NBR 17.
240 Sistema de detecção e alarme de incêndio
O que é a NBR 17240?
A ABNT NBR 17240 é uma norma técnica criada em 2010 que está relacionada aos
equipamentos de detecção e alarme de incêndios:
“Esta Norma foi elaborada com a finalidade de definir para os projetistas, autoridades
competentes, consumidores, inspetores, fabricantes, laboratórios e usuários de sistemas de
detecção e alarme de incêndio de edificações os objetivos da detecção e alarme de incêndio e
suas implicações básicas para a segurança de pessoas, do patrimônio e do meio ambiente.”
Isso significa que ela recomenda quais são os padrões mínimos exigidos para evitar grandes
tragédias e prejuízos.
Como essa norma funciona?
Apesar de ser de grande importância, a NBR 17240 não tem força de lei. Logo, ela apresenta os
padrões ideais, mas não tem autoridade para aplicação de multas ou punições. Sendo assim,
fica a cargo de outros órgãos realizar essa verificação. De modo geral, o Corpo de Bombeiro
Militar é o responsável por essa parte. Então, eles devem fiscalizar as edificações e averiguar
as condições de prevenção e alarme contra incêndios. As punições e prazos para adequação
podem sofrer variações de acordo com cada estado. Porém, o ponto principal do cumprimento
dessas orientações está na garantia de segurança. Afinal, estamos falando sobre salvar
materiais, patrimônio e, principalmente, vidas!
• Reduz as chances de propagação das chamas
Trabalhamos diariamente com diversos tipos de materiais altamente inflamáveis. Por isso, em
caso de incêndios, as chamas tendem a se espalhar com grande facilidade. Nesse sentido, a
norma prevê o uso de materiais resistentes ao fogo em locais estratégicos, como as portas que
dividem os andares das escadas de emergência. Outro ponto muito importante é que o uso de
detectores de calor e fumaça pode alertar sobre o problema logo no início, o que faz toda a
diferença entre uma pequena ocorrência e um grande desastre. Assim, a equipe treinada para
fazer o combate inicial ao foco do incêndio pode agir, impedindo que ele se alastre. Isso pode
até mesmo evitar a necessidade de evacuação do local e parada da rotina dos funcionários ou
moradores.
• Aumenta a capacidade de evacuação do local
O sistema de detecção e alarme de incêndios ajuda a identificar o foco do incêndio de
forma ágil. Dessa forma, mesmo que o foco não seja eliminado antes da chegada do
Corpo de Bombeiros, as pessoas podem ser retiradas do local com tranquilidade e de
forma mais segura.
• Reduz a proporção dos estragos
Equipamentos como detectores de calor e fumaça podem ser integrados a um sistema
de combate a chamas automatizado. Sendo assim, a ação pode ser iniciada ao mesmo
tempo em que o local é evacuado e os bombeiros são acionados.
Mesmo que não haja essa integração, o uso de extintores de incêndio pode evitar que
o fogo saia do controle ou atinja locais mais perigosos, como cozinhas e arquivos.
IT 14 SISTEMAS DE DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO
1 OBJETIVOS
1.1 Estabelecer os requisitos mínimos necessários para o dimensionamento dos
sistemas de detecção e alarme de incêndio, na segurança e proteção de uma
edificação.
1.2 Adequar ao texto da NBR 17240 – Sistema de detecção e alarme de incêndio
2 APLICAÇÃO
2.1 Esta Instrução Técnica (IT) se aplica a todas as edificações onde se exigem os
sistemas de detecção e alarme de incêndio, conforme Regulamento de Segurança
Contra Incêndio e Pânico nas edificações e áreas de risco do Estado de Minas Gerais
3.1 Legislação
Lei Estadual n. 14.130/2001 – Dispõe sobre a prevenção contra incêndio e pânico no
Estado de Minas Gerais. Decreto Estadual n. 44.746/2008 – Regulamento de
Segurança Contra Incêndio e Pânico nas edificações e áreas de risco no Estado de
Minas Gerais
3.2 Normas
ABNT NBR17240 – Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio – Projeto, instalação,
comissionamento e manutenção de sistemas de detecção e alarme de incêndio –
Requisitos.
ABNT NBR 11836 – Detectores Automáticos de Fumaça para Proteção contra Incêndio.
ABNT NBR 13848 – Acionador Manual para Utilização em Sistemas de Detecção
Alarme de Incêndio.
ABNT NBR 9050 – Acessibilidade e Edificações, Mobiliários, Espaços e Equipamentos
Urbanos.
Instrução Técnica 19/2015 CBPMESP – Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio.
Instrução Normativa 12/DAT/CBMSC – Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio.
5 PROCEDIMENTOS
5.1 O Processo de Segurança Contra Incêndio e Pânico de sistemas de detecção e
alarme de
incêndio deve conter os elementos necessários ao seu completo entendimento, onde
os procedimentos para elaboração do Projeto Técnico devem atender à IT 01
(Procedimentos Administrativos).
5.2 Os detalhes para execução gráfica do Processo de Segurança Contra Incêndio e
Pânico devem atender aos procedimentos exigidos pelo Corpo de Bombeiros
(CBMMG), conforme IT 03 (Símbolos Gráficos para Projeto de Segurança Contra
Incêndio).
5.3 Todo sistema deve ter duas fontes de alimentação. A principal é a rede de tensão
alternada e a auxiliar é constituída por baterias ou “no-break”. Quando a fonte de
alimentação auxiliar for constituída por bateria de acumuladores ou “no-break”, esta
deve ter autonomia mínima de 24 (vinte e quatro) horas em regime de supervisão,
sendo que no regime de alarme deve ser de no mínimo 15 (quinze) minutos, para
suprimento das indicações sonoras e/ou visuais ou o tempo necessário para a
evacuação da edificação. Quando a alimentação auxiliar for por gerador, deverá
ter os mesmos parâmetros de autonomia mínima prevista anteriormente.
5.4 As centrais de detecção e alarme deverão ter dispositivo de teste dos indicadores
luminosos e dos sinalizadores acústicos.
5.5 Nas centrais de detecção e/ou alarme é obrigatório conter um painel/esquema
ilustrativo indicando a localização com identificação dos acionadores manuais ou
detectores dispostos na área da edificação, respeitadas as características técnicas da
central. Esse painel pode ser substituído por um display da central que indique a
localização do acionamento.
5.6 A central de alarme/detecção, o painel repetidor e o painel sinóptico devem ser
localizados em áreas de fácil acesso, salas de controle, salas de segurança ou
bombeiros, portaria principal ou entrada de edifícios. A central deve ser monitorada,
local ou remotamente, 24 (vinte e quatro) horas por dia, por pessoal instruído.
5.6.1 Caso a central não esteja localizada junto à entrada da edificação, recomenda-se
instalação de um painel repetidor ou painel sinóptico próximo da entrada da
edificação.
5.6.2 A central não pode ser instalada próxima a materiais inflamáveis ou tóxicos. O
local deve ser ventilado e protegido contra a penetração de gases e fumaça.
5.6.3 A central deve ser instalada de forma que sua interface de operação
(teclado/visor) fique a uma altura entre 1,40 m e 1,60 m do piso acabado, para
operação em pé; para operadores sentados, a interface de operação dever estar entre
0,90 m e 1,20 m do piso acabado, para melhor visualização das informações.
5.6.4 O local de instalação da central deve possuir rotas de fuga seguras para os
operadores.
5.6.5 O local de instalação da central deve permitir a rápida comunicação entre o
operador e o Corpo de Bombeiros e a brigada de incêndio. CBMMG IT 14 – Sistemas de
Detecção e Alarme de Incêndio
2ª edição
4/6 Aprovada pela portaria n. 28, de 29abr2017, publicada no DOENG n. 80, ano125, p.
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5.6.6 Deve-se prever um espaço livre mínimo de 1,0 m² em frente à central, destinado
à sua operação e manutenção preventiva e corretiva.
5.6.7 A localização do painel repetidor ou painel sinóptico deve atender ao descrito em
5.6.2 e 5.6.6.
5.7 A central deve acionar o alarme geral da edificação, que deve ser audível em toda
edificação.
5.7.1 Em locais de reunião de público, para se evitar tumulto, poderá haver um pré-
alarme (sinal sonoro) apenas na sala de segurança, junto à central de alarme para que
sejam tomadas as medidas de evacuação por pessoal instruído.
5.7.1.1 A central deve possuir um temporizador para o acionamento posterior do
alarme geral, com tempo de retardo de no máximo 2 (dois) minutos, caso não sejam
tomadas às ações necessárias (na sala de segurança ou portaria 24 horas) para
verificar o pré-alarme da central.
5.7.1.2 Nesses tipos de locais, pode-se ainda optar por uma mensagem eletrônica
automática de orientação de abandono, como pré-alarme, ao invés do alarme geral;
sendo que só será aceita essa comunicação, desde que exista brigada de incêndio na
edificação.
5.7.1.3 Mesmo com o pré-alarme na central de segurança, o alarme geral é obrigatória
para toda a edificação.
5.7.2 Onde houver sistema de detecção instalado será obrigatória a instalação de
acionadores manuais, exceto para ocupação da divisão F-6, onde o acionador manual é
opcional nas áreas de concentração de público e obrigatório nas demais áreas.
5.7.3 Nos locais de reunião de público, divisão F-6 (Boates, salões de baile,
restaurantes dançantes e casas de show) onde se tem alta intensidade sonora, será
obrigatória também a instalação de avisadores visuais, quando houver a exigência de
sistema de Alarme de Incêndio.
5.7.4 Nos locais onde, devido a sua atividade sonora intensa, não seja possível ouvir o
alarme geral, será obrigatória a instalação de avisadores visuais e sonoros.
5.8 A distância máxima a ser percorrida por uma pessoa, em qualquer ponto da área
protegida até o acionador manual mais próximo, não pode ser superior a 30 metros.
5.9 Preferencialmente, os acionadores manuais devem ser localizados nas áreas
comuns de acesso e/ou circulação, próximo aos pontos de fuga ou próximo aos
equipamentos de combate a incêndio, como extintores ou hidrantes.
5.10 Os acionadores manuais devem ser instalados a uma altura entre 0,90 m e 1,35 m
do piso acabado, na forma embutida ou de sobrepor, na cor vermelho segurança.
5.11 Nas edificações com mais de um pavimento, devem ser previsto pelo menos um
acionador manual em cada pavimento. Os mezaninos estarão dispensados desta
exigência, caso o acionador manual do piso principal dê cobertura/caminhamento para
a área do mezanino, atendendo o item 5.8.
5.12 Os acionadores manuais instalados na edificação devem obrigatoriamente conter
a indicação de funcionamento (cor verde) e alarme (cor vermelha) indicando o
funcionamento e supervisão do sistema, quando a central do sistema for do tipo
convencional. Quando a central for do tipo inteligente, dispensa-se a presença dos
leds nos acionadores, mas obrigatoriamente devem ter essa supervisão na central.
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2ª edição
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Aprovada pela portaria n. 28, de 29abr2017, publicada no DOENG n. 80, ano125, p. 25.
5.13 Quando houver exigência de sistema de detecção para uma edificação, será
obrigatória a instalação de detectores nos entreforros e entrepisos (pisos falsos) que
contenham instalações com materiais combustíveis.
5.14 A seleção do tipo e do local de instalação dos detectores deve ser efetuada com
base nas características mais prováveis de um princípio de incêndio e do julgamento
técnico, considerandose os parâmetros: aumento da temperatura, produção de
fumaça, produção de chama, materiais existentes nas áreas protegidas, forma e altura
do teto, ventilação do ambiente, temperaturas típica e máxima de aplicação, entre
outras características de cada instalação, conforme requisitos técnicos dos
equipamentos.
5.15 Se a área supervisionada possuir poeira, fumaça ou gases agressivos, que
eventualmente afetem a operação ou diminuam o intervalo entre as manutenções e a
vida útil projetada dos detectores, ou que indiquem a possibilidade de alarmes
indesejáveis, o projetista deve anotar essas considerações no projeto e manual de
manutenção.
5.16 Os tipos mais comuns de detectores utilizados são:
a) detectores pontuais de fumaça;
b) detectores pontuais de temperatura;
c) detectores de chama;
d) detectores de fumaça por amostragem de ar;
e) detectores lineares de fumaça;
f) detectores lineares de temperatura.
5.17 Os elementos de proteção contra calor que contenham a fiação do sistema
deverão ter resistência mínima de 60 (sessenta) minutos.
5.18 Os eletrodutos e a fiação devem atender aos requisitos da NBR 17240.
5.19 É admitida a utilização do sistema de detecção e alarme de incêndio com o uso de
dispositivos por radiofrequência e sem utilização de fiação analógica, para aplicação
nas edificações e demais áreas de risco no Estado de Minas Gerais.
5.19.1 Para o dispositivo anterior, poderá ser observado o disposto na NFPA 72 em seu
Capítulo VI ou outra (s) literatura (s) internacional (is) científica (s) pertinente (s)
consagrada (s), desde que atenda ao dispositivo proposto, para fins de utilização do
sistema referenciado, além do contido nesta Instrução, no que for pertinente e demais
normas correlatas constantes no Regulamento de Segurança Contra Incêndio e Pânico
para as Edificações e Áreas de Risco no Estado de Minas Gerais.
5.19.2 Devem ser emitido o Laudo Técnico e a respectiva Anotação de
Responsabilidade Técnica
– ART, assinados pelo Responsável Técnico pela empresa que detém a
responsabilidade técnica pelo sistema de detecção e alarme de incêndio com o uso de
dispositivo por radiofrequência e sem utilização de fiação analógica, de forma a
respaldar a eficiência do sistema referenciado frente a possíveis situações que possam
inviabilizar o seu funcionamento, a exemplo ações de eletroímãs e interferências
causadas por outros dispositivos por radiofrequência.
5.20 Quando da apresentação do PSCIP deverá constar descrição do Sistema Detecção
e Alarme de Incêndio com as seguintes informações: CBMMG IT 14 – Sistemas de
Detecção e Alarme de Incêndio 2ª edição 6/6
Aprovada pela portaria n. 28, de 29abr2017, publicada no DOENG n. 80, ano125, p. 25.
a) tipo de sistema de detecção e alarme;
b) fonte de alimentação e autonomia;
c) esquema de ligação e identificação dos dispositivos (isométrico);
d) especificação dos equipamentos e características;
e) quantidade, tipo de detectores e parâmetro para escolha, conforme item 5.15;
f) número de acionadores manuais;
g) interligação com outros sistemas preventivos.
5.21 Os parâmetros e valores de referência devem ter por base a NBR 17240.
5.22 Sistema de detecção em edificações com escadas pressurizadas devem ser
seguidos os paramentos regulamentados na IT 10 (Pressurização de Escada de
Segurança).
5.23 Nos casos que houver a exigência da medida de segurança Controle de fumaça
devem ser
seguidos os paramentos regulamentados na IT 41 (Controle de Fumaça).
IT 16 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR EXTINTORES DE INCÊNDIO
1 OBJETIVO
Esta Instrução Técnica estabelece critérios para proteção
contra incêndio em edificações e/ou áreas de risco por
meio de extintores de incêndio (portáteis ou sobre rodas),
atendendo ao previsto no Decreto Estadual 43805/04.
2 APLICAÇÃO
2.1 Esta Instrução Técnica se aplica a todas edificações e
área de risco.
2.2 Naquilo que não contrarie o disposto nesta instrução
técnica, adota-se a NBR12693 (Sistema de Proteção por
Extintores de Incêndio);
NBR 9.077 SAIDAS DE EMERGENCIA
A Norma da ABNT, a NBR 9077, regulamenta todas as saídas de emergência em
edifícios.
Fora as regulamentações de escadas, a NBR 9077 ainda conta com normatizações de
sinalização, medidas mínimas de largura e comprimento de portas de acesso, número
necessário de rotas de evacuação, lista de materiais obrigatórios como luzes de
emergência independentes e muitos outros.
NR 23 PROTEÇAO CONTRA INCENDIOS
A NR-23 é uma norma que estabelece instruções de proteção contra incêndio, desde
orientações para evacuação rápida dos funcionários em serviços, equipamentos
adequados para combater o fogo no início, até informações sobre o treinamento de
pessoal para o uso correto dos equipamentos.
IT 15 SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA
1 OBJETIVO
Esta Instrução Técnica fixa as condições exigíveis que
devem satisfazer o sistema de sinalização de emergência
em edificações e áreas de risco, atendendo ao previsto no
Regulamento de Segurança Contra Incêndio e Pânico nas
edificações e áreas de risco no Estado de Minas Gerais.
2 APLICAÇÃO
Esta Instrução Técnica se aplica a todas as edificações e
áreas de risco, exceto residências unifamiliares.
5 PROCEDIMENTOS GERAIS
5.1 Finalidade
A sinalização de emergência tem como finalidade reduzir o risco de ocorrência de
incêndio, alertando para os riscos existentes e garantir que sejam adotadas ações
adequadas à situação de risco, que orientem as ações de combate e facilitem a
localização dos equipamentos e das rotas de saída para abandono seguro da edificação
em caso de incêndio.