demonstrar preocupação ética com o
entendimento do paciente.
Prática da Escrita Reflexiva
- Documentos de Defesa de Direitos e
Prerrogativas
→ É um processo de registro de pensamentos,
sentimentos e observações sobre uma experiência
2. Etapas ➕
- Acontecimento
ou situação.Ela envolve analisar criticamente o
- Emoção
que foi aprendido e refletir sobre como isso pode
- Reflexão
ser aplicado no futuro, e permite a reflexão sobre
- Ação
experiências clínicas, promovendo uma
(Enquanto a situação ocorre → Após a situação
aprendizagem significativa e integrada.
→ Para situações futuras)
→ Estimula a auto reflexão, o reconhecimento de
emoções e valores, e o aprimoramento da tomada
de decisões clínicas com base em contextos Conflito de Interesses
Conflito de interesses ocorre quando interesses
→ Um diário reflexivo é um espaço para registrar secundários (como ganhos financeiros, crenças
e analisar pensamentos, sentimentos e pessoais ou vínculos institucionais) podem
experiências pessoas.É uma ferramenta de influenciar o julgamento crítico, científico ou
autoexploração que pode ajudar a descobrir ético do profissional
motivações, crenças e valores.Já a crônica narra
situações do cotidiano, de forma crítica e leve, e a) conflitos de interesse financeiro: surge
que se situa entre o jornalismo e a literatura. quando o pesquisador obtém ou espera
obter benefícios econômicos diretos ou
1. Principais características: indiretos que podem interferir em suas
- introspecção decisões clínicas
- análise crítica
- empatia b) conflitos de interesse ideológico:
- ética: refletir sobre princípios e deveres ocorre quando crenças pessoais,
médicos filosóficas, religiosas ou morais ou do
- clareza: sem perder a sensibilidade e o profissional influenciam seu
rigor técnico comportamento clínico, podendo
comprometer a imparcialidade ou a
- Prontuário e História Clínica devem autonomia do paciente
conter elementos reflexivos como:
anamnese subjetiva, registro de condutas e c) conflito de interesse institucional:
avaliação do prognóstico. aparece quando o profissional atua em
- Termos de Consentimento Informado: umais de uma instituição (pública ou
Requerem clareza e sensibilidade.A privada) e há interesses divergentes entre
linguagem precisa ser acessível e elas, ou quando ele utiliza sua posição
institucional para beneficiar terceiros ou
a si mesmo
✅ 2. Modelos de Atenção
em Saúde
Escuta ativa e sua relação com o MCCP 🔬 Modelo Biomédico
✅ 1. Modelos de Relação ● Foco: doença e corpo.
● Médico: técnico especialista, responsável
Médico-Paciente pelo diagnóstico e tratamento.
➤ Szazs e Hollender: ● Paciente: passivo, receptor das decisões
médicas.
1. Atividade-Passividade: médico decide
tudo, paciente passivo (ex: emergência). ● Limitação: ignora aspectos emocionais,
sociais e culturais que afetam a saúde.
2. Cooperação-Orientação: paciente
colabora, mas o médico guia.
3. Participação Mútua: médico e paciente
🧠 Modelo Biopsicossocial
compartilham decisões. ● Foco: saúde e doença como resultado de
fatores biológicos + psicológicos +
sociais.
➤ Emanuel & Emanuel:
● Médico: compreende o paciente em seu
1. Paternalista: médico decide pelo contexto de vida.
paciente → risco: desrespeitar
autonomia. ● Vantagem: abordagem integral,
reconhece que as emoções, ambiente e
2. Informativo: médico informa, paciente relações influenciam o adoecimento e a
decide → risco: falta de apoio emocional. recuperação.
3. Interpretativo: médico ajuda o paciente ● Desafio: difícil de aplicar na prática por
a entender seus próprios valores. falta de tempo e estrutura.
4. Deliberativo: decisão conjunta com
diálogo e orientação.
✅ 3. Método Clínico
Centrado na Pessoa (MCCP)
Desenvolvido por Stewart et al., ● Confiança.
valoriza o paciente como
protagonista, entendendo a
experiência da doença no seu
contexto de vida, promovendo
decisões compartilhadas. ✅ 4. Fases da Consulta
🔹 Componente 1: Explorar a (Roteiro MCCP)
Experiência
🟢 1. Acolhimento
● O que o paciente sente.
● Chamar pelo nome e se apresentar.
● Impacto na vida.
● Confirmar identidade e respeitar nome
● Preocupações e temores. social.
● Perguntar: “Como posso te ajudar hoje?”
🔹 Componente 2: Compreender a ● Ouvir sem interromper, com escuta ativa
Pessoa
e acolhedora.
● História de vida.
● Não fazer anotações nesse momento.
● Valores e crenças.
● Relações familiares e sociais. 🟡 2. Coleta de Dados
● Exploração livre e perguntas abertas.
🔹 Componente 3: Elaborar um ● Foco no significado da doença para o
Plano Conjunto paciente:
● Alinhar decisões com objetivos e valores
do paciente. Técnica IPFES:
🔹 Componente 4: Fortalecer a ● Ideias: o que acha que tem?
Relação ● Preocupações: o que mais preocupa?
● Comunicação clara. ● Funcionalidade: como afeta seu dia a
dia?
● Empatia.
● Expectativas: o que espera da consulta?
● Sentimentos: como se sente com isso? ● Criar plano conjunto com metas
realistas.
● Transição para história clínica
detalhada com 7 atributos do sintoma: ● Considerar prevenção, promoção e
tratamento.
1. Localização
● Definir papéis do paciente e da equipe.
2. Cronologia
⚫ 6. Fechamento
3. Tipo/qualidade
● Garantir que o paciente compreendeu e
4. Intensidade concorda com o plano.
5. Fatores de melhora/piora ● Orientar sobre retorno,
encaminhamentos e continuidade.
6. Sintomas associados
7. Tratamentos prévios
● Contexto do paciente: hábitos, história
📝 Frase para refletir e usar
de vida, família, rede de apoio, cultura,
na prova:
etc.
✅ Resumo: Fases da Consulta Clínica
🟠 3. Sistematização Centrada na Pessoa
● Médico e paciente “alinhados” na 1. Acolhimento
percepção do problema.
● Chamar a pessoa pelo nome, respeitando
● Resume e organiza dados para formar o nome social.
hipóteses diagnósticas.
● Cumprimentar com cordialidade e
🔵 4. Exame Físico
confirmar a identidade.
● Apresentar-se com nome e função.
● Informar e tranquilizar o paciente.
● Estimular a fala com perguntas abertas,
● Fazer exame da cabeça aos pés, focando como:
no motivo da consulta. “O que lhe traz aqui hoje?”
🟣 5. Planejamento
● Não interromper, usar comunicação 3. Tipo/qualidade
não verbal (olhar, gestos, silêncio).
4. Intensidade
● Explorar todas as demandas: “E o que
mais?” até a pessoa dizer “só isso”. 5. Fatores de melhora/piora
● Não fazer anotações nesse momento. 6. Sintomas associados
7. Tratamentos anteriores
2. Coleta de Dados
● Permitir narrativa livre do paciente 3. Compreensão Ampla da Pessoa
com perguntas abertas.
● Explorar a pessoa como um todo:
● Explorar o modelo IPFES:
○ História de vida, hábitos,
○ Ideias: o que o paciente acha onde vive
que causou?
○ Relações familiares, sociais,
○ Preocupações: o que mais trabalho
preocupa?
○ Cultura e ambiente onde está
○ Funcionalidade: impacto na inserida
vida diária?
○ Expectativas: o que espera da
consulta?
4. Sistematização
○ Sentimentos: como se sente com ● Organizar as informações colhidas.
isso?
● Alinhar a percepção do paciente com a
do profissional.
Transição para agenda médica:
● Investigar os sete atributos do ● Facilita formulação de hipóteses
sintoma: diagnósticas e direciona o exame físico.
1. Localização e irradiação
2. Início e evolução (cronologia)
5. Exame Físico
● Explicar o exame e pedir permissão,
principalmente para áreas sensíveis.
✅ SINAIS VITAIS –
RESUMO DIDÁTICO
● Tranquilizar o paciente, respeitando
desconfortos.
● Seguir ordem crânio-caudal, dando
atenção especial ao sistema relacionado à
queixa.
6. Planejamento
● Construir um plano de cuidado em
conjunto:
○ Priorizar problemas e definir
objetivos. 🔹 O que são?
○ Acordar o papel de cada um São indicadores fundamentais do funcionamento
(profissional e paciente). dos órgãos vitais e ajudam a detectar alterações
fisiológicas importantes.
● Incluir promoção e prevenção da
saúde:
○ Reduzir riscos, detectar
precocemente problemas e
🔴 SINAIS VITAIS
evitar complicações. CLÁSSICOS
● Pulso
7. Fechamento ● Pressão arterial
● Confirmar se o paciente compreendeu o
● Frequência respiratória
plano e aceita segui-lo.
● Temperatura corporal
● Garantir acesso para retorno ou
encaminhamento quando necessário.
● Alinhar metas pactuadas com o
🟠 SINAIS VITAIS ADICIONAIS
paciente.
● Dor (5º sinal vital) ● Bradicardia (<60 bpm): atletas, infecção
viral, bloqueios cardíacos.
● Nível de consciência
● Oximetria de pulso (SpO₂)
🫁 FREQUÊNCIA
RESPIRATÓRIA (FR)
❤️🔥 PULSO → Número de respirações por minuto
(inspiração + expiração)
→ É a percepção da onda de sangue causada
pela contração do coração. 🔸 Normal: 16 a 20 rpm (adultos)
🔸 Avaliação: 🔸 Alterações de frequência:
● Frequência (bpm) ● Taquipneia: > 20 rpm
● Ritmo (regular/irregular) ● Bradipneia: < 16 rpm
● Amplitude (forte/fraco)
🔸 Alterações de padrão:
● Simetria (comparar os lados)
● Dispneia: respiração difícil
🔸 Valores normais por idade: ● Cheyne-Stokes: alterna aumento e
diminuição + pausas
● RN: 100–160 bpm
● Biot: respiração irregular com pausas
● Lactentes: 100–140
● Kussmaul: rápida e profunda (ex:
● Crianças: 80–120 cetoacidose)
● Adolescentes e Adultos: 60–100 ● Suspirosa: suspiros frequentes
(estresse/ansiedade)
● Idosos: 60–100 (mais bradicárdicos)
🔸 Alterações:
● Taquicardia (>100 bpm): febre,
ansiedade, exercício, hipovolemia.
🌡 TEMPERATURA
CORPORAL
→ Controlada pelo hipotálamo. Ideal para 🔸 Valores:
avaliar infecção e regulação térmica.
● 95% – 100%: normal
🔸 Locais de medição:
● 90% – 94%: hipoxemia leve
● Axilar (mais comum)
● 85% – 89%: moderada
● Bucal (não usar em crianças, pacientes
graves) ● < 85%: grave
● Retal (mais precisa, uso especial)
🔸 Interferências: mãos frias, esmaltes,
🔸 Faixas (oral): movimento, pigmentação intensa, má perfusão.
⚡ DOR – O 5º SINAL
● 36,0 – 37,5°C: normal (normotermia)
● 37,5 – 38,0°C: subfebril
VITAL
● 38,0 – 39,0°C: febre
● É uma experiência emocional e
● > 39,0°C: febre alta sensorial associada a dano tecidual.
● > 40°C: hiperpirexia ● Deve ser sempre avaliada e registrada:
presente ou ausente, leve, moderada ou
● < 35,0°C: hipotermia leve intensa.
● < 32,0°C: hipotermia grave ● Afeta os outros sinais vitais: PA, FC, FR
e nível de consciência.
🩸 OXIMETRIA DE ❤️ PRESSÃO ARTERIAL
PULSO (SpO₂)
(PA)
→ Mede a saturação de oxigênio no sangue de
forma não invasiva. → Força do sangue sobre as artérias. Reflete
🔸 Como funciona: luz infravermelha vs. o débito cardíaco e a resistência periférica.
vermelha detecta Hb oxigenada. 🔸 Fórmula:
🔸 Locais comuns: dedo, lóbulo da orelha. PA = DC × RPT
(debito cardíaco × resistência periférica total)
🔸 Fatores que influenciam a PA: ● Medir sobre roupa
● Elasticidade arterial (piora com idade) ● Manguito mal posicionado ou do
tamanho errado
● Volemia (↑ ou ↓)
● Repetir medida sem intervalo
● Viscosidade sanguínea (anemia ou
policitemia) ● Estresse, exercício, dor, bexiga cheia no
paciente
● Equipamento descalibrado
🩺 Técnica de Aferição da PA
Materiais: manguito, esfigmomanômetro
(aneroide, mercúrio, eletrônico), estetoscópio.
📉 Hipotensão
Passo a passo:
● Só é considerada patológica se
1. Repouso de 3 min, em ambiente calmo. comprometer perfusão tecidual.
2. Posição sentada com braço na altura do ● Causas: desidratação, insuficiência
coração. cardíaca, sepse, hemorragia.
3. Palpar pulso, inflar manguito até sumir o ● Hipotensão postural: queda da PA ao
pulso. levantar → comum em idosos.
4. Reinsuflar +30 mmHg.
1. João, 72 anos, está sendo monitorado em um
leito hospitalar após cirurgia abdominal. Ele está
5. Desinsuflar devagar (2-3 mmHg/seg).
consciente, orientado, mas com mãos frias e
pálidas. O oxímetro mostra SpO₂ de 88%. Qual a
6. Auscultar os sons de Korotkoff:
interpretação correta?
○ Fase I: aparecimento dos sons A) Saturação normal para a idade
→ pressão sistólica B) Leve hipoxemia
C) Hipoxemia moderada
○ Fase V: desaparecimento → D) Hipoxemia grave
pressão diastólica
2. Um bebê de 3 meses é levado ao
⚠️ Problemas comuns na aferição: pronto-socorro com febre. Qual é a faixa de
frequência cardíaca normal esperada para essa
faixa etária?
A) 60–100 bpm A) Cheyne-Stokes
B) 80–120 bpm B) Biot
C) 100–140 bpm C) Kussmaul
D) 140–160 bpm D) Suspirosa
3. Ana, 24 anos, chega com dor intensa e 7. Na aferição da pressão arterial com
respiração rápida após crise de ansiedade. FR = 28 estetoscópio e esfigmomanômetro, a pressão
rpm, ritmo normal. Qual o nome da alteração? sistólica é identificada em qual fase de
Korotkoff?
A) Dispneia
B) Taquipneia A) I
C) Bradipneia B) II
D) Cheyne-Stokes C) IV
D) V
4. José, 85 anos, hipertenso e diabético, levanta da
cama pela manhã e sente tontura. A pressão cai de 8. Um paciente chega inconsciente ao PS. Qual
130/80 mmHg para 100/60 mmHg em pé. Isso é: local de aferição da temperatura é mais
indicado e preciso nessa situação?
A) Hipertensão sistólica
B) Hipotensão ortostática A) Axilar
C) PA normal em idosos B) Bucal
D) Hipotensão grave por sepse C) Retal
D) Auricular
5. Marina, 30 anos, está com febre de 38,7°C.
Qual a classificação correta dessa temperatura? 9. Pedro, atleta, tem pulso de 54 bpm, regular,
forte, e está assintomático. Qual a classificação da
A) Normotermia FC e conduta?
B) Estado subfebril
C) Febre A) Taquicardia, tratar com betabloqueador
D) Hiperpirexia B) Bradicardia fisiológica, sem necessidade de
tratamento
C) Bradicardia patológica, iniciar atropina
D) FC normal para adultos jovens
6. Um paciente com insuficiência respiratória
apresenta padrão respiratório com movimentos
amplos, rápidos e ruídos respiratórios altos. Está
em cetoacidose diabética. Qual padrão ele 10. Maria, 40 anos, relata dor intensa no
apresenta? pós-operatório. Como classificar esse achado em
relação aos sinais vitais?
A) Não interfere nos sinais vitais A) Esperar 3 minutos antes da medição
B) É um dado subjetivo, mas irrelevante B) Utilizar o estetoscópio fora da artéria
C) Dor é o 5º sinal vital e deve ser registrada C) Usar o manguito com largura adequada
D) Só deve ser considerada se causar alterações na D) Paciente com bexiga vazia
PA
15. Qual fórmula expressa corretamente a relação
11. Em qual das situações abaixo está indicada a fisiológica da pressão arterial?
avaliação imediata dos sinais vitais?
A) PA = FC × FR
A) Paciente tranquilo, aguardando consulta B) PA = RPT × FC
B) Paciente com infecção urinária sem sintomas C) PA = DC × RPT
sistêmicos D) PA = DC / RPT
C) Antes e após administração de sedativo
intravenoso
D) Após consulta ginecológica de rotina
✅ GABARITO:
1. C
12. Qual dos fatores abaixo pode interferir na
oximetria de pulso?
2. C
A) Pressão arterial normal
B) Posição sentada 3. B
C) Mãos frias e vasoconstrição
D) Idade do paciente 4. B
5. C
13. Durante uma consulta, você identifica FR =
6. C
12 rpm, PA = 118/72 mmHg, FC = 88 bpm,
SpO₂ = 97%, temperatura = 36,8°C. Quais sinais
7. A
vitais estão fora da normalidade?
A) Frequência respiratória apenas 8. C
B) Todos estão normais
C) Saturação e PA 9. B
D) Temperatura e FC
10. C
11. C
14. Ao utilizar o manguito para medir a PA, qual
o erro comum que pode gerar uma leitura 12. C
incorreta?
13. B ● Adaptar cuidados clínicos às
especificidades culturais no Brasil.
14. B
15. C
🧠 Cultura e Saúde
● Cultura: conjunto de conhecimentos,
crenças, valores, hábitos e
comportamentos adquiridos
ANTROPOLOGIA MÉDICA:
socialmente.
COMPREENSÃO DE DOENÇAS EM
DIFERENTES CONTEXTOS
CULTURAIS & DETERMINANTES ● É dinâmica, diversa e transforma a
GLOBAIS forma como se vê o mundo e a saúde.
Cultura biomédica sobre doença: A doença é
concebida sob um ponto de vista mecanicista ou ● Como um caleidoscópio: múltiplas
biologicista de modo que se prioriza a alteração perspectivas, movimento e
orgânica que ocorre no corpo humano, complexidade.
ignorando a subjetividade inerente a esse processo
Cultura biopsicossocial: Na ordem natural, a
doença não existe.
O que existe é um fenômeno biológico que se
⚖️ Doença x Enfermidade x Sofrimento
distingue pela ruptura com uma certa ● Doença: alteração biológica ou
continuidade de fatos, com uma ordem de funcional do corpo; é o que o médico
processos ocorrendo.A doença é uma construção diagnostica.
social, está na cultura.A doença é construída por
meio de um vínculo médico paciente ● Enfermidade: experiência subjetiva do
adoecimento; o que o paciente sente.
🌍 Antropologia Médica: Compreensão das ● Sofrimento: dor física ou emocional
Doenças em Diferentes Contextos Culturais ligada à condição de adoecer.
🎯 Objetivos:
● Entender como crenças moldam a
experiência de adoecer.
🏥 Modelos Culturais de Saúde
● Usar o modelo explicativo de ● Biomédico: foca no corpo e nas causas
Kleinman para enriquecer a anamnese. biológicas; pouco espaço para
subjetividade.
● Biopsicossocial: considera fatores Ferramenta para entender como o
biológicos, psicológicos e sociais; vê a paciente interpreta sua própria
doença como uma construção cultural. doença.
● Etnomedicina: práticas e saberes de 5 perguntas-chave na anamnese:
diferentes grupos culturais, como
1. O que causou sua doença? (etiologia
indígenas e quilombolas, com curas
cultural)
próprias e saberes ancestrais.
2. Quais sintomas mais preocupam?
(significado pessoal)
🤝 Interculturalidade no SUS 3. Como a doença vai evoluir?
(expectativa de curso)
● Respeito à diversidade cultural nos
atendimentos. 4. Que tipo de ajuda procura? (médica,
espiritual, popular)
● Promove equidade especialmente a
povos indígenas, quilombolas e 5. O que espera do tratamento?
migrantes. (expectativas reais)
➡️ Objetivo: melhorar a escuta, a adesão ao
● PNASPI: política de atenção
diferenciada aos povos indígenas com
DSEIs. tratamento e o respeito às crenças do paciente.
⚠️ Limitações do Modelo de Kleinman
🌿 Exemplos Práticos ● Requer mais tempo de consulta.
● Indígenas: uso de pajelança, ervas,
espiritualidade como cura. ● Risco de viés profissional (julgar
crenças do paciente).
● Quilombolas: xaropes caseiros, saberes
transmitidos por gerações. ● Não é um protocolo rígido, mas um
guia flexível.
● 🚨 Risco do etnocentrismo: impor
visão biomédica e desrespeitar saberes
populares.
❤️ Por que esse método é importante?
● Humaniza o cuidado médico.
🧩 Modelo Explicativo de Kleinman
● Valoriza a escuta e o contexto de vida do
paciente. ● Informações sobre deficiência
● Religião ou orientação sexual
● Reduz o abandono do tratamento por
(quando relacionadas ao cuidado)
parte do paciente.
● Promove respeito e inclusão nas
relações médico-paciente.
⚖️ 3. Base Legal – LGPD (Lei Geral de
Proteção de Dados - Lei 13.709/2018)
● Regula como os dados devem ser
coletados, usados e protegidos.
Uso de Dados & Privacidade &
● Na saúde, é especialmente importante
Responsabilidade Civil Médica
porque lida com dados sensíveis.
🔐 Uso de Dados e Privacidade na ● O consentimento do paciente é, em
Saúde (Resumo para Prova) geral, necessário para coleta e uso de
🧠 1. O que são Dados Pessoais?
dados.
● Exceção: quando o uso dos dados é
● Qualquer informação que identifica essencial para proteção da vida,
uma pessoa ou permite identificá-la. execução de políticas públicas,
atendimento emergencial ou
📌 Exemplos: nome, CPF, telefone, e-mail, pesquisas em saúde com anonimato
garantido.
endereço, número do cartão SUS, prontuário
eletrônico.
❤️ 2. O que são Dados Sensíveis? 🏥 4. Aplicações na Prática Médica
● Sigilo profissional: obrigatório
● São dados pessoais mais delicados, preservar o que o paciente revelou ou
que envolvem aspectos íntimos da que o prontuário contém.
pessoa e exigem maior proteção legal.
● Prontuário eletrônico: deve ser
📌 Exemplos em saúde: acessado apenas por profissionais
autorizados.
● Doenças (como HIV, câncer,
COVID-19) ● Compartilhamento de dados: só com
justificativa legal ou autorização do
● Laudos médicos paciente.
● Histórico de tratamentos ● Pesquisas: exigem anonimização dos
dados ou consentimento específico.
● Dados genéticos
🚨 5. Riscos em caso de violação A LGPD exige que as instituições de
saúde garantam a privacidade e segurança desses
dados, informando os pacientes sobre o uso dos
● Danos à imagem e privacidade do seus dados e obtendo consentimento para o seu
paciente. tratamento.
● Responsabilização civil, ética e até Principais Aspectos da LGPD na Saúde:
criminal do profissional ou da
instituição. Dados Sensíveis:
A LGPD define como dados sensíveis aqueles
● Perda de confiança médico-paciente. relacionados à saúde, vida sexual, dados genéticos
e biométricos, conferindo-lhes proteção
reforçada.
Fundamentação Legal – LGPD
Consentimento:
O tratamento de dados sensíveis exige
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
consentimento expresso, livre e informado do
estabelece que:
titular, que pode revogar o consentimento a
Art. 5º, II : Dados sensíveis incluem informações
qualquer momento.
sobre saúde.
Art. 7º, II: O tratamento de dados sensíveis deve
Transparência:
observar o princípio da necessidade e deve estar
As instituições de saúde devem ser transparentes
limitado ao mínimo necessário para a realização
sobre como os dados são coletados, utilizados e
de suas finalidades.
armazenados, informando o titular sobre os seus
Art. 46: O controlador (no caso, o hospital) deve
direitos.
adotar medidas de segurança, técnicas e
administrativas para proteger os dados pessoais.
Segurança:
A LGPD exige a implementação de medidas
Código de Ética Médica (CFM Resolução nº técnicas e administrativas para garantir a
2.217/2018) segurança dos dados, evitando acessos não
autorizados, perdas ou danos.
Art. 73 – É vedado ao médico revelar fato de
que tenha conhecimento em virtude do Direitos do Titular:
exercício da profissão, salvo por motivo justo, A LGPD garante direitos aos titulares de dados,
dever legal ou consentimento por escrito do como acesso, correção, portabilidade e eliminação
paciente. dos seus dados, bem como o direito de oposição
ao tratamento.
Art. 85 – É vedado ao médico permitir o
manuseio e conhecimento dos prontuários Prontuários Eletrônicos:
por pessoas não obrigadas ao sigilo Os prontuários eletrônicos devem ser adequados
profissional. à LGPD, garantindo a segurança e privacidade
dos dados dos pacientes.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tem
um impacto significativo na área da saúde, Consequências da Falta de Adequação à
especialmente na proteção de dados sensíveis dos LGPD:
pacientes, como informações de saúde, vida
sexual, dados genéticos e biométricos. Sanções:
A falta de cumprimento da LGPD pode resultar 📌 Exemplo prático:
em sanções administrativas, como multas, Um médico deixa de solicitar um exame essencial
advertências e restrições de atividades. para investigar dor torácica intensa. O paciente
➡️
tem um infarto e morre.
Responsabilidade Civil: Faltou cuidado → negligência.
A LGPD estabelece a responsabilidade civil do
controlador ou operador que causar dano ao
titular de dados em violação à lei.
3. Imprudência ( ⚡ "fez o que não
Perda de Confiança: devia")
A falta de proteção dos dados pode gerar perda de
confiança dos pacientes nas instituições de saúde. ● Acontece quando o profissional age com
pressa, precipitação ou ousadia
⚠️ Diferença entre Erro, Negligência, irresponsável, sem avaliar os riscos.
Imprudência e Imperícia
📌 Exemplo prático:
Esses três últimos (negligência, imprudência e Realizar um parto normal mesmo com sinais
➡️
imperícia) são formas de culpa e podem levar ao claros de sofrimento fetal, sem suporte adequado.
que chamamos genericamente de erro médico. Atitude precipitada ou arriscada →
Veja a diferença: imprudência.
1. Erro Médico (consequência) 4. Imperícia ( 📉 "não tinha preparo
técnico")
● É o resultado danoso causado por um
ato médico inadequado. ● Quando o profissional não tem
habilidade ou conhecimento
● Pode ter ocorrido por negligência, suficiente para executar o que tentou
imprudência ou imperícia. fazer.
📌 Exemplo prático: 📌 Exemplo prático:
Um médico receita a dose errada de insulina e o Um médico recém-formado tenta realizar uma
paciente entra em coma hipoglicêmico. Isso é um cirurgia cardíaca complexa sem especialização
➡️
erro médico. nem supervisão.
Falta de técnica ou preparo → imperícia.
2. Negligência ( 🛑 "deixou de fazer o 📊 Resumo em tabela:
que devia")
Ter Significado Exemplo prático
● Ocorre quando o profissional omite um
mo em medicina
cuidado necessário, por descuido,
desatenção ou omissão. Erro Resultado Dose errada de
médi danoso, com medicação leva à
co ou sem culpa morte
Negl Omissão de Não pedir exames ou omissão.
igên um cuidado essenciais em caso
cia necessário grave ● Aplica-se em algumas situações
específicas, como:
Imp Ato apressado Induzir parto
rudê ou arriscado normal em situação ○ Quando há relação de consumo
ncia de risco (Código de Defesa do
Consumidor).
Imp Falta de Tentar cirurgia
eríci preparo complexa sem ○ Em instituições privadas
a técnico/científi qualificação (hospitais e clínicas), que podem
co adequada ter responsabilidade objetiva
pelos atos de seus funcionários.
⚖️ Diferença entre Responsabilidade ✅ Exemplo prático:
Subjetiva e Objetiva na Prática Médica Se um hospital particular perde o prontuário
🔹 Responsabilidade Subjetiva (🔍 exige médico do paciente, ele pode ser
responsabilizado objetivamente, mesmo sem
culpa)
culpa direta do médico.
● Pressupõe erro, imprudência,
negligência ou imperícia do
profissional.
🩺 Na prática médica:
● Para que o médico seja responsabilizado, Situação Tipo de
é necessário provar que ele agiu com responsabilidade
culpa.
Atuação do médico Subjetiva
● Regra geral na medicina: a com erro comprovado
responsabilidade médica é subjetiva, (imperícia,
pois a maioria dos procedimentos imprudência)
envolve uma obrigação de meio (ou
Complicações médicas Sem
seja, o médico deve empregar os meios
inevitáveis (sem erro) responsabilidade
adequados, mas não garante o resultado).
Falha de equipamento Objetiva (da
✅ Exemplo prático: do hospital privado instituição)
Um paciente sofre uma complicação cirúrgica Médico como prestador Pode envolver
esperada, mesmo com todos os cuidados e de serviço via contrato responsabilidade
protocolos. O médico não é responsabilizado, com paciente objetiva, pelo
pois não houve erro. CDC
Pressupostos da Responsabilidade Civil:
🔸 Responsabilidade Objetiva (⚠️
independe de culpa)
● Não exige prova de culpa: basta provar
⚖️ 1. DANO (o que ocorreu de errado
ao paciente)
que houve o dano e o nexo com a ação
É a lesão física, emocional ou moral sofrida ➡️ Sem nexo causal entre a conduta médica e
pelo paciente, causada por uma falha (ou não) o dano → não há culpa.
na conduta médica. O dano pode ser:
Mas se o paciente teve hemorragia porque o
➡️
● Material: perda financeira. médico não ligou corretamente uma artéria,
Há nexo causal entre a conduta e o dano.
● Moral: sofrimento, humilhação, dor.
● Estético: deformidade ou alteração da
aparência. ⚠️ 4. CULPA (erro profissional)
📌 Exemplo prático:
Envolve três possibilidades:
Durante uma cirurgia, o paciente teve uma ● Negligência (omissão de cuidado)
lesão no nervo facial e ficou com paralisia
● Imprudência (ato precipitado)
➡️
permanente em parte do rosto.
O dano está presente.
● Imperícia (falta de conhecimento
técnico)
🩺 2. CONDUTA (o que o médico fez 📌 Exemplo prático:
ou deixou de fazer)
Um médico clínico geral faz uma cirurgia
É a ação ou omissão do profissional de saúde. ortopédica sem treinamento → imperícia.
A conduta pode ser considerada adequada Não acompanha a pressão de um paciente
(sem erro) ou inadequada (com erro, grave → negligência.
negligência, imprudência ou imperícia). Administra medicação sem checar alergias →
imprudência.
📌 Exemplo prático:
Um médico esquece compressas dentro do
➡️
abdome do paciente após cirurgia.
A conduta médica foi inadequada ✅ Resumo em tabela:
(negligência).
Ele O que é? Exemplo na
me prática médica
nto
🔗 3. NEXO CAUSAL (ligação entre Dan Prejuízo ao Paralisia facial
conduta e dano) o paciente após cirurgia
É a relação direta entre a conduta do Co Ação ou omissão Esquecimento de
profissional e o dano sofrido pelo paciente. ndu do profissional compressa na
Sem nexo causal, não há responsabilização, ta cavidade
mesmo que haja dano. abdominal
📌 Exemplo prático: Nex Ligação entre
o conduta e dano
Hemorragia
causada por erro
O paciente teve parada cardíaca durante a
cirurgia por uma doença cardíaca caus técnico
preexistente, mesmo com o procedimento al
sendo correto.
Cul Falha por Médico não
pa negligência, verifica alergia e Exemplo:
imprudência ou aplica Um médico que deixa de solicitar exames
imperícia medicamento essenciais para um diagnóstico, ou que opera o
lado errado do corpo, comete um erro médico.
✅ Para que haja Iatrogenia
responsabilização médica
Definição:
subjetiva, é necessário:
É qualquer efeito adverso ou
Conduta inadequada + Nexo
indesejado causado por um tratamento
causal + Dano + Culpa.
médico, ainda que o procedimento tenha sido
correto, necessário e realizado de forma
adequada.
•Dano: Paciente evoluiu com complicações graves
e internação prolongada.
Características:
•Conduta: Atendimento inicial sem suspeita
•Não envolve culpa.
diagnóstica, anamnese e exame físico
•É um risco inerente à prática médica.
incompletos.
•Pode ser previsível ou imprevisível.
•Nexo Causal: A falha no diagnóstico precoce
•Pode ocorrer mesmo com todos os cuidados
contribuiu para a perfuração do apêndice.
médicos seguidos.
•Culpa: Conduta possivelmente negligente, pela
ausência de investigação de uma hipótese comum
Exemplo:
e potencialmente grave.
Um paciente que desenvolve uma reação alérgica
rara a um medicamento prescrito
Responsabilidade Objetiva ou Subjetiva?
corretamente, com indicação formal, sofre uma
•No Brasil, a responsabilidade civil do médico é
iatrogenia.
subjetiva: exige comprovação de culpa
(negligência, imprudência ou imperícia).
•Neste caso, pode-se argumentar negligência, pela
omissão em investigar adequadamente hipótese
relevante.
Erro Médico (Danos em decorrência de
O que é obrigação de meio?
serviços de saúde)
Definição:
Definição:
É a obrigação em que o profissional se
É a conduta equivocada do
compromete a empregar todos os recursos e
profissional de saúde, praticada com
esforços possíveis, com diligência e
negligência, imprudência ou imperícia, que
competência, mas sem garantir um resultado
causa dano ao paciente.
específico.
Características:
Na Medicina:
•Envolve culpa (erro evitável).
A maior parte das atividades médicas se
•Pode ocorrer por falha no diagnóstico,
enquadra aqui. O médico não promete curar o
tratamento, conduta, prescrição ou execução
paciente, mas sim atuar com zelo,
técnica.
conhecimento técnico e cautela, segundo os
•Pode gerar responsabilidade civil, penal e/ou
padrões da boa prática médica.
ética.
Exemplo:
Um clínico geral que atende um paciente
com pneumonia e inicia o tratamento adequado,
🩺 1. Obrigação de Meio
mas o paciente evolui mal apesar da conduta ● O profissional se compromete a
correta. empregar todos os recursos técnicos
Um neurologista que investiga uma possíveis, com zelo, habilidade e
cefaleia persistente, solicita exames e segue diligência — mas não garante a cura
protocolo, mas o tumor é de difícil diagnóstico e ou o sucesso do tratamento.
só se manifesta tardiamente.
● O foco está na conduta do médico, não
Consequência Jurídica: no desfecho.
O médico só pode ser responsabilizado se
houver prova de culpa (negligência,
imprudência ou imperícia). 📌 Exemplo prático:
É uma responsabilidade subjetiva.
● Um clínico geral trata um paciente com
O que é obrigação de resultado? pneumonia com antibióticos adequados,
orientações e acompanhamento, mas o
➡️
Definição: paciente evolui mal.
É a obrigação em que o profissional se Se o médico agiu corretamente,
compromete a alcançar um resultado não responde por erro, mesmo sem o
específico, e não o alcançá-lo caracteriza resultado esperado.
inadimplemento, independentemente de
culpa.
✅ É o tipo de obrigação mais comum na
medicina!
Na Medicina:
É mais comum em áreas em que há
promessa de resultado estético ou funcional,
principalmente em procedimentos eletivos,
como os da cirurgia plástica estética.
🏁 2. Obrigação de Resultado
● O profissional se compromete com um
Exemplo: resultado específico, e a não obtenção
Um cirurgião plástico que garante à do resultado pode gerar
paciente que sua cirurgia no nariz “vai deixar responsabilidade, mesmo sem culpa
igual ao de uma celebridade”. direta.
Um dentista que promete um sorriso
perfeito e simétrico com implantes, mas o ● Mais comum em procedimentos
resultado final é assimétrico e disfuncional. estéticos e odontológicos, onde há
promessa de um resultado final.
Consequência Jurídica:
O profissional pode ser responsabilizado
mesmo que tenha seguido a técnica
corretamente, se o resultado prometido não
📌 Exemplo prático:
for alcançado. Aqui, há responsabilidade ● Um cirurgião plástico promete que o
objetiva, ou seja, não é necessário provar nariz da paciente ficará igual ao de uma
culpa, apenas o não cumprimento do resultado. celebridade. A cirurgia é feita
corretamente, mas o resultado não é o
➡️
prometido. pré-natal.
Pode haver responsabilização, pois
criou-se uma obrigação de resultado. ● Apresenta dismorfismo, malformações
graves e suspeita de Síndrome de Potter
ou Trissomia 13.
📊 Comparação rápida: ● Prognóstico: sobrevida extremamente
baixa, com sofrimento intenso e sem
chance de desenvolvimento.
Tipo de O que se espera Exemplo
Obrigaç do profissional? prático
ão Situação ética:
Obrigaç Empenho técnico, Tratamento ● Pais pedem “fazer tudo”, mesmo após
ão de cuidado, mas sem de uma explicações médicas sobre futilidade
meio garantir cura doença clínica terapêutica.
Obrigaç Compromisso Cirurgia
ão de com um desfecho plástica com
Pontos-chave:
resultad específico promessa
o estética ● Limite ético do suporte intensivo:
deve haver proporcionalidade → evitar
⚠️ Atenção!
sofrimento com tratamentos sem
benefícios reais.
● Médicos não devem prometer ● Papel dos pais: importante, mas não
resultados garantidos, mesmo em absoluto → prevalece o melhor
procedimentos eletivos. interesse da criança.
● Quando criam expectativas exageradas ● Obstinação terapêutica vs. cuidado
ou se comprometem com um desfecho, proporcional:
podem ser responsabilizados mesmo
tendo agido corretamente. ○ Obstinação: medidas agressivas e
inúteis.
○ Cuidado proporcional: alívio do
sofrimento com algum
benefício real.
Decisões no Ìnicio & Fim da Vida
e Princípios da Bioética ● Conclusão: Equipe pode recusar
medidas que apenas prolongam
sofrimento, com respaldo ético/legal.
CASO 1: Início da Vida —
Recém-nascido com malformações
graves
Situação clínica: CASO 2: Final da Vida — Idoso com
● RN masculino, 35 semanas, sem
demência e insuficiência cardíaca
terminal
Situação clínica: ✅ ORTOTANÁSIA
● Sr. João, 84 anos, demência avançada, ● Permitir morte natural, sem intervenções
acamado, grave insuficiência cardíaca. fúteis.
● Está em estado terminal, mas filhos ● Legal no Brasil.
discordam sobre conduta → alguns
querem intubação, mas filha relata desejo ● Princípios éticos: autonomia,
dele de não prolongar a vida. beneficência, não maleficência,
dignidade.
Pontos-chave:
✅ CUIDADOS PALIATIVOS
● Autonomia e desejos prévios: devem
ser respeitados, especialmente com ● Objetivo: melhorar qualidade de vida e
Diretiva Antecipada de Vontade aliviar sofrimento em doenças graves.
(DAV).
● Iniciam-se precocemente, não
● Futilidade terapêutica: quando o significam abandono.
tratamento não reverte a doença, causa
sofrimento e não oferece qualidade de ● Podem ser aplicados junto com
vida. tratamentos.
● Planejamento antecipado de
cuidados: evita decisões conflituosas em ✅ DIRETIVAS ANTECIPADAS DE
momentos críticos. VONTADE (DAV)
● Documento onde o paciente expressa
● Cuidados paliativos no
suas vontades para o futuro.
pronto-socorro: são éticos e necessários
→ focam em conforto, não em
● Inclui testamento vital e nomeação de
prolongar sofrimento.
procurador de saúde.
● Tem base legal no Brasil (Resolução
CFM nº 1.995/2012).
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
● Importância: garante autonomia e evita
✅ EUTANÁSIA conflitos familiares.
● Ativa: ação direta para provocar a morte
(ex: injeção letal).
● Passiva: retirada de suporte → ESTUDO DE CASO: Anencefalia
confunde-se com ortotanásia. fetal
● Situação no Brasil: proibida, Contexto:
considerada homicídio.
● Gestante com feto anencéfalo É um princípio bioético que defende a
(malformação letal). distribuição justa e equitativa dos recursos de
saúde, considerando:
● Deseja interromper a gestação, mas
hospital resiste. ● Benefício clínico
● Custo/eficácia
Aspectos éticos e legais:
● Necessidade do paciente
● Prognóstico letal → feto é inviável.
● Disponibilidade dos recursos
● Autonomia da gestante: direito de
decidir.
● Interrupção da gestação: permitida
pelo STF (ADPF 54), embora haja
barreiras em alguns serviços.
🧩 Relação entre Eutanásia e Justiça
Distributiva
● Beneficência: interromper evita ● Em contextos de recursos limitados
sofrimento materno e riscos (como leitos de UTI, ventiladores), pode
desnecessários. surgir o dilema ético sobre manter
pacientes terminais em tratamento sem
perspectiva de cura.
● A eutanásia, mesmo quando pedida
Eutanásia e o Princípio da Justiça pelo paciente, não é uma forma ética
Distributiva nem legalmente aceita de resolver esse
🩺 Eutanásia – (conceito revisado): impasse no Brasil.
● No entanto, o debate sobre justiça
É o ato intencional de abreviar a vida de um distributiva levanta questões como:
paciente com doença incurável, geralmente a
pedido do próprio, com o objetivo de aliviar o ○ É justo ocupar recursos
sofrimento. intensivos para um paciente
sem chance de recuperação,
● Eutanásia ativa: administração
enquanto outro com maior
deliberada de substância letal.
chance de sobrevivência
aguarda?
● Eutanásia passiva: suspensão de
tratamentos, às vezes confundida com
○ Como equilibrar o direito
ortotanásia.
individual à vida com o bem
coletivo em um sistema de
● Situação legal no Brasil: proibida e
saúde público e limitado?
considerada crime de homicídio.
⚠️ Importante: a solução ética e legal no
Brasil para esses casos não é a eutanásia, mas
⚖️ Princípio da Justiça Distributiva sim:
● Ortotanásia: respeitar o tempo natural Não Maleficência – O dever de evitar causar
da morte sem intervenções fúteis. dano desnecessário ou injustificado aos
indivíduos, reforçando a responsabilidade
● Cuidados paliativos: garantir conforto ética dos profissionais da saúde.
e dignidade.
Justiça – Distribuição equitativa dos
● Planejamento antecipado de recursos e tratamentos, garantindo que todas
cuidados: respeitar a vontade do as pessoas tenham acesso justo aos benefícios
paciente. da medicina e da pesquisa.
2. Bioética de Intervenção
✅ Conclusão para seu resumo: A Bioética de Intervenção é um
modelo proposto pelo bioeticista brasileiro
"Embora a eutanásia envolva Volnei Garrafa e sua equipe como uma
discussões sobre sofrimento e alternativa crítica ao principialismo de
autonomia, sua prática entra em Beauchamp e Childress. Essa abordagem enfatiza
conflito com o princípio da justiça a necessidade de uma bioética mais ativa e
distributiva no Brasil, pois não se transformadora, especialmente em contextos de
justifica eticamente tirar a vida para desigualdade social e injustiça.
'economizar recursos'. O caminho Principais Características:
justo e permitido é oferecer
cuidados paliativos e respeitar a ● Compromisso com a Justiça Social –
dignidade, dentro da legalidade." A bioética deve ir além da análise
teórica e buscar ações concretas para
reduzir desigualdades em saúde e
acesso a recursos.
1. Tom Beauchamp e James Childress são
Postura Ativa e Crítica – Diferente do
dois dos principais teóricos da bioética
modelo tradicional, que se baseia apenas na
contemporânea. Em sua obra Principles
reflexão e mediação de conflitos, a Bioética
of Biomedical Ethics (publicada pela
de Intervenção propõe uma atuação mais
primeira vez em 1979), eles
incisiva para corrigir injustiças.
desenvolveram o principialismo, um
modelo que estabelece quatro princípios
● Foco em Países em Desenvolvimento –
fundamentais para a tomada de decisões
Considera as especificidades dos
éticas na área biomédica:
países periféricos, onde a pobreza e a
exclusão social influenciam
Autonomia – Respeito pela capacidade das
diretamente questões bioéticas.
pessoas de tomarem decisões informadas
sobre sua própria vida e saúde. Isso inclui o
● Superação do Neutro-Universalismo
consentimento informado em pesquisas e
– Critica a aplicação universal dos
tratamentos.
princípios bioéticos sem considerar o
contexto social, histórico e político de
Beneficência – A obrigação de promover o
cada realidade.
bem-estar dos pacientes e participantes de
pesquisas, garantindo que os benefícios das
Essa abordagem reforça que a bioética
intervenções superem os riscos.
deve não apenas discutir problemas éticos, mas
agir ativamente para transformar a realidade,
promovendo equidade e direitos humanos,
especialmente nas populações mais vulneráveis.