SOLACE CONSELHO DOS MAGOS
APOSTILA NÚMERO 32
OS MISTÉRIOS DO TARÔ
Brasil, 29 de julho de 2021.
Os Mistérios do Tarô.
As cartas que formam o tarô são muito mais que um simples
oráculo, elas vão muito mais além de um jogo que se propagou
tão popularmente pelo mundo. Elas contêm os mais insondáveis
mistérios que refletem uma sabedoria ancestral que, segundo
alguns sábios, permitiriam a concepção de poderes extra-
humanos àqueles que fossem capazes de desvendá-los.
Segundo o sábio francês Jacques Bergier, em sua obra Os
Livros Malditos, uma estranha lenda percorreu o mundo a partir
dos primeiros anos do século XV, segundo a qual uma sociedade
secreta, detentora do Livro de Toth, lançou à luz um resumo
deste, que se constituía em um fichário, ou mais
especificamente, um jogo de cartas, que seria nada mais nada
menos que as famosas cartas do tarô.
Ainda neste mesmo livro, no mesmo capítulo, Bergier faz a
citação de um autor, Antoine Court de Gébelin que em sua obra
Le Monde Primitif, lançada em 1773, na qual faz referência a um
antigo livro, salvo da destruição da antiga Biblioteca de
Alexandria. Este livro, segundo Gébelin, era um jogo de cartas do
antigo Egito, as quais ele teria tido acesso, e tais cartas eram ou
se assemelhavam, às cartas do Tarô.
Seria o tarô o resumo do Livro de Toth?
Bergier prossegue dizendo que este jogo de cartas que
conhecemos surgiu por volta do início do século XII, e seu nome
"tarô" ou "tarot" poderia ser um anagrama de "Orta" ou "ordem
do templo". Cita o autor ainda a obra de Christian Pitois, História
da Magia, de 1876, segundo o qual os grandes segredos da
antiga civilização egípcia estariam gravados nessas cartas. O tarô
seria a essência do próprio Livro de Toth.
Bergier permanece todo o tempo no campo da suposição,
mas dentro de suas conjecturas, poderemos observar alguns
fatores que podem corroborar com tais hipóteses: "Tarô" ou
"Tarot" pode também advir da palavra Toth. E os mistérios que
emanam de suas disposições, apesar da nítida característica do
misticismo medieval, trazem a perspectiva enigmática sempre
presente na cultura egípcia, em todo seu misterioso legado que
ainda carece de plena decifração.
O Livro de Toth, ou simplesmente o tarô, traz a
representação de toda circunstância que acompanha o homem
em sua jornada evolutiva, assim como todos os padrões de ser,
expressar e existir nos mundos das diferentes frequências de
vibração por onde transita a alma humana. Por isso, tais cartas,
ou fichas, resumo essencial do livro, não apenas traz em si o
mistério arquetípico do ser e suas relações com o universo, mas
também nos fala, através do oráculo em sua disposição
sequencial, basta que se conheça a sua essência para que possa
traduzir a sua linguagem, para a qual as determinações
pretéritas se equacionam, configurando não apenas o agora, mas
todas as consequências traçadas nas incontáveis sucessões dos
momentos, entre os tempos e espaços.
Os arcanos do tarô fazem correspondência com os caminhos
da Árvore das Sephirot da Cabala, como veremos mais adiante.
Sabemos que a Cabala tem sua origem verdadeira no Egito, onde
Moisés teve acesso aos seus mistérios, sendo filho adotivo da
filha do faraó, iniciado nos segredos desta civilização. Esta
conexão com o Egito se faz sem sombra de dúvidas, por isso toda
suposição de Bergier faz sentido, amplo sentido, diante das
correspondências evidentes que nos advém através da
investigação Esotérica.
Se tomarmos a literatura comum, iremos ler que o tarô teve
início no norte da Itália ou sudeste da França. Muitos autores
sugerem que tais jogos tenham chegado à Europa por volta dos
meados do século XIV através dos persas, a sua vulgarização,
entretanto, assim como as características que perduram até o
dia de hoje, possivelmente tenham surgido nas regiões da
Europa acima mencionadas, e, conforme citado anteriormente, a
nítida característica do misticismo medieval prontamente se faz
sentir. Porém, esse misticismo tem sua origem em tempos muito
mais remotos, exterior ao continente europeu. Seu estudo mais
aprofundado faz perceptíveis as evidências que sugerem o antigo
país que Heródoto denominou "a dádiva do Nilo".
Características Estruturais.
O tarô geralmente é composto por setenta e oito cartas,
onde se dispõem 4 conjuntos de naipes, normalmente espadas,
paus, ouro e copas, com catorze cartas cada um deles, entre os
quais há dez cartas numeradas e quatro figuras. Acrescidas a
estas há os "trunfos" em número de 21 e um coringa. Trunfo
significa "algo a mais", de onde surgiu a expressão "trunfo na
manga", um fator surpresa feito uma arma ou circunstância
secreta à disposição. As cartas de naipes são denominadas
Arcanos Menores, já os trunfos e o coringa os Arcanos Maiores.
Esses 22 Arcanos Maiores, na Cabala, assinados às 10 Sephirot da
Árvore da Vida, se dispõem como os 32 caminhos que se
intercomunicam na mesma. Nos desenhos que estampam os
Arcanos Maiores poderemos pressentir a derivação da alquimia
medieval assim como os princípios hermetistas. O misticismo
presente nestas cartas está ligado à correspondência que existe
entre a Cabala e o Hermetismo, pois todos derivam de uma
mesma essência que, magicamente, provém do antigo Egito.
Hermes é Toth com outra nomenclatura. Como podemos ver,
tudo está intimamente relacionado nos princípios esotérico que
permeia todas estas correlações. (Tomaremos neste texto como
base essencial o tarô de Marselha).
Tais cartas correspondentes aos Arcanos Maiores, por se
tratarem de imagens arcaicas, são também relacionadas às
figuras arquetípicas, das quais Carl Gustav Jung, renomado
mestre da psicologia, se refere como uma reminiscência da
memória coletiva da ancestralidade humana.
Historicamente, muitos autores concordam que os Arcanos
Maiores eram, na verdade o tarô original, que, posteriormente,
foram juntados aos Arcanos Menores. As cartas de naipes, além
do caráter lúdico, também foram, e são até hoje, utilizadas para
fins divinatórios, da mesma maneira que as cartas de "trunfo".
Inicialmente os baralhos antigos eram cuidadosamente
pintados à mão, daí seu uso limitado a poucos, especialmente às
classes mais altas da Europa. Pelo fato de serem produzidos
artesanalmente, durante sua expansão pelo continente europeu,
foram tomando formas diferentes de acordo com as regiões nas
quais eram elaborados. No sul da França houve um que se
evidenciou consideravelmente, o Tarô de Marselha, o qual
tomaremos como base neste texto, feito nesta cidade do mesmo
nome; e este vem ser até os dias de hoje profusamente
conhecido e divulgado. O Tarô de Marselha, do nome original
"Tarot de Marseille", se tornou um baralho clássico na maioria
dos países da Europa Ocidental, do qual derivam quase todos os
demais que podemos encontrar na atualidade. Conforme aludido
anteriormente, consta de 22 Arcanos Maiores, ou Trunfos e 56
Arcanos Menores, divididos em quatro naipes: espadas, copas,
paus e moedas. Esses naipes fazem correspondência com os
quatro elementos. O naipe de Paus corresponde ao elemento
fogo, o Espírito, sinalizando a etapa da iniciação nos mistérios; O
naipe de Copas corresponde ao elemento água, que faz analogia
à alma, cuja etapa consiste na religiosidade; Espadas faz
correspondência ao elemento ar que faz analogia à mente, a
etapa filosófica; e finalmente o Ouro ou Moedas que pressupõe
a terra, de onde provém o corpo que se sintoniza à etapa da vida
material. Cada um desses naipes se conta do "Ás", que seria
convencionalmente o número 1, até o número 10, e mais quatro
figuras: o Valete, o Cavaleiro, a Rainha e o Rei. (Nas tradicionais
cartas de caráter lúdico, das quais sobressaem jogos como o
"buraco", "pôquer", entre outros, temos a mesma numeração,
do Ás ao 10, porém, a partir do 10 teremos o Valete, a Dama e o
Rei).
Uma característica do baralho original de Marselha, que
atesta sua origem à partir do oriente médio, são a disposição do
desenho do naipe de espadas, os quais se configuram como
espadas de lâminas tortas iguais àquelas usadas no armamento
antigo dos povos do mundo árabe, as chamadas cimitarras.
Os Trunfos.
Os Arcanos Maiores totalizam 21 cartas providas de
numeração e uma sem numeração alguma, que seria a carta do
"O Louco". Vamos observar cada uma das vinte e duas cartas do
Arcano Maior do Tarô, adentrando na intimidade simbólica que
se fazem presentes nestas figuras. Sempre lembrando que elas
refletem as imagens arquetípicas presentes no inconsciente
coletivo dos seres humanos, e talvez este detalhe, se estudado a
fundo, possa explicitar toda a correspondência existente entre
aquilo que é emocional com aquilo que é propriamente
espiritual. Sem jamais esquecer que as emoções são sempre um
"estado de espírito" e não um encadeamento de reações
hormonais. Simplesmente porque tudo aquilo que é físico tem
origem naquilo que é espiritual, até mesmo o destino no mundo
da materialidade está condicionado às leis traçadas no
sequenciamento espiritual. Cada ação possui uma reação, e em
cada ação, que pode representar desde pensamentos a
omissões, são plantadas as sementes das consequências futuras,
são estas as sementes kármicas, as quais poderão ser
visualizadas nestes Arcanos, desde que compreendidas suas
linguagens silenciosas e suas interações encadeadas nos
contextos presentes, passados e futuros.
O Louco.
É a carta sem número, ou a "número zero", muitas vezes
elencada com o número XXII para que seja rotulada com uma
numeração, ainda que seja o coringa (assemelhando-se aos que
estão presentes nos baralhos comuns) à adjacência dos demais
Trunfos. É o vigésimo primeiro caminho da Árvore da Vida, que
interliga a Sephirah de Hod à Sephirah de Malkuth. Esta carta
seria um "não lugar", uma interrupção, uma carta que pode ser
colocada em qualquer outro local e substituir qualquer outra.
Assim como o louco, na sociedade medieval, representava quase
uma não existência, sua representação se dá como um andarilho
no qual um cão ou um gato o persegue e rasga-lhe os calções ou
os calcanhares. Possui também uma vara na qual está pendurada
uma trouxa, onde estão reunidos todos os seus pertences.
Sempre barbudo displicentemente caminha olhando para o céu,
deixando de notar o precipício que está à sua frente.
Embora, algumas vezes venha numerada com o algarismo
XXII, na árvore da vida O Louco representa o trigésimo primeiro
caminho da Árvore da Vida, configurado pela letra hebraica
"Shim", que interliga a Sephirah de Hod à Sephirah de Malkuth.
Esta carta traz em si a leveza, o desprendimento da matéria,
na qual despreocupadamente trafega, aceitando tudo aquilo que
possa surgir em seu caminho. O Louco é, antes de qualquer outra
coisa, um lembrete de que somos meros alunos na grande escola
da existência, na qual é essencial estar aberto para o seu
aprendizado. A vida para ser vivida, simplesmente.
O Mago.
A carta número 1 é a chamada "O Mago". Esta carta
representa a letra Aleph do alfabeto hebraico, justamente a
primeira letra deste alfabeto. É o décimo primeiro caminho da
Árvore da Vida, que interliga Kether a Chokmah. (Os 10 primeiros
caminhos são as próprias Sephirot, cujo início se dá com a
Sephirah de Kether). Tem sua simbologia expressa no mistério,
no intuitivo... É representado por um indivíduo trabalhando
sobre uma mesa na qual se dispõem facas, taças, moedas e
bastões, representando os naipes e suas correspondências nos 4
elementos. Na mão direita ele segura um bastão direcionado
para cima, enquanto sua mão esquerda direciona para baixo, e
esta é uma profunda simbologia, onde o mago faz a interseção
entre o céu e a terra, o divino e o humano, sendo portanto a
ligação entre aquilo que está acima com aquilo que está em
baixo, nitidamente o pontual princípio hermético da
correspondência. A interpretação que se dá é o dever de se
utilizar da completa potencialidade intrínseca do indivíduo, para
que sejam possíveis as transformações necessárias para alcançar
degraus mais elevados em diversos sentidos da vida, tanto física
quanto espiritual. Este potencial deve ser desvelado a partir da
disposição intuitiva. Esta carta é, portanto, o início da jornada
espiritual, onde o punhal simboliza a batalha, a moeda o legado
físico da força vital, como um patrimônio financeiro, o
pergaminho o conhecimento, todo o intelecto para compreender
as novas perspectivas, e a taça, a sensibilidade, o amor essência
fundamental para vencer o próprio ego.
A Sacerdotisa ou A Papisa.
Vem ser a carta número dois dos Arcanos Maiores, e possui
a representação de uma mulher madura trajando vestes
cerimoniais. É a carta que faz correspondência à segunda letra
do alfabeto hebraico, Beth. Dirigida aos princípios femininos,
possui sua correspondência com Binah, a Sephirah localizada no
topo do pilar da severidade, a mãe da fé, a fonte de onde emana
a fé, a "mãe superior" que enclausura a força de Chokmah para
dar início à incubação do universo, assim como a mulher que, em
seu útero, enclausura o sêmen, que é a força masculina, a qual
necessita do útero para promover a geração. É o décimo
segundo caminho da Árvore da Vida, que conecta Kether a Binah.
Sua figura simboliza a sabedoria, o conhecimento, a visão
intuitiva, que fala de coisas secretas, as quais deverão ser
reveladas apenas no momento propício ao crescimento
espiritual. Seus dois pilares fazem referência justamente ao seu
próprio número, o número da dualidade, essencial à criação, à
geração, a polaridade e a propagação. Tem em sua mão direita
um livro referendando a sabedoria. Em algumas cartas traz um
gato em seus pés simbolizando a magia.
Esta carta expressa a necessidade da introspecção para o
trabalho do reconhecimento interior, mantendo seus planos em
segredo até que surja o momento propício de colocá-los à
praticidade. A Senhora da carta mantém seu olhar para frente
enquanto segura o livro da sabedoria, para colocar seus
conhecimentos adquiridos ao longo da vida diante das
circunstâncias recorrentes nos caminhos da existência.
A Imperatriz.
É o Arcano número três do tarô de Marselha,
correspondente à letra hebraica "Guimel". Relaciona-se com o
décimo terceiro caminho da Árvore da Vida que liga a Sephirah
de Kether à Tiphereth, passando por Daath. Traz a representação
de uma mulher ainda jovem, a qual em alguns baralhos aparece
grávida, cuja significação explicita que algo ainda está para se
concluir. Traz um cetro em sua mão esquerda simbolizando o
poder e o escudo na mão direita simbolizando seu preparo
contra possíveis ataques externos. É portanto a guardiã das
posses, sejam elas resultantes de trabalhos físicos, mentais ou
espirituais. Há nela, dessa forma, um certo orgulho presente
ensejado por tais fruições. Este arcano indica que, nos caminhos
da vida, poderão surgir momentos nos quais o indivíduo terá que
evidenciar a prática no âmbito material, para que,
posteriormente, possa seguir seus caminhos no trajeto da
espiritualidade. São os momentos nos quais se abrem às
perspectivas de conquista, onde há um favorecimento do destino
que propicia o êxito. É o poder de desfazer os embaraços, de
criar soluções com maestria e direcionamento. Às mulheres esta
carta pode indicar gravidez ou ser indicadora de positividade na
concretização de anseios. Aos homens poderá sinalizar a
presença de alguém que induza a grandes conquistas.
O Rei ou O Imperador.
Apresenta-se como a carta número quatro nos Arcanos
Maiores, representa o décimo quarto caminho na Árvore da Vida
que liga as Sephirot de Chokmah e Binah, cuja letra do alfabeto
hebraico é "Dalet", correspondendo à pedra cúbica, o caminho
da inteligência iluminante, da forma e da determinação,
autoridade e adaptação.
A carta traz a configuração de um senhor de cabelos
encanecidos, de barbas brancas, recostado em seu trono com o
cetro na mão direita e um escudo com a efígie de uma águia
estampada. Em sua cabeça tem a coroa, em seu peito um colar
no qual pende uma pedra de cor esverdeada. Traz a frequência
da paternidade, que externa a obediência às regras
estabelecidas, dentro do universo masculino. Ele traz a
conformação de um guerreiro, que determina as regras a serem
seguidas. Por isso sua carta pode representar uma pessoa eivada
de intransigência, capaz de exercer o domínio em suas
adjacências, trazendo os aspectos da organização baseados
nesse regramento.
Em seu aspecto de poder e autoridade se faz como um
dispensador de força vital, para desbravar novos caminhos onde
possam ser concretizadas suas disposições.
Diferentemente da figura da Imperatriz, a águia do
Imperador olha para sua direita. (Esquerda na carta). Na
cartomancia representa a saúde equilibrada, a conciliação de
sentimentos, assim como uma tendência à supervalorização do
ego, sendo esta carta uma advertência para que tal não ocorra
evitando uma futura autodestruição.
O Hierofante ou o Papa.
Vem ser a carta número cinco dos Arcanos Maiores,
correspondente ao décimo quinto caminho da Árvore da Vida,
que interliga as Sephirah de Chokmah e Tiphereth, cuja letra é o
"Hê", uma das letras que constituem o tetragrama sagrado:
"Yod" "He" "Vau" "He", no qual aparece duas vezes. Esta letra é a
porta tridimensional da consciência, associada ao primeiro signo
do zodíaco, Áries, signo do elemento fogo que denota a
liderança, a autoridade e a hierarquia, que, associado à janela da
consciência, explicita a vigilância, o controle e os princípios da
garantia da ordem.
Apresenta-se como um ancião que porta em sua mão
esquerda um báculo cujo topo, em algumas representações, se
encontra uma cruz de seis braços. Em sua mão direita explicita
um sinal de benção. Há nesta carta mais dois personagens de
costas, fazendo referência ao pontífice que, sobre sua cabeça
está exposta uma tiara.
Este arcano possui como significado simbólico a benção, a
consciência, a iniciação e a santidade. Configura os níveis
elevados de consciência canalizados ao ensino e mansidão. Esta
carta sinaliza a resolução de questões de maneira concorde,
inspirando sempre o caráter conciliador.
Este arcano direciona ao propósito de estabelecer a vida em
submissão às leis, inserido dentro de preceitos éticos e morais,
seguindo as regras estabelecidas neste sentido. O Hierofante,
portanto, chama a necessidade de organização, destacando a fé
e a religiosidade como inspiração a este chamado de ordem.
Os Enamorados ou Os Amantes.
Elenca-se como a carta número seis dos Arcanos Maiores do
tarô. Normalmente é representado por um homem ladeado por
duas mulheres, uma à sua direita, outra à sua esquerda.
Corresponde ao caminho número dezesseis da Árvore da Vida,
tipificado pela letra "Vau" do alfabeto hebraico. Esta letra
também faz parte do tetragrama sagrado, que liga as Sephirot de
Chokmah e Chesed, o caminho da iniciação e do livre arbítrio.
Este caminho é um dos laços entre o Espírito e a individualidade.
Esta carta significa as escolhas, os caminhos a ser decididos,
a dúvida, a atração, assim como tudo aquilo que está alicerçado
na dualidade. É interessante notar que uma das mulheres olha
para o homem, e outra olha para frente, e isto traz um grande
significado oculto: a mulher que olha para o homem representa
as circunstâncias que têm como foco os valores físicos, as
paixões, a materialidade. O cupido acima aponta sua flecha
direcionada ao homem, mostrando que este é o foco, onde se
trava a luta entre o desejo e a consciência, entre o amor
mundano e o amor em sua sublimidade. A mulher que olha para
frente representa as circunstâncias que têm como foco as
paragens mais distantes, além do contexto corpóreo, dos
hormônios, da intensificação do ego, trazendo o propósito do
idealismo, do amor ágape, muito além do amor Eros que dá o
verdadeiro significado à razão essencial da existência.
Esta carta indica o momento em que deverão ser tomadas
decisões, e essas escolhas deverão ser tomadas pela consciência,
vencendo as barreiras que a materialidade e os desejos
instintivos encravam nos caminhos da ascensão espiritual.
O Carro.
É a carta número sete dos Arcanos Maiores do tarô.
Corresponde ao décimo sétimo caminho da Árvore da Vida, que
conecta a Sephirah de Binah à Sephirah de Tiphereth, cuja letra
hebraica é "Zain". Vem se configurar como o arcano do repouso,
e a figura se constitui em uma carruagem, que diversos místicos
denominam "Carruagem de Hermes", traçada por dois cavalos,
os quais em algumas figuras de apresentam em cores diferentes,
um cavalo branco e um cavalo preto. A figura sugere ser um rei
quem dirige a carruagem, pois porta uma coroa sobre sua
cabeça, assim como duas figuras do sol, uma em cada um de
seus ombros.
A figura possui o nítido simbolismo do progresso, sob as
mãos de alguém que possui o domínio, o controle, a capacidade.
Em se tratando de um condutor régio, real, indica a realização de
ideias com projetos em andamento sob uma regência segura. Os
dois cavalos de diferentes tonalidades sugerem a polaridade, que
deverá estar em equilíbrio sob o controle com eficácia para
manter-se firme na jornada que se dinamiza. Notamos que
ambos os cavalos ensaiam a tomada de direções diferentes, mas
a carruagem mantém-se reta, direcionada com maestria pelo seu
condutor habilidoso, conciso em suas determinações. Este é o
claro sinal que o viajor encontrou o caminho determinado,
seguindo seu rumo sob a iluminação dos "dois sóis" ostentados
nos braços que mantêm toda a firmeza necessária às rédeas.
A Justiça.
É a carta de número 8 nos Arcanos Maiores do tarô.
Apresenta-se como uma mulher ainda na flor dos anos olhando à
frente, livre de qualquer expressão de força, sensualidade, temor
ou agressividade. Sentada de maneira alterosa sobre um trono,
externa um semblante de equilíbrio, calma e passividade;
portando em sua mão esquerda uma balança e em sua mão
direita uma espada. Corresponde ao décimo oitavo caminho da
Árvore da Vida, que liga a Sephirah de Binah à Sephirah de
Geburah, elencado pela letra hebraica “Chet", e possui ligação
com os signos de câncer e libra, justamente este último que
possui como ícone uma mulher segurando uma balança em suas
mãos.
Como sua própria nomenclatura testifica, traz em sua
simbologia o julgamento, uma análise do passado como uma
semeadura, e sua consequente colheita. Em algumas gravuras
traz em uma das bandejas da balança uma taça, e na outra uma
moeda, respectivamente conotando o aspecto emocional e o
físico em suas atribuições, as quais necessitam manter o
equilíbrio para que não incorram em ações negativas geradoras
de sementes kármicas, para as quais reserva a espada, a reação
às atitudes que violam o equilíbrio cósmico.
Esta carta é um lembrete ou até mesmo um alerta para a
necessidade imprescindível do equilíbrio diante das possíveis
circunstâncias adversas, para que as atitudes sejam
equacionadas com sabedoria, consciência e equilíbrio, o caminho
correto — "Dharma"; sem o qual a espada, mais que um símbolo
de justiça (justiça é simbolizada na figura completa, a qual
poderá resultar em recompensas ou punições), mas de
consequências perpetradas em ações pretéritas. Esta carta diz:
"A justiça deve permear todas as ideias, atitudes e decisões, sem
a qual fatalmente ocasionarão sofrimentos no presente ou no
futuro.
O Eremita ou O Ermitão.
Dispõe como a carta número nove dos Arcanos Maiores do
tarô, correspondendo ao décimo nono caminho da Árvore da
Vida, interligando as Sephirot de Geburah à Chesed, cuja letra
hebraica de significação é o "Tet". A gravura se apresenta como
um senhor idosos, com cabelos e barbas encanecidos, que traz
em sua mão esquerda um cajado e na direita uma lanterna
erguida na altura de seu rosto, trajando roupas das cores
vermelha e azul escura.
O cajado, no qual se apoia, simboliza o conhecimento e a
sabedoria adquirida através dos anos. A lanterna representa a
luz do discernimento, através do qual jamais incorre no erro, tão
comum à humanidade, especialmente aqueles que têm a ilusão
da sabedoria, muito pior do que a própria ignorância, de tomar o
bem como o mal ou o mal como o bem. O azul escuro representa
a suavidade, a tranquilidade e a integridade daquele que já
conhece os próprios caminhos. A cor vermelha, no caso do
Eremita, significa a força, o poder e a energia, que consagra o
detentor do conhecimento dos grandes mistérios.
Esta carta denota a restrição, o isolamento, a introspecção
daquele que deseja obter o conhecimento, assim como também
se auto conhecer, caracterizando a necessidade de se isolar do
mundo e da sociedade da qual se encontra inserido, rompendo
os laços com as paixões que o conectam a materialidade.
Esta carta é a recomendação da paciência, da meditação,
necessárias ao recomeço de uma caminhada, ou ao início de um
novo caminho, nos quais cada passo deve ser estudado
consagrando uma disposição prudente e lúcida.
A Roda da Fortuna.
É a carta de número dez dos Arcanos Maiores do tarô,
correspondendo ao vigésimo caminho da Árvore da Vida que faz
a ligação entre as Sephirot Chesed e Tiphereth, cuja chave é a
letra hebraica "Yod", a primeira letra do tetragrama sagrado, a
qual juntamente com as letras "Hê", "Vau" e "Hê" novamente,
formam a palavra "Yahweh", a sagrada nomenclatura que é o
princípio divino de todo o sequenciamento cósmico. É o este
caminho da consciência Crística que se consagra em Tiphereth, a
Sephirah do equilíbrio entre a força e a forma, o ponto de
convergência da integralidade do ser em sua centelha divina.
A figura se apresenta com uma roda gigante de seis raios,
com uma manivela lateral, presa em um eixo no centro,
suspenso entre dos apoios fixos no chão. Nesta roda, em sua
parte mais elevada há um demônio, azul escuro em algumas
gravuras, cuja aparência lembra à de uma esfinge com uma
coroa sobre a cabeça e uma espada nas mãos sinalizando uma
possível advertência. Nas laterais vemos dois outros seres,
outros dois demônios em uma disposição corpórea de animais,
um descendo no giro da roda e outro subindo.
É, na verdade, a roda do destino, na qual, o ser que se
encontra no topo, certamente descerá na movimentação da
roda, e o que está em baixo subirá, indicando que a roda em si
representa as mudanças e modificações que ocorrem na vida,
em um mundo que gira constantemente saboreado pelo tempo.
Ela representa toda a dinâmica que sintetiza os destinos, traçada
de acordo com as inexoráveis leis das causas e efeitos. São os
ciclos que regem a jornada do espírito pelo mundo, desde o
nascimento, crescimento, maturidade, velhice e desencarne, até
que surja um novo nascimento e a repetição de um novo ciclo.
Através desta magnífica simbologia nas cartas do tarô, há um
lembrete para todos os incautos, os materialistas, os altivos e
arrogantes que vivemos em um mundo de impermanência,
sujeitos a transitoriedade do dinamismo das existências.
Este arcano pede a conscientização de que vivemos em
constantes transformações, e seguirão mudanças na vida para
que sejamos transformados, e sejamos solícitos quando
estivermos elevados (esta é a advertência da espada nas mãos
da criatura), e tenhamos resignação quando estivermos em
baixo, colhendo os frutos da própria semeadura. Há frutos doces
e amargos. Há momentos de ascensão e de queda, porém tudo é
temporário, e nada possuímos a não serem os aprendizados
gentilmente ministrados pelo destino em seus ciclos de plantios
e colheitas.
A Força.
É a décima primeira carta dos Arcanos Maiores do tarô.
Corresponde ao vigésimo primeiro caminho da Árvore da Vida,
cuja chave é a letra hebraica "Kaf", e interliga as Sephirot de
Chesed e Netszach.
A gravura corresponde a uma mulher jovem com um chapéu
sobre sua cabeça, e que, com suas mãos, abre a boca de um
leão.
O interessante deste arcano é a força partindo daquele que
é aparentemente inusitado. Onde vemos uma jovem mulher,
que se presume desprovida de força física, dominando um leão,
o símbolo da força física do reino animal. A partir daí se constata
que não se trata absolutamente de força física brotando da
maternidade, mas sim da força além da musculatura e da
concretude. É a espiritualidade das forças superiores
sobrepujando a materialidade da força bruta.
Esta carta é o ensinamento, representando o momento no
qual o homem deverá fazer-se canalizar as energias superiores
para se desvencilhar e prevalecer sobre os obstáculos grosseiros
que se entrepõem em seus caminhos, vencendo as vicissitudes
da vida.
O Enforcado.
É a décima segunda carta dos Arcanos Maiores do tarô de
Marselha. Corresponde ao vigésimo segundo caminho da Árvore
da Vida, ligando a Sephirah de Geburah à Sephirah de Tiphereth,
cuja chave vem ser a letra hebraica "Lamed".
A imagem contida neste arcano é a de um homem,
aparentemente jovem, pendurado pelo pé esquerdo em uma
corda, que se projeta de um galho suspenso entre duas árvores,
mantido de cabeça para baixo. As duas árvores estão enraizadas
na terra, assinalando sua prisão no submundo da materialidade.
O jovem tem suas mãos seguras atrás das costas, e suas
vestimentas traz as cores azuis e vermelhas. A cor vermelha
remete às suas paixões físicas, a cor azul à calma e a passividade.
É a carta que significa um justo castigo, um momento difícil
que irá requerer paciência, resignação e arrependimento. O
Enforcado vê o mundo de cabeça para baixo, e tem suas mãos às
costas em sinal da impotência diante dos maus momentos que
tem que atravessar. É pois, muito mais um momento de reflexão
do que a procura de soluções. Conhecer os próprios erros e
dirimi-los, isto é o fundamento essencial para atravessar as
circunstâncias e redirecionar os caminhos nos propósitos mais
nobres, fluir o momento sob as condições impostas pelo
universo. Nada é por acaso, tudo tem sua razão de ser. Nada é
permanente.
A pedra bruta só ganha forma após a lapidação, as
tribulações ocorrem não para que sejam superadas. Nunca se
chega a nenhuma "terra prometida" sem que sejam atravessados
os desertos.
A Morte.
Aqui têm início as chamadas Cartas Noturnas do Tarô (A
Morte, O Diabo, A Torre e a Lua), as quais são os arquétipos mais
densos que preconizam transformações mais abruptas. Estas
sempre exigem posturas mais destemidas, indicando a busca por
mudanças mais radicais para que possam ser superados os
desafios que possam irromper ao longo da jornada.
Esta carta vem, na maioria das vezes, disposta sem nome.
Isso se deve ao caráter supersticioso que sempre aflorou na alma
humana, suprimindo tudo aquilo que aparentemente causa
temor. É a carta de número treze nos Arcanos Maiores do tarô, e
corresponde ao décimo terceiro caminho da Árvore da Vida, que
liga as Sephirot de Geburah a Hod, cuja chave vem ser a letra
hebraica "Mem".
Neste arcano temos a imagem de uma figura que se
assemelha a um esqueleto portando uma foice, com a qual roça
um campo de pessoas. É, sem dúvida, uma das cartas que mais
assustam os consulentes, porém, diferentemente do sentido de
uma morte física, esta carta sugere uma grande transformação,
nem sempre negativa na vida das pessoas.
A carta é associada ao signo de escorpião e aos planetas
Marte e Saturno, planetas considerados maléficos na astrologia,
porém, suas influências negativas dependerão de seu
posicionamento no zodíaco assim como os aspectos que poderão
fazer com outros planetas.
É, na verdade, a carta das mudanças, do fim dos ciclos, algo
que não deixa de ser impactante, haja vista que toda mudança
causa apreensão e ansiedade. É a carta da aceitação de um
passado que já não tem mais significância. Significa, muito mais
que um desenlace físico, um renascimento, para o qual é
necessário que haja o desprendimento para que seja iniciado um
novo ciclo, com uma nova frequência.
A carta anuncia mudanças repentinas, rompendo laços com
pessoas, coisas e situações que não emanam positividades. É a
despedida do velho para que o novo possa aflorar. É o aviso da
hora da mudança, em cuja numerologia se traduz a energia de
superação, absolutamente necessária para descortinar uma
nova realidade.
A Temperança.
Apresenta-se como a carta de número catorze dos Arcanos
Maiores do tarô, correspondendo ao caminho de número vinte e
quatro da Árvore da Vida, cuja chave é a letra hebraica é "Num"
e faz a conexão entre a Sephirah de Tiphereth e a Sephirah de
Netszach.
Neste arcano há a representação de um anjo, com
características femininas, que passa a água de um receptáculo a
outro receptáculo. Apresentando nítida relação no zodíaco com
o signo de aquário, e consequentemente com a Nova Era que
desponta no final da Era de Peixes, onde o líquido representa a
essência universal, ou a energia primordial, e, em termos
microcósmicos a moderação, a consciência Crística e a
sobriedade que lhe é peculiar. O gesto que caracteriza
essencialmente a figura, que é o derramamento de um vaso a
outro, remete-nos à ideia da harmonia dos contrários, o pleno
equilíbrio que molda o estado da própria temperança, a perfeita
moderação equilibrada através da harmonia com o Todo.
Esta carta nos trás a mensagem primacial, não apenas do
equilíbrio entre a emoção e razão, mas da subordinação que
deve existir da primeira para a segunda. É a consciência que vem
do alto, no caso representado pelo recipiente na altura dos seios,
fluindo sobre o recipiente à abaixo da cintura, consagrando
aquilo que é de baixo através daquilo que vem de cima. É
também o ato de temperar a natureza instintiva através da
iluminação, canalizada pela ação executada pelo anjo. Não
haverá sucesso onde não há equilíbrio; não há equilíbrio quando
não há a concepção das coisas que vêm do alto.
O Diabo.
É a carta de número quinze dos Arcanos Maiores do tarô,
correspondendo ao caminho de número vinte e cinco da Árvore
da Vida, cuja hebraica letra chave vem ser o "Samesh", e que liga
as Sephirot de Tiphereth a Yesod.
Esta temida figura se apresenta com um demônio de asas
abertas no alto da carta, por sobre uma espécie de altar ou
banqueta, tendo a mão direita elevada com a palma virada para
frente e a esquerda portando uma lança. Este demônio
apresenta outro rosto localizado no abdômen e um olho em cada
joelho. Ao nível do chão, em cada lado do altar, se encontram
dois outros demônios menores, um feminino, portando seios ao
lado direito do demônio central, e outro masculino, desprovido
de seios, ao lado esquerdo. Esses dois demônios menores se
apresentam com as mãos presas às costas. Em seus pescoços há
uma espécie de coleira, a cada qual é presa uma extremidade de
uma corda, estas presas em um ponto no ponto mais baixo do
altar.
Estes dois demônios menores, masculino e feminino
representam o princípio da dualidade em seu sentido de poder e
desejo material, unidos em um ponto, o mais baixo possível que
simboliza a ambição, escrava do ego que faz com que estejam
com as mãos atadas sob os pés do demônio central.
O demônio central significa os momentos em que cedemos
aos nossos desejos mais baixos em detrimento ao respeito, à
consideração, a dignidade e à felicidade alheia. É o
endeusamento do ego, cuja mente está no "ventre", isto é, no
mais baixo nível de consciência, e os olhos nos joelhos, onde o
distanciamento de cada passo errado faz com que a realidade da
vida torna-se desfocada.
Esta carta mostra o lado sombrio de cada ser, enfeitiçado
pelos desejos do ego e pelo adormecimento do Eu Superior. É o
caminho que se desponta com as gratificações momentâneas,
transitórias, como um tesouro sob o poder das traças e olhares
dos ladrões.
O surgimento desta carta, é talvez o mais importante dos
avisos, indicando que há demônios a serem enfrentados, não
demônios externos feito entidades reais, mas os demônios
internos, nossos desejos mais baixos, nossos ideais errôneos,
nossos preconceitos, nossos vícios e pensamentos equivocados
tão distantes do amor, da pureza, da fraternidade e do
sentimento sublime da igualdade. É justamente a carta do
demônio a maior das sinalizações para que sejamos libertados do
inferno, vencendo os demônios que habitam em nossa própria
alma.
É o chamado para a busca da verdade para que possamos
ser libertos da nefasta condição humana que se prende às
condições infernais da ilusão.
"Não ouça o homem, pois traz a voz do mundo. Ouça a
pureza verdadeira do Cristo interior que habita nos recônditos
sagrados de cada coração. Nela não há engano e abre as portas
para a definitiva liberdade".
A Torre.
É a décima sexta carta dos Arcanos Maiores do tarô. E
corresponde ao vigésimo sexto caminho da Árvore da Vida, sob a
letra hebraica é "Ayin", que une a Sephirah de Tiphereth à
Sephirah de Hod.
A imagem impressa na carta é de uma torre atingida por um
raio ocasionando um incêndio e um desabamento (no caso a
parte mais alta, a cúpula no formato de uma coroa), cujo efeito
faz com que duas pessoas despenquem de suas alturas devido à
intensidade de sua destruição.
É muito interessante o relacionamento que a maioria das
pessoas faz com este arcano e a história bíblica relatada no livro
de Gênesis da Torre de Babel. Sabemos que Moisés escreveu
este livro baseado no conhecimento das simbologias
incrustradas nos antigos mistérios egípcios. Reforço aqui que no
ocultismo não há coincidências. Tudo está intimamente
relacionado.
Este arcano é também conhecido em alguns baralhos como
a Mansão de Deus. Este nome talvez possa sugerir a mansão que
os homens fizeram para que a torre alcançasse os céus, uma
conotação da prepotência humana em obter a sabedoria dentro
da altivez, desconhecendo absolutamente que os caminhos da
sabedoria passam pelas estações da Humildade.
Esta carta evidencia que, todas as obras que não forem
consubstanciadas no amor e na justa consciência, serão
definitivamente decompostas pelo destino. E o que é a mão do
destino senão os desígnios de Deus?
A mudança que o destino impõe não é um lamentável
estado de fracasso e frustrações, mas sim a oportunidade de um
novo começo material alicerçado naquilo que é espiritual. É "a
casa construída sobre a rocha", que não cai mesmo sob as
tempestades e tormentas. É o momento da reconstrução com a
solidez da virtude e da verdade e da luz. O que o destino
consagra resiste às intempéries deflagradas pelas instabilidades
do mundo.
A Estrela.
É a décima sétima dos Arcanos Maiores do tarô. Representa
o vigésimo sétimo caminho da Árvore da Vida, que permite a
conexão entre as Sephirot de Netszach e Hod, cuja chave é a
letra hebraica "Pei".
A figura traz uma jovem mulher, aparentemente nua,
ajoelhada junto a um ribeiro, com um vaso em cada uma das
mãos dos quais derrama a água, contida nestes dois recipientes,
sobre o rio com o vaso da mão direita, e sobre a terra com
aquele da mão esquerda. Do mesmo modo, apresenta seu pé
direito tocando as águas do riacho e seu pé esquerdo sobre a
terra.
Acima da mulher há uma grande estrela em cuja adjacência
há outras sete estrelas, três de cada lado e uma única sob a
estrela maior.
O vaso da mão direita representa a consciência e o da mão
esquerda o subconsciente. O pé em contato com a água faz
conotação à sua espiritualidade, sua força interior, seu pé sobre
a terra representa seu intelecto, sua força física e sua
praticidade. Sua nudez indica sua pureza, a essência fundamental
do ser, alheia ao pudor eivado de hipocrisia e sua liberdade de
ser e dispor. A grande estrela representa a sua essência, a
iluminação que a guia em seus caminhos e propósitos. As sete
estrelas menores representam os sete chácaras em seu
alinhamento com a consciência iluminada, sem deixar também
de representar os sete planetas em suas regências, indicando as
forças astrais na determinação dos destinos humanos.
Esta é uma das cartas mais bem pressagiosas dos Arcanos
Maiores, representando a inspiração, a proteção que as forças
astrais testificam, a saúde, o auxílio invisível em um momento
casual, a esperança motivada pelos eflúvios positivos que o
universo dispensa em sua agraciação.
A Lua.
É o décimo oitavo arcano maior do tarô. Correspondendo ao
vigésimo oitavo caminho da Árvore da Vida, que liga a Sephirah
de Netszach à Yesod, cuja chave vem ser a letra hebraica "Tsadi".
A imagem expressa neste arcano é da lua com o rosto
humano, cuja fase se apresenta como uma fusão entre a
crescente e o plenilúnio. Em baixo podemos ver um cachorro e
um lobo, às margens de uma lagoa, saboreando as essências que
emanam do corpo lunar e se desprendem em direção à terra.
Dentro desta lagoa podemos ver uma lagosta nadando em
direção à margem. Atrás podemos visualizar duas torres
limitadas por aclives e colinas.
Neste arcano podemos notar a analogia das forças
contrárias, o inconsciente e o subconsciente, o submisso e o
renegado.
A Lua representa o Yesod, o plano astral, onde são
plasmados os pensamentos, os sonhos, o caráter intuitivo. O cão
e o lobo sobre a terra representam a natureza física em sua
dualidade, o submisso e fiel, o dissidente e renegado, o ativo e o
passivo, o conservador que preserva os costumes e o
revolucionário que transforma o mundo.
A lagosta saindo da água representa a marcha da
consciência, emergindo do subconsciente em seu caminho no
qual não há retrocessos. As torres representam o bem e o mal,
que, com a inquebrantável semelhança, nos mostra o quão difícil
é discernir entre estas duas polaridades, especialmente para os
seres, como a lagosta, galgando os rudimentos da compreensão.
A Lua é possivelmente o arcano de maior dificuldade de
interpretação, a qual exige mais que um simples cabedal de
conhecimento, mas também a sabedoria que se molda através
do fluxo sagrado da conexão com o alto.
Esta carta expressa a mensagem de reavaliação, de conciliar
a rebeldia necessária à quebra de valores obsoletos, com a
passividade, necessária para a promoção da concórdia. Indica
que é urgente a elevação da consciência, para que sejam
conhecidos os objetivos estruturados no amor, direcionando-se à
"torre correta", para que não sejam formadas as sementes
kármicas do sofrimento.
O Sol.
O Sol é a carta número dezenove dos Arcanos Maiores do
tarô, correspondendo ao vigésimo nono caminho da Árvore da
Vida, que tem como chave a letra hebraica "Kuf", e interliga as
Sephirot de Netszach à Malkuth.
A imagem traz um sol de grandes dimensões, nitidamente
radiante; sob seus raios e eflúvios vemos duas crianças seminuas
aparentemente brincando sobre um solo gramado, e atrás delas
um muro ou uma parede.
O Sol emite positividade, gerador de vida, confere calor, vida
e otimismo. As crianças fazem-se representar a inocência, a
felicidade e a pureza expressa em sua nudez.
O Sol, doador de vida, indica positivamente a realização de
um desejo, não importando caminhos ou decisões, todas as
trilhas levarão à felicidade. Indica também o fechamento de um
ciclo de momentos difíceis e atribulados para dar lugar a um
período promissor. O muro significa a proteção que impede
qualquer negatividade.
As duas crianças indicam a chegada de novos
relacionamentos, seja na forma de reencontros, amizades ou
ligações amorosas promissoras.
É uma das cartas mais positivas do baralho.
O Julgamento.
É a vigésima carta dos Arcanos Maiores do tarô,
correspondendo ao trigésimo caminho da Árvore da Vida, cuja
chave é a letra hebraica "Reish", que liga a Sephirah de Hod à
Sephirah de Yesod.
Exibe esta carta a imagem de um anjo tocando uma
trombeta com uma bandeira de uma cruz em sua ponta inferior,
segura com sua mão direita. Abaixo dele estão um homem e uma
mulher e uma figura humana de costas de coloração e
conformação diferente, assemelhando-se possivelmente a uma
criança, todos nus, fazendo oração com os rostos direcionados
ao céu. As três pessoas, segundo o que aparenta à primeira vista,
parecem sair de túmulos como na ressurreição final.
No fundo poderemos ver enormes barreiras de terras e de
águas, montanhas e marés, cujas cores verde e azuis sobressaem
nessa estranha mistura.
O anjo faz a ligação entre o humano e o divino, figurando a
passagem bíblica do juízo final, o fim de um sistema de coisas
para o surgimento de outro, perfeito e jubiloso. Nas pessoas
podemos ver que estão prontas para o chamado, a nudez
representa a pureza dos justos diante da promessa da redenção.
A paisagem do fundo mostra que o julgamento se faz
impreterível.
Esta carta significa que haverá uma escolha e esta
ocasionará uma radical mudança, de forma irreversível. É,
portanto, a separação do passado para a vida em um novo
presente, sem conexão com as circunstâncias pretéritas. É o
momento da messe depois do período de plantio.
O Mundo.
É a vigésima primeira e última carta dos Arcanos Maiores do
tarô e corresponde ao trigésimo segundo caminho da Árvore da
Vida, cuja chave é a letra hebraica "Tav", que faz ligação entre a
Sephirah de Yesod e Malkuth, o astral e o físico.
Aqui cabe uma ressalva: Os autores ingleses colocam no
primeiro caminho a carta sem número, ou zero, que é O Louco, e
o segundo caminho a carta número 1 que é O Mago. Já os
estudiosos franceses colocam O Mago, que é a carta número 1
no primeiro caminho. Neste texto seguimos os autores franceses
haja vista que estamos tomando como base o Tarô de Marselha,
cidade da França.
Nesta carta vemos uma mulher nua no centro de uma
guirlanda oval, aparentemente executando um movimento de
dança, com um bastão em sua mão esquerda e um ramo de
árvore em sua mão direita a mesma está envolta com uma tira
de pano, muitas vezes representado de cor vermelha, que
acompanha o movimento da mulher com a sua porção inferior
suspensa no ar. Externamente à coroa poderemos ver um anjo,
superior à direita da guirlanda, uma águia, também superior à
esquerda da guirlanda; um touro à direita inferior da guirlanda e
um leão à esquerda inferior à guirlanda, simbolizam
aparentemente as quatro faces dos querubins descritos na Bíblia,
no livro de Ezequiel e no Apocalipse de João; porém relacionam-
se essas figuras com todo o quaternário: os quatro elementos, os
quatro naipes do tarô, os quatro quadrantes do zodíaco ou os
quatro signos fixos presentes neste (aquário, escorpião, touro e
leão), etc. ...
Traz em seu movimento o dinamismo, a expansão, a
felicidade e a harmonia presente no ritmo.
O mundo termina a sequência iniciada com O Louco, que
corresponde ao caminho vigésimo primeiro da Árvore da Vida
ligando Hod a Malkuth.
A moça no centro da figura simboliza o sagrado, a meta da
realização alquímica, a centralização dos princípios herméticos
envolta da estrutura quádrupla que equaciona o mundo de
Malkuth. A moça na guirlanda representa a sublimidade do
quinto elemento, enquanto os demais os quatro elementos
essenciais do próprio mundo.
Esta também é uma das cartas mais positivas do tarô,
representa um recomeço promissor, após a viagem arquetípica
iniciada com a primeira das cartas, trazendo a felicidade, a
completude e a realização.
Os Arcanos Menores do Tarô.
Perfazem um número de 56 cartas do baralho divididos em
14 cartas para cada um dia naipes, e estes se dividem em copas,
espadas, paus e ouro. Estes estão sempre na dependência de
outros Arcanos para com que se estabeleça uma interpretação.
Grande parte dos consultores utilizam apenas os Arcanos
Maiores, contudo, a existência dos Arcanos Menores tem uma
razão de ser: estas cartas não estão ali apenas para ações
lúdicas, mas sim complementares, e, sem as quais toda e
qualquer informação provinda da leitura das cartas, se faz
incompleta e também ineficaz na análise plena do conteúdo,
pois estes arcanos, muitas vezes desprezados, apontam
justamente os detalhes, que jamais serão prescindíveis à análise
geram estabelecida através da leitura dos Arcanos Maiores,
indicadores do destino. Eles nos dão uma visão mais
pormenorizada a respeito das questões que são expressas. Por
esta razão, enquanto os Maiores mostram o destino e seu
caráter kármico, os Arcanos Menores identificam nossas
escolhas, nosso livre arbítrio, tudo aquilo que pode e deve ser
mudado.
Os Arcanos Menores se assemelham a um baralho comum, e
muitos são aqueles que fazem suas adivinhações e consultas
baseadas apenas no baralho comum. (A Cartomancia,
especialmente popularizada pelo povo cigano). Cada naipe de
inicia com a carta do Ás, seguindo a numeração da carta número
2 até a carta número 10, e, após está temos a figura da corte, na
sequência do Rei, Valete, Dama e Cavaleiro. (No baralho comum
há após a carta número 10, o Valete, seguido pela Dama e o Rei
finalizando).
Os naipes mantêm relações com os seguintes planos de
vibração: o ouro análogo ao plano material, ao mundo físico, o
elemento terra; paus o plano etéreo ou vital, o elemento fogo;
espada os aspectos mentais, ou o plano mental, o elemento ar;
copas com o mundo emocional, ou astral, e seu elemento é a
água.
Através dos Arcanos Menores faremos o direcionamento,
mudando a direção, dentro do possível, daquilo que sugere o
Arcano Maior. Faz-se, portanto, um complemento essencial dos
Arcanos Maiores, senso este o indivíduo em sua própria essência
determinada pelos aspectos kármicos, e os menores o papel que
temos para definir as situações de acordo com nossas escolhas e
direcionamentos presentes sob nosso livre discernimento.
O Enquadramento Social Presente nos Naipes.
A sociedade medieval dividia-se em quatro classes
fundamentais e suas atribuições no contexto deste período.
Havia a Nobreza da qual se aderia o exército, e este era o
mantenedor de seu status e regalias (parece que este contexto
permanece até os dias de hoje); havia o clero, no qual estavam
inseridos os eruditos, detentores do conhecimento, e este
conhecimento não permitiam que saísse de seus âmbitos; havia
a burguesia, que, embora não pertencesse à nobreza,
representavam os comerciantes, os negociantes que
gradativamente se ascendiam na sociedade sempre almejando
partilhar com a nobreza a honraria de títulos e exaltações. Por
fim havia o povo, a esmagadora maioria da população, os
serviçais e os camponeses que, delegados à desconsideração das
demais classes, era, no entanto, o sustentáculo de todos,
cultivando, ainda que em terras alheias, o sustento dos
empresários, militares, religiosos e nobres, patrocinadores
"invisíveis" de festas, repastos e banquetes, enquanto grande
parte de seus constituintes pareciam de gravíssima subnutrição.
O naipe de Copas correspondia ao clero, pois este naipe
está ligado ao misticismo, ao inconsciente, à subjetividade e a
própria cultura da qual está classe era a detentora quase que
exclusiva. Assim como a igreja confortava e injetava o
conformismo ao sofrimento do povo, este vem ser um naipe que
vem ser um atenuante da negatividade proveniente de outras
cartas. A carta de copas, em relação ao indivíduo, está ligada à
área sentimental e tudo aquilo que se traduz na voz do coração,
desde o regozijo afetivo à própria emotividade gerada através da
exacerbação das emoções.
Paus corresponde ao povo, aos camponeses em contato
direto com os segredos da natureza e seu domínio, configurando
em sua essência a ação, o dinamismo perseverante restado da
energia gerada através do incessante trabalho. Este naipe
expressa a necessidade da energia e da determinação para que
sejam concretizadas as aspirações. É o chamado da ação efetiva
para driblar obstáculos e prosseguir na incansável luta. A carta
de paus está intimamente ligada ao labor, as ações que exigem
praticidade, o trabalho necessário para que sejam efetuadas
todas e quaisquer concretizações.
O naipe de Espadas se relaciona com a nobreza e com os
exércitos. Este naipe configura as lutas, as batalhas que travamos
no interior de nosso próprio ser, necessárias para livrar-nos de
nossos aprisionamentos, inclusive da Matrix forjada em nosso
mundo pelos errôneos padrões que controlam as concepções
humanas. Este naipe nos faz um convite à nobreza de caráter,
essencial para dissipar todos os erros e conceitos errôneos
impostos por uma sociedade que se baseia na ilusão e nas
injustiças. Ele confirma a necessidade de vigiar os pensamentos,
para que possamos dissipar, ou ao menos atenuar aquilo que o
destino nós reservou, fruto justamente das ações iniciadas
através dos pensamentos não vigiados. Espadas, pois,
pronunciam os conflitos, as disputas, essencialmente no âmbito
das ideias, projetos e conflagrações, onde se joga com a coragem
e a astúcia para dirimir os aspectos indesejáveis que dificultam o
avanço dos propósitos.
O Ouro faz correlação à burguesia. Este naipe é como se
fosse um relatório preciso de nossas ações, indicando um
momento propício para que, através do livre arbítrio, possa ser
possível vencer algumas condições desfavoráveis que o destino
impôs e redirecionar as energias para uma nova disposição
superando as adversidades e prosseguindo os caminhos do êxito.
O ouro sempre vai refletor os aspectos monetários, as finanças,
assim como todas as coisas que podem ser modificadas através
daquilo que é propriamente material. Pode significar a mudança
de uma determinada situação através da captação de recursos.
Neste caso há a imperativa necessidade de manter o foco no
essencial, pois tudo aquilo que passa da necessidade e adentra
na avidez gera idolatria, e o preço kármico sempre se faz muito
elevado a todos aqueles que endeusam o transitório em
detrimento das coisas eternas.
Os Números das Cartas e seus Princípios Essenciais.
O Ás representa o início de uma sequência cíclica, associado
sempre ao êxito, à conquista.
O número dois externa o dualismo, a dualidade em sua
promoção do dinamismo, a polaridade essencial à dinâmica
presente na evolução.
O número três representa a formação, aquilo que se conclui
através do equilíbrio entre as polaridades, a tripla
dimensionalidade que gera a forma.
O número quatro representa a formação, e a estabilidade
que confere sua disposição energética. Remete também a
intervenção de fatores externos alterando a ordem natural das
coisas.
O número cinco representa um novo nível energético que se
dispõe em caráter tanto de expansão quanto de bloqueio,
impedimento, fazendo-se elemento dispersor que fera
modificações.
O número seis representa o avanço da expansão, um
rompimento do equilíbrio das energias alcançadas nas etapas
anteriores, cuja resultante poderá ser promissora ou
desfavorável.
O número sete exprime o caráter divino, na sequência entre
o trino e o quaternário, trazendo em si a sabedoria que vem do
alto, é um número mágico de mudanças que atinge todas as
áreas presentes na perspectiva humana. É um número de força
altamente positiva indicando bons aspectos de forma duradoura.
O número oito relaciona-se com o infinito, o eterno
presente no agora, o instante que dá vida a cada momento, nas
mais simples coisas da vida, no próprio dia a dia, fragmento da
existência. É duas vezes o quaternário. O número quatro é a
influência que acessa o âmbito do indivíduo; o número oito é a
emissão da influência a partir do próprio indivíduo.
O nove é o número que contém todos os anteriores, a
essência de cada um, trazendo a experiência que cada grandeza
revela. Justamente por resguardar todas as experiências, o
número nove é o indicador daquilo que é correto daquilo que é
incorreto.
O número dez é a concretização, o cenário provindo da
somatória de todos os esforços, o auge do sequenciamento e seu
flagrante reinício, traz em si o adormecimento após uma longa
jornada, um momento de pausa, de descanso e relaxamento.
As Cartas da Corte, e seus Significados.
Essas cartas, como as próprias figuras indicam, representam
pessoas, que irão surgir na vida do consulente e que serão
personagens nas circunstâncias que surgirão em sua vida. Estas
pessoas poderão exercer seu papel à distância assim como
também poderão estar presente na proximidade do indivíduo
sem descartar a presença na sua própria intimidade.
O Valete representa um jovem repleto de força vital,
energético, eivado de dinamismo e determinação. Prenuncia o
advento de algo novo, de uma presença repleta de motivações.
O Cavaleiro representa um homem dotado de firmeza,
experiência e astúcia. Pode significar a aproximação de alguém
resoluto exercendo influência sobre algum propósito, seja na
forma de opinião, sugestão, proposta ou auxílio para o sucesso
da empreitada.
A Dama se apresenta como uma mulher influente, realizada,
empoderada. Pode surgir como uma pessoa que surge na vida do
indivíduo exercendo grande influência, seja como ajuda, seja
como obstáculo à realização de propósitos elaborados sem que
se tenha total segurança. Como mãe traz em si alguns valores da
infância. Assim como uma mãe vê seus filhos como eternas
crianças, a Dama, mesmo suspensa em seu empoderamento,
ainda não superou esta visão infantil do mundo no qual está
inserida.
O Rei se configura como um homem já maduro, experiente,
dotado de influência e poder. Pode significar a presença de
alguém altamente seguro de si, com bons relacionamentos que
poderá tanto ajudar na concretização de um projeto como
frustrar totalmente seus intentos.
Análise das Cartas Individualmente dos Arcanos Menores do
Tarô.
Ás refere-se à solução de alguma questão. É uma carta
positiva que confere o êxito e sua consequente satisfação.
Ás de Paus: É uma carta resposta. Algo que se deseja saber
se terá êxito, se será promissor, se terá conserto, ou se terá cura
e restabelecimento. É a resposta positiva para todas estas
indagações.
Ás de Copas: É a agraciação de sonhos, propósitos ou metas.
Indica a realização de algo que se almejava há muito tempo. A
concretização de um caro desejo aflorado no próprio coração. É
a realização de algo que descortina a felicidade, o alcance de um
sonhado ideal.
Ás de Espadas: Esta carta sinaliza a conclusão de um
problema antigo, a finalização de algo essencialmente
perturbador, o desfecho de algo que parecia ser insolucionável, a
liberdade de uma condição que parecia sem fim.
Ás de Ouro: Esta carta está relacionada com o desfecho
positivo de um problema financeiro. É a libertação de uma dívida
ou de uma condição deplorável de carência de valores. Pode ser
também o superávit de um empreendimento onde havia um
longo período deficitário.
Dois é uma carta que se traduz na dinamização seguindo a
polaridade, a essência par que promove o desempenho.
Dois de Paus: É o indício de uma boa parceria nos trabalhos,
nos negócios ou em qualquer transação. É uma coisa se
complementando à outra para obter resultados satisfatórios.
Pode também indicar a junção eficaz de terapias para a
resolução de um problema de saúde.
Dois de Copas: Pode ser o início de uma nova afetividade ou
de um novo relacionamento, ou até mesmo uma reconciliação.
Significa duas pessoas próximas que, dependendo da carta tirada
em seguida, pode significar tanto uma união que perdure quanto
uma separação que se aproxima.
Dois de espadas: faz referência a contatos, influências que
poderão ser úteis para a superação de dificuldades e um
redirecionamento em várias questões da vida.
Dois de ouro: Representa o auxílio ou a ajuda que a pessoa
poderá receber de outra, seja em sociedades promissoras ou
apoio financeiro de alguém que confia no sucesso do negócio ou
da empreitada.
O três é o número da estabilidade assim como também do
equilíbrio, pois tudo aquilo que é estável assim chegou a ser
devido à harmonia, à qual se chega equilibrando todo um
conjunto circunstancial.
Três de Paus: Esta carta é o indicador de que não está
correndo riscos, seja de saúde, seja no trabalho e em qualquer
âmbito. Quando a pessoa atravessa tribulações, um turbilhão de
sucessões problemáticas, esta carta é a sinalização de calmaria,
tudo volta ao equilíbrio, inclusive os pensamentos e ideias.
Três de Copas: É a calmaria que surge após uma crise
conjugal, após uma inquietação amorosa, após uma
intranquilidade em relação à não correspondência de uma
atração, de uma paixão.
Três de Espadas: É a carta que configura a superação de
medos, a superação de conflitos, a conciliação de desavenças, a
paz após ataques e atritos diversos. É a carta da trégua, da
transposição das contendas e dos desajustes.
Três de Ouro: É a entrada de capital suprindo uma série de
dificuldades financeiras. É o equilíbrio resultante de uma
estabilização do mercado. São os rendimentos que chegam
mantendo uma estabilidade dissipando as preocupações e
inseguranças.
O número quatro sugere um intrometimento de pessoas ou
situações.
O quatro de paus pode sugerir uma interferência no
trabalho, envolvendo pessoas que podem, muitas vezes, causar
danos à pessoa nesta área. Pode também surgir uma
interferência no tratamento ou diagnóstico de alguma
enfermidade. É o indicativo que, nessas duas áreas, é
fundamental evitar opiniões alheias e, até mesmo, intromissões
em algo que está funcionando de maneira adequada.
O quatro de copas pode indicar alguma influência na vida
amorosa e também na vida conjugal, podendo ser alguém
adventício ou propriamente familiar. Tal influência poderá ser
positiva ou negativa. Tudo dependerá da sintonia com a qual
estabelecerá entre todos os envolvidos.
O quatro de espadas é o indicativo do advento de alguém
pernóstico, que poderá surgir de maneira dissimulada ou um
inimigo oculto através do qual poderão ocorrer conflitos e
contendas. É a carta que sugere atenção até mesmo com aqueles
que aparentam inquebrantável confiança.
O quatro de ouro pode significar a chegada de alguém que
pode se assomar positivamente dentro da perspectiva de um
negócio lucrativo. Pode, no entanto, sugerir a presença de
alguém que poderá interferir no bom andamento de uma
empreitadas, ocasionando despesa e cessação de lucros.
O número cinco fala de uma mudança, uma transformação
que se faz de maneira inequívoca e permanente. É o número da
dispersão, da mudança de rumos em um propósito, em um
projeto, em uma meta. É a saída do foco, a desorientação que
gera perspectivas imprevisíveis.
Cinco de paus: Identifica o advento de uma circunstância
que ocasionará uma mudança de área, uma mudança radical
cujos reflexos podem ser difíceis de previsão em um curto
espaço de tempo, a qual poderá ser de efeitos positivos ou
negativos, de acordo com o nível da capacidade de adaptação ou
compatibilidade com os aspectos despontados nesta nova
situação.
Cinco de Copas: Indica o surgimento de alguém de maneira
insólita. Uma pessoa que surge na vida despertando interesse,
atração, afetividade. Pode apresentar-se tanto como uma
perspectiva amorosa quanto o início de uma parceria, cujo
desenredo será uma incógnita reservada ao futuro.
Cinco de Espadas: significa a saída de uma situação
conflitante, o final feliz de uma peleja desalentadora. É o sinal
positivo da luz que se faz enxergar em meio à escuridão.
Cinco de Ouro: É a utilização de recursos financeiros em um
propósito diferente daquilo que se havia planejado inicialmente.
Pode se configurar como um investimento em algo que não
houve programação prévia, como uma opção pela qual não se
esperava, mas que surge feito um auspicioso cenário promissor.
O número seis sugere instabilidade, um desequilíbrio de
energias cuja resultante irá engendrar uma nova conformação,
podendo ser positiva ou funesta.
Seis de paus: pode significar um desequilíbrio no organismo,
o qual deverá seguir mudanças terapêuticas assim como estilo
de vida. Poderá indicar também inquietude no âmbito
profissional, que pode derivar em mudanças imperativas, sejam
elas mudança da própria área de ocupação, ou readaptação
motivada por uma transformação interior.
Seis de Espadas: Significa um descomedimento em uma
situação. O indivíduo surpreendido por alguma estratégia alheia
ao seu prévio conhecimento forçando-o a uma "retirada
estratégica" para uma futura reorganização. É o momento de
derrota em que os rumos deixam de ser patentes. É a derrota de
uma batalha que pode ser uma lição para futuras vitórias
sucessivas nas inúmeras outras batalhas que surgem na grande
luta da vida humana.
Seis de Ouro: Indica um período nebuloso, um momento de
incertezas tanto para o início de uma nova empreitada financeira
quanto para um investimento arriscado. É o prenúncio de um
momento onde a quietude deverá suplantar o arrojo.
O número sete tem em si a força das mudanças, exalando
vibrações benéficas nessas transformações que acometem todos
os aspectos da vida do indivíduo. Além de ser um número
mágico, exprime toda a energia que engendra novos padrões de
correspondências entre o indivíduo e o meio no qual se encontra
inserido.
Sete de Paus: Aponta uma mudança na área profissional,
mas que não se restringe apenas a esta área específica. Traz
nesta mudança todo um encadeamento de transformações. É
uma mudança positiva que transforma o ambiente, o interior, a
maneira de interagir com o mundo e com as pessoas; um novo
horizonte que se descortina.
Sete de Copas: indica um novo relacionamento advindo de
outras mudanças nos aspectos da vida. Uma pessoa que pode ser
a inspiração para uma cadeia de transformações, direcionando
positivamente a um novo panorama de relação com o meio.
Sete de Espadas: É a vitória formidável em uma batalha da
vida, pela qual muitas portas se abrem e novos caminhos se
descortinam, recriando ângulos de visão até então ocultos e que
promovem um feliz direcionamento às novidades que afloram.
Sete de Ouro: É a chegada de um momento no qual os
valores monetários fluem na direção do indivíduo, que lhe
permite toda uma mudança de níveis, afetivos, culturais e
sociais. Podendo modificar positivamente a vida de outras
pessoas, redirecionando destinos e inaugurando projetos, metas
e boas expectações.
O número oito é o próprio indivíduo como agente de
interferência. É a disposição da própria pessoa em exercer algum
tipo de intervenção, seja ela favorável, seja ela malevolente.
Oito de Paus: É a opinião que se plasma como a chave para o
êxito. O palpite precioso que desencadeia um desfecho
promissor a um determinado projeto ou a uma determinada
ideia a ser colocada em prática.
Oito de Copas: É como um catalizador de uma reação
química, especificamente a química do amor e da atração. O
indivíduo promove a união entre duas pessoas, configurando o
apadrinhamento de uma relação onde se conjugam os afetos.
Oito de Espadas: É o tipo da influência secreta, oculta e
ardilosa. A artimanha que se intenta em meio às sombras para
atarantar uma iniciativa, um plano, um projeto em curso.
Oito de Ouro: Influência que se dá sobre alguém ou alguma
instituição para direcionar verbas para determinada pessoa ou
projeto. Reside na arte de convencer, de buscar um suporte
financeiro para que outra parte venha a se beneficiar de sua
intercessão.
O número nove surge como uma testagem, através da qual
pode ser possível atestar a natureza de uma ação, de um
propósito, de um projeto ou de qualquer trabalho elaborado
através das perspectivas humanas. É a luz jorrada sobre os
caminhos para a verificação tanto de sua aplicabilidade, quanto
de sua excelência.
Nove de Paus: É o advento de um novo comportamento que
revelará sua eficácia em relação à melhoria das condições
promotoras de saúde e bem estar. É o resultado de um programa
que revelará tudo aquilo que possa ter sido profícuo e favorável
para alcançar o resultado previsto.
Nove de Copas: É a atitude do parceiro revelando a
verdadeira natureza de seu caráter; o segredo revelado que
expõe aquilo que a pessoa realmente é, muitas vezes
completamente diverso daquilo que simulava ser ou do que
parecia representar.
Nove de Espadas: É o fragoroso desencanto frente à
constatação de uma verdade escondida entre as dissimulações. É
o fato aparentemente negativo que faz enxergar aquilo que
parecia invisível, mas se faz revelado e apregoa a busca de novos
sentidos, ângulos e prismas.
Nove de Ouro: É a carta que testa a persistência, indicando
que a constância é o caminho a seguir. Em um negócio ou
empreitada, quando surge a dúvida sobre seu êxito, este é o
sinal que confirma o teste de perseverança, mostrando o dever
de prosseguir, diante de um iminente sucesso.
O número dez traz em si o acomodamento, o período de
repouso, de apatia e desaplicação.
Dez de Paus: Indivíduo acomodado em seus afazeres,
desmotivado no trabalho, imerso na indolência que se faz
peculiar em sua própria natureza de ser.
Dez de Copas: Reflete a insatisfação com o parceiro. A perda
de atração, o desencanto e seu consequente desleixo. É a
acomodação que faz com que um parceiro perca todo o
entusiasmo em relação ao outro. Um casal unido apenas através
das aparências.
Dez de Espadas: A pessoa simplesmente sonha, aspira,
almeja, mas não possui a animosidade ou o afinco de colocar
seus desejos em prática. É o bloqueio forjado tanto através da
insegurança quanto pela indolência.
Dez de Ouro: Reflete o indivíduo que estaciona no tempo,
conformando-se com o panorama que se encontra inserido, sem
o desejo de galgar melhores níveis de possibilidades, que não
aspira por algo maior.
O Valete é o arauto das positividades. É aquele que surge
sob as vibrações da leveza. É o fôlego vital que infunde a
motivação presente nas novidades da existência.
Valete de Paus: Pode sugerir um novo trabalho, um novo
momento que surge e convida para um hábito salutar que se
principia. É o descortinar de um horizonte promissor que surge
inspirado pela fé.
Valete de Copas: Pode surgir como um novo par em um
relacionamento que se inicia. Mas pode também ser o mesmo
par sob uma nova visão, um ângulo diferente daquele que
conhecíamos cuja beleza se escancara sob o encantamento de
uma perspectiva até então desconhecida.
Valete de Espadas: Representa uma superação, uma batalha
árdua que é vencida. Um mundo renovado que se expande após
o triunfo sobre os obstáculos.
Valete de Ouro: Surge como valores que repentinamente
são alcançados, uma herança ou pagamento inesperado; um
reconhecimento que se reverterá no ganho de valores, uma
promoção ou a percepção de capital inesperado.
O Cavaleiro é uma carta inexistente no baralho comum, que
consiste no Valete, Dama e Rei. Alguns autores classificam-na
como a de um jovem inconsequente, outros o classificam como
um homem dotado de experiência, firmeza e astúcia. Esta
segunda linha é a mais plausível, pois da outra forma o cavaleiro
teria as características próximas às de um Valete ou Pajem. É
aquele que percorre o mundo, e, por sua experiência se faz
autossuficiente, sem se prender às coisas que surgem pelo
caminho.
Cavaleiro de Paus: É aquele que percorre o mundo, sem
ficar-se em algo, nem criar raízes. Não tem um trabalho fixo e
nem se prende ao convencionalismo do mundo.
Cavaleiro de Copas: É o cidadão do mundo, isento de
compromissos e descomprometidos com formalidades, portanto,
abstraído de relacionamentos fixos.
Cavaleiro de Espadas: Não estar sujeito à defesa de
determinados grupos. É um guerreiro isolado que luta por suas
próprias causas ou por motivos alheios que se acha no dever de
intervir em prol da justiça. Descompromissado com embates aos
quais não se faz propósito.
Cavaleiro de Ouro: Pouco interesse no âmbito financeiro.
Vive o presente, por isso desconsidera acúmulos ou
empreendimentos. Enxerga as finanças apenas em seu uso
imediato, não se atendo na busca aflitiva daquilo que não pode
levar considero em suas andanças pelo mundo.
A Dama nunca deixa de representar seu papel de mãe,
mesmo diante de seu empoderamento e de sua experiência.
Como mãe, observa os adultos como crianças apenas crescidas;
demonstrando que não estamos totalmente libertos das coisas
pretéritas incrustradas em nosso ser desde os primórdios de
nossa existência.
Dama de Paus: Traz a necessidade de sentir-se acolhido,
revelando uma insegurança de alguém que necessita de amparo
emocional. Possui a carência de reconhecimento, o "colo" que o
ampare das inclemências da vida.
Dama de Copas: Envolto em uma carência infantil, necessita
ver o "rosto materno" nas pessoas em seu ambiente íntimo, às
quais se abre à semelhança de uma criança carente.
Dama de Espadas: Age como uma criança mimada, cheia de
vontades e caprichos, que tenta impor aquilo que pretende feito
um bebê desejoso de ter em mãos algo que não lhe compete. É o
adulto manhoso que chega a adentrar nos lindes do ridículo e do
hilariante.
Dama de Ouro: Sem responsabilidade devida com o capital,
entregue ao desperdício, aos maus negócios e as desordens
financeiras. Totalmente desprovido da maturidade essencial à
gestão de negócios e valores.
O Rei é a força, o poder e a imposição.
Rei de Paus: pode colocar os negócios em perigo, em virtude
de um potencial equívoco sustentado pela pertinácia e pelos
caprichos de uma pretensa sabedoria.
Rei de Copas: obstinação por estar à adjacência de alguém
que lhe é nocivo, prejudicial e enganoso.
Rei de Espadas: esta carta revela a tirania, alguém que
impõe a sua vontade em detrimento dos direitos alheios. É o
egoísmo, o egocentrismo. A figura autoritária que comete as
piores atrocidades para que sejam alcançados seus intentos
nefastos.
Rei de Ouro: Utiliza os valores diferentemente daquilo que
pode ter sido previamente acordado. É aquele que se envolve
em fraudes, corrupção, falcatruas, de maneira insensata
desviando recurso em benefícios próprios. É a carta da
desonestidade.
Observação: Existe uma correspondência dos quatro
elementos tanto dos Naipes do baralho, conforme citado acima,
quanto dos números de 1 a 10. (Sem esquecer que a redução
cabalística de 10 traz o número 1).
Quando o elemento correspondente do número é o mesmo
do elemento correspondente ao naipe, ocorre uma
potencialização na mensagem trazida pela carta, e este detalhe
se faz considerável na leitura das cartas do Tarô.
O Ar corresponde aos números 3 e 7.
O Fogo corresponde aos números 1e 5.
A Água corresponde aos números 2 e 6.
A Terra corresponde aos números 4 e 8.
Paus corresponde ao elemento fogo.
Espadas corresponde ao elemento ar.
Copas corresponde ao elemento água.
Ouro corresponde ao elemento terra.
Algumas obras podem relevar o aprofundamento místico em
relação às correspondências, entre muitas cabe ressaltar o "Tarô
dos Boêmios" do Mestre Papus, assim como também "A Chave
dos Grandes Mistérios" e Dogma e Ritual da Alta Magia”, ambas
de Eliphas Levi.
Métodos de se utilizar do Tarô.
Existem inúmeros métodos pelos quais se "joga" o tarô em
seus aspectos divinatórios. Como aqui se trata de um texto e não
de um livro, tenho por boa exposição citar alguns métodos de
relevância, um dos quais é o mais usual, outro de maior
simplicidade, outro de implicação mística e por fim um método
de maior profundidade dentro do esoterismo.
A Cruz Celta.
Este método se baseia na cruz inserida em um círculo. A cruz
possui quadrantes representativos dos quatro elementos e o
círculo o caminho do Sol que percorre o zodíaco, símbolo da
eternidade cíclica no dinamismo cósmico. Esta disposição se faz
como um oráculo de orientação nas diferentes situações e
circunstâncias da vida humana, possibilitando a análise sob
diversos prismas, focando o presente, o passado e o futuro, as
causas determinantes daquilo que se faz vigente, as influências
incidentes e seus aspectos, assim como os melhores caminhos a
serem tomados para que seja realizado o melhor desfecho
dentro das possibilidades que se descortinam.
Antes de prosseguir no método da Cruz Celta é
imprescindível o conhecimento da técnica essencial do
embaralhamento das cartas. O objetivo do embaralhamento é
formar o maço de cartas deixando-o em uma ordem aleatória
para que se forme o sequenciamento de acordo com as energias
presentes no local onde se executa a leitura das cartas.
O "Deck" do tarô deve ser compatível com o tamanho das
mãos do operador, pois poderá ocorrer dificuldade no manuseio
especialmente quando as dimensões das cartas superam o
tamanho das mãos que irão manuseá-las.
É claro que existem inúmeras formas de se embaralhar as
cartas, sendo que cada pessoa pode possuir uma maneira
própria de fazê-lo, com a qual terá melhor domínio no manuseio.
Aqui, porém, se apresenta a citação de um método que possui
alguns fundamentos essenciais dentro do esoterismo.
O operador coloca todo o baralho sobre a palma de sua mão
esquerda, entrega-o ao consulente para que corte o maço em
duas metades, que, devolvidas ao operador faz com que as
cartas se interpenetrem, umas sobre as outras. Repete-de este
procedimento três vezes e novamente entregue ao consulente
para cortá-las uma segunda vezes, interpenetra novamente as
cartas umas sobre as outras mais quatro vezes, totalizando o
número de sete, e, pela terceira vez pede para que o consulente
corte o maço mais uma vez, sempre sobrepondo o maço inferior
por cima do maço que estava por cima. O toque do consulente é
essencial para que sua energia esteja presente sobre as cartas,
seguindo o número de três e embaralhado pela quantia de sete
vezes.
Feito isso se inicia a distribuição das cartas segundo a
disposição da Cruz Celta.
A primeira carta a ser virada, ou a carta número 1 é a
"significadora", a qual deve ser colocada no centro da figura que
pretendemos compor. Em seguida vira-se a carta número 2, a
"carta cruzada", que é colocada horizontalmente sobre a número
1, formando uma pequena cruz com ambas as cartas. A carta
número 3, a "carta da cabeça" é colocada na posição inferior à
número 1 e a número 4, a "base da questão" colocada à direita
da número 1 (à nossa esquerda). A carta número 5 é colocada
acima da carta número 1, é a "carta das influências do passado".
A carta número 6, o "futuro", é posicionada ao lado esquerdo da
carta número 1 (à nossa mão direita).
Está então formada a cruz, agora formaremos a coluna à
esquerda da cruz (à direita para o observador). Posiciona a carta
na posição inferior da coluna, a carta de número 7, a carta da
"posição atual". Acima desta dispomos a carta número 8, a carta
dos "fatores ambientais", e, acima desta a carta de número 9,
das "esperanças e receios". Acima de todas, no alto da coluna,
posiciona-se a número 10 o "resultado da finalização".
A carta número 1, chamada Significadora, indica a situação
atual do indivíduo, sua vida na circunstância atual.
A número 2, a carta Cruzada, revela o bloqueio existente na
vida desta pessoa, seus embaraços, os obstáculos que
configuram como empecilhos para a livre expressão e
desembaraço dos caminhos em sua jornada.
A número 3, Carta da Cabeça revela o motivo aparente ou
superficial deste bloqueio.
A carta número 4, Base da Questão, descortina a origem ou
o motivo real por trás da superfície do obstáculo apresentado na
carta de número 3, identificando a problemática em sua raiz.
A carta número 5 das Influências do Passado mostra
situações marcantes do passado do indivíduo cujas
consequências ainda o aprisionam, castrando sua liberdade e
dificultando a acessibilidade a novos caminhos.
A carta de número 6 do Futuro aponta possíveis situações a
se manifestarem na vida da pessoa, equacionadas tanto em sua
situação presente quanto em seus momentos pretéritos.
A carta de número 7, da Posição Atual, é o reflexo da carta
de número 1, porém apontando as potencialidades que deverão
ser desenvolvidas ou expressadas.
A carta de número 8, dos Fatores Ambientais, indica as
relações do indivíduo com o meio no qual está inserido, suas
relações pessoais, como o meio o enxerga e a reação que este
meio incide sobre o mesmo.
A carta número 9, Esperanças e Receios, como o próprio
nome indica, demonstra os anseios, as expectativas e receios
presentes no âmago deste indivíduo.
A carta de número 10, como Resultado Final, demonstra os
possíveis desfechos, os prováveis desmembramentos da situação
da pessoa diante dos caminhos pelos quais tenderá a fazer sua
opção. É o indicativo de uma possível resolução para a condição
que é enfrentada.
As cartas, na Cruz Celta, podem ser desviradas e colocadas
em suas respectivas posições assim como também colocadas nas
posições para desvirá-las posteriormente, conforme vai se
seguindo a leitura.
Todos os tipos de leitura apresentados poderão ter um
remodelamento pessoal assim como um aprimoramento, de
acordo com a natureza pessoal daquele que faz a leitura e a
interpretação. No esoterismo a subjetividade sempre deverá ser
preponderante sobre quaisquer regras pré-estabelecidas.
O Pentagrama.
Consiste no posicionamento das cartas seguindo os cinco
vértices presentes na figura do pentagrama. Para os iniciantes é
conveniente desenhar sobre a mesa a figura do pentagrama com
um giz ou lápis de cera, sempre o vértice da cabeça voltado para
cima.
Poderão ser colocadas as cartas desviradas conforme forem
sendo retiradas do maço, ou posicionadas todas viradas e ir
desvirando cada uma delas conforme segue a leitura. A maneira
de seguir estas sequências depende da preferência de quem faz
a leitura das cartas.
É, dessa forma, um total de cinco cartas, a primeira seguindo
o vértice superior, a segunda à direita deste vértice (à esquerda
de quem observa); a terceira carta à esquerda do vértice
superior (à nossa direita), a quarta logo abaixo da segunda,
seguindo o vértice correspondente, e a quinta logo abaixo da
terceira carta, seguindo também o vértice correspondente do
pentagrama.
A leitura das cartas no pentagrama deverá seguir um fim
específico para cada carteada. Se o indivíduo quer saber sobre
relacionamentos afetivos será uma tirada específica para este
âmbito; caso queira consultar sobre a vida profissional será uma
nova tirada relacionada a este segmento da vida do consulente.
A carta número 1 indica o estágio atual da pessoa; como ela
se encontra, o momento presente e sua situação que a envolve.
A carta número 2 vemos as pessoas que se relacionam com
o indivíduo em questão, na área na qual o indivíduo focalizou sua
consulta.
Na carta número 3 vemos a relação, a interação e o
envolvimento do indivíduo com as pessoas indicadas pela carta
número 2.
A carta número 4 vemos as pessoas fora do ambiente focado
pelo indivíduo, o tipo de influência que podem exercer sobre a
vida do mesmo, os fatores positivos e negativos provenientes
dessas Influências.
Na carta número 5 temos o futuro, não como uma
fatalidade, mas como resultado do possível desencadeando das
circunstâncias presentes levando em consideração as instruções
apontadas pelas cartas.
Método das Três Cartas.
Na verdade aqui as cartas são em número de seis. Pois neste
sistema simples de leitura, porém não menos eficiente, temos a
separação do baralho em duas partes, uma contendo os Arcanos
Maiores e na outra os Arcanos Menores. Serão viradas três
cartas cada uma das quais com uma possibilidade.
Primeiramente tratamos das três cartas dos Arcanos Maiores, a
primeira irá dispor sobre aquilo que se deve fazer. A segunda,
aquilo que deve ser evitado, e a terceira com o resultado final.
Os Arcanos Maiores terão uma questão de relevância maior, ou
uma questão iniciática fundamental. Os Arcanos Menores serão
desvirados em seguida, o primeiro correspondendo à primeira
carta dos Arcanos Maiores e assim por diante. Os Arcanos
Menores aqui representam questões mais triviais,
complementares àquelas previstas nos Arcanos Superiores,
ou seja, os Maiores denotam a origem e a essência da questão,
cuja interpretação caberá à profundidade do conhecimento de
quem lê as cartas, dentro da subjetividade essencial que
caracteriza um místico; os Arcanos Menores indicarão os
resultados e as manifestações práticas.
Na leitura pelo método das três cartas poderão também ser
equacionadas como presente, passado e futuro. As cartas
respondem às formulações, o bom êxito sempre dependerá da
capacidade de interpretação intimamente relacionada com a
afinidade extra física de quem se capacita à leitura.
A Árvore da Vida.
Não existe um método melhor ou um método de menor
eficácia. Uma pessoa familiarizada com determinado método
terá uma eficácia excelente na forma de leitura que escolheu, ou
que inventou. Tudo é uma questão de desenvoltura e domínio na
área que desempenha sua capacidade ou habilidade. Um mestre
de Kung Fu pode ser melhor que um mestre de karatê ou vice
versa, e isso significa dizer que nenhuma arte marcial se
sobrepõe a outra, cabe a cada um o domínio mais próximo à
perfeição daquilo que se faz. Até mesmo um lutador de rua
poderá derrotar tais mestres, desde que tenha alcançado um
elevadíssimo aprimoramento em sua técnica, mesmo que ele
próprio tenha sido o criador de seu método de luta. Assim são os
oráculos. A maioria dos autênticos xamãs tribais é iletrada, e, no
entanto, muitos deles são exímios intérpretes dos oráculos
naturais. Muitos leem a formação das nuvens ou o halo lunar e
esbanjam uma sabedoria sem regras, sem códigos e sem
qualquer tratado reescrito.
Considero o método da Árvore da Vida como um dos mais
profundos, e de entranhável abrangência, isto sem jamais situá-
lo como melhor ou pior que qualquer outro método, sejam eles
mais simples possíveis ou mais sofisticados os abstrusos.
Este método consiste em uma sequência de 11 cartas, as
quais irão conter tanto os Arcanos Maiores quanto os menores,
dispostos no arranjo da árvore das Sephirot. Cada Sephirah
conterá duas cartas, totalizando um total de 22 cartas. Para a
interpretação de cada Sephirah será levado em conta o
significado de cada carta visto anteriormente.
São necessários alguns prévios conhecimentos da Cabala
para a utilização deste método. A primeira Sephirah, de Kether, a
coroa da árvore da vida apresentará o nível Espiritual do
indivíduo. A segunda Sephirah, de Chokmah irá descortinar a
personalidade deste indivíduo. A terceira Sephirah, Binah,
apontará o lado inconsciente desta pessoa, do qual se aflora seu
caráter e dá sustentação ao seu modo de ser e se apresentar
como aquilo que ele próprio deseja transparecer. A quarta,
Chesed, traz à luz os aspectos materiais desta pessoa, seus meios
de sustento e sobrevivência. A quinta, Geburah nos aponta todos
os seus obstáculos, seus bloqueios, inimigos e adversidades.
Justamente por ser a Sephirah correspondente a Marte, trata
daqui que se lhe opõe formando os entraves de seus caminhos
com os quais deve baralhar. A sexta, Tiphereth, representa todos
os seus aspectos mais brilhantes, tudo aquilo que o evidencia e
enobrece. A sétima, Netszach, expõe suas relações amorosas,
seus apegos sentimentais. Hod, a oitava Sephirah, revela o nível
mental deste indivíduo, seu nível de inteligência e assimilação.
Yesod, a nona Sephirah, revela sua saúde, tanto a física quanto a
psíquica. A décima Sephirah, Malkuth, é o resultado da
caminhada deste indivíduo, a casa onde ele se encontra, tudo
aquilo que ele conseguiu.
A Sephirah oculta de Daath nos demonstra a imagem
subjetiva do indivíduo enquanto ser, na confluência entre
passado, presente e futuro, algo que é impossível ser traduzido
em palavras. Poucos são aqueles que visualizam esta essência.
Há inúmeros outros métodos, cada qual com suas
infindáveis variantes. Quem deseja se aprofundar na arte
divinatória do tarô deve saber que, os métodos de leitura não
devem ser restritos àqueles que os livros expõem, pois são
modelos a serem seguidos passíveis de modificações a critério do
estudante. O importante é delimitar uma área da vida e deixar
surgir o arcano que falará sobre esta área. Dizem que os
melhores cardápios são aqueles que surgem através de
pequenas modificações em um cardápio original. E os melhores
cozinheiros sai aqueles que mantêm seu cardápio particular, que
quase ninguém o conhece em seus pequenos detalhes. E isso
não quer dizer que os cardápios originais de receitas impressas
não sejam bons. Há muitos que dão a estes sua preferência.
O Tarô de Toth
Apesar do objetivo do texto é essencialmente ater no Tarô
de Marselha, mais utilizado e tradicionalmente o mais conhecido
através da história, o Tarô de Toth possui uma relevância
especial, pois remete à essência da própria origem do tarô, que,
conforme já referido no início do texto, teve sua origem na
própria civilização egípcia.
O Tarô de Toth foi concebido por Alister Crowley
objetivando ser o Tarô da Nova Era de Aquário, desvinculado das
molduras tradicionais.
Foi desenhado pela artista Frieda Harris, inglesa nascida no
final do século IXX que também tinha grande afinidade com o
ocultismo.
Neste baralho, até então inusitado, algumas cartas não
possuem o mesmo nome correspondente às do Tarô de
Marselha, no qual "O Julgamento" tem o nome de "O Aeon", "A
Força" configura-se como "A Luxúria"; "A Justiça" como
"Ajustamento"; "A Temperança" como "Arte". Essas
modificações, segundo Crowley, não significavam uma mudança,
mas o retorno ao sentido original das configurações.
A diferença na nomenclatura dos arcanos, acima citados,
contudo, não é a diferença fundamental existente entre o Tarô
de Toth e o Tarô Tradicional; a grande diferença se dá na arte
com a qual Frieda Harris estampou as cartas do baralho de
Crowley, expondo neste todo um estilo completamente diverso
da iconografia medieval. O estilo futurista intimamente
conectado à antiga arte do desenho egípcio realça o insólito, de
certa forma impactante àqueles habituados como estilo, de certa
forma, costumeiro da delineação clássica.
Em suas figuras distinguem-se prontamente indicadores
cabalísticos, astrológicos e míticos, o que abstrai o observador
desacostumado com uma insinuante quebra de regras.
Possui, assim como o Tarô de Marselha, vinte e dois Arcanos
Maiores e cinquenta e seis menores divididos em quatro Naipes
diferentes: Paus, Copas, Espadas e Ouro. Sendo Paus
correspondente a Aziluth, o mundo espiritual; Copas a Briah, o
mundo emocional; Espadas a Yetzirah, o mundo intelectual e
Ouro a Assiah, (Malkuth), o mundo material.
Como podemos ver o Tarô de Toth possui explícita relação
com a Cabala, não que o Tarô de Marselha não o tenha, mas se
acha inserido de maneira implícita, velado em suas simbologias.
A Profundidade no Tarô.
Eliphas Levi, a partir de sua obra "Dogma e Ritual da Alta
Magia", expôs todo o conhecimento hermético inserido nas
cartas do Tarô. Todos aqueles que se aprofundam neste
conhecimento mágico sabem que o místico e o mágico se
fundem nesta sequência de cartas que simplesmente "falam",
trazendo a energia de uma sabedoria milenar, a qual remonta a
estrutura de tudo aquilo que reconhecemos em nosso mundo,
pois tudo se entrelaça em um misterioso encadeamento
energético, e o Livro de Toth vem ser a codificação dessas
energias, indicando todas as possíveis combinações, essenciais
em um mundo cujas possibilidades são infinitas.
O próprio vocábulo “Arcano” significa mistério. E todo
mistério deixa de assim ser à medida que avançamos na
compreensão de seus domínios.
Vejamos um aspecto da numerologia presente nessas cartas:
os Arcanos Menores são estruturados nos aspectos dos números
4 e 10. Pois são quatro Naipes, onde podemos situar o
quaternário, e dez cartas numeradas (considerando o Ás como
número 1). Temos ainda quatro figuras dispostas também em
quatro Naipes, formando o número 16, cuja redução cabalística é
sete. Nos Arcanos Maiores temos as 22 cartas, que são
numeradas até o vinte e um, já que uma delas corresponde ao
zero. Vinte e um na redução cabalística é o número três.
Somenos a redução dos Arcanos Maiores com a redução dos
Arcanos Maiores e chegaremos a 10,o número das Sephirot da
Árvore da Vida.
Um detalhe de significativa relevância nas cartas do Tarô,
em suas representações clássicas, são as expressões no rosto das
figuras. Há em todas elas algo muito difícil de ser desenhado,
que é a total apatia, a falta de expressão, como se fossem o
retrato daquilo que é estático, de algo alheio ao próprio tempo e
ao próprio espaço. Este é precisamente o mesmo trabalho
presente nos desenhos que configuram os trabalhos dos autores
medievais sobre a alquimia. A alquimia é justamente a ciência
oculta em que tanto o tempo quanto o espaço se fundem para
que seja possível o processo do "Magnum Opus". A alquimia está
presente no tarô, pois ambos representam a projeção de um
drama cósmico. As pranchas alquímicas possuem uma analogia
simbólica com as configurações presentes nas lâminas do tarô.
Estudando a base da alquimia poderemos observar que
existem três estágios em seus processos: o "nigredo", o "rubedo"
e o "albedo", os quais se dividem em sete operações essenciais,
as quais são o "calcinatio", o "solutio", o "coagulatio", o
"sublimatio", o "mortificatio", o "separatio" e o "coniunctio".
(Para maior aprofundamento nesta área sugiro a leitura das
seguintes obras: "O Mistério das Catedrais" e "As Mansões
Filosofais" do Mestre Fulcanelli; "O Livro das Figuras
Hieroglíficas" de Nicolas Flamel).
O tarô, à semelhança dos processos alquímicos, é formado
por três grupos de sete arcanos, excetuando O Louco cujo índice
é zero. Aqui vemos os estágios que, em sua sequência,
representa os estados da matéria em seu processo de
transmutação, a "grande circulação", para a obtenção do "ouro
alquímico", no encadeamento da "Pedra Filosofal".
"E assim como todas as coisas vieram do Um, assim todas as
coisas são únicas"— Já disse Hermes Trimegistus em sua Tábua
de Esmeralda.
Todas as coisas se relacionam na pluralidade que se reflete a
partir da unidade.
Conhecer o tarô é mais que uma atividade lúdica de um
mero carteado, é entrar em contato, ainda que resvalando, com
os mais abscônditos mistérios legados de civilizações pretéritas.
Aqui não cabe apenas a arte divinatória e suas interpretações,
mas seu estudo cada vez mais auspicioso, pois os mistérios
pedem a revelação, e todo compartilhamento que deriva de cada
lampejo. Pois saímos da era da crença e adentramos na era do
conhecimento.
Paz e Luz.