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Aula 5 Antropometria

A antropometria é o estudo das medidas físicas do corpo humano, essencial para a confecção de vestuário adequado a diferentes biótipos. Fatores como sexo, idade, etnia, clima e cultura influenciam as diferenças antropométricas da população, que devem ser consideradas na modelagem de roupas. A utilização de tabelas de medidas, baseadas em estudos antropométricos, é crucial para a produção em larga escala e a padronização das peças de vestuário.

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A antropometria é o estudo das medidas físicas do corpo humano, essencial para a confecção de vestuário adequado a diferentes biótipos. Fatores como sexo, idade, etnia, clima e cultura influenciam as diferenças antropométricas da população, que devem ser consideradas na modelagem de roupas. A utilização de tabelas de medidas, baseadas em estudos antropométricos, é crucial para a produção em larga escala e a padronização das peças de vestuário.

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AULA 5

Antropometria
- Definir antropometria;
-Reconhecer os diferentes biótipos e os fatores que influenciam
as diferenças entre os tipos físicos;
-Identificar quais são as medidas necessárias para a construção
de diferentes peças de vestuário;
-Reconhecer a importância de uma tabela antropométrica com
medidas padrão da população nacional.

Design de Moda – 2º Período - Ergonomia aplicada a Moda – Prof. Hemilly Brugnara - Aula 5- Antropometria
Ao observar essa imagem, podemos perceber que existem diferentes tipos físicos e que, para
cada um deles, existem diferentes tamanhos de roupa, pois, todos nós precisamos nos vestir,
não é?

Para o designer de moda, é muito importante entender a relação entre as medidas do corpo
humano e como será construído o vestuário, em vários tamanhos e proporções.

Para isso, é necessário entender o conjunto de técnicas utilizadas para medir o nosso corpo: a
antropometria. Além de compreender a importância do estudo da antropometria, iremos
entender também quais são os fatores que influenciam as diferenças entre os tipos físicos,
identificar quais são as formas de tomada de medidas e como utilizar os dados
antropométricos na confecção de artigos do vestuário.

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O que é antropometria?
A antropometria é o estudo sobre as medidas físicas do corpo
humano. É através dela que se torna possível conhecer os diversos
segmentos corporais e suas variações anatômicas individuais. Então,
quando pensamos em confeccionar artigos do vestuário, é
fundamental utilizar os conhecimentos da antropometria para
desenvolver peças ergonomicamente adequadas aos diferentes tipos
físicos. Mas esta ciência não começou a ser estudada somente nos
dias atuais. Os primeiros registros da observação da existência de um
grande número de raças que diferiam, inclusive, em termos de
dimensões corporais são datados entre 1273-1295 e fazem parte dos
relatos de viagem de Marco Polo. É possível ainda encontrar escritos
mais antigos sobre a antropometria, como os de Marcus Vitruvius
Pollio − arquiteto romano que viveu no século I a.C. −, que
desenvolveu o sistema de proporções humanas mais detalhado que
se tem conhecimento, utilizado por Da Vinci.
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Foi inspirado em um livro de Vitruvius
que Leonardo da Vinci (1452-1519)
chegou a desenvolver um desenho em
que um homem é mostrado inscrito dentro
de um quadrado e um círculo. Este desenho
explica a relação entre a simetria e
a perfeição das proporções do corpo
humano e é conhecido por muitos como o
“Homem Vitruviano”. Os estudos de
antropometria foram aprofundados durante
o século XIX e início do século XX, por uma
necessidade de se identificar e classificar a
raça humana de acordo com a estrutura
física do corpo humano. Dessa forma,
muitos alfaiates, como o francês H.
Guglielmo Campaign, tornaram-se pioneiros
da antropometria moderna.

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De que forma a antropometria pode influenciar no
processo de modelagem?
Existem diversas formas de se obter uma modelagem, além das diferentes
técnicas que podem ser empregadas para a construção de uma peça de
vestuário.
Porém, mesmo existindo diferentes técnicas e formas de se obter uma
modelagem, todas elas precisam levar em consideração as medidas do corpo
humano. Quanto mais medidas são empregadas na construção de uma
modelagem, mais preciso pode se tornar o trabalho do modelista. As medidas
devem ter uma relação direta entre o corpo e a função da peça de vestuário,
ou seja, é preciso atentar para qual parte do corpo a peça se destina: superior
(como é o caso das blusas), inferior (como as calças) ou inteira (como os
vestidos e macacão). Uma vez analisada a relação entre o corpo e a função
que terá uma peça de vestuário, é necessário definir as medidas do
manequim para que depois sejam enviadas todas as referências das medidas
para a produção da peça.
Video

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Sobre tabelas de medidas
A utilização de tabelas de medidas nasceu com a necessidade de produzir em larga
escala, fazendo com que as indústrias deixassem de produzir peças sob medida e
passassem a trabalhar com medidas representativas para cada tamanho e que
servissem de base para a construção das modelagens.

As tabelas de medidas começaram a ser elaboradas tomando como base estudos


antropométricos realizados por alguns países, como os Estados Unidos, um dos
pioneiros em fontes de dados antropométricos, obtidos em pesquisas junto aos
órgãos militares e educacionais do país. Com o passar dos anos, conforme
ocorriam as mudanças culturais e nos hábitos alimentares, as tabelas de medidas
foram sofrendo mudanças a fim de se adequarem aos novos biótipos, ou seja, às
novas formas de corpos. Para exemplificar estas mudanças, pode-se citar o
aumento da circunferência da cintura feminina, o aumento das estaturas −
femininas, masculinas e infantis − e até mesmo o crescimento do número de
cirurgias para implantes de silicone nos seios.

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Há, ainda, uma falta de padronização entre produtos de uma mesma loja, fato
agravado com o processo de terceirização da produção adotado por grande parte
das empresas. Por exemplo, magazines como a C&A não produzem, e sim
mandam produzir ou compram modelos de terceiros. O problema deste processo
é que cada um tem um tipo de modelagem e passa por diferentes processos
produtivos, o que deixa o resultado das peças diferenciado. Trabalhar com
diferentes fornecedores requer um controle de qualidade direcionado à
conferência de medidas de produto pronto, e muitas empresas não estão
preparadas para isto.

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Analisando os diferentes tipos físicos...
O alinhamento dos termos relacionados às medidas e tamanhos, sua correta
utilização, a diferenciação entre medidas do corpo e medidas de artigos prontos,
entre outras, são algumas das questões que devem ser discutidas, padronizadas
e normalizadas. Para tal, é fundamental conhecer a antropometria e os fatores
que influenciam as diferenças físicas da população, além dos diferentes tipos
físicos, ou biótipos.

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Os fatores que influenciam as diferenças
antropométricas da população são:

• Sexo ou gênero:
Homens e mulheres apresentam diferenças
antropométricas significativas, não só na altura, mas
também nas proporções dos segmentos corporais,
como por exemplo, o comprimento dos braços.

• Idade:
O corpo sofre alterações em suas formas e dimensões
durante as diferentes fases da vida.

• Etnia:
Cada grupo étnico possui uma população com certas
características físicas parecidas. Essas características
servem para distinguir um grupo de outro. Podemos
citar como exemplo de diferenças antropométricas
entre diferentes etnias o caso dos árabes, que
possuem braços e pernas mais longos do que os
europeus, enquanto os orientais os têm mais curtos.
• Clima:
Os corpos podem variar de acordo com o clima, porém é importante
ressaltar que este não é um fator genético, mas sim cultural. Por
exemplo, em climas mais frios, é possível encontrar corpos mais
cheios, ou seja, de forma esférica, pois como é normal a utilização de
muitas peças de roupa para se aquecer, algumas pessoas acabam não
se preocupando em engordar. Já em climas mais quentes, a
necessidade de utilizar peças menores para aliviar o calor faz com
que muitas pessoas busquem um corpo mais fino, esteticamente
“perfeito”.

Época ou cultura:
A época em que uma pessoa vive ou sua cultura pode vir a interferir
nas medidas antropométricas de uma população, influenciando no
peso e na altura dos indivíduos. Por exemplo, em períodos de
grandes privações, como longos períodos de guerras ou secas, as
medidas de uma população podem reduzir. Dentro de uma faixa
determinada geneticamente, um indivíduo pode atingir alturas
diferentes, dependendo de diversos fatores, como, por exemplo, a
sua nutrição. No que se refere ao peso, a relação é mais óbvia:
menos comida disponível, população com medidas reduzidas.

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O avanço tecnológico pode também influenciar nas medidas das populações. De
um lado, a tecnologia possibilitou otimização na produção e distribuição de
alimentos, fazendo com que as populações tivessem maior acesso a esses. As
medidas, neste caso, foram influenciadas para maior altura e, em alguns casos,
peso. De outro lado, a tecnologia possibilitou uma série de confortos que
contribuíram para o sedentarismo de indivíduos, influenciando diretamente, neste
caso, o peso.
A cultura é um aspecto que possui grande relevância também. A maneira com que
as diferentes culturas lidam com o avanço tecnológico influencia as medidas da
população. Nos EUA, por exemplo, a cultura é de uma alimentação rica em
produtos industrializados, com grande quantidade de carboidratos e gorduras,
enquanto na França, na mesma época, há uma cultura alimentar bastante
diferente. Assim, para além das diferenças dos biótipos, as medidas da população
americana são bastante diferentes da população francesa, em média.

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Além dos fatores que interferem nas medidas, a própria genética e suas misturas geram
tipos físicos diferenciados. De acordo com Dul e Weerdmeester (2004), podemos classificar
os diferentes biótipos em:
• Corpo longilíneo: possui tórax alongado, estatura alta, membros longos;
• Corpo brevilíneo: apresenta membros curtos em relação ao tórax, com grande diâmetro,
estatura baixa e pescoço curto, ressaltando a largura;
• Corpo médio: com membros e tórax dentro da normalidade, caracteriza- se pela
harmonia entre verticalidade e horizontalidade. Em outras palavras, esta normalidade –
termo já utilizado pelos romanos (Vitruvius) – se refere à proporcionalidade e simetria. As
pessoas ditas “normais” apresentam proporções corporais harmoniosas, diferentes
das muito altas ou muito baixas.
Existem outras formas de classificação de biótipos femininos e masculinos. Para o gênero
feminino, podemos encontrar classificações que fazem correlações com frutas e formas
geométricas.
• O primeiro tipo, triangular ou também conhecido como formato de pera, tem a
largura dos ombros menor que a largura do quadril.
• O segundo tipo, retangular, tem a largura dos ombros, cintura e quadril bem
próximas. Este biótipo é muito comum em grupos indígenas e seus descendentes.
• O terceiro tipo, de triângulo invertido, tem a largura dos ombros maior que a largura
do quadril. É um biótipo comum entre ginastas olímpicos e nadadores.
• O quarto biótipo, ampulheta, é o sonho do mercado de moda, com equilíbrio entre a
largura dos ombros e quadril e cintura estreita. Infelizmente este tipo físico representa
uma pequena faixa da população. Na Europa, representa somente 8% dos habitantes.
As pesquisas de Sheldon
Foi desenvolvida inicialmente em 1940, pelo fisiologista estadunidense William Herbert
Sheldon, que dividiu a estrutura física do ser humano em três condições diferenciadas:
Endomorfo, Mesomorfo e Ectomorfo, definindo determinadas características físicas que
as diferenciam entre si.
Ectomorfo – Formas alongadas, Corpo e membros longos e finos com mínimo de
gorduras e músculos.

Mesomorfo – Forma mais musculosa, e angulosas. Apresenta cabeça cubica,


ombros e peitos largos e abdômen mais fino.

Endomorfo – Formas mais arredondadas, com maiores depósitos de gordura. O


abdomem é grande e cheio e o tórax é relativamente pequeno. Braços e pernas
mais curtos. Ombros e cabeças mais arredondados.

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