Eletrônica Geral 1 – Aula 3
Prof. César M. Vargas Benítez
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Agenda I
1 Transistores bipolares – Introdução
Definições
Tipos
Polarização
2 Operação do transistor
3 Análise de circuitos: Configuração Emissor-comum
4 Aplicação básica: o transistor como chave eletrônica
5 Lógica digital Diodo-Transistor (DTL)
6 Tipos e encapsulamentos
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Definições
Inventado nos laboratórios Bell por PhD John Bardeen,
PhD William Shockley e PhD Walter Houser → Nobel de
Física 1956.
O transistor é considerado o principal elemento building
block na eletrônica;
Basicamente, há 2 tipos principais: o transistor de junção
bipolar (Bipolar Junction Transistor–BJT) e o transistor de
efeito de campo (Field Effect Transistor–FET);
Nesta aula, estudaremos o BJT.
O BJT é um dispositivo semicondutor de três terminais. Há
dois tipos de BJT:
NPN
PNP
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Tipos
O BJT possui duas junções (entre materiais n e p). As
junções são semelhantes às junções nos diodos.
Os três terminais do BJT são chamados de Base (B),
Coletor (C) e Emissor (E).
Tipos: NPN e PNP
Junções: Base-Emissor, Base-Coletor
A seta no símbolo define o sentido (convencional) da corrente de emissor.
Figura: Tipos de BJT, simbologia e e estrutura: (a) Transistor NPN (b) Transistor PNP
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Polarização
A diferença entre transistores NPN e PNP é a polaridade
das junções;
→ O sentido das correntes e polaridade das tensões para
os transistores NPN e PNP são opostos(as).
Transistores bipolares operam como reguladores de
corrente controlada por corrente;
→ As correntes IC e IE são controladas pela corrente IB .
Figura: Sentido das correntes e polaridades das tensões: (a) Transistor NPN (b)
Transistor PNP
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Polarização
As correntes (CC) de base e coletor estão relacionadas da seguinte maneira:
IC = βIB (1)
Onde, β é o ganho de corrente.
Nos datasheets, o β é geralmente representado por hF E . Onde, ’h’ é derivado
de um circuito equivalente CA híbrido (veremos nas próximas aulas). As letras
FE derivam da amplificação de corrente direta (forward) e da configuração
emissor-comum, respectivamente.
Aplicando a 1a Lei de Kirchhoff temos,
IE = IC + IB = (1 + β)IB ≈ βIB (2)
β
IC = IE = αIE (3)
1+β
P.ex.: para β = 100, α = 0, 99
IE ≈ IC (4)
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Polarização
Há três tipos de tensão utilizados na descrição de circuitos transistorizados:
Fontes de alimentação: VCC , VBB , VEE ;
Tensões nos terminais do transistor: VB (tensão de Base),
VE (tensão de Emissor), VC (tensão de Coletor).
Tensão nas junções: VBE (tensão Base-Emissor).
VBE = 0, 7V, VCE (tensão Coletor-Emissor), VCB (tensão
Coletor-Base).
Figura: Tensões (CC) em um circuito transistorizado
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Operação do transistor
A operação do transistor pode ser definida a partir da polarização: Corrente de
coletor (IC ) e a tensão Coletor-Emissor (VCE );
Regiões de operação: Saturação, Ativa, corte e Breakdown.
Curva característica: apresenta as regiões de operação do transistor;
A operação do transistor pode ser definida a partir da corrente de coletor (IC ) e
a tensão Coletor-Emissor (VCE );
Regiões de operação: Saturação, Ativa, corte e Breakdown.
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Operação do transistor
Região de saturação:
Junção Base-Emissor polarizada diretamente;
Junção Coletor-Base polarizada diretamente;
IC atinge o valor máximo possível (independente da IB e
do β).
O valor máximo possível é determinado pelo resistor de
coletor RC e pela fonte de alimentação VCC
VCE ≈ 0, 2V
Idealmente, VCE = 0V
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Operação do transistor
Região Ativa:
Junção Base-Emissor polarizada diretamente;
Junção Coletor-Base polarizada reversamente;
IC controlada por IB . IC = βIB
VBE < VCE < VCC
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Operação do transistor
Região de corte:
Junção Base-Emissor polarizada reversamente;
IC = 0A
Terminais Coletor-Emissor “em aberto”.
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Operação do transistor
Região de Breakdown:
IC e VCE excedem as especificações do fabricante.
→ Danifica o transistor!
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Operação do transistor
Ponto de Operação (ponto quiescente) Q:
Quiescente significa repouso (imóvel);
O ponto de operação do circuito transistorizado é definido
pelo circuito de polarização (em CC).
O ponto Q corresponde a um ponto específico na Reta de
Carga;
Um amplificador transistorizado opera no ponto Q quando
amplitude do sinal é zero.
→ Veremos nas próximas aulas
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Operação do transistor
O ponto Q é escolhido de acordo com a aplicação do
circuito.
Por exemplo, uma chave eletrônica (ou um circuito
acionador de relé) deve trabalhar nas regiões de corte e
saturação. Por outro lado, um pré-amplificador de áudio
(p.ex.: de microfone) deve trabalhar na região ativa (para
amplificar os semi-ciclos positivo e negativo do sinal
recebido na entrada do circuito).
*Estudaremos nas próximas aulas...
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Análise de circuitos: Configuração Emissor-comum
Exemplo de análise de circuitos transistorizados:
configuração Emissor-comum:
Junção Base-Emissor polarizada diretamente;
Junção Coletor-Base polarizada reversamente;
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Análise de circuitos: Configuração Emissor-comum
Circuito de Base-Emissor Aplicando a 2a Lei de
– Malha Base-Emissor: Kirchhoff, temos:
−VBB + VRB + VBE = 0 (5)
−VBB + RB IB + VBE = 0 (6)
VBB − VBE
IB = (7)
RB
VBE = 0, 7V (8)
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Análise de circuitos: Configuração Emissor-comum
Circuito de
Coletor-Emissor – Malha
Coletor-Emissor:
−VCC + RC IC + VCE = 0 (10)
VCE = VCC − RC IC (11)
IC = βIB (12)
VCE = VC − VE (13)
Como VE = 0V, VCE = VC
VCB = VC − VB (14)
Potência dissipada pelo transistor
(Potência de coletor):
Aplicando a 2a Lei de
Kirchhoff, temos: PC = VCE IC (15)
−VCC + VRC + VCE = 0 (9)
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Exemplo de reta de carga
ICsat ?
VCE no estado de corte?
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Exemplo de reta de carga
Determinando a Corrente Máxima de Coletor possível
(ICsat ):
Se IC > ICsat → O transistor está em saturação.
IC :
VCC − VCE
IC = (16)
RC
Idealmente: VCE = 0V
VCC
∴ ICsat = (17)
RC
Valor típico: VCE = 0, 2V
VCC − 0, 2
∴ ICsat = (18)
RC
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Exemplo de reta de carga
Determinando a tensão VCE em estado de corte:
→Transistor em corte.
IC = 0A
VCE = VC − VE (19)
VC = VCC − VRC (20)
VE = 0V (21)
∴ VCE = VCC − VRC (22)
VCE = VCC − IC RC (23)
Como IC = 0A, temos
VCE = VCC (24)
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Exemplo 1
Determine IB , IC , VB , VC , VE , VCE e VBC
Desenhe a reta de carga, incluindo o ponto de operação Q
(corte, saturação ou região ativa?).
Considere:
RB = 220kΩ
RC = 2, 2kΩ
VCC = VBB = 12V β = 50
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Exemplo 2
Determine IB , IC , VB , VC , VE , VCE e VBC
Considere:
RB = 470kΩ
RC = 2, 7kΩ
VCC = 16V
β = 90
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Exemplo 3
Determine IC , RC , RB e VCE
Considere:
VCC = 12V
β = 80
IB = 40µA
VC = 6V
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Exemplo 4
Determine IC , β, RB e VCC
Considere:
VCE = 7, 2V
IB = 20µA
IE = 4mA
RC = 2, 2kΩ
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Aplicação básica: o transistor como chave eletrônica
Chave eletrônica (regiões de corte e saturação)
→ Inversor (Not)
Regra de projeto:
Calcular RB e RC para que a IC seja maior que a ICsat .
Na prática podemos utilizar a seguinte simplificação de projeto para a
construção de um circuito que trabalhe nas regiões de saturação e corte
(transistor como chave eletrônica):
RB = 10 ∗ RC (25)
P.ex.: Transistor BC548 e RB = 4, 7kΩ, RC = 470Ω.
Transistor BC548 e RB = 10kΩ, RC = 1kΩ.
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Driver de relé
Exemplo de resistor de base: R = 4, 7kΩ
Tensão na bobina do relé: vL (t) = LdiL /dt
mudança rápida de iL (t) → vL (t) elevada! → pode danificar o transistor!!!
Diodo de Roda-Livre: proteção do transistor
Ex.: Diodo 1N4148 ou diodos Schottky (p.ex.: 1N5818).
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Lógica digital Diodo-Transistor (DTL)
Inversor (not) (regiões de corte e saturação)
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Lógica digital Diodo-Transistor (DTL)
Operação NÃO E (NAND)
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Lógica digital Diodo-Transistor (DTL)
Operação E (AND)
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Lógica digital Diodo-Transistor (DTL)
Operação NÃO OU (NOR)
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Lógica digital Diodo-Transistor (DTL)
Operação OU (OR)
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Lógica digital Diodo-Transistor (DTL)
Exercício: projete e desenhe um circuito DTL que realize a
operação XOR
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Tipos e encapsulamentos
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Tipos e encapsulamentos
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Tipos e encapsulamentos
Tipos especiais:
Par Darlington: amplificação de corrente;
UJT (transistor de unijunção): osciladores de baixa
frequência, Geradores de onda dente de serra, etc.
Fototransistor: circuitos de comunicação IR
(infravermelho), etc.;
Optoacoplador: isolamento elétrico com acoplamento
óptico.
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