do café com leite".
A política brasileira nesse período era controlada por coronéis, grandes proprietários de terra que
exerciam forte
influência sobre a população local. O voto, embora formalmente instituído, era aberto e
frequentemente manipulado
por meio do "voto de cabresto", em que eleitores eram coagidos a votar em candidatos escolhidos
pelos coronéis.
Além disso, o sistema de governo era sustentado por acordos como a "política dos governadores",
que garantiam
apoio mútuo entre os estados e o governo federal.
Esse modelo político gerou insatisfação entre diferentes grupos sociais, resultando em diversos
conflitos e revoltas.
Um dos mais emblemáticos foi a Guerra de Canudos (1896-1897), liderada por Antônio Conselheiro
no sertão da Bahia.
O movimento foi duramente reprimido pelo Exército, que via a comunidade de Canudos como uma
ameaça à ordem republicana.
Outro conflito importante foi a Revolta do Contestado (1912-1916), que ocorreu no Sul do Brasil e
envolveu camponeses
que resistiam à desapropriação de terras por empresas estrangeiras.
Apesar da estabilidade aparente, a República Velha começou a se enfraquecer na década de 1920.
O movimento tenentista,
composto por jovens oficiais do Exército, questionava a corrupção e a exclusão política da
população. A crise econômica
e o descontentamento popular levaram à Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha e
levou Getúlio Vargas ao poder,
inaugurando uma nova fase da história brasileira.