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Revisão DETH

O documento aborda a prática da escrita reflexiva e a importância da ética na relação médico-paciente, destacando a necessidade de escuta ativa e decisões compartilhadas. Ele também discute conflitos de interesse que podem afetar o julgamento clínico e apresenta modelos de atenção em saúde, como o biomédico e o biopsicossocial. Além disso, descreve as fases da consulta centrada na pessoa e a avaliação de sinais vitais.
Direitos autorais
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Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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Revisão DETH

O documento aborda a prática da escrita reflexiva e a importância da ética na relação médico-paciente, destacando a necessidade de escuta ativa e decisões compartilhadas. Ele também discute conflitos de interesse que podem afetar o julgamento clínico e apresenta modelos de atenção em saúde, como o biomédico e o biopsicossocial. Além disso, descreve as fases da consulta centrada na pessoa e a avaliação de sinais vitais.
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demonstrar preocupação ética com o

entendimento do paciente.
Prática da Escrita Reflexiva
-​ Documentos de Defesa de Direitos e
Prerrogativas

→ É um processo de registro de pensamentos,


sentimentos e observações sobre uma experiência
2.​ Etapas ➕
-​ Acontecimento
ou situação.Ela envolve analisar criticamente o
-​ Emoção
que foi aprendido e refletir sobre como isso pode
-​ Reflexão
ser aplicado no futuro, e permite a reflexão sobre
-​ Ação
experiências clínicas, promovendo uma
(Enquanto a situação ocorre → Após a situação
aprendizagem significativa e integrada.
→ Para situações futuras)

→ Estimula a auto reflexão, o reconhecimento de


emoções e valores, e o aprimoramento da tomada
de decisões clínicas com base em contextos Conflito de Interesses
Conflito de interesses ocorre quando interesses
→ Um diário reflexivo é um espaço para registrar secundários (como ganhos financeiros, crenças
e analisar pensamentos, sentimentos e pessoais ou vínculos institucionais) podem
experiências pessoas.É uma ferramenta de influenciar o julgamento crítico, científico ou
autoexploração que pode ajudar a descobrir ético do profissional
motivações, crenças e valores.Já a crônica narra
situações do cotidiano, de forma crítica e leve, e a)​ conflitos de interesse financeiro: surge
que se situa entre o jornalismo e a literatura. quando o pesquisador obtém ou espera
obter benefícios econômicos diretos ou
1.​ Principais características: indiretos que podem interferir em suas
-​ introspecção decisões clínicas
-​ análise crítica
-​ empatia b)​ conflitos de interesse ideológico:
-​ ética: refletir sobre princípios e deveres ocorre quando crenças pessoais,
médicos filosóficas, religiosas ou morais ou do
-​ clareza: sem perder a sensibilidade e o profissional influenciam seu
rigor técnico comportamento clínico, podendo
comprometer a imparcialidade ou a
-​ Prontuário e História Clínica devem autonomia do paciente
conter elementos reflexivos como:
anamnese subjetiva, registro de condutas e c)​ conflito de interesse institucional:
avaliação do prognóstico. aparece quando o profissional atua em
-​ Termos de Consentimento Informado: umais de uma instituição (pública ou
Requerem clareza e sensibilidade.A privada) e há interesses divergentes entre
linguagem precisa ser acessível e elas, ou quando ele utiliza sua posição
institucional para beneficiar terceiros ou
a si mesmo
✅ 2. Modelos de Atenção
em Saúde

Escuta ativa e sua relação com o MCCP 🔬 Modelo Biomédico


✅ 1. Modelos de Relação ●​ Foco: doença e corpo.​

●​ Médico: técnico especialista, responsável


Médico-Paciente pelo diagnóstico e tratamento.​

➤ Szazs e Hollender: ●​ Paciente: passivo, receptor das decisões


médicas.​
1.​ Atividade-Passividade: médico decide
tudo, paciente passivo (ex: emergência).​ ●​ Limitação: ignora aspectos emocionais,
sociais e culturais que afetam a saúde.​
2.​ Cooperação-Orientação: paciente
colabora, mas o médico guia.​

3.​ Participação Mútua: médico e paciente


🧠 Modelo Biopsicossocial
compartilham decisões.​ ●​ Foco: saúde e doença como resultado de
fatores biológicos + psicológicos +
sociais.​
➤ Emanuel & Emanuel:
●​ Médico: compreende o paciente em seu
1.​ Paternalista: médico decide pelo contexto de vida.​
paciente → risco: desrespeitar
autonomia.​ ●​ Vantagem: abordagem integral,
reconhece que as emoções, ambiente e
2.​ Informativo: médico informa, paciente relações influenciam o adoecimento e a
decide → risco: falta de apoio emocional.​ recuperação.​

3.​ Interpretativo: médico ajuda o paciente ●​ Desafio: difícil de aplicar na prática por
a entender seus próprios valores.​ falta de tempo e estrutura.​

4.​ Deliberativo: decisão conjunta com


diálogo e orientação.​

✅ 3. Método Clínico
Centrado na Pessoa (MCCP)
Desenvolvido por Stewart et al., ●​ Confiança.​
valoriza o paciente como
protagonista, entendendo a
experiência da doença no seu
contexto de vida, promovendo
decisões compartilhadas. ✅ 4. Fases da Consulta
🔹 Componente 1: Explorar a (Roteiro MCCP)
Experiência
🟢 1. Acolhimento
●​ O que o paciente sente.​
●​ Chamar pelo nome e se apresentar.​
●​ Impacto na vida.​
●​ Confirmar identidade e respeitar nome
●​ Preocupações e temores.​ social.​

●​ Perguntar: “Como posso te ajudar hoje?”​


🔹 Componente 2: Compreender a ●​ Ouvir sem interromper, com escuta ativa
Pessoa
e acolhedora.​
●​ História de vida.​
●​ Não fazer anotações nesse momento.​
●​ Valores e crenças.​

●​ Relações familiares e sociais.​ 🟡 2. Coleta de Dados


●​ Exploração livre e perguntas abertas.​

🔹 Componente 3: Elaborar um ●​ Foco no significado da doença para o


Plano Conjunto paciente:​

●​ Alinhar decisões com objetivos e valores


do paciente.​ Técnica IPFES:

🔹 Componente 4: Fortalecer a ●​ Ideias: o que acha que tem?​

Relação ●​ Preocupações: o que mais preocupa?​

●​ Comunicação clara.​ ●​ Funcionalidade: como afeta seu dia a


dia?​
●​ Empatia.​
●​ Expectativas: o que espera da consulta?​
●​ Sentimentos: como se sente com isso?​ ●​ Criar plano conjunto com metas
realistas.​
●​ Transição para história clínica
detalhada com 7 atributos do sintoma:​ ●​ Considerar prevenção, promoção e
tratamento.​
1.​ Localização​
●​ Definir papéis do paciente e da equipe.
2.​ Cronologia​
⚫ 6. Fechamento
3.​ Tipo/qualidade​
●​ Garantir que o paciente compreendeu e
4.​ Intensidade​ concorda com o plano.​

5.​ Fatores de melhora/piora​ ●​ Orientar sobre retorno,


encaminhamentos e continuidade.
6.​ Sintomas associados​

7.​ Tratamentos prévios​

●​ Contexto do paciente: hábitos, história


📝 Frase para refletir e usar
de vida, família, rede de apoio, cultura,
na prova:
etc.​

✅ Resumo: Fases da Consulta Clínica


🟠 3. Sistematização Centrada na Pessoa

●​ Médico e paciente “alinhados” na 1. Acolhimento


percepção do problema.​
●​ Chamar a pessoa pelo nome, respeitando
●​ Resume e organiza dados para formar o nome social.​
hipóteses diagnósticas.​
●​ Cumprimentar com cordialidade e

🔵 4. Exame Físico
confirmar a identidade.​

●​ Apresentar-se com nome e função.​


●​ Informar e tranquilizar o paciente.​
●​ Estimular a fala com perguntas abertas,
●​ Fazer exame da cabeça aos pés, focando como:​
no motivo da consulta.​ “O que lhe traz aqui hoje?”​

🟣 5. Planejamento
●​ Não interromper, usar comunicação 3.​ Tipo/qualidade​
não verbal (olhar, gestos, silêncio).​
4.​ Intensidade​
●​ Explorar todas as demandas: “E o que
mais?” até a pessoa dizer “só isso”.​ 5.​ Fatores de melhora/piora​

●​ Não fazer anotações nesse momento.​ 6.​ Sintomas associados​

7.​ Tratamentos anteriores​

2. Coleta de Dados

●​ Permitir narrativa livre do paciente 3. Compreensão Ampla da Pessoa


com perguntas abertas.​
●​ Explorar a pessoa como um todo:​
●​ Explorar o modelo IPFES:​
○​ História de vida, hábitos,
○​ Ideias: o que o paciente acha onde vive​
que causou?​
○​ Relações familiares, sociais,
○​ Preocupações: o que mais trabalho​
preocupa?​
○​ Cultura e ambiente onde está
○​ Funcionalidade: impacto na inserida​
vida diária?​

○​ Expectativas: o que espera da


consulta?​
4. Sistematização

○​ Sentimentos: como se sente com ●​ Organizar as informações colhidas.​


isso?​
●​ Alinhar a percepção do paciente com a
do profissional.​
Transição para agenda médica:

●​ Investigar os sete atributos do ●​ Facilita formulação de hipóteses


sintoma:​ diagnósticas e direciona o exame físico.​

1.​ Localização e irradiação​

2.​ Início e evolução (cronologia)​


5. Exame Físico
●​ Explicar o exame e pedir permissão,
principalmente para áreas sensíveis.​
✅ SINAIS VITAIS –
RESUMO DIDÁTICO
●​ Tranquilizar o paciente, respeitando
desconfortos.​

●​ Seguir ordem crânio-caudal, dando


atenção especial ao sistema relacionado à
queixa.​

6. Planejamento

●​ Construir um plano de cuidado em


conjunto:​

○​ Priorizar problemas e definir


objetivos.​ 🔹 O que são?
○​ Acordar o papel de cada um São indicadores fundamentais do funcionamento
(profissional e paciente).​ dos órgãos vitais e ajudam a detectar alterações
fisiológicas importantes.
●​ Incluir promoção e prevenção da
saúde:​

○​ Reduzir riscos, detectar


precocemente problemas e
🔴 SINAIS VITAIS
evitar complicações. CLÁSSICOS
●​ Pulso​

7. Fechamento ●​ Pressão arterial​

●​ Confirmar se o paciente compreendeu o


●​ Frequência respiratória​
plano e aceita segui-lo.​

●​ Temperatura corporal​
●​ Garantir acesso para retorno ou
encaminhamento quando necessário.​

●​ Alinhar metas pactuadas com o


🟠 SINAIS VITAIS ADICIONAIS
paciente.
●​ Dor (5º sinal vital)​ ●​ Bradicardia (<60 bpm): atletas, infecção
viral, bloqueios cardíacos.​
●​ Nível de consciência​

●​ Oximetria de pulso (SpO₂)​

🫁 FREQUÊNCIA
RESPIRATÓRIA (FR)
❤️‍🔥 PULSO → Número de respirações por minuto
(inspiração + expiração)
→ É a percepção da onda de sangue causada
pela contração do coração. 🔸 Normal: 16 a 20 rpm (adultos)
🔸 Avaliação: 🔸 Alterações de frequência:
●​ Frequência (bpm)​ ●​ Taquipneia: > 20 rpm​

●​ Ritmo (regular/irregular)​ ●​ Bradipneia: < 16 rpm​

●​ Amplitude (forte/fraco)​
🔸 Alterações de padrão:
●​ Simetria (comparar os lados)​
●​ Dispneia: respiração difícil​

🔸 Valores normais por idade: ●​ Cheyne-Stokes: alterna aumento e


diminuição + pausas​
●​ RN: 100–160 bpm​
●​ Biot: respiração irregular com pausas​
●​ Lactentes: 100–140​
●​ Kussmaul: rápida e profunda (ex:
●​ Crianças: 80–120​ cetoacidose)​

●​ Adolescentes e Adultos: 60–100​ ●​ Suspirosa: suspiros frequentes


(estresse/ansiedade)​
●​ Idosos: 60–100 (mais bradicárdicos)​

🔸 Alterações:
●​ Taquicardia (>100 bpm): febre,
ansiedade, exercício, hipovolemia.​
🌡 TEMPERATURA
CORPORAL
→ Controlada pelo hipotálamo. Ideal para 🔸 Valores:
avaliar infecção e regulação térmica.
●​ 95% – 100%: normal​
🔸 Locais de medição:
●​ 90% – 94%: hipoxemia leve​
●​ Axilar (mais comum)​
●​ 85% – 89%: moderada​
●​ Bucal (não usar em crianças, pacientes
graves)​ ●​ < 85%: grave​

●​ Retal (mais precisa, uso especial)​


🔸 Interferências: mãos frias, esmaltes,
🔸 Faixas (oral): movimento, pigmentação intensa, má perfusão.

⚡ DOR – O 5º SINAL
●​ 36,0 – 37,5°C: normal (normotermia)​

●​ 37,5 – 38,0°C: subfebril​


VITAL
●​ 38,0 – 39,0°C: febre​
●​ É uma experiência emocional e
●​ > 39,0°C: febre alta​ sensorial associada a dano tecidual.​

●​ > 40°C: hiperpirexia​ ●​ Deve ser sempre avaliada e registrada:


presente ou ausente, leve, moderada ou
●​ < 35,0°C: hipotermia leve​ intensa.​

●​ < 32,0°C: hipotermia grave​ ●​ Afeta os outros sinais vitais: PA, FC, FR
e nível de consciência.​

🩸 OXIMETRIA DE ❤️ PRESSÃO ARTERIAL


PULSO (SpO₂)
(PA)
→ Mede a saturação de oxigênio no sangue de
forma não invasiva. → Força do sangue sobre as artérias. Reflete

🔸 Como funciona: luz infravermelha vs. o débito cardíaco e a resistência periférica.

vermelha detecta Hb oxigenada. 🔸 Fórmula:​


🔸 Locais comuns: dedo, lóbulo da orelha. PA = DC × RPT​
(debito cardíaco × resistência periférica total)
🔸 Fatores que influenciam a PA: ●​ Medir sobre roupa​

●​ Elasticidade arterial (piora com idade)​ ●​ Manguito mal posicionado ou do


tamanho errado​
●​ Volemia (↑ ou ↓)​
●​ Repetir medida sem intervalo​
●​ Viscosidade sanguínea (anemia ou
policitemia)​ ●​ Estresse, exercício, dor, bexiga cheia no
paciente​

●​ Equipamento descalibrado​

🩺 Técnica de Aferição da PA
Materiais: manguito, esfigmomanômetro
(aneroide, mercúrio, eletrônico), estetoscópio.
📉 Hipotensão
Passo a passo:
●​ Só é considerada patológica se
1.​ Repouso de 3 min, em ambiente calmo.​ comprometer perfusão tecidual.​

2.​ Posição sentada com braço na altura do ●​ Causas: desidratação, insuficiência


coração.​ cardíaca, sepse, hemorragia.​

3.​ Palpar pulso, inflar manguito até sumir o ●​ Hipotensão postural: queda da PA ao
pulso.​ levantar → comum em idosos.​

4.​ Reinsuflar +30 mmHg.​


1. João, 72 anos, está sendo monitorado em um
leito hospitalar após cirurgia abdominal. Ele está
5.​ Desinsuflar devagar (2-3 mmHg/seg).​
consciente, orientado, mas com mãos frias e
pálidas. O oxímetro mostra SpO₂ de 88%. Qual a
6.​ Auscultar os sons de Korotkoff:​
interpretação correta?

○​ Fase I: aparecimento dos sons A) Saturação normal para a idade​


→ pressão sistólica​ B) Leve hipoxemia​
C) Hipoxemia moderada​
○​ Fase V: desaparecimento → D) Hipoxemia grave
pressão diastólica​

2. Um bebê de 3 meses é levado ao

⚠️ Problemas comuns na aferição: pronto-socorro com febre. Qual é a faixa de


frequência cardíaca normal esperada para essa
faixa etária?
A) 60–100 bpm​ A) Cheyne-Stokes​
B) 80–120 bpm​ B) Biot​
C) 100–140 bpm​ C) Kussmaul​
D) 140–160 bpm D) Suspirosa

3. Ana, 24 anos, chega com dor intensa e 7. Na aferição da pressão arterial com
respiração rápida após crise de ansiedade. FR = 28 estetoscópio e esfigmomanômetro, a pressão
rpm, ritmo normal. Qual o nome da alteração? sistólica é identificada em qual fase de
Korotkoff?
A) Dispneia​
B) Taquipneia​ A) I​
C) Bradipneia​ B) II​
D) Cheyne-Stokes C) IV​
D) V

4. José, 85 anos, hipertenso e diabético, levanta da


cama pela manhã e sente tontura. A pressão cai de 8. Um paciente chega inconsciente ao PS. Qual
130/80 mmHg para 100/60 mmHg em pé. Isso é: local de aferição da temperatura é mais
indicado e preciso nessa situação?
A) Hipertensão sistólica​
B) Hipotensão ortostática​ A) Axilar​
C) PA normal em idosos​ B) Bucal​
D) Hipotensão grave por sepse C) Retal​
D) Auricular

5. Marina, 30 anos, está com febre de 38,7°C.


Qual a classificação correta dessa temperatura? 9. Pedro, atleta, tem pulso de 54 bpm, regular,
forte, e está assintomático. Qual a classificação da
A) Normotermia​ FC e conduta?
B) Estado subfebril​
C) Febre​ A) Taquicardia, tratar com betabloqueador​
D) Hiperpirexia B) Bradicardia fisiológica, sem necessidade de
tratamento​
C) Bradicardia patológica, iniciar atropina​
D) FC normal para adultos jovens
6. Um paciente com insuficiência respiratória
apresenta padrão respiratório com movimentos
amplos, rápidos e ruídos respiratórios altos. Está
em cetoacidose diabética. Qual padrão ele 10. Maria, 40 anos, relata dor intensa no
apresenta? pós-operatório. Como classificar esse achado em
relação aos sinais vitais?
A) Não interfere nos sinais vitais​ A) Esperar 3 minutos antes da medição​
B) É um dado subjetivo, mas irrelevante​ B) Utilizar o estetoscópio fora da artéria​
C) Dor é o 5º sinal vital e deve ser registrada​ C) Usar o manguito com largura adequada​
D) Só deve ser considerada se causar alterações na D) Paciente com bexiga vazia
PA

15. Qual fórmula expressa corretamente a relação


11. Em qual das situações abaixo está indicada a fisiológica da pressão arterial?
avaliação imediata dos sinais vitais?
A) PA = FC × FR​
A) Paciente tranquilo, aguardando consulta​ B) PA = RPT × FC​
B) Paciente com infecção urinária sem sintomas C) PA = DC × RPT​
sistêmicos​ D) PA = DC / RPT
C) Antes e após administração de sedativo
intravenoso​
D) Após consulta ginecológica de rotina
✅ GABARITO:
1.​ C​
12. Qual dos fatores abaixo pode interferir na
oximetria de pulso?
2.​ C​
A) Pressão arterial normal​
B) Posição sentada​ 3.​ B​
C) Mãos frias e vasoconstrição​
D) Idade do paciente 4.​ B​

5.​ C​

13. Durante uma consulta, você identifica FR =


6.​ C​
12 rpm, PA = 118/72 mmHg, FC = 88 bpm,
SpO₂ = 97%, temperatura = 36,8°C. Quais sinais
7.​ A​
vitais estão fora da normalidade?

A) Frequência respiratória apenas​ 8.​ C​


B) Todos estão normais​
C) Saturação e PA​ 9.​ B​
D) Temperatura e FC
10.​ C​

11.​ C​
14. Ao utilizar o manguito para medir a PA, qual
o erro comum que pode gerar uma leitura 12.​ C​
incorreta?
13.​ B​ ●​ Adaptar cuidados clínicos às
especificidades culturais no Brasil.​
14.​ B​

15.​ C​

🧠 Cultura e Saúde
●​ Cultura: conjunto de conhecimentos,
crenças, valores, hábitos e
comportamentos adquiridos
ANTROPOLOGIA MÉDICA:
socialmente.​
COMPREENSÃO DE DOENÇAS EM
DIFERENTES CONTEXTOS
CULTURAIS & DETERMINANTES ●​ É dinâmica, diversa e transforma a
GLOBAIS forma como se vê o mundo e a saúde.​
Cultura biomédica sobre doença: A doença é
concebida sob um ponto de vista mecanicista ou ●​ Como um caleidoscópio: múltiplas
biologicista de modo que se prioriza a alteração perspectivas, movimento e
orgânica que ocorre no corpo humano, complexidade.​
ignorando a subjetividade inerente a esse processo

Cultura biopsicossocial: Na ordem natural, a


doença não existe.
O que existe é um fenômeno biológico que se
⚖️ Doença x Enfermidade x Sofrimento
distingue pela ruptura com uma certa ●​ Doença: alteração biológica ou
continuidade de fatos, com uma ordem de funcional do corpo; é o que o médico
processos ocorrendo.A doença é uma construção diagnostica.​
social, está na cultura.A doença é construída por
meio de um vínculo médico paciente ●​ Enfermidade: experiência subjetiva do
adoecimento; o que o paciente sente.​

🌍 Antropologia Médica: Compreensão das ●​ Sofrimento: dor física ou emocional


Doenças em Diferentes Contextos Culturais ligada à condição de adoecer.​

🎯 Objetivos:
●​ Entender como crenças moldam a
experiência de adoecer.​
🏥 Modelos Culturais de Saúde
●​ Usar o modelo explicativo de ●​ Biomédico: foca no corpo e nas causas
Kleinman para enriquecer a anamnese.​ biológicas; pouco espaço para
subjetividade.​
●​ Biopsicossocial: considera fatores Ferramenta para entender como o
biológicos, psicológicos e sociais; vê a paciente interpreta sua própria
doença como uma construção cultural.​ doença.

●​ Etnomedicina: práticas e saberes de 5 perguntas-chave na anamnese:


diferentes grupos culturais, como
1.​ O que causou sua doença? (etiologia
indígenas e quilombolas, com curas
cultural)​
próprias e saberes ancestrais.​

2.​ Quais sintomas mais preocupam?


(significado pessoal)​

🤝 Interculturalidade no SUS 3.​ Como a doença vai evoluir?


(expectativa de curso)​
●​ Respeito à diversidade cultural nos
atendimentos.​ 4.​ Que tipo de ajuda procura? (médica,
espiritual, popular)​
●​ Promove equidade especialmente a
povos indígenas, quilombolas e 5.​ O que espera do tratamento?
migrantes.​ (expectativas reais)​

➡️ Objetivo: melhorar a escuta, a adesão ao


●​ PNASPI: política de atenção
diferenciada aos povos indígenas com
DSEIs.​ tratamento e o respeito às crenças do paciente.

⚠️ Limitações do Modelo de Kleinman


🌿 Exemplos Práticos ●​ Requer mais tempo de consulta.​
●​ Indígenas: uso de pajelança, ervas,
espiritualidade como cura.​ ●​ Risco de viés profissional (julgar
crenças do paciente).​
●​ Quilombolas: xaropes caseiros, saberes
transmitidos por gerações.​ ●​ Não é um protocolo rígido, mas um
guia flexível.​
●​ 🚨 Risco do etnocentrismo: impor
visão biomédica e desrespeitar saberes
populares.​

❤️ Por que esse método é importante?


●​ Humaniza o cuidado médico.​

🧩 Modelo Explicativo de Kleinman


●​ Valoriza a escuta e o contexto de vida do
paciente.​ ●​ Informações sobre deficiência​

●​ Religião ou orientação sexual


●​ Reduz o abandono do tratamento por
(quando relacionadas ao cuidado)​
parte do paciente.​

●​ Promove respeito e inclusão nas


relações médico-paciente.​
⚖️ 3. Base Legal – LGPD (Lei Geral de
Proteção de Dados - Lei 13.709/2018)

●​ Regula como os dados devem ser


coletados, usados e protegidos.​
Uso de Dados & Privacidade &
●​ Na saúde, é especialmente importante
Responsabilidade Civil Médica
porque lida com dados sensíveis.​

🔐 Uso de Dados e Privacidade na ●​ O consentimento do paciente é, em


Saúde (Resumo para Prova) geral, necessário para coleta e uso de

🧠 1. O que são Dados Pessoais?


dados.​

●​ Exceção: quando o uso dos dados é


●​ Qualquer informação que identifica essencial para proteção da vida,
uma pessoa ou permite identificá-la.​ execução de políticas públicas,
atendimento emergencial ou

📌 Exemplos: nome, CPF, telefone, e-mail, pesquisas em saúde com anonimato


garantido.​
endereço, número do cartão SUS, prontuário
eletrônico.

❤️ 2. O que são Dados Sensíveis? 🏥 4. Aplicações na Prática Médica


●​ Sigilo profissional: obrigatório
●​ São dados pessoais mais delicados, preservar o que o paciente revelou ou
que envolvem aspectos íntimos da que o prontuário contém.​
pessoa e exigem maior proteção legal.​
●​ Prontuário eletrônico: deve ser
📌 Exemplos em saúde: acessado apenas por profissionais
autorizados.​
●​ Doenças (como HIV, câncer,
COVID-19)​ ●​ Compartilhamento de dados: só com
justificativa legal ou autorização do
●​ Laudos médicos​ paciente.​

●​ Histórico de tratamentos​ ●​ Pesquisas: exigem anonimização dos


dados ou consentimento específico.​
●​ Dados genéticos​
🚨 5. Riscos em caso de violação ​ A LGPD exige que as instituições de
saúde garantam a privacidade e segurança desses
dados, informando os pacientes sobre o uso dos
●​ Danos à imagem e privacidade do seus dados e obtendo consentimento para o seu
paciente.​ tratamento.

●​ Responsabilização civil, ética e até Principais Aspectos da LGPD na Saúde:


criminal do profissional ou da
instituição.​ Dados Sensíveis:
A LGPD define como dados sensíveis aqueles
●​ Perda de confiança médico-paciente.​ relacionados à saúde, vida sexual, dados genéticos
e biométricos, conferindo-lhes proteção
reforçada.
Fundamentação Legal – LGPD
Consentimento:
O tratamento de dados sensíveis exige
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
consentimento expresso, livre e informado do
estabelece que:
titular, que pode revogar o consentimento a
Art. 5º, II : Dados sensíveis incluem informações
qualquer momento.
sobre saúde.
Art. 7º, II: O tratamento de dados sensíveis deve
Transparência:
observar o princípio da necessidade e deve estar
As instituições de saúde devem ser transparentes
limitado ao mínimo necessário para a realização
sobre como os dados são coletados, utilizados e
de suas finalidades.
armazenados, informando o titular sobre os seus
Art. 46: O controlador (no caso, o hospital) deve
direitos.
adotar medidas de segurança, técnicas e
administrativas para proteger os dados pessoais.
Segurança:
A LGPD exige a implementação de medidas
Código de Ética Médica (CFM Resolução nº técnicas e administrativas para garantir a
2.217/2018) segurança dos dados, evitando acessos não
autorizados, perdas ou danos.
Art. 73 – É vedado ao médico revelar fato de
que tenha conhecimento em virtude do Direitos do Titular:
exercício da profissão, salvo por motivo justo, A LGPD garante direitos aos titulares de dados,
dever legal ou consentimento por escrito do como acesso, correção, portabilidade e eliminação
paciente. dos seus dados, bem como o direito de oposição
ao tratamento.
Art. 85 – É vedado ao médico permitir o
manuseio e conhecimento dos prontuários Prontuários Eletrônicos:
por pessoas não obrigadas ao sigilo Os prontuários eletrônicos devem ser adequados
profissional. à LGPD, garantindo a segurança e privacidade
dos dados dos pacientes.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tem
um impacto significativo na área da saúde, Consequências da Falta de Adequação à
especialmente na proteção de dados sensíveis dos LGPD:
pacientes, como informações de saúde, vida
sexual, dados genéticos e biométricos. Sanções:
A falta de cumprimento da LGPD pode resultar 📌 Exemplo prático:​
em sanções administrativas, como multas, Um médico deixa de solicitar um exame essencial
advertências e restrições de atividades. para investigar dor torácica intensa. O paciente

➡️
tem um infarto e morre.​
Responsabilidade Civil: Faltou cuidado → negligência.
A LGPD estabelece a responsabilidade civil do
controlador ou operador que causar dano ao
titular de dados em violação à lei.
3. Imprudência ( ⚡ "fez o que não
Perda de Confiança: devia")
A falta de proteção dos dados pode gerar perda de
confiança dos pacientes nas instituições de saúde. ●​ Acontece quando o profissional age com
pressa, precipitação ou ousadia

⚠️ Diferença entre Erro, Negligência, irresponsável, sem avaliar os riscos.​

Imprudência e Imperícia
📌 Exemplo prático:​
Esses três últimos (negligência, imprudência e Realizar um parto normal mesmo com sinais

➡️
imperícia) são formas de culpa e podem levar ao claros de sofrimento fetal, sem suporte adequado.​
que chamamos genericamente de erro médico. Atitude precipitada ou arriscada →
Veja a diferença: imprudência.

1. Erro Médico (consequência) 4. Imperícia ( 📉 "não tinha preparo


técnico")
●​ É o resultado danoso causado por um
ato médico inadequado.​ ●​ Quando o profissional não tem
habilidade ou conhecimento
●​ Pode ter ocorrido por negligência, suficiente para executar o que tentou
imprudência ou imperícia.​ fazer.​

📌 Exemplo prático:​ 📌 Exemplo prático:​


Um médico receita a dose errada de insulina e o Um médico recém-formado tenta realizar uma
paciente entra em coma hipoglicêmico. Isso é um cirurgia cardíaca complexa sem especialização

➡️
erro médico. nem supervisão.​
Falta de técnica ou preparo → imperícia.

2. Negligência ( 🛑 "deixou de fazer o 📊 Resumo em tabela:


que devia")
Ter Significado Exemplo prático
●​ Ocorre quando o profissional omite um
mo em medicina
cuidado necessário, por descuido,
desatenção ou omissão.​ Erro Resultado Dose errada de
médi danoso, com medicação leva à
co ou sem culpa morte
Negl Omissão de Não pedir exames ou omissão.​
igên um cuidado essenciais em caso
cia necessário grave ●​ Aplica-se em algumas situações
específicas, como:​
Imp Ato apressado Induzir parto
rudê ou arriscado normal em situação ○​ Quando há relação de consumo
ncia de risco (Código de Defesa do
Consumidor).​
Imp Falta de Tentar cirurgia
eríci preparo complexa sem ○​ Em instituições privadas
a técnico/científi qualificação (hospitais e clínicas), que podem
co adequada ter responsabilidade objetiva
pelos atos de seus funcionários.​

⚖️ Diferença entre Responsabilidade ✅ Exemplo prático:​


Subjetiva e Objetiva na Prática Médica Se um hospital particular perde o prontuário

🔹 Responsabilidade Subjetiva (🔍 exige médico do paciente, ele pode ser


responsabilizado objetivamente, mesmo sem
culpa)
culpa direta do médico.
●​ Pressupõe erro, imprudência,
negligência ou imperícia do
profissional.​
🩺 Na prática médica:
●​ Para que o médico seja responsabilizado, Situação Tipo de
é necessário provar que ele agiu com responsabilidade
culpa.​
Atuação do médico Subjetiva
●​ Regra geral na medicina: a com erro comprovado
responsabilidade médica é subjetiva, (imperícia,
pois a maioria dos procedimentos imprudência)
envolve uma obrigação de meio (ou
Complicações médicas Sem
seja, o médico deve empregar os meios
inevitáveis (sem erro) responsabilidade
adequados, mas não garante o resultado).​
Falha de equipamento Objetiva (da

✅ Exemplo prático:​ do hospital privado instituição)

Um paciente sofre uma complicação cirúrgica Médico como prestador Pode envolver
esperada, mesmo com todos os cuidados e de serviço via contrato responsabilidade
protocolos. O médico não é responsabilizado, com paciente objetiva, pelo
pois não houve erro. CDC

Pressupostos da Responsabilidade Civil:


🔸 Responsabilidade Objetiva (⚠️
independe de culpa)

●​ Não exige prova de culpa: basta provar


⚖️ 1. DANO (o que ocorreu de errado
ao paciente)
que houve o dano e o nexo com a ação
É a lesão física, emocional ou moral sofrida ➡️ Sem nexo causal entre a conduta médica e
pelo paciente, causada por uma falha (ou não) o dano → não há culpa.
na conduta médica. O dano pode ser:
Mas se o paciente teve hemorragia porque o

➡️
●​ Material: perda financeira.​ médico não ligou corretamente uma artéria,​
Há nexo causal entre a conduta e o dano.
●​ Moral: sofrimento, humilhação, dor.​

●​ Estético: deformidade ou alteração da


aparência.​ ⚠️ 4. CULPA (erro profissional)
📌 Exemplo prático:​
Envolve três possibilidades:

Durante uma cirurgia, o paciente teve uma ●​ Negligência (omissão de cuidado)​


lesão no nervo facial e ficou com paralisia
●​ Imprudência (ato precipitado)​
➡️
permanente em parte do rosto.​
O dano está presente.
●​ Imperícia (falta de conhecimento
técnico)​

🩺 2. CONDUTA (o que o médico fez 📌 Exemplo prático:​


ou deixou de fazer)
Um médico clínico geral faz uma cirurgia
É a ação ou omissão do profissional de saúde. ortopédica sem treinamento → imperícia.​
A conduta pode ser considerada adequada Não acompanha a pressão de um paciente
(sem erro) ou inadequada (com erro, grave → negligência.​
negligência, imprudência ou imperícia). Administra medicação sem checar alergias →
imprudência.
📌 Exemplo prático:​
Um médico esquece compressas dentro do

➡️
abdome do paciente após cirurgia.​
A conduta médica foi inadequada ✅ Resumo em tabela:
(negligência).
Ele O que é? Exemplo na
me prática médica
nto
🔗 3. NEXO CAUSAL (ligação entre Dan Prejuízo ao Paralisia facial
conduta e dano) o paciente após cirurgia

É a relação direta entre a conduta do Co Ação ou omissão Esquecimento de


profissional e o dano sofrido pelo paciente. ndu do profissional compressa na
Sem nexo causal, não há responsabilização, ta cavidade
mesmo que haja dano. abdominal

📌 Exemplo prático:​ Nex Ligação entre


o conduta e dano
Hemorragia
causada por erro
O paciente teve parada cardíaca durante a
cirurgia por uma doença cardíaca caus técnico
preexistente, mesmo com o procedimento al
sendo correto.​
Cul Falha por Médico não
pa negligência, verifica alergia e Exemplo:
imprudência ou aplica ​ Um médico que deixa de solicitar exames
imperícia medicamento essenciais para um diagnóstico, ou que opera o
lado errado do corpo, comete um erro médico.

✅ Para que haja Iatrogenia

responsabilização médica
Definição:
subjetiva, é necessário:​
​ É qualquer efeito adverso ou
Conduta inadequada + Nexo
indesejado causado por um tratamento
causal + Dano + Culpa.
médico, ainda que o procedimento tenha sido
correto, necessário e realizado de forma
adequada.
•​Dano: Paciente evoluiu com complicações graves
e internação prolongada.
Características:
•​Conduta: Atendimento inicial sem suspeita
•​Não envolve culpa.
diagnóstica, anamnese e exame físico
•​É um risco inerente à prática médica.
incompletos.
•​Pode ser previsível ou imprevisível.
•​Nexo Causal: A falha no diagnóstico precoce
•​Pode ocorrer mesmo com todos os cuidados
contribuiu para a perfuração do apêndice.
médicos seguidos.
•​Culpa: Conduta possivelmente negligente, pela
ausência de investigação de uma hipótese comum
Exemplo:
e potencialmente grave.
Um paciente que desenvolve uma reação alérgica
rara a um medicamento prescrito
Responsabilidade Objetiva ou Subjetiva?
corretamente, com indicação formal, sofre uma
•​No Brasil, a responsabilidade civil do médico é
iatrogenia.
subjetiva: exige comprovação de culpa
(negligência, imprudência ou imperícia).
•​Neste caso, pode-se argumentar negligência, pela
omissão em investigar adequadamente hipótese
relevante.

Erro Médico (Danos em decorrência de


O que é obrigação de meio?
serviços de saúde)
Definição:
Definição:
​ É a obrigação em que o profissional se
​ É a conduta equivocada do
compromete a empregar todos os recursos e
profissional de saúde, praticada com
esforços possíveis, com diligência e
negligência, imprudência ou imperícia, que
competência, mas sem garantir um resultado
causa dano ao paciente.
específico.
Características:
Na Medicina:
•​Envolve culpa (erro evitável).
​ A maior parte das atividades médicas se
•​Pode ocorrer por falha no diagnóstico,
enquadra aqui. O médico não promete curar o
tratamento, conduta, prescrição ou execução
paciente, mas sim atuar com zelo,
técnica.
conhecimento técnico e cautela, segundo os
•​Pode gerar responsabilidade civil, penal e/ou
padrões da boa prática médica.
ética.
Exemplo:
​ Um clínico geral que atende um paciente
com pneumonia e inicia o tratamento adequado,
🩺 1. Obrigação de Meio
mas o paciente evolui mal apesar da conduta ●​ O profissional se compromete a
correta. empregar todos os recursos técnicos
​ Um neurologista que investiga uma possíveis, com zelo, habilidade e
cefaleia persistente, solicita exames e segue diligência — mas não garante a cura
protocolo, mas o tumor é de difícil diagnóstico e ou o sucesso do tratamento.​
só se manifesta tardiamente.
●​ O foco está na conduta do médico, não
Consequência Jurídica: no desfecho.​
O médico só pode ser responsabilizado se
houver prova de culpa (negligência,
imprudência ou imperícia). 📌 Exemplo prático:
É uma responsabilidade subjetiva.
●​ Um clínico geral trata um paciente com
O que é obrigação de resultado? pneumonia com antibióticos adequados,
orientações e acompanhamento, mas o

➡️
Definição: paciente evolui mal.​
​ É a obrigação em que o profissional se Se o médico agiu corretamente,
compromete a alcançar um resultado não responde por erro, mesmo sem o
específico, e não o alcançá-lo caracteriza resultado esperado.​
inadimplemento, independentemente de
culpa.
✅ É o tipo de obrigação mais comum na
medicina!
Na Medicina:
​ É mais comum em áreas em que há
promessa de resultado estético ou funcional,
principalmente em procedimentos eletivos,
como os da cirurgia plástica estética.
🏁 2. Obrigação de Resultado
●​ O profissional se compromete com um
Exemplo: resultado específico, e a não obtenção
​ Um cirurgião plástico que garante à do resultado pode gerar
paciente que sua cirurgia no nariz “vai deixar responsabilidade, mesmo sem culpa
igual ao de uma celebridade”. direta.​
​ Um dentista que promete um sorriso
perfeito e simétrico com implantes, mas o ●​ Mais comum em procedimentos
resultado final é assimétrico e disfuncional. estéticos e odontológicos, onde há
promessa de um resultado final.​
Consequência Jurídica:
​ O profissional pode ser responsabilizado
mesmo que tenha seguido a técnica
corretamente, se o resultado prometido não
📌 Exemplo prático:
for alcançado. Aqui, há responsabilidade ●​ Um cirurgião plástico promete que o
objetiva, ou seja, não é necessário provar nariz da paciente ficará igual ao de uma
culpa, apenas o não cumprimento do resultado. celebridade. A cirurgia é feita
corretamente, mas o resultado não é o
➡️
prometido.​ pré-natal.​
Pode haver responsabilização, pois
criou-se uma obrigação de resultado.​ ●​ Apresenta dismorfismo, malformações
graves e suspeita de Síndrome de Potter
ou Trissomia 13.​

📊 Comparação rápida: ●​ Prognóstico: sobrevida extremamente


baixa, com sofrimento intenso e sem
chance de desenvolvimento.​
Tipo de O que se espera Exemplo
Obrigaç do profissional? prático
ão Situação ética:

Obrigaç Empenho técnico, Tratamento ●​ Pais pedem “fazer tudo”, mesmo após
ão de cuidado, mas sem de uma explicações médicas sobre futilidade
meio garantir cura doença clínica terapêutica.​
Obrigaç Compromisso Cirurgia
ão de com um desfecho plástica com
Pontos-chave:
resultad específico promessa
o estética ●​ Limite ético do suporte intensivo:
deve haver proporcionalidade → evitar

⚠️ Atenção!
sofrimento com tratamentos sem
benefícios reais.​

●​ Médicos não devem prometer ●​ Papel dos pais: importante, mas não
resultados garantidos, mesmo em absoluto → prevalece o melhor
procedimentos eletivos.​ interesse da criança.​

●​ Quando criam expectativas exageradas ●​ Obstinação terapêutica vs. cuidado


ou se comprometem com um desfecho, proporcional:​
podem ser responsabilizados mesmo
tendo agido corretamente.​ ○​ Obstinação: medidas agressivas e
inúteis.​

○​ Cuidado proporcional: alívio do


sofrimento com algum
benefício real.​
Decisões no Ìnicio & Fim da Vida
e Princípios da Bioética ●​ Conclusão: Equipe pode recusar
medidas que apenas prolongam
sofrimento, com respaldo ético/legal.​
CASO 1: Início da Vida —
Recém-nascido com malformações
graves

Situação clínica: CASO 2: Final da Vida — Idoso com


●​ RN masculino, 35 semanas, sem
demência e insuficiência cardíaca
terminal

Situação clínica: ✅ ORTOTANÁSIA


●​ Sr. João, 84 anos, demência avançada, ●​ Permitir morte natural, sem intervenções
acamado, grave insuficiência cardíaca.​ fúteis.​

●​ Está em estado terminal, mas filhos ●​ Legal no Brasil.​


discordam sobre conduta → alguns
querem intubação, mas filha relata desejo ●​ Princípios éticos: autonomia,
dele de não prolongar a vida.​ beneficência, não maleficência,
dignidade.​

Pontos-chave:
✅ CUIDADOS PALIATIVOS
●​ Autonomia e desejos prévios: devem
ser respeitados, especialmente com ●​ Objetivo: melhorar qualidade de vida e
Diretiva Antecipada de Vontade aliviar sofrimento em doenças graves.​
(DAV).​
●​ Iniciam-se precocemente, não
●​ Futilidade terapêutica: quando o significam abandono.​
tratamento não reverte a doença, causa
sofrimento e não oferece qualidade de ●​ Podem ser aplicados junto com
vida.​ tratamentos.​

●​ Planejamento antecipado de
cuidados: evita decisões conflituosas em ✅ DIRETIVAS ANTECIPADAS DE
momentos críticos.​ VONTADE (DAV)

●​ Documento onde o paciente expressa


●​ Cuidados paliativos no
suas vontades para o futuro.​
pronto-socorro: são éticos e necessários
→ focam em conforto, não em
●​ Inclui testamento vital e nomeação de
prolongar sofrimento.​
procurador de saúde.​

●​ Tem base legal no Brasil (Resolução


CFM nº 1.995/2012).​
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
●​ Importância: garante autonomia e evita
✅ EUTANÁSIA conflitos familiares.​

●​ Ativa: ação direta para provocar a morte


(ex: injeção letal).​

●​ Passiva: retirada de suporte → ESTUDO DE CASO: Anencefalia


confunde-se com ortotanásia.​ fetal

●​ Situação no Brasil: proibida, Contexto:


considerada homicídio.​
●​ Gestante com feto anencéfalo É um princípio bioético que defende a
(malformação letal).​ distribuição justa e equitativa dos recursos de
saúde, considerando:
●​ Deseja interromper a gestação, mas
hospital resiste.​ ●​ Benefício clínico​

●​ Custo/eficácia​
Aspectos éticos e legais:
●​ Necessidade do paciente​
●​ Prognóstico letal → feto é inviável.​
●​ Disponibilidade dos recursos​
●​ Autonomia da gestante: direito de
decidir.​

●​ Interrupção da gestação: permitida


pelo STF (ADPF 54), embora haja
barreiras em alguns serviços.​
🧩 Relação entre Eutanásia e Justiça
Distributiva
●​ Beneficência: interromper evita ●​ Em contextos de recursos limitados
sofrimento materno e riscos (como leitos de UTI, ventiladores), pode
desnecessários.​ surgir o dilema ético sobre manter
pacientes terminais em tratamento sem
perspectiva de cura.​

●​ A eutanásia, mesmo quando pedida


Eutanásia e o Princípio da Justiça pelo paciente, não é uma forma ética
Distributiva nem legalmente aceita de resolver esse

🩺 Eutanásia – (conceito revisado): impasse no Brasil.​

●​ No entanto, o debate sobre justiça


É o ato intencional de abreviar a vida de um distributiva levanta questões como:​
paciente com doença incurável, geralmente a
pedido do próprio, com o objetivo de aliviar o ○​ É justo ocupar recursos
sofrimento. intensivos para um paciente
sem chance de recuperação,
●​ Eutanásia ativa: administração
enquanto outro com maior
deliberada de substância letal.​
chance de sobrevivência
aguarda?​
●​ Eutanásia passiva: suspensão de
tratamentos, às vezes confundida com
○​ Como equilibrar o direito
ortotanásia.​
individual à vida com o bem
coletivo em um sistema de
●​ Situação legal no Brasil: proibida e
saúde público e limitado?​
considerada crime de homicídio.​

⚠️ Importante: a solução ética e legal no


Brasil para esses casos não é a eutanásia, mas

⚖️ Princípio da Justiça Distributiva sim:


●​ Ortotanásia: respeitar o tempo natural Não Maleficência – O dever de evitar causar
da morte sem intervenções fúteis.​ dano desnecessário ou injustificado aos
indivíduos, reforçando a responsabilidade
●​ Cuidados paliativos: garantir conforto ética dos profissionais da saúde.
e dignidade.​
Justiça – Distribuição equitativa dos
●​ Planejamento antecipado de recursos e tratamentos, garantindo que todas
cuidados: respeitar a vontade do as pessoas tenham acesso justo aos benefícios
paciente.​ da medicina e da pesquisa.

2.​ Bioética de Intervenção

✅ Conclusão para seu resumo: ​ A Bioética de Intervenção é um


modelo proposto pelo bioeticista brasileiro
"Embora a eutanásia envolva Volnei Garrafa e sua equipe como uma
discussões sobre sofrimento e alternativa crítica ao principialismo de
autonomia, sua prática entra em Beauchamp e Childress. Essa abordagem enfatiza
conflito com o princípio da justiça a necessidade de uma bioética mais ativa e
distributiva no Brasil, pois não se transformadora, especialmente em contextos de
justifica eticamente tirar a vida para desigualdade social e injustiça.
'economizar recursos'. O caminho Principais Características:
justo e permitido é oferecer
cuidados paliativos e respeitar a ●​ Compromisso com a Justiça Social –
dignidade, dentro da legalidade." A bioética deve ir além da análise
teórica e buscar ações concretas para
reduzir desigualdades em saúde e
acesso a recursos.
1.​ Tom Beauchamp e James Childress são
Postura Ativa e Crítica – Diferente do
dois dos principais teóricos da bioética
modelo tradicional, que se baseia apenas na
contemporânea. Em sua obra Principles
reflexão e mediação de conflitos, a Bioética
of Biomedical Ethics (publicada pela
de Intervenção propõe uma atuação mais
primeira vez em 1979), eles
incisiva para corrigir injustiças.
desenvolveram o principialismo, um
modelo que estabelece quatro princípios
●​ Foco em Países em Desenvolvimento –
fundamentais para a tomada de decisões
Considera as especificidades dos
éticas na área biomédica:
países periféricos, onde a pobreza e a
exclusão social influenciam
Autonomia – Respeito pela capacidade das
diretamente questões bioéticas.
pessoas de tomarem decisões informadas
sobre sua própria vida e saúde. Isso inclui o
●​ Superação do Neutro-Universalismo
consentimento informado em pesquisas e
– Critica a aplicação universal dos
tratamentos.
princípios bioéticos sem considerar o
contexto social, histórico e político de
Beneficência – A obrigação de promover o
cada realidade.
bem-estar dos pacientes e participantes de
pesquisas, garantindo que os benefícios das
​ Essa abordagem reforça que a bioética
intervenções superem os riscos.
deve não apenas discutir problemas éticos, mas
agir ativamente para transformar a realidade,
promovendo equidade e direitos humanos,
especialmente nas populações mais vulneráveis.

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