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Código de Praxe ISEL - 2024código de Praxe ISEL - 2024

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Revisto pelo

Magnum ConsilliumVeteranorum
do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa
Maio de 2024
Prólogo ..................................................................................................................................................2

Tradição Académica..............................................................................................................................3

Citações .............................................................................................................................................4

Ordem................................................................................................................................................. 10

Hierarquia....................................................................................................................................... 11

Apadrinhamento ............................................................................................................................. 12

Comissão Organizadora de Praxe ................................................................................................... 13

Magnum Consillium Veteranorum................................................................................................ 15

Traje ................................................................................................................................................... 16

Simbolismo .................................................................................................................................... 17

Elementos ....................................................................................................................................... 17

A Capa............................................................................................................................................ 19

Exercício da Praxe .............................................................................................................................. 21

A Praxe ........................................................................................................................................... 22

Condutas......................................................................................................................................... 22

Tribunal de Praxe ........................................................................................................................... 23

Epílogo ............................................................................................................................................... 26

Anexo (Esquema estrutural dos emblemas) ........................................................................................27

~1~
Art.º 1º Noção de Praxe
É considerada Praxe Académica todos os usos e costumes entre estudantes do Instituto
Superior de Engenharia de Lisboa1 e os decretados pelo Magnum Consillium Veteranorum2 do
Instituto.

A Praxe baseia-se na integração dos novos estudantes, na vivência dos estudantes no Instituto
e na preparação dos mesmos para a vida profissional, servindo-se o bom senso.

Na leitura do presente código, omissões não devem ser automaticamente entendidas como
permissões, sendo que qualquer dúvida sobre o mesmo deverá ser atempadamente esclarecida com
o Magnum Consillium Veteranorum, sob pena de incumprimento do código.

Art.º 2º Vinculação à Praxe


Só os estudantes do Instituto estão ativamente vinculados à Praxe, ou seja, devem conhecer,
seguir e respeitar este Código.

Os seguintes elementos estão passivamente vinculados à Praxe, na medida em que o devem


respeitar:

› Tendo já estado matriculados no Instituto3, é-lhes reconhecido o referente grau hierárquico,


embora não o possam aplicar, exceto quando concedido pelo Conselho.
› Todos aqueles que terminaram o seu curso no Instituto e já não se encontrem inscritos no
Instituto4quando aos mesmos for dada a honra de praxar pelo Conselho (tal como definido
neste Código);

Aqueles que não se revejam na tradição e experiência de Praxe5, devem respeitá-las do


mesmomodo que a sua opinião será também respeitada.

Art.º 3º Vigência à Praxe


Estão na Praxe todos os que estiverem matriculados no Instituto, tendo em conta o seu grau
hierárquico, estando trajados devidamente e com pleno conhecimento do presente Código:
› Os excelentíssimos Engenheiros6 só podem exercer a Praxe aos estudantes do Instituto se
estiverem eles mesmos na Praxe e os ditos com uma inscrição superior a estes, no mínimo;
› No caso de a Praxe ser exercida a estudantes trajados, esta não o poderá ser à vista de
caloiros6 ou bichos6;
› No caso de a Praxe ser exercida a trajados, esta deverá ser realizada por Engenheiros (de
Praxe) e/ou Veteranos com uma inscrição de diferença, sendo que, o estudante praxado
será o que tiver menos inscrições. A mesma deverá ser realizada com outro Engenheiro
ou Veterano (com um número igual ou superior de inscrições) como testemunha do
acontecimento. No caso de ser exercido a Praxe a trajados de sexo oposto, é
obrigatório estar presente um/a trajado/a (com número superior de inscrições) do
mesmo sexo do/a trajado/a ao qual está a ser aplicado a Praxe;
› No caso de serem aplicadas Praxe individuais, as mesmas apenas podem ser aplicadas
com o conhecimento do excelentíssimo Veterano Magnanimus representante da área
departamental académica no Instituto ou o Ilustre Dux.

~2~
1
Doravante Instituto
2
Doravante Conselho
3
Denominados Apartados
4
Denominados Alumni
5
Denominados Anti-praxe
6
Estas denominações serão definidas no Volume II, Cap. A, Art. 12º.

~3~
~4~
Art.º 4º Introdução
Todos os seguintes artigos são replicados do Sr. João Baeta, em 2014, que cita as seguintes
fontes:

Os Art.os5 a 9 citam-se de:

Sr. M. Moura-Pacheco, 2004, que frequentou a Universidade de Coimbra de 1956 a 1959.

O Art.º 10º advêm de:

“Estudantes de Coimbra e as suas partidas” Santos Quintela


Porto: Publicações J. Ferreira dos Santos [s.d.] - pp. 40/42

Art.º 5º O ritual
Não é fácil falar da praxe. Pelo menos falar desapaixonadamente.

Porque a praxe ou se ama ou se odeia. Num caso ou noutro, a relação é apaixonada.

Para os que a amam, a praxe é intocável na medida em que é uma das mais velhas tradições da
Academia, na medida em que é um dos seus mais antigos e sagrados rituais e ainda na medida em
que os rituais são os "sinais exteriores", a "materialização" de um certo espírito, académico, religioso,
social ou outro. No caso que nos importa, académico.

Ora, se não há sinais exteriores de um certo espírito académico é porque esse espírito não
existe. Caso contrário manifestar-se-ia. Materializar-se-ia nas práticas a que dá origem. Sem esses
ritos o espírito académico morre.

A praxe é assim causa e consequência de vida de uma comunidade que a pratica.

Para os que a odeiam a praxe é execrável e anacrónica, reminiscência de um espírito e de uma


sociedade mortos há séculos, por isso sinais de algo que já não existe, sinais falsos e enganadores.
Mas, pior do que tudo isto, a praxe será, nesta óptica, um injustificável atentado à liberdade de cada
um.

Embora, para mim, a praxe não tenha um dos principais atributos que tradicionalmente os
seus indefectíveis lhe apõem - a intocabilidade sou dos que amam a praxe. Fica assim definido, à
partida, olado da barrica em que me entrincheiro, nesta velha guerra sem fim nem consequências.

Digo que nego a intocabilidade da praxe porque ela é - na sua essência, na sua razão de ser,
naquilo que faz com que seja o que é e não coisa, naquilo que, em suma, a define - ela é, dizia,
tradição. E tradição é "traditio" - aquilo que transita, que passa, de mão em mão ou de geração em
geração. E o que assim se transmite nunca é igual ao que assim se recebe.

~5~
Art.º 6º A Palavra de Honra
Um dos aspectos mais bonitos e mais pedagógicos da “Praxe” era o uso da "palavra de honra".

O certificado de quaisquer afirmações ou declarações feitas “em praxe” era feito mediante
"palavra de honra" e só mediante "palavra de honra”.

E nem a praxe (nem a dignidade e o bom-senso) permitia que ela se desse em vão nem permitia
que quem quer que fosse a rejeitasse.

Exemplificando: uma troupe apanhava um estudante na rua, a desoras.

A primeira e clássica pergunta era:

- O que é você pela praxe?

Suponhamos que ele respondia que era puto ou quartanista, mas a troupe suspeitava que era,
simplesmente, um caloiro a mentir para se furtar à punição praxista. Por maior que fosse essa
desconfiança o chefe de troupe estava impedido de lhe pedir quaisquer documentos ou testemunhos
confirmativos. Apenas podia (e devia) pedir-lhe a "palavra de honra” e aceitá-la!!

Se posteriormente se viesse a provar, com provas evidentes e documentadas que a palavra de


honra fora dada em falso, o infractor sena rapado em qualquer momento e em qualquer sítio
permitido pela praxe sem quaisquer outras formalidades.

Suponhamos ainda que um doutor mobilizava um caloiro e este alegava estar de luto pesado -
o que o dispensava de submissão a mobilizações como veremos.

Ou o doutor acreditava ou duvidava. Se duvidasse podia pedir a "palavra de honra” e tinha


que a aceitar se o caloiro a desse.

É claro que se viesse a descobrir que ele mentira lhe aplicava a punição do rapanço sem mais
delongas.

Nunca percebi se era brio estudantil, se era "culto de honra", se era apenas medo de ser
descobertoe punido: nunca soube de ninguém que submetido àpraxe, mentisse para aela sefurtar.

Era espantoso (e ainda hoje para mim é) a sinceridade, por vezes bem constrangida, com que
um caloiro interrogado confessava a sua condição, sabendo bem que isso lhe iria custar uma
mobilização, o cabelo ou as duas coisas…

Art.º 7º A capa e batina


Quando eu cheguei a Coimbra [1956] a "praxe" era visível desde logo, pelo uso da capa e batina
(nesse tempo ninguém se lembraria de usar a expressão tão bizarra quanto “traje académico").

Sei hoje que durante a sua já longa história, a capa e batina sofreu períodos de desuso,
períodos de heterodoxia e, mais recentemente, períodos até de contestação.

O "meu tempo" contudo, era tempo de uso e uso rigoroso.

~6~
Quero dizer com isto duas coisas: quase toda a gente usava capa e batina e quem a usava era
escrupuloso quanto ao modo que a praxe estipulava de a usar.

Esse rigor ia mesmo a pormenores de difícil fiscalização e talvez por isso mesmo, pouco
fiscalizados. Refiro-me à obrigação de usar roupa interior branca, de o número de botões
corresponder ao número de casas e outras miudezas características da própria praxe.

(…)

Não sei se era verdade ou não. Mas sei que ninguém se atrevia a usar a capa de modo menos
correcto, segundo a praxe. Quero dizer com isto vários cuidados que hoje parece terem caído
completamente em desuso.

É o caso por exemplo, da capa no braço ou no ombro.

Quando fazia calor - como no tempo dos exames - é claro que se tirava a capa das costas e se
transportava no braço ou pousada no ombro. Mas era uma situação de excepção que o estudante só
se permitia em situações de à-vontade. Porque um estudante sem capa era como um futrico em
mangas de camisa!...

Não se falava com um professor, uma senhora, uma pessoa a quem se devia respeito, não se
entrava numa Igreja ou na casa alheia, sem a capa pousada nos dois ombros desdobrada ao longo
das costas.

Se andar sem capa era a mesma coisa que andar sem casaco - segundo a praxe - andar de capa
traçado era a mesma coisa que andar de chapéu na cabeça.

Nas mesmas circunstâncias em que não se estava de "capa no braço" também não se estava de
capa traçada.

Acontecia mesmo que o destraçar da capa era uma maneira de se cumprimentar pessoas com
quem se fazia cerimónia ou a quem se devia respeito. Quando, de capa traçada, passávamos por um
professor, destraçávamos a capa, ao que ele, correspondia, normalmente, tirando o chapéu ou, se o
não usava, (…) fazendo uma vénia. Destraçava-se e traçava-se a capa, em cumprimento, tirava-se e
punha-se o chapéu.

Art.º 8º As convicções morais


De modo semelhante, a praxe proibia que se ordenasse ao caloiro fazer ou dizer o que quer
que fosse que colidisse com os seus princípios morais ou religiosos. E bastava que o caloiro
invocasse esses princípios para que o "doutor" imediatamente mudasse a sua linha de rumo.

Por tudo isto se vê que a praxe não violentava nem ofendia ninguém.

Mas - perguntar-se-á - os «doutores» cumpriam os deveres que a praxe lhes impunha?

Em três anos [1956-1959] de Coimbra, intensamente vivida, nunca tomei conhecimento de


qualquer violação que, de resto podia e devia ser participada ao Conselho de Veteranos. Bem pelo
contrário: quanto mais praxista (isto é: quanto mais furioso aplicador de "praxe") um estudante
fosse, mais escrupuloso era, normalmente, na própria submissão aos ditames praxísticos.

~7~
Com estes limites, impeditivos de que invadisse o terreno das convicções e dos sentimentos
íntimos, a Praxe resumia-se a um simples jogo, que frequentemente era jogado com gozo pelos
próprios caloiros.

Os "traumas" da praxe, os "sentimentos de inferioridade", as "injustiças", as violações de


liberdade que, por vezes, ouvimos atribuir à "praxe" só existem nas mentes de quem nunca a viveu.

Aliás, só se submetia à praxe quem queria - e esta é outra nota importante, frequentemente
esquecida ou mesmo ignorada. Bastava que um estudante afirmasse perante o Conselho de
Veteranos o seu desejo de se eximir à praxe para que dela ficasse isento. É claro que, neste caso,
também ficava, de futuro, impedido de dela beneficiar ou de a exercer - como é lógico e justo!

Art.º 9º A Humanidade da praxe


Não se mandavam os caloiros comer relva com pesticida, não se feria a sensibilidade moral das
pessoas - como o fazem agora algumas pseudo-academias sem espírito académico suficiente para
inventarem uma «praxe» própria. E ensinava-se mesmo que havia valores que, nunca por nunca,
podiam ser postos em causa. A quinta essência da brincadeira, o paradigma da irreverencia ensinava
– com métodos brincalhões e irreverentes - que há coisas com que nunca se brinca e outras que
sempre se reverenciam.

A «praxe», a verdadeira «praxe» dos «praxistas» de Coimbra nunca ofendeu ninguém: nem
física nem psiquicamente.

Tirava os meninos «debaixo das saias da mamã», lá isso tirava.

«Desemburrou» muita gente. Chocou alguma. Mas nunca traumatizou ninguém…

E por vezes, sempre brincando, dava lições de humanismo e de humanidade bem mais
eloquentes do que a dos anti-praxistas.

Art.º 10º Estudantes e seus títulos de guerra


Os dos 4.º e 5.º anos são veteranos, que teem o direito de proteger; na porta-férrea só
protege o quintanista – charonte7, collocando apasta sôbre a cabeça do primeiranista – novato.

Respeita-seestagraduação de poderes: O quintanistalembra ao quartanista, que a peça ao


terceiranista, que ordene ao segundo que caçôe o primeiro – novato.

O veterano é sagrado. Se uma malta estiver troçando, sem mesmo se aproximar, grita: - Está
protegido! O grupo trocista dissolve-se como o fumo com o ar.

Novato e caloiro já foram synonimo; hoje fazem differença na siginicação: Caloiro éo


estudante do lyceu em vesperas de entrar para a Universidade.

Formigão é o estudante do Seminario, aos quaes os novatos, como lhes é ordenado, fazem de
quando em quando umas pequenas partidas, para irem noviciando e tomando gosto pela praxe.

7
Caronte (Charonte) na mitologia grega é o barqueiro do Hades, que carrega as almas dos recém-mortos sobre as
águas do rio Estige e Aqueronte, que dividiam o mundo dos vivos do mundo dos mortos.

~8~
Bicho é o estudante atrazado do lyceu, que, no meio do buliçozo da vida académica, é muitas
vezes chamado pelos veteranos para pintar, como affronta suprema, imundos bigodes aos pobres
novatos!

Art.º 11º Um estudante da Universidade de


Coimbraem1841
«- O pizar firme, o ar impavido, e o traçado da capa do Estudante de Coimbra são de
veterano; mas a batina nova, como se pinta é de caloiro. Tem a mesma largura o gorro quer na
bôca quer no fundo, porque este é fechado por uma roda de panno do mesmo diametro; na
presença da estampa, porém, alguem o julgará semelhante a uma carapuça de figura conica.
Deixamlargo espaço entre si as falsas casas da loba, que amiudadas como no-Ias dá o desenho, são
de chimarra de padre ou de formigão do Seminario, O Estudante veste uma calça d'indistincta côr,
arregaçada e amarrada abaizo do joelho por uma liga também de côr; pintar-lhe um calção preto é
phantasiar. Tambem, mal assenta o livro, na mão do Estudante de Coimbra, porque, quando o
leva, ou é no gorro ou debaixo do braço.

(…)

Apezar de que por Estudante de Coimbra todos entenderão o da Universidade, melhor fôra
dizer-se do que deixar esse ambiguo.»

Revista Literária, Vol. IX de 1842

~9~
~ 10 ~
Art.º 12º Hierarquia na Praxe
A hierarquia na Praxe, em ordem ascendente de acuidade, é a que se segue:

› Reles Besta — não possui matrícula no Instituto — pertencem a esta categoria todas as
criaturas que ainda não tenham tomado a iluminada decisão de se matricularem numa
Academia de excelência, como o nosso bem-amado e muy nobre Instituto;
› Bicho — possui matrícula no Instituto — pertencem a esta categoria todos os seres que já se
encontrem matriculados no Instituto, mas que ainda não tenham sido baptizados na
Missado Caloiro;
› Caloiro/a — possui o baptismo cumprido — pertencem a esta categoria todos os bichos que
tenham o seu baptismo concretizado. Possuem o direito de serem praxados, que será
cumprido, com especial dedicação por Engenheiros, assim como o direito de escolha de um
excelentíssimo Padrinho, sendo sempre uma opção sua e não o contrário. Mantêm-se a
falta de direitos dentro da Praxe, no entanto o seu direito de a sofrer é implementado em
todos os momentos que um excelentíssimo Engenheiro esteja também na Praxe e se sinta
no humor de a exercer;
› Pastrano/a — tem a sua capa traçada e possui 2 inscrições — pertencem a esta categoria
todos os Caloiros a quem foi traçada a capa pelos seus excelentíssimos Padrinhos /
Madrinhas. Ainda não têm direito de Praxe, sendo esta fase dedicada à aprendizagem da
sua boa e digna aplicação.
› Engenheiro/a — possui entre 3 a 5 inscrições, inclusivé — pertencem a esta categoria
todos os que se encontrem na capacidade de aplicar Praxe a bestas, bichos e Caloiros do
Instituto, usando o que sofreram como Caloiros e o que aprenderam como Pastranos;
› Veterano/a — possui 6 ou mais inscrições — pertencem a esta categoria todos os ilustres
Engenheiros que se mantêm no Instituto o número de anos superior ao necessário para
obtenção do título de Mestre em Engenharia, segundo a Ordem dos Engenheiros
Portuguesa.

Art.º 13º Comissão Organizadora de Praxe


Paralela a esta hierarquia e com o intuito de organizar a Praxe, encontram-se os membros das
Comissões Organizadoras de Praxe (COPs) dos diversos cursos do Instituto. A sua regência é
definida no Volume II, Cap. C.

Embora organizem atividades praxistas e mantenham um contacto mais direto com os caloiros,
os elementos das ditas mantêm o seu grau hierárquico dentro da Praxe.

Art.º 14º Magnum Consillium Veteranorum


No topo da hierarquia, o Magnum Consillium Veteranorum do ISEL rege e fiscaliza a
Praxe do Instituto, estando passivamente ligado aos eventos organizados para a mesma. O seu
governo está explícito no Volume II, Cap. D, com os membros:

› Veterano Magnanimus — excelentíssimo Engenheiro ou Veterano, que recebeu a honra


de pertencer aoConselho pelos seus atos e espírito académico, pessoal e / ou pela Praxe;
› Dux — ilustre Veterano Magnanimus eleito pelo Conselho. É o elemento máximo da Praxe
no Instituto e tem o reconhecimento dos seus colegas Engenheiros e Veteranos.

~ 11 ~
Art.º 15º Estudantina Académica/Tuna Feminina
Não obstante a hierarquia acima referida, aos membros da Estudantina Académica do ISEL e
da Tuna Feminina do ISEL são aplicadas as regras da Praxe dessas organizações do Instituto, sendo
que na sua globalidade estão abrangidos pela hierarquia do presente Código.

A aplicação de qualquer Praxe a um membro destas deve ter em consideração a vontade dos
Veteranos das mesmas. Do mesmo modo, os elementos dessas organizações devem respeitar o
presente Código, caso os seres a serem praxados não estejam vinculados a essas organizações.

Art.º 16º Apadrinhamento


De maneira a auxiliar um estudante nos seus estudos e na sua restante vida académica, um
excelentíssimo Engenheiro pode apadrinhar um Caloiro/a ou Estudante segundo o seguinte:

› Pastranos — estando ainda a educarem-se sobre os costumes da Praxe, não possuem ainda o
conhecimento suficiente para poderem apadrinhar;
› Engenheiros com 3 inscrições — podem transmitir o pouco que aprenderam a um afilhado/a;
› Engenheiros com 4 inscrições — são capazes de apoiar outros dois/duas afilhados/as
(perfazendo um máximo de três);
› Engenheiros com 5 inscrições — com os vários anos de vivência no Instituto, conseguem
apadrinhar todos os/as afilhados/as que lhes couberem debaixo da capa (contando com os
anteriores, com os ombros dos mesmos cobertos), com esta corrida sobre os ombros do
excelentíssimo Padrinho / Madrinha;
› Veteranos — após toda a experiência obtida no Instituto, podem apadrinhar todos os que
estejam ao alcance da vista e da voz.

É de notar que, para apadrinhamento, é necessária uma diferença mínima de duas matrículas
de Praxe ativas, entre o/a excelentíssimo/a Padrinho / Madrinha e afilhado/a.

~ 12 ~
Art.º 17º Noção
Uma Comissão Organizadora de Praxe8 (doravante Comissão) existe para orientar
atividades de Praxe e organizar os caloiros do respetivo curso ou departamento. Não obstante,
trabalham conjuntamente com os seus pares trajados para manter o bom nome e execução da
Praxe no Instituto.

Art.º 18º Constituição


Na sua essência, cada Comissão, independente das demais, é estruturada por:

› Presidente, pertencente ao Conselho e escolhido/a pelo mesmo; com total autoridade para
permitir ou vetar as atividades decididas em reunião e atribuir os cargos a executar pelas
Comissões.
› Comissários, eleitos pelos seus colegas Engenheiros do mesmo curso, caso o Presidente assim
o deseje, ou escolhidos especificamente pelo mesmo; deverão cumprir com os cargos que
lhes forem atribuídos e são o elo mais pessoal da Praxe no Instituto para os seus caloiros
de curso.

Art.º 19º Eleição


De modo a ampliar as boas intenções de Praxe, qualquer Engenheiro pode candidatar-se à sua
Comissão, em que essa será recebida pelo seu / sua Presidente e colocada à votação, caso seja essa a
escolha deste. Se assim for, todo e qualquer Engenheiro do curso da Comissão tem, num período
após a candidatura, para mostrar a sua concordância ou oposição, por voto secreto, entregue ao
Presidente. Após esse tempo, o mesmo anuncia, durante o dia seguinte, o resultado do sufrágio. Em
caso de empate, a decisão final estará a cargo do Presidente.

Caso não seja este o método do Presidente, qualquer Engenheiro, ao ter mostrado o seu
conhecimento e capacidade de aplicação da boa Praxe, poderá ser devidamente, e quando for
necessário, chamado a um cargo para o qual seja apto.

Art.º 20º Direitos e Deveres


Para que a Praxe seja de certo modo ordeira, as Comissões têm como dever fundamental criar
atividades lúdicas, mas também niveladoras, de Praxe que realcem aos nossos caloiros o orgulho e
sofrimento que sentirão durante o seu percurso pelo Instituto. Deverão orientar as reles criaturas
pelas atividades e dar o exemplo aos estudantes trajados.

Pelo esforço que terão de fazer em ser inovadores e criativos, e pelo bom exemplo que
deverão representar, devem ser respeitados e acompanhados por todos os estudantes trajados
nas atividades que pretenderem executar.

8
Doravante Comissão

~ 13 ~
Art.º 21º Reuniões
Ao receberem ideias dos seus pares e ao recolherem inspiração pelos meios que possuírem, a
Comissão deve reunir isoladamente para determinar o melhor método de modo a aplicar uma Praxe
digna.

Serão convocadas pelo Presidente quando o mesmo precisar de anunciar as decisões do


Conselho ou quando este ou algum Comissário necessitar de tratar um assunto relacionado com
eventos de Praxe.

~ 14 ~
Art.º 22º Noção
O Magnum Consillium Veteranorum do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa é a
assembleia máxima responsável pelo zelo da Praxe no Instituto. Compete a esta redigir este
Código de Praxe, manter a tradição e garantir a boa aplicação da mesma nos estudantes do
Instituto.

Art.º 23º Constituição


É constituído exclusivamente por um mínimo de um (com a opção de outro) excelentíssimo
Veterano Magnanimus por área departamental académica no Instituto, que possui também o cargo
de Presidente da sua Comissão, e o Ilustre Dux, representante de todo o Instituto para assuntos de
Praxe.

Art.º 24º Eleição


A eleição do Ilustre Dux é necessária sempre que este coloque o cargo à disposição ou seja
expulso por votação maioritária do Conselho. Nesta fase, é preparada uma votação extraordinária
para eleger o novo Dux, de entre os membros atuais do Conselho. A escolha do novo Dux deverá
ser realizada com a concordância da maioria dos membros do Conselho.

A eleição de elementos necessários ao Conselho, por disposição do cargo ou expulsão de


membros anteriores, tendo este(s) a prioridade na escolha do próximo membro, sempre com vistoria
e opinião do presente Dux.

Art.º 25º Direitos e Deveres


É responsabilidade do Conselho todos os atos relativos à Praxe. No entanto, qualquer ato,
praticado por um estudante, que seja considerado crime pela Lei da República Portuguesa, é total
responsabilidade desse estudante do Instituto.

Sendo o órgão máximo da regulação, este tem o poder de cessar ou permitir qualquer evento
de Praxe.

Art.º 26º Reuniões


São convocados pelo Dux todos os Conselheiros para reunirem sobre qualquer tema que esteja
em disputa na Praxe. Estas reuniões têm como objetivo oficializar todos os aspetos da Praxe, como
a escrita do Código de Praxe, a organização de cerimónias solenes e afins.

~ 15 ~
~ 16 ~
Art.º 27º Simbolismo do Traje
Estava reservado apenas aos elementos abastados da sociedade portuguesa a matrícula do
Ensino Superior, devido ao custo da mesma. A quem matriculado no Ensino Superior era exigido
uma indumentária formal, sendo negada a presença nas aulas a qualquer pessoa que assim não se
apresentasse no estabelecimento de ensino.

O Traje Académico existe considerando as dificuldades de quem não tinha posses para tal e é
usado para ignorar a situação socioeconómica de cada estudante. É permitida aos caloiros o uso do
traje, mesmo assim a este está vedado o traçar da capa, excetuando o momento próprio para a traçar
(definido por este Código) e após o mesmo.

A escolha da utilização do Traje Académico (masculino ou feminino) cabe à decisão do


estudante, sendo esta escolha definitiva e única, mostrando assim que o Traje, a Praxe e a tradição
Académica é sinónimo de igualdade.

Art.º 28º Elementos do Traje Feminino


São elementos do traje feminino:

› Sapatos pretos, sem atacadores e/ou apliques, com tacão que não exceda três dedos de altura;
› Collants ou meias de liga, pretas, lisas e não opacas;
› Saia, preta, de corte direito, com uma altura de dois dedos acima do joelho;
› Camisa branca, clássica e lisa, com colarinho e manga comprida;
› Gravata preta, lisa;
› Casaco preto, clássico, com todos os botões abotoados;
› Capa preta.

Art.º 29º Elementos do Traje Masculino


Os elementos do traje masculino listam-se em:

› Sapatos pretos, clássicos, com ou sem atacadores e sem apliques metálicos, sendo os
primeiros com número ímpar de voltas nos atilhos, e os segundos sem qualquer tipo de
desenho ou padrão;
› Meias pretas, clássicas e lisas, sem quaisquer adornos ou decoração;
› Calças lisas, pretas, e com cinto de couro (ou similar), preto, de fivela prateada ou preta;
› Camisa branca, clássica e lisa, com colarinho e manga comprida;
› Gravata preta, lisa;
› Colete preto, que não seja de abas ou cerimónia, com todos os botões abotoados;
› Batina preta (que não seja de modelo eclesiástico) com abas acetinadas;
› Capa negra.

~ 17 ~
Art.º 30º Adornos
É facultativo o uso de adornos no traje, desde que respeitem as seguintes regras:

a) Pins — Só é aceite o pin do Instituto na zona posterior da lapela direita e todos os restantes
devem ser colocados sob a mesma escondidos (na zona anterior da lapela);
b) Fitas na Lapela — As fitas devem ser presas na zona anterior da lapela, por trás do mesmo
pin: as do Conselho (pretas) e serão dadas pelo Dux ou pelo prévio Veterano
Magnanimus, depois de receber as dos elementos que o abandonem; as das Comissões
(cinza “prata”) e são dadas pelo Presidente da sua Comissão; as de finalista (cores do
Instituto, prata e tijolo) só poderão ser usadas no semestre em que faltem seis cadeiras
para completar o curso;
c) Relógio de bolso — Prateado, deve ser preso na casa do último botão do colete e guardado
no bolso da direita do mesmo;
d) Gorro de Praxe — Apenas é permitido o seu uso a excelentíssimos Veteranos;
e) Outros — Aliança de compromisso, anéis de curso e afins;

Art.º 31º Obrigações/Proibições


Deve-se ter em atenção:

A. A batina é usada desabotoada e o casaco feminino abotoado;


B. É estritamente proibido o uso de maquilhagem (nomeadamente base e outras), os ditos
“broches” na gravata, unhas pintadas ou de gel, brincos, piercings, pulseiras (incluindo
elásticos), relógios de pulso e bandoletes. No caso de não se poderem tirar os ditos
brincos / piercings / pulseiras / unhas de gel, estas devem ser tapadas com adesivo da cor
da pele ou cor preta;
C. Não é permitido o porte de malas nem mochilas, exceto a Pasta de Quintanista; em exercício
de Praxe, é permitido o porte de materiais envolvidos nas atividades, para tal podem usar
auxílios como sacos, caixas, garrafões, desde que não contenham objetos de uso pessoal.
D. Só é permitido o uso de óculos de sol (de armação preta e lentes escuras, não espelhadas)
na cara ou no bolso, como também elásticos e ganchos discretos da cor do cabelo ou de
cor preta, não estando visíveis, possíveis marcas dos artigos referidos anteriormente. No
entanto, justifica-se óculos “de ver” por questões óbvias de saúde;
E. O uso de óculos de sol (na cara) é proibido no exercício da Praxe;

~ 18 ~
Art.º 32º Simbolismo da Capa
Um (se não O) elemento mais simbólico do Traje, a Capa Académica tem nas suas entranhas
todo o percurso do seu Estudante, como se de um diário da sua vida académica se tratasse.

Deve-se tomar também atenção para as dobras a aplicar, em que ao estar sobre os ombros ou
traçada devem ser tantas quantas matrículas o estudante tiver, juntamente com uma dobra extra
pelo orgulho ao Instituto.
A capa deve de ser traçada do braço esquerdo para o braço direito, e em seguida do braço
direito para o braço esquerdo.

Art.º 33º Utilização


Como modos de bom uso:

A. Esta deverá manter-se asseada.


B. A capa deve ser usada negra (dobrada com os emblemas, se existirem, escondidos, corrida
ou traçada); em exercício da Praxe, deve ser sempre traçada;
C. A capa e a batina / casaco não se separam, mesmo não estando a ser usadas; São exceções
as situações em que a capa se encontra sobre os ombros de alguém homenageado,
noiva(o), afilhados(as) académicos, com alguém do sexo oposto ou em serviço (quando é
oferecida a alguém hierarquicamente superior para o cumprimento de uma função
indicada pelo mesmo);
D. A ouvir serenatas ou por ordem do Conselho, a capa deve ser traçada, escondendo todos os
elementos de cor branca do traje;
E. Os rasgões na capa não são obrigatórios e apenas trajados com pelo menos 3 inscrições
os podem ter. Se existentes, deve-se apenas ter em conta que o central é reservado à
namorada(o) ou noiva(o). Em caso de falecimento ou separação, este deve ser cosido
com linha de cor correspondente à cor do curso da pessoa em causa, ou preta. De resto,
a primeira pessoa a rasgar a capa deve ser a pessoa mais importante para o estudante. A
família deve rasgar todo o lado esquerdo, enquanto o padrinho ou a madrinha devem
rasgar o lado direito, seguido o dos amigos e colegas. Para efeitos deste ponto, o lado
esquerdo, bem como o lado direito da capa, determina-secom a capa sobre os ombros.
F. Em cerimónia solene, dentro de templos ou em luto, a capa deve ser corrida e fechada;
G. Debaixo de teto não se deve ter a capa traçada, exceto nos casos do ponto D; no caso do
exercício da Praxe, com permissão do Concelho, esta poderá ser realizada com a capa corrida;
H. Para homenagear alguém academicamente, coloca-se a capa sobre os ombros da pessoa
homenageada. Como homenagem máxima, feita por estudantes a uma individualidade,
colocam-se as capas no chão de modo que o homenageado caminhe sobre estas;
I. A capa, quando dobrada, usa-se sempre no ombro esquerdo, e nunca no braço.

~ 19 ~
Art.º 34º Emblemas
Um modo de individualizar a Capa é coser emblemas no interior da mesma, emblemas esses
que simbolizam para o Estudante o seu percurso no Instituto e na vida académica. Estes símbolos,
tal como os adornos ao Traje, não são obrigatórios. Caso o Estudante tenha vontade em colocá-los,
deverá mantê-los escondidos, tal como o faria a um diário.

Seguindo a tradição anterior, não se devem usar emblemas de clubes, marcas comerciais,
símbolos políticos ou similares, religiosos ou signos.

Caso o Estudante tenha vontade de colocá-los, deve seguir a tradição académica adaptada ao
Muy Nobre Instituto. Existem 9 símbolos obrigatórios que o mesmo deverá colocar pela ordem
designada antes de colocar outro e qualquer emblema. Após a colocação dos obrigatórios e em caso de
número par de emblemas, o Estudante deverá coser outro, de modo a perfazer número ímpar tanto em
emblemas, como em colunas.

Os emblemas deverão ser cosidos com linha preta, que não deverá estar à vista, tanto no
emblema como na capa. A distância entre emblemas, em linhas e colunas, deverá ser entre um a um
dedo e meio.

Em anexo, disponibiliza-se um exemplar de uma capa académica de acordo com as adaptações


da ordem de emblemas para o Muy Nobre Instituto, bem como os rasgões.

~ 20 ~
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Art.º 35º Exercício
O objetivo principal do exercício da Praxe no nosso Instituto é aproximar todo e qualquer
aluno de maneira que todos consigam mostrar amizade, trabalho de equipa, integridade e boas
condutas que uma pessoa deve ter no dia-a-dia. O dever do aluno é dar o bom exemplo, de ser
empenhado e competente. O aluno que queira aproveitar, respeitar e seguir a Tradição Académica
tem como missão transmitir esse respeito, tradição e bons costumes dos seus magníficos
Engenheiros e Veteranos, manter a tradição e manter única a família ISELiana.

Art.º 36º Revistas


Por revista entende-se a confirmação dos elementos do traje, se estes se encontram em bom
estado, se estão libertos de etiquetas (sejam marcas, procedimentos de lavagem ou de tamanhos) e
também se os Trajados se encontram na Praxe e se seguem o presente Código.

Para garantir a boa aplicação do Volume III, toda a revista do traje é feita, exclusivamente,
pelo Conselho a um qualquer outro Trajado. Esta pode ser feita onde, quando e por qualquer motivo
os Conselheiros decidirem executá-la, estando eles mesmos na Praxe (i.e., de capa traçada). A revista
é feita por elementos do mesmo sexo do Trajado, para evitar possíveis abusos.

Se, por algum motivo, o Trajado sujeito a revista duvidar da palavra do Conselheiro, este tem
o direito de chamar o Ilustre Dux para garantir a boa aplicação da revista. Se com a revista o
Conselheiro ou Ilustre Dux encontrar alguma falha, o Trajado fica imediatamente sujeito a sanção.
(Art.º 37º, Cap. B, Volume IV)

No caso de o Conselheiro querer revistar um Trajado do sexo oposto, este deverá escolher
alguém que tenha mostrado capacidade na Praxe, do mesmo sexo que o/a Trajado/a para realizar a
revista. O/A escolhido/a para revistar deverá ter mais matrículas do que o/a revistado/a.

Quando um estudante se encontra indevidamente trajado, para além das sanções aplicadas
pelo Conselheiro que o revistou, considera-se que este não está na Praxe até justificar que se
encontra devidamente trajado.

Art.º 37º Sanções


O incumprimento deste Código implica desrespeito pelas intenções de boa conduta (física e
psicológica) que nele foram incutidos aquando da sua escrita. Deste modo, para evitar qualquer
desrespeito, certas sanções foram criadas:

A sanção máxima, imposta pelo Conselho em situações extremas que destabilizem o


funcionamento e organização da Praxe é a total proibição de direitos nela, onde é convocado um
Tribunal de Praxe (explicado no Art.º 40º deste Volume) para garantir direito de resposta ao
acusado, como também para publicamente explicar a razão dessa proibição.

~ 22 ~
Art.º 38º Proteções
Constitui Proteção o auxílio dado por Trajados a caloiros e bichos para os livrar de Praxe.
A quantidade de protegidos depende da hierarquia do protector9. Todas as proteções seguintes,
salvo exceções óbvias, ficam sem efeito quando existir Praxe organizada pelo Conselho (i.e., as
de Comissões):

Todos os que estiverem fortemente embriagados ficam protegidos ou (no caso de


Trajados) impedidos de aplicar Praxe. Esta proteção tem o nome de Proteção de Baco.

Se um Trajado se oferecer em substituição de um caloiro, esta será aplicada, unicamente, ao


Trajado. Em casos onde exista uma infração grave da parte do caloiro, o Trajado (caso já esteja
apadrinhado, o Padrinho / Madrinha) que o tentou proteger repartirá a sanção com o caloiro,
podendo ambos, in extremis, perder os direitos de Praxe. Esta proteção tem o nome de Proteçãode
Substituição.

Não tem aplicação (sendo apenas referida pela tradicionalidade destas) a Proteção do
Instrumento: Os caloiros que levarem consigo instrumento musical e demonstrarem perante os
Trajados que sabem tocar, ficam protegidos.

Art.º 39º Mobilizações


Quando um (ou poucos) Trajado(s) recrutam vários caloiros para uma atividade planeada por
estes, essa mobilização é concedida se não afetar outras mobilizações (como as planeadas pelas
Comissões) ou se trouxerem uma mais-valia para esse momento de Praxe.

CAPÍTULO C
TRIBUNAL DE PRAXE
Art.º 40º Competências
a) O Tribunal de Praxe poderá ser pedido por qualquer entidade pertencente à Praxe, endereçado ao
Magnum Consillium Veteranorum, cabendo a este a decisão da sua realização.
b) Serão levados a Tribunal de Praxe, todo e qualquer besta, caloiro ou trajado, bem como qualquer outro
caso em que se verifique um desrespeito ao Código de Praxe vigente ou a alguma das Entidades Praxantes.
c) As decisões serão da competência do Juíz de Praxe em conjunto com a decisão do Júri, e destas não
poderá haver recurso.

9
tendo por base o Art.º 16º, Capítulo B do Volume II.

~ 23 ~
Art.º 41º Constituição
a) O Tribunal de Praxe é constituído pelo Juiz de Praxe, um Júri, um Advogado de Defesa e um
Advogado de Acusação.
b) O Júri é constituído pelo Magnum Consillium Veteranorum.
c) O Advogado de Defesa da besta ou caloiro será́ um trajado por este nomeado, desde que possua três ou
mais matrículas ativas de Praxe. No caso de o réu não ser besta ou caloiro, a defesa poderá ser feita pelo réu,
podendo este nomear um trajado hierarquicamente superior, com diferença de pelo menos uma matrícula
ativa de Praxe.
d) O Advogado de Acusação da besta ou caloiro será um trajado por este nomeado, desde que possua três
ou mais matrículas ativas de Praxe. No caso de a vítima não ser besta ou caloiro, a acusação poderá ser feita
pela vítima, podendo este nomear um trajado hierarquicamente superior, com diferença de pelo menos uma
matrícula ativa de Praxe.
e) Nos termos em que a Acusação será realizada por todo um departamento, este verá a sua representação
constituída por dois representantes, nomeados pelo respetivo Veterano Magnanimus do departamento.

Art.º 42º Juiz de Praxe e Jurí


a) O Juiz de Praxe é o Ilustre Dux, cabendo a este a decisão final da sentença.
b) O Júri deverá ser constituído pelos Veteranos Magnanimus dos departamentos, com exceção do
departamento envolvido no dado julgamento. No caso de um dos Veteranos Magnanimus não conseguir
comparecer, este verá a sua representação efetuada por um membro imparcial da respetiva COP.
c) A moderação do julgamento deverá ser realizada por um membro do Júri, nomeado pelo Juiz de Praxe.
d) A sentença é discutida pelo Júri, e apresentada ao Juiz de Praxe. O Juiz de Praxe procederá à leitura da
sentença, apenas na presença do Júri, da Acusação e da Defesa.

Art.º 43º Estatutos


a) Os julgamentos são atos solenes, em local decretado pelo Juiz de Praxe com, pelo menos, 48 horas de
antecedência.
b) O Júri selecionará, a cada julgamento, 3 membros das suas COPs, para o acompanhamento do réu, da
vítima, e das testemunhas; o controlo da entrada e saída da audiência; a restrição de comunicação entre os
intervenientes (réu, vítima e testemunhas).
c) Todos os alunos com matrículas ativas de Praxe podem assistir ao Tribunal de Praxe. Adicionalmente,
será proibida a presença de bestas ou caloiros na audiência.
d) Em caso de distúrbios causados durante o julgamento, caberá ao Juiz de Praxe e Júri a decisão de
remoção do(s) elemento(s) perturbadores e, no limite, de realizar o julgamento sem audiência.
e) A duração máxima das sessões de Tribunal de Praxe deverá ser 3 horas. Sempre que o julgamento verá
o seu tempo prolongado, este deverá ser continuado em sessões posteriores.

Art.º 44º Testemunhas


a) A Defesa e a Acusação poderão nomear Testemunhas para o seu depoimento. Estas deverão
comparecer ao julgamento apenas quando convocadas, e verão a sua ausência após o seu depoimento.
b) A ordem de inquisição às Testemunhas deverá ser iniciada pelo Juiz de Praxe e Júri, seguida da
Acusação e, por fim, a Defesa.

~ 24 ~
Art.º 45º Punições
a) As punições resultantes da sentença podem passar por:
1. Simples repreensão;
2. Praxe em data e hora a definir pelo Juiz de Praxe e Júri;
3. Impedimento de subir na hierarquia de Praxe;
4. Proibição de exercício de Praxe;
5. Proibição de apadrinhamento;
6. Expulsão.
b) A não comparência dos intervenientes a Tribunal de Praxe, sem apresentar uma justificação oficial,
verá aplicada uma punição, adaptada por decisão do Juiz de Praxe e Júri.
c) É impeditiva a utilização da Proteção da Substituição a punições provenientes do Tribunal de Praxe.

~ 25 ~
Art.º 46º Bibliografia
Foram usados como apoio à correta escrita deste Código:

› Código de Praxe do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, de 2008, pelos ilustres


Veteranos Paulo “Xaparro” Costal e Tiago “Pipas” Dias Correia;
› Idem, de 2009, por ambos e Miguel “Migalhas” Verdasca;
› Código da Praxe da Universidade de Coimbra, de Coimbra, revisto em 2007;
› Idem, de Coimbra, de 2013.
› Idem, do Porto, de 1983.

Retificou:

› Magnum Consillium Veteranorum do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, a Maio


de 2010- Alexandre Alves, Dux.

› Magnum Consillium Veteranorum do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, a


Agosto de 2018- João Neves, Dux.

› Magnum Consillium Veteranorum do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, a


Janeiro de 2020- Nuno Santos, Dux.
› Magnum Consillium Veteranorum do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, a
Maio de 2024- André Santos, Dux.

Art.º 47º Reparos Finais


O presente Código é, apenas e só, o conjunto de normas consideradas fundamentais à boa
vivência da Praxe no Instituto, sendo completamente impossível escrever a dimensão total da
mesma.

Deve ser respeitado e seguido pelos seus intervenientes. Mesmo não sendo regras, a sua
ignorância ou desprezo irá confundir e dispersar a Praxe pelos estudantes do Instituto, e pior,
denegrir a experiência da mesma, como ainda temos memória de anos anteriores.

Foi elaborado com a tradição, dedicação e prazer que os nossos Veteranos nos demonstraram
na nossa própria Praxe. É essa definição que queremos deixar aos nossos actuais colegas e
caloiros.

Alexandre Alves
Autor, desde 2010

~ 26 ~
ANEXO

~ 27 ~
uga
2- União Europeia
3- Onde Estuda
4- Curso
5- Estabelecimento
6- Onde Nasceu
7- Onde Mãe Nasceu
8- Onde Pai Nasceu
9- Instituto Politécnico
de Lisboa

Lado Direito Lado Esquerdo


Amigos Ao Centro Família
Namorado/a

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