🩺HIPERTENSÃO ARTERIAL
SISTÊMICA (HAS),
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA,
MIOCARDIOPATIAS
📚 1. DEFINIÇÃO
HAS é uma doença crônica multifatorial caracterizada pela elevação
persistente da pressão arterial, com risco cardiovascular aumentado e
lesão de órgãos-alvo (LOA).
É assintomática na maioria dos casos.
Diagnóstico clínico (segundo Diretriz Brasileira 2020)
PA ≥ 140x90 mmHg em pelo menos duas ocasiões diferentes, com técnica
correta e sem medicação.
Diferença > 15mmHg: alto risco cardiovascular;
Confirmar com:
MRPA (Medida Residencial da PA)
MAPA 24h (Monitorização Ambulatorial da PA)
📊 2. CLASSIFICAÇÃO DA HAS (Diretriz Brasileira)
Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg)
Normal < 120 < 80
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Pré-hipertensão (PA elevada) 120–139 80–89
Estágio 1 140–159 90–99
Estágio 2 160–179 100–109
Estágio 3 ≥ 180 ≥ 110
🧬 3. FISIOPATOLOGIA
Disfunção endotelial: ↓ produção de NO, ↑ citocinas inflamatórias.
Aumento da resistência vascular periférica (RVP).
Estímulo ao sistema nervoso simpático e sistema renina-angiotensina-
aldosterona (SRAA).
Proliferação da musculatura lisa → aterosclerose.
⚠️ 4. FENÔMENOS DIAGNÓSTICOS ESPECIAIS
Fenômeno Definição
Hipertensão do
PA alta no consultório, normal em casa (MAPA/MRPA)
avental branco
Hipertensão
PA normal no consultório, alta fora dele
mascarada
Hipertensão PA ≥ 140x90 com 3 ou mais fármacos otimizados (incluindo
resistente tiazídico)
PA ≥ 140x90 com 5 ou mais fármacos, incluindo espironolactona
Hipertensão refratária
e diurético de alça
Pseudo-crise
PA muito elevada sem LOA, geralmente por ansiedade
hipertensiva
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📋 5. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR
Avaliação do risco:
1. Nível pressórico
2. Fatores de risco adicionais (ex: dislipidemia, tabagismo, DM, sedentarismo,
obesidade)
3. Lesão de órgão-alvo (LOA):
ECG: hipertrofia ventricular esquerda
Creatinina > 1,2 mg/dL ou microalbuminúria
Retinopatia hipertensiva (fundoscopia)
4. Doença cardiovascular estabelecida (AVC, IAM, DRC)
Grau de risco:
Classificação Critérios
Baixo risco Estágio 1 + sem fator de risco
Moderado risco Estágio 1 + 1 a 2 fatores de risco
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Alto risco Estágio 2–3 OU LOA OU ≥ 3 fatores de risco OU DM sem LOA
Muito alto risco HAS + doença cardiovascular ou renal estabelecida OU DM com LOA
🎯 6. CONDUTA DE ACORDO COM O ESTÁGIO E RISCO
Estágio / Risco Conduta Inicial
PA elevada (pré-
Mudança de estilo de vida + reavaliação periódica
HAS)
Estágio 1 + baixo Mudança de estilo de vida por 3–6 meses; se falhar, iniciar
risco fármacos
Estágio 1 + risco ≥
Mudança de estilo de vida + tratamento medicamentoso imediato
moderado
Estágio 2 ou 3 Início imediato de fármacos + medidas não medicamentosas
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🏃♀️ 7. TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO
Dieta DASH
Sódio < 2g/dia (5g sal)
Potássio alimentar adequado
Atividade física: ≥ 150min/semana (moderada)
Redução de peso (IMC < 25 kg/m²)
Álcool: máximo 30g/dia
Parar tabagismo
Controle do estresse e espiritualidade
💊 8. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
Objetivos:
Reduzir PA para < 130x80 mmHg (na maioria dos pacientes)
Reduzir morbimortalidade CV
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Classes principais:
Classes preferenciais:
1-diuréticos tiazídicos
2-bloqueadores do canal de cálcio
3-Inibidores receptor de angiotensina/bloq. Receptores At1
4-betabloqueadores: preferível se IAM, angina, ICFer, controle de FC,
mulheres com potencial de engravidar
Mecanismo de
Classe Exemplos Efeitos adversos
ação
Inibe ECA, ↓ Enalapril, Tosse seca,
IECA
angiotensina II captopril angioedema, hiperK
Bloqueia receptor Losartana,
BRA Rash, exantema
AT1 valsartana
HipoK,
Natriurético no HCTZ,
Tiazídicos hipomagnesemia,
túbulo distal clortalidona
hiperuricemia
BCC (di- Vasodilatador Anlodipino, Edema maleolar, rubor,
hidropiridínico) arterial nifedipino cefaleia
BCC (não di- Diminui FC e Verapamil,
Bradicardia, IC
hidropiridínico) contratilidade diltiazem
Atenolol, Bradicardia, disfunção
Betabloqueadores ↓ DC e renina
metoprolol sexual
Espironolactona (4ª Antagonista da
— Ginecomastia, hiperK
droga) aldosterona
Vasodilatação Prazosina,
Alfabloqueadores Hipotensão postural
periférica doxazosina
Simpaticolíticos Clonidina, Boca seca, sonolência,
↓ centro vasomotor
centrais metildopa galactorreia
Vasodilatadores Relaxa musculatura Hidralazina, Taquicardia reflexa,
diretos lisa minoxidil lúpus-like
Inibe diretamente
Inibidor de renina Alisquireno Rash, diarreia
renina
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Esquemas terapêuticos:
Situação Conduta
HAS leve + baixo risco Monoterapia com IECA/BRA, BCC ou tiazídico
HAS estágio 2 ou alto Iniciar com dupla associação (ex: IECA + tiazídico ou IECA +
risco BCC)
HAS refratária Tripla associação + espironolactona
Evitar IECA + BRA juntos (aumenta risco sem benefício adicional)
🚨 9. CRISES HIPERTENSIVAS
Tipo Critério Conduta
Urgência Readequar tratamento anti-
PA ≥ 180x120 mmHg sem LOA aguda
hipertensiva hipertensivo
Emergência PA ≥ 180x120 mmHg com LOA aguda Redução controlada imediata
hipertensiva (ex: AVC, IAM, edema agudo) na 1H com EV hospitalar
Pseudo-crise PA muito elevada sem sintomas Acalmar, ansiolítico VO,
importantes ou LOA, geralmente reavaliar em 1h
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ansiosa
🚨 10. TERMOS IMPORTANTES
HA resistente: PA >= 140x90mmHg com uso de 3 ou + anti-hipertensivos em
doses otimizadas, sendo um deles um diurético tiazidico;
HA refrataria: HAR verdadeira que mantem PA > = 140x90mmHg mesmo com
5 ou + anti-hipertensivos incluindo a espironolactona e diuréticos longa ação;
5ª droga: beta bloqueador e/ou clonidina
Urgência hipertensiva: PAS> = 180 e/ou PAD >= 120mmHg sem LOA aguda e
sem risco iminente de morte;
Emergência hipertensiva: PAS > = 180 e/ou PAD > = 120mmHg com LOA
aguda e risco iminente de morte;
Pseudocrise hipertensiva: hipertensos tratados e não controlados ou em
hipertensos não tratados, com medidas de PA muitos elevadas, mas oligo ou
assintomático.
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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA (IC)
🧠 CONCEITO E FISIOPATOLOGIA
📌 Definição:
Síndrome clínica em que o coração não consegue bombear
sangue suficiente para atender às necessidades metabólicas
do organismo ou o faz às custas de altas pressões de
enchimento.
🧬 Fisiopatologia:
Agressão miocárdica → leva à ativação neuro-hormonal compensatória:
SNS: vasoconstrição, ↑ FC, ↑ contratilidade
SRAA: retenção de sal e água, ↑ volume, ↑ PA, hipertrofia
BNP: vasodilatação (mecanismo compensatório)
🫀 Fração de Ejeção (FEVE):
Percentual de sangue ejetado pelo VE a cada contração
Importante para classificação da IC
🩺 CLASSIFICAÇÃO DA IC
🔢 Pela Fração de Ejeção (FEVE):
ICFEreduzida: FEVE < 40%
ICFElevemente reduzida: FEVE entre 41–49%
ICFEpreservada: FEVE ≥ 50%
🧍 Pela gravidade dos sintomas:
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NYHA I a IV
🕐 Pela progressão:
IC aguda nova
IC crônica descompensada
🔍 DIAGNÓSTICO
✅ Diagnóstico é clínico!
Critérios de Framingham (2 maiores ou 1 maior + 2 menores)
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❗ Achados clínicos frequentes:
Dispneia (aos esforços, repouso, ortopneia, PND)
Edema periférico, estertores, B3, turgência jugular
Taquicardia, ascite, refluxo hepatojugular
🔬 EXAMES COMPLEMENTARES
🧪 Laboratoriais – Peptídeos Natriuréticos:
BNP / NT-proBNP:
O BNP é um neurohormonio secretado pelos ventrículos, aumentados em
casos de hipervolemia e sobrecarga de pressão
↑ em ICFEr
Valores baixos ajudam a excluir IC
Preferir NT-proBNP em uso de sacubitril-valsartana
Em pacientes em uso do medicamento sacubitril-valsartana, a inibição da
neprilisina pelo sacubitril promove elevação nos níveis séricos do BNP, mas
não do NT‑proBNP, interferindo na acurácia diagnóstica do BNP. Nestes
pacientes, devemos utilizar o NT-proBNP
Valores alterados por: idade, obesidade (↓), SCA, IRA, anemia
📈 Eletrocardiograma (ECG):
Avalia etiologia e causa da descompensação
🩻 Radiografia de Tórax:
Avalia área cardíaca e congestão pulmonar
⚠️ Rx normal não exclui IC, especialmente na crônica descompensada
🫀 Ecocardiograma:
Essencial em todos os pacientes com suspeita de IC
Repetir se mudança clínica ou após otimização terapêutica
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🧲 Ressonância Cardíaca:
Padrão-ouro para avaliar FEVE
💊 TRATAMENTO
🧱 PILARES DE SOBREVIDA (somente para ICFEr)
Reduzem mortalidade:
Betabloqueadores (metoprolol SUCC, bisoprolol, carvedilol)
IECA ou BRA
Inibidores da neprilisina (sacubitril-valsartana)
Espironolactona
SGLT2 (dapagliflozina, empagliflozina)
🚫 ICFEp: nenhum tratamento com redução comprovada de
mortalidade
⚠️ Furosemida não reduz mortalidade!
💡 TRATAMENTO SINTOMÁTICO
Furosemida: para controle de congestão
Ivabradina: se ritmo sinusal e sintomas persistentes
Hidralazina + Nitrato: para negros ou intolerância a IECA/BRA
Digoxina: sintomáticos refratários, ativa SN simpático
🚨HEMODINÂMICO
IC DESCOMPENSADA – MODELO CLÍNICO-
Perfil Congestão Conduta
A – Quente e seco Ausente Otimizar medicações
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B – Quente e congesto Presente Diuréticos + vasodilatadores
C – Frio e congesto Presente Inotrópicos
L – Frio e seco Ausente Hidratação cautelosa ± inotrópico
🧴 CONDUTAS POR PERFIL:
🔹 PERFIL A
Otimização de terapia oral
🔹 PERFIL B
Furosemida IV:
Início: 20–40mg (se sem uso prévio)
Máximo: 2,5x dose habitual ou 1mg/kg
VO = 2x EV
Vasodilatadores: se PAS > 110 mmHg
EV: Nitroglicerina, Nitroprussiato
VO: IECA, dinitrato de isossorbida
⚠️ Benefícios: controle da PA e dispneia, sem impacto em
mortalidade/internação
🔹 PERFIL C
Inotrópicos: se PAS < 110 mmHg com má perfusão
Dobutamina: beta-1, ↑ débito cardíaco, risco de arritmias
Milrinona / Levosimendana: opção em uso de BB, sem superioridade
comprovada
🔹 PERFIL L
Hidratação cuidadosa
Considerar inotrópico se necessário
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🎯 METAS CLÍNICAS NA DESCOMPENSAÇÃO
Diurese: 1L nas primeiras 6h; 1,5–2,5 mL/kg/h
Sem ortopneia em 24h
Sem dispneia aos mínimos esforços em 72h
SatO₂ > 90%, FC < 100 bpm, FR < 22 irpm
PAS: entre 110–130 mmHg
MIOCARDIOPATIAS
📚 Classificação:
Primárias:
Dilatada
Hipertrófica
Infiltrativas (Amiloidose, Hemocromatose)
Inflamatórias/infecciosas (Doença de Chagas, miocardites)
Miocárdio não compactado
Arritmogênica
Secundárias:
Hipertensiva
Valvar
Isquêmica
Congênita
🫀 MIOCARDIOPATIA DILATADA (CMD)
🔎 Definição:
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Forma mais comum (90%)
Dilatação do ventrículo esquerdo associado com disfunção sistólica, nos
casos em que nãofoi possível encontrar nenhuma etiologia conhecida
Pode ter comprometimento de ventrículo direito, arritmias, tromboembolismo,
IC grave, Morte súbita
Pode ser a via final comum de várias doenças que acometem o miocárdio,
resultante de mecanismos genéticos, infecciosos, metabólicos, inflamatórios e
citotóxicos
Excluir causas hipertensiva, isquêmica, valvar, congênita
🧬 Clínica:
Sinais de falência de VE e VD
Respiração normal ou taquipneica, padrão de Cheyne-Stokes (pior
prognóstico)
Pressão arterial normal ou baixa
Extremidades frias, cianose
Sinais de falência de VD: turgência jugular, refluxo hepatojugular,
hepatomegalia, edema de MMII
IC descompensada: B3
📊 Diagnóstico:
Diagnóstico de exclusão
ECG: taquicardia sinusal, FA, arritmias ventriculares
Ecocardiograma: essencial para diagnóstico, avaliação de função e anatomia
Teste genético
📉 Prognóstico:
Mortalidade 10–50% ao ano sem transplante
Fatores de mau prognóstico:
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Idade avançada, CF III/IV, B3
Arritmias ventriculares complexas
Redução da FEVE
Disfunção diastólica, insuficiência mitral
💊 Tratamento:
Controle da IC
Prevenção de tromboembolismo e morte súbita
Restrição hídrica e de sal
Reabilitação física
💪 MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA (CMH)
🧬 Genética:
Autossômica dominante
Alteração da miosina sarcomérica → fibrose → arritmias
Principal causa de morte súbita (MSC) em jovens e atletas
🧭 Quando suspeitar:
Hipertrofia VE inexplicada
Excluir: HAS, estenose aórtica, amiloidose, coração de atleta
🧪 Investigação:
ECG, Ecocardiograma, Ressonância cardíaca, Testes genéticos
⚙️ Fisiopatologia:
Disfunção diastólica
Obstrução da via de saída do VE (VSVE) – MAS (movimento anterior da valva
mitral)
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Isquemia miocárdica por desbalanço de oferta/consumo
🩺 Clínica:
Dispneia (mais comum), dor torácica, síncope, palpitações, MSC
🧍 Exame físico:
Ictus desviado para a esquerda e amplo
4ª bulha
Sopro sistólico em borda esternal esquerda
Pulso bisferiens
Desdobramento paradoxal de B2
🔬 Exames:
Eletrocardiograma: fibrilação atrial, sobrecarga ventrículo esquerdo
Holter: investigação de arritmias
ECO: espessura > 15mm (>13mm se familiar), gradiente VSVE ≥ 30 mmHg
RM: avalia fibrose
💊 Tratamento:
Não invasivo:
Assintomático sem risco: observar
Sintomáticos:
Betabloqueadores
Antagonistas do cálcio (verapamil, diltiazem)): se betabloqueadores
ineficazes
Amiodarona (se arritmias)
Mevacantem
Invasivo:
🩺 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS), INSUFICIÊNCIA CARDÍACA, MIOCARDIOPATIAS 17
Para pacientes: CF III–IV + VSVE ≥ 50 mmHg
Miectomia septal (cirurgia de Morrow): De escolha; retirada de uma porção
de musculo do septo IV
Alcoolização septal: risco de Bloqueio Atrioventricular Total
⚡ Prevenção de MSC:
Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI) se: MSC prévia, história familiar,
HVE (Hipertrofia Ventricular Esquerda) > 30mm, síncope inexplicada,
aneurisma apical, FEVE < 50%
🧫 MIOCARDIOPATIA CHAGÁSICA
🦠 Etiologia:
Trypanosoma cruzi
Vetores: triatomíneos ("barbeiros")
🧪 Transmissão:
Vetorial (mais comum), oral, congênita, transfusional, transplante
📈 Evolução:
1. Fase aguda: febre, vômitos, anorexia, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia,
miocardite, meningoencefalite (rara), sinal de Romaña/Chagomas
2. Fase crônica indeterminada: assintomática, 2 sorologias positivas
3. Fase crônica determinada: formas cardíaca, digestiva ou mista
❤️ Forma cardíaca:
ECG: bloqueio de ramo direito + Bloqueio Divisional Anterossuperior (mais
comum), Bloqueio Atrioventricular, taquicardias, extrassístoles, baixa
voltagem, Taquicardia Ventricular Não Sustentada, FA
Aneurismas (dedo de luva), eventos tromboembólicos (AVCi), amormalidades
miocárdica
🩺 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS), INSUFICIÊNCIA CARDÍACA, MIOCARDIOPATIAS 18
Forma cardíaca sem disfunção: arritmias, distúrbios de condução
Forma cardíaca com disfunção: insuficiência cardíaca
🧫 Diagnóstico:
Fase aguda: PCR, parasitológico direto
Fase crônica: 2 sorologias diferentes (ELISA, imunofluorescência...)
💊 Tratamento:
Benzonidazol: fase aguda, crônica infantil, reativação
IC: tratamento da ICFEr padrão
Pode requerer: Terapia de Ressincronização Cardíaca ou transplante
🔒 MIOCARDIOPATIA RESTRITIVA – AMILOIDOSE
🧬 Fisiopatologia:
Doença infiltrativa com rigidez ventricular → prejuízo do enchimento
diastólico
Volume diastólico reduzido
🧬 Tipos:
AL (cadeias leves de Ig, medula óssea)
ATTR (transtirretina):
Mutante/hereditária: autossômica dominante
Selvagem: >60 anos
🩺 Clínica:
Início precoce: estenose aórtica, FA, BAV, taquiarritmias, síncopes
Tardio: ICFEr ou ICFEp
Amiloidose ATTR:
🩺 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS), INSUFICIÊNCIA CARDÍACA, MIOCARDIOPATIAS 19
Envolvimento predominante do coração e nervos periféricos
Sincopes
Hipotensão postural
Neuropatia sensorial
Síndrome túnel do carpo
Ruptura atraumática do bíceps -> sinal do popeye
🔬 Diagnóstico:
ECG: baixa voltagem difusa, FA
RM: realce subendocárdico difuso ou transmural
Cintilografia com pirofosfato: exame de escolha para ATTR
ECO: aumento biatrial, FEVE preservada, trombos
Strain miocárdico: “cereja do bolo”
💊 Tratamento:
ATTR: tafamidis 80mg
Sintomáticos: diuréticos (evitar BB)
🧲 HEMOCROMATOSE
🧬 Causa:
🩺 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS), INSUFICIÊNCIA CARDÍACA, MIOCARDIOPATIAS 20
Acúmulo de ferro (hemossiderina) em múltiplos órgãos
Hereditária: mutação HFE (autossômica recessiva)
Adquirida: transfusões, hepatopatias, reposição excessiva de ferro
🩺 Clínica:
IC, cirrose hepática, DM (“diabetes bronzeado”), artrite, hipogonadismo
🧪 Diagnóstico:
Ferritina ↑, saturação transferrina ↑, ferro sérico ↑, ALT e AST↑
Mutação HFE
RM cardíaca, biópsia
💊 Tratamento:
Hereditária: sangrias terapêuticas
Se secundaria a anemia hemolítica: não faz flebotomia; quelantes de ferro
Evitar mariscos crus (risco de infecção)
⚡ CARDIOMIOPATIA ARRITMOGÊNICA DO VD (CAVD)
🧬 Definição:
Substituição de miócitos por tecido fibroadiposo
🩺 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS), INSUFICIÊNCIA CARDÍACA, MIOCARDIOPATIAS 21
Doença genética → mutações de desmossomos
Predomina no VD
⚠️homens
Importante causa de morte súbita em jovens, especialmente
🧭 Localização:
“Trígono da displasia”:
Região infundibular
Subtricuspídea
Ápice do VD
📊 Clínica:
Manifesta entre 2ª–4ª década
História de síncope, síncope no esforço
Taquicardia ventricular com padrão de BRE
🔬 Diagnóstico:
ECG: onda épsilon, T negativas em V1–V3, TV com padrão de BRE
ECO
RM (padrão-ouro)
💊 Tratamento:
Evitar esportes competitivos
Antiarrítmicos (sotalol)
CDI: se PCR por arritmia ventricular, TVS tolerada, FEVE < 35%, NYHA II–III
🩺 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS), INSUFICIÊNCIA CARDÍACA, MIOCARDIOPATIAS 22