Pesquisa Operacional - Und 1
Pesquisa Operacional - Und 1
PESQUISA OPERACIONAL
UNIDADE 1 - A PESQUISA OPERACIONAL E
SUAS APLICAÇÕ ES
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Introdução
A tomada de decisão é um dos termos mais comuns em ambientes corporativos e corresponde à necessidade
de se escolher, entre opçõ es viáveis, aquela que trará mais benefícios à organização. Assim como uma escolha
pode render ó timos frutos, também pode levar a empresa a deixar de lucrar com seus recursos disponíveis e,
no pior dos cenários, trazer prejuízos. Porém, primeiramente, devemos responder: quais são as opçõ es viáveis
de um negó cio?
No ambiente organizacional, a tomada de decisão está, geralmente, dentro dos níveis estratégicos e táticos,
que dispendem de maiores responsabilidades. Em nível de longo prazo, essas decisõ es são uma das mais
estudadas pelos especialistas, já que, nesse patamar, interferem de maneira ainda mais pronunciada que os
demais.
Essa ló gica está relacionada a uma questão importante: a vantagem competitiva, que é quando uma empresa
está aferindo retornos acima da média de seus concorrentes. Com o mercado cada dia mais acirrado,
dependendo da estratégia adotada pela empresa, manter vantagem competitiva acaba sendo uma maneira de
sobrevivência, principalmente para aquelas que adotam a estratégia de foco em custos.
Assim, elucidada a importância da tomada de decisão, surge uma questão importante para aqueles que estão
encarregados dessa tarefa: qual a melhor opção, entre as viáveis, que se deve escolher? Evidentemente, em
uma ló gica de apreciação de lucros, deve-se optar por aquela que maximize esse lucro e, analogamente,
quando se tratar de mensuração de custos, a opção ó tima será aquela que garante o custo mínimo.
Entendida essa questão e dentro do contexto da Engenharia, que é responsável, entre outras coisas, por
resolver problemas por meio de desenvolvimentos matemáticos, outra questão aparece: como garantir que a
melhor opção foi a escolhida? Bom, essa pergunta é, sem sombra de dú vidas, mais complexa que a anterior.
Mas a grande vantagem é que existe uma resposta para ela: utilizando-se técnicas matemáticas que sustentem
a investigação. Nesse contexto, falaremos aqui sobre a Pesquisa Operacional, que é responsável por apoiar a
tomada de decisão, por meio de modelagem e resolução de problemas matemáticos. Legal, não é mesmo?
Nada melhor que uma decisão, algo tão complexo, podendo ser embasada por métodos matemáticos, que
trazem resultados exatos ou estimados com alto índice de confiança.
Vamos, então, conhecer essa incrível ciência denominada Pesquisa Operacional ou, simplesmente, PO?
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A PO é um ramo muito promissor, você deve ter notado, já que resolve problemas por meio de modelos
matemáticos que auxiliam a garantia de otimalidade da solução encontrada. Assim, muitas áreas das ciências
estudam a Pesquisa Operacional, cada qual com sua especificação: por exemplo, por ser uma parte da
Matemática Aplicada, matemáticos estão sempre aprimorando modelos e encontrando suas soluçõ es. Já os
cientistas da computação, analisam esses modelos e os trazem para algoritmos, que devem ser modelados e
resolvidos para trazerem a solução ó tima. Outras ciências também buscam a PO nessa perspectiva, como
Engenharias de Computação, Elétrica etc. A Engenharia de Produção, por sua vez, trata a PO no sentido de
trazer os problemas da realidade para uma modelagem matemática e busca os métodos desenvolvidos até
então, os quais podem ser aplicados na solução dessa realidade trazida para equaçõ es, gráficos, modelos etc.
Todo problema de PO está relacionado a um objetivo, conforme falado, geralmente de minimizar custos ou
maximizar lucros, acompanhados de restriçõ es que o ambiente traz a esse problema, podendo ser de aspectos
humanos, sociais, políticos, econô micos, tecnoló gicos etc. (MURTHY, 2007).
Como a PO nasceu há várias décadas e várias áreas da ciência a aprimoram cada vez mais, atualmente sua
utilização, como uma eficiente ferramenta em todos os níveis de gestão, é uma realidade acessível (ANDRADE,
2009). Avanços em programas computacionais também são responsáveis por esse desenvolvimento, pois a
PO necessita desses programas para encontrar a solução ó tima dos problemas (GOLDBARG; LUNA, 2005).
Murthy (2007) apresenta, de forma clara, como a PO é dividida e aplicada em cada um dos seus diferentes
problemas e ambientes. A figura a seguir apresenta essa divisão.
Nota-se, então, que quanto mais simples e bem estruturados são os problemas (os quais, geralmente, se
encontram em ambientes tranquilos e uniformes), mais bem aplicável é a utilização de métodos quantitativos
– isso em relação aos ambientes turbulentos, que contam com problemas complexos e mal estruturados,
sendo que, a esses, as técnicas qualitativas são mais utilizáveis. Taha (2008) traz uma importante
consideração: nem sempre soluçõ es matemáticas são a pedra fundamental, já que, em alguns casos, o ‘bom
senso’ pode ser levado em consideração para encontrar soluçõ es por meio de simples observaçõ es.
Para ficar mais claro, Belfiore e Fávero (2013) dividem os problemas resolvidos por PO em três grupos. Clique
nas abas e conheça-os.
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Modelos determinísticos
As variáveis envolvidas são conhecidas e constantes. Esse tipo de modelo quantitativo traz a
resposta ó tima ao problema, ou seja, caso você siga à risca o que foi proposto, seu objetivo será o
mais ó timo possível, respeitando as restriçõ es do problema. A Programação Linear, uma das mais
poderosas ferramentas da PO, é um exemplo de modelo determinístico.
Modelos estocásticos
As variáveis são aleató rias e definidas por funçõ es de probabilidade. Esse tipo é muito comum em
simulação de processos e outros modelos que contem com estatísticas para solução. Por mais que
não sejam exatos como o primeiro tipo, esses modelos podem trazer confianças de solução de até
99%, dependendo de como os dados são tratados.
Nesses, mais complexos, podem os dois tipos de variáveis estarem associados. Geralmente, são
desenvolvidos para casos específicos.
Está curioso para saber como que um problema real pode ser modelado por meio de técnicas matemáticas?
Então, venha ver. Abordaremos, primeiramente, a Programação Linear (PL), clássica da PO. Ninguém pode
dizer que sabe Pesquisa Operacional se não souber PL. Depois, veremos modelagem em grafos ou redes, que é
também interessantíssima para a resolução de problemas.
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VOCÊ O CONHECE?
Felipe Martins Mü ller é o atual presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa
Operacional. Graduado, mestre e doutor em Engenharia Elé trica, o pesquisador tem
muita experiê ncia na á rea de PO, tendo em seu currículo mais de 150 publicações na
á rea, alé m de ter orientado diversos alunos em nível de graduaçã o e pós-graduaçã o. É
professor da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul (CURRÍCULO
LATTES, 2019).
Uma consideração é importante mencionar: conforme você já deve imaginar, existem muitas técnicas de PO e,
evidentemente, você não verá todas. Nem mesmo os grandes especialistas de Pesquisa Operacional
conseguem acompanhar todo o desenvolvimento da área. Mas fique tranquilo: as principais e mais utilizadas
técnicas serão abordadas, o que fará com que você tenha uma vasta noção de modelagem. A partir daí, caso
sua necessidade futura dentro do ambiente empresarial venha a pedir novas técnicas, você saberá exatamente
de onde partir para conseguir chegar até lá.
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Agora, é hora de praticar o que você viu até aqui. Leia o texto a seguir.
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VAMOS PRATICAR?
Agora você já conhece os componentes de um Problema de Programaçã o
as variáveis de decisã o, as restrições e a funçã o objetivo. Antes de pross
leitura, faça o seguinte: imagine um problema que você precise minim
custos ou maximizar os lucros. Pode ser de uma lanchonete que você c
frequentar. Pense que o gestor do lugar o contratou para auxiliar na tom
decisã o. Elabore o problema e descreva, suscintamente, quais ser
componentes envolvidos nesse problema: as variáveis, as restrições e a
objetivo. Ao prosseguir a leitura da unidade, repare nos aspectos que você
e os que ficaram a desejar, para ficar ainda mais claro o entendime
conteú do.
E a parte mais interessante da PL: sua aplicabilidade. A Programação Linear pode ser usada para resolução de
problemas das mais variadas áreas existentes, principalmente no contexto produtivo. Pode determinar a
quantidade de cada produto a ser fabricado, dentro de um portfó lio de uma empresa ou, até mesmo,
determinar as quantidades ó timas de cada matéria-prima que compõ e um produto, visando a minimizar os
custos de produção. Podem também, na área financeira, determinar quais são as aplicaçõ es mais interessantes
para se selecionar em uma carteira de investimentos.
Ainda, na logística, métodos de PL podem ser utilizados para determinação de rotas mais curtas entre um
Centro de Distribuição (CD) e outro (ou vários outros) cliente(s), ou pode-se, então, utilizar o método
apresentado na pró xima subseção. Na mineração, é muito comum o uso de PO na determinação da
composição do minério de ferro, o que chamamos de blendagem mineral.
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Legal, mas ciências exatas devem ser aprendidas na prática, não é mesmo? Então, acompanhe esse exemplo,
retirado da obra de Silva et al. (2010, p. 5), para ficar ainda mais claro o que estamos vendo sobre a
modelagem de PPL.
Exemplo 1
Certa empresa fabrica dois produtos: P1 e P2. O lucro unitário do produto P1 é de R$ 1.000,00, e o lucro de P2
é R$ 1.800,00. A empresa precisa de 20 horas para fabricar uma unidade de P1, e de 30 horas para fabricar uma
unidade de P2. O tempo anual de produção disponível para isso é de 1.200 horas. A demanda esperada para
cada produto é de 40 unidades anuais para P1, e 30 unidades anuais para P2. Sendo assim, qual seria o plano
de produção para que a empresa maximize seu lucro nesses itens? Construa o modelo de PPL para esse caso.
Esse é um clássico problema de mix de produção. Para a modelagem desse problema, precisamos destacar os
três itens que acabamos de definir:
a) Variáveis de decisão: como a decisão é um plano de produção, as variáveis correspondem a quantos
produtos de cada, P1 e P2, devem ser produzidos.
Assim, as variáveis de decisão do modelo são:
b) Função objetivo: o pró prio enunciado traz que se trata de um problema de maximização de lucro. Como
cada produto rende um lucro específico, a f.o fica da seguinte forma:
Assim, como as variáveis de decisão são responsáveis por, ao fim do modelo, trazer a quantidade a ser
produzida de cada item, ao substituirmos seus valores na função objetivo, será dado o valor do lucro gerado
pela otimização, que é o maior lucro possível do problema, segundo suas características.
c) Restrições: são definidas pelo pró prio enunciado. Devem ser cuidadosamente analisadas, de modo que
retratem exatamente o problema real.
- Restriçõ es de horas disponíveis para a produção: sabendo-se que existem 1.200 horas disponíveis para esse
plano e que o produto P1 exige 20 horas de fabricação e o P2 necessita de 30 horas, essa restrição fica assim:
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- Restriçõ es de demanda: cada produto, segundo o problema, possui uma demanda mínima, que deve ser
cumprida no plano de produção para evitar perda de vendas. Note que, como se trata de demanda esperada, as
restriçõ es são de fabricar no máximo o que se espera para evitar geração de estoques.
Esses dois conjuntos de restriçõ es, que geraram três inequaçõ es lineares, formam o conjunto denominado
restriçõ es técnicas do modelo. Ainda, todos os problemas de PL devem sempre apresentar as restriçõ es de não
negatividade, que garantem que as variáveis de decisão não assumam valores negativos, por uma questão
ló gica: pode-se produzir ou deixar de produzir itens, porém produzir negativamente é impossível.
Dessa forma, as restriçõ es de não negatividade do exemplo são:
Pronto, o problema está todo modelado. Em resumo, sua representação fica da seguinte forma:
Sujeito a
E como seria, então, a formulação de um problema que visa à minimização? Bom, é um modelo de PPL que
segue as mesmas ló gicas do de maximização: possui as variáveis de decisão, a função objetivo e, claro, as
restriçõ es – porém, a meta do problema é outra. Venha ver.
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CASO
O custo de produçã o do produto A é de R$ 50,00, e do produto B é de R$ 60,00. O
setor de marketing define que a produçã o de A e B deve ser, no mínimo, 100 e
200 itens, respectivamente. Para a produçã o de A, necessita-se de 40 kg de
maté ria-prima, ao passo que B exige 30 kg. O total de maté ria-prima disponível
sã o 200 kg mensais. Qual o modelo de fabricaçã o que retorne no mínimo custo?
Analogamente ao exemplo anterior, neste, as variáveis de decisã o sã o:
Sujeito a
Viu só que legal? Não é incrível esse poder de transformar um problema real em um conjunto de funçõ es
matemáticas a serem resolvidas por métodos exatos, a fim de trazerem a solução ó tima do problema?
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Lembre-se de um detalhe importante: quando se fala em uma solução ótima, quer dizer que, dentro do
contexto do problema, considerando as suas restriçõ es e sua função objetivo, ela é aquela que traz o melhor
valor global do problema, ou seja, o máximo de retorno possível em uma função de maximizar, ocorrendo, de
forma análoga, para funçõ es de minimizar.
Existe também o conceito de solução otimizada que, diferentemente da anterior, não necessariamente é a
ó tima global, mas pode ser uma ó tima local. Geralmente, esse termo é utilizado em problemas qualitativos,
em que encontrar o ó timo global é uma tarefa complexa. Portanto, grande parte dos problemas com solução
ó tima advém do tipo determinístico, porém a recíproca não é verdadeira: nem todo problema determinístico
gerará uma solução ó tima, podendo, então, responder a uma solução otimizada.
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Quando vir uma rede, certamente você imaginou diversos problemas que podem ser resolvidos com esse tipo
de modelagem, não é mesmo? Enumeraremos alguns, presentes também na literatura de Taha (2008). Clique
nas abas.
•
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Imagine um projeto que seja interligar algumas cidades com pavimentação asfáltica. Essas cidades
possuem diferentes conexõ es, e o projeto é fazer a conexão entre todas. Nesse caso, cada cidade será
representada por um nó , e as conexõ es entre elas pelos arcos. O objetivo é encontrar a árvore
geradora mínima que interligue esses pontos.
Um Centro de Distribuição (CD) pode estar presente em um nó de uma rede e seus clientes
representados nos outros nó s. A utilização de algoritmos de caminho mínimo permite dizer, com
exatidão, quais são os caminhos a serem seguidos para se chegar de um nó ao outro com a menor
distância possível.
Muitos produtos podem ser escoados por uma rede de dutos, onde a origem e o destinatário são
definidos como nó s, assim como os sistemas de bombeamento ao longo da rede, ao passo que os
arcos são os pró prios dutos com suas respectivas capacidades de transferência de material. A
aplicação do algoritmo de fluxo máximo, nesse caso, viabiliza encontrar qual a quantidade máxima
de material pode ser escoada da origem ao destino, considerando a malha modelada. Analogias para
circulação de carros em estradas, por exemplo, podem ser aplicadas a esse caso.
Projetos com atividades definidas podem ser modelados em formato de rede, onde os nó s
representam o início e o fim de cada atividade, e essa atividade é definida por um arco, com
capacidade igual à sua duração. A modelagem da rede deve considerar as dependências entre as
atividades, e a otimização da rede trará aspectos relacionados ao tempo mínimo em que o projeto
pode ser executado, quão cedo e quão tarde pode-se iniciar e terminar cada tarefa e quais são as
atividades críticas desse projeto, ou seja, aquelas que dispendem mais atenção.
É hora de fixar os conceitos que vimos. Vamos lá? Leia o texto a seguir.
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VAMOS PRATICAR?
Agora você já conhece os quatro principais tipos de problemas dentro do c
da Engenharia, que podem ser modelados e resolvidos por meio de graf
exercitar a aplicabilidade, pense em problemas reais que você vive
cotidiano que poderiam ser resolvidos por Pesquisa Operacional. Imagine
de carros em ruas e rodovias, a conexã o de cabos de energia da cidade...
os casos e assimile cada um a um tipo de rede que pode auxiliar na otimiza
Definidos os tipos clássicos de modelagem em redes e grafos, tem-se uma ideia de como é a modelagem
relacionada a esses métodos da Pesquisa Operacional. Geralmente, as informaçõ es a serem transferidas a uma
modelagem em redes podem vir de um mapa, que apresenta as distâncias entre os pontos a serem conectados,
por exemplo.
Distância é um dos tipos de limitadores dos arcos das redes mais utilizados, porém outros tipos podem ser
empregados, dependendo da sua demanda: custos de transporte, transação, quantidade suportada de tráfego
por unidade de tempo e outros também podem ser usados com a devida interpretação.
Similar às PPLs, os problemas em redes também precisam de objetivo e restriçõ es, porém são realizados de
uma maneira diferente. O objetivo, geralmente, está ligado a uma das quatro opçõ es que listamos acima, seja
minimizar distâncias, maximizar fluxos etc. Já as restriçõ es são dadas ao desenhar a rede, que consiste na
definição das possíveis conexõ es e seus limitadores. Uma observação muito importante é notar se o arco é
direcional ou não.
Caso o arco seja direcional, ele comportará apenas um valor, que é o quantitativo suportado para a direção. Um
arco bidirecional deverá ter dois valores, isto é, o valor que ele suporta no processo de ida e no processo de
volta, considerando o caminho de um nó para o outro. Caso, em arcos bidirecionais, seja dado apenas um
valor, indica que ele é válido para a ida e para a volta. Veja o exemplo a seguir, retirado da obra de Taha (2008):
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Conforme podemos verificar na rede apresentada na figura anterior, como não apresenta setas, os fluxos são
bidirecionais, ou seja, a uma milha de distância entre os nó s 1 e 2 é válida tanto de 1 indo para 2 quanto de 2
indo para 1. Essa rede pode ser utilizada para diversos casos: pode-se requerer a conexão entre todas as
cidades com a menor distância possível; pode-se querer sair do nó 1 e ir até o nó 6 usando-se o menor
caminho possível (note que existem várias possibilidades de se fazer esse trajeto); e também pode-se
imaginar que isso seja uma rota de estradas, em que os valores apresentam a quantidade (em milhares) de
carros por hora que cada pista (arco) consegue escoar, visando a encontrar qual o fluxo máximo de carros essa
malha viária comporta.
Adaptação à necessidade específica é um dos termos pró prios quando o assunto é Pesquisa Operacional.
Os modelos clássicos são apresentados de forma que você desenvolva o conhecimento e, quando submetido a
aplicaçõ es práticas, saiba exatamente qual o modelo se encaixa melhor para a resolução do problema, mesmo
que sejam necessárias adaptaçõ es no que se encontra na literatura.
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1ª regra
Cada atividade é representada por um, e apenas
um, arco.
2ª regra
Cada atividade deve ser identificada por dois nó s
finais distintos.
3ª regra
Todas as relaçõ es de precedência devem ser
respeitadas.
Para garantir que as três regras sejam cumpridas, observe a figura a seguir. Como as regras não permitem a
primeira representação, foram criadas aquilo que chamamos de atividades fantasmas, que são utilizadas
apenas para garantir a dependência entre atividades. É feita por um arco tracejado, de nome qualquer, com
duração igual a zero. Na primeira representação do segundo retângulo, por exemplo, está mostrando que, para
iniciar qualquer atividade a partir do nó 3, as atividades A e B já devem ter sido concluídas.
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A primeira parte de todo problema de PO é a modelagem, e aqui não é diferente. Apó s a modelagem é que
podem seguir os demais cálculos que auxiliarão na otimização. Por enquanto, preocupemo-nos apenas com a
construção da rede PERT/CPM, que será exibida a seguir, em um exemplo extraído de Tubino (2009).
Exemplo 2
No quadro a seguir, é apresentada a lista de atividades de um projeto, com suas respectivas duraçõ es e
dependências. Pede-se que seja modelada a rede PERT/CPM que represente o problema.
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As atividades apresentadas vão de acordo com cada projeto. Esse é um modelo genérico, mas poderia se tratar
de qualquer projeto, como a construção de um edifício, um evento de casamento etc. Mais detalhes de projetos
são encontrados em literaturas e disciplinas específicas, cabendo à PO se preocupar apenas na otimização
deles.
Para a montagem da rede, o quadro como um todo deve ser observado. Primeiramente, parte-se daquelas
atividades que não possuem nenhuma dependência, no caso, as atividades A e B. Assim, do primeiro nó dessa
rede, que aqui também podemos chamar de evento, saem essas duas atividades com suas respectivas
duraçõ es. Posteriormente, as atividades seguintes são representadas respeitando suas dependências. Note que
a atividade C depende da conclusão da atividade A, portanto, seu nó de início é comum ao nó de fim da
atividade A.
Duas são as atividades que dependem da finalização da atividade B: portanto, do nó (evento) de conclusão da
atividade B, sairão dois arcos com as atividades D e E. Essa ló gica se repete até o fim da modelagem, que é
apresentada na figura a seguir.
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Legal, vimos como é modelada uma rede PERT/CPM, mas ainda faltou um detalhe que foi mencionado: a
utilização de atividades fantasmas. Agora, vejamos um exemplo retirado de Taha (2008) utilizando o conceito
de caminho fantasma.
Exemplo 3
Construa a rede PERT/CPM das atividades listadas no quadro a seguir.
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Assim como no exemplo anterior, as atividades A, B, C e D, sem dependências, partem do evento inicial (1).
Como a atividade E depende da finalização das atividades A e B, é criada uma atividade fantasma de duração
zero, para garantir que a atividade E apenas se inicie quando A e B tenham sido completadas.
VAMOS PRATICAR?
Acabamos de conhecer a modelagem de redes do tipo PERT/CPM. Vim
devemos obedecer à s dependê ncias das atividades e, quando nec
utilizarmos os caminhos fantasmas. Agora, faremos algo para você levar
prá tica os conceitos aqui estudados: analisando a rede modelada na F
delineada pelo Quadro 2, esboce nesse quadro um projeto real: imag
projeto que deva possuir essas atividades e suas respectivas dependê ncia
um casamento, a realizaçã o de um churrasco, a abertura de uma empresa,
Faça o ‘fluxo reverso’ da modelagem, para entender a aplicabilidade do con
Agora você já conhece os quatro tipos principais de redes e como cada um deles é modelado. Use a abuse
desse conhecimento em prol da otimização dos problemas que possam vir a ficar sob sua responsabilidade
no futuro.
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VOCÊ SABIA?
A Programaçã o Linear trabalha com vá rias soluções que atendem à s restrições do
problema, denominadas soluções viáveis, e dentro dessas soluções viáveis, existe
aquela que retorna o valor má ximo (em funções de max) ou mínimo (em funções
de min), as quais sã o denominadas soluções ótimas. Uma soluçã o ótima é
sempre viável, mas a recíproca nã o é verdadeira. Um problema pode apresentar
mais de uma soluçã o ótima, contanto que o valor da funçã o objetivo, para as
diferentes soluções, seja o mesmo.
Já para os problemas em redes que vimos, as ló gicas que devem estar na nossa cabeça estão relacionadas ao
que o problema deseja e como é feita a relação dos arcos e nó s. A partir daí, busca-se o objetivo.
A sugestão, no momento, é que você entenda como é feita a transformação de problemas reais em métodos
matemáticos. Em hipó tese alguma deixe de transformar alguma restrição de sua realidade em uma restrição
matemática, pois isso pode descaracterizar totalmente sua otimização. Além disso, quando for planejar uma
rede, trace exatamente todas as conexõ es possíveis com suas respectivas capacidades. Se os mesmos arcos
possuírem diferentes capacidades, não deixe de deixar isso claro também, para que a solução traga a resposta
ó tima.
Síntese
Acabamos de conhecer, nesta unidade, os conceitos introdutó rios de Pesquisa Operacional, ciência
responsável por auxiliar gestores na tomada de decisão nos mais variados níveis organizacionais. A princípio,
conhecemos os fundamentos principais de um modelo de PO, que estão relacionados à modelagem do
problema.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
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