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92 - Parasitologia 25

A parasitologia estuda parasitas que vivem em associação com outros seres vivos, prejudicando o hospedeiro, incluindo protozoários, helmintos e artrópodes. O documento detalha a classificação dos parasitas, suas formas de vida, e infecções causadas por protozoários como amebíase, giardíase, toxoplasmose, doença de Chagas, leishmaniose e malária, além de helmintos como ascaridíase e teníase. Cada infecção é descrita com informações sobre o agente causador, modos de transmissão e sintomas associados.
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92 - Parasitologia 25

A parasitologia estuda parasitas que vivem em associação com outros seres vivos, prejudicando o hospedeiro, incluindo protozoários, helmintos e artrópodes. O documento detalha a classificação dos parasitas, suas formas de vida, e infecções causadas por protozoários como amebíase, giardíase, toxoplasmose, doença de Chagas, leishmaniose e malária, além de helmintos como ascaridíase e teníase. Cada infecção é descrita com informações sobre o agente causador, modos de transmissão e sintomas associados.
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PARASITOLOGIA

Professora Cíntia Alves


A parasitologia é o ramo da biologia que estuda os
parasitas, organismos que vivem em associação
com outros seres vivos, geralmente prejudicando o
hospedeiro. Esses parasitas podem ser vírus,
fungos, bactérias, protozoários, helmintos ou
artrópodes.
Para fins didáticos, o estudo da parasitologia médica se restringe apenas a
relação entre os organismos eucariotos espoliadores* e o homem. Com isso,
dentro da parasitologia médica temos os Protozoários, Helmintos e Artrópodes.
Para que ocorra o parasitismo é necessário uma relação íntima e duradoura
entre os seres.

PARASITO HOSPEDEIRO

* Ação espoliadora: parasito absorve e consome nutrientes do hospedeiro, causando


desnutrição.
PROTOZOÁRIOS

HELMINTOS

ARTRÓPODES
Classificação
dos
Parasitas

Quantidade Localização Ciclo


de no de
células hospedeiro vida

Unicelular Ectoparasita Monoxeno


Pluricelular Endoparasita Heteroxeno
Unicelular: São organismos constituídos
por uma única célula. Ex.: Protozoários.

Quantidade de células

Pluricelular: São organismos constituídos


por conjuntos de células semelhantes que
desempenham uma ou mais funções. Ex.:
Helmintos
Endoparasita: São organismos que
parasitam internamente os hospedeiros.
Ex.: Tênia.

Localização no
hospedeiro
Ectoparasita: São organismos que parasitam
externamente os hospedeiros. Ex.: Pulga,
piolho.
Monoxeno: Parasitas que necessitam de apenas
um hospedeiro para realizar seu ciclo de vida.

Ciclo de vida/ biológico

Heteroxeno: Parasitas que necessitam de maus de


um hospedeiro para realizar seu ciclo de vida.
Os protozoários são seres eucariontes, unicelulares e
heterótrofos.

A reprodução assexuada é a mais comum. Ela ocorre por:


•Divisão binária: a célula-mãe se divide e origina duas
células-filhas;
PROTOZOÁRIOS •Divisão múltipla: a célula faz muitas mitoses, forma
muitos núcleos que se dividem em células pequenas.

Para a alimentação, os protozoários capturam o


alimento por fagocitose.

A principal classificação é baseada no modo de


locomoção. Eles são divididos em: sarcodíneos, ciliados,
flagelados e esporozoários.
Sarcodíneos ou Rizópodes: São os protozoários que usam
prolongamentos do citoplasma, chamados pseudópodes (falsos
pés), para locomoção.

Ciliados: Se locomovem por meio de filamentos curtos e numerosos,


os cílios.

PROTOZOÁRIOS
( Classificação) Flagelados: Eles se movimentam através de flagelos em forma de
chicote.

Esporozoários: eles não possuem estrutura locomotora.


AMEBÍASE

GIARDÍASE
TOXOPLASMOSE

PROTOZOOSES

TRICOMONÍASE DOENÇA
DE
CHAGAS

LEISHMANIOSE MALÁRIA
É uma infecção parasitária causada pelo protozoário
Entamoeba histolytica, popularmente conhecida como
ameba, este é altamente patogênico.

É mais comumente encontrada em regiões com condições


econômicas deficientes. As infecções podem durar anos e
AMEBÍASE podem apresentar sintomas leves, graves ou mesmo ser
assintomática.

O protozoário apresenta capacidade de destruir as células do


hospedeiro, incluindo os eritrócitos, podem invadir a mucosa
intestinal causando a colite amebiana. Em alguns casos, este
parasito é capaz de romper a barreira da mucosa intestinal e
chegar ao fígado por meio da circulação porta, onde pode
causar abscesso que cresce rapidamente e é quase sempre
fatal.
Os protozoários apresentam-se de duas
formas: cistos e trofozoítos.
https://guiadeparasitologia.wixsite.com/ufcspa/amebiase
A infecção é causada pelo protozoário flagelado
intestinal Giardia duodenalis, também conhecido
como Giardia lamblia ou Giardia intestinalis.

Há duas formas do parasita no seu ciclo de vida:


o cisto que é a forma infecciosa resistente ao
Giardíase ambiente e é encontrado em fezes infectadas que
podem contaminar a água, solo e alimento;
os trofozoítos que são liberados no intestino
delgado quando os cistos atingem o duodeno, forma
esta que invade o epitélio intestinal e causa a doença.

Quando sintomática geralmente o quadro clínico


ocorre após um período de 1 a 14 dias (média de 7
dias)
Ciclo biológico
https://guiadeparasitologia.wixsite.com/ufcspa/giardiase
A toxoplasmose é uma infecção causada por um
protozoário chamado Toxoplasma Gondii, encontrado nas
fezes de gatos e outros felinos, que pode se hospedar em
humanos e outros animais.

É causada pela ingestão de água ou alimentos


Toxoplasmose contaminados e é uma das zoonoses (doenças
transmitidas por animais) mais comuns em todo o mundo.

A fase aguda da infecção tem cura, mas o parasita persiste


por toda a vida da pessoa e pode se manifestar ou não em
outros momentos, com diferentes tipos de sintomas.

Quanto à infecção crônica, a taxa de incidência é baixa


até os cinco anos de idade e começa a aumentar a partir
dos 20.
• PESSOAS COM BAIXA IMUNIDADE
Pessoas com imunidade comprometida podem apresentar sintomas mais graves, incluindo
confusão mental, falta de coordenação e convulsões.

• GESTANTES
As gestantes com toxoplasmose podem permanecer sem sinais e sintomas, por isso é
importante a realização das consultas de pré-natal e ações de prevenção da doença, seu
diagnóstico e tratamento.

• RECÉM-NASCIDOS
A maioria dos recém-nascidos com toxoplasmose congênita não apresenta sinais clínicos
evidentes ao nascimento. No entanto, ao exame clínico podem apresentar alterações como
restrição do crescimento intrauterino, prematuridade, anormalidades visuais e neurológicas.
Sequelas tardias são mais frequentes na toxoplasmose congênita não tratada. Há casos
relatados de surgimento de sequelas da doença, não diagnosticadas previamente, ocorrendo
apenas na adolescência ou na idade adulta.
Os recém-nascidos que apresentam manifestações clínicas podem ter sinais no período
neonatal ou nos primeiros meses de vida. Esses casos podem ter, com maior frequência,
sequelas graves, como acometimento visual em graus variados, acometimento mental,
alterações motoras e perda auditiva.
Ciclo
biológico
https://guiadeparasitologia.wixsite.com/ufcspa/toxoplasmose
O Trypanosoma cruzi é o protozoário causador
da Doença de Chagas, também conhecida
como Tripanossomíase Americana.

Os vetores naturais do protozoário transmissor


da doença são popularmente conhecidos como
Doença de Chagas "barbeiros"; no Brasil. Eles consistem em insetos
hemípteros da subfamília Triatominae, cujos
principais gêneros são
o Triatoma, Panstrongylus e Rhodnius.
Ciclo biológico

https://guiadeparasitologia.wixsite.com/ufcspa/doenca-de-chagas
Transfusão sanguínea;
objetos com sangue
contaminado (agulhas,
seringas)

Transmissão
transplacentária Transplante de
órgãos

Transmissão
oral pela ingestão do
protozoário
presentes em
alimentos
contaminados.
Leishmaniose Tegumentar Americana: Leishmania
braziliensis é o principal protozoário causador desta
parasitose no Brasil. Seu ciclo biológico é realizado em dois
hospedeiros, um vertebrado e um invertebrado (heteroxeno),
tratando-se de uma doença de caráter zoonótico que
acomete o homem e diversas espécies de animais silvestres e
Leishmaniose domésticos.

Leishmaniose visceral ( nome popular de Calazar): uma


das três subespécies do protozoário Leishmania
donovani (Leishmania chagasi - América Latina
(Brasil), Leishmania donovani – Ásia e leste
Africano, Leishmania infantum – norte africano e Europa
Mediterrânea).
LEISHMANIOSE
TEGUMETAR
AMERICANA
(LTA)

https://guiadeparasitologia.wixsite.com/ufcspa/leishmaniose
https://guiadeparasitologia.wixsite.com/ufcspa/leishmaniose-visceral
Mosquito palha Leishmania
Os protozoários parasitos causadores da Malária
pertencem ao gênero Plasmodium.

No Brasil, a malária é causada pelas


espécies Plasmodium malariae, Plasmodium vivax,
Plasmodium falciparum. Destes, o P. falciparum é o
responsável pelas formas graves da malária e possui alta
letalidade.
MALÁRIA A malária é transmitida naturalmente através da picada
de mosquitos do gênero Anopheles (conhecidos como
mosquitos anofelinos ou mosquito “prego”).

As fêmeas realizam hematofagia e durante o repasto


sanguíneo inoculam no hospedeiro esporozoítos
presentes em suas glândulas salivares.

Embora não muito frequente, a malária também pode ser


transmitida por transfusão sanguínea, compartilhamento
de seringas contaminadas, acidentes de trabalho e
contato materno-fetal.
O Trichomonas vaginalis habita o trato geniturinário do
homem e da mulher (sobretudo na vagina, uretra
masculina e próstata), onde produz a infecção. Não
sobrevive fora do sistema urogenital.

A tricomoníase é a infecção
sexualmente transmissível (IST) não viral mais comum do
Tricomoníase mundo e sua incidência depende fatores como idade,
atividade sexual, número de parceiros sexuais, outras ISTs
e fase do ciclo menstrual. Sua prevalência é alta entre os
grupos de nível socioeconômico baixo.

O protozoário pode sobreviver por 48h a 10°C em


exsudatos vaginais e por mais de 24h em água potável a
35°C. Daí a possibilidade do contágio através do uso de
toalhas e peças do vestuário em comum ou água do
banho.
Os helmintos, também conhecidos como
vermes, são parasitas multicelulares que
podem habitar o corpo humano.

Eles se dividem em dois grandes grupos:


nematelmintos: são vermes cilíndricos com
simetria bilateral e corpo alongado, não
segmentado. Eles possuem um sistema

HELMINTOS
digestivo completo, com boca e ânus
distintos. Esses parasitas são responsáveis
por diversas doenças humanas.

Platelmintos: São vermes achatados


dorsoventralmente, com corpo segmentado
ou não, e com simetria bilateral. Eles
possuem um sistema digestivo incompleto,
e muitos são hermafroditas. Os platelmintos
se subdividem
em cestódeos e trematódeos:
NEMATELMINTO
( NEMATODEO)

HELMINTOS PLATELMINTO

cestódeos trematódeos
ASCARIDIASE TENÍASE CISTICERCOSE

HELMINTOSES

OXIURIOSE LARVA
FILARIOSE
MIGRANS
Ascaris lumbricoides é um helminto nematoda
causador da ascaridíase, transmitida ao homem
por ingestão de ovos embrionados infectantes.

O clima quente e úmido é ideal para o


ASCARIDIASE crescimento e embrionamento dos ovos

A transmissão da doença se dá pela


ingestão alimentos ou água
contaminados pelos ovos de Ascaris
lumbricoides, os quais possuem grande
capacidade de aderência a superfícies.
ASCARIDIASE

CICLO DE TRANSMISSÃO

Ovos de A. lumbricoides ingeridos


eclodem no duodeno e as larvas
resultantes penetram na parede do
intestino delgado, migrando pela
circulação portal através do fígado
para o coração e para os pulmões. As
larvas se fixam nos vasos capilares
alveolares, penetram nas paredes
alveolares e ascendem à árvore
brônquica para a orofaringe. São
ingeridos e voltam ao intestino
delgado, no qual se desenvolvem até
vermes adultos, se acasalando e
liberando ovos nas fezes. O ciclo de
vida é completado em
aproximadamente 2 a 3 meses;
vermes adultos vivem 1 a 2 anos.
Ascaris lumbricoides
( Lombriga)
A teníase é uma alteração provocada pela presença
da forma adulta da Taenia solium ou Taenia
saginata no intestino delgado do hospedeiro
definitivo, os humanos.

Apesar de a tênia ser popularmente conhecida


como solitária, indicando que um hospedeiro
alberga apenas um parasito, na prática, o que
TENÍASE se observa são pessoas infectadas com mais
de uma tênia, da mesma espécie.

Devido ao longo período em que a T. solium


ou T. saginata parasita o homem, elas podem
causar fenômenos tóxicos alérgicos, através de
substâncias excretadas, provocar hemorragias
através da fixação na mucosa, destruir o
epitélio e produzir inflamação com infiltrado
celular com hipo ou hipersecreção de muco.
O homem, enquanto hospedeiro
definitivo, adquire infeção ao ingerir
carne suína ou bovina crua ou mal cozida
que esteja contaminada com o cisticerco
das respectivas Taenia solium e Taenia
saginata.

As pessoas podem ser infectadas por mais de


uma tênia da mesma espécie, apesar de o
nome popular do parasito ser “solitária”.
Além dos fenômenos tóxicos Cisticercose suína
alérgicos, o parasita pode provocar
tonturas, astenia, apetite excessivo e
mesmo assim emagrecimento,
náuseas, vômitos, alargamento do
abdome, dores com intensidade Cisticercose bovina
variada em diferentes regiões do
abdome.
A diarreia costuma ser intercalada
com constipação. Outros sintomas
incluem cefaleia acentuada, crises
epileptiformes, eosinofilia e, no caso
da Taenia saginata, prurido anal.

Complicações podem causar quadro


de cisticercose por autoinfecção
interna ou externa em pacientes
contaminados por Taenia solium.
A larva de Taenia solium é a causadora
da cisticercose no homem.

Cisticercose
No Brasil, o agente tem larga distribuição devido
às precárias condições de higiene e saneamento
básico de grande parte da população, aos
métodos de criação extensiva de suínos e ao
hábito de ingerir carne mal cozida (teníase e
após cisticercose).
A contaminação na cisticercose
ocorre de três maneiras:

- Heteroinfecção: ingestão de
água ou alimentos
contaminados por ovos
de Taenia solium;

- Auto infecção externa: má


higiene pós defecação em
portador de teníase;

- Auto infecção interna: através


de movimentos antiperistálticos
ou vômitos em portador de
teníase.
As alterações iniciais ocorrem pela fixação
da larva no tecido, sendo divididas em:

-Ação mecânica: devido ao


deslocamento ou compressão dos tecidos
pelo crescimento da larva (cresce até 0,6
a 1,3 cm).

-Ação inflamatória: causada por células


sanguíneas que envolvem a larva.

As principais localizações das larvas são


o sistema nervoso central (tropismo de
79% a 96%) e os olhos (chega através de
vasos da coroide e instala-se na retina).
O Schistosoma mansoni é o agente causador
da esquistossomose mansoni intestinal,
ocorrendo na Àfrica, Antilhas e América do Sul.
É a única espécie encontrada no Brasil.

A Esquistossomose é popularmente conhecida


como “barriga d´água”, “doença do caramujo”,
“xistose” ou ainda “bilharziose”.

ESQUISTOSSOMOSE Dermatite Cercariana, também chamada


"dermatite do nadador", é resultante da
penetração das cercarias na pele que acarreta
sintomas e sinais característicos.

- sensação de comichão

- erupção cutânea tipo urticária

- em 24 horas: edema, eritema, pequenas


pápulas e dor.
Formas de contaminação
A transmissão ocorre devido ao banho
em coleção hídrica contaminada por pelo
menos 15 minutos (tempo de penetração
das cercárias). As cercárias
penetram frequentemente pés e pernas
e estão mais presentes na água no período
de maior incidência de luz solar e calor
ambiente, isto é, entre 10 a 16 horas. As
principais áreas contaminadas encontram-se
no peridomicílio (açudes, riachos, valas de
irrigação agrícola, etc).

Habitat dos vermes adultos


Os vermes adultos parasitam o sistema
porta-hepático humano. Recebem um
ganho de massa exponencial quando
chegam no fígado, E migram, após
maturação sexual (25º dia) para ramos
terminais da veia mesentérica inferior (mais
na altura do plexo hemorroidário), onde se
acasalam (35º dia).
Esquistossomose Aguda

Fase Pré-Postural: em geral, trata-se de uma fase com sintomatologia variada, que ocorre cerca de 10-35 dias após a
infecção. Pacientes podem se apresentar assintomáticos, ou com sintomas gerais como mal-estar, febre, sinais
pulmonares (tosse), dores musculares, desconforto abdominal e um quadro de hepatite aguda, resultante da
destruição dos esquistossômulos.

Fase Aguda Toxêmica: a sintomatologia da fase aguda se intensifica próximo ao 50º dia e pode permanecer por até 4
meses após a infecção. Ocorre disseminação dos ovos depositados, principalmente nas paredes do intestino, com
áreas de necrose (causando uma enterocolite aguda), no fígado, pulmões (simulando tuberculose) ou outros órgãos, o
que provoca formação de granulomas que resultam em manifestações como febre com calafrios e sudorese,
emagrecimento, diarreia, náuseas, mialgias e artralgias, fenômenos alérgicos, disenteria, tenesmo, cólicas,
hepatoesplenomegalia discreta, linfadenia, leucocitose com eosinofilia, aumento das globulinas e alterações discretas
na função hepática. Cabe ressaltar que fase toxêmica, em alguns casos, pode ser fatal, todavia, na maioria dos casos, a
fase aguda apresenta manifestações clínicas de baixa intensidade e evolui, entre 4 a 6 meses, para a fase crônica da
doença.
Esquistossomose Crônica

A fase crônica da doença apresenta grandes variações clínicas que podem ser predominantemente
intestinais, hepatointestinais ou hepatoesplênicas.
Wuchereria bancrofti é o principal agente causador
da bancroftose humana, também conhecida
popularmente como “elefantíase".

A transmissão ocorre pela picada da fêmea do


mosquito vetor infectado (Culex quinquefasciatus
nas Américas) com posterior deposição das larvas
infectantes na pele lesada do hospedeiro.
FILARIOSE
( BRANCOFTOSE) É uma enfermidade negligenciada, endêmica de
várias regiões de clima tropical ou subtropical,
presente em mais de 80 países da Ásia, África e
Américas, especialmente em áreas de extrema
pobreza

No Brasil, a doença já teve considerada


prevalência. Hoje, no entanto, encontra-se
restrita a alguns focos persistentes no Pará,
Pernambuco e Alagoas, principalmente
Pernambuco.
Os vermes adultos habitam em grupos os vasos e
gânglios linfáticos humanos, vivendo em média 8 a 10
anos. São geralmente encontrados em região pélvica,
membro inferior, escroto, mamas e braço.

As fêmeas eliminam microfilárias que saem da


circulação linfática em direção à circulação sanguínea
do hospedeiro. Durante o dia, as microfilárias
acumulam-se nos capilares profundos, principalmente
nos pulmonares; ao anoitecer, no entanto, se dirigem
para a circulação sistêmica periférica.

A sua quantidade no sangue venoso periférico vai


aumentando até as primeiras horas da madrugada,
quando, então, diminui progressivamente até valores
muito baixos ou indetectáveis durante o período
diurno.

Acredita-se que tal periodicidade das microfilárias


esteja relacionada com a necessidade biológica do
encontro com o mosquito vetor (horário em que o
mosquito Culex costuma realizar o hematofagismo).
As manifestações clínicas podem mostrar desde pacientes assintomáticos ou com discreta sintomatologia até
hospedeiros em condições severas e irreversíveis como a elefantíase. Essas são ocasionadas pelo acúmulo dos
vermes no sistema linfático humano ou pela reação do sistema imune do hospedeiro às microfilárias e aos
antígenos dos vermes adultos.
Pacientes assintomáticos podem conter alta microfilaremia e pacientes com elefantíase e outras manifestações
crônicas apresentam microfilaremia periférica baixa ou inexistente.
O período de incubação é longo e pode durar de meses a alguns anos. Divide-se as principais formas clínicas da
bancroftose em:

Forma Subclínica: presente em indivíduos que possuem microfilárias no sangue e que,


aparentemente, não possuem sintomatologia. Esses pacientes contaminam os mosquitos.

Forma aguda: os sintomas iniciais estão relacionados com a resposta inflamatória


subsequente à presença dos parasitas. Pode ocorrer mal-estar, febre e calafrios que
acontecem em intervalos irregulares, unidos à inflamação de vasos linfáticos ou gânglios
(linfangite e linfadenite).
Manifestação crônica: à medida que a infecção se desenvolve, a presença dos vermes adultos nos vasos linfáticos
pode provocar sua obstrução, impedindo o fluxo linfático normal e gerando linfedema (edema
linfático), linfangiectasia (dilatação, hipertrofia e malformação dos vasos linfáticos ) e linforragia (extravasamento
de linfa), com consequente acúmulo de líquido pelo tecido, engrossamento e hipertrofia (elefantíase),
principalmente nos membros inferiores e saco escrotal.

*Elefantíase: quando o edema é grande ao ponto de gerar deformidade anatômica de um membro ou de uma
parte do corpo, o quadro é chamado de elefantíase. Tal quadro ocorre em cerca de 15% dos casos
Ancylostoma duodenale e Necator americanus são os
principais ancilostomídeos que infectam o tubo
digestivo humano.

Nome Popular: "Amarelão" ou "doença do Jeca-Tatu".

A ancilostomíase atinge estimados 576 milhões de

ANCILOSTOMOSE pessoas em todo o mundo e incide principalmente


sobre as populações mais pobres e desfavorecidas.

O Ancylostoma duodenale predomina em regiões de


clima temperado enquanto o Necator
americanus predomina em regiões de clima tropicial.

Suas larvas desenvolvem-se bem em solos


arenoargilosos, permeáveis, ricos em matéria orgânica
e com alta umidade. Sem essas condições, os ovos não
sobrevivem no meio externo. No Brasil, cerca de 70%
dos casos de ancilostomose são causados por Necator
americanus, os quais predominam em áreas rurais,
desprovidas de saneamento ambiental e cuja
população têm o hábito de andar descalça.
Formas de contaminação
O homem adquire infecção através
de penetração ativa das larvas filarióides
L3 (infectantes) na pele ou de sua
ingestão (contaminação via oral,
principalmente por Ancylostoma
duodenale). Essas larvas produzem
enzimas que facilitam sua penetração na
pele/mucosas. A penetração na
pele ocorre principalmente na região
dos tornozelos e pés.

Habitat dos vermes adultos


Seu habitat é o intestino delgado,
principalmente duodeno, todavia, em
casos de infecções maciças, vermes
podem ser encontrados no jejuno e íleo.
Fase aguda
Alterações cutâneas: pode haver presença de lesões traumáticas no local de penetração das larvas, com
fenômenos vasculares associados à sensação de picada, com hiperemia, edema e prurido. A lesão pode desaparecer
ou desenvolver pústulas principalmente devido ao ato de coçar. A gravidade e a quantidade das lesões dependem do
número de larvas invasoras. As lesões se apresentam maiores em reinfecção ou por reação de hipersensibilidade.
Alterações pulmonares: são pouco usuais, embora o indivíduo possa apresentar tosse seca de curta ou longa
duração, febre baixa, rouquidão e dispneia.
Alterações gastrointestinais: podem ser percebidas após a chegada do parasita ao intestino delgado. A fixação
do verme à mucosa intestinal pode determinar lesões inflamatórias que se manifestam por dor epigástrica,
diminuição do apetite, indigestão, cólica, indisposição, náuseas, vômitos, flatulências, podendo ocorrer
diarreia sanguinolenta ou não. Outro sintoma comumente relatado é o apetite deflagrado principalmente por
geofagia, provavelmente explicado por anemia e desnutrição.
Larva migrans cutânea, chamado de bicho
geográfico, é ocasionada pelo parasita das
espécies Ancylostoma caninum e Ancystoloma
brasiliensis, presente no intestino e nas fezes de
cães e gatos, provoca uma dermatozoonose que
produz irritação e muita coceira no local da
lesão. Esse tipo de dermatite também é
conhecida como dermatite serpiginosa e

Larva migrans dermatite pruriginosa.

cutânea Nos cães e gatos, a transmissão pode ocorrer de


um animal para outro por via oral, cutânea ou

( Bicho geográfico) através da placenta.


Nos humanos, a infecção se dá pelo contato direto
com as larvas infectantes existentes no solo
contaminado por fezes de animais. Elas se
aproveitam de um ferimento ou perfuram a pele
para penetrar no organismo humano. Isso feito,
começam a deslocar-se pelo tecido subcutâneo,
abrindo verdadeiros túneis inflamados, o que lhes
confere aspecto semelhante ao contorno de um
mapa.
O primeiro sinal da infecção é o
aparecimento de um ponto vermelho
e saliente no local por onde a larva
penetrou. Os outros que podem
demorar de minutos até semanas para
manifestar-se incluem:

•Coceira intensa que piora à noite;


•Linhas tortuosas e vermelhas;
•Inchaço;
•Formação de pápulas eritematosas;
•Sensação de movimento debaixo da
pele.
Enquanto isso, a larva permanece
como se estivesse adormecida sob a
pele. Quando começa a movimentar-
se, a lesão progride cerca de 1 cm por
dia no tecido subcutâneo, uma vez
que a larva não consegue atingir os
intestinos do doente, como ocorre nos Não existe transmissão da Larva migrans
cães e gatos. cutânea de uma pessoa para outra.
A enterobiose é uma doença que afeta o sistema
digestivo, principalmente intestinos, que se tornam
inflamados e infeccionados devido à presença de um
verme.

A doença é chamada também de oxiuríase .

A patologia é causada pelo verme oxiúros, conhecido


OXIURIOSE OU também pelo nome Enterobius vermicularis.

ENTEROBIOSE O verme se aloja no cólon e no reto dos pacientes e


seus ovos costumam ser depositados próximo ao ânus
do paciente, o que pode causar uma coceira forte no
local.
Outros sintomas de enterobíase incluem:

• irritabilidade e ansiedade;
• dores abdominais;
• vômitos;
• náuseas;
• fezes com sangue;
• tenesmo – um tipo de espasmo no ânus
que faz com que o paciente sinta muita
vontade de ir ao banheiro para fazer xixi ou
cocô, mas ao usar o toalete, o paciente não
elimina ou acaba eliminando uma pequena
quantidade de fezes.
ARTRÓPODES

Os animais classificados como Artrópodes, possuem características em


comum como, por exemplo, patas articuladas e exoesqueleto
quitinoso (esqueleto externo). Alguns Artrópodes são: besouro, aranha,
caranguejo e lacraia.

Os artrópodes de importância na parasitologia são: pulga, ácaro e piolho,


estes são classificados como ectoparasitas.
A infestação pelo piolho é chamada pediculose e ocorre nas regiões pilosas
do corpo.
PEDICULOSE Há dois tipos de piolhos que podem acometer o ser humano:

• Pediculus humanus corporis, que pode afetar as regiões pilosas de todo o


corpo humano
• Pediculus humanus capitis, que afeta apenas o couro cabeludo, podendo,
ambos, serem agentes de doenças.
A tungíase ( bicho-de-pé) é causada pela penetração e subsequente
hipertrofia (crescimento) da fêmea grávida da pulga Tunga penetrans
(bicho de pé) na epiderme do hospedeiro.
TUNGÍASE As áreas preferenciais de penetração desse tipo de pulga no homem
são as áreas interdigitais dos pés.

A fêmea grávida penetra na pele com a sua cabeça e libera seus ovos
para o exterior, e a infestação ocorre quando o indivíduo pisa no solo
contaminado sem proteção nos seus pés.
A escabiose humana, é causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei hominis.
ESCABIOSE A sarna é uma doença contagiosa e se espalha rapidamente por meio do contato físico
nas famílias, escolas, casas de repouso e outros lugares de aglomeração de pessoas.

A transmissão ocorre principalmente por contato direto, inclusive sexual. Condições


socioeconômicas precárias, aglomerações, não aderência aos tratamentos e o
desenvolvimento de resistência medicamentosa são os grandes responsáveis pela
manutenção de altas taxas de prevalência em populações carentes.

O intenso prurido cutâneo que causa é motivado por uma reação alérgica a produtos
metabólicos do ácaro e quase sempre leva a uma infecção secundária. O tratamento
consiste em matar os ácaros e seus
Referências
• Parasitologia humana / David Pereira Neves. - 11. ed. -- São.
Paulo : Editora Atheneu.
• https://periodicos.ufms.br/index.php/sameamb/article/view/9941
• https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/g/giardiase
• https://guiadeparasitologia.wixsite.com/ufcspa/amebiase
• https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-
infecciosas/nemat%C3%B3deos-vermes-filiformes/ascar%C3%ADase

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