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UTI ADULTO

1
SUMÁRIO

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA

1. Introdução.....................................................................................................05
2. Exigências Legais.........................................................................................05
3. Exigências de Arquitetura.............................................................................07
4. Recursos Tecnológicos.................................................................................13
5. Equipamentos e Materiais de UTI.................................................................21
6. Exames Complementares de Rotina............................................................39
7. Recursos Humanos e Atribuições Profissionais...........................................42
8. Interação UTI e CCIH...................................................................................45
9. Critérios de Priorização para Internação em UTI.........................................46
10. Patologias Mais Comuns em UTI.................................................................46
11. Admissão do Paciente na UTI.......................................................................50
12. Anamnese....................................................................................................54
13. Exame Físico................................................................................................56
14. Anotações de Enfermagem..........................................................................58
15. Rotinas Assistenciais....................................................................................60
16. Tratamento Dialítico......................................................................................77
17. Oxigenoterapia.............................................................................................84
18. Intubação Orotraqueal..................................................................................89
19. Extubação Traqueal....................................................................................100
20. Paradacardiorespiratória (PCR).................................................................102
21. Escalas Utilizadas em UTI..........................................................................107
22. Cardioversão e Desfibrilação......................................................................113
23. Marcapasso................................................................................................117
24. Posicionamento no Leito............................................................................119
25. Posição de Prona........................................................................................126
2
26. Traqueostomia............................................................................................126
27. Lesão por Pressão.....................................................................................137
28. Protocolo de Segurança em Administrar Medicamentos.............................146
29. Principais Drogas Utilizadas Em UTI...........................................................149
30. Prescrição e Aprazamento..........................................................................156
31. Balanço Hídrico..........................................................................................158
32. Humanização da Assistência em CTI..........................................................161
33. Cuidados Paliativos/Terminalidade.............................................................163
34. Controle da Dor..........................................................................................165.
35. Bomba Infusora..........................................................................................166

3
CTI ADULTO

4
1. INTRODUÇÃO

Num hospital uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou Centro de Tratamento


Intensivo (CTI) caracteriza-se como unidade complexa dotada de sistema de monitorização
contínua que admite pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um ou
mais sistemas orgânicos e que com o suporte e tratamento intensivos tenham possibilidade
de se recuperar.
A unidade de terapia intensiva, conforme descrito na resolução nº170, de 06 de
novembro de 2007, anexo I, do Conselho Regional de Medicina do estado de são Paulo
(CREMESP), tem como objetivo, prestar atendimento a pacientes graves ou de risco,
potencialmente recuperáveis, que exijam assistência médica ininterrupta, com o apoio da
equipe de saúde multiprofissional, além de equipamentos e recursos humanos especializados.
É um ambiente de alta complexidade, reservado e único no ambiente hospitalar, já que se
propõe estabelecer monitorização completa e vigilância 24 horas.
A UTI pode ser destinada a pacientes clínicos, cirúrgicos e pediátricos, ou ainda, ao
tratamento de especialidades complexas como cardíacas, neurológicas, ortopédicas, entre
outras.
Entre as técnicas fundamentais utilizadas na Unidade de Terapia Intensiva,
destacam-se: Intubação traqueal, mudança de decúbito, posição prona, balanço hídrico,
diálise peritonial, hemodiálise, monitoramento cardíaco e oximetria de pulso, monitorização
hemodinâmica invasiva à beira do leito, cardioversão elétrica entre outras.
Os profissionais que atuam nestas unidades complexas são designados intensivistas. A
equipe de atendimento é multiprofissional e interdisciplinar, constituída por diversas
profissões: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, assistentes
sociais e técnicos de enfermagem.

2. EXIGÊNCIAS LEGAIS

A resolução da diretoria colegiada da agência nacional de vigilância sanitária, RDC


n°50, de 21 de fevereiro de 2002, dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento,
5
programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimento de assistências
de saúde e descrever algumas exigências para a construção e funcionamento de Unidades
de Terapia Intensiva.
A internação de pacientes críticos em Unidades de Terapia Intensiva deve proporcionar
condições:
 De internar pacientes críticos em ambientes individuais e ou coletivos conforme
grau de risco, faixa etária, patologia e requisitos de privacidade;
 Executar e registrar assistência médica e de enfermagem intensiva;
 Prestar apoio diagnóstico-laboratorial, de imagem e terapêutico 24 horas;
inclusive beira leito
 Manter condições de monitoramento e assistência respiratória contínua;
 Prestar assistência nutricional e distribuir alimentos aos pacientes;
 Pacientes com morte encefálica, nas condições de permitir a retirada de órgãos
para transplantes, quando consentida.
 De internar paciente críticos em unidades individualizadas ou coletivas, conforme
grau de risco ou gravidade, exceto neonatos;
 De terapia que utilize hemocomponentes em regime de 24h/dia;
 Para avaliação eletrocardiográfica em regime de 24h/dia;
 Para manter familiares e acompanhantes informados sobre o diagnóstico dos
pacientes;
 De ser assistida pela comissão de controle de infecção hospitalar do hospital,
conforme lei nº 9.431, de 6 de janeiro de 1997.
As unidades de terapia intensiva são obrigatórias em hospital terciários e em
secundários acima de 100 leitos, assim como nos hospitais especializados que atendam
pacientes graves e de alto risco. Essa característica estende-se para maternidades que
atendem gestantes de alto risco. Neste último caso deve haver leitos de adultos e neonatos.
A cada 10 leitos é necessário que 1 seja destinado a pacientes que necessitem de
isolamento, no mínimo, pois em hospitais que atendem pacientes com patologias infecciosas
esse número poderá ser maior.

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3. EXIGÊNCIA DE ARQUITETURA

As exigências arquitetônicas para construção e reformas de estabelecimentos de


saúde estão determinadas na RDC 50.
O projeto deve ser abordado pôr um grupo multidisciplinar composto de diretor
médico, enfermeiro chefe da UTI, arquiteto, administrador hospitalar e engenheiros. Esse
grupo deve avaliar a demanda esperada da UTI baseado na avaliação dos pontos de
fornecimento de seus pacientes, nos critérios de admissão e alta, e na taxa esperada de
ocupação.
É necessário análise dos recursos médicos, pessoal de suporte (enfermagem,
fisioterapia, nutricionista, psicólogo e assistente social) e pela disponibilidade dos serviços de
apoio (laboratório, radiologia, farmácia e outros).
O Planejamento deve ser baseados em padrões de admissão de paciente, fluxo de
visitantes e funcionários, e na necessidade de instalações de apoio (posto de enfermagem,
armazenamento, parte burocrática, exigências administrativas e educacionais) e serviços que
são peculiares à instituição individual em questão.
Unidade do paciente: Pode ser individualizada ou em box e deverá ter no mínimo 3 metros
de largura, deverá ser destinado 1 metro para cama e 1 metro para cada lateral, o leito não
deverá estar encostado em paredes laterais, no caso de box, a distância entre os dois leitos
deverá ser de 2 metros, com divisória ou cortina móvel separando os leitos, a parte inferior da
cama (pés) deverá ser mantida a uma distância mínima de 1,2 metros de paredes.

Localização: Cada CTI deve ser uma área geográfica distinta dentro do hospital, quando
possível, com acesso controlado, sem trânsito para outros departamentos. Sua localização
deve ter acesso direto e ser próxima de elevador, serviço de emergência, centro cirúrgico, sala
recuperação pós-anestésica, unidades intermediárias de terapia e serviço de laboratório e
radiologia.

Número de Leitos: Os leitos necessários para fornecer uma cobertura segura e adequada
para pacientes gravemente doentes num hospital, quantidade de cirurgias, grau do
7
compromisso de cuidados intensivos. Deve existir com no mínimo cinco leitos, em hospitais
com capacidade para cem ou mais leitos. O ideal considerado do ponto de vista funcional, são
oito a doze leitos pôr unidade.
Foi publicado no diário oficial a RDC nº 7, que determina que serão 8 leitos de
terapia intensiva para cada enfermeiro e 2 leitos para cada técnico de enfermagem. Além de
1 técnico de enfermagem por UTI para serviços de apoio assistencial em Cada turno.

Forma da Unidade: Podem ser em área comum (tipo vigilância), quartos fechados ou mista.
A área comum proporciona observação contínua do paciente, é indicada a separação dos
leitos pôr divisórias laváveis que proporcionam uma relativa privacidade dos pacientes. As
unidades com leitos dispostos em quartos fechados, devem ser dotados de painéis de vidro
para facilitar a observação dos pacientes. Nesta forma de unidade é necessário uma central
de monitorização no posto de enfermagem, com transmissão de onda eletrocardiógrafa e
frequência cardíaca..

Área de Pacientes: Os pacientes devem ficar localizados de modo que a visualização direta
ou indireta, seja possível durante todo o tempo, permitindo a monitorização do estado dos
pacientes, que permite uma linha direta de visão, entre o paciente e o posto de enfermagem.

Box do Pacientes: A área de cada leito deve ser suficiente para conter todos os
equipamentos e permitir livre movimentação da equipe par atender às necessidades d e
terapia do paciente.

Posto de Enfermagem: Deve ser centralizado, e prover uma área confortável, de tamanho
suficiente para acomodar todas as funções da equipe de trabalho, com dimensões mínimas
de 8m2. Área destinada ao preparo de medicação, iluminação adequada de teto, energia de
emergência, instalação de água fria, balcão, lavabo, um sistema funcional de estocagem de
medicamentos, materiais e soluções e um relógio de parede deve estar presente. Espaço
adequado para terminais de computador e impressoras e para se colocar os gráficos de
registros médicos e de enfermagem.
8
Sala de Utensílios Limpos e Sujos: As salas de utensílios limpos e sujos devem ser
separadas. Os pisos sem emendas ou junções, para facilitar a limpeza. A sala de materiais
sujos(expurgo), deve ser localizada fora da área de circulação da unidade. Recipientes
especiais devem ser providenciados para descartar agulhas e outros objetos perfurocortantes.

Banheiro de Pacientes: Localizado na área de internação da unidade (geral) ou anexo ao


quarto (isolamento).

Copa de Pacientes: Local destinado ao serviço de nutrição e dietética.

Sala de Serviços Gerais: Sala destinada a guarda de materiais e soluções utilizadas na


limpeza e desinfecção da Unidade. Deve ser provida de tanque e prateleiras suspensas.

Armazenamento de Equipamentos: Guardar os equipamentos que não estão em uso, deve


ser previsto tomadas elétricas em número suficiente para permitir a recarga dos
equipamentos.

Laboratório: Devem ser disponível 24 horas por dia.

Sala de Reuniões: Para observar e armazenar as radiografias, estudar e discutir os casos


dos pacientes. Ter negatoscópio.

Área de Descanso dos Funcionários: Deve existir sanitários masculinos e femininos


dotados de chuveiro e armários. Uma copa com instalações adequadas para armazenamento
e preparo de alimentos, incluindo uma geladeira, um fogão elétrico e ou forno microondas.

Recepção da U.T.I: Acesso de visitantes.

Sala de Espera de Visitantes

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Energia Elétrica: Devem ter sua alimentação chaveada para fonte de emergência que
rapidamente reassume a alimentação no caso de quedas de energia elétrica, devendo garantir
o suprimento nas 24 horas. O número de tomadas sugerido é de no mínimo onze (11), ambas
com voltagem de 110 e 220 volts e adequadamente aterradas. Deve dispor também de
acesso à tomada para aparelho transportável de raios X, distante de cada leito.

Iluminação: Além da iluminação natural, deve ter iluminação geral. Iluminação específica para
procedimentos e urgência devem ser colocados diretamente acima do paciente.

Abastecimento de água: A fonte de água deve ser certificada, especialmente se forem


realizadas hemodiálise, instalações de pias e lavatórios para lavagem das mãos. Em cada
lavatório deve ser instalado dispensador para sabão líquido e anti-sépticos, acionado sem
tocar as mãos e toalheiros para papel.

Sistema de gases e vácuo: suprimento de oxigênio, ar comprimido e vácuo devem ser


mantidos nas 24 horas. recomendado duas saídas de oxigênio pôr leito e uma saída de ar
comprimido. As saídas para oxigênio e ar comprimido devem ser feitas pôr conexões
apropriadas para cada gás, evitando troca acidental. Um sistema de alarme pôr pressão alta
e baixa de gases devem ser instalados em cada U.T.I. e no departamento de engenharia do
hospital. É preconizado dois pontos de vácuo pôr leito.

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11
12
4. RECURSOS TECNOLÓGICOS

Devido a característica de atendimento a pacientes graves e em risco, as Unidades


de Terapia Intensiva têm disponíveis equipamentos e aparelhos específicos que auxiliam na
manutenção e recuperação do paciente.
Entre estes equipamentos podemos citar:
 Ventiladores mecânicos;
 Monitor cardíaco;
 Oxímetro (saturação de oxigênio);
 Eletrocardiógrafo;
 Aspirador de secreções;
 Bombas infusoras de medicação;
 Desfibrilador.

Oxímetro de pulso: Equipamento que possui sensor óptico luminoso o qual é colocado no
dedo. Através da determinação da coloração sanguínea capilar, verifica a taxa de saturação
do oxigênio designada Saturação de O2, ou seja, mede indiretamente a oxigenação dos
tecidos de maneira contínua.

13
Aparelho de ECG: Eletrocardiograma, ou ECG, é um exame que avalia a atividade elétrica
do coração a partir de eletrodos fixados na pele.

14
Monitor Cardíaco Multiparâmetro : É monitorar o traçado de ECG, a frequência cardíaca, a
pressão sanguínea não invasiva (pressões arteriais sistólica, diastólica e média), a saturação
de oxigênio arterial funcional, temperatura e a frequência respiratória.

15
Ventilador Mecânico: Respirador ou ventilador mecânico é o equipamento cuja função é
bombear ar aos pulmões e possibilitar a sua saída de modo cíclico para oferecer suporte
ventilatório ao sistema respiratório.

16
Circuito do Ventilador Mecânico

Desfibrilador Cardíaco: Aparelho que reanima o coração, utilizado em caso de parada


cardiorrespiratória para restabelecer o ritmo cardíaco do paciente. Com o intuito de reanimar
o indivíduo, também é utilizado para tratar arritmias e outros problemas, como taquicardia,
fibrilação atrial ou fibrilação ventricular. Emite carga elétrica no coração acometido de
arritmias.

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Bomba de Infusão: Utilizada para perfundir líquidos tais como fármacos ou nutrientes, com
controle de fluxo e volume nas vias venosa, arterial ou esofágica.

18
Aspirador de Secreção Elétrico: O aspirador traqueal é um equipamento frequentemente
utilizado para auxiliar em procedimentos cirúrgicos, clínicas médicas, consultórios
odontológicos e em UTI. Sua função é aspirar secreções e líquidos quando o paciente está
impossibilitado de expelir as secreções sozinho ou até mesmo tossir.

19
Marcapasso: É um microcomputador que, conectado ao coração por meio de fios, detecta a
frequência cardíaca e regula os batimentos através de emissão de estímulos ou impulsos
elétricos.

Marca-Passo
externo

Gerador

Aparelho de Gasometria: A gasometria arterial mede o pH e os níveis de oxigênio e gás


carbônico no sangue de uma artéria. Esse exame é utilizado para verificar se os seus pulmões
são capazes de mover o oxigênio dos alvéolos para o sangue e remover o dióxido de carbono
do sangue.

20
5. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS DE UTI

Negatoscópio: É um aparelho cuja função é visualizar com clareza as radiografias. Consiste


basicamente em um quadrado ou retângulo de vidro leitoso com uma lâmpada fluorescente
por trás. A radiografia colocada à sua frente contrasta com a luz e as patologias aparecem.

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Ambú: Tem finalidade de promover a ventilação artificial enviando ar comprimido ou
enriquecido de oxigênio para o pulmão do paciente em casos como: parada respiratória,
asfixia, afogamento, infarto e tudo que possa levar o paciente a ter uma parada
cardiorrespiratória, o ambu é utilizado após as compressões torácicas.

Bolsa
Reservató
ria de 02

Máscara

Cabo e lâmina de Laringoscópio: Consiste em um cabo e uma cabeça em formato de


lâmina. Seu cabo serve tanto para a instalação de uma bateria/pilha, quanto para o médico
poder segurar o equipamento. A bateria/pilha fornecerá a energia elétrica necessária para o
acendimento de uma pequena lâmpada que fica na ponta da lâmina. Este equipamento é
utilizado tanto para exames da laringe quanto para a intubação endotraqueal do paciente.

22
Tubo orotraqueal - Trata-se de tubo plástico, maleável, de diâmetro aproximado de 0.5 a 1.0
cm que é introduzido na traqueia sob anestesia e sedação. Permite a conexão do ventilador
mecânico com os pulmões. (Numeração de 2.0 á 10.0).

23
Máscara e cateter de oxigênio - São dispositivos utilizados para fornecer oxigênio
suplementar em quadros de falta de ar. O cateter é colocado no nariz e a máscara próxima a
boca com finalidade de nebulizar umidificando e ofertando O2. Em geral são dispositivos
passageiros e retirados após melhora dos quadros dispneicos.

24
Macronebulizador

Cateter de oxigênio

Frasco de Aspiração: O frasco coletor de secreções é um equipamento usado para coletar


as secreções que foram adquiridas na aspiração de secreções. O vácuo é fechado pela boia

25
de segurança, que não permite que as secreções se espalhem pela rede de vácuo do hospital.

Látex de Aspiração Traqueal

26
Painel de Gases: A régua de gases separa os gases medicinais para administração ao
paciente. O sistema separa os gases (oxigênio e ar comprimido) e o vácuo antes deles
chegarem ao painel da régua de gases, conforme determina a anvisa.

27
Fluxômetros: O fluxômetro é um aparelho usado em procedimentos clínicos e médicos para
medir e controlar o fluxo de oxigênio, ar comprimido ou outros gases medicinais. Como o tubo
do fluxômetro de oxigênio é graduado, a medida é feita pelo meio desta esfera, que permite
informar o quanto de gás está sendo liberado.

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Fixador de Tubo Orotraqueal: É usado para fixar o tubo orotraqueal em uma posição
adequada.

Fio-guia: Utilizado quando a intubação torna-se mais difícil, mesmo utilizando o laringoscópio,
sendo um meio de guiar o tubo orotraqueal, facilitando a intubação. Inserido dentro do tubo.

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Carro de PCR: Um Carro de Parada contém os equipamentos usados por médicos e
enfermeiros quando acontece uma parada cardíaca.
Material:
 Equipamentos de proteção individual: luvas, máscaras, gorros, óculos de
proteção, capotes (aventais).
 Monitor/Desfibrilador: O desfibrilador de preferência deve apresentar
Monitorização nas Pás. Este é um aparelho elétrico com dois eletrodos que são
30
colocados sobre o peito. Ele descarrega eletricidade no coração quando é
indicada uma frequência fatal. O objetivo é dar choques no coração para que ele
volte ao normal.
 Tábua de parada (prancha de cama): No leito hospitalar, antes de iniciar a
Reanimação Cardiopulmonar Compressiva deve ser colocado um suporte firme
sob as costas do paciente. Uma tábua que se estenda dos ombros até a cintura e
por toda a largura da cama, fornece um ótimo suporte.
A largura da tábua é especialmente importante para evitar perda de força de compressão,
por conta do afundamento do colchão, quando o tórax é comprimido.

 Cânula Orofaríngea de Guedel: Equipamento introduzido na boca, por trás da


língua, abaixa-se a língua com um abaixador e então, coloca-se a cânula oral
posterior à língua, não deve empurrar a língua para trás, pois deste modo obstruí
as vias aéreas ao invés de desimpedi-las. No paciente consciente esta técnica
induz a engasgo, vômitos e aspiração. Utilizado para o manejo das vias aéreas.
Ela evita que a base da língua de pacientes com depressão do sensório obstrua
a orofaringe e, consequentemente, permite uma melhor oxigenação

31
 Laringoscópio: É um instrumento utilizado para o exame da laringe. Existem
diversos tamanhos e formatos que servem a propósitos diferentes. Na intubação
endotraqueal o laringoscópio é utilizado para obter-se uma exposição adequada
das cordas vocais facilitando a introdução de um tubo orotraqueal que é utilizado
para ventilar o paciente.
 Tubo Endotraqueal (6,0 a 10,0 adulto) : Procedimento de suporte avançado de
vida onde o médico, com a ajuda de um laringoscópio, visualiza o laringe e através
dele introduz um tubo na traqueia (tubo endotraqueal). Tal tubo será utilizado para
auxiliar a ventilar o paciente, pois possibilita que seja instituída a ventilação
mecânica, ou seja a ventilação dos pulmões (respiração) através do uso de
aparelhos. O tubo permite que o equipamento de respiração artificial assuma a
tarefa de respirar pelo paciente.
 Guia para intubação traqueal: Os estiletes guias semi-rígidos foram desenvolvidos
com a finalidade de auxiliar a intubação sob laringoscopia direta, ao direcionarem
o Tubo para a traqueia.
 Fixador de TOT : Proporcionando um posicionamento seguro do tubo
endotraqueal após intubação oral.
 Cânula Endotraqueal ou Traqueostomia: Este procedimento é feito no centro
cirúrgico ou na própria Unidade de Terapia Intensiva, através de uma pequena
incisão sob anestesia geral no meio do pescoço. Após a abertura da traqueia, uma
cânula de traqueostomia é introduzida e conectada ao aparelho de ventilação. Na
ponta da cânula tem um balão que é insuflado para que o ar injetado pelo aparelho
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siga obrigatoriamente seu trajeto até os pulmões, evitando vazamento ao redor
da cânula.
 Sonda de Aspiração Traqueal: É indicada a pacientes impossibilitados de eliminar
as secreções ou pacientes intubados ou ainda traqueostomizados. Consiste em
retirar a secreção traqueobrônquica e orofaríngea através de uma sonda ligada a
um aparelho de sucção manual ou de máquina elétrica. A aspiração traqueal pode
ser efetuada por via oral ou nasal, sendo a oral a mais frequentemente executada,
porque o acesso é mais fácil e permite o uso de sondas com calibres maiores.
 Sonda Nasogástrica: A passagem de sonda gastrointestinal é a inserção de uma
sonda plástica ou de borracha, flexível, podendo ser curta ou longa, pela boca ou
nariz para: descomprimir o estômago e remover gás e líquidos; diagnosticar a
motilidade intestinal; administrar medicamentos e alimentos; tratar uma obstrução
ou um local com sangramento; obter conteúdo gástrico para análise.
 Cateter Intravascular Periférico (Jelco 14 á 24): Cateter periférico de uso único,
descartável confeccionado em Polímero radiopaco, indicado em terapia
intravenosa periférica de permanência até 72 horas na veia.
 Cateteres das veias centrais: São tubos pequenos colocados nas grandes veias
centrais próximas ao coração, para que líquidos e medicamentos possam chegar
rapidamente aos órgãos importantes. Realizado pelo Médico.
 Equipo de Soro: Espécie de mangueira aderida ao paciente e ao soro. Existem
vários tipos de Equipo, entre eles os principais que podem conter no carrinho são:
- Equipo comum.
- Equipo tipo bomba de infusão: permite a infusão medicamentosa, com maior precisão;
- Equipo tipo microgotas.
- Seringa.
- Agulha
 Soro Fisiológico: Solução isotônica em relação aos líquidos corporais que contem
0,9%,.

33
 Soro Glicosado: Solução isotônica em relação ao sangue, que contém 5%, em
massa, de glicose.
 Ringer Lactato: Composta de cloreto de sódio, cloreto de cálcio, cloreto de
potássio e lactato de sódio, diluídos em água para injeção, a composição dessa
solução aproxima-se estreitamente daquela dos líquidos extracelulares.
 Água Destilada: foi obtida através da destilação (condensação do vapor de água
obtido pela ebulição ou pela evaporação) de água não pura que contém outras
substâncias dissolvidas. Usado como diluente de alguns fármacos.

Drogas Indispensáveis no carro de PCR:


 Adrenalina (EPINEFRINA): Utilizada em todos os casos de Parada
Cardiorrespiratória. Seu efeito vasoconstritor periférico intenso aumenta a
pressão na aorta, melhorando o fluxo coronariano e cerebral. Apresentação:
ampola 1 mg/1 ml. Deve ser usada em 1 mg ev em bolus, a cada 3 a 5 min
enquanto durar a PCR. O início do efeito por via Intravenosa é imediato. Utilizada
na fibrilação ventricular, na taquicardia ventricular sem pulso, na assistolia, na
atividade elétrica sem pulso (AESP) e, às vezes, na bradicardia.
 Atropina: Aumenta o batimento cardíaco. ampolas de 0,25mg/1ml (0,5 e 1mg).
Na PCR - 1mg a cada 3 a 5 min. Fora da PCR - 0,5 a 1 mg a cada 3 a 5 min. Dose
máxima - 0,03 a 0,04 mg/kg. Início do efeito é de 2 a 5 minutos após infusão.
 Amiodarona: Eficácia comprovada no tratamento da fibrilação atrial, da
taquicardia supraventricular paroxística (TSVP) e das TV não-sustentadas.
ampolas. 150 mg/ 3 ml. FV/TV sem pulso. Na PCR dose de ataque PCR - 300
mg ev em bolus seguidos, de 20 ml de SF; considerar 150 mg após 15 min se não
houver reversão. Fora da PCR - 150 mg diluídos em 100 ml, infundidos em 15
min; pode-se repetir a cada 15 min até conversão do ritmo.
 Bicarbonato De Sódio: Indicado quando a FV/TV sem pulso é decorrente de
hipercalemia ou de intoxicação por cocaína ou por antidepressivos tricíclicos.
Apresentação: soluções de bicarbonato de sódio 8,4% - 1mEq/ml. Quando:

34
Assistolia ou AESP. Somente em situações de ressuscitação prolongada. Como:
Ataque, 1 mEq/ kg ev inicialmente metade dessa dose a cada 10 min
posteriormente.
 Lidocaína: Antiarrítmicos Podendo ser utilizada por via endotraqueal em casos
de emergência, quando o acesso venoso ainda não foi estabelecido.
Apresentação: 100 mg/5ml. Na falta da amiodarona, pode-se utilizar a lidocaína em seu lugar.
Como: TV estável - 1 a 1,5mg/kg EV em bolus.
 Sulfato De Magnésio: Anticonvulsivante Como: Ataque -1 a 2 gr em 50 a 100 ml
de SG5% em 5 a 60 min (fora da PCR) ou 1 a 2 g em 10 ml de SG5% em bolus
(na PCR).
 Adenosina: É utilizada por via endovenosa para reversão de taquiarritmias com
QRS estreito. Como: 1 ampola em "bolus" IV.

35
36
Carro de PCR

(Parada CardioRespiratória)

37
Bala de Oxigênio ou Cilindro de Oxigênio: É um equipamento desenvolvido em alumínio
que serve para armazenar gases comprimidos ou liquefeitos. Serve para
manter/transportar/encaminhar pacientes que necessitam de suporte
ventilatório/oxigenioterapia.

38
Eletrodos: Eletrodos cardíacos são pequenos dispositivos que conectam o paciente ao
monitor do aparelho de ECG. Ou seja, os eletrodos são as partes do eletrocardiógrafo
que ficam em contato com pele do paciente durante o eletrocardiograma.

39
6. EXAMES COMPLEMENTARES DE ROTINA
Todos os órgãos e sistemas são avaliados diariamente nos pacientes internados nas
UTIs. Após avaliação clínica, são solicitados exames de rotina como:
Hematológicos: através da punção venoso, coleta-se pequena amostra de sangue para
avaliação no laboratório central dos principais eletrólitos, enzimas e metabólitos do organismo.
Radiológicos: Diariamente efetua-se nos pacientes submetidos a ventilação mecânica a
radiologia torácica pulmonar para controle e diagnósticos de derrames (líquidos) e infecções
como a broncopneumonia.

40
Gasométricos: designada de gasometria arterial, é efetuada punção na artéria radial situada
no punho (local do pulso). Após coleta, a amostra é analisada através do equipamento
designado hemogasômetro que permite a análise dos principais gases do sistema respiratório
tais como oxigênio e gás carbônico. Portanto é método para avaliação da boa função
pulmonar.

41
42
7. RECURSOS HUMANOS E ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS

Médico Intensivista: Designação técnica do médico especializado ao atendimento do paciente


internado nas Unidades Intensivas e Emergenciais. Possui conhecimento clínico e cirúrgico
amplo, capaz de diagnosticar, medicar e realizar procedimentos complexos emergenciais.

Enfermeiro Intensivista: Enfermeiro com formação para o atendimento de pacientes de alta


complexidade com grande dependência no leito. Supervisiona a ação do grupo de técnicos e
auxiliares de enfermagem, como a higienização, controle das medicações e prescrições, tendo
papel assistencial fundamental.

Fisioterapeuta Intensivista: Manutenção e prevenção de vários aspectos da fisiologia em


virtude da dependência total ou parcial dos pacientes que podem culminar na chamada
Síndrome do Imobilismo. A assistência ventilatória é outra necessidade fundamental realizada
através do fisioterapeuta, que efetua higienização brônquica diária através de técnicas
específicas e controle do ventilador mecânico.

Nutrólogo e nutricionista: O nutrólogo é médico especializado no diagnóstico e prescrição


nutricional. Diariamente efetua avaliações e mantém o aporte calórico, protéico, glicêmico e
vitamínico equilibrado e essencial para manutenção do funcionamento e atividades vitais do
organismo. O nutricionista, incorporado na equipe multiprofissional, efetua diagnósticos e
evoluções dietéticas específicas, coordenando, organizando e acompanhando as prescrições
nutricionais.

Psicólogo: Todos aspectos emocionais, seja do paciente, da família ou da equipe, são


constantemente avaliados e observados através da psicologia intensiva. Com presença
fundamental nos períodos das visitas familiares, objetiva estabelecer além da humanização a
aproximação e apoio terapêutico necessário.

43
Assistente Social: Atua no apoio a família e paciente em situações externas ou internas que
possam impor dificuldades não relacionadas ao andamento terapêutico direto, seja no âmbito
familiar, do trabalho ou pessoais.

Técnico de Enfermagem: Realizar cuidados gerais ao paciente. (banho, medicação etc.).

Fonoaudiólogo: Avaliar presença dos reflexos orais, força e ritmo da deglutição, coordenação
entre deglutição e respiração. Treinamento na fala de pacientes traqueostomizados.

Atribuições dos Profissionais de Enfermagem:

 Sinais vitais: Incluir a curva térmica se houver indicação.


 Higiene corporal: Incluir cuidados quando houver algum problema que o
justifique. Por exemplo: déficit de autocuidado: banho e higiene oral.
 Alimentação: Via oral, gastrostomia, jejunostomia e sondas.
 Cuidados com procedimentos: Preparo para cirurgias, sondagens, curativos,
exames diagnósticos (punções, biópsias, endoscopias) e outros.
 Educação em saúde: Orientações realizadas á família além das específicas para
o cliente.
 Cuidados com medicamentos: Os cuidados com diluição de medicamentos e
efeitos, devem ser prescritos quando necessário ou em casos de introdução de
nova droga, caso contrário, a equipe deve estar capacitada para tal ação. Pode-
se incluir, também neste item, cuidados para problemas colaborativos decorrentes
ao uso de drogas, como por exemplo, anticoagulante que aumenta o risco de
sangramento.
 Todas ações deverão ser CHECADOS pelo profissional que a realizou usando
a seguinte regra:
Ação realizada – Fazer um “V” em cima do horário prescrito e rubricar. Não precisa colocar o
número do COREN.

44
Ação não realizada – Fazer um círculo ao redor do horário prescrito, rubricar e, descrever os
motivos no impresso de anotações. Ex: Acompanhante deu comida ao cliente.
 É atribuição do técnico fazer diariamente, as anotações dos clientes sob sua
responsabilidade, no impresso de “Anotações de Cuidados de Enfermagem” e as
do Balanço Hídrico.
 As anotações de enfermagem não podem conter rasuras ou ser inventadas. Tal
conduta é considerada antiética e crime, estando sujeito a punições perante
processos judiciais.
 Colocar a data e anotar a hora dos cuidados realizados tais como:
- verificação dos sinais vitais conforme horários definidos no plano de cuidados de
enfermagem
- eliminações fisiológicas, drenos e sondas
- as seis refeições: desjejum, colação, almoço, lanche, jantar e ceia
 Incluir as queixas
 Assinar e colocar COREN.
 Realizar passagem de plantão: Representa a entrega do seu trabalho a equipe
subsequente. Transmite informações sobre a os cuidados realizados aos clientes
e família e, também favorece a organização do trabalho.
 Antes da passagem de plantão, toda equipe deverá fazer a “finalização” do turno,
ou seja:
- Organizar das enfermarias recolhendo as roupa usadas, vidros de diurese, comadres,
papagaios, banheira, e outros materiais usado na assistência.
- Verificar as anotações e checar as prescrições médicas e de enfermagem
- Checar se todos os cuidados de enfermagem foram anotados no impresso de Anotações de
Enfermagem – dietas, eliminações e queixas.
- Organizar a sala de procedimentos e posto de enfermagem.
- Organizar o carrinho de emergência e sua reposição.
- Organizar o repouso da equipe, retirar os lençóis da cama.

45
8. INTERAÇÃO UTI E CCIH

A comissão de controle de infecção hospitalar (CCIH) exerce um papel fundamental


no processo de melhoria contínua, que permeia qualquer processo de qualidade total ou busca
pela excelência na assistência.
Vários procedimentos, realizados com os pacientes internados em Unidades de Terapia
Intensiva, devem ser monitorados, pois oferecem grande risco para desenvolverem infecção
hospitalar. Cada instituição é responsável pela coleta dos dados e análise correlacionando-os
ao perfil dos pacientes atendidos.
Os procedimentos que devem ser monitorados em uma Unidade de Terapia Intensiva são:
 - Utilização de sonda vesical;
 - Utilização de cateter venoso periférico;
 - Utilização de cateter central
 - Utilização de ventilador mecânico;
 - Lavagem das mãos dos profissionais;
 - Troca de soluções e prazo de validades das soluções;
 - Desinfecção dos materiais e equipamentos.
 - Hemocultura (frasco)
 - Antibioticoterapia
Frasco de Hemocultura
 - Swab oral, nasal e retal. (cotonete)

46
Swab

9. CRITÉRIOS DE PRIORIZAÇÃO PARA INTERNAR EM UTI

PRIORIDADE 1 - Pacientes criticamente enfermos, em coma ou não, e instáveis que


necessitam de cuidados de Terapia Intensiva e monitoração que não pode ser provida fora do
ambiente de UTI. Usualmente, esses tratamentos incluem suporte ventilatório, drogas
vasoativas contínuas, etc. Nesses pacientes, não há limites em se iniciar ou introduzir
terapêutica necessária. Exemplos destes doentes incluem choque ou pacientes com
instabilidade hemodinâmica, pacientes em insuficiência respiratória aguda necessitando de
suporte ventilatório.
PRIORIDADE 2 - Pacientes que necessitam de monitoração intensiva e podem
potencialmente necessitar intervenção imediata. Não existe limite terapêutico geralmente
estipulado para estes pacientes. Exemplos incluem pacientes com condições mórbidas
crônicas (como as terapias renais substitutivas) que desenvolvem doenças agudas graves
clínicas ou cirúrgicas.
PRIORIDADE 3 - Pacientes criticamente enfermos mas que têm uma probabilidade reduzida
de sobrevida pela doença de base ou natureza de sua doença aguda. Esses pacientes podem
necessitar de tratamento intensivo para aliviar uma doença aguda, mas limites ou esforços
terapêuticos podem ser estabelecidos como não intubação ou reanimação cardiopulmonar.
Exemplos incluem pacientes com neoplasias metastáticas complicadas por infecção;
hemorragia intra /peri /ventricular de grande extensão.

47
10. PATOLOGIAS MAIS COMUNS NA UTI

RESPIRATÓRIAS
 Insuficiência Respiratória Aguda (IRA): O sistema respiratório torna-se incapaz de
atender à manutenção da oxigenação do paciente. Em consequência disso, o
sangue venoso não é suficientemente oxigenado e, portanto, o dióxido de carbono
não é eliminado adequadamente. Esse processo é agudo, ou seja, apresenta
início súbito.
 Hipoxemia: Situação em que a concentração de oxigênio no sangue está abaixo
do valor normal. os valores de pressão arterial de oxigênio no sangue abaixo de
80mmhg são indicativos de hipoxemia, sendo valores abaixo de 60 mmhg
característicos de hipoxemia severa.
 Edema Agudo de Pulmão(EAP): É uma situação de emergência caracterizada por
acúmulo anormal de líquidos no interstício e nos alvéolos pulmonares (congestão
pulmonar). Esse acúmulo de líquidos é causado pelo aumento da pressão
sanguínea nos capilares, acarretando deslocamento de líquido do sangue para o
interstício e, depois, para os alvéolos pulmonares.
 Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto(SARA) ou Síndrome do Desconforto
Respiratório do Adulto(SDRA): É definida como um quadro de lesão pulmonar
aguda associada a um edema agudo pulmão, não cardiogênico, e hipoxemia
severa.
 Hipertensão pulmonar: É uma síndrome caracterizada pelo aumento progressivo
da resistência vascular pulmonar, ocasionando sobrecarga do ventrículo direito e
culminando com sua falência. Consiste na elevação da pressão sanguínea nas
artérias que levam o sangue do lado direito do coração para os pulmões.
 Insuficiência respiratória aguda necessitando de suporte ventilatório.
 Embolia pulmonar com instabilidade hemodinâmica.
 Pacientes em unidade intermediária com deterioração respiratória.

48
 Insuficiência respiratória (intubação imediata).

CARDIOVASCULAR
 Infarto agudo do miocárdio
 Choque cardiogênico
 Arritmias complexas requerendo monitorização contínua e intervenção
 Insuficiência cardíaca congestiva aguda com insuficiência respiratória e/ou
requerendo suporte hemodinâmico
 Emergências hipertensivas
 Parada cardio-respiratória (pós-reanimação)
 Tamponamento cardíaco com instabilidade hemodinâmica
 Aneurisma dessecante da aorta
 Bloqueio cardíaco completo ou situações de bloqueio associados a distúrbios
hemodinâmicos aos quais são necessários tratamento intensivo e/ou marca passo
temporário
 Edema agudo de pulmão
 Angina instável (com arritmias, instabilidade hemodinâmica e dor torácica
persistente)
 Pós para cardiorrespiratória

NEUROLOGIA
 Doença vascular cerebral aguda com alteração do nível de consciência
 Coma metabólico
 Hemorragia intracraniana
 Hemorragia sub-aracnóide aguda
 Meningite com alteração do estado mental ou comprometimento respiratório.
 Hipertensão intracraniana
 Pós-operatório do SNC
 Trauma crânio encefálico grave
49
 Convulsão Grave

FARMACOLOGIA INGESTÃO/OVERDOSE
 Instabilidade hemodinâmica
 Coma com instabilidade respiratória ou não
 Convulsão de difícil controle
 Convulsão subsequente a ingestão de drogas
 Alteração do nível de consciência

GASTROENTEROLOGIA
 Hemorragia digestiva persistente com sinais de choque
 Insuficiência hepática fulminante
 Pancreatite grave
 Gastrenterite com choque
 Perfuração esofágica
 Úlceras gastroduodenais complicadas/perfuradas

ENDOCRINOLOGIA/METABOLISMO
 Cetoacidose diabética complicada com instabilidade hemodinâmica, acidose
grave
 Distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásico graves
 Crise tireotóxica ou coma mixedematoso com instabilidade hemodinâmica
 Estado hiperosmolar com coma e/ou instabilidade hemodinâmica
 Outros problemas endócrinos como crise adrenal com instabilidade
hemodinâmica
 Hipercalcemia grave com alteração do estado mental necessitando de
monitoração hemodinâmica
 Hipo ou hipernatremia com convulsão, alteração do estado mental
 Hipofosfatemia com fraqueza muscular
50
CIRURGIA
 Pacientes de pós-operatório necessitando monitoração hemodinâmica e suporte
ventilatório

RENAL
 Insuficiência Renal Aguda

DIVERSOS
 Choque séptico com instabilidade hemodinâmica;
 Lesões por choque elétrico, afogamento, hipotermia;
 Hipertermia maligna;
 Distúrbios hemorrágicos complicados;
 Politraumatizados; Traumatismo Craniano
 Injúrias ambientais;
 Terapêutica com risco potencial de complicação

11.ADMISSÃO DO PACIENTE NA UTI


As internações eletivas são normalmente decorrentes de procedimentos cirúrgicos.
Quando a cirurgia é programada, realiza-se a reserva de leito no CTI. Como a reserva de leito
é feita considerando o quadro clínico do paciente e a possibilidade de complicações
operatórias, muitas das vezes o leito é reservado e não utilizado. Os responsáveis pelo CTI
devem elaborar rotinas e procedimentos descrevendo os critérios clínicos que são
considerados para admissão do paciente.

RESPONSABILIDADE DOS PROFISSIONAIS NO PROCESSO DE ADMISSÃO

51
Para que a admissão do paciente na Unidade de Terapia Intensiva seja realizada
de forma rápida e segura, poderá ser estabelecido um protocolo que descreva as atividades
de responsabilidade das equipes envolvidas. Compreende as seguintes setores:
1. Solicitação de vaga/leito disponível: a unidade de origem solicita a vaga
para o médica responsável pelo plantão e discute com o enfermeiro o
melhor leito a ser destinado ao paciente. A unidade de origem será
responsável pelo transporte e pela segurança do paciente, mantendo suas
condições clínicas e hemodinâmicas.
2. Enfermeiro do setor de origem: transmite por telefone o caso do paciente
ao enfermeiro da unidade de terapia intensiva, com dados relevantes
sobre: hipótese diagnóstica e dias de internação, breve exame físico e
condições geral do paciente, necessidade de suporte ventilatório, bombas
de infusão ou outro equipamento que poderá ser utilizada pelo paciente.
Após a passagem de plantão, o enfermeiro da unidade de terapia intensiva
confirma o horário para transferência do paciente.

3. Enfermeiro da UTI e a equipe de enfermagem: o enfermeiro da unidade de


terapia intensiva designa o funcionário que irá receber o paciente mediante
escala e transmite a ele informações necessárias para a montagem do
box/leito do paciente. É importante determinar quem responde pela
montagem e checagem do ventilador.

PROCEDIMENTOS DE ADMISSÃO

 Na admissão do paciente deverão estar presentes o enfermeiro, o médico e dois


técnicos de enfermagem para a realização do transporte e a admissão;
 Após a acomodação no leito, o paciente deverá ser identificado com pulseira e
orientado sobre todos os procedimentos que serão realizados (nos pacientes
lúcidos e orientados);

52
 O paciente deverá ser monitorizado e submetido imediatamente à verificação dos
sinais vitais e à investigação do traçado eletrocardiográfico;
 As drogas e medicações deverão ser colocadas em bomba infusora conforme
prescrição médica, e, em seguida, deve-se iniciar rigoroso controle e aprazamento
dessas drogas;
 Instalar oxigenoterapia ou ventilação conforme prescrição médica;
 O enfermeiro deverá realizar exame físico completo e registrá-lo em evolução de
enfermagem quando da admissão do paciente;
 O técnico de enfermagem anota no prontuário os parâmetros vitais e as
eliminações fisiológicas do paciente (se houver sonda vesical), realizando
respectivamente a anotação de enfermagem.

NORMA ESPECÍFICA

➢ É atribuição do profissional do Registro conduzir o cliente e família/acompanhante até a


unidade munido do prontuário, estando a vaga regularizada.
➢ É atribuição do Técnico recepcionar o cliente e família/acompanhante na unidade e conferir
o prontuário, fazer a admissão e registrar os seguintes dados:
➔ Data e horário da admissão
➔ Procedência
➔ Motivo da internação

➔ Queixas principais

➔ Condições gerais : estado geral, nível de consciência, à presença de soro, curativos,


sondas, etc.
➔ Sinais Vitais : colocar a PA, P, R e T.
➔ Peso e altura: se for possível.

➔ Assinatura e número do COREN. Usar carimbo.

➔ registrar o cliente no livro de admissão.


53
➔ Identificar o leito do cliente.

➔ colocar o nome no quadro do posto de enfermagem;

➔ comunicar o Serviço de Nutrição e Dietética.

➢ É atribuição do enfermeiro fazer o Histórico de Enfermagem e Plano de Cuidados.

ATENÇÂO:
• Para evitar transtornos à equipe, oriente o cliente e família quanto ao uso de pertencer
pessoais durante a internação, tais como: celular, óculos, carteira com documentos, adornos,
prótese dentárias e outros. Utilize o armário disponível ou estimule o familiar levar para casa.
O hospital não se responsabiliza por perda ou danos.
• As próteses de uso pessoal (dentária, ocular e outras) bem como aparelhos (como por
exemplo muletas), avalie as condições em que se encontra e anote no prontuário.

MONTAGEM DO BOX

Equipamentos e materiais:
 Cama com grades laterais de segurança, se possível, antropométrica arrumada
com lençol, oleado (impermeável), traçado, lençol de cobrir, cobertor;
 Monitor Multiparâmetros: Contendo ECG e opcional para pressão arterial não
invasiva e invasiva, oximetria de pulso, temperatura e respiração. Incluindo os
acessórios: cabo paciente, sensor para oximetria de pulso, cabo para transdutor
de pressão, kit de monitorização completo ou para montagem;
 Respirador;
 Bombas infusoras;
 Esfigmomanômetro;
 Estetoscópio;
 Termômetro;
 Suporte de soro;

54
 Painel de gases checado (manômetro de oxigênio, ar comprimido e vácuo, e
fluxômetro de oxigênio e ar comprimido);
 Aspirador a vácuo;
 Aspirador de secreção
 AMBÚ com máscara;
 Nebulizador com traquéia e máscara;
 Umidificador;
 Eletrodos;
 Cateter para aspiração de secreções;
 Cateter de oxigênio nasal ou macrobebulização contínua
 Luvas;
 Máscaras;
 Gaze.

55
12- ANAMNESE

Durante o processo de admissão, o enfermeiro deverá levantar dados do paciente e


proceder ao exame físico. Nos casos de pacientes que não apresentem condições de
responder, o questionamento deverá ser feito a uma pessoa da família, preferencialmente
próxima ao paciente. Segue uma lista de dados importantes a serem levantados e/ou
observados na admissão:
 Identificação do paciente: nome, sexo, raça, estado civil, religião , procedência,
escolaridade e profissão.
 Queixa principal (QP): motivo da admissão.
 História da doença atual (HDA): descrição dos sintomas sentidos pelo paciente
desde o surgimento do problema de saúde, há quanto tempo surgiram os
sintomas, a intensidade, duração, localização e frequência dos mesmos; alívio
destes sintomas; hospitalizações relacionadas ao presente problema; outros
dados sobre a doença, como fatores relacionados. Antecedentes fisiológicos e/ou
patológicos (AFeP): doenças da infância; desenvolvimento; alergias; outras
doenças desenvolvidas; hospitalizações e/ou cirurgias anteriores; medicamentos
usados, descrevendo quais, posologia e duração do t.
 História patológica familiar (HPF): questionar sobre doenças de pais, irmãos e
cônjuges, principalmente as crônico-degenerativas, infecto-contagiosas e
neoplasias.
 Hábitos de vida (HV): questionar sobre lazer e recreação, sono e repouso,
atividade física, alimentação e hidratação, eliminações, tabagismo, etilismo ou
drogas, vida sexual.
 História sócio-econômica (HSE): moradia, saneamento, animais domésticos, com
quem mora, relações intrafamiliares.
 Queixa de dor (escore de dor, início, aspecto, fatores desencadeantes, fatores
agravantes, fatores de melhora).

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 Antecedentes pessoais (hipertensão arterial, diabetes, cardiopatias, acidente
vascular encefálico, etc).
 Medicações em uso, com dosagem e o último horário de administração.
 Tratamentos e cirurgias prévias.
 Alergias.
 Gravidez/ data da última menstruação.
 Esquema de vacina.
 Restrição alimentar.

13- EXAME FÍSICO

1. Aspecto geral: Avaliar a resposta do indivíduo em relação à sua doença, perda de


força muscular ou de peso e o estado psíquico do paciente. Classificação = Bom,
regular e mal estado geral.
2. Nível do sensório: Lúcido, orientado, alerta, confuso, sonolento, obnubilado,
torporoso e comatoso.
3. Estado nutricional: Avaliar sinais como edema generalizado, turgor, cabelos,
palidez, conjuntiva, sangramento gengival, alterações psicomotoras, obesidade ,
magreza, caquético, e etc.
4. Hidratação: Ressecamento de pele (turgor diminuído) e boca, queda no débito
urinário.
5. Pele: Coloração (palidez, hipocorado, cianótica, ictérica), sudorese, temperatura
sinais flogísticos, textura (ressecada, fragilidade), turgor, integridade/lesões
(mácula, pápula, vesícula, bolha, pústula, erosão, úlcera, fissura, feridas etc),
presença de edema.
6. Mucosas: Integridade/lesões, coloração e hidratação.
7. Anexos: Unhas, pelos e cabelos.
8. Cabeça e pescoço:

57
Crânio: lesões, hematomas, deformidades, higiene e presença de parasitas e etc.
Face: (coloração da pele e presença de lesões).
Olhos: (pálpebras ptose palpebral, nódulos e lesões, edema.
Globo ocular: protuso/exoftalmia ou afundamento/enoftalmia.
Esclerótica: coloração/icterícia, hemorragia.
Pupilas: isocóricas ou anisocóricas, miótica, midriática, diâmetro, fotorreagente.
Nariz: movimento das asas do nariz, secreções, lesões, ou epistaxe.
Ouvidos: higiene, presença de cerume, lesões e sinais flogísticos.
Boca: coloração da mucosa oral, hálito, lábios, gengivas, dente, uso de próteses.
Língua:. Avaliar úvula, palato mole, orofaringe e amígdalas ( Sinais de inflamação).
Pescoço: veias jugulares, pulso carotídeo, palpar linfonodos = dor, ou gânglios.
9. Avaliação cardíaca: pulsos, FC, e PA; avaliação das bulhas cardíacas,
auscultando os 4 focos.
10. Avaliação pulmonar: FR, padrão respiratório (eupneico, bradpneico, taquipneico,
apnéia, dispnéia), amplitude da respiração (profunda ou superficial, ausculta de
ápice a base bilateralmente = murmúrios vesiculares ou ruídos adventícios
(roncos, sibilos, crepitantes).
11. Avaliação abdominal:
Inspeção: forma abdominal, cicatriz umbilical, lesões, cirurgias.
Palpação: hipersensibilidade/dor, contorno de órgãos.
Percursão: predomínio de sons timpânicos, exceto em regiões onde tenham órgãos como
fígado, baço ou vísceras preenchidas por fezes líquidos.
ausculta: verificar a presença dos ruídos hidroaéreos, se estão aumentados, diminuídos ou
se não há ruídos (íleo paralítico).
12. Extremidades: Verificação de pulsos (Membros superiores e inferiores
bilateralmente), integridade da pele (lesões, curativos), mobilidade, perfusão,
temperatura, presença de dispositivos intravenosos (gotejamento e composição
da medicação infundida), uso de próteses ou órteses.

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13. Sinais Vitais: Estes podem ser descritos no final ou no início do documento, ou
então distribuídos com seus sistemas correspondentes. (Frequência Cardíaca-
FC, Pressão Arterial - PA, frequência Respiratória- FR e Temperatura.
14. Verificar Glicemia Capilar HGT (Haemoglucotest).

14- ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM

As anotações de enfermagem fornecem dados para o profissional de enfermagem


estabelecer o plano de cuidados e a prescrição de enfermagem para o paciente. A anotação
de enfermagem pode ser realizada por todos os membros da equipe de enfermagem, ou seja,
enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem. É o registro simples, que
não requeiram aprofundamento científico.
Algumas regras norteiam a elaboração da anotação de enfermagem entre elas:
 letra legível;
 informações claras, concisas, objetivas e pontuais;
 descrição cronológica dos fatos;
 registro de data e hora;
 assinatura e identificação do profissional (no final do relato);
 sem rasuras, linhas ou espaço em branco;
 deve conter a resposta do paciente aos cuidados prestados, incluindo
sinais e sintomas;
 deve conter as abreviaturas previstas em literatura ou autorização pela
instituição.

ANOTAÇÃO DE ADMISSÃO
Na admissão do paciente, alguns dados devem ser registrados, entre eles:

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 data e hora da admissão;
 condições de chegada;
 presença de acompanhante;
 condições de higiene;
 queixas relacionadas ao motivo da internação;
 procedimentos e cuidados realizados no ato da admissão;
 orientações fornecidas ao paciente e ao acompanhante.

REGISTRO DE ENFERMAGEM
 Os Registros de enfermagem são todos os registros das informações
do paciente, das observações feitas sobre seu estado de saúde, e de
outros cuidados.
 Informar sobre a assistência prestada e, como consequência uma
informação disponível para a avaliação da eficiência e eficácia dessa
assistência.
 Anotar também todas as intercorrências, detalhes e alterações
possíveis do paciente no decorrer do plantão. Da qual ficará
documentada no prontuário do mesmo.
 Feito pela Enfermagem após a avaliação do estado geral do paciente
como ele se encontra no momento. Desse registro devem constar os
problemas novos identificados, um resumo sucinto dos resultados dos
cuidados prescritos.

EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM
A elaboração da evolução de enfermagem é privativa do enfermeiro. A evolução
caracteriza-se por:
 Conter registro e dados analisados;
 Ser elaborada pelo enfermeiro;
 Relatar o período de 24h;

60
 Conter o registro de reflexão e da análise de dados que foram processados e
contextualizados;
 Ser precedida por horário;
 Registrar e compreensão das orientações educacionais feitas ao paciente e
ao acompanhante.

15- ROTINAS ASSISTÊNCIAIS

Sonda naso-enteral: Quando ocorre dificuldade da ingestão dos alimentos, é introduzida


sonda maleável de baixo calibre na narina até o duodeno, porção após o estomago. Dietas
especiais designadas Dietas Enterais, são mantidas em infusão contínua dando aporte
necessário de calorias, proteínas e eletrólitos. As Dietas especiais dispensam as dietas
convencionais, podendo o paciente utilizá-las por longo período.

Sonda Naso Entérica (DobbHoff)

61
Imagem de RX Sonda Naso
Entérica

Sonda Nasogástrica ( Sonda Levine)

62
Cuidados: Inspecionar a narina diariamente para irritação cutânea, Higiene oral e nasal. Se

 Diarreia (fórmulas, rápida infusão), Distensão abdominal, Náusea, vômitos, fezes,
Débito urinário, Padrão respiratório.
 Confirmar posicionamento da sonda antes de instilar qualquer líquido
 Elevar a cabeceira na administração de dieta
 Medir resíduo gástrico antes de cada alimentação e a cada 4 a 8hs na alimentação
contínua
 Monitorar a velocidade do gotejamento
 Lavar a sonda 30 a 50ml antes e depois de cada dose de alimentação e
medicação
 Quando não estiver sendo utilizada irrigar a sonda duas vezes ao dia no mínimo
 Trocar o equipo a cada 24hs
Pode ser:
 Gravitacional;
 Bomba Infusora;
 Bolus – direto na sonda do paciente;

63
Sonda Vesical - Em pacientes inconscientes ou que necessitam controle rígido da diurese
(volume urinário), é necessário introduzir sonda na uretra (canal urinário) até a bexiga. A sonda
é conectada em bolsa coletora que fica ao lado do leito em locais baixos. Deverá ser realizado
com técnica asséptica, todo material estéril.
 O sistema fechado nunca deverá ser rompido.
 Quando houver obstrução deverá ser trocado todo o sistema.
 Não é necessário a rotina periódica da troca de sonda vesical de demora sem do
sistema de drenagem.
64
 A troca deverá ser efetuada quando houver obstrução, vazamento ou indicação
médica.
 Para coleta de pequeno volume de diurese (urinocultura ou EAS) deve-se fechar
a sonda por 15min e após fazer a desinfecção da parte distal da sonda com álcool
a 70%. Aspira a urina com seringa estéril.
 Manter a bolsa coletora no nível inferior a bexiga.
 Ao transportar o paciente sempre clampear o coletor para não haver retorno da
diurese para bexiga.

Sonda Foley

Acesso Venoso Periférico – Infusão de hidratação, medicamentos, antibióticos. O acesso


venoso periférico é inserção de um cateter ou agulha em uma veia periférica do organismo,
com a finalidade de coletar sangue para exames laboratoriais ou infundir drogas e soluções.
 Sua inserção deve ser preferencialmente, no membro superior.
 Retire o cateter inserido em membros inferiores o mais rápido possível.

65
 Retirar o cateter e mudar o sítio de punção a cada 72hs, para diminuir o risco de
flebite.
 Sempre lavar as mãos antes de entrar em contato com o paciente;
 Verificar se está bem fixado na pele;
 No momento do banho, proteger o acesso e evitar com que caia água no local -
isso pode ser feito com plástico;
 Sempre que for mexer no local do acesso, garantir a lavagem de mãos para evitar
possíveis infecções;
 Verificar sempre se há sinais de sujidade e sangramentos
 Se houver vermelhidão, edema e a pele na região do acesso estiver quente, retire
o acesso

Cateter de Nutrição Parenteral Total (NPT):

 Utilizar o cateter para nutrição parenteral, apenas para esse fim, ou seja, via
exclusiva.
 Não deverá entrar nenhuma medicação na via da nutrição venosa.

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 Quando cateter de duplo lúmen ou mais lúmen identificar a via da NPT.
A nutrição parenteral é a administração de nutrientes diretamente na veia, quando já não é
possível obter os nutrientes através da alimentação normal. Assim, este tipo de nutrição
é utilizada quando a pessoa já não tem um trato gastrointestinal funcionando corretamente, o
que mais frequentemente acontece em pessoas em estado muito crítico, como é o caso de:
 Síndrome do intestino curto;
 Fístulas gastrointestinais;
 Obstrução intestinal;
 Pancreatite aguda;
 Câncer gastrointestinal em estado avançado; por exemplo.

Máscara e cateter de oxigênio

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Cateter Central - O cateter é chamado de central em decorrência de estar próximo ao
coração. Permite acesso venoso rápido e eficaz. Sua permanência pode variar. O cateter
venoso central, é utilizado principalmente na UTI para infusão de grandes volumes de
medicações e algumas em específico, como drogas vasoativas. Para um cateter venoso
central, a via distal deverá ser visualizada em raio x. Ele também é indicado para verificação
da pressão venosa central, administração de medicamentos irritantes, vesicantes ou pela
difícil rede venosa.
 Manipular o cateter com técnica asséptica, usando um campo, luvas e materiais
estéreis.
 Utilizar solução alcoólico 70%.
 Evitar a inserção de um cateter que se exteriorizou do local de saída, a inserção
de um novo cateter deverá ser realizada preferencialmente em outro sítio.
 Utilizar curativo transparente semi-permeável sempre que possível. Trocar
curativo de 7/7 dias ou antes, se necessário.
 O curativo imediato após a punção deverá ser feito com gaze, devendo ser
substituído pelo curativo transparente após 24 horas. Realizar antissepsia com
PVPI alcoólico a 10% ou clorexidina alcóolica 4% e retirar qualquer resíduo de
sangue antes de aplicar o curativo transparente.
 Quando forem utilizados curativos com gaze e esparadrapo, trocar o curativo com
técnica asséptica a cada 48 horas.

68
Tubo orotraqueal - A permanência pode ser de curta duração, até horas, ou semanas. Caso
não possa ser retirado e com previsão maior de duas semanas, poderá ocorrer possibilidade
de traqueostomia e inserção da cânula baixa permitindo ao paciente maior conforto e até
alimentar-se. O Tubo deve estar sempre na posição centralizada da boca. Deve ser realizado
a aspiração do tubo orotraqueal quando houver secreção com técnica estéril

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Traqueostomia: Consiste na abertura da traqueia na região inferior frontal do pescoço e
introdução de cânula plástica em substituição do TOT. Não é recomendada a manutenção
por longos períodos do tubo orotraqueal em virtude de lesões que podem ocorrer na traqueia
e laringe. Cabendo ao intensivista a indicação e recomendação da traqueostomia. Pode ou
não ser procedimento permanente, podendo ser retirada quando do desmame efetivo do
ventilador mecânico.

Aspiração Traqueal:
 Para umidificação o tubo endotraqueal ou traqueostomia utiliza-se ampola de
água destilada,
 Antes de realizar o procedimento aumentar a FiO2 para 100% durante
aproximadamente 2min.
 Em casos como DPOC, enfisema pulmonar conforme orientação médica.
 Sempre realizar o procedimento com luva estéril.
 Separar o material a ser utilizado;
 Verificar o funcionamento de toda a rede;
 Se em VM, verificar se há água no circuito e retirá-la;
 Utilizar EPI - Óculos protetores, Máscara facial, Avental descartável, Luva estéril
 Após cada procedimento, lavar o látex conectando diretamente ao frasco de AD
(500ml).

70
 Trocá-lo a cada 24hs.
 A sonda de aspiração deve ser substituída por outra estéril.
 Sucção no máxima por 10 seg.
 Repetir preferencialmente até três vezes.
 Observar Sangramentos
 Dieta Enteral – parada
 Cuidado com a Profundidade de introdução.

Procedimento
 Introduzir sonda até encontrar “resistência”
 Iniciar a aplicação do vácuo, com movimentos circulares suaves do cateter,
permitindo a limpeza das secreções ( entrar com a sonda de aspiração com o
látex campleado e depois que colocar a sonda liberar o sistema de aspiração)
 Observar as secreções: volume, a cor, consistência e o odor.
 Desobstruir o lúmen do cateter se necessário (secreções forem espessas)
 Ver necessidade de aspiração oral

Aspiração com sistema Aberto:


 lave as mãos;
 Avalie as condições respiratórias e Hemodinâmicas do cliente;
 Paramente-se com máscara, óculos e avental;
 Abrir a embalagem da sonda de aspiração e conectá-la à extremidade da
extensão;
 Dobrar a FiO2 ou regular em 100%;
 Calçar as luvas, desconectar o ventilador mecânico com a mão enluvada, não
estéril, protegendo a conexão em Y do circuito;
 Com a mão enluvada estéril, introduzir a sonda de aspiração na cânula traqueal,
cavidade nasofaríngea ou boca;

71
 Realizar movimentos circulares com a sonda de aspiração, retirando-a em menos
de 10 segundos;
 Se necessário, introduzir de 3 a 5 ml de água destilada ou soro fisiológico;
 Conectar o ventilador mecânico;
 Suspender a aspiração e ventilar o cliente em caso de arritmias cardíacas, queda
da saturação de O2 (SpO2), cianose ou sangramento;
 Desprezar a sonda de aspiração em local apropriado, aspirar a água do frasco
lavando a extensão do aspirador.

Aspiração com sistema Fechado:


 Utilizado o track care (Utilizado em traqueostomia e aspiração do tubo
orotraqueal).
 Permite a ventilação contínua durante o procedimento, impedindo a
descarga do oxigênio e a perda de volume de pulmão.
 É um circuito fechado que impede a contaminação transversal e a infecção.

72
 É um cateter com graduação claramente visível e a ponta arredondada
para minimizar o risco de danificação da mucosa da traqueia
 tecla do controle da sucção com o sistema de travamento interno para
impedir a pressão acidental

73
Drenagem Torácica: Em coleções líquidas importantes no pulmão ou no pneumotórax
(colabamento do pulmão), pode ocorrer necessidade da colocação de dreno torácico com
sistema coletor. Trata-se de procedimento provisório.
 Verificar se as conexões estão fixas e bem adaptadas;
 Verificar funcionamento do dreno;
 Observar o sistema de drenagem para sangue/ar.
 Observar para a flutuação no dreno com a respiração;
 Manter vedada com uma tira de esparadrapo a junção rolha-frasco;
 Ordenhar periodicamente a extensão de borracha no sentido descendente;
 Ligar o aspirador à extensão do respiro quando indicada pelo médico;
 Trocar diariamente os frascos de drenagem e sempre que necessário;
 Trocar o sistema de drenagem nos casos de obstrução do sistema e drenagem
por tempo prolongado;
 Apoiar psicologicamente o paciente;
 Observar sintomas de dor, dispneia, medicando conforme prescrição médica;
 Avaliar para sangramento, infecção, extravasamento de ar e líquido ao redor do
dreno;
 Manter o dreno em posição adequada, sem dobras;
 Não prender com esparadrapo a extensão de borracha no leito;
 Orientar o paciente a cuidar do sistema de drenagem;
 Estimular o paciente em relação a movimentação, exercícios respiratórios;
 Trocar o curativo diariamente.

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75
Derivação Ventricular Externa (DVE)
É um sistema fechado de drenagem usado em procedimento neurocirúrgico.
Comumente é utilizada no tratamento e acompanhamento dos casos de hipertensão
intracraniana, além do controle da drenagem liquórica em pacientes com complicações
ventriculares e/ou tratamentos de hemorragias. Com base em uma prescrição médica, a altura
da câmara de gotejamento é determinada, bem como seu gotejamento. As principais
complicações da DVE são: infecções, meningite, ventriculite, sangramento intraventricular,
obstrução do sistema, hipo e hiperdrenagem do líquor, fístulas e complicações mecânicas.

Cuidados
 Manter decúbito de 30º (ou conforme orientação equipe de neurocirurgia);
 Zerar o cateter de DVE no conduto auditivo externo, devendo ser zerado na
admissão e toda vez que for alterado o nível da cabeceira. (muito cuidado com
camas elétricas,devido ser muito fácil mover sua altura);
 Fechar o cateter de DVE durante o transporte ou quando abaixar a cabeceira a
zero grau, evitando o risco de drenagem excessiva do líquor. Nunca esquecer de
abrir depois dos procedimentos. Solicitar da equipe clínica, qual o limite de
drenagem;
 Desprezar a bolsa coletora quando atingir 2/3 de sua capacidade. Ao manipular a
via de saída da bolsa, manter técnica asséptica;
 Registrar o tempo de permanência do cateter, comunicar à equipe após 10 dias;
 Realizar curativo na região peri-cateter uma vez por dia e, se necessário.
Observar se há extravazamento de líquor ou sinais flogísticos;
 Inspecionar a região de inserção do cateter na admissão e uma vez por plantão,
anotando o aspecto da ferida operatória;
 Nunca aspirar ou injetar solução no cateter. Em caso de obstrução, notificar a
equipe de neurocirurgia;
 Anotar débito, aspecto e cor da drenagem de líquor, a cada duas horas ou a cada
uma hora, quando instabilidade. Notificar quando alterações no débito;
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 Manipular com cuidado o paciente para evitar o tracionamento do cateter. Se
houver tração, nunca reposicionar e comunicar imediatamente a equipe de
neurocirurgia;
 Observar sinais e sintomas de infecção: mudança na coloração normal (incolor,
límpido), calafrios, febre, confusão mental,rebaixamento do nível de consciência,
alteração pupilar ou leucocitose, déficits motores, cefaleia, rigidez de nuca,
vômitos.

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16- TRATAMENTO DIALÍTICO

Hemodiálise é um procedimento através do qual uma máquina limpa e filtra o sangue,


ou seja, faz parte do trabalho que o rim doente não pode fazer. O procedimento libera o corpo
dos resíduos prejudiciais à saúde, como o excesso de sal e de líquidos. Também controla a
pressão arterial e ajuda o corpo a manter o equilíbrio de substâncias como sódio, potássio,
ureia e creatinina.
O paciente insuficiente renal é ligado à uma máquina que puxa seu sangue através de
uma bomba circuladora. Esse sangue passa por um filtro que possui uma membrana
semipermeável, que retira as toxinas e as substâncias em excesso, e devolve o sangue limpo
para o paciente. Existe infusão de heparina para evitar que o sangue coagule dentro do
sistema.

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Os curativos do paciente não devem ser molhados. Para isso, no banho deve-se cobrir
os curativos com plástico e prender com fitas. Os banhos de mar e os de piscina são
contraindicados devido os riscos de infecção.
Para que a máquina de hemodiálise consiga fazer o seu trabalho de limpar as toxinas do
sangue e remover o excesso de líquidos do corpo, ela precisa ter acesso ao sangue do
paciente. Isso é feito através de uma fístula arteriovenosa (FAV) ou de um cateter venoso
central (CVC).
A FAV é o acesso vascular mais indicado para realizar uma sessão de HD. A fístula do
paciente precisa ser puncionada por duas agulhas, uma para puxar o sangue em direção à
máquina e outra para devolver o sangue já filtrado de volta para o paciente. Em geral, as
picadas são realizadas no mesmo local, o que cria um pequeno túnel, que facilita a punção e
reduz a incidência da dor.
Durante 4 a 6 horas, o sangue do paciente fica passando continuamente pelo circuito e pelo
filtro.

DIÁLISE PERITONIAL

Catéter de Diálise Peritoneal: ( Cateter de Tenkoff) Introduzido no abdome, permite a infusão


de líquido intra-abdominal e troca dialítica. Procedimento simples, podendo ser permanente
ou não. Exige mais tempo para remover resíduos metabólicos de forma adequada e
restabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico. A grande vantagem do Cateter é que ele pode ser
utilizado logo que colocado. A Fístula por qualquer motivo deixou subitamente de funcionar.
Enquanto aguarda nova Fístula o doente pode continuar a fazer Diálise através de um Cateter.
Em pacientes que deixam de ter veias para construção de Fístula ou a espera de construção
de uma nova fístula.Pode desencadear peritonite – se não usada a técnica correta.

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Complicações técnicas:
- Recuperação incompleta de líquido- se após vários intercâmbios, o volume drenado é inferior
a quantidade introduzida, deve-se fazer uma avaliação: retenção líquida com distensão
abdominal, peso, extremidade do cateter pode estar obstruída com fibrina.
- Vazamento ao redor do cateter – o vazamento depois da cirurgia pode ser controlado por
suturas extras e diminuição na quantidade de dialisado instilado dentro do peritônio. O
aumento da pressão intra-abdominal (vômitos e tosse contínuos) também pode produzir
vazamento no dialisado. O vazamento age como uma via de acesso das bactérias ao peritônio.
- Líquido peritoneal sanguinolento – é previsto no efluxo inicial, mas deve clarear depois de
algumas trocas. O sangramento macroscópico em qualquer momento é uma indicação de
problema mais grave e deve ser investigado imediatamente.
- Peritonite – essa é uma condição grave, mas tratável, da diálise peritoneal. A detecção
precoce e o início do tratamento diminuirão o desconforto do paciente e impedirão
complicações mais graves. Sinais de - - peritonite: febre baixa, dor abdominal quando o líquido
está sendo introduzido e líquido de drenagem peritoneal turvo – será necessária a adição de
antibiótico de amplo espectro à solução de dialisado.
- Infecção do cateter – durante a troca diária de curativo, o local de saída deve ser examinado
rigorosamente quanto aos sinais de infecção: hipersensibilidade, rubor e drenagem ao redor
do cateter. Na ausência de peritonite, a infecção do cateter é geralmente tratada com
antibióticos de amplo espectro por via oral.
- Hipotensão – pode ocorrer quando se remove excesso de líquido. Os sinais vitais devem
monitorados frequentemente, em particular quando se utilizou uma solução hipertônica.
Hipertensão e sobrecarga líquida – podem ocorrer quando todo o líquido não é removido em
cada ciclo. Deve se observar a quantidade exata nas bolsas. Sinais de distúrbios respiratórios
- congestão pulmonar; hipertensão por ansiedade – início de medidas farmacológicas:
sedativos e tranquilizantes Hipocalemia – essa é uma complicação comum da diálise
peritoneal. O monitoramento do potássio sérico indicará a necessidade de acrescentar cloreto
de potássio à solução dialisado, bem como a quantidade a ser adicionada.

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- Hiperglicemia – os níveis de glicose sanguínea devem ser monitorizados rigorosamente em
pacientes com diabetes mellitus e doença hepática. Quando necessário, pode-se acrescentar
insulina suplementar ao dialisado, para controlar a glicemia.
- Dor – o paciente pode apresentar desconforto abdominal em qualquer período durante a
aplicação do método e provavelmente a dor é relacionada com a distensão constante ou a
irritação química do peritônio. Se uma leve analgesia não surtir efeito, a introdução de 5ml de
lidocaína a 2% diretamente no cateter pode ajudar.
- Imobilidade – a imobilidade (10 a 14 horas) pode levar a pneumonia hipostática,
especialmente no paciente enfraquecido ou idoso. As inspirações profundas, a movimentação
e a tosse devem ser estimuladas durante o método. Os exercícios com as pernas e o uso de
meias elásticas podem impedir o desenvolvimento de trombos e êmbolos venosos.
- Desconforto – por causa de o tratamento ser mais prolongado do que a hemodiálise, o tédio
é um problema frequente. Devem ser estimuladas distrações como receber visitas, fazer
leituras e assistir televisão.

Existem duas modalidades desta diálise:

- Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (DPAC): realizada diariamente e de forma manual


pelo paciente e/ou familiar. Geralmente 4 trocas ao dia (manhã, almoço, tarde, noite), sendo
que o tempo de troca leva aproximadamente 30 minutos. No período entre as trocas, o
paciente fica livre das bolsas.

- Diálise Peritoneal Automatizada (DPA): realizada todos os dias, normalmente à noite, em


casa, utilizando uma pequena máquina cicladora, que infunde e drena o líquido, fazendo as
trocas do líquido. Antes de dormir, o paciente conecta-se à máquina, que faz as trocas
automaticamente de acordo com a prescrição médica. A drenagem é realizada conectando a
linha de saída a um ralo sanitário e/ou recipiente rígido para grandes volumes. Durante o dia,
se necessário, podem ser programadas “trocas manuais”
Geralmente uma vez por mês o paciente vai ao hospital ou à clínica para colher exames de
sangue, urina e fazer a consulta com o médico nefrologista.
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Cuidados Da Enfermagem Com Pacientes Submetidos A Diálise
• Nível de consciência;
• padrão respiratório;
• Monitorar balanço hídrico;
• Turgor cutâneo e mucosas;
• Presença de dor;
• Trocar curativo no local de inserção do cateter diariamente.
• Sinais vitais.

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HEMODIÁLISE

Cateter de hemodiálise: O sangue filtrado através da máquina de hemodiálise e é


transportado de volta para o corpo do paciente através de um cateter. Uma extremidade do
cateter fica para fora e a outra dentro da veia cava, próximo ao coração. A parte externa do
cateter venoso central para hemodiálise possui duas vias, uma para levar o sangue até a
máquina de hemodiálise e outra para devolvê-lo. Enquanto a fístula não estiver pronta, o
paciente dialisa pelo cateter.
O tempo de vida de um Cateter depende do tipo de Cateter. Há os cateteres
temporários que geralmente são utilizados por doentes que fizeram ou vão fazer uma Fístula,
e que duram algumas semanas a poucos meses. Os outros Cateteres, chamados definitivos
são utilizados por doentes que não têm possibilidade de Fístula, e que podem durar muitos
meses ou anos.
A principal razão para se retirar um Cateter antes de tempo é o aparecimento de
febre que é atribuída a infecção do Cateter e que não responde à terapêutica antibiótica em
24-48 horas. Obstrução do Cateter, o qual deixa assim de funcionar devidamente e terá que
ser substituído.
Em caso de saída do Cateter deve-se comprimir o local de saída durante 10 a 15.
Se sujar com sangue verificar em primeiro lugar que as tampas e o clamp estão bem fechados,
e depois inspecionar os ramos do cateter para ver se não há rotura do mesmo.
O risco de infecção do Cateter é maior que com as Fístulas, e pode ter graves
consequências para o doente. Estas infecções são devidas a contaminação do Cateter com
bactérias existentes na pele, e por isso todos os doentes necessitam de cuidados especiais
de Enfermagem para a limpeza e realização do penso do Cateter.
Ao trabalhar na zona do Cateter a Enfermagem usa luvas esterilizadas e máscara,
e o doente deve ou usar uma máscara, ou evitar respirar, falar e tossir para a zona do Cateter.
Todos os doentes com Cateter devem registar a Temperatura no início da Diálise, para se
despistar uma eventual infecção.

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Algumas complicações:
• hipotensão
• arritmias;
• síndrome de desequilíbrio,devido a depuração excessiva e rápida;
• convulções;
• dificuldade respiratória.

Fístula de Hemodiálise: A veia quando passa a receber o alto fluxo da artéria, começa a se
desenvolver, crescendo e engrossando sua parede. Com o tempo a fístula adquire o aspecto
mostrado na foto ao lado. Trata-se de um grande vaso bem visível, com alto fluxo e pressão
de sangue e facilmente puncionável.
O problema da fístula é que esta precisa de pelo menos um mês para se tornar
apta à punção pelas grossas agulhas da hemodiálise. Nem todos os pacientes podem esperar
por este intervalo para começar a dialisar. Neste caso, lança-se mão do cateter de
hemodiálise. Este cateter é introduzido geralmente na veia jugular interna, localizada no

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pescoço, que prolonga se até a veia cava, próximo à entrada do coração. É um procedimento
de 30 minutos e o paciente pode seguir imediatamente para hemodiálise.

17- OXIGENOTERAPIA

Consiste na administração de oxigênio numa concentração de pressão superior à


encontrada na atmosfera ambiental para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia.
Sinais e sintomas de hipóxia: Inquietação, Ansiedade, Desorientação, Rebaixamento do nível
de consciência, Tontura, FC aumentada, Palidez, Cianose, Dispneia / taquipneia, Respiração
laboriosa (retração intercostal, batimento de asa do nariz).
Segundo a “American Association for Respiratory Care” (AARC), as indicações básicas de
oxigenoterapia são:
➢ PaO2 < 60 mmHg ou Sat O2 < 90 % (em ar ambiente).
➢ Sat O2 < 88% durante a deambulação, exercício ou sono em portadores de doenças
cardiorrespiratórias;
➢ IAM;

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➢ Intoxicação por gases (monóxido de carbono);

➢ Envenenamento por cianeto.


O oxigênio é prescrito em relação ao fluxo ou à concentração, dependendo das
necessidades do paciente e da capacidade do dispositivo de administração;
➢ O fluxo de oxigênio é expresso em litros/minuto. A concentração é expressa como um
percentual ou como uma fração de oxigênio inspirado (FiO2);
➢ Usar a concentração mínima ou o menor fluxo possível para alcançar um nível de oxigênio
sanguíneo adequado.

Sistemas de baixo fluxo:


Fornecem oxigênio suplementar diretamente às vias aéreas com fluxos de até 6 l/min ou
menos. Como o fluxo inspiratório de um indivíduo adulto é superior a este valor, o oxigênio
fornecido por este dispositivo de baixo fluxo será diluído com o ar, resultando numa FiO2 baixa
e variável (cânula nasal, cateter nasal).
Sistemas de alto fluxo:
Os sistemas de alto fluxo fornecem uma determinada concentração de oxigênio em fluxos
iguais ou superiores ao fluxo inspiratório máximo do paciente, assim asseguram uma FiO2
conhecida (máscara de venturi).
Cânula nasal e Cateter nasal: Método empregado quando o paciente requer uma
concentração baixa de O2.
Observações: Limitar o fluxo máximo de O2 a 6l/min para minimizar o ressecamento da
mucosa nasal; Usar sempre umidificador;
Máscara simples: Método empregado quando o paciente requer uma concentração moderada
de O2. Capacidade de oxigênio: 40 a 60% quando operado com 6 a 10 l/min.
Máscara de venturi: Método empregado quando o paciente requer uma concentração
moderada ou alta de O2. Consigo garantir uma FiO2 conhecida. Capacidade de oxigênio: 24
a 50% quando operado com 3 a 8 l/min.
Máscara com reservatório: Método empregado quando o paciente requer uma concentração
alta de O2. Capacidade de oxigênio: Até 95% quando operado com 10 a 15 l/min.

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CUIDADOS:
 Não administrá-lo sem o fluxômetro;
 Colocar umidificador com água destilada ou esterilizada até o nível indicado;
➢ Controlar a quantidade de litros por minutos;
 Observar se a máscara ou cateter estão bem adaptados e em bom
funcionamento;
 Trocar diariamente a cânula, os umidificadores, o tubo e outros equipamentos
expostos à umidade;
 Avaliar o funcionamento do aparelho constantemente
 observando o volume de água do umidificador e a quantidade de litros por minuto;
 Observar e palpar o epigástrio para constatar o aparecimento de distensão;
 Fazer revezamento das narinas a cada 8 horas (se for om cateter);
 Avaliar com frequência as condições do paciente, sinais de hipóxia e anotar e dar
assistência adequada,
 Manter vias aéreas desobstruídas;
➢ Controlar sinais vitais.

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18- ENTUBAÇÃO OROTRAQUEAL

Um dos procedimentos mais realizados na Unidade de Terapia Intensiva é a


entubação traqueal. Isso ocorre pois os pacientes que aí se encontram apresentam quadro
clínico instável, decorrente de intervenções feitas em situação de urgência ou emergência, ou
são pacientes em recuperação pós-operatória.
Antes que o procedimento seja realizado, alguns itens devem ser observados para
que o procedimento seja um sucesso e não traga ao paciente eventos indesejáveis. Os
principais itens a serem observados no paciente são o estado de consciência no qual ele se
encontra, a característica de sua respiração espontânea e a utilização de musculatura
acessória, alterações no padrão clínico hemodinâmico e análise de exames laboratoriais.
Entre os padrões analisados, podem-se citar: valores de saturação de oxigênio no sangue,
valores arterial e venosa. Esses parâmetros são de fácil coleta e extremamente úteis para o
médico determinar a necessidade ou não de ventilação mecânica invasiva.

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É fundamental que a equipe de enfermagem esteja presente e seja participativa durante
todo o procedimento e que o preparo do material, sua verificação e controle proporcionem
segurança ao paciente.
Determinados sinais e sintomas associados à etiologia do problema apresentado
pelo paciente são indicativos da necessidade ou não de entubação traqueal e ventilação
mecânica.
O procedimento de entubação traqueal é exclusivo do médico. Os profissionais de
enfermagem devem reconhecer as situações nas quais provavelmente o médico indicará
esses procedimentos.
É de responsabilidade da equipe de enfermagem manter o material para esse
procedimento sempre disponível para uso, pois em várias situações esse procedimento será
feito na condição de emergência ou urgência.
É a introdução de um tubo na luz da traquéia com técnica asséptica, com cuff e balão insuflado.
Pode Ser: Orotraqueal, Nasotraqueal e Transtraqueal.

INDICAÇÃO:
 Controle inadequado da ventilação pelo SNC
 Obstrução de vias aéreas
 Perda dos reflexos de proteção das vias aéreas
 Excessivo trabalho respiratório
 Necessidade de pico de pressão inspiratória para manter trocas alveolares
 Durante sedação profunda para exames diagnósticos
 Transporte
• Permite controle das vias aéreas
• Protege contra aspiração
• Possibilita elevadas concentrações de O2
• Permite aspiração traqueal
• Possibilita administração de drogas via endotraqueal nela: Narcan, Epinefrina, Lidocaína,
Atropina

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• Reduz ao mínimo o tempo que a via aérea fica desprotegida, assegurando, condições
adequadas para: laringoscopia e IOT
• Deve ser possível em 60 segundos após a administração de medicaçãos depressora dos
reflexos
• Cuidados com estômago cheio
• Analgesia
• Sedação
• Bloqueio Neuromuscular

INDICAÇÕES PROFILÁTICAS DE ENTUBAÇÃO E VENTILAÇÃO MECÂNICA.


Há situações em que a entubação torna-se necessária, já em outras situações a indicação é
feita preventivamente, nesses casos, a possibilidade de o paciente necessite de entubação e
ventilação mecânica é alta, sendo adequado a realização do procedimento de forma
preventiva.
São situações sugestivas de entubação preventiva:
• choque prolongado;
• pré-operatório de cirurgias de grande porte;
• pós-operaório de cirurgias de grande porte e médio porte;
• obesidade(em casos de procedimentos de alto risco ou quadro clínico instável);
• probabilidade de sepse;
• DPOC grave;
• hipotermia; etc.

INDICAÇÕES DE SUPORTE AVANÇADO(VM)

Doenças do SNC associadas a redução do estímulo respiratório e redução dos reflexos de


proteção de vias aéreas:
Intoxicação exógena
Acidente Vascular Cerebral
Trauma Craniano
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Hemorragia Subaracnóidea
Anestesia Geral

Doenças associadas a função neuromuscular:


Síndrome de Guillain-Barré
Esclerose Múltipla e Esclerose Lateral Amiotrófica
Miastenia Gravis
Trauma raqui-medular alto

Doenças associadas a função músculo-esquelética e pleural:


Derrame pleural volumoso
Pneumotórax hipertensivo
Hemotórax volumoso
Trauma torácico (tórax instável)
Síndrome de Fadiga Muscular associada a VM Indicação

Outros:
Parada cardíaca
Impossibilidade de proteger as V.A.
Inabilidade de ventilar o paciente
Oxigenação inadequada
Cirurgias
Pacientes criticamente enfermos e Apnéia.

EQUIPAMENTO DE INTUBAÇÃO
 Luvas, óculos, máscara
 Aspirador
 Oxigênio
 Cânulas de Guedel
 Guias e seringa de 20cc
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 Estetoscópio
 Monitores cardíaco + oxímetro de pulso+PNI
 Unidade Ventilatória com máscara e FiO2 100%
 Tubos endotraqueais adequados
 sonda aspiração (10 a 14 F )
 Fixados de tubo
 Carrinho de parada (desfibrilador + drogas para PCR)
 Acesso venoso
 Medicações: sedação + bloq. Neuromuscular
 Máscara facial + ambú + O2 úmido
 Material para aspiração + vácuo
 Laringoscópio + tubo orotraqueal + fio guia
 (TOT testado: cuff e balão + fio guia)
 Posicionamento adequado do paciente
 Pré-oxigenação

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ANALGESIA
Fentanil 3 mcg/kg EV bolus / 25 a 100 mcg
Alfentanil 15 a 30 mcg/kg EV

SEDAÇÃO
Midazolan 5 a 15 mg EV bolus até 0,15 mg/kg
Etomidato 0,3 a 0,4 mg/kg EV bolus
Propofol 1 a 4 mg/kg EV bolus
Tiopental sódico 2,5 a 5 mg/kg EV
Quetamina 2 a 4 mg/kg EV

BLOQUEIO NEUROMUSCULAR
Succinilcolina 1 a 1,5 mg/kg EV bolus
Rocurônio 0,6 a 1,2 mg/kg EV bolus
Vecurônio 0,1a 0,3 mg/kg EV
Atracúrio 0,4 a 0,6 mg/kg EV

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TÉCNICA
• Higienizar as mãos;
• Reunir o material;
• Certificar-se da identificação do paciente, conferindo a pulseira de identificação;
• Orientar o paciente e/ou acompanhante sobre o procedimento a ser realizado;
• Posicionar o paciente em decúbito dorsal horizontal com hiperextensão do pescoço;
• Mcc + saturação de oxigênio no sangue;

PRÉ OXIGENAÇÃO

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POSIÇÃO CORRETA DA CABEÇA

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98
VERIFICAR POSICIONAMENTO DA CÂNULA

 Traqueia / Esôfago
 Correto / Seletivo

CONFIRMAÇÃO DA INTUBAÇÃO
 Ausculta

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 “cuffs” insuflado
 Ausência de ruídos epigástricos
 Sons respiratórios bilateral
 Elevação simétrica do tórax
 Melhora da cianose
 CO2 expirado
 Oximetria de pulso

SEGUINTES PARÂMETROS DO VENTILADOR MECÂNICO:


 Módulo Controlado
 Volume Corrente- 8 a 10 ml/kg- 500mml- é o volume de ar inspirado e
expirado num ciclo
 Frequência- frequência do ciclo respiratório do ventilador . Valor: 16 a 20
no adulto
 FiO2- 21% à 100% dependendo da gasometria
 Relação Tempo Inspiratório / Expiratório: 1:2
 Sensibilidade_do aparelho em detectar ciclagem, esforços respiratório. 3
a 4cm H20
 PEEP- pressão positiva final expiração 5 á 8 cm H20.

CUIDADOS IMEDIATOS PÓS-INTUBAÇÃO


 Insuflar o cuff ( Press cuff )
 Checar posição do tubo: (estômago – pulmão esquerdo - pulmão direito)
 Fixar o tubo
 Aspirar TOT (técnica asséptica – luva e cateter estéril)
 Ajustar parâmetros do respirador e colocar em VM – FiO2: 100%
 Checar sinais vitais: FC, ritmo cardíaco, pressão arterial e saturação de O2
 Iniciar sedação e analgesia em infusão contínua em BI
 Elevar cabeceira do leito á 30 grau
100
 Solicitar: Rx ( checar posição do tubo – ideal 2 cm acima da carina)
 Solicitar gasometria arterial (após 30 minutos de ventilação)
 Reajustar parâmetros ventilatórios e reduzir FiO2 ( PO2 > 60 ou Sat. > 90%)
 Passar SNG (manter aberta, em drenagem) e passar sonda vesical
 Checar pressão do cuff c/ manovacuômetro (manter pressão em 20 cm/H2O)

ASPIRAÇÃO ORONASOFARÍNGEA E TRAQUEAL


A manutenção da viabilidade das vias aéreas após a instalação de um instrumento
de respiração artificial é realizada por meio da aspiração oronasofaríngea ou traqueal. O
conhecimento da equipe de enfermagem sobre a execução do procedimento e a avaliação
clínica do paciente garantem a realização de uma boa assistência qualificada.

19.EXTUBAÇÃO TRAQUEAL

Após a estabilização e o retorno das funções respiratórias do paciente, inicia-se o


processo para a diminuição dos parâmetros ventilatórios a fim de realizar a extubação
traqueal.

Extubação acidental
A extubação acidental é uma intercorrência grave que pode causar sérios danos aos
pacientes, inclusive a morte. A retirada da ventilação mecânica é uma medida importante na
terapia intensiva.
Muitas situações de extubação acidental ocorre por falha na prestação dos
cuidados de enfermagem. Entre essas falhas, podemos citar:
 A fixação inadequada da cânula;
 A diminuição da pressão do cuff;
 Manuseio do paciente pela equipe durante procedimentos;
 Tração da fixação da cânula.
101
Algumas medidas são importantes, como o estabelecimento de protocolos institucionais e
treinamento de toda equipe, com a finalidade de prevenir a extubação acidental. Outra ação
importante é o controle da qualidade do material utilizado.

Algumas medidas preventivas:


 Conferir a fixação;
 Realizar com no mínimo dois profissionais dependendo do procedimento;
 Verificar o cuff (local visível)

A utilização de diversos termos para definir este processo pode dificultar a avaliação
de sua duração, dos diferentes modos e protocolos e do prognóstico. Por esse motivo, é
importante a definição precisa dos termos, como se segue:

Desmame: O termo desmame refere-se ao processo de transição da ventilação artificial para


a espontânea nos pacientes que permanecem em ventilação mecânica invasiva por tempo
superior a 24 h.

Interrupção da ventilação mecânica: O termo interrupção da ventilação mecânica refere-se


aos pacientes que toleraram um teste de respiração espontânea e que podem ou não ser
elegíveis para extubação. O teste de respiração espontânea (método de interrupção da
ventilação mecânica) é a técnica mais simples, estando entre as mais eficazes para o
desmame. É realizado permitindo-se que o paciente ventile espontaneamente através do tubo
endotraqueal, conectado a uma peça em forma de “T”, com uma fonte enriquecida de oxigênio,
ou recebendo pressão positiva contínua em vias aéreas (CPAP) de 5 cm H2 O, ou com
ventilação com pressão de suporte (PSV) de até 7 cm H2 O.

Extubação e decanulação: Extubação é a retirada da via aérea artificial. No caso de


pacientes traqueostomizados, utiliza-se o termo decanulação. Denomina-se reintubação ou
fracasso de extubação, a necessidade de reinstituir a via aérea artificial. A reintubação é
considerada precoce quando ocorre em menos de 48 h após a extubação (ou decanulação).
102
O termo interrupção da ventilação mecânica refere-se aos pacientes que toleraram um teste
de respiração espontânea e que podem ou não ser elegíveis para extubação.
O teste de respiração espontânea (método de interrupção da ventilação mecânica)
é a técnica mais simples, estando entre as mais eficazes para o desmame. É realizado
permitindo-se que o paciente ventile espontaneamente através do tubo endotraqueal,
conectado a uma peça em forma de “T”, com uma fonte enriquecida de oxigênio, ou recebendo
pressão positiva contínua em vias aéreas (CPAP) de 5 cm H2 O, ou com ventilação com
pressão de suporte (PSV) de até 7 cm H2 O.

Para retirar o paciente da ventilação mecânica


 Identificar o paciente apto para o desmame avaliando diariamente
 Suspender sedação para verificar a capacidade de ventilação espontânea
 Teste de respiração espontânea
 Avaliar nível de consciência

20.PARADA CARDIO-RESPIRATÓRIA (PCR)

É a cessação dos batimentos cardíacos e da respiração. Em uma unidade de terapia


intensiva, pela gravidade extrema dos pacientes que ali se encontram, a rapidez para a
detecção precoce da parada cardiorrespiratória é importante fator para o prognóstico do
paciente.
Principais causas de PCR
As causas da parada cardiorrespiratória são várias, podendo ser resultado de: choque
circulatório, choque séptico, trauma, doença cardiovascular, Infarto, entre outras.
Adultos: doença coronária, fatores pregressos, como: história de PCR, taquicardia
ventricular(tv), infarto do miocárdio, miocardiopatia dilatada, hipertensão arterial sistêmica,
cardiomiopatia hipertrófica, síndrome do QT longo, fibrilação atrial

103
Gravidez: embolia pulmonar, trauma, hemorragia periparto com hipovolemia, embolia de
líquido amniótico, doenças cardíacas preexistentes e complicações pelo uso de
medicamentos durante a gravidez.
Sinais de PCR:
 Ausência de movimentos respiratórios (não há expansão pulmonar)
 Ausência de pulso (pulsação carotídea, femural, e outras artérias)
 Palidez, pele fria e úmida, presença de cianose de extremidades (pele
arroxeada)
 Dilatação de pupilas (pela falta de oxigenação cerebral) Ausência de
responsividade;
 Ausência de atividade mecânica (sem pulso);
 Apneia ou respiração agônica.

Os objetivos da RCP são:


 Evitar a morte.
 Reestabeler circulação e oxigenação.
 Atendimento imediato da vítima, reduzindo as chances de lesões cerebrais
por falta de circulação e oxigenação cerebral.

Respiração: Posicionar o paciente em decúbito dorsal (barriga para cima) em uma superfície
dura, verificar vias aéreas (presença de obstrução). Incline a cabeça e tracione o queixo para
trás. A elevação da mandíbula, com extensão da cabeça, permite a livre passagem do ar.

104
Circulação: Verificar pulso (carótida, femural). Na ausência iniciar massagem cardíaca. O
profissional coloca-se num plano superior a vítima (escada ao lado), de tal modo que seus
braços em extensão, possam executar a manobra.
 Apoiar uma das mãos sobre a metade inferior do esterno com os dedos refletidos
e a outra mão sobre a primeira.
 Utilizar o peso do próprio corpo e manter os braços em extensão, aplicar uma
pressão que deprima o esterno cerca de quatro a cinco centímetros e retira-se
subitamente a compressão.
 Devem ser realizadas 2 ventilações para 30 compressões. Completar 5 ciclos num
período de 2 minutos.

105
DO CICLO DA PCR
30 COMPRESSÕES TORACICAS X2 VENTILAÇÕES

REALIZAR O CICLO 5 VEZES

106
CHECAR O PULSO CENTRAL

OBS: 100 a 120 compressões por minutos


5 centímetros de profundidade

MEDICAÇÕES
 Objetivos
o Aumentar a pressão de perfusão coronariana e cerebral
o Estimular a contratilidade miocárdica
o Acelerar a FC
o Corrigir a acidose metabólica
o Suprimir ou tratar arritmias

Droga mais utilizada: Adrenalina – aumenta a frequência dos batimentos cardíacos e o


volume de sangue por batimento cardíaco, eleva o nível de açúcar no sangue, minimiza o
fluxo sanguíneo nos vasos e no sistema intestinal, enquanto maximiza o fluxo para os
músculos voluntários. Durante a RCP deve ser usada 1mg em intervalos de 3 a 5 minutos.
Outras drogas: Atropina – atua bloqueando o efeito do nódulo SA, o que aumenta a condução
através do nódulo AV e consequentemente o batimento cardíaco. Deve ser repetido em
intervalos de 3 a 5 minutos até a dose máxima de 3mg.
Bicarbonato de Sódio: Acidose metabólica grave com suporte ventilatório efetivo,
Hipercalemia, Hipermagnesemia, Intoxicação por antidepressivos tricíclicos. Dose: 1mEq/Kg
IV ou IO/ doses subsequentes de acordo com gasometria ou dose empírica de 0,5mg a 1mg/kg
a cada 10min. O uso de bicarbonato de sódio pode ser considerado para o paciente com
parada cardíaca prolongada.
Amidarona : Antiarrítimico.

107
21. ESCALAS UTILIZADAS EM UTI
O paciente sedado encontra-se em um estado de depressão do nível de
consciência, induzido por fármacos, com perda total ou parcial da responsividade aos
estímulos externos de acordo com as doses administradas. A sedação contínua é importante
para obter maior sincronia do paciente com o ventilador mecânico, para evitar o aumento no
consumo de oxigênio pelo miocárdio, para prevenir extubação acidental, para proporcionar
descanso para a musculatura respiratória, satisfazer as necessidades amnestésicas e
ansiolíticas, entre outros.

ESCALA DE GLASGOW – GLASGOW COMA


É uma escala neurológica que parece constituir-se num método confiável e objetivo
de registrar o nível de consciência de uma pessoa, para avaliação inicial e contínua após um
traumatismo craniano. A escala compreende três testes: respostas de abertura ocular, fala e
capacidade motora.

108
OBESERVAÇÃO: Inclusão da reatividade pupilar nos critérios de avaliação
Na antiga versão da escala, os únicos critérios avaliados eram: abertura ocular, resposta
verbal e resposta motora. Agora, na nova versão, foi incluída a Reatividade Pupilar, ou seja,
a reatividade da pupila à luz. Ao contrário dos outros critérios, este é pontuado de forma
decrescente: o pior resultado apresenta a maior pontuação. Assim, teremos a seguinte
atribuição:

2 pontos – Nenhuma reatividade em ambas as pupilas


1 ponto – Sem reação em apenas uma das pupilas
0 pontos – Caso as duas pupilas estejam funcionando normalmente
O Valor da resposta pupilar deve ser subtraído do total.

CALCULAR ECG-P: VALOR DA ECG – (SUBTRAIR) O VALOR AVALIAÇÃO P


PUPILAR = VALOR DA ESCALA À PARTIR DA ATUALIZAÇÃO DE 2018

Interpretação
 Pontuação total: de 3 a 15
 3 = Coma profundo; (85% de probabilidade de morte; estado vegetativo)
 4 = Coma profundo;
 7 = Coma intermediário;
 11 = Coma superficial;
 15 = Normalidade.
Classificação do Trauma cranioencefálico
 3-8 = Grave; (necessidade de intubação imediata)
 9-12 = Moderado;
 13-15 = Leve.

OCULAR
Espontânea: abre os olhos sem a necessidade de estímulo externo.
Ao som: abre os olhos quando é chamado.

109
À pressão: paciente abre os olhos após pressão na extremidade dos dedos (aumentando
progressivamente a intensidade por 10 segundos).
Ausente: não abre os olhos, apesar de ser fisicamente capaz de abri-los.
VERBAL
Orientada: consegue responder adequadamente o nome, local e data.
Confusa: consegue conversar em frases, mas não responde corretamente as perguntas de
nome, local e data.
Palavras: não consegue falar em frases, mas interage através de palavras isoladas.
Sons: somente produz gemidos.
Ausente: não produz sons, apesar de ser fisicamente capaz de realizá-los
MOTORA
À ordem: cumpre ordens de atividade motora (duas ações) como apertar a mão do
profissional e colocar a língua para fora.
Localizadora: eleva a mão acima do nível da clavícula em uma tentativa de interromper o
estímulo (durante o pinçamento do trapézio ou incisura supraorbitária).
Flexão normal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma flexão rápida do braço
ao nível do cotovelo e na direção externa ao corpo.
Flexão anormal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma flexão lenta do braço
na direção interna do corpo.
Extensão: há uma extensão do braço ao nível do cotovelo.
Ausente: não há resposta motora dos membros superiores e inferiores, apesar de o paciente
ser fisicamente capaz de realizá-la.

EVA
Escala Visual Analógica – EVA consiste em auxiliar na aferição da intensidade da dor no
paciente, é um instrumento importante para verificarmos a evolução do paciente durante o
tratamento e mesmo a cada atendimento, de maneira mais fidedigna

110
ESCALA DE RAMSAY

É um método de avalição do nível de sedação. O escore baseia-se em critérios clínicos para


classificar o nível de sedação, seguindo a numeração de 1 a 6 para graduar a ansiedade e/ou
agitação.

Escala de sedação de Ramsay

1 Ansioso, agitado ou inquieto

2 Cooperativo, orientado e tranquilo

3 Sedado, porém responde às ordens verbais

4 Sedado, com resposta rápida ao leve estímulo glabelar ou forte estímulo auditivo

5 Sedado, com resposta lenta ao leve estímulo glabelar ou forte estímulo auditivo

6 Nenhuma

ESCALA DE RICHMOND – RICHMOND AGITATION SEDATION SCALE (RASS)


Foi validada para pacientes críticos. Apresenta como vantagem sobre a escala de Ramsay
a graduação do nível de agitação e ansiedade. Tem quatro níveis de agitação graduados de

111
forma crescente, e mais cinco níveis de sedação graduados de um a cinco negativos. A parte
negativa da escala é equivalente ao proposto pela escala de Ramsay, enquanto que os
escores positivos discriminam graus de agitação que vão de inquieto a combativo (agressivo).

EscoreTermos Descrição

Francamente combativo, violento, levando a perigo imediato da


+4 Combativo equipe de saúde

+3 Muito agitado Agressivo, pode puxar tubos e cateteres

Movimentos não intencionais frequentes, briga com o respirador


+2 Agitado (se estiver em ventilação mecânica)

+1 Inquieto Ansioso, inquieto, mas não agressivo

0 Alerta e calmo

Não completamente alerta, mas mantém olhos abertos e contato


-1 Torporoso ocular ao estímulo verbal por aproximadamente 10 segundos

Acorda rapidamente, e mantém contato ocular ao estímulo verbal


-2 Sedado leve por menos de 10 segundos

Movimento ou abertura dos olhos, mas sem contato ocular com


-3 Sedado moderadoo examinador

Sem resposta ao estímulo verbal, mas tem movimentos ou


-4 Sedado profundamente
abertura ocular ao estímulo tátil/físico

-5 Coma Sem resposta aos estímulos verbais ou exame físico

ESCORE APACHE
O APACHE é um sistema médico de classificação que determina os índices de gravidade de
um paciente internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Recomendado pelo

112
Ministério da Saúde, o índice é calculado a partir da soma de 12 critérios clínicos, fisiológicos
e laboratoriais que determinam a criticidade do quadro do paciente e o risco de óbito nas suas
primeiras 24 horas de UTI. O monitoramento dessas taxas promove maior resolutividade no
atendimento intensivo e credita o Hospital com a garantia de prognósticos mais efetivos O seu
uso tem como objetivo principal a redução da taxa de mortalidade nas UTIs.
ESCALA DE BRADEN

A escala de Braden é um recurso utilizado nas Unidades de Terapia Intensiva para medir o
risco dos pacientes críticos de desenvolverem lesões por pressão. A escala de Braden analisa
seis fatores principais no paciente: percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade,
nutrição e, por último, a fricção e cisalhamento. Cada uma dessas características é testada e
pontuada de 1 a 4, sendo maior quanto mais positivo for o estado do paciente. A soma total
de todos os fatores analisados resultará em um número entre 6 e 23 que indicará o estado da
lesão e quais práticas devem se seguir a essa avaliação.

Tratamento de acordo com a intensidade na escala


Risco baixo (15 a 18 pontos)
 Cronograma de mudança de decúbito;
 Otimização da mobilização;
 Proteção do calcanhar;
 Manejo da umidade, nutrição, fricção e cisalhamento, bem como uso de
superfícies de redistribuição de pressão.
Risco moderado (13 a 14 pontos)
 Continuar as intervenções do risco baixo;
 Mudança de decúbito com posicionamento a 30°.
Risco alto (10 a 12 pontos)
 Continuar as intervenções do risco moderado;
 Mudança de decúbito frequente;
 Utilização de coxins de espuma para facilitar a lateralização a 30º.

113
Risco muito alto (≤ 9 pontos)
 Continuar as intervenções do risco alto;
 Utilização de superfícies de apoio dinâmico com pequena perda de ar, se possível;
 Manejo da dor.
Observação: vale ressaltar que a assistência ao paciente deve ser sistematizada e
individualizada.

22. CARDIOVERSÃO E DESFIBRILAÇÃO

CARDIOVERSÃO ELÉTRICA (CVE)

A cardioversão elétrica(CVE) envolve a descarga de um choque elétrico por


corrente direta, SINCRONIZADA com a atividade intrínseca do coração, através da captura e

114
leitura da onda R no traçado eletrocardiográfico. ela é considerada num método de escolha
na reversão da fibrilação atrial ou nas arritmias acompanhadas de considerações, como
instabilidade hemodinâmica, disfunção ventricular grave e fibrilação atrial de longa duração.
O paciente deve estar monitorado no cardioversor e este deve estar com o botão de
sincronismo ativado, pois a descarga elétrica é liberada na onda R, ou seja, no período
refratário.
A cardioversão elétrica é indicada nas situações de taquiarritmias como:
 Fibrilação atrial (FA),
 Flutter atrial,
 Taquicardia paroxística supraventricular
 Taquicardias com complexo largo e com pulso.

Fibrilação Atrial (FA): É a arritmia mais comum, caracterizada pela programação de múltiplas
frentes de ondas em diferentes direções, causando atividade atrial desorganizada, mas sem
contração atrial efetiva.
Taquicardia Ventricular (TV): O nódulo sinusal perde o controle de sua função, que é assumida
por uma nova área localizada em um dos ventrículos. com a persistência desse ritmo, tanto o
cérebro como o restante do organismo não recebem oxigênio e nutrientes suficientes.
Sinais e sintomas mais frequentes na TV são: dificuldade para falar, alteração visual com
percepção de “estrelinhas”, vertigens, síncope, fadiga, falta de ar, rebaixamento de nível de
consciência, hipotensão.

115
Cuidados de Enfermagem
Procedimento
A CVE pode ser
 reunir o material; realizada por choque externo. A
 energia inicial preconizada para
certificar-se que o carrinho de parada esteja
reversão da F.A é de 200j,
completo e com os equipamentos conferidos;
recomenda-se iniciar com 50j.
 posicionar o paciente adequadamente, retirando
caso não obtenha sucesso, a
próteses dentárias, se necessário; energia deve ser aumentada de
 manter acesso venoso permeável; 100j em 100j até atingir 360j.
 colocar gel condutor no tórax do paciente, onde
serão colocadas as pás;
 após realização do procedimento médico, retirar a
sobra de gel;
 verificar sinais vitais;
 verificar nível de consciências;

DESFIBRILAÇÃO
A desfibrilação elétrica é um procedimento terapêutico que consiste na aplicação de
uma corrente elétrica contínua NÃO SINCRONIZADA, no músculo cardíaco. Esse choque
despolariza em conjunto todas as fibras musculares do miocárdio, tornando possível a
reversão de arritmias graves como a TV e a FV, permitindo ao nó sinusal retomar a geração
e o controle do ritmo cardíaco.
Um cuidado importante no momento da desfibrilação, é checar se o botão de sincronismo está
DESATIVADO, pois como em situações de FV/TV não temos o registro de onda R e se o
aparelho estiver programado para cardioverter, o choque não será administrado
A desfibrilação elétrica é indicada apenas nas situações de:
 Fibrilação Ventricular
 Taquicardia Ventricular sem pulso.

116
TIPOS DE DESFIBRILADORES
 Desfibrilador externo automático (DEA)- utilizado por leigos no atendimento a
PCR. O equipamento quando corretamente instalado no paciente, tem a
capacidade de ler o traçado eletrocardiográfico e indicar ou não o choque
 Desfibrilador monofásico
 Desfibrilador bifásico
Utilizado na parada cardiorrespiratória com objetivo de restabelecer ou reorganizar o
ritmo cardíaco . Hoje, são utilizados equipamentos em Unidade Emergência e UTI, com
cargas monofásicas que variam de 0 a 360 Joules ou Bifásicas de 0 a 200J.
O DEA, Desfibrilador Automático Externo, é equipamento capaz de efetuar
desfibrilação com leitura automática, independente do conhecimento prévio do operador.

DEA

Desfibrilador/Cardioversor

117
23. MARCAPASSO

O marcapasso cardíaco é um pequeno aparelho colocado cirurgicamente junto ao


coração ou abaixo da mama que serve para regular as batidas do coração, quando este
encontra-se comprometido.
Existem dois tipos de marcapasso: provisório e definitivo. O provisório é utilizado
para tratar alterações cardíacas temporárias, como batimentos lentos causados por ataque
cardíaco, cirurgia cardíaca ou overdose de medicamento. Este também é usado durante
emergências até a implantação do marcapasso definitivo, ou até que a condição temporária
seja solucionada. Já o definitivo é utilizado no controle de problemas de ritmo cardíaco a longo
prazo.
O marcapasso monitora o coração continuamente e identifica batimentos
irregulares, lentos ou interrompidos, enviando um estímulo elétrico ao coração e regularizando

118
os batimentos. Funciona a pilhas, que duram em média 5 a 8 anos, mas existem casos em
que a sua duração é um pouco menor. Sempre que a pilha estiver próxima do fim deve-se
trocá-la através de uma pequena cirurgia local.

Durante uma arritmia cardíaca, o marcapasso pode:


 Acelerar um ritmo cardíaco lento (bradicardia);
 Ajudar a controlar o ritmo cardíaco acelerado (taquicardia);
 Certificar que os ventrículos contraiam corretamente;
 Coordenar a sinalização elétrica entre os átrios e ventrículos;
 Coordenar a sinalização elétrica entre os ventrículos;
 Prevenir arritmias graves.
Indicação
A implementação do marcapasso é indicada pelo cardiologista quando a pessoa possui
alguma doença que cause diminuição dos batimentos cardíacos, como doença do nó sinusal,
bloqueio atrioventricular, hipersensibilidade do seio carotídeo ou outras que afetam a
regularidade das batidas do coração.
A cirurgia para colocação do marcapasso cardíaco é simples e rápida. Ela é feita
sob anestesia geral, mas pode ser administrado uma sedação complementar no paciente para
que fique mais confortável durante o procedimento. É feito um pequeno corte no peito ou no
abdômen para colocar o aparelho, que é constituído por dois fios, chamados eletrodos, e um
gerador ou bateria. O gerador é responsável por dar energia e permitir o funcionamento dos
eletrodos, que tem como função identificar qualquer alteração no batimento cardíaco e gerar
impulsos para regularizar os batimentos.

119
24. POSICIONAMENTO NO LEITO

Posicionamento no Leito
Uma das funções da equipe de enfermagem é a mudança de decúbito dos
pacientes, principalmente os acamados e com alto grau de dependência para realização de
cuidados.
Principais objetivos da mudança de decúbito:
• Prevenção de úlcera por pressão;
120
• Proporcionar conforto ao paciente;
• Auxiliar como parte do seu tratamento;
• Facilitar na realização de procedimentos;
• Assegurar segurança para o paciente, evitando lesões e quedas.
É importante:
• Conhecer as posições que o paciente pode ser colocado, realizar rodízio dessas
posições, e, deve ser anotado em prontuário do paciente a hora e a posição colocada;
• Algumas instituições possuem placas de aviso na cabeceira do leito, que indica em que
posições os pacientes devem ficar; ou, formulários que contém desenhos de bonecos, nas
diversas posições e o horário de manipulação do paciente;
• Cada paciente deve ser avaliado individualmente para serem determinadas por
prescrição, as posições e o intervalo para realização da mudança de decúbito, geralmente é
a cada duas horas.

Decúbito dorsal horizontal


• Posição na qual o dorso do paciente está encostado no colchão , sem alteração de
inclinação da cama. Pode ou não utilizar travesseiros.
• Posição utilizada em banho de leito, higiene íntima, mensuração de pressão venosa
central, entre outras atividades.

121
Decúbito ventral horizontal
• Posição na qual a parte ventral está encostada no colchão, sem alteração de inclinação
da cama. O uso de travesseiros é opcional, podendo trazer desconforto para o paciente.
Usualmente conhecida como posição de bruços.
• Posição utilizada para realizar massagem de conforto na região dorsal, curativos na
região dorsal, pós operatório de cirurgias na coluna vertebral, entre outras atividades.

Decúbito Fowler
• Posição na qual o paciente é colocado em posição dorsal e a cabeceira da cama é
elevada deixando o paciente em posição semelhante à sentada. Podem ser utilizados
travesseiros, conforme a opção do paciente. Em muitas situações é necessária a elevação da

122
cama na parte das pernas, proporcionando maior conforto e evitando que o paciente
escorregue na cama.
• É a posição utilizada para alimentar o paciente, realizar a higiene oral, administração de
medicação por via oral e inalatória, em pacientes que apresentam dificuldade respiratória,
entre outras.

Decúbito Semi-Fowler
• Posição semelhante à Fowler, mas a inclinação do leito fica em torno de 30º, ou seja, o
paciente ficará semi-sentado. O uso de travesseiros é opcional, muitas vezes proporcionando
maior conforto ao paciente.
• Nessa posição são realizados vários procedimentos, entre eles: facilitar a respiração do
paciente, permanecer após a ingestão de alimentos (evitando broncoaspiração), etc.

Decúbito Lateral Direito e Esquerdo

123
• Direito: Posição na qual o paciente permanece apoiado sobre o lado direito do corpo,
sobre os membros superior e inferior direito.
• Esquerdo: semelhante ao decúbito lateral direito, só que o paciente fica apoiado sobre o
lado esquerdo.
• É necessário o uso de coxins e travesseiros para manter o paciente mais confortável
nessas posições. É fundamental a colocação de coxins para proteção das proeminências
ósseas, como joelhos e tornozelos.

Decúbito Trendelemburg
• Posição na qual o paciente permanece em decúbito dorsal horizontal, com ou sem
travesseiros. A parte dos pés da cama é elevada, deixando os membros inferiores do paciente
mais elevados que a cabeça.
• Essa posição é utilizada em pós-operatório de cirurgias de varizes, para diminuir edema
em membros inferiores, entre outras atividades.

124
Decúbito Ginecológico
• Posição facilitada quando a cama possui perneiras de apoio. Nesse caso as pernas do
paciente são colocadas sobre as perneiras deixando a região genital externa exposta.
• Na ausência de cama apropriada, a paciente deverá ser colocada em decúbito dorsal
horizontal, com as pernas flexionadas e os calcanhares próximos à região do períneo. Nessa
posição os pés devem ficar encostados um no outro e os joelhos afastados, possibilitando
assim a exposição da região genital.
• É a posição utilizada para sondagem vesical em pacientes do sexo feminino.

Decúbito SIMS
125
• O paciente deverá ser colocado na posição de decúbito lateral esquerdo, com as duas
pernas flexionadas ou com o membro inferior esquerdo estendido e o membro inferior direito
flexionado.
• Essa posição é utilizada para procedimentos realizados na região anal, como sondagem
retal, administração de supositórios, exame físico da região anal, entre outros.

Decúbito Genupeitoral
• Posição na qual o paciente fica em decúbito ventral, com o corpo fletido para frente,
apoiado nas coxas. Os joelhos ficam próximos ao tórax.
• Essa posição é também conhecida como “posição de prece maometana”
• É a posição para realização dos seguintes procedimentos: exame retal, facilitar o
trabalho de parto, facilitar a eliminação de gases, entre outras técnicas.

126
25. POSIÇÃO DE PRONA

Paciente fica em decúbito ventral com a cabeça virada para a lateral, braços
abduzidos para cima, com cotovelos fletidos e pernas estendidas.
A equipe de enfermagem deve ser muito bem treinada para realizar esse
procedimento. Também deve garantir uma mudança suave e estar apta a manter o paciente
em condições excelentes enquanto se encontrar nessa posição.

Mecanismos da Posição Prona


A Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), apresentada pelos
pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva, caracteriza-se pelo desequilíbrio da
ventilação-perfusão, diminuição da complacência pulmonar, hipoxemia refratária à
administração de oxigênio e existência de infiltrado pulmonar difuso.
Devido aos mecanismos fisiopatológicos da SDRA, o decúbito prona, associado
a estratégia ventilatória, vem demonstrando ser capaz de melhorar a oxigenação.
Com a posição prona observa-se uma distribuição mais homogênea da ventilação
regional levando ao recrutamento das regiões dorsais. Este efeito ocorre em função de vários
fatores, a começar pela descompressão e reexpansão alveolar dos segmentos dorsais, que

127
são as áreas de maior atelectasia e edema durante tratamento convencional em posição
supina. Na posição prona ocorre deslocamento da região cardíaca para a posição ventral
(força de compressão direcionada ao esterno), resultando em um aumento de volume
disponível para a ventilação.

Contraindicações
 Queimaduras;
 Ferimentos na face ou região ventral do corpo;
 Instabilidade da coluna vertebral;
 Hipertensão intracraniana;
 Arritmias graves ou hipotensão severa. Fratura facial ou pélvica
 Aumento da pressão intra cranial;
 Gestantes;
 Necessidade de hemodiálise ou na vigência de hemodiálise;
 Choque e instabilidade hemodinâmica;
 Síndrome compartimental abdominal;
 Ascite volumosa.

Preparo
 Checar RX se a IOT está localizada à 2 cm da carina da traquéia
 Certificar-se de que a IOT, cateteres centrais e cateteres periféricos estão seguros
e firmes
 DESLIGAR DIETA ENTERAL, checar se há resíduos, esvaziar o estômago e
clampear a SNG e SNG
 Realizar aspiração traqueal se necessário

Técnica
 Aumentar FiO2=100%, anotar o modo ventilatório e valores.

128
 Posicionar o paciente para a beirada da cama o máximo possível, qualquer que
seja o lado escolhido para virá-lo.
 3 a 5 profissionais para realização do procedimento
 Um profissional exclusivo para lateralização da cabeça e do tubo orotraqueal ,
aspiração da cânula pelo excesso de secreção após o posicionamento
 Os demais membros da equipe posicionam-se um em cada lada do paciente e
devem vigiar e proteger cateteres, conectores, sondas, drenos e transferência da
monitorização para o dorso;
 A virada do paciente deve ser cautelosa e precisa, além de ser suave;
 A sedação deve ser adequada antes da virada, conforme a prescrição;
 Durante a posição prona pode ocorrer hipotensão e arritmias, a equipe deve
atentar-se para ajustar a dosagem das drogas vasoativas;
 Antes de virar o paciente, a cânula orotraqueal deve ser fixada adequadamente,
para evitar extubação acidental;
 Antes de virar o paciente, deve-se realizar aspiração orotraqueal e realizar teste
de refluxo de acordo com a rotina hospitalar, para evitar aspiração do conteúdo
gástrico;
 Lateralizar o paciente a 180º, com uma pausa compensatória, antes da virada
completa.
 Caso o paciente apresente alterações de pressão arterial e ritmo cardíaco,
retorna-se o mais rápido possível a posição dorsal;
 Posicionar o paciente com um dos braços estendidos e o outro com ligeira flexão
para cima da cabeça e com a palma da mão virada pra baixo;
 O braço oposto fica ao longo do corpo, levemente flexionado e com a palma da
mão virada pra cima;
 O rosto e o joelho são mantidos ligeiramente lateralizados, com alternância de
lados a cada 1 ou 2 horas;
 Verificar o cateter vesical de demora, para garantir fluxo livre para a drenagem
urinária, manter o sistema livre de dobras;

129
 Finalizado o procedimento, com o paciente já em posição prona, checa-se o
posicionamento do tubo endotraqueal;
 Deve-se ainda checar a posição dos coxins de pelve e tórax anterior, garantindo
que o abdômen esteja livre, e posicionam-se os demais coxins: face (evitando
lesão ocular e do pavilhão da orelha, e quebra do tubo endotraqueal), mão, região
anterior das pernas;
 Posicionar os membros de forma adequada, com travesseiros e coxins, previne
neuropatias, porque evita a hiperextensão ou compressão das articulações.
 Durante a posição prona observar distensão abdominal, para evitar o aumento da
pressão intra-abdominal, e consequente prejuízo da expansão pulmonar
 Reposicionar os eletrodos de ECG nas costas do paciente
 Posicionar o paciente em Trendelemburg reverso. Pode-se realizar uma pequena
mudança de decúbito semi lateral a cada duas horas
 Avaliar a ocorrência de redução da saturação de oxigênio de forma significativa,
e hipotensão sem resposta ao aumento das drogas vasoativas. Nesta situação o
paciente deve retornar a posição supina.

Duração da posição em prona


O paciente pode permanecer na posição prona de 6 à 12 horas

Possíveis complicações
• Compressão de nervo periférico
• Estase venosa
• Danos na retina
• Retirada de cateteres, drenos e tubo traqueal
• Úlcera por pressão
• Limitação da mobilidade diafragmática
• Úlcera por pressão nos olhos e nas pálpebras;
• Úlcera por pressão na língua;

130
• Lesão do nervo ulnar;
• Extubação acidental;
• Hipoxemia por dobra acidental do tubo orotraqueal;
• Hemorragia por desconexão acidental das linhas de infusão venosa;
• Hipotensão por oclusão ou desconexão das linhas de infusão venosa;
• Pneumotórax por compressão do tubo orotraqueal;

26. TRAQUEOSTOMIA

A traqueostomia é realizada para facilitar a entrada de ar nos pulmões quando


existe alguma obstrução no trajeto do ar provocada por tumores ou inflamação da garganta

131
após cirurgias, por exemplo, e, por isso, pode ser mantida apenas durante alguns dias ou por
toda a vida.

Indicações:
Obstrução de vias aéreas superiores: Devemos suspeitar de obstrução de VAS
quando o paciente apresenta dispneia, estridor expiratório, inspiratório ou bifásico, alteração
de voz, dor, tosse, redução ou ausência de sons respiratórios, instabilidade hemodinâmica e
queda do nível de consciência (estes dois últimos eventos mais tardios).

A obstrução pode ser devida:


1- Anomalias congênitas;
2- Corpo estranho em VAS;
3- Trauma cervical;
4- Neoplasias;
5- Paralisia bilateral de cordas vocais;

• Intubação orotraqueal prolongada;


• Edema devido a queimaduras, infecções ou anafilaxia;
• Tempo prévio ou complementar a outras cirurgias bucofaringolaringológicas.

132
• Facilitar a aspiração das secreções das vias respiratórias baixas;
• Síndrome da apnéia hipopnéia obstrutiva do sono.

Para evitar o risco de complicações graves, como asfixia ou infecção pulmonar, é


importante manter a cânula limpa e sem secreções, assim como trocar todos os componentes
segundo as orientações do médico. Além disso, é fundamental observar se o local da
traqueostomia se encontra hiperemia ou com edema, porque se apresentar estes sinais pode
indicar o surgimento de uma infecção.
Existe uma variedade enorme de cânulas disponíveis no mercado e a no entanto,
as mais utilizadas são as de plástico ou de metal.
As cânulas de plástico podem ser com ou sem balonete e possuem encaixes que permitem
falar e tomar banho. A cânula de metal é composta por três partes:
• Externa, que pode ser facilmente retirada para facilitar a limpeza de secreções que
normalmente ali se acumulam;
• Interna, local da entrada do ar para os pulmões e que, portanto, não pode ser obstruída, pois
se isto ocorrer o paciente não conseguirá respirar;
Obturador, guia utilizado na troca da cânula, que deve ser guardado em local limpo e seco.

133
134
Pós-Operatórias Precoces:
 Hematoma, hemorragias;
 Infecção (celulite, abscesso, fascite necrotizante, mediastinite superior);
 Enfisema subcutâneo;
 Edema Agudo de Pulmão;
 Deslocamento da cânula;
 Pneumonia Aspirativa

Cuidados de Enfermagem
 Observação constante primeiras 24hs: secreção, sangramento, enfisema
subcutâneo, posicionamento da cânula
 Posição no pós-operatório (semi-fowler/sentado)
 Nebulização constante
 Estimular tosse
 Aspirar sempre que necessário (técnica estéril) - Durante a aspiração, entre com
o vácuo desligado, até 0,5 cm abaixo da cânula (A) e retorne aspirando e girando
suavemente o cateter.
 Instrução ao paciente (perda temporária da voz, uso da campainha, etc.)
diminuir apreensão, medo.
 Incentivar ingesta hídrica e higiene oral (quando possível)
 Manter cuff insuflado:
- Impedir vazamento de ar ao redor da cânula
- Evitar broncoaspiração e derramamento sangue
 Troca do curativo e cadarço diariamente ou quando estiver sujo
 Cuidados com limpeza da cânula de metal (intracânula) : esterilização /
desinfecção
 Estimular paciente para o autocuidado. Participação da família. Preparo para a
alta hospitalar.

135
TÉCNICA
Troca da cânula
• Lave bem as mãos com água e sabão.
• Reúna o material necessário:
• escova comprida tipo para lavar mamadeira;
• cânula interna limpa do mesmo número da que você está utilizando;
• pote de vidro ou recipiente específico para esse fim;
• Retire a cânula interna suja, realizando movimento circular.
• Coloque a cânula interna no pote de vidro ou outro recipiente.
• Coloque no lugar da cânula (interna) retirada a cânula limpa(de reserva) e tenha a certeza
de que ela está posicionada adequadamente

Troca do cadarço
O cadarço tem o objetivo de garantir o posicionamento adequado da cânula. Ele deve ser
trocado todos os dias ou quando estiver sujo. Se o cadarço ficar muito apertado pode
machucar o pescoço e, se ficar frouxo, a cânula pode sair ao tossir ou espirrar. Por isso, é
importante manter uma distância de dois dedos entre o cadarço e o pescoço. O recomendado
é fazer nó cego e não laço.
Atenção: Cuidado quando soltar o cadarço, pois se tossir com a cânula solta esta sairá do
local. Logo, ao trocar o cadarço é recomendado que outra pessoa mantenha a cânula fixa
junto ao pescoço.

Curativo
Recomenda-se manter um curativo na traqueostomia para proteger a pele e evitar infecções.
O curativo deve ser trocado uma vez ao dia, após o banho, ou sempre que estiver sujo.
Durante a troca do curativo,é importante observar as condições da pele. Se no local da
traqueostomia aparecer secreção com pus, sangue ou mau cheiro.
Troca do curativo
• Lave bem as mãos com água e sabão.
• Reúna o material necessário para o curativo:
136
• gaze esterilizada;
• soro fisiológico 0,9% ou água fervida;
• Retire o curativo sujo
• Realize limpeza em torno da traqueostomia com gaze umedecida em soro fisiológico e seque
bem.
• Use o curativo especial ou faça o curativo com duas gazes dobradas ao meio em torno da
cânula ou dobre a gaze no sentido do comprimento e passe-a em torno da traqueostomia.
Atenção: As gazes nunca devem ser cortadas para evitar que os fios entrem na
traqueostomia. Não use pomadas, cremes ou outros medicamentos sem orientação.

137
27. LESÃO POR PRESSÃO

O que é Lesão por Pressão


Área localizada de colapso tecidual que resulta de compressão do tecido mole
entre uma proeminência óssea e uma superfície externa rígida. Lesão por pressão (LP) é um
dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência
óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato. A lesão pode se
apresentar em pele íntegra ou como úlcera aberta e pode ser dolorosa. A lesão ocorre como
resultado da pressão intensa e/ou prolongada em combinação com o cisalhamento. A
tolerância do tecido mole à pressão e ao cisalhamento pode também ser afetada pelo
microclima, nutrição, perfusão, comorbidades e pela sua condição.
Lesão por Pressão Tissular Profunda: descoloração vermelho escura, marrom ou púrpura,
persistente e que não embranquece.

O que é Pressão
Pressão é a quantidade de força exercida em uma determinada área, é expressada em
milímitros de mercúrio (mmHg). Sendo PRESSÃO = FORÇA/ÁREA

Pressão de oclusão de Capilares


- Oclusão de capilares;
- Isquemia local;
- Comprometimento de nutrição celular;
- Acúmulo de detritos metabólicos;
- Morte Celular;
- Ulcerações;

Graus de Pressão - Relação inversa entre tempo e pressão


 Alta Pressão/ Curta Duração = Baixa Pressão/ Longa Duração

138
 Mais de 70 mmHg por duas horas = dano tecidual irreversível;
 Esquemas de reposicionamento no máximo em duas horas;
A úlcera por pressão é uma área localizada de necrose celular que tende a se
desenvolver quando o tecido mole é comprimido entre uma proeminência óssea e uma
superfície dura por um período prolongado de tempo.
Outros termos frequentemente usados são úlceras de decúbito, escara, escara de decúbito
porém, por ser a pressão o agente principal para a sua formação, recomenda-se a adoção do
termo – Lesão por pressão.
.
Causas da lesão por Pressão
- Pressão;
- Atrito;
- Cisalhamento;
- Excesso de umidade;
- Desnutrição;
- Imobilidade;
- Deterioração do estado mental

Atrito
- A força de duas superfícies que se movimentam uma sobre a outra;
- Pode ocasionar abrasões ou bolhas/vesículas superficiais;

Cisalhamento
- A pele adere a superfície;
- Os tecidos mais profundos movem-se na direção oposta;
- Os capilares dobram-se;
- Isquemia local;

Hidratação da Pele
- Pele com excesso de umidade, tem a probabilidade 5 vezes maior de ulcerar;
139
- Pele com grande carência de umidade, tem a probabilidade 2,5 vezes mais de ulcerar;

CLASSIFICAÇÃO DA ÚLCERA DE PRESSÃO:

Estágio I – É o comprometimento da EPIDERME. Pode incluir mudança na temperatura (calor


ou frio), mudança na consistência do tecido (edema, endurecimento ou amolecimento) ou
sensação de coceira ou queimação. Pele íntegra com eritema que não embranquece.

 Avaliar pele em risco


 Avaliar por escala de risco
 Escala de braden

Estágio II – É a perda parcial da pele envolvendo EPIDERME, DERME OU AMBAS. A úlcera


é superficial e apresenta-se como abrasão, bolha ou cratera rasa. Perda da pele em sua
espessura parcial com exposição da derme

Estágio III – É a perda de pele na sua espessura total envolvendo danos ou necrose do
subcutâneo que pode se aprofundar, não chegando até a fáscia muscular. Pode se apresentar
como uma cratera profunda. Perda da pele em sua espessura total

Estágio IV – É a perda de pele na sua espessura total com destruição extensa ou danos dos
músculos, ossos, ou outras estruturas de suporte como tendão ou articulações. Perda da pele
em sua espessura total e perda tissular.

Não Classificável: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular não visível.

As úlceras que apresentam extensa região de necrose só podem ser classificadas após o
desbridamento para identificação da profundidade do dano tecidual.

140
Cuidados de Enfermagem

 Considerar os indivíduos acamados e/ou confinados a uma cadeira de rodas como


estando em risco de desenvolver úlceras por pressão. (
 Utilize uma avaliação de risco estruturada, como a Escala de Braden, para
identificar os indivíduos em risco de lesão pressão o mais rapidamente possível
(mas num período de 8 horas após a admissão)
 Refinar a avaliação, incluindo estes fatores de risco adicionais: pele frágil,
existência de lesão por pressão em qualquer fase, incluindo as úlceras que
141
curaram ou estão fechados. Deficiências no fluxo de sangue para as extremidades
de doença vascular, diabetes ou uso de tabaco, dor em áreas do corpo exposto a
pressão
 Repita a avaliação de risco em intervalos regulares e com qualquer alteração no
estado.
 Desenvolver um plano de cuidados com base nos fatores de risco, ao invés de se
basear somente na pontuação total da avaliação de risco. Por exemplo, se o risco
é a imobilidade, realizar mobilização, reposicionamento, superfície de suporte.
 Inspecionar toda a pele no momento da admissão assim que possível (mas em
um prazo máximo de 8 horas).
 Inspecione a pele pelo menos diariamente para sinais de lesão por pressão,
especialmente eritema não branqueável.
 Avaliar os pontos de pressão, como o sacro, cóccix, nádegas, calcâneos, ísquio,
trocânter, cotovelos e abaixo dispositivos médicos.
 Ao inspecionar a pele com pigmentação escura, olhar para as mudanças no tom
de pele, temperatura da pele e consistência do tecido em comparação com a pele
adjacente.
 Limpe a pele imediatamente após episódios de incontinência.
 Use produtos de limpeza da pele com pH equilibrado
 Use hidratantes de pele diariamente sobre a pele seca
 Evite posicionar um indivíduo em uma área de eritema ou lesão por pressão.
 Considere indivíduos hospitalizados para estar em risco de subnutrição e
desnutrição da sua doença.
 Todos os indivíduos identificados como estando em risco de desnutrição ou em
risco de desenvolver lesão por pressão.

Mobilização do paciente grave

 Reavaliar os pacientes com contraindicação de mobilização a cada 8 horas,

142
 Mobilizar o paciente gradual e lentamente.
 Realizar “mini” mudanças de decúbito a cada 2 horas;
 Utilizar posicionadores para aliviar a pressão;
 Aplicar película protetora na região sacral;
 Estabelecer movimentação passiva (Fisioterapia/equipe enf.);
 ATENÇÃO aos sinais hemodinâmicos (FC, FR, SatO2, PIC,) durante a mobilização
por 10 minutos;
 Se o paciente for intolerante até as “mini” lateralizações alivie o peso sobre as
proeminências ósseas, alternando reposicionamento a cada 2 horas e reavalie-o
novamente após 6hs.

Na Posição de Prona:
 Aplicar película protetora queixo, mamilos, rebordo costal, cristas ilíacas, joelhos,
dorso do pé,
 Reposicionar cabeça, braços e pernas a cada 2 horas;
 Atenção aos dispositivos.

Medidas Preventivas

 Produtos para manejo da umidade Loções hidratantes, Loção Hidratante a


base de AGE – utilizada para hidratação da pele corpórea, exceto genitália.
 Emulsão Hidratante com AGE Produto barreira para excesso de umidade
Solução polimérica em spray
 hidrocolóide
 Creme tópico à base de oxido de zinco e nistatina (*prescrição médica)
 Creme tratamento a base de nistatina Antifúngico em pó (*prescrição
médica)
 Fraldas com alta absorção Plug Anal 2,350 a 4 litros.
 Avaliar a capacidade do indivíduo se alimentar de forma independente.

143
 Incentivar todos os indivíduos em risco de lesão por pressão para consumir
líquidos adequados e uma diet.
 Avaliar a adequação da ingestão oral, enteral e parenteral.
 Fornecer suplementos nutricionais entre as refeições e com medicamentos
orais, a não ser que seja contraindicado.
 Reposicionar todos os indivíduos em risco de lesão por pressão, a não ser
que contra-indicado devido à condição clinica.
 Determinar a frequência de reposicionamento, considerando a superfície
de apoio.
 Utilizar uma almofada de redistribuição de pressão para indivíduos com
mobilidade reduzida.
 Evitar o posicionamento do indivíduo em áreas do corpo com lesão por
pressão
 Certifique-se de que os calcâneos estão livres de pressão
 Considere o nível de imobilidade, a exposição ao cisalhamento, a umidade
da pele, a perfusão, o tamanho e peso do corpo do indivíduo ao escolher
uma superfície.
 Utilizar uma inclinação à 30 graus para posições laterais e usar a mão para
determinar se o sacro esta livre de pressão.
 Reposicionar indivíduos imóveis em cadeiras de hora em hora
 Se o indivíduo não pode ser movido ou está posicionado com a cabeceira
da cama elevada acima de 30 °, coloque uma espuma de poliuretano sobre
o sacro.
 Utilizar almofada de espuma ao longo da parte posterior da perna para
elevar os calcâneos
 Utilizar um curativo de proteção sob dispositivos médicos
 Utilizar espuma de poliuretano em calcâneos em pacientes com alto risco
de desenvolver LP.
 Utilizar curativos finos e curativos que permitam trocas gasosas.

144
 Hidratação Oral
 Higienização
 Hidratação da Pele
 Protetor de proeminências ósseas
 Colchão apropriado
 Suplementação alimentar
 Evitar colchões simples e bóias
 Colchão de espuma (piramidal)
 Importância da capa impermeável para o colchão
 Estimular o uso de coxins e protetores
 Protetores de proeminências ósseas
 Colchões pneumáticos
 filme transparente

Os seguintes dispositivos não devem ser utilizados para elevar os calcâneos:


 Dispositivos em forma de anel.
 Luvas cheias de água (Em 12,5% dos casos a pressão exercida sobre a luva de
água era superior a exercida no colchão.

OBS: Utiliza-se também a escala de Gosnell, que foi uma adaptação da escala de Norton,
adicionados itens relacionados a integridade da pele, medicamentos utilizados pelo paciente,
temperatura corporal, pressão sanguínea, entre outros. O escore dessa escala varia de 5 a
20
Outra escala existente é a escala de Watelow. É um indicador que utiliza um número maior de
variáveis de risco que o Norton e o Gosnell, e divide o grau de risco em três categorias:
correndo risco, alto risco e risco muito alto.
A escala de Braden, por sua vez, avalia a percepção sensorial, umidade da pele, atividades,
mobilidade, estado nutricional, fricção, cisalhamento. Todos com, pontuação de 1 a 4 cada,

145
exceto fricção e cisalhamento que vai de 1 a 3. A pontuação total varia de de 6 a 23, tendo
pontuação menos que 16 risco mínimo para desenvolver lesões, de 13 a 14 risco moderado,
12 alto risco.

146
TRATAMENTOS:
Solução salina (SF 0,9%): O Soro Fisiológico 0,9% é o único agente de limpeza totalmente
seguro e é o tratamento de escolha para a maioria das feridas, remover corpos estranhos; -
Irrigação com jatos, preserva o tecido de granulação neoformado.
Desbridamento ou Debridamento: Remoção do material estranho ou tecido desvitalizado de
lesão traumática ou crônica, infectada ou não, até expor-se o tecido saudável. Métodos de
Desbridamento Autolítico e Métodos Químico/enzimático ( Colagenase, Papaína)
Cirúrgico Mecânico: Fricção, Instrumental cortante
Tratamento Convencional: Pomadas com Antibiótico, Sulfadiazina de Prata, Pomadas a
Base de Enzimas Proteolíticas ( colagenase, papaína), Ácidos Graxos Essenciais - AGE

28. PROTOCOLO DE SEGURANÇA EM ADMINISTRAR MEDICAMENTOS

De acordo com o PROTOCOLO DE SEGURANÇA NA PRESCRIÇÃO, USO E


ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS, do Ministério da Saúde, existem 13 certos.
 Prescrição correta
– Nome completo do paciente;
– Data de nascimento;
– Número do atendimento;
– Número da prescrição;
– Data atualizada;

 Paciente certo
– Conferir a pulseira de identificação do paciente, com nome completo e data de
nascimento.

147
 Medicamento certo
– Verificar atentamente qual o medicamento está prescrito e se o paciente não possui algum
tipo de alergia ao composto.

 Validade certa
– Observar a data de validade antes de administrar o medicamento.

 Forma / apresentação certa


– Verificar se o medicamento está na sua forma de apresentação correta, como por
exemplo, cloreto de sódio 0,9% ou cloreto de sódio 20%.

 Dose certa
– Observar com atenção a dose prescrita, como por exemplo, paracetamol 750 mg 1
comprimido via oral de 8/8 horas.

 Compatibilidade certa
– Verificar se a medicação administrada é compatível com outra que o paciente já recebe,
pois existem algumas drogas que não podem ser administradas juntas.

 Orientação ao paciente
– Comunicar o paciente quando você for medicá-lo, avisando qual é o medicamento e a via,
pois é um direito do mesmo saber o que está recebendo.

 Via de administração certa


– Observar atentamente qual a via de administração do medicamento conforme prescrição
médica, pois alguns medicamentos possuem diversas vias de administração.

 Horário certo
– Deve-se administrar o medicamento no horário correto, para que o tratamento seja mais
eficaz.
148
 Tempo de administração certo
– É de extrema importância que o medicamento seja infundido no tempo certo, pois existem
alguns medicamentos que precisam de um tempo X para fazer o efeito esperado, como por
exemplo, os antibióticos.

 Ação certa
– Devemos observar se o paciente não irá apresentar uma reação adversa ao medicamento
durante sua administração, para que seja atendido o mais rápido possível.

 Registro certo
– É importante que seja registrado no prontuário do paciente o medicamento administrado,
com a hora, a dose e a via e se o paciente apresentou alguma reação durante o tratamento.
Para complementar seus e

149
29. PRINCIPAIS DROGAS UTILIZADAS EM UTI

DRIPPINGS DE MEDICAMENTOS

SEDATIVOS E ANESTÉSICOS

1. Dormonid (Midazolam)
Indutor do sono. Sedativo. Hipnótico, normalmente utilizado como pré-anestésico e em
Unidades de Terapia Intensiva.
 Apresentação: 5mg/ml- ampola de 03ml e 10ml.
 Dormonid 30 ml + SG5% ou SF0,9% 120 ml
 Antídoto: Flumazenil (Lanexat)
 Pode ser Infundido em bolus para sedação diluído ou puro.
 Manter sedação em pacientes intubados em bomba infusora contínua.
 Troca da solução a cada 24hs

2. Fentanila (citrato)
Analgésico narcótico de ação rápida. Consistem em sedação, analgesia principalmente em
intervenção cirúrgica.
 Apresentação: 0,05mg/ml – ampola de 2ml, 5ml e 10ml
 Fentanila 20 ml + SG5% ou S.F.0,9% 80 ml
 Pode ser Infundido em bolus para sedação diluído ou puro.
 Manter sedação em pacientes intubados em bomba infusora contínua
 Troca da solução a cada 24hs
3. Propofol
É indicado para indução e manutenção de anestesia geral em procedimentos cirúrgicos. Pode
também ser usado para a sedação de pacientes adultos ventilados que estejam recebendo
cuidados de terapia intensiva.

150
 Apresentação: Ampolas de 200mg/20ml (10mg/ml), ampola de 20ml.
 Pode ser Infundido em bolus para sedação puro.
 Manter sedação em pacientes intubados em bomba infusora contínua.
 Troca da solução a cada 24hs
 Não dilui.

VASODILATADORES

1.Tridil (Nitroglicerina)
Relaxa os músculos vasculares, indicado para tratamento de hipertensão pré-operatória; para
controle de insuficiência cardíaca congestiva, no ajuste do infarto agudo do miocárdio, para
tratamento de angina pectoris em pacientes que não respondem à nitroglicerina sublingual e
para indução de hipotensão intra-operatória. Reduz o retorno venoso para o coração. Diminui
a demanda de O2 pelo miocárdio.
 Apresentação: 25mg em 5ml e 50mg em 10ml. (5mg/ml)
 Tridil 5 ml + SG5% ou SF 0,9% 245ml
 Tridil 10 ml + SG5% ou SF 0,9% 240ml
 Infusão em Bomba Infusora Contínua.
 Troca da solução a cada 24hs.

2.Nitroprussiato de sódio (Nipride)


Reduz a necessidade de O2 do miocárdio, especialmente no IAM. Para estimular o débito
cardíaco e para reduzir as necessidades de oxigênio do miocárdio na insuficiência cardíaca
secundária ao infarto agudo do miocárdio. Para reduzir rápida e eficazmente a pressão
sanguínea em crises hipertensivas.
 Apresentação: frasco ampola em pó 50mg e diluente 2ml.
 Nipride 2 ml + S.G.5% 248 ml (fotossensível)
 Infusão em Bomba Infusora Contínua.
 Medicação fotossensível

151
 Equipo especial (fotossensível)
 Troca da solução a cada 24hs.

ESTIMULANTES CARDÍACOS

1.Dopamina
Estimulante cardíaco. Eleva o fluxo cardíaco e a PA. Aumenta o fluxo das artérias
esplênicas, o fluxo renal, a filtração glomerular, a diurese e a excreção de sódio. Estados de
choque circulatório: choque cardiogênico pós-infarto, choque séptico, choque anafilático,
retenção hidrossalina de etiologia variada.
 Apresentação: 5mg/mL – ampola 10mL
 Dopamina 100 ml+ S.G.5% ou SF 0,9% 150 ml
 Infusão em Bomba Infusora Contínua.
 Troca da solução a cada 24hs.

2. Dobutamina
Estimulante cardíaco. Aumenta a contratilidade do miocárdio Choques de origem
cardiogênico ou em ocasiões em que o comprometimento cardiogênico se fizer presente;
Baixo débito cardíaco; Tratamento em curto prazo da insuficiência cardíaca descompensada,
após cirurgia cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva e infarto agudo do miocárdio;
 Apresentação: 12,5mg/ml – ampola de 20ml
 Dobutamina 40 ml + S.G.5% ou SF 0,9% ou Ringer Lactato 210 ml
 Infusão em Bomba Infusora Contínua.
 Troca da solução a cada 24hs.

152
VASOCONSTRITORES

1.Norepinefrina (Noradrenalina)
Vasoconstritora. Droga de eleição no choque séptico, cuja finalidade é elevar a PA em
pacientes hipotensos, que não responderam à ressuscitação por volume e a outros inotrópicos
menos potentes. É um estimulante cardíaco. Aumenta a força de contração do miocárdio e o
fluxo sanguíneo.
 Apresentação: 2mg/ml – ampola 4ml
 Noradrenalina 20 ml + S.G.5% ou SF0,9% 80 ml
 Infusão em Bomba Infusora Contínua.
 Troca da solução a cada 24hs.
 Acesso Profundo e via Exclusiva

2.Vasopressina (Encrise)
Indicado na prevenção e no tratamento de distensão abdominal pós-operatória, em radiografia
abdominal para evitar a interferência de sombras gasosas, no diabetes insípidus, na
hemorragia gastrointestinal, na ressuscitação cardiorrespiratória, no tratamento da fibrilação
ventricular refratária à desfibrilação elétrica, na assistolia e atividade elétrica sem pulso e no
choque séptico.
 Apresentação: 20ui/ml – Ampola 1ml
 Vasopressina 1ml + S.G.5% ou SF0,9% ou RL 100 ml
 Infusão em Bomba Infusora Contínua.
 Troca da solução a cada 24hs.
 Acesso Profundo e via Exclusiva

153
ANTICOAGULANTE

Heparina (Liquemine)
No tratamento e profilaxia da trombose venosa profunda. Tratamento da embolia
pulmonar.
 Apresentação: 25.000ui/5ml – ampola 5ml
 Heparina 25.000UI (5ml) + SF,9% ou SG 5% 245ml
 Heparina 12.500 (2,5ml) + 247ml de SF0,9% ou SG5%.
 Infusão em Bomba Infusora Contínua.
 Troca da solução a cada 24hs.

ANTIARRÍTMICO

Amiodarona (Ancoron)
Drogas vasoativas que atuam sobre o coração e os vasos. Para Arritmias
supraventriculares; Arritmias ventriculares; Prevenção de morte súbita; Fibrilação atrial.
 Apresentação: ampolas de 150mg/3mL (50mg/ml)
 Amiodarona 18ml + SF,9% ou SG5% 232ml
 Infusão em Bomba Infusora Contínua.
 Troca da solução a cada 24hs.
 Pode ser em bolus - diluída em 100ml de SF0,9%. Dose de ataque 300mg.

ANTIGLICEMIANTE

Insulina
Diabetes mellitus tipo I (dependente de insulina); diabetes mellitus tipo II (não
dependente de insulina mas que não consegue o controle através de dieta, exercícios e

154
redução de peso). A insulina regular (R) está também indicada em: cetoacidose diabética;
coma diabético.
 Objetivo: Manter Glicemia entre 120 e 200 mg %
 Insulina 100UI (1ml) + 100ml de SF0,9%
 Monitorização: Verificar HGT de 1/1 hora até nível estável ( 3 valores dentro da
faixa desejada). Reduzir então a realização do HGT para 2/2 horas por 4 horas e
então cada 4 horas.
Reinicie verificações horárias se ocorrer:
 1 - Mudanças na infusão de insulina;
 2- Variações abruptas no nível de glicemia;
 3- Glicemia em níveis críticos (< 60 mg % ou > 360 mg %).
 Infusão em Bomba Infusora Contínua.
 Troca da solução a cada 24hs.

Cuidados de Enfermagem na Administração de Drogas


 Estabelecer critérios para diluição das drogas por meio de protocolos
institucionais
 Observar o aspecto da solução antes de administrar
 Administrar as drogas em bomba infusora contínua
 Conhecer a incompatibilidade das drogas
 Realizar o preparo prévio da droga antes do término da infusão atual
 Calcular as dosagens das drogas
 Controlar velocidade da infusão
 Conhecer quais drogas são fotossensíveis
 Conhecer quais drogas aderem ou são absorvíveis pelo plástico
 Ter peso do paciente atualizado

Quanto aos Sinais Vitais


 Monitorar as variações dos sinais vitais do paciente por meio de monitorização
155
 Avaliar as alterações do traçado de ECG
 Realizar leitura de PVC a cada hora ou conforme a prescrição de enfermagem

Quanto ao débito Urinário


 Controlar volume urinário, rigoroso balanço hídrico
 Avaliar as variações da função renal, como diminuição ou aumento do débito
urinário

Quanto a perfusão
 Acompanhar variações de pulso e perfusão periférica
 Manter as extremidades protegida da perda de calor
 Realizar rodízio de manguito de pressão arterial
 Avaliar enchimento capilar

Quanto ao dispositivo venoso


 Administrar a droga de preferência em cateter venoso central, se possível em via
exclusiva
 Lavar a via do cateter com menor volume possível
 Restringir números de extensões e dispositivos na via da droga
 Manter dispositivo venoso pérvio
 Dar preferência para punções de veias calibrosas
 Não administrar outras medicações em bolus pela via utilizada pela infusão da
droga.
 Observar presença de infiltração e sinais de hiperemia local.

156
30. PRESCRIÇÃO E APRAZAMENTO

É o ato de estabelecer (registrar) os horários para a administração dos medicamentos e outros


conforme prescrição médica.

Condições / Material Necessário: Prontuário, prescrição atual e anterior do paciente e


caneta azul ou preta.

Descrição das atividades


- Fazer a leitura da prescrição detalhadamente;
- Realizar o aprazamento dos itens conforme rotina (horário padrão + SN/SD) e prescrição
anterior;
- Assinar a prescrição com nome legível em local apropriado e COREN.

Observações: Aprazar sempre em horários numéricos, verificar se há folha subsequente.

Ações corretivas
• Os horários do ATB devem ser aprazados de acordo com a prescrição anterior.
• Comunicar a enfermeira ou a equipe médica se alterações (falta de justificativa e etc.)
• Aprazar em horário padrão.

Horários
 1x ao dia: 06, 10, 12, 14, 16, 18, 22, 24
 2/2hs: 06, 08, 10, 12, 14, 16, 18 28, 22, 24, 02, 04
 4/4hs: 06, 10, 14, 18, 22, 02

157
 6/6hs: 12, 18, 18, 24, 06
 8/8hs: 14, 22, 06
 12/12hs: 10,22 ou 12, 24 ou 18, 06

PRESCRIÇÃO

Nome: Data: Setor: UTI Leito:


Prescrição Aprazamento Anotações de Enfermagem
1-Dieta por SNE 1500ml em BISND
contínua
2- SF0,9% 1500ml nas 24hs 500 500 500
3-SG5% 1000ml IV nas 24hs 500 500
4-KCL10% IV 20ml em cada1 etapa
2 de 3
SF0,9%
5-Dormonid 20ml+SF0,9% 130ml IV em
BIC 10ml/h
6-Fentanil 20ml+SF0,9% 80ml IV em BIC
10ml/h
7-Noradrenalina 20ml+SF0,9% 80ml IV
em BIC 5ml/h
8- Cefepime 1g IV 8/8hs 14 22 06
9- Tazocin 4,5mg IV 6/6hs 12 18 24 06
10-Ranitidina 50mg IV 12/12hs10 22
11-Digesan 10mg IV 8/8hs 14 22 06
12- Dipirona 1g IV em caso de SOS
febre e dor
13- Omeprazol 40mg IV 1x ao 06
dia
14- Clexane 60 SC 1x ao dia 14
15 – Sinvastatina 20mg SNE 1x
22ao dia
16- HGT 4/4hs Insulina Regular
10conforme
14 18 22 02 06
esquema

158
17- Mudança de decúbito 2/2hs10 12 14 16 18 20 22 24 02
04 06
18-MCC+OP+PNI+BH Ciente

MCC= Monitorização cardíaca Contínua


PNI= Pressão Não Invasiva
OP= Oxímetro de Pulso
BH= Balanço Hídrico
HGT= Haemoglucotest
SND= Serviço de Nutrição e Dietético

31. BALANÇO HÍDRICO

O balanço hídrico é o resultado da quantidade de líquido que entra e sai do corpo


humano em um determinado intervalo de tempo, que tem por objetivo monitorar os parâmetros
que permitam acompanhar o equilíbrio hídrico do cliente diante do tratamento proposto,
dependendo de seu estado patológico, renal ou cardíaco. É feito através da subtração entre
o volume total de líquidos administrados e volume total dos eliminados.
O balanço hídrico será positivo quando o volume dos administrados for maior que o dos
eliminados e será negativo quando o volume dos eliminados for maior que o dos
administrados. Deve ser concluído ao término de 24 Horas.
Para facilitar a mensuração nas 24 horas dos líquidos introduzidos e eliminados existe
um formulário que é anexado ao prontuário do paciente que chamamos de folha de balanço
hídrico.
Devem ser registradas as entradas (positivo) por VO + SNG + SNE + EV e as
saídas (negativo), tais como diurese, drenagem (sondas e drenos), evacuações e vômitos
cada um em seu local específico na folha dos sinais vitais.

159
O balanço hídrico deve ser concluído a cada 6hs pelo técnico de enfermagem (6h
as
12h, das 12h as 18h, das 18h as 24hs e das 24hs as 6h).
Realizar o somatório das entradas e das saídas e diminuir sendo assim
observando se o balanço deu positivo ou negativo.
Ex: Somou tudo que ficou no item entrada no paciente igual ex: 2250ml e somou os de
saída ex: 3000ml. Diminuir 2250 – 3000ml: - 750ml (balanço negativo).
Compete ao enfermeiro assistencial, e técnico/auxiliar de enfermagem realizar o balanço
hídrico, conferindo o fechamento parcial e total, e proceder a anotação

Recursos necessários
 Folha de registro do balanço hídrico (anexo1)
 Luvas de procedimento
 Fraldas descartáveis pesadas e com registro do peso
 Recipiente graduado para a mensuração de volumes de dreno ou diurese
 Calculadora
 Balança para pesagem do beneficiário e das fraldas
 Bomba de infusão

Principais passos
 Realizar a conferência dos dispositivos e acessos no recebimento do plantão
 Realizar o registro correto do volume total das soluções nos rótulos de soro
 Pesar o beneficiário nos dias padronizados no setor
 Anotar, na folha de balanço hídrico, os volumes de medicamentos e de soluções
administradas por bomba de infusão, bem como os líquidos administrados por via
oral durante o plantão de 12 horas.
 Anotar na folha de balanço hídrico os volumes de hemocomponentes
administrados:

160
plasmas, plaquetas e albuminas, porém não somar o volume de concentrado de hemácia que
deverá apenas estar relacionado.
 Medir e anotar volume de urina, fezes, vômitos, drenagens de sondas e drenos, ,
na coluna dos eliminados, pesando fraldas ou por estimativas de quantidades:
pequena +/ media ++/ grande +++.
 Somar as colunas de líquidos administrados e as colunas de líquidos eliminados
 Concluir o balanço hídrico parcial a cada 12 horas e o total a cada 24 horas
 Comunicar ao enfermeiro e/ou médico, alteração como anúria, diarreia, volumes
de vômitos/estase, presença de sangue nos líquidos eliminados, e atraso de
infusões prescritas.

Cuidados especiais
 Ao receber o plantão observar a infusão de soroterapia e medicamentos no
beneficiário, atentando para as bombas de infusão, se as mesmas foram zeradas
ou não
 Atentar para realizar uma anotação fidedigna, no espaço adequado, para não
comprometer a avaliação do beneficiário
 Cuidados ao registrar volume de líquidos infundidos por bomba de infusão e como
fazer para zerar a mesma.
 A cada fechamento parcial de 12 Horas, parar a bomba infusora, acionando o
botão
START/STOP.
 Anotar o volume infundido e subtrair do volume total registrado no rótulo da
solução confirmando com a prescrição médica
 Registrar no impresso de balanço o valor infundido, em seguida, zerar a bomba,
 Reiniciar a infusão
 *Parar e reiniciar a infusão. *Alterar o volume total.
 Cuidado quanto aos registros de eliminações

161
 As evacuações serão registradas com o símbolo +, de acordo com a quantidade
eliminada (de 1 a 3, +++)
 A diurese será anotada pelo valor em ml. Quando o beneficiário estiver em uso de
fralda descartável, realizar a pesagem da fralda e subtrair do peso da fralda anotado
previamente.
 As fraldas que apresentarem urina e fezes, não deverão ser pesadas, a estimativa
será
registrada pelo sistema de +, (seguindo o esquema de +/+++)
 O plantão noturno realizará o fechamento final do balanço, acrescendo a
somatória do fechamento parcial registrada pelo plantão diurno (12h) à sua
somatória.

32 – HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM UTI


A humanização é um conjunto de iniciativas que dentro da UTI visa à produção
de cuidados ao paciente em estado critico capaz de conciliar a tecnologia com o
acolhimento necessário e o respeito cultural e ético ao paciente, com espaços de
trabalho favoráveis ao bom exercício técnico dos profissionais de saúde e a satisfação
dos usuários.
Os profissionais de saúde que trabalham diretamente com enfermos,
principalmente os que trabalham nas UTIs, precisam ser estimulados a se auto avaliarem
diante da conduta profissional nas mais variadas situações pela qual passam no
cotidiano. Através dessas avaliações o profissional faz reflexões essenciais sobre o
exercício de sua prática, em qual suporte está baseada, nas diferentes possibilidades
terapêuticas para o desempenho humanista e na responsabilidade sobre sua conduta
profissional ao se tratar do ser humano que está sobre seus cuidados.
O termo humanizar se refere a tornar benévolo, afável, tratável, fazer adquirir
hábitos sociais polidos; civilizar. De acordo com valores éticos consiste em tornar uma
pratica bela, por mais que ela lide com o que tem de mais doloroso, triste e degradante

162
na natureza humana. É a possibilidade de assumir uma posição de reconhecimento dos
limites e ética de respeito ao semelhante.
Os pacientes que necessitam de uma internação dessa complexidade não
precisam de um atendimento mecanicista que visa somente a parte tecnológica e
cientifica da situação, eles necessitam que o profissional que o está atendendo promova
a assistência diretamente voltada a ele como ser humana que precisa de atenção
biopsicossocial e espiritual.

É normal deparar-se com a cena de um paciente internado ser tratado como se


fosse mais um leito ou um caso de doença, com regras institucionais rígidas em relação
a acompanhantes e visitas. São determinados os horários de visitas e a quantidade de
pessoas que podem visitar, levando em consideração a instituição e não a necessidade
do paciente. O paciente é descaracterizado do seu mundo real no momento da
internação com a exigência de entrega de todos os seus pertences, além do estresse
que os doentes são submetidos, no ambiente da UTI são privados da companhia de
pessoas queridas da família e amigos.
Humanização é entendida como uma medida que busca resgatar o respeito à vida
humana em ocasiões éticas, psíquicas e sociais, dentro do relacionamento humano, que
aceita a necessidade de resgate dos aspectos biológicos, fisiológicos e subjetivos. É
fundamental adotar uma pratica na qual o cliente e o profissional considerem como parte
da sua assistência humanizada o conjunto desses aspectos, possibilitando assumir uma
posição ética de respeito mútuo (MORAIS, GARCIA, FONSECA, 2004).
O profissional de saúde deve promover um ambiente de equilíbrio favorável que
o paciente e seus familiares se sintam tranquilos e confiantes para enfrentarem e
compreenderem o tratamento.
É através da comunicação que se pode chegar a uma humanização mais eficaz e
eficiente. Um dos fatores principais que interferem na satisfação, tanto dos usuários
quanto dos que trabalham nessas unidades é a adequada comunicação entre medico-
paciente e seus familiares e a equipe multidisciplinar da UTI.
163
33 – CUIDADOS PALIATIVOS/TERMINALIDADE

A principal diferença entre terminalidade e cuidados paliativos é que a


terminalidade é um estado em que o paciente tem pouca expectativa de vida, enquanto
os cuidados paliativos são um tipo de atendimento que visa melhorar a qualidade de vida
de pacientes com doenças crônicas ou em fase terminal
Os pacientes sem possibilidade de tratamento modificador da doença acumulam-
se nos hospitais e recebem, muitas vezes, assistência inadequada caracterizada por
distanásia, focada na tentativa de cura, utilizando métodos invasivos e de alta tecnologia.
Essas abordagens, ora insuficientes, ora exageradas e desnecessárias, na maioria das
vezes ignoram o sofrimento. Além disso, são ineficazes, muitas vezes por falta de
conhecimento adequado, para o tratamento dos sintomas mais prevalentes, como a dor.
Não se trata de cultivar uma postura contrária à medicina tecnológica, mas de tentar o
equilíbrio necessário entre o conhecimento científico e o humanismo para resgatar a
dignidade da vida e a possibilidade de se morrer em paz . Diante desse cenário, os
Cuidados Paliativos se inserem como uma medida extremamente necessária. Segundo
a definição da Organização Mundial de Saúde – OMS, publicada em 1990 e revista em
2002, “Cuidado Paliativo é uma abordagem que promove a qualidade de vida de
pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças ameaçadoras da continuidade da
vida, através de prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce,
avaliação e tratamento da dor e de outros problemas de natureza física, psicossocial e
espiritual.
Os cuidados paliativos na unidade de terapia intensiva (UTI) têm como
objetivo melhorar a qualidade de vida do paciente e de seus familiares, ao
mesmo tempo em que aliviam o sofrimento.

Os cuidados paliativos podem ser oferecidos ao mesmo tempo que os cuidados


curativos, pois não são excludentes.

164
Cuidados Paliativos não se baseiam em protocolos, mas sim em princípios:
 Promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis.
 Afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal da vida.
 Não acelerar nem adiar a morte.
 Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado do paciente.
 Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão ativamente
quanto possível até o momento da morte.
 Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do
paciente e a enfrentar o luto.
 Garantir abordagem multiprofissional para focar as necessidades dos pacientes
e seus familiares, incluindo acompanhamento no luto.
 Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença.
 Iniciar o mais precocemente possível, juntamente com outras medidas
terapêuticas.

34- CONTROLE DA DOR EM CTI

ESTRATÉGIAS FARMACOLÓGICAS DE SEDAÇÃO E ANALGESIA PARA


CONTROLE DA DOR NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Muitos pacientes com dor, internados na UTI, precisaram de tratamento farmacológico,


como sedação e analgesia. Esses medicamentos se dividem em:
 analgésicos comuns — dipirona e paracetamol;
 opioides — tramadol, codeína, morfina e fentanil.

Os opioides são os medicamentos mais comumente escolhidos na UTI, porém


podem estar associados aos seguintes efeitos colaterais:
 depressão ventilatória;
 redução da motilidade do trato gastrintestinal;
165
 hipotensão arterial sistêmica;
 rebaixamento do nível de consciência;
 delirium.

O fentanil e a morfina podem ser classificados como os principais medicamentos


para analgesia. O fentanil apresenta uma potência analgésica maior do que a morfina, tem
início de ação em menos de 5 minutos, com tempo de duração que varia entre 30 e 60 minutos
e gera pouca instabilidade hemodinâmica. Normalmente, é usado em situações em que a dor
é de curta duração, como durante a aspiração endotraqueal. Já a morfina tem início de ação
mais curto (1 a 2 minutos), sua duração é mais prolongada (2 a 4 horas), pode gerar
vasodilatação e, além disso, apresenta metabólito ativo, sendo usada em dores mais
prolongadas.

Entre os principais medicamentos para sedação associada ao controle da dor, estão:


 benzodiazepínicos;
 propofol;
 dexmedetomidina.

INTERVENÇÕES NÃO FARMACOLÓGICAS PARA CONTROLE DA DOR NA


UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Entre os recursos não farmacológicos mais estudados ao longo dos anos nas UTIs, destacam-
se:
 Massoterapia;
 Técnicas de relaxamento;
 Musicoterapia;
 Crioterapia;
 Eletroterapia

166
35 – BOMBA INSUSORA

A bomba de infusão é indicada para todo o paciente com prescrição de


infusão em via parenteral ou enteral, nos casos onde se faz necessária a
garantia rigorosa do gotejamento dos medicamentos prescritos. Controla o fluxo
e o volume.
 Permite administrar de maneira confiável os fármacos mais delicados de
acordo com dosagens de mg/min ou ml/h.
 Diminui os problemas das infusões por gravidade, otimizando o tempo da
equipe médica e de enfermagem, as resposta à droga e a eficácia das
terapias.
 Tem como função controlar rigorosamente o gotejamento.
Gotejamento é em vazão por ml/h, ou seja, microgotas.
Normalmente utilizada em pacientes que precisam controle rigoroso do
gotejamento, tais como: pacientes com ICC (insuficiência Cardíaca Congestiva),
Insuficiência Renal, Neonatos prematuros, tratamento com quimioterápicos,
drogas vasoativas para controle pressão arterial, drogas cardiovasculares,
anestésicos durante cirurgias, administração de insulinas endovenosa, entre
outras.
Exemplo de algumas drogas que requerem gotejamento controlado:
Dopamina, Dobutamina, Adrenalina, Nitroprussiato de sódio, Noradrenalina,
KCL (alguns casos), Dormonid, Fentanil, Noradrenalina, Amiodarona, Tridil, etc.
Infusão de dietas (sistema fechado).

MODELOS DE BOMBA INFUSORA


Existem vários modelos de bomba de infusão, mas podemos dividi-las em
três classes principais:

• Bombas de infusão volumétricas universais

167
• Bombas de infusão de equipo especiais

• Bombas de infusão de seringas

Bombas de infusão volumétricas universais – Este tipo utiliza equipo de soro


padrão para bombear e controlar os líquidos a serem infundidos para dentro do
corpo. Com a bomba de perfusão, um acionador mecânico provoca um
deslocamento do líquido no interior do tubo por ação peristáltica. Este
mecanismo pode ser classificado de rotativo ou linear.

Bombas de infusão de equipo especiais – Podem ser do mesmo princípio


peristáltico descrito acima, porém utilizando equipo feitos com um segmento de
tubo mais elástico e mais resistente que o padrão dos tubos de infusão normais.
Normalmente o material utilizado é o silicone, que proporciona maior precisão e
durabilidade (até 48 horas).

Bombas de infusão de seringa – É um equipamento destinado para infusão


controlada de líquidos administrados ao paciente por meio de ação simples de
uma ou mais seringas ou de um reservatório similar no qual a vazão é
selecionada pelo operador e indicada pelo equipamento em volume por unidade
de tempo. São usadas para administrar fluidos intravenosos, tais como
antibióticos, anestésicos regionais, medicações antiarrítmicas e agentes
quimioterapêuticos. Esses equipamentos garantem volume de infusão e vazão
constante para baixos volumes de agentes farmacológicos potentes ou soluções
de alimentação espessas.

168
169
170
COMO FUNCIONAM

Alguns modelos possuem ainda um sensor de pressão, cuja finalidade é


proporcionar controle pressão de infusão, fazendo com que uma oclusão na linha
seja detectada de forma rápida e confiável.
A maioria possuem um sensor de gotejamento composto por um conjunto
óptico, cuja função é realimentar o circuito eletrônico de controle de infusão. Com
este sensor, são obtidas informações como oclusão da linha (pelo enchimento
da câmara de gotejamento ou gotejamento lento) infusão seca (devido ao
término do líquido a ser infundido) e infusão livre.
As bombas infusoras possuem uma série de alarmes que avisam o
operador de condições que possam ser prejudiciais ao paciente, como:
 Fim de infusão,
 Entrada de ar na linha,
 Frasco vazio,
 Kvo (Quando a solução está perto de acabar, proporcionando
tempo a equipe de preparar outra) pode alarmar conforme
programação de 10min, 5 min restante para infusão acabar)
 Bateria
 Oclusão, (Ex: Acesso obstruído)
 Erro de fluxo

Demais Funções:

171
 Liga/desliga
 START/STOP - Inicia ou interrompe funções:
 Silencia o alarme sonoro por 2 minutos
 Tecla de Correção de valores – CORRIGE (com infusão em andamento)
 Sensor (Habilita, Desabilita)
 Bloqueio/Desbloqueio
 Idioma
 Display/Contraste
 Ajuste (KVO)
 Zerar o volume acumulado infundido
 Função BOLUS (bol)
 Função para programação do VOLUME TOTAL a ser infundido
 Função de diminuir ou aumentar vazão,
 Sensibilidade do sensor,
 Ajuste do ML/H
 Função de programação de TEMPO de infusão.
 VOLUME ACUMULADO (ml) desde o início do funcionamento da bomba
 VOLUME infundido desde a última vez que Zerou,
 Função para Alterar o VOLUME DE INFUSÃO
 Função de pausa (STANDBY) (de 15 minutos a 04 hs)
 Função nome da droga infundida etc.

172
TIPOS DE EQUIPOS DE BOMBA INFUSORA

Dieta:
Importante lembrar: Para evitar erros em administrar as medicações e a dieta
enteral, o fabricante disponibiliza equipos com coloração diferenciada, no caso
de dieta enteral o equipo tem toda sua coloração azulada, roxa ou verde e uma

173
parte siliconada para encaixar na bomba, tendo sua saída com um encaixe
diferenciado.

Medicação:

Fotossensíveis (laranja)

174
Material Necessário:
- 01 bomba de infusão, 01 suporte para bomba; 01 equipo próprio para bomba;
polifix, Seringa de 20, perfusor, medicação conforme solicitação médica.

Pré - Execução:
- Verificar se todo o material necessário para o preparo de bomba e das
medicações estão em sala;
- Fixar a bomba de forma segura com o auxílio de seu suporte específico de
modo a proporcionar boa visualização.
- Verificar a existência de bateria na bomba.

Execução:
- Conectar a bomba na tomada;
- Lavar as mãos;
- Encaixar equipo solicitado na bomba, de forma adequada;
- Conectar o frasco de soro ou a seringa de infusão (20ml) no equipo;
- Programar a bomba de acordo com a necessidade;
 Selecionar a droga à ser infundida;
175
 Selecionar a concentração desejada;
 Selecionar o volume do recipiente;
 Ajustar o rítmo da infusão;
 Ajustar a dose “Bolus” (se necessário);
- Preencher o equipo de modo a retirar todo o ar do sistema antes de conectar
ao cliente;
- Conectar o equipo a venóclise;
- Iniciar a infusão pressionando a tecla “Start” (iniciar).

Pós - Execução:
- Pressionando a tecla “Stop” (parar) para interromper a
- Desconectar o equipo do cliente;
- Desligar a bomba;
- Desencaixar o equipo utilizado da bomba;
- Desprezar o frasco de soro ou seringa e o equipo utilizado;
- Desinfetar a bomba com álcool 70%;
- Guardá-la de forma adequada.

Avaliação:
- Avaliar funcionamento adequado do equipamento;
- Avaliar identificação e dosagem das drogas infundidas na bomba;
- Avaliar instalação correta do equipo na bomba;
- Avaliar desinfecção do equipamento – antes e após sua utilização.

Riscos / Tomada de Decisão:


- Mau funcionamento do equipamento: desligar e retirá-lo da tomada;
- Acionamento do alarme: verificar programação da bomba e instalação do
equipo;
- Alteração do volume infundido por defeito da bomba

176
- Programação incorreta da bomba: verificar identificação e dosagem das drogas
infundidas na bomba.

 Lembretes:

ATENÇÃO: Nunca desligar a bomba nem para transporte, nem para banho, nem
para exame, excepcionalidade, podem ocorrer com autorização médica - colocar
a bomba em standby.

Cuidados der manuseio da Bomba Infusora ao Técnico de Enfermagem:


 Fixar corretamente o aparelho ao suporte de soro e verificar para o
mesmo estar bem fixado para evitar queda.
 Sempre conectar a bomba infusora a rede elétrica (110 ou 220), para
evitar danos a bateria interna, pois a mesma pode aguentar até 3hs ou
mais, conforme o fabricante, e se manter fora da rede pode acabar a
eficiência da bateria, e também para caso precisar transportar o paciente
e em caso de queda de energia elétrica.
 Fazer limpeza corretamente e regularmente.
 Ao instalar os equipos na bomba de infusão, atentar ao preenchimento
de toda a extensão do equipo com a solução a ser infundida, assim
evitando bolhas e ar em seu interior e assim não pausando a bomba a
cada alerta de ar.
 Nunca coloque o frasco de soro ou medicação abaixo da bomba
infusora, para um bom funcionamento manter a solução acima de 40cm
do equipamento, evitando refluxo da solução ao copo do equipo e assim
não alarmando o equipamento.
 Atentar ao encaixe de siliocone no rolete ou canal da bomba, de modo que os
conectores fiquem justapostos e evite desencaixe acidentais, isntalando

177
primeiro o conector próximo ao frasco de soro e após o conector p´roximo ao
paciente.
 Verificar se o equipo já instalado a BI está conectado ao paciente.
 Abrir a pinca corta fluxo do equipo.
 Ligue a bomba e atente ao autoteste quer o mesmo faz.
 Programe a bomba de infusão de acordo com o parãmetro exigido pelo médico
ou prescrição médica.
 Lembre-se que todo o equipo específico tem sua validade de 24 á 72hs de uso
contínuo (de acordo com cada protocolo hospitalar ou fabricante), tomando
cuidado de sempre frevhar a pinça corta fluxo antes de desconectar do paciente
ou do equipamento.

ANEXOS

Folha de Balanço Hídrico

178
179
180
181

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