Saúde Mental - Merged 2
Saúde Mental - Merged 2
Mental
III
Checklist
Delirium
Demências
Diagnóstico em Psiquiatria
Fobia
Psicofarmacologia
Suicídio
TOC e outros transtornos relacionados
Transtorno Bipolar de Humor
Transtorno Alimentares
Transtornos de Ansiedade
Transtorno Psicótico
Transtorno Psiquiátrico na Pediatria
Transtornos Relacionados a Catastrofes
SAÚDE MENTAL III
delirium
SITUAÇÃO AGUDA!
Não pode ser crônico
data: 31 / 08 / 21
O delirium é caracterizado por confusão de curta duração e Praxia: conhecimento automático de como fazer determinada tarefa
alterações na cognição. É um distúrbio neurocomportamental Linguagem: capacidade de comunicação (afasias: alterações da
caracterizado por alteração aguda no estado mental, com atenção linguagem)
reduzida e curso flutuante. Memória: dentro de suas várias classificações
Por que o delirium é classificado um transtorno mental orgânico?
Porque em todo delirium é possível identificar seu agente causal. Atenção! Para o diagnóstico de delirium é necessário alteração em,
pelo menos, uma dessas esferas.
O delirium pode ser subdividido em algumas categorias, baseadas em
suas causas: avaliação
• condição médica geral (ex: infecção) 1. memória
• induzido por substância (ex: cocaína, opioides, cannabis)
• espontânea (conforme evidenciada pela entrevista)
• causas múltiplas (ex: lesão cerebral traumática, doença • testada (episódica, repetição imediata, demora de
renal) evocação, evocação a partir de indícios, reconhecimento,
• outra etiologia ou etiologias múltiplas (ex: privação de sono, verbal, não-verbal, explícita, implícita)
medicação) 2. habilidades visuespaciais (perceber distâncias)
3. capacidade de construção (ex: teste do relógio)
Observação! Caso em um primeiro momento não se consiga 4. matemática
identificar a etiologia, deve-se utilizar o diagnóstico de delirium não 5. leitura
especificado enquanto se investiga melhor a causa. 6. escrita
7. função sensorial fina
fatores de risco 8. gnosia digital (reconhecimento de objetos pelo tato)
9. orientações de direita e esquerda
10. “funções executivas“ (ex: pedir para escrever o nome)
11. capacidade de abstração (uso de ditos populares)
COGNIÇÃO
conceito
É o processo de estar consciente, saber, pensar, aprender e julgar. É
uma função ampla que possui algumas esferas:
Gnosia: capacidade de reconhecer objetos familiares
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fatores predisponentes
tratamento
O tratamento está relacionado na identificação da causa básica do
delirium: desidratação, distúrbio eletrolítico, infecção,
descompensação aguda de doenças clínicas etc.
pontos importantes
• ambiente tranquilo, com baixa luminosidade e com pouco
nível de ruído
Atenção! Os fatores predisponentes não funcionam como causa de • fornecimento de informações para adequada orientação do
delírio, mas sim situações que deixam o indivíduo mais vulnerável a paciente (calendários, relógios)
desenvolver quadros de delirium. • presença de familiar ou cuidador
• uso de próteses auditivas ou óculos para aqueles que
precisam
• atenção redobrada quanto às possíveis causas de agitação:
dor, sede, fome, necessidade de eliminação fisiológica
• restrição física em pacientes agitados pode ser causa de
quadro confusional agudo
SEDAÇÃO:
Provém da necessidade de tratamento sintomatológico da confusão
e da agitação, quando ocorrerem.
clínica e diagnóstico
As características fundamentais de delirium incluem:
outras manifestações
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SAÚDE MENTAL III
demências
data: 24 / 08 / 21
Demência é qualquer transtorno / doença na qual existe um declínio 3. as alterações não podem ser mais explicadas por um quadro de
significativo de um nível prévio de cognições, causando interferência delírio ou algum outro tipo de transtorno psiquiátrico
importante em sua vida doméstica, social e ocupacional. 4. o comprometimento cognitivo é detectado e diagnosticado em
Pode ser considerada uma síndrome adquirida – a pessoa tem uma achados da história do paciente + avaliação cognitiva objetiva (testes
evolução normal e, a partir de determinado momento, passa a neuropsicológicos)
apresentar declínio cognitivo. 5. o comprometimento pode ser cognitivo ou comportamental, em
Por que uma síndrome e não uma doença? A demência se pelo menos 2 domínios:
correlaciona com diversas causas, onde um mesmo conjunto de • habilidade de adquirir novas informações ou de rememorar
sintomas pode estar associado a diferentes fatores causais (ex: informações
Alzheimer, tumores). • habilidade lógica e de raciocínio para desenvolver tarefas e
demência é um complexo processo julgamento prejudicado
envolvendo diversas alterações moleculares, funções celulares, • habilidades visuespaciais (reconhecer faces e objetos)
perda de conexões sinápticas, morte celular e gliose, além de • habilidade de linguagem (fala, leitura ou escrita)
inflamação e alterações significativas no funcionamento de redes • mudanças em personalidade e comportamento
responsáveis por cognição, manutenção da personalidade, do
comportamento, das funções sensório-motoras, eventualmente
chegando ao ponto de afetar a autonomia do sujeito. etiologias de demência
Observação! Um dos fatores de risco mais significativo para a demência de Alzheimer
demência é a idade > 65 anos. É a mais comum em pacientes idosos. Acomete principalmente lobo
temporal médio (região de hipocampo)
fisiopatologia DIAGNÓSTICO:
Antes de mais nada, para o diagnóstico de Alzheimer, são
O que acontece no cérebro é uma sequência de processos
indispensáveis os critérios para diagnóstico de demência
inflamatórios, morte celular e atrofia de determinadas regiões,
anteriormente citados.
fazendo com que haja a diminuição de regiões corticais devido a
Além desses, alguns outros critérios podem auxiliar no diagnóstico:
perda de material cerebral.
Resumo: morte celular com diminuição de tecido funcionante • início insidioso
• história clara de prejuízo / piora da cognição (reportada ou
observada)
• déficits cognitivos mais proeminentes:
▪ apresentação amnéstica: mais comum, no qual o
prejuízo ocorre primeiro nas funções de
memória
▪ apresentação não-amnéstica: começam por
outras alterações, posteriormente
desenvolvendo déficit de memória
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transtorno cognitivo vascular medicamentos
Espectro de alterações de patologias vasculares cerebrais que
contribuem para algum grau de declínio cognitivo ou até demência. degenerações lobares fronto temporais
Nesse tipo de demência, o comprometimento cognitivo é muito São alterações degenerativas relacionadas a diversas etiologias, que
significativo e, por meio dos achados clínicos e de imagem, podem alteram principalmente lobos frontal e temporais.
ser identificados diversos sinais de patologia vascular. Lobo frontal: importante para adequação de linguagem e de
comportamento em relação a diferentes contextos.
FISIOPATOLOGIA:
A partir de fatores de risco modificáveis e não modificáveis DEMÊNCIA FRONTO TEMPORAL (DFT):
(vasculares, genéticos e de estilo de vida), o paciente pode acometimento de região órbitofrontal, cursando
desenvolver diversas doenças vasculares com diversos achados – com inadequação social, discurso jocoso, prejuízo no controle de
alterações que, somadas, levam a um quadro clínico específico. impulsos, hiperatividade, desatenção e Impersistência
acometimento da região dorso-lateral, cursando
com inércia, perda de espontaneidade, abulia, flexibilidade cognitiva
comprometida e perseveração
acometimento mais amplo de lobos frontais
e temporais. São acometidas principalmente as regiões estriatais,
com menor comprometimento de neocórtex. Quadro clínico de
estereotipias comportamentais pronunciadas, rituais e compulsões
DEMÊNCIA SEMÂNTICA:
Caracterizada por uma afasia progressiva fluente, na qual há perda
do significado das palavras. Pode haver, também, comprometimento
no reconhecimento de faces e objetos.
Quadro clínico: possuem preservação do aspecto fonológico, com
profundo comprometimento da semântica - a pessoa fala muito,
porém são coisas desconexas.
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SAÚDE MENTAL III
elementos indicativos de um possível transtorno, facilitar chegar até a causa, Apesar disso, nem toda síndrome febril é
de uma possível doença. igual, podendo se diferenciar quanto ao curso e identidade da febre –
do grego syndromos - “local onde várias rotas se o que lhe aproxima mais de uma etiologia ou de outra.
encontram“ ou “correndo junto“.
fobias
data: 26 / 10 / 21
As síndromes fóbicas caracterizam-se por medos intensos e assustador. Por meio do uso de medicamentos ansiolíticos, hipnose
irracionais, por situações, objetos ou animais que objetivamente não e instrução de relaxamento muscular, os pacientes são ensinados a
oferecem ao indivíduo perigo real e proporcional à intensidade de tal como autoinduzir um repouso mental e físico. Após terem dominado
medo. essas técnicas, eles são ensinados a utilizá-las para induzir
A mais comum é a agorafobia, relacionado o medo e a angústia a relaxamento quando em contato com o estímulo que provoca
espaços amplos ou com muitas pessoas (locais onde é difícil escapar ansiedade.
e o auxílio / presença de pessoas próximas não é rapidamente
possível).
FOBIA SOCIAL
Medo intenso e persistente de situações sociais que envolvam expor-
FOBIA SIMPLES se ao contato interpessoal, demonstrar certo desempenho ou
A fobia simples ou específica caracteriza-se por medo intenso, situações competitivas e de cobrança.
persistente, desproporcional e irracional, como medo de animais, Ansiedade de desempenho: relação de ansiedade associada a
medo de ver objetos como seringas, sangue, faca, vidros quebrados, temores em relação à execução de uma tarefa, à possibilidade de ser
dentre outros. avaliado criticamente por pessoas importantes ou significativas
O diagnóstico de fobia específica requer o desenvolvimento de (frequente na fobia social e na vida cotidiana).
ansiedade intensa, mesmo a ponto de pânico, quando a exposição ao
objeto temido. Os indivíduos acometidos reconhecem o caráter No caso da fobia social, as situações temidas são, obviamente, as
irracional e desproporcional de seus medos. sociais, variando desde o falar em público até outras, como comer ou
O desenvolvimento de uma fobia específica pode resultar da escrever com outras pessoas presentes, falar com pessoas pouco
associação de um objeto ou da situação específicos com as emoções íntimas e ficar numa fila de banco.
de medo e pânico. Em geral, uma tendência não específica de Caso o indivíduo tema a maioria das situações sociais, apresenta uma
experimentar medo ou ansiedade forma a cortina de fundo; quando fobia social do tipo generalizado, em contraponto às situações em
um evento específico é associado a uma experiencia emocional (ex: que apenas uma ou poucas situações são temidas como, por exemplo,
um acidente), o indivíduo fica suscetível a uma relação emocional medo de falar em público - fobia social circunscrita.
permanente entre dirigir ou veículos e medo ou ansiedade.
tratamento
Na fobia social generalizada, o tratamento farmacológico de primeira
escolha são os ISRS (em especial, escitalopram, fluvoxamina,
paroxetina e sertralina, que apresentam eficácia comprovada em
estudos duplo-cegos controlados por placebo) e a venlafaxina.
Já na fobia social específica / circunscrita tem como tratamento de
eleição a TCC, com o objetivo de dessensibilizar o indivíduo do objeto
temido, diminuindo comportamentos de fuga / esquiva, bem como o
sofrimento causado pelo seu enfrentamento.
CONTEÚDO:
anotações da aula Fobias disponibilizada pela disciplina, ministrada
tratamento por Eduardo Birman
Feito por meio da terapia cognitivo comportamental (TCC). As
características fundamentais do tratamento bem-sucedido são:
• compromisso do paciente com o tratamento
• problemas e objetivos identificados com clareza
• estratégias alternativas disponíveis para lidar com os
sentimentos
As abordagens cognitivas incluem o reforço da percepção de que o
estímulo fóbico é, na verdade, seguro.
Métodos de TCC: dessensibilização sistemática, psicoterapia
orientada ao insight, terapia virtual, hipnose, terapia de apoio ou
terapia familiar.
DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA:
É a técnica mais comum. Nesse método, o paciente é exposto em
série a uma lista predeterminada de estímulos que provocam
ansiedade, graduada em uma hierarquia do menos ao mais
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SAÚDE MENTAL III
psicofarmacologia
data: 10 / 08 / 21
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TEMPO:
• em quanto tempo começa a melhorar?
• em quanto tempo considero que há ineficácia?
→ para cada medicação existe um tempo mínimo
de tratamento para melhora. Se a partir desse
tempo não houver melhora total, se considera
eficácia parcial. Se não houver melhora alguma,
se considera ineficácia.
• mediante eficácia comprovada, por quanto tempo
mantenho a medicação?
• tem riscos a longo prazo?
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SAÚDE MENTAL III
suicídio
data: 1714/02/2023
/ 08 / 21
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O suicídio é uma emergência médica e um problema de saúde pública.
Apenas 1/3 dos pacientes que tentam se matar procuram um
profissional antes de tentar o suicídio.
Nos EUA, as mortes por suicídio relatadas são 40% mais altas do que
as de homicídios – porém, a atenção do público naquele país está
muito mais voltada para os homicídios.
SUICÍDIOS AUMENTAM NO JAPÃO
EPIDEMIOLOGIA
O suicídio é responsável por aproximadamente 10 – 15 mortes a cada
100.000 pessoas por ano. Para cada suicídio completado existem 20
– 40 tentativas de suicídio malsucedidas.
A idade média das pessoas que cometem suicídio está cada vez mais
baixa, sendo que a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio e
a cada 3 segundos uma pessoa tenta suicídio.
As doenças psiquiátricas são forte fatores de risco associado ao
suicídio. A depressão é a complicação psiquiátrica mais comum nesse tipo de
doença.
• 90% dos pacientes que cometem suicídio nos países Torna-se preocupante o risco de suicídio dentro das doenças
ocidentais sofrem de ao menos um transtorno psiquiátrico crônicas devido aos seguintes fatores:
significativo
• subdiagnóstico de depressão
→ embora seja provável que haja variações nesse
cenário em diversos países e culturas, isso • validade diagnóstica
destaca o significado das relações entre as • niilismo terapêutico (acreditar que nada vai adiantar no
doenças mentais e o suicídio caso daquele paciente)
• a depressão não é o único transtorno psiquiátrico que leva
Quais são as barreiras à detecção e a prevenção do suicídio?
ao suicídio – doenças da ansiedade, atualmente, estão Diversos fatores podem impedir a detecção e a prevenção do suicídio
quase se igualando as doenças depressivas por parte dos profissionais de saúde
• estigma: a falta de preparo dos médicos para lidar com
transtornos mentais aumenta o seu estigma
• sigilo médico: diante de perigo de vida, é dever do médico
informar a autoridades que o paciente está em risco de
vida
• falta de conhecimento
• atenção sobre o suicídio
• achar que o suicídio não é um evento frequente
ALTO RISCO:
orientações gerais
AMBIENTE DOMICILIAR:
1. retirar da casa medicamentos potencialmente letais, armas
brancas e armas de fogo
2. manter abstinência de álcool e drogas que possuem efeitos
desinibitórios
3. evitar locais elevados e sem proteção, pelo risco de se jogar
4. evitar que o paciente fique sozinho, ou trancado em um recinto
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SAÚDE MENTAL III
tratamento
• psicoterapia (terapia cognitivo comportamental) – linha de
frente para o tratamento mais direto para os sinais e
sintomas de TOC)
• farmacoterapia – medicações que ajudam a diminuir a
intensidade e frequência dos sinais e sintomas
Compulsões: comportamentos (ou atos mentais repetitivos em que a
pessoa “precisa“ fazer aquilo, geralmente em resposta para diminuir FARMACOTERAPIA:
a intensidade de pensamentos obsessivos. Os comportamentos e os Principalmente utilizados os inibidores eletivos de serotonina,
atos mentais geralmente se relacionam a prevenir ou reduzir a principalmente a sertralina e a fluvoxamina – ambos com indicação
ansiedade em relação a algum evento que a pessoa ache que pode em bula para tratamento de TOC e possibilidade de uso em
acontecer. Esses comportamentos e atos mentais não se conectam adolescentes.
de forma realista com aquilo que está designado para neutralizar ou
prevenir, ou então são extremamente excessivos – a pessoa
reconhece que seu ato ou comportamento não tem real correlação
com seu pensamento, mas não consegue parar de fazer.
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Observação! Embora a dose inicial seja mais baixa, a dose alvo (dose
que mais frequentemente funciona para TOC) é muito mais alta do
que aquela utilizada para pacientes com depressão.
colecionismo
A pessoa coleciona / acumula diversas coisas, podendo ser de forma
desorganizada ou bem estruturada.
tricotilomania CONTEÚDO:
anotações da aula Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Outros
“Puxar pelos do corpo“, em qualquer região do corpo. Transtornos Relacionados disponibilizada pela disciplina, ministrada
por Daniel Segenreich
excoriações / skin picking
A pessoa fica machucando a pele, tirando casquinha de feridas, sem
conseguir controlar essa urgência para fazer.
TIQUES
Tiques temporários / transitórios – DSM V: um ou múltiplos tiques
motores, podendo ou não haver tiques verbais, presentes por menos
de 1 ano, acontecer antes de 18 anos de idade, não podendo ser
atribuído a quaisquer outras causas. É necessário excluir, também, a
possibilidade de outros diagnósticos como sd. de Tourette ou tique
persistente.
Tique persistente – DSM V: apresentação clínica semelhante, com
tiques motores e / ou verbais, porém deve estar presente por mais
de 1 ano.
CONDUTA:
O paciente com TIC não necessariamente deve ser tratado
farmacologicamente, existe também a opção da psicoterapia. Se
existe indicação de tratamento e os TICS estão acompanhados de
comorbidades, talvez seja necessário analisar a prevalência dessas
comorbidades em relação ao TIC – e, caso mais significativas, deve-
se tratá-las.
O principal tratamento é comportamental e, apenas quando este não
é possível, deve-se indicar a farmacoterapia.
Farmacoterapia: agonistas alfa; benzamidas (supirida); agonista gaba
b); anticonvulsivante (topiramato); antipsicóticos atípicos ou típicos.
→ o antidepressivo pode ser utilizado em casos de ansiedade
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SAÚDE MENTAL III
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• decréscimo de interesse nas coisas • estorpor
• alentecimento psicomotor • estereotipia
• baixa energia / fadiga • agitação
• pensamentos suicidas • ecolalia
• ecopraxia
Já em caso de episódios depressivos com sintomas mistos, 3 ou mais • posturação
dos seguintes sintomas precisam estar presentes na maioria dos
dias: • catalepy
• euforia
• autoconfiança curso clínico
• falante
• muitas ideias
• agitação
• envolvimento em atividades
• decréscimo na necessidade de sono
Resumo: o primeiro termo se refere a condição que prepondera no
caso, apresenta mais sinais e sintomas, o outro nome é o que
apresenta sinais e sintomas em menor quantidade.
MARCADORES DE GRAVIDADE:
TIPO I
Como saber se existe um quadro psicótico associado? Presença de
delírios ou alucinações em qualquer momento do quadro. As
características psicóticas podem ser congruentes ou não
congruentes com o humor.
→ a associação com psicose pode ocorrer tanto na mania
quanto no transtorno depressivo maior
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Atenção! Os medicamentos estabilizadores de humor não são
medicações antipsicóticas (ex: lítio). Porém, é correto dizer que
medicações antipsicóticas possuem efeito estabilizador de humor.
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SAÚDE MENTAL III
transtornos alimentares
data: 09 / 11 / 21
•
ANOREXIA NERVOSA •
arritmia cardíaca
taquicardia postural (> 20 rpm)
DSM-5: comportamento de restringir de forma significativa o
consumo de alimentos com a finalidade de não ter ganho de peso, • PA < 80/50 mmHg
sempre buscando o peso mais baixo possível - a ponto de ficar abaixo • QTc > 450 ms
do peso normal. Além disso, associa-se a um medo significativo do • temperatura < 35oC
ganho de peso e interferência comportamental para evitar o ganho. • hipocalemia < 3,0 mmol/L
A anorexia nervosa está relacionada com a modificação /
• neutropenia
comprometimento da autoimagem da pessoa - o indivíduo não
consegue se enxergar como magro, se acha acima do peso ou • fosfato < 0,5 mmol/L
“normal“. • comportamento grave de ataques alimentares e purgação
→ a amenorreia não é mais considerada um critério para • falha ao tratamento ambulatorial, necessitando internação
diagnóstico de anorexia nervosa! • comorbidades psiquiátricas graves
CID-11 (critério proposto): peso muito abaixo do normal, com IMC < 18,5 • planejamento, pensamento, ideação suicida (inclusive em
kg/m2 em adultos ou < percentil 5 em crianças e adolescentes. O sonhos)
peso muito baixo geralmente é acompanhado por preocupação /
comportamentos de prevenção de ganho de peso (de restrição,
purgativos, compensatórios)
BULIMIA NERVOSA
→ comportamentos purgativos: provocar vômitos, uso
Binge eating (ataque alimentar) é um excesso de alimentação em um
inadequado de laxantes, exercício intensivo período curto (< 2h), com quantidade de comida muito acima do
Também fala sobre distorção de imagem, ou seja, capacidade de habitual. Após um ataque alimentar, geralmente o paciente fica
autoavaliação inadequada. O controle do ganho de peso torna-se constrangido e tende a tentar esconder a situação.
quase um comportamento / pensamento obsessivo.
características principais
Observação! Anorexia mirabilis: outro conceito surgido na 1. quadro recorrente de ataques alimentares
antiguidade que faz referência a decisão de parar de comer, 2. geralmente os ataques se associam a atos compensatórios
geralmente associada a crença religiosa. inapropriados (podem ser ou não purgativos - período maior de jejum,
excesso de exercício físico, uso de laxantes)
quadro clínico 3. extremamente influenciado pelo peso e pelo formato do corpo
Quando vão ao médico, os pacientes geralmente usam roupas muito 4. o binge eating e os comportamentos compensatórios devem
largas, tentando “esconder“ a perda de peso. ocorrer, no mínimo, 1x/semana por pelo menos 3 meses
SNC: déficits cognitivos (prejuízo de atenção e outras funções).
Podem ser sinais mais sutis, como desatenção. Em que a bulimia se diferencia da anorexia? Na bulimia nervosa não
Boca, dentes, parótida: pode ocorrer aumento da frequência de cáries existe uma perda de peso significativa e na anorexia nervosa a
dentárias e alargamento das glândulas parótidas (em pacientes que presença de ataques alimentares não é necessária para diagnóstico.
induzem vômitos).
Sistema endócrino e reprodutivo: em mulheres pode ocorrer COMPLICAÇÕES RELACIONADAS A COMPORTAMENTOS
amenorreia, em ambos os sexos pode ocorrer sintomas de
hipotireoidismo, depressão e aumento de hormônios relacionados ao PURGATÓRIOS:
estresse. • alcalose hipoclorêmica
Sistema cardíaco: alterações como bradicardia, hipotensão e • hipocalemia
arritmias, podendo precipitar síncopes. • hemorragia subconjuntival
Trato gastrointestinal: constipação, sangramento de trato
• epistaxe
gastrointestinal.
Sistema hematológico e imune: hipoplasia de medula óssea, anemias, • mucosite oral
infecções bacterianas, diminuição da imunidade. • tosse crônica
Sistema renal: hipocalemia, hipofosfatemia, hipernatremia, podendo • ruptura de esôfago
se associar a nefrolitíase, edema • prolapso retal
Metabolismo ósseo: pode aumentar as chances de osteoporose,
facilitando fraturas ósseas e dores ósseas • hemorroidas
• arritmia cardíaca
• cortes
INDICADORES DE RISCO EM PACIENTES COM ANOREXIA:
• IMC < 14 kg/m2 ou perda rápida de peso ou < 75% do peso
esperado
• FC < 50 bpm
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CONTEÚDO:
anotações da aula Transtornos Alimentares disponibilizada pela
disciplina, ministrada por Daniel Segenreich
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SAÚDE MENTAL III
transtornos de ansiedade
data: 26 / 10 / 21
A ansiedade é uma coisa normal, todo indivíduo experimenta a maior. Outros transtornos comuns associados com TAG são o
ansiedade. A ansiedade é um sentimento que nos prepara para “fugir distímico e os relacionados a substâncias.
ou lutar“, ou seja, é um sentimento necessário a sobrevivência do ser
humano. Atenção! Até 25% dos pacientes com TAG experimentam o transtorno
Mesmo a ansiedade normal possui relevância em termos de de pânico. Como diferenciar os dois? TAG se diferencia do transtorno
manifestações somáticas, de sistema nervoso autônomo, por vezes de pânico pela ausência dos ataques espontâneos.
se associando aos seguintes sintomas:
• diarreia diagnóstico
• vertigem DSM-5:
• hiperidrose
• reflexos aumentados
• palpitações
• dilatação da pupila
• inquietação
• síncope
• taquicardia
• formigamento de extremidades
• tremores
• perturbação estomacal (“borboletas“)
• frequência, hesitação, urgência urinária
comorbidade
Talvez 50 - 90% dos pacientes com transtorno de ansiedade
generalizada tenham outro sintoma mental. Uma porcentagem
adicional alta de pacientes tende a apresentar transtorno depressivo
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TRANSTORNO DE pânico
Caracterizado por um ataque intenso e agudo de ansiedade
acompanhado por sentimentos de desgraça iminente (ex: o paciente
tem certeza que está infartando, tendo um AVC). A ansiedade é
caracterizada por períodos distintos de medo intenso que podem
variar de vários ataques durante um dia e apenas poucos ataques
durante o ano.
Os pacientes com o transtorno apresentam-se com uma série de
condições comórbidas, mais comumente agorafobia, que se refere a
medo ou ansiedade em relação a lugares dos quis a saída poderia ser
difícil.
sintomas associados
Sintomas depressivos com frequência estão presentes no transtorno
de pânico e em alguns pacientes, um transtorno depressivo coexiste diagnóstico
com o transtorno de pânico.
Alguns estudos verificaram que o risco de suicídio durante a vida Os principais medicamentos para tratamento são os inibidores da
nesse grupo é mais alto que em pessoas sem transtorno mental. recaptação de serotonina. Atualmente, os antidepressivos tricíclicos
Além da agorafobia, outras fobias e transtorno obsessivo-compulsivo não são muito utilizados devido ao seu perfil de efeitos colaterais,
podem coexistir com o transtorno de pânico. porém possuem bons resultados.
Outros agentes como ácido valpróico e inositol são utilizados quando
se tem suspeita de comorbidades (ex: ácido valpróico tem uma
diagnóstico propriedade ansiolítica interessante, quando se suspeita de
ATAQUE DE PÂNICO: associação com transtorno de bipolaridade)
Período súbito de intenso medo ou apreensão que pode durar de
minutos a horas. Ele pode ocorrer também em outros transtornos
mentais, particularmente na fobia específica, na fobia social e no
TEPT.
Ataques inesperados ocorrem a qualquer momento e não estão
associados a ume estímulo situacional identificável (não é obrigatório
que seja dessa forma).
TRANSTORNO DO PÂNICO:
Os critérios diagnósticos para transtorno de pânico do DSM-5 são: 3
a 4 ataques em um período de 4 semanas.
tratamento
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO:
Muitas vezes, pacientes com TA resistem em aceitar que seus
sintomas sejam causados por um transtorno mental. Uma explicação
clara sobre os TA, seus sintomas e tratamento é um passo
fundamental. Mudanças de hábitos também podem ser úteis, como
eliminar o uso de estimulantes e praticar exercícios.
CONTEÚDO:
anotações da aula TAG e TP disponibilizada pela disciplina,
ministrada por Eduardo Birman
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SAÚDE MENTAL III
transtornos psicóticos
data: 21 / 09 / 21
PSICOSE ALUCINAÇÕES:
A psicose é definida como prejuízo no teste da realidade, dado pela A alucinação verdadeira é a percepção sem objeto – diferente da
presença de delírios, alucinações, comportamento e pensamento ilusão, que é a alteração da percepção de um objeto.
desorganizado. Se as alucinações são sensoperceptivas, obrigatoriamente elas estão
• sintomas positivos: são sintomas que acrescentam alguma relacionadas a alterações sentidos do corpo humano (auditivas,
coisa na personalidade e no comportamento do paciente visuais, táteis, gustativas ou olfativas).
• sintomas negativos: são aqueles que retiram algo da mais comum entre os transtornos psicóticos
personalidade e comportamento do paciente primários. São vozes múltiplas, pejorativas, ameaçadoras ou até
prazerosas sentidas como distintas do pensamento do indivíduo,
Conceitos: vindas “de fora da cabeça“, de pessoas desconhecidas ou conhecidas.
• delírio: ideia / pensamento errôneo, não compartilhada deve-se ter cuidado especial quanto a
culturalmente experiencias religiosas e doenças físicas (epilepsia de lobo temporal,
• alucinações: disfunção da sensopercepção, principalmente infestações, síndrome de abstinência alcoólica, delirium).
auditivas e visuais
• pensamento desorganizado: desordem de pensamento • táteis: sensações pelo corpo, de formigamentos, de cores
• comportamento desorganizado: engloba atitude, aparência ou infestações
• gustativas e olfativas: incomuns em transtornos
Atenção! Síndromes psicóticas não são exclusivas de transtornos psicóticos, geralmente associadas a doenças físicas
psicóticos, podendo ocorrer mediante abuso de drogas, transtornos
de ansiedade, distúrbios do humor.
DESORGANIZAÇÃO DE PENSAMENTO:
aspectos clínicos da psicose Compreende conceitos como descarrilhamento de ideias, frouxidão
de laços / associativa, tangencialidade e salada de palavras.
DELÍRIO:
É uma crença em uma falsa realidade não compartilhada DESORGANIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO:
culturalmente dentro de um determinado grupo. • catatonia
→ o delírio de um paciente esquizofrênico geralmente é “mais
absurdo“, relacionado a coisas mais irreais (diferente do ▪ mutismo (a pessoa consegue falar, mas não
delírio de um paciente com transtorno de humor) quer)
▪ flexibilidade cérea (a pessoa consegue se
movimentar, mas não quer)
▪ resistência ativa (o paciente não quer falar com
• persecutório: crença arraigada de que a pessoa está sendo você nem se mexer, e não deixa que os outros o
atormentada, seguida, enganada, vigiada, ridicularizada (ex: movimentem)
o paciente não consegue sair de casa porque tem certeza
• desleixo
de que as pessoas estão olhando para ele, comentando
sobre ele, ou acha que estão sempre o observando, • higiene precária
tomando conta da sua vida) • ferir-se (≠ automutilação, o paciente se machuca por conta
• grandiosos: crença de que possui poderes especiais, de alucinação)
riquezas, relações sociais, dons de cura ou premonição, • agressividade infundada
habilidade ou formação técnica extrema (ex: um bancário • vestir-se de modo incomum
que de repente se diz dono do banco, achar que é uma • comportamento sexual nitidamente incomum
santidade)
• de referência / autorreferente: o portador acredita que transtornos associados a psicose
eventos ambientais, gestos de pessoas, conversas Alguns transtornos psiquiátricos podem cursar com psicose, como:
particulares, risos em conversas, passagens de livros, esquizofrenia, transtorno delirante, transtorno afetivo bipolar,
jornais e cenas de televisão são, na verdade, mensagens depressão psicótica ou outros.
para ou comentários sobre ele (ex: o paciente fala sobre
sua idade, fala sobre seus filhos, porém ela nunca namorou, TRANSTONO DELIRANTE PERSISTENTE:
nunca se casou, nunca teve filhos São delírios não bizarros, sistematizados e “encapsulados“, na
• somáticos: associado a distúrbios somáticos (ex: febres ausência de outros sintomas psicóticos e outros transtornos
muito altas) psiquiátricos.
• bizarros: claramente implausíveis e incompreensíveis (ex: Subtipos: ciúmes, grandioso, paranóide, erotomaníaco, enfermidades,
o paciente acha que estão roubando seus pensamentos, envenenamento.
acha que tem superpoderes, substituição de parentes,
transplante de órgãos)
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DEPRESSÃO PSICÓTICA:
Presença por todo o período de sintomas psicóticos e de sintomas
depressivos. Ao ser medicado, ocorre volta total ou parcial ao
funcionamento normal.
ESQUIZOFRENIA
Prevalência para a vida toda é de 1% da população mundial. Gêmeos
idênticos tem concordância de 50% no diagnóstico de esquizofrenia Subtipos de esquizofrenia:
– ou seja, fatores externos, psicológicos e sociais influenciam • desorganizada: há predomínio de desorganização do
diretamente no desenvolvimento ou não do transtorno. pensamento, com discursos incoerentes e afeto
infantilizado
hipóteses fisiopatológicas • paranóide: há predomínio de sintomas psicóticos e,
1. desregulação de vias dopaminérgicas. geralmente, os delírios têm conteúdo persecutório, bizarro
• via mesolímbica: sintomatologia positiva e até alucinações, cujas mais comuns são auditivas
→ é a com melhor prognóstico, mais fácil de ser
• via mesocortical: sintomatologia negativa
tratada – porque tem prevalência de
• via nigroestriatal: associada a movimentação
sintomatologia positiva, pode ser tratada com
• via tuberoinfundibular: secreção de prolactina antipsicótico (antagonista de dopamina)
Atenção! Medicamentos que se baseiam nas vias dopaminérgicas • catatônica: os sintomas psicomotores são eminentes, com
podem alterar qualquer aspecto da via, não somente a parte de a chamada flexibilidade cérea, além de automatismos e
sintomatologia (de onde vem os efeitos adversos das medicações). estereotipias
• indiferenciada: dificuldade de isolar um sintoma
2. neuroimagem dos circuitos na esquizofrenia: processamento proeminente
anormal das informações em áreas cerebrais ligadas à cognição e à • simples: evolução da sintomatologia negativa, sem surtos
emoção (não é patognomônico) de sintomas positivos
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• reabilitação ocupacional
• cuidados residenciais
• reabilitação psicossocial
evolução / prognóstico
A evolução é bastante variável:
1. há pacientes que apresentam um único episódio psicótico, sem
recidiva dos sintomas
2. outros tem diversos surtos psicóticos e estabilização sem no
entanto retorno a normalidade
3. um terceiro grupo com curso de piora progressiva do quadro ao
longo de sucessivos episódios psicóticos
CONTEÚDO:
anotações da aula XXX disponibilizada pela disciplina, ministrada
por Eduardo Birman
Embora a esquizofrenia seja essencialmente um diagnóstico clínico,
exames laboratoriais específicos e investigações radiográficas são
úteis para excluir outras possíveis causas:
tratamento
Deve-se definir quais sintomas serão tratados, posicionar o paciente
em escalas para a avaliar a resposta a medicamentos e avaliar
comorbidades.
ANTIPSICÓTICOS:
Usados em doses equivalentes, todos os antipsicóticos tem eficácia
semelhante, com possível exceção da clozapina – uso reservado para
pacientes refratários.
Existem os antipsicóticos típicos / 1ª geração e os antipsicóticos
atípicos / 2ª geração e o perfil de efeitos colaterais é um dos
parâmetros para a escolha do antipsicótico.
TRATAMENTO PSICOSSOCIAL:
• psicoterapias individuais
• terapias de grupo
• tratamentos familiares
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SAÚDE MENTAL III
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A partir do DSM-5, os principais grupos de sintomas referentes ao
TEA foram subdivididos em 2 grandes grupos: sintomas associados a
comunicação e interação social + sintomas associados a padrões de
repetição e interesse em atividades específicas.
critérios diagnósticos
O diagnóstico é clínico e deve ser feito por especialistas.
• avaliação fonoaudióloga é muito importante para fechar
diagnóstico
TRANSTORNOS DE LINGUAGEM: • exame neuropsicológico também pode ajudar bastante no
Comprometimento de linguagem verbal: déficit específico de diagnóstico (apenas complementar)
linguagem • diagnóstico clínico de TEA é diferente do conceito de
Comprometimento de linguagem não verbal: transtorno da diagnóstico etiológico de TEA
pragmática de linguagem
Para o diagnóstico de autismo, é necessário que existam sintomas
dos dois grupos simultaneamente - apenas sintomas de um grupo
TRANSTORNO DE APRENDIZADO: não são suficientes para fechar o diagnóstico.
• dislexia
• disortografia COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL (LISTA A):
• discalculia Dificuldades persistentes e déficits significativos na comunicação
social e na interação social em contextos múltiplos:
QUEIXAS COMPORTAMENTAIS: • dificuldade / déficits em reciprocidade social emocional -
• humor: sintomas depressivos, sintomas maníacos, pode variar desde dificuldade em approach social
irritabilidade - EDM infantil, TB infantil (“comunicação esquisita“) até fracasso completo da
conversação com o outro. Também pode haver dificuldade
• ansiedade: sintomas ansiosos, sintomas TOC like - fobia de ter prazer de compartilhar interesses
social, TOC, ansiedade de separação
• dificuldade em comportamentos / comunicação não verbal
• alterações disruptivas de comportamento: TDO, TC - forma de olhar, tom de voz, vocabulário adequado.
Também tem dificuldade de perceber a linguagem corporal
COGNIÇÃO SOCIAL: de outra pessoa
TEA de alto funcionamento - dificuldade de comunicação verbal + • dificuldade e déficits no desenvolvimento, manutenção e
dificuldade de empatia e compreensão de regras sociais compreensão de relações sociais - dificuldade no ajuste do
comportamento em vários contextos diferentes
PREJUÍZO DIFUSO:
• déficit cognitivo global PADRÃO DE REPETIÇÃO OU ESTERIOTIPAGEM (LISTA B):
• TEA com rebaixamento cognitivo São necessárias pelo menos 2 das seguintes características abaixo:
• movimentos repetitivos e estereotipados ou fala
estereotipada
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA • insistência / necessidade pela rotina (inflexibilidade)
O autismo pode ser denominado como sintoma / expressão clínica • interesses restritos e anormais na intensidade e no foco
(dentro da esquizofrenia) ou como transtorno. relacionados a idade e cultura da criança
• autismo como sintoma: associado a “demência precoce“ • modificação sensorial (sentir e expressar de forma
por Bleuler em 1911 (dificuldade de comunicação adequada diferente - hiper ou hiporeatividade)
com o mundo ao redor, comprometimento de humor e
afeto)
• autismo como distúrbio: associado a doença, por Kanner OUTROS CRITÉRIOS NECESSÁRIOS:
em 1943. São crianças percebidas muito cedo com 1 - os sintomas devem estar presentes desde o início do
desenvolvimento de comunicação com o mundo ao redor desenvolvimento, mesmo que alguns só fiquem mais evidentes em
prejudicado, em diferentes graus momentos posteriores do desenvolvimento
2 - os sintomas devem ser graves o suficiente para causar
Observação! Asperger em 1953 relata um quadro semelhante ao comprometimento significativo clínico em parte ocupacional, social
transtorno autismo, porém menos grave que o autismo clássico - a ou outra área importante
pessoa se comunica verbalmente e reconhece o mundo ao redor, 3 - os transtornos não são melhores explicados por alguma outro
porém possui uma maneira de interpretar o mundo ao redor diferente, déficit cognitivo amplo
o que prejudica seu contato com outras pessoas.
Observação! Especificadores de espectro autista: definem a
gravidade e auxiliam no tratamento de cada condição - (1) com
características centrais comprometimento ou não da inteligência; (2) com comprometimento
• dificuldade na interação social recíproca ou não de linguagem verbal; (3) se o comprometimento se associa a
• comunicação com o outro condição médica ou genética; (4) se existe associação com
transtorno do neurodesenvolvimento; (5) se existe ou não catatonia.
• padrões repetitivos de comportamento ou de interesses
específicos (interesses incompatíveis com a idade,
desproporcionais, geralmente que não constrói laços
sociais)
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acompanhamento
O acompanhamento do TEA é, por definição, multidisciplinar - deve
haver uma equipe especializada em autismo.
Em relação ao médico, além do diagnóstico, algumas medicações
podem ser utilizadas para determinados comportamentos, porém não
há modificação para modificação de curso da doença. Dessa forma, a
ação do médico é mais de suporte ao paciente.
CONTEÚDO:
anotações da aula Transtornos Mentais na Infância e Adolescência
disponibilizada pela disciplina, ministrada por Daniel Segenreich
anotações da aula Enfoque em Diagnóstico do Transtorno do
Espectro Autista disponibilizada pela disciplina, ministrada por Daniel
Segenreich
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SAÚDE MENTAL III
O que é o trauma para o DSM IV? Vivenciar, testemunhar ou ser Revivência / revivescência: memórias que são espontâneas, em geral
confrontado com evento que envolva morte, graves ferimentos, intrusivas, recorrentes, que podem acontecer com o indivíduo
ameaça à integridade física de si ou de terceiros – os eventos podem acordado ou dormindo (sonhos ou pesadelos). A pessoa pode possuir
ser reais ou ameaças. Era necessário que a pessoa vivenciasse uma hipermnésia de evocação – a memória aparece em forma de
aquela situação com a sensação de medo intenso, impotência ou flashback, permitindo a re-experiencia da memória passada.
horror. Evitação: o indivíduo evita qualquer situação externa que possa vir a
→ mudanças no DSM V: o desencadeador do TEPT passa a ser evocar lembranças do evento para não deflagrar re-experimentação.
a exposição à morte real ou ameaça de morte, violência Cognições negativas: sensação de culpa em relação a não ter
sexual ou ferimentos graves + “acidentes“ envolvendo um conseguido salvar alguém, de ter acontecido com outra pessoa que
membro da família ou amigo próximo também podem ser não com ele. O indivíduo passa a ficar mais frio e distante em relação
desencadeadores de TEPT + TEPT pode ser desencadeado a entes, pode apresentar perda de interesse em atividades ou
por experiencia repetida de eventos traumáticos ou amnésia lacunar.
detalhes aversivos de eventos traumáticos por vivência Hiperexcitabilidade: resultam em irritabilidade e comportamentos
profissional (ex: bombeiros, profissionais da saúde de agressivos contra si e contra outros. A hiperexcitabilidade
urgência e emergência, policiais, forças armadas e comumente é desencadeada por estímulos específicos, como sons.
voluntários de situações catastróficas) Pode se associar a insônia.
Transtornos de adaptação: são aqueles que tem relação direta de Observação! Diagnóstico diferencial:
causa e efeito com a vivência daquele trauma específico (transtorno
de estresse agudo ou reação aguda ao estresse; transtorno de fatores de risco
estresse pós-traumático).
→ o transtorno de estresse agudo é mais frequente, porém
Susceptibilidade:
como dura apenas 30 dias – se não termina dentro desse • sexo feminino
prazo, fala-se no diagnóstico de TEPT. • presença de traumas na infância
Modificação da personalidade após vivência catastrófica: ocorre • menor escolaridade
mudança da personalidade do indivíduo após algum evento • presença de outro transtorno mental
traumático. • exposição repetida a eventos traumáticos
Piora de transtorno mental em tratamento ou em fase de
recuperação: após alguma situação traumática, o paciente regride de • história de violência interpessoal
o tratamento de algum de seus transtornos previamente • intensidade da exposição ao evento traumático
diagnosticados. • presença de TCE
• preditores fisiológicos como nível sérico baixo de cortisol,
aumento de frequência cardíaca e aumento de frequência
respiratória
diagnóstico
CID-11:
Presença de 7 sintomas: memórias intrusivas do evento traumático,
flashbacks com dissociação, pesadelos, comportamento evitativo de
gatilhos externos, evitação de recordação do evento,
hiperexcitabilidade (hipervigilância e sobressalto exagerado).
Por que os profissionais geralmente não desenvolvem transtorno de
estresse agudo? Porque esses profissionais se preparam para essas tratamento
situações, então tendem a não apresentar sintomas agudos
relacionados a essas questões. • TCC com reexposição prolongada e dessensibilização
→ cuidado! alguns tipos de psicoterapia podem
piorar o TEPT
transtorno de estresse pós- • RMDR – eye moviment dessensitizationa and reprocessing
traumático •
therapy
psicoterapia interpessoal
O TEPT é divido em 4 grupos sintomáticos, sendo eles: revivência,
evitação, cognições / pensamentos / humor negativo, • farmacoterapia (uso de antidepressivos tricíclicos,
hiperexcitabilidade. betabloqueador, antipsicótico, dentre outros)
Para que seja TEPT, essa situação clínica não pode ser explicada por
alguma outra condição (doença de base ou uso de drogas). Observação! Benzodiazepínicos devem ser evitados no TEPT.
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transtorno de estresse agudo
Semelhante ao TEPT em questão de sintomatologia, porém possui
início logo após o evento e tem duração mínima de dois dias e máxima
duração de quatro semanas.
→ o TEPT pode se desenvolver a partir de um estresse agudo
CONTEÚDO:
anotações da aula Transtornos Relacionados a Grandes
Catástrofes e Eventos Traumáticos disponibilizada pela disciplina,
ministrada por Corina Molter
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