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Aquecimento Global: Não Existe Um Plano B, Porque Não Existe Um Planeta B - Ban Ki-Moon (ONU)

O documento aborda o aquecimento global, suas causas, efeitos e a responsabilidade humana por suas consequências. Destaca a intensificação do efeito estufa devido à emissão de gases como CO2 e CH4, resultantes de atividades humanas, e as evidências que confirmam o aquecimento da Terra. Além disso, discute a importância de ações e recomendações para mitigar os impactos do aquecimento global.

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O documento aborda o aquecimento global, suas causas, efeitos e a responsabilidade humana por suas consequências. Destaca a intensificação do efeito estufa devido à emissão de gases como CO2 e CH4, resultantes de atividades humanas, e as evidências que confirmam o aquecimento da Terra. Além disso, discute a importância de ações e recomendações para mitigar os impactos do aquecimento global.

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“Não existe um plano B, porque não

existe um planeta B”- Ban Ki-Moon (ONU)

Aquecimento
Global
ApiB

Ivo Silva

12ºD

Escola Secundária Camilo Castelo Branco


“Não existe um plano B, porque não
existe um planeta B”- Ban Ki-Moon (ONU)

Indice

Introdução ............................................................................................................................1
Historia Do Clima .............................................................................................................2
Efeito Estufa .........................................................................................................................3
Causas Básicas...................................................................................................................4
Evidências Humanas do Aquecimento Global .............................................5
Análise de hipóteses alternativas..........................................................................6
Distribuição geográfica ...............................................................................................7
Perspectiva de aquecimento futuro .....................................................................8
Sensibilidade climática ................................................................................................9
Modelos Climáticos ......................................................................................................10
Clima .....................................................................................................................................11
Ecossistema e Biodiversidade...............................................................................12
Efeito Sobre a Água ......................................................................................................13
Poluição e Outros Efeitos ..........................................................................................14
Saúde .....................................................................................................................................15
Persistência dos Efeitos do Aquecimento ......................................................16
Ações e Recomendações ..........................................................................................17
Conclusão ...........................................................................................................................18

i
“Não existe um plano B, porque não
existe um planeta B”- Ban Ki-Moon (ONU)

Introdução

Aquecimento global é o processo de aumento da temperatura média dos oce-


anos e da atmosfera da Terra causado por massivas emissões de gases que
intensificam o efeito estufa, originados de uma série de atividades humanas,
especialmente a queima de combustíveis fósseis e mudanças no uso da terra,
como o desmatamento, bem como de várias outras fontes secundárias. Essas
causas são um produto direto da explosão populacional, do crescimento eco-
nômico, do uso de tecnologias e fontes de energia poluidoras e de um estilo
de vida insustentável, em que a natureza é vista como matéria-prima para ex-
ploração. Os principais gases do efeito estufa emitidos pelo homem são o di-
óxido de carbono (ou gás carbônico, CO2) e o metano (CH4). Esses e outros
gases atuam obstruindo a dissipação do calor terrestre para o espaço. O au-
mento de temperatura vem ocorrendo desde meados do século XIX e deverá
continuar enquanto as emissões continuarem elevadas.
O declínio do gelo flutuante do Ártico é um dos sinais mais evidentes do aque-
cimento global. A animação mostra a redução entre 1979 e 2010.
O aumento nas temperaturas globais e a
nova composição da atmosfera desenca-
deiam alterações importantes em virtual-
mente todos os sistemas e ciclos naturais
da Terra. Afetam os mares, provocando a
elevação do seu nível e mudanças nas
correntes marinhas e na composição quí-
mica da água, verificando-se acidificação,
dessalinização e desoxigenação. Interfe-
rem no ritmo das estações e nos ciclos da
água, do carbono, do nitrogênio e outros compostos. Causam o degelo das
calotas polares, do solo congelado das regiões frias (permafrost) e dos glaci-
ares de montanha, modificando ecossistemas e reduzindo a disponibilidade
de água potável. Afetam irregularmente o regime de chuvas e os padrões dos
ventos, produzindo uma tendência à desertificação das regiões florestadas
tropicais, enchentes e secas mais graves e frequentes, e tendem a aumentar
a frequência e a intensidade de tempestades e outros eventos climáticos ex-
tremos como as ondas de calor e de frio. As mudanças induzidas pelo aqueci-
mento global nos sistemas biológicos, químicos e físicos do planeta são vas-
tas, algumas são de longa duração e outras são irreversíveis, e já estão pro-
vocando uma grande redistribuição geográfica da biodiversidade, induzindo
o declínio populacional de grande número de espécies, modificando e deses-
truturando ecossistemas em larga escala, e gerando por consequência pro-
blemas sérios para a produção de alimentos.

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“Não existe um plano B, porque não
existe um planeta B”- Ban Ki-Moon (ONU)

Historia Do Clima

A Terra, em sua longa história, já sofreu muitas mudanças climáticas globais


de grande amplitude. Isso é demonstrado por uma série de evidências físicas
e por reconstruções teóricas. Já houve épocas em que o clima era muito mais
quente do que o de hoje, com vá-
rios graus acima da temperatura
média atual, tão quente que em
certos períodos o planeta deve
ter ficado completamente livre
de gelo. Entretanto, isso aconte-
ceu há milhões de anos, e suas
causas foram naturais. Também
ocorreram vários ciclos de resfri-
amento importante, conduzindo
às glaciações, igualmente por
causas naturais. Entre essas cau-
sas, tanto para aquecimentos como para resfriamentos, podem ser citadas
mudanças na atividade vulcânica, na circulação marítima, na atividade solar,
no posicionamento dos polos e na órbita planetária. A mudança significativa
mais recente foi a última glaciação, que terminou em torno de 10 mil anos
atrás, e projeta-se que outra não aconteça antes de 30 mil anos.

Este último período interglacial,


chamado Holoceno, também so-
freu mudanças climáticas natu-
rais, embora tenha sido um perí-
odo de notável estabilidade
quando comparado às interglaci-
ais anteriores. Houve variações
perceptíveis, mas tiveram pe-
quena amplitude e provavel-
mente foram fenômenos localiza-
dos e não globais, como o perí-
odo quente medieval ou a pe-
quena idade do gelo, que são me-
lhor explicadas por causas natu-
rais. Muitas dessas mudanças, especificamente os períodos de aquecimento,
são em alguns aspectos comparáveis às que hoje se verificam, mas em outros
aspectos o aquecimento contemporâneo é distinto, principalmente no que diz
respeito às suas causas e à velocidade em que está acontecendo. É inequívoco
que a temperatura média da Terra tem se elevado desde meados do século
XIX.

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“Não existe um plano B, porque não
existe um planeta B”- Ban Ki-Moon (ONU)

Efeito Estufa

Por efeito estufa entende-se a retenção de calor pela atmosfera, impedindo-o


de se dissipar no espaço. A origem primária deste calor é o Sol, que continu-
amente emite para o espaço imensas quantidades de radiação em vários com-
primentos de onda, incluindo a luz visível e a radiação térmica (calor), mas
também comprimentos não observáveis pelo ser humano sem a ajuda de ins-
trumentos, como o ultravioleta. Cerca de um terço da radiação que a Terra
recebe do Sol é refletida pela atmosfera de volta para o espaço, mas dois ter-
ços dela chegam à superfície, sendo absorvida pelos continentes e oceanos,
fazendo com que aqueçam. A atmosfera, por sua vez, é aquecida em parte
pela radiação direta do Sol, mas principalmente pelo calor refletido pela su-
perfície da Terra, mas por virtude do efeito estufa, ali fica retido e não se dis-
sipa para o espaço.
O efeito estufa é um mecanismo natural fundamental para a preservação da
vida no mundo e para a regulação e suavização do clima global, que oscilaria
entre extremos diariamente caso não existisse. O efeito estufa funciona como
um amortecedor de extremos. Sem ele, a Terra seria cerca de 30 °C mais fria
do que é hoje. Provavelmente ainda poderia abrigar vida, mas ela seria muito
diferente da que conhecemos e o planeta seria um lugar bastante hostil para
a espécie humana viver.[18] Porém, mudanças na composição atmosférica
podem desequilibrá-lo. O que ocorre hoje, em vista da mudança na composi-
ção atmosférica provocada pela emissão continuada e massiva de diversos
gases, é sua intensificação, fazendo com que passe a abafar demais o planeta.
Vários gases obstruem a perda de calor da atmosfera, chamados em conjunto
gases do efeito estufa ou, abreviadamente, gases estufa. Eles têm a proprie-
dade de serem transparentes à radiação na faixa da luz visível, mas são reten-
tores de radiação térmica. Os mais importantes são o vapor d'água, o gás
carbônico (dióxido de carbono ou CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso
(NO2) e o ozônio (O3).[21] Apesar de em proporções absolutas o vapor d'água
e o gás carbônico serem os mais efetivos, por existirem em maiores quanti-
dades, a potência desses gases, comparada individualmente, é muito distinta.
O metano, por exemplo, é de 20 a 30 vezes mais potente que o gás
carbônico.[16] Não só os gases estufa vêm aumentando. O crescimento das
concentrações de poluentes aerossóis, que bloqueiam parte da radiação solar
antes que atinja a superfície, e tendem a provocar um resfriamento, contribuiu
para retardar o processo de aquecimento global.

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“Não existe um plano B, porque não
existe um planeta B”- Ban Ki-Moon (ONU)

Causas Básicas

A emissão aumentada dos gases estufa decorre de uma série de mudanças


introduzidas pela sociedade contemporânea. O fator básico é a explosão po-
pulacional, que desencadeou a exploração dos recursos naturais em escala
cada vez maior e mais rápida a fim de atender às crescentes necessidades de
energia, alimento, transporte, educação, saúde e materiais para construção
de habitações e infraestruturas e para a produção de uma série infindável de
bens de consumo e mesmo luxos supérfluos, criando-se uma civilização que
prima pelo desrespeito à natureza, pelo consumismo, pela insustentabilidade
e pelos elevados índices de desperdícios e de geração de lixo e poluição.
Desde o início do século XIX a população humana aumentou seu tamanho em
sete vezes, desde a década de 1960 até o presente os níveis de consumo du-
plicaram e cerca de 60% dos recursos naturais já estão esgotados ou em vias
de rápido esgotamento. Ao longo do século XXI espera-se um aumento ace-
lerado no consumo, que pode chegar a ser 900% maior do que os níveis atu-
ais.
Neste processo de acelerado crescimento populacional e econômico, desen-
volveram-se tecnologias e sistemas produtivos que consomem muitos recur-
sos naturais e são altamente poluidores, e que ainda têm no uso dos combus-
tíveis fósseis sua principal fonte de energia. Ao mesmo tempo, a necessidade
de espaço para urbanização e para a forma-
ção de lavouras e pastagens determinou a
derrubada de imensas áreas florestais e a de-
gradação da maior parte dos ecossistemas da
Terra. A queima de combustíveis fósseis e as
mudanças no uso da terra — incluindo o des-
matamento, uso de fertilizantes e agrotóxicos,
as queimadas e outras práticas agropecuárias
— são as principais fontes de gases estufa. Outras fontes importantes são a
degradação dos solos, o desperdício de alimentos e a produção de resíduos
(lixo, esgotos, efluentes industriais, etc).
Em 2010 o setor elétrico e a produção de energia calorífera respondiam por
25% das emissões globais de gases estufa, incluindo a queima de carvão, gás
natural e derivados do petróleo. A indústria respondia por 21% do total, in-
cluindo queima de combustíveis fósseis para processos químicos, metalúrgi-
cos, transformação mineral e manejo de resíduos. A agricultura, a silvicultura,
o desmatamento e outros usos da terra eram responsáveis por 24% do total.
Ao setor de transporte cabiam 14%, à construção civil 6%, e o restante a uma
série de outros agentes de menor expressão.

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“Não existe um plano B, porque não
existe um planeta B”- Ban Ki-Moon (ONU)

Evidências Humanas do Aquecimento


Global

Em tese, vários fatores poderiam ser responsáveis por um aquecimento do


sistema climático terrestre. Modificações na composição do ar por causas na-
turais já ocorreram antes na história da Terra, produzindo mudanças climáti-
cas e ecológicas às vezes em larga escala.[37] O diferencial contemporâneo
é que mudanças importantes estão sendo agora induzidas pelo homem, cujas
atividades geram gases
estufa e os liberam na at-
mosfera, aumentando a
sua concentração e provo-
cando finalmente um au-
mento na retenção geral
de calor.[38] As evidên-
cias observadas, sintetiza-
das principalmente no
Quinto Relatório de Avali-
ação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, apontam que
o aquecimento é uma realidade inequívoca e que sua origem deriva princi-
palmente do efeito estufa intensificado pela atividade humana.[13] É "extre-
mamente improvável" (menos de 5% de chance) que essas mudanças sejam
explicáveis sem qualquer interferência humana, especialmente considerando
que nos últimos 50 anos a tendência das causas naturais sozinhas teria sido
provavelmente resfriar o planeta.[39] A responsabilização das atividades hu-
manas por esta amplificação é apoiada por várias evidências.
A composição isotópica do gás carbônico atmosfé-
rico (CO2) indica que tem principalmente origem
fóssil, derivando da combustão do petróleo, do gás
natural e do carvão mineral, combustíveis fósseis
de uso generalizado na sociedade moderna. A
quantidade de O2 também tem diminuído de forma
consistente com a liberação de CO2 por meio de
combustão.[19][40] Nos últimos 800 mil anos a con-
centração de CO2 atmosférico manteve-se relativa-
mente estável, variando de 170 a 300 ppm (partes
por milhão). Contudo, desde a Revolução Industrial,
iniciada em meados do século XVIII, a concentração
atmosférica aumentou aproximadamente 35%,[19]
ultrapassando as 400 ppm em 2013,[41] resultado
da emissão de cerca de 375 bilhões de toneladas de gás desde 1750 até 2011
somente nas áreas de combustíveis fósseis e produção de cimento.

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“Não existe um plano B, porque não
existe um planeta B”- Ban Ki-Moon (ONU)

Análise de hipóteses alternativas

Uma explicação "alternativa" popular é que o aquecimento recente poderia


ser originado por maior atividade solar. À luz das evidências, entretanto, esta
hipótese não se confirma. Neste caso, as temperaturas subiriam mais quando
o sol está mais presente: durante o verão, e durante o dia; não haveria au-
mento de retenção de energia na atmosfera nas faixas de frequência dos ga-
ses estufa; e teria de haver aumento da ativi-
dade solar que justificasse, quantitativa-
mente, o aquecimento observado. Ao contrá-
rio, não há tendência de aumento dessa ativi-
dade pelo menos nos últimos 60 anos. É certo
que, na história geológica de nosso planeta,
variações de irradiância solar tiveram conse-
quências climáticas importantes. Todavia, o
aquecimento das últimas décadas não pode
ser atribuído a isso.
Alguns estudos indicaram que uma parte do aquecimento observado no início
do século XX pode ser atribuível a causas naturais, como a variabilidade cli-
mática natural e emissões vulcânicas de gases, mas o consenso atual é de que
a partir da segunda metade do século as ati-
vidades humanas têm sido o fator larga-
mente preponderante. Outras hipóteses su-
geriram como possíveis influências naturais
no aquecimento os raios cósmicos e altera-
ções no campo magnético da Terra, afe-
tando a formação das nuvens e de chuva,
mas o IPCC considera que uma influência
neste sentido não foi comprovada com segu-
rança, e mesmo se existir, ela seria pequena
demais para ter exercido qualquer modifi-
cação significativa no sistema climático ao
longo do século XX.
Neste caso, as temperaturas subiriam mais quando o sol está mais presente:
durante o verão, e durante o dia; não haveria aumento de retenção de energia
na atmosfera nas faixas de frequência dos gases estufa; e teria de haver au-
mento da atividade solar que justificasse, quantitativamente, o aquecimento
observado. Ao contrário, não há tendência de aumento dessa atividade pelo
menos nos últimos 60 anos. É certo que, na história geológica de nosso pla-
neta, variações de irradiância solar tiveram consequências climáticas impor-
tantes.

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“Não existe um plano B, porque não
existe um planeta B”- Ban Ki-Moon (ONU)

Distribuição geográfica

O aquecimento verificado não é globalmente uniforme, o que era previsto em


teoria já desde o trabalho seminal de Svante Arrhenius no fim do século
XIX.[57] Os modelos climáticos esperavam que as regiões polares fossem as
mais afetadas, que os continentes aqueceriam mais do que os oceanos, e que
o Hemisfério Norte aqueceria mais que o Sul. Os registros confirmam a previ-
são e indicam que a região do Ártico aumentou suas temperaturas duas vezes
mais rápido do que a média mundial nos últimos 100 anos.[16] Algumas partes
do Ártico já se aqueceram 4 °C desde a década de 1960, enquanto a média
mundial elevou-se
menos de 1 °C em
todo o século XX.[61]
A maioria das proje-
ções teóricas espera
que esse oceano con-
tinue a experimentar
os maiores índices de
aquecimento. A causa
mais importante para
essa diferença regio-
nal é a diferença na superfície coberta por terra firme em relação à coberta
por água. O Hemisfério Norte tem muito mais terras firmes do que o Sul. Em
primeiro lugar, as terras aquecem mais rapidamente do que o mar, e em se-
gundo, há mais superfície coberta por neve e gelo perenes. Os gelos, com
sua brancura (albedo), têm grande capacidade de refletir a radiação rece-
bida do Sol de volta para o espaço. Com o rápido degelo que ocorre no Ártico
o albedo total se reduz e ao mesmo tempo mais terra fica exposta para aque-
cer. Esses efeitos podem ser potencializados pela grande estabilidade da
baixa troposfera sobre o Ártico (a chamada inversão ártica), que tende a con-
centrar o calor junto à superfície, embora o real papel da inversão seja dispu-
tado. Também influem na variabilidade regional mudanças na cobertura de
nuvens, na circulação marítima e nos sistemas de ventos e correntes de jato.
Uma rápida elevação na temperatura também é observada no sul do globo
em trechos da Antártida, especialmente no centro-oeste e na Península Antár-
tica, embora nestas regiões o fenômeno seja muito menos compreendido e
muito mais polêmico pela menor disponibilidade de dados confiáveis e por
estudos que trazem conclusões conflitantes. A causa do menor aquecimento
observado no continente antártico é incerta, mas foi atribuída a um aumento
na potência dos ventos, originada por sua vez por alterações na camada de
ozônio.

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“Não existe um plano B, porque não
existe um planeta B”- Ban Ki-Moon (ONU)

Perspectiva de aquecimento futuro

Por várias questões práticas, os modelos climáticos referenciados pelo IPCC


normalmente limitam suas projeções até o ano de 2100. São análises globais,
e por isso não oferecem grande definição de detalhes. Embora isso gere mais
incerteza para previsão das manifestações regionais e locais do fenômeno, as
tendências globais já foram bem estabelecidas e têm se provado confiá-
veis.[71] Os modelos usam para seus cálculos diferentes possibilidades (ce-
nários) de evolução futura das emissões de gases estufa pela humanidade, de
acordo com tendências de consumo, produção, crescimento populacional,
aproveitamento de recursos
naturais, etc. Estes cenários
são todos igualmente plausí-
veis, mas não se pode ainda
determinar qual deles se
materializará, uma vez que
dependem de desdobra-
mentos imprevisíveis, como
a evolução tecnológica e a
adoção ou não de políticas
de mitigação. Considerando estes vários cenários, o IPCC prevê que até 2100
a temperatura média global deve ficar mais provavelmente na faixa de 1,5 °C
a 4 °C acima dos valores pré-industriais, com alguns cenários indicando até
6 °C.[13] Embora níveis tão elevados sejam considerados pouco prováveis,
não está excluída a possibilidade de mudanças abruptas e radicais imprevi-
síveis nos parâmetros do clima.[13][72] Mantido o atual ritmo de emissões, é
muito provável que os níveis superem pelo menos os 2 ºC.[73][13] Esta ele-
vação produzirá importantes consequências negativas para o ambiente e a
sociedade.[16][74]
Se projetarmos o futuro para além do limite de 2100, e considerarmos a
queima de todas as reservas conhecidas de combustíveis fósseis, projeta-se
aquecimento dos continentes de até 20 ºC, "eliminando a produção de grãos
em quase todas as regiões agrícolas do mundo", e criando um planeta "prati-
camente inabitável", como relatou James Hansen.[75] Tal perspectiva é hoje
plausível, uma vez que não há qualquer ímpeto popular ou político no sentido
de se deixar intocadas as reservas ainda inexploradas. Pelo contrário, as pes-
quisas para utilizar hidrocarbonetos antes inviáveis continuam a criar novas
fontes potenciais de CO2.

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“Não existe um plano B, porque não
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Sensibilidade climática

Mudanças nas concentrações de gases estufa e aerossois, na cobertura dos


solos e outros fatores interferem no equilíbrio energético do clima e provo-
cam mudanças climáticas. Essas interferências afetam as trocas energéticas
entre o Sol, a atmosfera e a superfície da Terra. O quanto um dado fator tem a
capacidade de afetar este equilíbrio é a medida da sua forçante radiativa. A
sensibilidade climática, por sua vez, é como o sistema climático responde a
uma certa forçante radiativa sustentada, e é definida praticamente como o
quanto a temperatura média sobe em função da duplicação da quantidade de
gás carbônico na atmosfera.[83] Vários fatores podem alterar a resposta da
natureza à forçante radiativa. Por exemplo, as emissões de gases e poeira em
uma grande erupção vulcânica causam maior reflexão da luz solar de volta ao
espaço, provocando resfriamento do sistema climático. Variações na concen-
tração de vapor d'água também alteram o equilíbrio, ou a diminuição da ca-
lota polar ártica, assim como outros fatores.[16][83]
O primeiro estudo desse tipo data de 1896,
feito pelo sueco Svante Arrhenius.[57] Daí em
diante, inúmeros outros foram feitos, a partir
de diversos conjuntos de dados e abordagens
metodológicas, em países e épocas diferen-
tes. Neles incluem-se tanto levantamentos em-
píricos, realizados a partir de dados paleocli-
máticos ou medições instrumentais recentes,
quanto cálculos teóricos baseados em simula-
ções de computador – os modelos climáticos.
O 5º Relatório do IPCC indica uma sensibili-
dade climática entre 1,5 e 4,5 °C, se a concen-
tração de CO2 subir para o dobro dos níveis
pré-industriais, isto é, de 280 ppm para 560
ppm. Uma elevação acima de 4 °C foi conside-
rada improvável em quase todos os modelos
do IPCC. Uma elevação maior que 6 °C não foi
excluída mas é muito improvável, e valores
abaixo de 1 °C são extremamente imprová-
veis, dentro dos parâmetros de emissão men-
cionados. Vide nota[84] Nenhum dos cenários
matemáticos é otimista quanto à perspectiva
de conseguirmos manter o aquecimento em
torno de 2 °C — isso se as metas oficiais de
emissão forem cumpridas —, e nenhum deu a
esta possibilidade uma chance maior do que
50%.[13] O pessimismo é justificado.

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“Não existe um plano B, porque não
existe um planeta B”- Ban Ki-Moon (ONU)

Modelos Climáticos

Um modelo climático é uma representação matemática de cinco componentes


do sistema climático: atmosfera, hidrosfera (águas), criosfera (ambientes ge-
lados), superfície continental e biosfera (seres vivos).[90] Estes modelos se
baseiam em princípios físicos que incluem dinâmica de fluidos, termodinâ-
mica e transporte radiativo. Podem incluir componentes que representam os
padrões de ventos, temperatura do ar, densidade e comportamento de nu-
vens, e outras propriedades atmosféricas; temperatura oceânica, salinidade
e circulação marinha; cobertura de gelo continental e oceânica; transferência
de calor e umidade do solo e vegetação para a atmosfera; processos químicos
e biológicos, entre outros. Porém, o comportamento natural destes elementos
não foi suficiente para explicar as mudanças climáticas recentes. Apenas
quando os modelos incluem influências humanas, como o aumento da concen-
tração de gases estufa ou a mudança no uso da terra, é que eles conseguem
reproduzir adequadamente o aquecimento recente. É significativo que ne-
nhum dos modelos que excluem os fatores humanos pôde reproduzir os re-
gistros objetivos com fidelidade.
Para provar sua confiabilidade
os modelos que estabelecem
previsões futuras precisam re-
produzir as observações reais
registradas historicamente. Os
modelos mais usados são glo-
bais, notoriamente imprecisos
no que diz respeito a detalha-
mentos localizados, e certa-
mente têm limitações e mar-
gens de erro, mas eles repro-
duzem com grande aproxima-
ção as mudanças do clima em
escala global observadas no
passado e atestadas por regis-
tros de vários tipos. Se a checa-
gem com as séries históricas se
confirma, pode-se usar o mesmo modelo de maneira reversa para prever o
futuro com bom grau de confiabilidade. Mas, pelas suas limitações, os mode-
los não podem chegar ao nível do detalhe regional microscópico, e também
porque não se pode saber antecipadamente como a sociedade responderá
no futuro próximo ao desafio de continuar florescendo sem destruir o meio
ambiente. Essa resposta, ainda incerta, introduzirá novos fatores na equação,
podendo mudar os cenários de longo prazo radicalmente para melhor ou para
pior.

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“Não existe um plano B, porque não
existe um planeta B”- Ban Ki-Moon (ONU)

Clima

O aquecimento da atmos-
fera aumenta sua capaci-
dade de reter vapor
d'água, bem como au-
menta a evaporação das
águas superficiais (ocea-
nos, lagos e rios). Isso tem
dois efeitos importantes:
em primeiro lugar, au-
menta a quantidade de
água disponível na atmos-
fera, e em certas regiões, quando essa água em vapor se converte em chuva,
tende a chover com mais intensidade porque há mais água a descarregar.
Prevê-se que essa precipitação aumentada tenha uma distribuição irregular
nas diferentes regiões do mundo, enquanto outras zonas devem experimentar
uma redução nas chuvas. Esta irregularidade é resultado da combinação de
vários outros fatores influenciados pelo aquecimento, como a mudança no re-
gime de ventos, nas correntes oceânicas e na linha de monções. Uma série de
eventos extremos recentes associados ao ciclo das águas, como chuvas tor-
renciais, secas recorde e ciclones tropi-
cais devastadores com pesada precipi-
tação, vem sendo relacionada ao pro-
gressivo aquecimento global. O se-
gundo efeito deriva do fato de que o va-
por d'água é um gás estufa por si
mesmo, e de todos o mais importante,
porque existe em grande quantidade
na nossa atmosfera naturalmente. Com
o aumento do calor, o aquecimento global se intensifica por um ciclo de auto-
reforço: aumenta a evaporação, mais vapor d'água vai para a atmosfera e o
efeito estufa se acentua; então o calor aumenta ainda mais, aumenta a evapo-
ração e assim sucessivamente.
Também estão previstas mudanças no padrão dos ventos e o aumento na fre-
quência e intensidade das tempestades severas e das ondas de calor extremo.
Mesmo os eventos climáticos normais devem sofrer alguma intensificação,
pois todo o sistema do clima está mais quente e úmido. Desde a década de
1950 a maior parte do mundo tem experimentado ondas de calor mais fre-
quentes e intensas, e as ondas de frio também podem se agravar sob certas
condições.

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Ecossistema e Biodiversidade

O aumento da temperatura global, junto com seus efeitos secundários (dimi-


nuição da cobertura de gelo, subida do nível do mar, mudanças dos padrões
climáticos, etc), provocam importantes alterações nas condições que mantém
estáveis os ecossistemas, influindo negativamente, por extensão, nas ativida-
des humanas.[16] Uma consequência abrangente do aquecimento é a "con-
tração latitudinal", na qual as zonas climáticas tendem a se deslocar em dire-
ção aos polos e às altitudes mais elevadas. Este fenômeno já tem sido obser-
vado há algumas décadas, e tem impacto grave na estabilidade dos ecossis-
temas.
A mudança nas zonas climáti-
cas provoca em todas as regi-
ões um desarranjo no ciclo
das estações. No Hemisfério
Norte a primavera tem che-
gado de seis a dez dias mais
cedo do que o fazia na década
de 1950. Os eventos associa-
dos à chegada são, por exem-
plo, a data da última geada de
inverno e o aparecimento dos
primeiros brotos novos nas
plantas depois do período de perda das folhas. Da mesma forma, os eventos
associados à chegada do outono têm sofrido atraso de cerca de seis dias. O
degelo antecipado das neves tem causado inundações, e o maior calor tem
ressecado mais os solos, de modo que no fim do verão os estoques de água
se tornam mais escassos e têm ocorrido mais incêndios florestais. Nas regiões
de tundra os rios têm degelado mais cedo e alguns já não congelam comple-
tamente, e a área coberta por neve reduziu significativamente nas últimas dé-
cadas.[146][147] Essas mudanças têm gerado efeitos variados sobre a biodi-
versidade. A disponibilidade de alimento e os ciclos de reprodução e cresci-
mento dos animais e plantas estão intimamente ligados às estações e aos pa-
râmetros do clima. As aves, por exemplo, podem se ajustar com alguma faci-
lidade às mudanças nas estações voando para regiões onde as condições são
adequadas para a época de nascimento dos filhotes, mas nos novos locais a
oferta de alimento não é a mesma que em suas regiões originais, e o período
de sua maior abundância nem sempre coincide com o período de alimentação
das ninhadas.[147] O degelo antecipado dos rios interfere de maneira seme-
lhante nos ciclos reprodutivos de espécies aquáticas e no das que dependem
delas para sua própria alimentação, como aves e mamíferos.

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Efeito Sobre a Água

Uma outra causa de grande preocupação é a subida do nível do mar. Entre


1901 e 2010 o nível médio do mar subiu cerca de 19 centímetros, com uma
faixa de variação entre 17 e 21 cm. A elevação está acelerando. Entre 1901 e
2010 o nível subiu cerca de 1,7 milímetros por ano [variação de 1,5 a 1,9 mm],
2,0 mm por ano [variação de 1,7 a 2,3 mm] entre 1971 e 2010, e 3,2 mm por
ano [variação de 2,8 a 3,6 mm] entre 1993 e 2010.[192]
O nível dos mares é sujeito a muitas variáveis naturais e, ao contrário do que
se poderia imaginar, é bastante desigual nas diferentes regiões oceânicas.
Foi preciso ter em conta muitos fatores para se chegar a uma estimativa do
aumento do nível do mar e o cálculo que levou à conclusão não foi simples de
fazer, porque este nível é influenciado pela constante movimentação natural
da crosta terrestre, que eleva algumas regiões enquanto outras afundam.
O aquecimento global pro-
voca subida dos mares através
de dois fatores principais: o
primeiro é a expansão térmica
das águas, um mecanismo
pelo qual as águas se expan-
dem ao aquecer, ocupando
maior volume. Os oceanos ab-
sorvem cerca de 90% do calor
gerado pelo efeito estufa, e
por isso aquecem e se expandem. Isso não vai ocorrer desta maneira, mas dá
uma medida do grande papel dos mares na dinâmica da temperatura mun-
dial, e evidencia o quanto eles têm retardado o aumento do aquecimento at-
mosférico geral. Porém, este importante armazenamento de calor tem gerado
efeitos negativos de grande amplitude para a vida marinha. O aquecimento
tem sido observado de forma consistente em todas as bacias oceânicas do
mundo, mesmo levando em conta a variabilidade regional ou multidecadal
que ocorre naturalmente, como o fenômeno do El Niño e a Oscilação do Atlân-
tico Norte.

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Poluição e Outros Efeitos

Já se sabe também que os gases atmosféricos em alteração estão mudando a


composição química dos oceanos, já que os gases se dissolvem nas águas a
partir da atmosfera e voltam para o ar em um processo ininterrupto de inter-
câmbio e equilíbrio mútuo. Todos os ecossistemas marinhos dependem forte-
mente das condições do mar próximas da superfície, entre outros motivos,
porque ali se realiza a maior parte da oxigenação da água e ali principalmente
viceja o plâncton, que está na base das cadeias alimentares marinhas, e nesta
camada superficial as águas são mais sujeitas à influência da atmosfera. O
efeito é potencializado pelo aumento das temperaturas oceânicas e está rela-
cionado a muitos outros efeitos secundários físicos e biológicos que por sua
vez influem de volta sobre a atmosfera, sendo importantes reguladores natu-
rais do clima. Os oceanos são os maiores sequestradores de CO2 atmosférico.
Esta impregnação excessiva das águas pelo gás carbônico constitui uma
forma de poluição química.[252][253]
A elevação da concentração de CO2 nos mares fez com que as águas se tor-
nassem 26% mais ácidas do que eram no período pré-industrial.[192] Este
fenômeno é especialmente daninho para os animais que utilizam sais de cálcio
para construir suas conchas e estruturas corporais, destacando-se entre eles
os corais, os moluscos e crustáceos, bem como muitas espécies de plâncton,
que têm essas estruturas dissolvidas ou malformadas pela elevada acidez da
água.[254][255] Segundo estudo publicado pela Royal Society, mesmo que a
poluição química dos mares cesse imediatamente, a acidificação precisará de
milênios para ser revertida por processos naturais, e não foi provado que o
homem poderá revertê-la artificialmente.[256] Paralelamente, baixaram as
concentrações de O2 (oxigênio), que é essencial para a preservação da
vida.[252]
O conhecimento científico sobre as interações gasosas entre o ar e o mar
ainda precisa ser aprofundado, mas vários estudos referem que deve haver
mudanças biológicas em larga escala nos seres marinhos. Observações mais
pontuais já indicaram que o metabolismo de vários grupos de criaturas aquá-
ticas já foi afetado em alguma medida em várias regiões oceânicas, desde o
plâncton, passando por corais e moluscos de concha, até grandes peixes, fa-
zendo com que apresentem distúrbios de comportamento e de crescimento,
ou diminuam suas populações, seja em função da acidez, da desoxigenação,
da combinação de ambas e/ou da influência de outros agravantes, como os
despejos de lixo e esgotos.

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Saúde

É esperado o aumento na incidência e mu-


danças na distribuição geográfica de várias
doenças, especialmente as cardiorrespira-
tórias, as infecciosas e as ligadas à má nutri-
ção, elevando significativamente os custos
com a assistência médica e social.[136][83]
O aquecimento deve provocar também a re-
distribuição geográfica de todas as doenças
que de alguma forma são influenciadas pelo
clima e pelas condições do tempo. Doenças
como a malária e a dengue, que são veicula-
das por mosquitos, ocorrem em regiões
quentes, onde o desenvolvimento do mosquito é favorecido. Com a elevação
das temperaturas globais, regiões mais frias, antes imunes a essas doenças,
estão se tornando novos focos epidêmicos, e onde elas já existiam, estão se
agravando.
Segundo Barcellos et al., a malária é um dos principais problemas de saúde
pública na África, ao sul do deserto do Saara, no sudeste asiático e nos países
amazônicos da América do Sul, e a dengue é a principal doença reemergente
nos países tropicais e subtropicais. Várias outras moléstias influenciadas pelo
clima, como a leishmaniose, febre amarela, filariose, febre do oeste do Nilo,
doença de Lyme e várias arboviroses, provavelmente seguirão neste cami-
nho.
Outras perturbações nos ecossistemas ou nos sistemas produtivos, que favo-
reçam a proliferação de vetores dessas doenças ou diminuam a resistência
humana às infecções, como a subnutrição, a água potável de baixa qualidade,
problemas de saneamento como ocorre nas inundações, tendem a aumentar
a gravidade e a incidência das epidemias. Alterações de temperatura, umi-
dade e chuva podem amplificar os efeitos das doenças respiratórias, assim
como alterar as condições de exposição aos poluentes atmosféricos.
Outras doenças que estão tendo condições mais favoráveis de difusão em vir-
tude do aquecimento são as zoonoses, aquelas que são típicas de animais mas
podem contaminar o homem. A degradação ambiental generalizada que
ocorre hoje força migrações de populações selvagens e muitas vezes elas in-
vadem áreas habitadas pelo homem em busca de novos locais de abrigo e
alimento, facilitando as infecções.

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Persistência dos Efeitos do Aquecimento

É importante lembrar outra vez que diversos efeitos dos gases estufa só se
manifestam muitos anos depois de ocorrerem as emissões, e outros são de
longa duração. Os gases estufa podem levar mais de trinta anos para produ-
zirem efeitos em termos de temperatura. Ou seja, o aquecimento experimen-
tado atualmente é o resultado dos gases emitidos até a década de 1970. Por
isso, é inevitável um aquecimento adicional mesmo se as emissões cessassem
hoje totalmente, pois os gases emitidos entre os anos 70 e a atualidade só pro-
duzirão seus efeitos daqui a algumas décadas.[87] Porém, desde então as
emissões só cresceram, e evidências recentes indicam que a tendência é não
apenas continuarem crescendo, mas também que o crescimento deve se ace-
lerar.[14]
A acidificação do oceano, por exemplo, levará milênios para ser revertida pe-
los processos naturais, e o nível do mar continuará a se elevar por séculos,
podendo chegar a vários metros acima dos níveis atuais.[336][317][212][214]
Alguns gases, além disso, têm um longo ciclo de vida, permanecendo ativos
por muito tempo. De acordo com o IPCC, o ciclo de vida dos hidrofluorocar-
bonetos importantes industrialmente varia de 1,4 a 270 anos. O gás carbônico,
o principal gás estufa antropogênico, pode permanecer ativo na atmosfera
por até centenas de anos, e o óxido nitroso, até 114 anos. Outros gases, como
os compostos perfluorados e o hexafluoreto de enxofre, embora em menores
quantidades no total, mas muito potentes, têm ciclos ainda mais longos, que
variam de mil a 50 mil anos.
Não há nenhuma garantia de que todos os efeitos serão reversíveis se esta
crise for superada, nem que uma eventual recuperação levará os ecossiste-
mas a um estado semelhante ao que eram antes, sendo, ao contrário, virtual-
mente certo que eles reemergirão transformados de maneira substancial e
provavelmente muito empobrecidos. Assim, se eles terão capacidade de sus-
tentar a população futura adequadamente, é questão muito duvidosa e preo-
cupante. Além disso, as perdas na biodiversidade por extinção são obvia-
mente irreversíveis. O aquecimento, com seu longo elenco de efeitos diretos
e indiretos, é um dos principais agentes do declínio contemporâneo da bio-
diversidade mundial, e se as tendências não mudarem levarão a uma extinção
em massa em escala global, que acarretaria resultados catastróficos para o
ambiente e também para a humanidade.[337][338][312][335][345] A atual bi-
odiversidade da Terra é o resultado de 3,5 bilhões de anos de evolução. Após
as grandes extinções em massa de tempos pré-históricos, uma recuperação
significativa da variedade biológica sempre exigiu muitos milhões de anos
para acontecer.

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Ações e Recomendações

Entre as várias alternativas energéticas que estão sendo buscadas, o último


relatório desencorajou o uso da energia nuclear, devido aos seus altos riscos
e a efeitos negativos potencialmente catastróficos em casos de aciden-
tes.[459] Os biocombustíveis, em geral considerados melhores opções para
os fósseis, devem ser avaliados com mais cuidado, pois podem ter efeitos co-
laterais indesejáveis, podendo provocar, por exemplo, a elevação nos preços
dos alimentos por induzir a uma redução nos investimentos e na área de pro-
dução agrícola alimentar. As evidências disponíveis indicam que os biocom-
bustíveis são opções fracas e incertas na melhoria da qualidade de vida das
populações, embora alguns
sejam muito econômicos no
que diz respeito a emissões de
gases.[460] O etanol, que dá
uma redução de 8 para 1, é a
melhor opção até agora em
termos de emissões, mas, por
exemplo, se todo o combustí-
vel brasileiro em 2007 fosse
etanol, metade da área agri-
cultável do país teria de ser
convertida ao cultivo da cana,
de onde se extrai o etanol.[461] O IPCC indica que no Brasil o etanol gerou
muita renda e emprego, mas não corrigiu as desigualdades estruturais no se-
tor.[174] O biodiesel, por sua vez, é pouco vantajoso para a redução das emis-
sões, com uma redução máxima de 3 para 1.[461] Globalmente, os biocom-
bustíveis têm gerado crescente incerteza para o setor da segurança alimentar
num cenário de população em crescimento rápido, e têm mostrado significa-
tiva capacidade de induzir conflitos sociais e produzir danos diretos e indire-
tos à biodiversidade e outros recursos naturais como a água.[174] As opções
mais promissoras atualmente no setor energético são os projetos de aprovei-
tamento da energia do sol, do vento e da água. Essas tecnologias de produção
de energia limpa já se encontram maduras, seus custos de implantação têm
se reduzido sensivelmente nos últimos anos e seus benefícios são altos, e de-
veriam ser adotadas em larga escala. Também pode ser uma boa opção, em
algumas regiões, a energia geotérmica. Projetos de captura e estocagem ar-
tificial do carbono atmosférico podem ser uma alternativa no futuro, mas ainda
estão em uma fase inicial de desenvolvimento e sua efetividade ainda é in-
certa.

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“Não existe um plano B, porque não
existe um planeta B”- Ban Ki-Moon (ONU)

Conclusão

O aquecimento global é usualmente definido como um processo de aumento


das temperaturas médias nos oceanos e atmosfera. Sua principal causa seria
o desenvolvimento acelerado da sociedade, que tem por consequência altís-
simos índices de queima de combustíveis fósseis para obtenção de energia,
além de outras atividades humanas que também ocasionam a emissão de ga-
ses de efeito estufa (GEE).
O efeito estufa é um fenômeno natural e fundamental para a vida. Como o pró-
prio nome já diz, é a capacidade que o nosso planeta possui de reter calor
como se fosse uma estufa de cultivo de plantas. Numa estufa, a luz solar atra-
vessa seu telhado e paredes, mas grande parte do calor fica retido ali dentro,
favorecendo o desenvolvimento das plantas. A retenção de calor ocorre por-
que o vidro (ou material semelhante) impede sua saída. É praticamente o
mesmo que ocorre quando entramos num veículo estacionado há horas em-
baixo do sol. Ele fica quente e abafado internamente porque atuou como uma
estufa.
Dito isso, devemos compreender melhor como funciona esse fenômeno na
Terra. Na grande estufa que é o nosso planeta, são os GEE que protagonizam
o papel do vidro. Gases como o gás carbônico (CO2), o metano (CH4) e o
vapor d'água (H2O) formam uma espécie de cortina de gás, que vai da super-
fície da Terra em direção ao espaço e impedem que a energia do Sol absor-
vida pela Terra durante o dia seja emitida de volta para o espaço. Deste modo,
parte do calor fica retida nas proximidades da superfície (onde o ar é mais
denso), o que faz com que a temperatura média do nosso planeta possibilite
a existência de água em estado líquido e vida.

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