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Ensino Superior
Resumo
O crescimento da necessidade de uma atuação socialmente responsável por parte das organizações
evidencia a relevância de ações como o trabalho voluntário, um valioso recurso no enfrentamento
de grandes desafios sociais no mundo. No âmbito empresarial, esta atividade é denominada de
voluntariado corporativo e amplia a complexidade desse fenômeno, por abranger aspectos
relacionados ao ambiente organizacional. A abertura para atuação de organizações dos três setores
sociais no incentivo a essa prática coloca em pauta os desafios para sua adoção. Especificamente no
serviço público, aspectos do contexto podem diferir do ambiente privado, como a necessidade de
previsão legal, a ausência de pressão organizacional com vistas a obtenção de benefícios oriundos
dessa prática, além de aspectos relacionados à carreira pública que podem influenciar a participação
voluntária em ações promovidas pelas instituições. Assim, o presente estudo tem como objetivo
verificar a influência de aspectos contextuais e motivacionais para a prática de voluntariado por
servidores das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). Para tal, realizou-se uma pesquisa de
métodos mistos, com coleta quantitativa, por meio de questionário, e qualitativa, com entrevista
semiestruturada. Como resultados, constatou-se que a motivação dos servidores públicos das Ifes
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é formada pelo conjunto de aspectos das dimensões altruísta, justiça social, afiliativo, aprendizado
e egoísta, sendo os motivos relacionados ao altruísmo e à justiça social mais significativos para o
público estudado. E ainda, considerando os aspectos contextuais, questões sobre cidadania
organizacional, apoio institucional e dos colegas de trabalho e a possibilidade de produzir impacto
social podem ser capazes de motivá-los a atuação voluntária.
Palavras-chave: motivação para o voluntariado; servidores públicos; voluntariado corporativo.
Introdução
O aumento da pressão da sociedade por uma atuação socialmente responsável por parte das
organizações evidencia a relevância de ações nesse sentido, a exemplo do incentivo à atuação
voluntária. As ações de voluntariado realizadas por funcionários por meio de incentivo do
empregador são denominadas voluntariado corporativo (Van Schie, Gautier, Pache & Güntert, 2019)
e tem sido um fenômeno empírico em crescimento tanto no setor público, como no mercado.
Muitas empresas no mundo estão envolvidas em atividades de promoção ao voluntariado, com a
taxa de participação dos funcionários, bem como o número médio de horas destinadas a essas
atividades, crescendo a cada ano (Rodell, Breitsohl, Schroder & Keating, 2016).
Como reflexo do crescimento dessa prática, emerge um número cada vez maior de estudos
que buscam compreender os desafios e os benefícios de promover o Voluntariado Corporativo. Em
busca pelos termos “corporate volunteering” e "employee volunteering", usados com o operador
booleano “or”, realizada nas bases Scopus e Web of Science, observou-se ascensão no número de
pesquisas, com maior número de publicações no ano de 2021. No contexto corporativo, existe uma
alta concentração de pesquisas sobre os motivos que levam os funcionários a se voluntariar, os
estudos são majoritariamente na perspectiva empresarial ou no contexto de negócios (Rodell et al.,
2016; Dreesbach-Bundy & Scheck, 2016). Apesar de ações de voluntariado corporativo também
serem realizadas no setor público (Haski-Leventhal et al., 2010), até aqui, não foram encontrados
muitos estudos que atentem para as possíveis especificidades desse setor na realização dessas
atividades, sendo uma lacuna de pesquisa.
No Brasil, as ações realizadas por órgãos públicos precisam de previsão legal, o que já é uma
realidade quando se trata de incentivo à realização de atividades voluntárias por parte dos
servidores, de acordo com o Programa Nacional de Incentivo ao Voluntariado – PNIV (Decreto 9.906,
2019). Além da necessidade de respaldo legal, aspectos relacionados à própria carreira pública,
como estabilidade no emprego, remuneração fixa, benefícios e incentivos financeiros assegurados
por lei e ingresso por meio de concurso público são questões existentes nesse ambiente que podem
influenciar a maneira como os servidores encaram a participação voluntária em ações promovidas
nas instituições. Essas questões podem diferenciar a motivação dos servidores para atuação
voluntária na organização, uma vez que podem estar menos suscetíveis à pressão organizacional
com vistas a obtenção de benefícios relacionados à essa prática ou à coação de pares ou chefia,
como é discutido por Grant (2012) e Santos e Fernandez (2017).
Ariete (2022), em pesquisa envolvendo 101 Ifes, identificou a realização de ações
voluntárias de três tipos: (a) as realizadas por meio da extensão, dentro do espoco da sua atuação;
(b) as organizadas dentro da instituição, seja pela gestão ou entre pares, frente a situações
emergenciais ou de calamidade pública, como o apoio a vítimas de desastres naturais e o combate
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incentivada pelo empregador (Sekar & Dyaram, 2017; Rodell & Lynch, 2016; Hu et al., 2016; Rodell
et al., 2017).
No estudo quantitativo, buscou-se compreender a motivação dos servidores que atuam nas
Ifes, independente das ações voluntárias realizadas, de modo que fosse possível comparar com
estudos no mesmo sentido. O estudo qualitativo, por sua vez, objetivou identificar os aspectos
relacionados ao ambiente das Ifes capazes de influenciar a motivação para atuação voluntária, para
isso, foram convidados apenas servidores que declararam já ter participado de alguma ação
voluntária na organização. O intuito foi identificar se a motivação dos servidores poderia ser
explicada com base nas variáveis analisadas quantitativamente e ainda ampliar essa visão
considerando as informações qualitativas trazidas pelos entrevistados sobre o ambiente
organizacional.
A necessidade de recorrer às pesquisas sobre voluntariado se dá pela possibilidade de
verificar a pertinência de aspectos teóricos da dimensão pessoal da motivação para os servidores
das instituições estudadas. Já os estudos sobre o voluntariado corporativo auxiliam na compreensão
da influência das relações de trabalho. Ainda que haja diferenças entre o setor público e a iniciativa
privada, quando se trata de voluntariado dentro dessas organizações, há similaridade na interação
entre os atores presentes no ambiente laboral, ainda pouco explorada em ações que ocorrem
dentro de organizações públicas (Ariete, 2022).
Assim, o presente estudo pode iluminar questões sobre a motivação do servidor público que
atua nas Ifes para realização de atividades voluntárias incorporando aspectos contextuais capazes
de influenciá-la (Rodell et al., 2016). O trabalho traz ainda contribuições práticas, uma vez que o
conhecimento gerado pode ser utilizado pelas instituições públicas estudadas para melhor
direcionar suas ações de incentivo ao voluntariado. O estudo de Sekar e Dyaram (2017) revelou que
a participação voluntária de funcionários é maior quando há alinhamento entre aspectos da sua
motivação e a atividade voluntária. Dessa forma, criar meios para compreender o cenário e
direcionar as ações pode favorecer a adesão a elas como nova prática de gestão no serviço público.
Além dessa introdução, o estudo apresenta outras quatro seções. O próximo tópico traz o
referencial teórico utilizado, seguido dos aspectos metodológicos que nortearam a pesquisa e, por
fim, apresenta-se os resultados obtidos e as conclusões do estudo.
Voluntariado e motivação
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotou esforços no sentido de direcionar a
mensuração do trabalho voluntário, definindo-o a partir de características como: não ser
remunerado, não ser obrigatório e ser em benefício de pessoas fora da sua própria casa (OIT, 2011).
Para a OIT, essas atividades compõem a força de trabalho informal e se tornaram foco da atenção
de decisores políticos pelo mundo, considerando seu potencial impacto econômico, bem como os
benefícios que trazem para a economia, sobretudo, em países em desenvolvimento.
A motivação para o voluntariado é objeto de diversas pesquisas sobre o terceiro setor, que
representam esforços no sentido de compreender o que leva o indivíduo à prática voluntária
(Cavalcante, 2016). Tal esforço responde à necessidade, presente em organizações do terceiro
setor, de gerenciamento da mão de obra voluntária, tarefa essencial para manutenção das suas
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atividades, considerando a forte dependência existente (Basil, Easwaramoorthy & Barr, 2009; IPEA,
2021).
Os estudos e as perspectivas sobre o tema evoluíram com o desenvolvimento de modelos
que buscaram mapear quais os principais fatores motivacionais que levam os indivíduos à prática
voluntária. Essas pesquisas trouxeram ganhos teóricos que permitiram clarear alguns aspectos
centrais sobre a questão, a Tabela 1 apresenta alguns desses modelos, enfatizando suas
semelhanças.
Tabela 1
Estudos sobre motivação para o voluntariado
Tabela 2
Motivação para o voluntariado
Motivo/Fator Conceito
Altruísta Retrata a percepção subjetiva de autossacrifício por parte do voluntário, envolvendo risco,
insalubridade e periculosidade, sob a perspectiva da consciência de espécie ou de
questionamento em torno das condições gerais de vida de seres humanos.
Justiça Social reúne motivos relativos ao sentimento de auxílio a sujeitos e comunidades em situações de
exceção, via fornecimento de apoio direto aos menos aptos e prósperos (...)
Afiliativo (...) motivos vinculados à avaliação subjetiva de contribuição para o bem-estar social e de
desafortunados em particular, sob perspectiva amistosa, em que o voluntário se sente
compartilhando algo próprio com alguém em dado espaço organizacional.
Aprendizado reúne motivos de uma forma específica de aprimoramento social não centrada em temas
cruciais ou aflitivos, mas que, de alguma forma, transmitem ao voluntário a sensação de
estar, simultaneamente, promovendo a si próprio e a vida do receptor sob a perspectiva da
interação grupal.
Egoísta congrega motivos centrados na sensação de privilégios, de status e de proteção, estando o
voluntário interessado na construção e projeção da autoimagem ou na promoção pessoal
junto a indivíduos e coletividades.
Fonte: Cavalcante (2016, p. 92, 94-97).
a participar da ação voluntária, de modo que motivos intrínsecos são mais bem aceitos e se
traduzem em apoio dos colegas e dos chefes.
Gilder (2005) já tinha abordado essa questão como um aspecto sensível da participação
voluntária, sobretudo, quanto à possibilidade de que os participantes fossem vistos como
desinteressados em sua atividade regular na organização por optarem realizar atividades
voluntárias. Além do interesse, Basil et al. (2009) identificou como dificuldade organizacional para
promoção do voluntariado corporativo a carga de trabalho, e Zhang et al. (2021) somou a isso
sobrecarga de papéis.
O voluntariado corporativo pressupõe o apoio da organização em ações de voluntariado.
Segundo Roza et al. (2017) a organização, a partir do contexto do trabalho ou das políticas adotadas,
pode ser capaz de facilitar ou impedir a atuação voluntária. Sekar e Dyaram (2020) também veem a
relevância do papel da organização, a partir da oportunização ou da criação de restrições, como
essencial para o comportamento dos funcionários quanto aos programas de voluntariado.
A percepção quanto à motivação da organização também pode ser capaz de influenciar a
implementação de programas de voluntariado corporativo. Gatignon-Turnau e Mignonac (2015)
constataram que a percepção dos funcionários sobre os motivos da organização para incentivar a
prática voluntária pode abalar sua atitude frente a essas iniciativas, de modo que a percepção de
razões egoístas mina os efeitos positivos da ação nos funcionários, bem como seu compromisso
afetivo para com a organização. Resultado similar foi obtido por Haski-Leventhal et al. (2019), que
identificaram prejuízo em possíveis resultados positivos do voluntariado corporativo a partir da
percepção dos funcionários quanto ao objetivo organizacional com o programa desenvolvido.
Assim, mostra-se que, diferente do voluntariado tradicional, o voluntariado corporativo
apresenta questões relativas ao ambiente organizacional capazes de influenciar a prática voluntária,
a exemplo da existência de relações profissionais (Hu et al, 2016; Gilder, 2005; Rodell et al., 2017;
Grant, 2012), do envolvimento de objetivos da empresa, bem como da percepção deles pelos
funcionários (Gatignon-Turnau & Mignonac, 2015) e do impacto na gestão da mão de obra (Zhang
et al., 2021; Rodell et al., 2017; Hu et al., 2016; Gilder, 2005). Além disso, outras questões sobre a
atividade voluntária dentro das organizações podem ser tidas como questionáveis e merecem mais
esforços acadêmicos, como a atuação remunerada e o interesse que extrapola o social (OIT, 2011).
Apesar de serem pouco exploradas teoricamente, ações de voluntariado corporativo
também acontecem no serviço público (Haski-Leventhal et al., 2010). Segundo Rodell et al. (2016),
as características e normas de trabalho variadas podem gerar diferenças entre os grupos
profissionais quanto ao voluntariado.
Procedimentos metodológicos
Considerando o objetivo da pesquisa, adotou-se uma abordagem de métodos mistos
sequenciais, combinando aspectos da pesquisa quantitativa e da pesquisa qualitativa, por permitir
uma triangulação das fontes de dados e uma melhor compreensão do fenômeno (Creswell, 2010).
Na Tabela 3, é apresentada a caracterização da pesquisa.
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Tabela 3
Caracterização da pesquisa
de Coleta de Meio utilizado Formulário eletrônico divulgado por Encontro síncrono por meio da
Dados e-mail e por aplicativo de Plataforma zoom, por
mensagens instantâneas possibilitar a gravação e
posterior transcrição
Variáveis/ 5 fatores e 21 indicadores, Motivação e Comportamento,
Categoria de referentes ao modelo de conforme Tabela 4
análise Cavalcante (2016), conforme
Figura 1.
Período De 19/08 a 30/09/2022 De 31/08 a 21/09/2022
Amostra / Sujeitos Servidores das Ifes - 344 Servidores que atuam nas Ifes
respondentes e que participaram de ações
Exclusões: 4 de servidores fora do voluntárias organizadas ou
escopo da pesquisa e 2 outliers incentivadas por elas - 16
Amostragem por acessibilidade ou entrevistados
conveniência Seleção por variedade de
Critério de Hair (no mínimo, 5 Tipos
vezes o número de variáveis do Saturação das informações
instrumento)
Análise dos dados Modelagem de Equações Análise de conteúdo
Estruturais por meio do software
SmartPLS 4
Estatísticas descritivas
Fonte: Elaborado com base em Marafon, et al. (2013), Bido e Silva (2019), Creswell (2010), Antonialli et al.
(2016), Hsieh e Shannon (2005), Hair et al. (2005), Braun et al. (2019).
Tabela 4
Categorias de análise qualitativa
Motivação Aspectos que levam os Motivos Gilder et al. (2005); Pajo e Lee
funcionários a participar ou (2011); Hu et al. (2016); Paço
inibem a sua participação em e Nave (2013);
atividades de voluntariado a Atuação anterior Krasnopolskaya et al. (2015);
partir do incentivo Van Schie et al (2018); Sekar
organizacional Contribuição e Dyaram (2020); Roza et al.
organizacional (2017); Zhang et al. (2021);
Gatignon-Turnau e Mignonac
(2015)
Obstáculos à atuação
Percepção quanto
aos ganhos
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Percepção quanto à
valorização e
incentivo da
organização
Fonte: Dados da pesquisa (2022).
Na coleta de dados quantitativa, incluiu-se uma pergunta sobre a atuação voluntária por
meio de incentivo da instituição, e aos que responderam positivamente, apresentou-se uma
questão sobre o interesse em participar da etapa qualitativa, de modo que os respondentes
interessados registraram o canal mais conveniente para contato. Foi enviado um convite aos que se
dispuseram a participar das entrevistas, juntamente com o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido e o roteiro que seria utilizado para ciência e análise prévia. No total, foram realizadas 16
entrevistas, gravadas e transcritas para estudo por meio de análise de conteúdo (Hsieh & Shannon,
2005). A Tabela 5 apresenta os dados das entrevistas.
Tabela 5
Dados das entrevistas
Tabela 6
Matriz de correlação entre as Variáveis Latentes
Variável Latente 1 2 3 4 5
1. Justiça Social 0,824
2. Egoísta 0,41 0,809
3. Aprendizado 0,49 0,682 0,895
4. Altruísta 0,73* 0,359 0,391 0,744
5. Afiliativo 0,553 0,672 0,704* 0,516 0,929
Nota3. *Apesar de apresentarem valores altos, são menores do que a raiz da AVE.
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.
Tabela 7
Relações estruturais e teste de hipótese
Tendo por base Hair et al. (2019), considerando os coeficientes estruturais e o nível de
significância (valor-p<0,05), todas as hipóteses foram suportadas. Assim, constatou-se que a
motivação do servidor público que atua nas Ifes é formada pelo conjunto de aspectos das dimensões
Justiça Social (H1a), Egoísta (H1b), Aprendizado (H1c), Altruísta (H1d) e Afiliativo (H1e).
Esses achados ratificam os resultados encontrados por Houston (2006), Lee (2012) e Rotolo
e Wilson (2016), quanto à similaridade da motivação para o voluntariado de pessoas que atuam no
primeiro e no terceiro setor, assim, o modelo proposto por Cavalcante (2016) foi validado no
contexto do serviço público.
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Tabela 8
Estatísticas descritivas
Tabela 9
Perfil dos entrevistados
Instituto Universidade
Unidades 11 5
Gênero Feminino 6 3
Masculino 5 2
Carreira Docente 5 -
Técnico 6 5
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.
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O projeto [de extensão] é uma forma que parte da instituição ou parte, por exemplo, nesse
caso do projeto do curso que a gente tá dando agora de cozinheiro básico gratuito para
uma comunidade, a gente leva essa proposta para a direção, a direção concorda e oferta
todo o espaço estrutura da instituição e servidores para darem atenção a esse projeto.
(Entrevistado 14, 2022)
Recebo hora por isso, uma hora no meu plano, porque a gente tem que prestar contas,
(...) eu tenho que preparar material, tenho que preparar aula, uma hora é a aula que eu
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gasto com alunos, mas tudo em volta toma muito mais tempo (...) mesmo se eu não tivesse
hora no Pit [Plano Individual de Trabalho] eu ia continuar fazendo (...) a escolha de
fazermos é algo voluntário, ninguém é obrigado a entrar numa ação de extensão, numa
ação de ajuda. (Entrevistado 4, 2022).
(...) essa carga horária ela nem entra no mapa de atividade da gente, nem entra porque
às vezes não dá tempo (...) eu tenho que também ser voluntária independente da carga
horária (...) se eu quiser colocar como voluntária a atividade não existe essa aba e eu
acredito que deixa de ser um estímulo para que eu possa ficar (...) eu acho que deveria ter
uma forma de a gente formalizar o voluntariado não adianta incentivar a pessoa ser
voluntária e esse voluntariado ficar num espaço que ninguém consegue enxergar.
(Entrevistado 9, 2022).
Todavia, as relações entre os colegas também podem gerar efeitos negativos para o
desenvolvimento dessas ações. Quando tratado de questões que podem atrapalhar a atuação
voluntária, os achados vão ao encontro de potenciais efeitos prejudiciais levantados por Gilder
(2005), Basil et al. (2009) e Zhang et al. (2021). Os principais pontos trazidos dizem respeito à
diversidade de papéis (6, 12), à disponibilidade de tempo (1, 11, 16), à possível sobrecarga (10, 11,
12), à falta de compreensão por parte dos colegas (6, 7, 11) e, em maior número, à falta de adesão
e cooperação dos colegas, da chefia ou da gestão (1, 2, 4, 5, 8, 14, 16), a exemplo dos discursos
apresentados.
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entanto, diferente dos trabalhos de Basil et al. (2009) e Gatignon-Turnau e Mignonac (2015), que
mostram que no ambiente empresarial os colaboradores são contrários a esse favorecimento
institucional, o ganho proporcionado à organização pelo desempenho de atividades voluntárias não
traz descontentamento para os servidores, pelo contrário, se mostrou desejável, a atuação era pelo
desejo pessoal de que isso acontecesse. O que demonstra o envolvimento de aspectos da cidadania
organizacional (Rego, 2002).
Uma razão para essa divergência no resultado quanto ao ganho institucional pode ser o
direcionamento da ação. Para Basil, Basil e Usher (2011), se referindo ao setor privado, a orientação
estratégica das ações de voluntariado corporativo traz o pensamento empresarial dominante, de
modo que a escolha das causas é norteada pela estratégia da empresa, em vez da necessidade
social. Para Chanlat (2022, p.12), a dinâmica social traz uma relação de dependência entre a
sociedade e as empresas, de modo que “o agir estratégico da empresa tem uma relação ao mesmo
tempo conflituosa e harmoniosa com a sociedade”. Já para os servidores participantes deste estudo,
as ações voluntárias realizadas, cujo objetivo também é em benefício social, reforçam o papel social
da sua organização, de modo que não foi constata a percepção da existência desse conflito.
Nas falas dos entrevistados, a atuação voluntária pela organização, seja dentro dela,
fortalecendo seus processos, ou fora dela, ampliando sua visibilidade e impactando o cumprimento
do seu papel social, trata de ações de interesse coletivo e que devem ser desempenhadas pelos
servidores no seu papel social.
Para estes servidores, as ações voluntárias realizadas são capazes de melhorar os resultados
sociais da atividade da organização, de modo que o desejo pessoal e o organizacional vão no mesmo
sentido. Os trechos a seguir esclarecem essa questão.
Depois que eu entrei como servidora, eu entendi o sentido daquilo tudo, vi a diferença que
nossa instituição pode fazer na vida de muita gente (...) percebi que os ifs mudam a
realidade de muita gente (...) eu já tinha essa coisa de trabalho voluntário, mas lá dentro,
eu enxerguei que podia ampliar muito mais minha visão nisso, a gente aqui está fazendo
alguma coisa como servidor, (...) é uma instituição que olha e pode olhar muito para o
social também. (Entrevistado 1, 2022).
Assim, no caso das instituições públicas, a realização estratégica não é feita em detrimento
da necessidade social, pelo contrário, estrategicamente alinhadas, as ações voluntárias de
servidores nessa área podem contribuir com a oferta do serviço de educação pública, que é de
interesse coletivo. Segundo o Ipea (2016), o sucesso das instituições de ensino em manter alunos e
promover o desenvolvimento profissional pode ser uma ferramenta para distanciar crianças e
jovens de atividades criminosas. Ou seja, o sucesso dessas instituições impacta ainda em outras
políticas ou processos sociais, como segurança pública e empregabilidade. Dois dos entrevistados
(4,14) enxergaram a atração e manutenção de alunos como efeitos possíveis do voluntariado.
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Contribuições pessoais também foram apontadas, dentre elas: mais empatia e humanidade
(1), propósito pelo qual lutar (2), conhecer pessoas da instituição (2, 11, 12, 15), bem-estar (3, 4, 8,
9, 11, 13, 15), desenvolvimento ou aperfeiçoamento de conhecimento e habilidades (5, 7, 12),
crescimento pessoal (6, 13) e cumprimento do papel social (10, 11, 14, 16). Sobre o bem-estar,
benefício mais falado, tem-se as falas do entrevistado 3 “(...) é uma coisa que eu gosto de fazer eu
me sinto bem fazendo isso” e do entrevistado 4 “Uma realização no sentido de que todo
voluntariado traz, que é satisfação pessoal de estar ajudando alguém, ou simplesmente aquele
prazer de estar ajudando uma pessoa”.
Quanto à motivação, alguns dos entrevistados relatam que participaram de atividades
voluntárias pela necessidade de reagir diante de uma situação social ou ambiental precária, assim,
não se tratava de ações planejadas, mas reativas (3, 4, 8, 15). Todavia, outras questões foram
mencionadas, a Tabela 10 mostra as principais dimensões com os possíveis itens correspondentes,
definidos a partir dos relatos dos servidores entrevistados.
Tabela 10
Dimensões da motivação para o voluntariado dos servidores das Ifes
Apoio Receber o apoio necessário à (...) a questão de infraestrutura faz a gente desistir de
institucional execução das atividades alguns de algumas ações voluntárias (...) (Entrevistado 9,
voluntárias 2022)
Ter acesso às oportunidades de (...) tem vários projetos de extensão em que nós
voluntariado podemos ser voluntários e que a gente não conhece
quais ou como a gente pode se voluntariar e participar
deles (...) (Entrevistado 2, 2022)
Ter meios para validar minha (...) eu acho que deveria ter uma forma de a gente
participação voluntária formalizar o voluntariado, não adianta incentivar a
pessoa ser voluntária e esse voluntariado ele ficar num
espaço que ninguém consegue enxergar (...)
(Entrevistado 9, 2022)
Contar com regulamentação (...) eu tenho a portaria, então, eu acho que esses
interna que resguarde minha instrumentos normativos formalizam e ajudam
atuação voluntária (Entrevistado 7, 2022)
Impacto social Maximizar o impacto social da Promover uma educação transformadora, então, eu acho
atividade da minha instituição que isso é o primeiro ganho e, por tabela, como
consequência vem a questão do reconhecimento da
instituição. (Entrevistado 10, 2022)
Ver a contribuição da minha (...) eu acredito que esse tipo de ação (...) ajuda nisso, o
atividade voluntária na mudança aluno ali se sente amparado, realmente, em que outro
social causada pela minha local, que outra instituição que ele vai ter esse tipo de
instituição amparo? (Entrevistado 4, 2022)
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.
e pode favorecer a criação de uma percepção coletiva sobre a questão. Além disso, registrou-se a
carência de uma melhor regulamentação e delimitação do que essa atividade representa. Essa
necessidade da existência de normas, também apresentada na dimensão apoio institucional,
ressalta o olhar dos servidores para a questão da legalidade inerente ao ambiente público.
O possível impacto dessas ações na imagem do serviço público, que pode auxiliar na reversão
da reputação negativa existente, tratada por Ribeiro e Mancebo (2013), também foi mencionado,
conforme trecho de uma das entrevistas:
(...) às vezes, por ser serviço público, está numa caixa daquilo que não faz nada, não faz
nada além do que está escrito, e num momento como esse consegue mostrar à
comunidade que a gente vai além do que pensa o senso comum do que é serviço público
(...) (Entrevistado 16, 2022).
Conclusões
O presente estudo teve o intuito de verificar a influência de aspectos contextuais e
motivacionais para a prática de voluntariado por servidores das Instituições Federais de Ensino
Superior. Como resultados, em análise quantitativa, constatou-se que a motivação para o
voluntariado dos servidores públicos possui similaridade com a motivação das pessoas que atuam
no terceiro setor, de modo que também pode ser explicada a partir das dimensões Altruísmo, Justiça
Social, Afiliativo, Aprendizado e Egoísta.
Como resultado da análise do perfil de motivação para o voluntariado dos servidores das
Ifes, constatou-se que os motivos das dimensões Egoísta e Afiliativo são menos presentes, já os
motivos das dimensões Altruísmo e Justiça Social obtiveram uma média maior de concordância
quanto à sua relevância para representar a expectativa para realização de atividade voluntária. Em
se tratando de ações de voluntariado corporativo, esse resultado destoa da análise realizada por
Rodell et al. (2016), que menciona os motivos egoístas como mais significativos para essas ações.
Contudo, considerando a necessidade de incluir variáveis do contexto organizacional por se
tratar de atuação voluntária incentivada pela organização, a análise qualitativa permitiu o
mapeamento de outras quatro dimensões que podem influenciar a motivação para o voluntariado
dos servidores. Assim, propõem-se que a motivação do servidores públicos que atuam nas Ifes em
ações de voluntariado promovidas na instituição pode ser influenciada pelas dimensões Altruísmo,
Justiça Social, Afiliativo, Aprendizado, Egoísta, Cidadania Organizacional, Apoio dos Pares, Apoio
Institucional e Impacto Social.
Os resultados podem ser utilizados pelas instituições no sentido de orientar a realização de
ações de voluntariado voltadas ao atendimento das expectativas dos servidores. Para Van Schie et
al (2018), esse alinhamento entre as ações e os interesses dos funcionários pode aumentar a
probabilidade de engajamento. Assim, considerando os resultados integrados, poderão gerar
engajamento: a promoção de ações que possibilitem a realização da responsabilidade social, a
interação cooperativa com colegas de trabalho, a oferta de apoio institucional para as ações, além
de demonstrações quanto ao seu impacto social.
Constatou-se ainda que a principal diferença entre as atividades voluntárias realizadas pelas
Ifes e a teoria sobre o voluntariado corporativo é quanto ao direcionamento das ações.
Considerando que parte dos servidores entrevistados foram convidados pela sua atuação
voluntária, estes se enxergam como voluntários, mesmo que sua atuação ocorra dentro da própria
organização. Esse resultado se contrapõe ao escopo desse tipo de voluntariado apresentado por
Rodell et al. (2016). Segundos os autores, essas atividades se destinam a um grupo ou uma
organização externa sem fins lucrativos. Todavia, o voluntariado dos servidores investido na atuação
institucional, por si só, se traduz na melhoria de um serviço de interesse coletivo. Ademais, muitas
ações foram desenvolvidas diretamente junto à comunidade, trazendo ganhos sociais além dos
esperados da atividade organizacional.
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Financiamento
Os autores agradecem o apoio financeiro do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da
Paraíba (IFPB).
Autoria
Izabele Cristina Linhares Diniz Ariete
Mestra em administração pela Universidade Federal de Campina Grande. Administradora no
Instituto Federal da Paraíba (IFPB) e docente cadastrada na Escola Nacional de Administração
Pública (Enap). Faz parte do Núcleo de Estudos em Gestão Inteligente e Sociedade (Negis), com
pesquisas nas áreas de gestão de pessoas e voluntariado corporativo.
E-mail: [email protected]
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9929-6507?lang=en
Conflito de interesses
Os autores informam que não há conflito de interesses.
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Linguagem inclusiva
Os autores usam linguagem inclusiva que reconhece a diversidade, demonstra respeito por todas as
pessoas, é sensível a diferenças e promove oportunidades iguais.
Verificação de plágio
A O&S submete todos os documentos aprovados para a publicação à verificação de plágio, mediante
o uso de ferramenta específica.
Disponibilidade de dados
A O&S incentiva o compartilhamento de dados. Entretanto, por respeito a ditames éticos, não
requer a divulgação de qualquer meio de identificação dos participantes de pesquisa, preservando
plenamente sua privacidade. A prática do open data busca assegurar a transparência dos resultados
da pesquisa, sem que seja revelada a identidade dos participantes da pesquisa.
A O&S é signatária do DORA (The Declaration on Research Assessment) e do COPE (Committee on Publication Ethics).