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Língua Portuguesa

A aula aborda a estrutura das frases, orações e períodos, enfatizando a diferença entre períodos simples e compostos, além de discutir a importância da concordância verbal e nominal. São apresentados os conceitos de sujeito, predicado, termos integrantes e acessórios, e os tipos de períodos compostos, incluindo coordenação e subordinação. Por fim, o documento menciona vícios de linguagem e suas implicações na comunicação.

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Língua Portuguesa

A aula aborda a estrutura das frases, orações e períodos, enfatizando a diferença entre períodos simples e compostos, além de discutir a importância da concordância verbal e nominal. São apresentados os conceitos de sujeito, predicado, termos integrantes e acessórios, e os tipos de períodos compostos, incluindo coordenação e subordinação. Por fim, o documento menciona vícios de linguagem e suas implicações na comunicação.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Profª Zuleica Aparecida Michalkiewicz


AULA 4
Aluno: RENATA CAROLINE GUIMARÃES DE OLIVEIRA
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Aluno: RENATA CAROLINE GUIMARÃES DE OLIVEIRA

CONVERSA INICIAL

Como as frases são estruturadas? Essa é a pergunta que vai nortear


nossa aula. Nosso objetivo agora, após a revisão das classes de palavras e
questões de ortografia, é compreender, bem como construir frases e períodos
simples e compostos com base na aplicação adequada de classes gramaticais
e recursos expressivos de linguagem. Vamos reconhecer a diferença na
composição de períodos simples e compostos; distinguir e desfazer
ambiguidades causadas por escolhas lexicais ou sintáticas e conhecer,
oralmente e por escrito, construções que colaboram para o surgimento de vícios
de linguagem.
É chegada a hora de revisar os termos essenciais, integrantes e
acessórios da oração e perceber que essas estruturas constituem períodos, isto
é, os enunciados com sentido completo, que são construídos por mais orações.
Quando constituídos de mais de uma oração, teremos os períodos compostos.
Dentro dessa estrutura composta, é chegado o momento de estudarmos as
orações coordenadas e subordinadas, sem deixar de levar em consideração a
concordância verbal e nominal. Afinal, quando os períodos ficam mais longos,
há uma inclinação imperceptível de fazer a concordância com os elementos mais
próximos, quando, na verdade, eles podem estar distantes, seja do verbo ou do
nome a que se refere. Começaremos por meio da figura a seguir, que ilustra a
diferença entre período simples e composto.

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Figura 1 – Período simples versus período composto

Além disso, guarde essa dica: as orações são reconhecidas por meio dos
verbos e das locuções verbais; já os períodos são contados por meio dos pontos
final, interrogativo e exclamativo.

TEMA 1 – FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO

Ao combinar as palavras de uma língua, o locutor tem um propósito


específico: estabelecer comunicação. Segundo a perspectiva de Bakhtin (1997),
o locutor interage verbalmente com um propósito comunicativo que se
estabelece em uma relação dialógica.
A sintaxe estuda as combinações e relações entre as palavras. Essas
combinações começam por meio de frases, orações e períodos.

1.1 Frase

É a unidade mínima de comunicação linguística. Portanto, será frase


qualquer palavra ou grupo de palavras que estabeleçam sentido. Por exemplo:

Você escreve música?


Não.

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Ambas são frases; no primeiro caso, a frase é composta por um grupo de


palavras e, no segundo, apenas por uma palavra. O que deve ser levado em
consideração é o sentido que podemos estabelecer com elas.

1.2 Oração

É uma frase ou parte de uma frase que se organiza em torno de um verbo


ou de uma locução verbal. Geralmente, a oração é constituída de sujeito e
predicado ou, pelo menos, de um predicado. O verbo é a classe que estabelece
as relações de sentido. Por exemplo:

Clarissa baixa os olhos timidamente.

SUJEITO PREDICADO

É tarde.

PREDICADO

No último caso, não há sujeito; somente predicado. Note que, em ambos


os exemplos, se os verbos baixar e ser forem retirados, as orações ficarão sem
sentido.

1.3 Período

É a frase constituída de uma ou mais orações. Os períodos se encerram


nos pontos quando o sentido a ser expresso estiver completo. Quando o período
tiver apenas uma oração (ou seja, apenas um verbo), teremos um período
simples. Quando houver mais de uma oração (dois ou mais verbos), teremos o
período composto. Por exemplo:

A sala de jantar está toda bagunçada.

Nesse caso, temos uma oração apenas, pois há somente o verbo estar.
Portanto, aqui há um período simples. Veja outro exemplo:

Ele notou que a sala de jantar estava toda bagunçada.

Nesse exemplo, temos dois verbos (notar e estar). Portanto, temos um


período composto por duas orações.

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A seguir, vamos estudar a estrutura dos períodos.

TEMA 2 – PERÍODO SIMPLES

De acordo com a figura 1, o período simples é composto por um verbo, ou


seja, toda a estrutura da oração depende do verbo para ter sentido e para que
os demais elementos (classes gramaticais) sejam articulados, a fim de construir
sentidos.
Dentro do período simples, há quatro termos que o compõem.

Figura 2 – Termos que compõem o período simples

O sujeito é sobre quem se declara algo. Ele estabelece uma relação de


concordância com o predicado. Exemplo: A menina sorriu para mim. Ao
perguntar para o verbo “quem sorriu?”, a resposta obtida é o sujeito menina,
que concorda em número e pessoa com o verbo. Observe ainda: Romeu e
Julieta morreram do mal de amor. Nesse caso, o sujeito é composto por dois
substantivos. Por essa razão, o verbo morrer está conjugado no plural
(morreram), estabelecendo, assim, a concordância entre eles.
O predicado é a informação da oração propriamente dita. É no predicado
que identificamos o verbo e o classificamos de acordo com sua função. O
predicado é classificado em verbal, nominal e verbo-nominal. O predicado verbal
é aquele em que o verbo é o núcleo significativo.

Exemplo 1: A noite esfriou. Exemplo 2: Ele abriu a porta.

As formas verbais destacadas apresentam sentido completo e são verbos


que indicam ação. No exemplo 1, o verbo tem sentido completo e não necessita
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de um complemento para o verbo. Portanto, é classificado como verbo


intransitivo e o predicado é verbal. No exemplo 2, se a oração tivesse sido
encerrada no verbo abrir, ficaria a pergunta “abriu o quê?”. Sendo assim, esse
verbo é transitivo, porque necessita de um complemento e o predicado também
é verbal. Note que o verbo de ação classificou o predicado.
Observe agora os próximos exemplos:

Exemplo 1: A casa está feia. Exemplo 2: Joaquim voltou calado.

No exemplo 1, o verbo é de ligação (ser) e o significado do predicado está


no adjetivo feia. Portanto, temos um predicado nominal. Já no exemplo 2, o
verbo voltar é de ação e estabelece todo o sentido. Todavia, ele apresenta mais
um núcleo significativo, o adjetivo calado. Logo, temos um predicado verbo-
nominal, porque há um verbo de ação e uma característica do sujeito.
Os termos integrantes são aqueles que integram o sentido do verbo e dos
substantivos. Os termos que integram os verbos são chamados de
complementos verbais, ou objeto direto e objeto indireto. Os objetos diretos
completam o sentido do verbo sem uma preposição (de modo direto) e os objetos
indiretos completam o verbo por meio de uma preposição.
Observe as seguintes orações.

Exemplo 1: Minha filha está lendo o livro no jardim.


Exemplo 2: Você vai fugir de mim?

No primeiro exemplo, o livro completa o verbo ler de forma direta, isto é,


sem necessidade de uma preposição. No segundo, o verbo fugir precisa da
preposição de para completar o seu sentido e ligá-lo ao seu complemento mim,
o objeto indireto.
O complemento nominal é o termo integrante que completa os adjetivos,
advérbios e substantivos. Veja o exemplo: Espero que você faça uma boa leitura
do texto. Se a oração acabasse no substantivo leitura, ela ficaria sem sentido.
Isso porque essa classe gramatical precisa de um complemento, chamado de
complemento nominal que, no exemplo anterior, é indicado pela expressão do
texto.
Os termos acessórios são informações adicionais da estrutura básica.
Podem ser dispensáveis em alguns casos, mas seus usos acrescentam
informações que caracterizam os seres, determinam os substantivos ou
expressam circunstâncias. Esses termos são as demais classes gramaticais que

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se articulam na oração, de forma a explicar e construir sentidos no enunciado.


São eles: artigos; adjetivos (que não estejam exercendo função de núcleo de
predicados); advérbios e pronomes adjetivos. Nesses casos, são chamados de
adjuntos adnominais e adjuntos adverbiais.
Além dos adjuntos, temos também os apostos, que são termos que se
juntam com outras palavras de valor substantivo para explicá-los ou especificá-
los. Por exemplo: Brasília, capital do país, foi construída em 1960. E, por último,
temos o vocativo, um termo que não se liga nem ao sujeito nem ao predicado,
mas faz parte da oração para interpelar o interlocutor, fazendo um chamado. A
saber, Maria, volte logo!

TEMA 3 – PERÍODO COMPOSTO

No período composto, temos duas orações ou mais que estabelecem


relações de sentido. Anteriormente vimos apenas o período simples, isto é,
frases com apenas um verbo. Agora, é chegado o momento de estudarmos os
períodos mais longos. Observe o mapa conceitual a seguir.

Figura 3 – Mapa conceitual: períodos simples e composto

Fonte: Galeria da Ju, 2015.

No período composto por coordenação, cada uma das orações é


sintaticamente independente, isto é, não exercem nenhuma função sintática com
relação à outra. Cada oração vale por si. Veja o exemplo:
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Uma multidão se aglomera nas ruas do centro e o comércio interrompe suas


atividades.

Note que há duas orações nesse período 1, mas a oração 1 (em vermelho)
tem existência independente da segunda. Poderíamos colocar um ponto após a
primeira oração e ela não perderia o sentido. Assim, temos o chamado período
composto por coordenação.
Os períodos compostos por coordenação se dividem em orações
assindéticas, ou seja, que não se ligam por nenhuma conjunção. Já nas
sindéticas, a segunda oração se liga à primeira por meio de uma conjunção.
Como acontece no exemplo anterior, a conjunção e liga uma oração à outra.
Esses elementos de ligação, conjunção ou síndeto entre as orações expressam
uma informação específica. Em outras palavras, podem ser informações
aditivas, que expressam adição; adversativas, que trazem ideia oposta;
alternativas, que expressam alternância; conclusivas, que expressam conclusão;
e explicativas, que indicam uma explicação.
Os períodos compostos por subordinação expressam uma relação de
dependência em relação à oração anterior. A oração que depende da oração
principal é a oração subordinada, isto é, depende da oração principal para que
possa ser compreendida. Veja este exemplo:

Só sei que ao redor tudo era silêncio.


A oração em vermelho é a oração principal, que, ao ser isolada, perde o
sentido. Ela precisa da outra oração, destacada em azul, para construir a relação
de sentido; é chamada de oração subordinada porque depende da primeira para
articular significados. Tais orações estão ligadas por meio da conjunção que
para integrar esse período, ou seja, essa conjunção não pode ser retirada ou
substituída por outra.
As subordinadas podem ser substantivas, que completam sempre o
sentido da oração principal. Elas são interconectadas pelas conjunções
integrantes que ou se, exercendo a função própria de substantivo: sujeito, objeto
direto e/ou indireto, complemento nominal, predicativo e aposto. Ou seja, os
temos que compõem o período simples.
Também temos as orações subordinadas adjetivas, assim chamadas
porque têm valor de adjetivo e modificam um termo da oração principal.

1 Vale lembrar que orações são verificadas pelos verbos, e os períodos, pelos pontos.
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Funcionam como adjunto adnominal e são introduzidas por pronome relativo


(que, quem, o qual etc.). Elas são classificadas em restritivas, quando limitam a
significação do seu antecedente, e explicativas, quando acrescentam uma
informação ao termo antecedente, podendo ou não ser retirada, sem causar
prejuízo à lógica da frase.
Já as orações subordinadas adverbiais funcionam como adjunto adverbial
de outras orações e são introduzidas por uma conjunção subordinativa (com
exceção das integrantes, que introduzem as subordinadas substantivas). Elas
são classificadas de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que as
introduz, sendo elas: causais, comparativas, concessivas, condicionais,
conformativas, consecutivas, finais, proporcionais e temporais. Convém ressaltar
que, no caso das orações subordinadas, quando não são introduzidos seus
elementos de conexão e as respectivas orações, o sentido do período fica
comprometido ou pode expressar outra ideia que não seja aquela pretendida
pelo autor.

TEMA 4 – VÍCIOS DE LINGUAGEM

Os vícios de linguagem são modos de escrever que contrariam as normas


de uma língua. A infração à norma só recebe o nome de vício quando se torna
frequente nos usos que o sujeito faz da língua. Os deslizes ocasionais podem
ser apenas um descuido ou um recurso com intenção expressiva. Vamos
analisar alguns desses vícios da língua, mas sempre atentos aos contextos de
uso.
A primeira seria o arcaísmo, quando são empregadas palavras ou
expressões que caíram em desuso. Por exemplo: Os três dias de nojo tinham
passado. Nessa oração de Eça de Queiroz, a expressão nojo se refere ao luto.
Esse é um termo que, atualmente, não é mais utilizado como sinônimo de luto.
Há também o barbarismo, uma inadequação que pode estar relacionada
à forma da palavra (como esteje ao invés de esteja) ou estar relacionado ao
equívoco de pronúncia (como Rubrica, ao invés de rubrica, ou pudico, no lugar
de pudico). O primeiro caso de barbarismo recebe o nome de cacoépia, ao passo
que o segundo, de silabada. Podem existir, ainda, inadequações gráficas,
chamadas de cacografia, por exemplo: segiu e excessão.

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O cacófato é a palavra que resulta da união entre duas partes de palavras


vizinhas. Por exemplo: Não tenho pretensões acerca dela (a ser cadela), ou
nunca gaste dinheiro demais.
A colisão é uma sequência de sons consonantais iguais que causam um
efeito sonoro desagradável. Por exemplo: Se sobressaiu sobre os outros. Ao
ler em voz alta, é perceptível um som sibilante que se torna desagradável e exige
mais atenção do interlocutor.
O pleonasmo é o emprego de palavras ou expressões de significado
semelhante que não acrescentam nada ao que foi expresso anteriormente e, por
isso, tornam-se inúteis e/ou redundantes. Por exemplo: Saia aqui para fora ou
encare de frente a situação. Observe que não há necessidade de usar a
expressão para fora porque o verbo sair já traz esse sentido. No segundo caso,
a expressão de frente é redundante porque para encarar alguma coisa é preciso
estar de frente.
O solecismo é o nome dado às construções que infringem as normas da
sintaxe, sejam elas de concordância, regência ou colocação pronominal. Por
exemplo: *Haviam dez alunos na sala (o verbo haver é um verbo impessoal; logo,
permanece na terceira pessoa do singular). Vejamos outro exemplo: *Cheguei
na escola. O verbo chegar rege a preposição a e não em. Portanto, segundo a
norma culta, o correto é chegar à escola. Outra situação: *me empresta isso.
Segundo o padrão da norma culta, não podemos iniciar orações com pronome
obliquo. Ou seja, o correto seria: Empresta-me isso.
Convém salientar que os vícios são assim caracterizados mais na escrita
da língua. Na oralidade, muitos dos exemplos citados não podem ser
considerados inadequados, de acordo com o contexto, sujeitos, e outros fatores
que abarcam a variação linguística. Todavia, quanto aos contextos monitorados
da língua, faz-se necessário o uso da norma padrão. Nos gêneros secundários
(como na escrita acadêmica), os vícios de linguagem comprometem a estrutura
do texto e sua interpretação.

TEMA 5 – AMBIGUIDADE

A ambiguidade é um fenômeno linguístico que possibilita uma dupla


interpretação dos enunciados. Isso pode ocorrer por vários motivos sintáticos-
semânticos. É um fenômeno muito frequente, mas, na maioria dos casos, os
contextos linguístico e situacional indicam qual a interpretação correta.
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Figura 4 – Ambiguidade

Fonte: Em pé na rede, 2008.

No anúncio anterior, a palavra muda é a responsável pela interpretação


dúbia. Isso porque muda pode ser um verbo no presente do indicativo conjugado
na terceira pessoa do singular ou pode ser um adjetivo que advém do substantivo
mudez, que equivale à perda ou diminuição considerável da fala.
No exemplo anterior, o propósito comunicativo era se referir à mudança,
no sentido de mudar de lugar. Todavia, acompanhado do substantivo família,
pode ser lido como mudez (função de adjetivo). Podemos, num primeiro
momento, entender que existe uma família com deficiência na fala que está
vendendo tudo ou, de acordo com o contexto situacional, que a família está de
mudança de local e, por isso, põe tudo à venda.
A ambiguidade também é chamada de anfibologia. É considerada um
vício de linguagem, mas pode ser usada como licença poética no intuito de
causar estranhamento com vistas à reflexão. Entretanto, em contextos regidos
pela norma padrão de língua, ela passa a ser vista como uma inadequação. A
ambiguidade pode ser resolvida quando se conhece as articulações entre as
palavras para formar frases, orações e períodos. Observe: A menina disse à
colega que sua mãe havia chegado. A mãe era da menina ou da colega? Nesse
caso, é preciso considerar duas questões linguísticas. A primeira é que o
pronome possessivo sua pode se referir aos dois referentes anteriores, tanto à
colega quanto à menina. Além disso, os dois referentes próximos também são
facilitadores para construções ambíguas. Por isso, a organização da língua
prima sempre pela ordem direta sujeito + verbo + complemento, articulando
cada complemento no seu devido lugar, bem como os termos acessórios.

NA PRÁTICA

Nas orações a seguir, há vícios de linguagem. Encontre-os e explique,


sintaticamente, o que ocasionou os desvios. Ao analisar os vícios, você deverá

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levar em consideração períodos, orações e estruturas quando simples e/ou


compostos.

1. Encontrei-o assustado e esteve perdido.


2. O menino viu o incêndio do prédio.
3. Os eleitores revoltaram-se contra os deputados por causa de seus
salários.

FINALIZANDO

Nesta aula, pudemos compreender e observar que frases e períodos


simples e compostos são utilizados com base na aplicação adequada de classes
gramaticais e recursos expressivos de linguagem. Os enunciados são
manifestações da linguagem e se constroem em sequências que estão
articuladas entre si, a fim de um propósito comunicativo. Quando a articulação
das estruturas dos períodos simples ou compostos estão em desacordo, elas
geram problemas na sequência do texto. Essas inadequações podem causar
interpretações duais ou deixar o período sem sentido, devido à falta do
complemento de um termo ou de uma oração subordinada, entre outros.
As estruturas das orações e períodos mantêm entre si uma organização
que precisa ser seguida de acordo com a intenção do autor do texto. Isso
acontece porque as orações e os períodos podem ser escritos de várias
maneiras, todavia, articuladas. Caso haja desvios nessas articulações, teremos
problemas pontuais que uma análise linguística poderá responder. Espero que,
com base nessas retomadas da gramática, você consiga fazer essa análise do
texto, como também perceber as estruturas e seus determinantes.

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REFERÊNCIAS

BORTONI-RICARDO, Stella Maria et al. (Org.). Por que a escola não ensina
gramática assim? São Paulo: Parábola, 2014.

CASTILHO, A. de. Nova gramática do português brasileiro. São Paulo:


Contexto, 2016.

CIPRO NETO, P.; INFANTE, U. Gramática da língua portuguesa. São Paulo:


Scipione, 2008.

FAMÍLIA muda… vende tudo? Em pé na rede, 26 d3z. 2008. Disponível em:


<https://empenarede.wordpress.com/2008/12/26/familia-muda-vende-tudo/>.
Acesso em: 2 mar. 2019.

MAPA conceitual: período simples e período composto. Galeria da Ju, 20 mar.


2015. Disponível em: <https://galeriadaju.blogspot.com/2015/03/mapa-conceitual-
periodo-simples-e.html>. Acesso em: 4 mar. 2019.

NICOLA, J. de. Gramática: palavra, frase, texto. São Paulo: Scipione, 2009.

POSSENTI, S. A cor da língua e outras croniquinhas de linguística. Campinas:


Mercado de Letras, 2001. p. 150-151.

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