A Historia Da Redencao
A Historia Da Redencao
Nesta História da Redenção, a humanidade é criada com um propósito e colocada em uma criação
perfeita. Porém, através da desobediência, essa perfeição é destruída, lançando uma sombra de
quebrantamento sobre o mundo. Ainda assim, a mão de Deus nunca é retirada. Em meio ao caos,
vislumbres de beleza permanecem, e Deus continua a criar beleza dentro de um mundo caído. Em Sua
misericórdia, Ele promete um caminho para a restauração—uma promessa que seria cumprida um dia
através de uma criança nascida de uma mulher.
A partir desse momento crucial, Deus começa a revelar, passo a passo, a esperança e o método dessa
promessa. Após séculos de revelação profética, Jesus, o Filho unigênito de Deus, entra na humanidade,
cumprindo cada profecia e promessa escrita. Ao fazer isso, Ele oferece salvação a todos os que se
arrependem e creem em Seu nome.
Sua verdade transformou os corações de Seus seguidores, que foram comissionados a levar essa
mensagem de restauração a todo o mundo—uma missão da qual também fazemos parte hoje. Por fim,
essa história culminará em uma restauração final, onde o povo de Deus viverá com Ele no paraíso para
sempre, e todo o mal será abolido para sempre.
A Organização
A História da Redenção organiza a Bíblia em 20 seções, cada uma em ordem cronológica e começando
com a letra "C" para facilitar a memorização e associação com eventos bíblicos importantes.
Os títulos dessas 20 seções foram adaptados para manter consistência com os “7 C’s da História
Humana” criados pelo Answers in Genesis.
A cronologia segue a linha do tempo estabelecida pelo Bispo Usher, reconhecendo que algumas de suas
datas específicas são debatidas. Essa linha do tempo serve como um guia geral, em vez de uma
declaração absoluta de datas exatas.
Cada seção é dividida em quatro partes—rotuladas I, II, III e IV—conforme descrito abaixo:
I. Leitura Bíblica – Esta seção descreve os trechos a serem lidos e fornece um resumo dos
principais insights extraídos desses capítulos.
II. Reflexão Profunda – Explora os principais temas e conceitos discutidos na leitura.
III. Versículos-Chave – Destaca versículos bíblicos relacionados que são particularmente
importantes para memorizar.
IV. Seção de Memorização – Recapitula a sequência das 20 palavras começando com "C". Junto
com a memorização dos títulos, os leitores são incentivados a praticar a narração detalhada de
cada história associada a cada palavra, visando alinhar-se com a visão geral fornecida na
primeira seção de cada capítulo.
2
Plano de Leitura Bíblica
O plano de leitura seguirá a narrativa histórica da Bíblia de forma cronológica, do começo ao fim,
pulando a literatura de poesias (sabedoria), os profetas e as epístolas. Contudo, o plano demonstrará
como cada um desses livros se encaixa na linha do tempo histórica, incluindo versículos relevantes
conforme necessário para proporcionar um entendimento mais amplo. (Os destaques em verde indicam
leituras dos profetas.)
3
Plano de Leitura Bíblica de 40 Semanas
Semana 1
Semana 2
Semana 3
Semana 4
Semanas 5-7
Semanas 8-9
Semanas 10-13
Semanas 14-15
Semanas 16-18
Semanas 19-21
História 10: 1 Samuel - 1 Reis 11:1; 1 Crônicas - 2 Crônicas 9 (O Reino Unido: Saul, Davi e
Salomão)
Semanas 22-23
História 11: 1 Reis 12:25 - 2 Reis 17 (O Reino Dividido até a Queda de Israel)
4
Semanas 24-25
História 12: 2 Reis 18-25; 2 Crônicas 10-36; Daniel 1-6 (A Queda de Judá, o Exílio e as Histórias
de Daniel)
Semana 26
Semana 27
Semana 28
História 15: Mateus 1-2; Lucas 1-2; João 1:1-5, 14 (O Nascimento de Jesus)
Semanas 29-31
História 16: Mateus 3-20:16; Lucas 3-18:30; Marcos 1-10:31; João 1-10 (O Ministério de Jesus)
Semanas 32-33
Semana 34
História 18: Mateus 20:17-28; Lucas 18:31-24; Marcos 10:32 - Marcos 15; João 11-21 (A Paixão,
Morte e Ressurreição de Jesus)
Semanas 35-36
História 19: Mateus 23-24; Marcos 13; Lucas 21; Romanos 11; Apocalipse (Profecias e o Fim
dos Tempos)
Semanas 37-40
História 20: Versículos Selecionados sobre Ressurreição, Reino, Inferno, Céu, Noiva e Noivo
(Temas da Eternidade e Salvação)
5
Os 20 C's da História Humana - A História da Redenção (Uma Visão Geral)
1. Criação ~ 4004 a.C. (Gênesis 1-2) - A história da criação e a ordem estabelecida por Deus.
6. Cativeiro 1 ~ 1680-1491 a.C. (Êxodo 1-15:21) - O tempo de Israel como escravos no Egito, e
Deus levantando Moisés para libertá-los, enquanto ele opera 10 pragas diante de Faraó.
7. Comandos ~ 1491 a.C. (Êxodo 15:21 - Deuteronômio) - Deus dá a lei a Israel no deserto e os
sustenta, onde passam 40 anos por causa da desobediência.
8. Conquista ~ 1531 a.C. (Josué) – Josué lidera Israel para conquistar e dividir a terra
prometida.
9. Conciliadores ~1400-1095 a.C. (Juízes-1 Samuel 7) Israel é governado por juízes; Eles
passam por ciclos de desobediência, Deus traz opressão, eles clamam a Deus, então Deus
levanta juízes para libertá-los.
10. Coroas ~1095-586 a.C. (1 Samuel 8-2 Reis; também, 1-2 Crônicas) O povo clama a Samuel
por um Rei e Deus lhes dá Saul. Por causa da desobediência, Deus tira o reino de Saul e o dá a
Davi. Depois do filho de Davi, Salomão, o reino se divide em norte (Israel) e sul (Judá). O norte
nunca mais teve um rei justo, enquanto Judá teve reis bons e reis maus.
11. Conquistado ~ 722 a.C. (2 Reis 17) A Assíria destruiu as 10 tribos do norte (Israel); eles
foram dispersos e perdidos (ou seja, não mantiveram sua identidade/tribo na forma visível).
12. Cativeiro 2 ~ 587-586 a.C. (2 Reis 25) Babilônia destrói Jerusalém em Judá, e Judá entra
em 70 anos de cativeiro, durante os quais o império babilônico se transforma no império
persa. (A história de Daniel e Ester ocorre sob o controle babilônico e persa).
13. Construção - (Esdras-Neemias) Judá retorna ao seu país e reconstrói sua cidade. O 1º
grupo retornou ~ 536 a.C. e o 2º em ~ 458 a.C. (Esdras 2 e 8), mas não foi até ~ 454 a.C.
Neemias reconstrói a muralha.
14. Calma - da mesma forma que foram 400 anos de silêncio antes de Deus levantar Moisés
para libertar Israel, depois de Malaquias, há 400 anos de silêncio (em termos de revelação
6
bíblica) até o anúncio de Cristo. Malaquias fecha o VT dizendo para se preparar para a vinda
do Messias.
15. Cristo - ~4B.C. (Mateus 1-2 e Lucas 1-2) - o Messias prometido nasce na linhagem de Judá
na família de Davi, na cidade de Belém, de uma virgem chamada Maria, cumprindo as
palavras dos profetas.
16. Começo ~26-29 d.C. (Mateus-João) Jesus é publicamente identificado como o prometido
pelo favorito João Batista. Ele começa um ministério terreno de 3 anos, pregando e realizando
milagres para as massas, e ensinando e treinando 12 discípulos principais.
17. Cruz ~ 29 d.C. (Mateus 27-28, Marcos 15-16, Lucas 23-24 e João 19-21) - morte e
ressurreição de Jesus, cumprindo a primeira promessa em Gênesis 3:15, a promessa a
Abraão, o Lei de Moisés, o Rei no trono de Davi, e muitas outras palavras dos profetas.
18. Comunhão ~ 29 d.C. (Atos-Apocalipse) - a igreja recebe o Espírito Santo prometido como
ajudante (Atos 1-2) e os apóstolos dão instruções à igreja primitiva.
19. Cativeiro 3 - 70 d.C. - Israel foi destruído pelos romanos em 70 d.C., onde foram
deslocados de sua terra; eles foram nacionalizados novamente em 1948. Romanos 11
profetiza que eles também serão enxertados em Cristo. Muito debate nos detalhes.
20. Consumação - O retorno de Cristo (em qualquer sequência de eventos do fim dos
tempos), no qual Ele (imediatamente ou eventualmente) entregará seu Reino a Deus Pai (1
Coríntios 15), onde estaremos com o Senhor para sempre (Céu) . (Muito se discute nos
detalhes).
7
1. Criação (Gênesis 1-2)
~4004 a.C.
No princípio, Deus criou os céus e a terra. Essas poucas palavras resumem a realidade física do nosso
universo: tempo, espaço e matéria. A Trindade—Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo—trouxe tudo
à existência em seis dias.
• No primeiro dia, Ele criou a luz, separando-a das trevas.
• No segundo dia, Ele estabeleceu um firmamento para dividir as águas que estavam acima do
firmamento das águas que estavam abaixo.
• No terceiro dia, Ele ajuntou as águas debaixo do céu em um só lugar, fazendo aparecer a terra
seca, e trouxe à existência as plantas e as sementes que produziriam conforme suas espécies.
• No quarto dia, Ele criou o sol, a lua e as estrelas para servirem de sinais e para marcarem as
estações.
• No quinto dia, Ele criou as aves e as criaturas marinhas.
• No sexto dia, Deus fez os animais terrestres e a humanidade.
• Deus descansou no sétimo dia, santificando e abençoando-o.
8
Deus criou Adão e Eva à Sua imagem, unindo-os no sagrado pacto do matrimônio, pelo qual deveriam ter
filhos e cumprir Seu propósito na terra. A eles foi dada a autoridade sobre a criação e a responsabilidade
de serem mordomos de tudo o que Deus lhes confiou. Eles foram colocados em um lindo jardim, regado
por um rio que se ramificava nos rios Pison, Giom, Tigre e Eufrates. A terra de Éden era rica em recursos,
incluindo ouro, bdélio e ônix.
Adão e Eva, juntamente com seus descendentes, deveriam desfrutar da beleza da criação de Deus e
adorá-Lo por Sua bondade. Foi-lhes ordenado que não comessem da árvore do conhecimento do bem e
do mal, pois no dia em que dela comessem, certamente morreriam. Por meio da obediência deles, eles
se multiplicariam e espalhariam a imagem e a glória de Deus por toda a terra. Deus declarou tudo o que
fez como muito bom.
9
Além disso, Ele criou a vida! Deus criou plantas vivas que são sustentadas por nutrientes do solo, pela
água que cai do céu como chuva ou brota da terra, e pelo sol, que fornece a energia necessária para elas
crescerem, proporcionando, assim, alimento para os animais. Deus também criou os peixes e as
grandes criaturas marinhas, assim como todos os pequenos e grandes animais que caminham sobre a
terra e voam no céu. Sim, isso inclui até mesmo os dinossauros — todos os animais que já existiram!
Finalmente, Ele criou a humanidade à Sua própria imagem e os colocou como a coroa da criação de
Deus. Fomos criados para desfrutar da bela criação, que reflete a beleza do próprio Deus, e para estar
em Sua presença, adorando-O por Sua bondade em nossas vidas.
Essa verdade explica por que temos beleza em nosso mundo. Podemos perceber e experimentar essa
beleza com nossos sentidos. Podemos ver cores, formas e designs belíssimos ao nosso redor. Podemos
provar coisas que são azedas, doces, amargas ou salgadas e sentir o perfume das flores e fragrâncias.
Podemos também “ouvir” vibrações que nossos cérebros convertem e interpretam como “sons”.
Podemos distinguir diferentes tons que podem ser formados em palavras para comunicação, melodias
para cantar ou sons para fazer música!
O fato de que Deus continua a sustentar este universo incrivelmente projetado (Hebreus 1:3) é o que
torna possível que nossas vidas funcionem! Temos leis ordenadas que o universo segue, como a
gravidade, que nos permite caminhar na terra sem cair dela! Isso também nos permite aprender, estudar
e compreender o universo. Podemos somar, subtrair, multiplicar e dividir. Podemos usar a lógica,
racionalizar, fazer cálculos e até sonhar. Podemos pensar!
Temos uma consciência incrível que nos permite não apenas pensar, mas também estar cientes desses
pensamentos e refletir sobre eles. Essas coisas só são possíveis graças a um Deus muito poderoso e
onisciente, que criou e sustenta o universo. Provérbios 3:19 nos diz: “O Senhor com sabedoria fundou
a terra, com inteligência estabeleceu os céus.”
Versículo 26: Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.
Nesses versículos, vemos o início da revelação da Trindade. Nosso Deus é um único Deus, mas Ele
existe em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
No versículo 2, vemos que o Espírito de Deus estava presente na criação, pairando sobre as águas.
Também observamos que pronomes no plural são usados quando Deus fala de Si mesmo no versículo
26. À medida que a Bíblia avança, há uma maior revelação dessa verdade, mas aqui, no início, já é
evidente que o nosso Deus único, que é imaterial (Espírito), é mais de uma pessoa. (Nota: alguns
estudiosos interpretam essa linguagem no plural como uma referência aos anjos. Contudo, com a
revelação de passagens do Novo Testamento, vemos que a Trindade de fato estava ativa na criação.)
10
O Novo Testamento revela mais sobre a identidade do Espírito Santo, a identidade de Jesus Cristo, o
Filho de Deus, e o papel que Ele desempenhou na história da criação em Gênesis 1-2. Observe o papel
de Jesus como Criador e Sustentador nos seguintes versículos:
João 1:1-3 (ARA):
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com
Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.
Como um Deus imaterial, que é Espírito, criou coisas materiais? Deus simplesmente disse: “Haja luz” e
falou todas as coisas à existência. Quão incrível e poderoso é Deus para ter criado todo o nosso universo
simplesmente por meio de Sua palavra!
Paulo diz no Novo Testamento que o poder divino e a natureza eterna de Deus são claramente
revelados pela criação (Romanos 1:20). A criação nos mostra de forma muito clara e audível o quão
poderoso Deus é.
11
Essa capacidade de conhecer e adorar a Deus destaca outra dimensão vital do que significa ser feito à
Sua imagem: nossa habilidade de ter um relacionamento pessoal com nosso Criador.
Outro aspecto significativo de sermos feitos à imagem de Deus é o valor intrínseco que Ele conferiu à
humanidade. (Exploraremos esse conceito mais profundamente na história #3, ao discutirmos a
instituição da pena de morte.) Por ora, podemos observar esse valor no papel dado à humanidade de
“sujeitar a terra” e “dominar” sobre todas as criaturas vivas (Gênesis 1:28). Essa responsabilidade
ressalta a posição e a dignidade únicas que Deus nos concedeu na criação.
O segundo ponto a destacar sobre o estado original de Adão e Eva é que eles foram criados em um
estado de perfeição.
Em sua condição original, eles eram santos e inocentes, livres do pecado. Por causa dessa inocência,
estavam nus, mas não sentiam vergonha. Não tinham qualquer conceito de que aquilo que Deus havia
criado para um propósito bom poderia ser usado para o mal.
Nesse ponto da criação, tudo existia em perfeita harmonia — não havia doença, morte ou desordem.
Isso é confirmado pela declaração de Deus ao concluir Sua obra:
"Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom" (Gênesis 1:31a).
Nessa etapa, Adão e Eva tinham comunhão aberta e direta com Deus, sem nada que os separasse.
12
Esse termo "auxiliadora" é o mesmo usado para Deus, quando as Escrituras dizem que Deus é o nosso
“ajudador”. Também é o mesmo termo usado para o Espírito Santo, que Jesus prometeu nos deixar
como nosso “Consolador”.
Outro detalhe em Gênesis 2 é que Eva foi feita a partir da costela de Adão, significando que ela foi criada
dele e para ele, para ser sua parceira.
Matthew Henry expressou isso em seu comentário:
"A mulher foi feita de uma costela tirada do lado de Adão; não foi feita da sua cabeça para dominá-
lo, nem de seus pés para ser pisada por ele, mas do seu lado, para ser igual a ele; debaixo do seu
braço, para ser protegida, e perto do seu coração, para ser amada."
Também observamos no ponto anterior que Deus os criou homem e mulher, com biologia única. Quando
Deus trouxe Eva a Adão, ele ficou maravilhado com a beleza dela. Eva foi criada de forma singularmente
diferente, e essas diferenças foram projetadas para serem atraentes a ele.
Essa biologia única e complementar também os capacitou a cumprir o mandamento de Deus de “sede
fecundos e multiplicai-vos”. Ou seja, ter filhos! As diferenças em suas partes íntimas foram projetadas
especificamente por Deus para a procriação.
Gênesis 2:24 diz:
"Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne."
Tornar-se “uma só carne” refere-se a esse relacionamento único em que são sexualmente íntimos de
uma forma que pode (potencialmente) produzir filhos. Deus criou esse vínculo para uni-los pelo resto de
suas vidas. Jesus falou sobre esses versículos de Gênesis em Mateus 19:6:
"De modo que já não são mais dois, porém uma só carne; portanto, o que Deus ajuntou não o
separe o homem."
No plano de Deus para a família, Ele deseja que vivam juntos em amor e harmonia, complementando-se
enquanto têm filhos e criam sua família, trabalhando na terra e cuidando uns dos outros.
Esses papéis únicos são aprofundados em outras passagens das Escrituras.
O homem foi criado para ser o cabeça da esposa (1 Coríntios 11:3, Efésios 5:22-25), significando que ele
deveria ser o líder na família, bem como na congregação (1 Timóteo 2:11-13). Isso não significa que ele
deve exercer autoridade de forma tirânica, mas que deve servi-la como Cristo serve à igreja. Ela deve ser
respeitosa e submissa à posição dele, enquanto ele deve tratá-la com honra e sensibilidade (1 Pedro 3:1-
7) e amá-la. O homem também é chamado a ser o provedor da família (1 Timóteo 5:8), enquanto a
esposa é chamada a gerar filhos (1 Timóteo 2:15) e cuidar do lar (Tito 2:3-5), além de trabalhar para
suprir as necessidades da família (Provérbios 31).
Ao viverem esses papéis e exercerem domínio sobre a terra, deveriam fazê-lo enquanto mantinham um
relacionamento com Deus, dando a Ele glória e louvor por Sua bondade em suas vidas e pela criação
que Ele lhes deu.
Por meio da obediência aos mandamentos de Deus e seguindo Seu design e propósito, seriam
protegidos e felizes. Assim, ao expandirem esse domínio, estariam enchendo a terra com a glória de
Deus.
Essa ideia de que nossas vidas foram criadas para conhecer e glorificar a Deus é frequentemente
expressa em catecismos e credos desenvolvidos por líderes da igreja.
13
Por exemplo, no Catecismo Menor de Westminster (1647):
Pergunta 1: Qual é o fim principal do homem?
Resposta: O fim principal do homem é glorificar a Deus e alegrar-se nele para sempre.
O Catecismo Maior reflete a mesma ideia:
"O fim principal e mais elevado do homem é glorificar a Deus e gozá-lo plenamente para sempre."
O Catecismo Batista (1677) afirma o mesmo:
Pergunta 2: Qual é o fim principal do homem?
Resposta: O fim principal do homem é glorificar a Deus e alegrar-se nele para sempre.
O Catecismo de Heidelberg (1563) traz ideia semelhante:
Pergunta 6: Por que Deus criou o homem?
Resposta: Deus criou o homem bom e à Sua imagem, para que ele conhecesse devidamente o
Criador, O amasse de coração e vivesse com Ele em bem-aventurança eterna, para louvá-Lo e
glorificá-Lo.
No Catecismo da Igreja da Inglaterra (1662):
Pergunta: Qual é o seu dever para com Deus?
Resposta: Meu dever para com Deus é crer nele, temê-lo e amá-lo de todo o coração, mente, alma e
força; adorá-lo, dar-lhe graças e confiar plenamente nele...
No Catecismo Anglicano Moderno (2014):
Pergunta 1: Qual é o propósito da vida humana?
Resposta: O propósito da vida humana é conhecer, amar e glorificar a Deus, e estar em comunhão
com Ele.
Essa questão vital sobre nosso propósito na vida encontra suas raízes na história da criação: fomos
criados para um propósito maior do que nós mesmos. Esse propósito envolve conhecer, alegrar-se e
obedecer ao Deus que nos criou.
Em Sua infinita sabedoria, Deus sabia que precisaríamos de descanso do nosso trabalho e nos forneceu
um padrão a ser seguido. Além disso, Gênesis 1 revela como Deus estabeleceu a estrutura do nosso
calendário para nos ajudar a marcar a passagem do tempo e distinguir as estações. No versículo 14,
Deus disse:
14
“Haja luzeiros no firmamento dos céus para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para
sinais, para estações, para dias e anos.” (Gênesis 1:14, ARA).
Em histórias futuras, veremos como esses sinais nos céus não apenas marcaram festivais judaicos
importantes, mas também indicaram o local exato do localização de Jesus, o Messias, como
evidenciado pela aparição de uma estrela.
Outra verdade fundamental que encontramos na semana da criação é a santificação (separação) do dia
de sábado. Mais tarde, quando Deus dá Sua lei a Moisés, um dos Dez Mandamentos instrui Israel a
guardar o sábado como santo e abster-se de trabalhar. No entanto, mesmo antes da entrega da lei, o
sábado é estabelecido como santo. Deus definiu esse padrão de descanso para nós, não porque Ele
precisasse descansar, mas porque sabia que nós precisaríamos. Precisamos do descanso que Deus
oferece, e é uma bênção separar um dia como santo para o Senhor.
O autor de Hebreus (capítulos 3:15–4:11) fala do povo de Deus entrando no descanso sabático por meio
da fé e obediência em Cristo. Em Cristo, encontramos o descanso final, de modo que ninguém pode nos
julgar a respeito de sábados (Colossenses 2:16). Isso não significa que observar um dia de descanso não
seja mais útil; em vez disso, reconhece que o requisito da lei foi cumprido em Cristo. Como explica
Hebreus, muitos dos judeus que observavam o sábado literal não conseguiram entrar no verdadeiro
descanso sabático de Deus devido à sua incredulidade em Jesus como o Messias. Enquanto isso, os
gentios, que não observavam o sábado literal, entraram nesse descanso por meio da fé em Cristo.
Assim, o não cumprimento literal do sábado foi contado como cumprimento do sábado.
Hoje, a igreja não observa mais o dia de sábado (sábado)—com exceção de algumas denominações,
como os Adventistas do Sétimo Dia. Em vez disso, seguimos o princípio de separar o domingo como um
dia de descanso porque foi o dia em que Jesus ressuscitou dos mortos.
Nas primeiras reuniões da igreja, vemos em Atos 20:7 que este dia (o primeiro da semana) era o dia em
que separavam suas ofertas (veja também 1 Coríntios 16:2), e, embora também se reunissem em outros
dias, o domingo se manteve como o principal dia de culto separado como um dia santo para reunir-se.
Em Apocalipse 1:10, este dia é chamado de "o Dia do Senhor".
João 1:1-3 (ARA) – "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava
no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi
feito se fez."
Colossenses 1:16-17 (ARA) – "Pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as
visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi
criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste."
Hebreus 1:3a (ARA) – "Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando
todas as coisas pela palavra do seu poder..."
15
Gênesis 2:24 (ARA) – "Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois
uma só carne."
Mateus 19:6 (ARA) – Disse Jesus: "De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o
que Deus ajuntou não o separe o homem."
Efésios 5:22-25 (ARA) – "As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque
o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o
Salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em
tudo submissas ao seu marido. Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si
mesmo se entregou por ela."
Gênesis 1:28 (ARA) – "E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e
sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela
terra."
Gênesis 1:14 (ARA) – "Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem
separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos."
Gênesis 2:2 (ARA) – "E, havendo Deus terminado, no sétimo dia, a obra que fizera, descansou nesse dia
de toda a sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou
de toda a obra que, como Criador, fizera."
Provérbios 3:19 (ARA) – "O SENHOR com sabedoria fundou a terra, com inteligência estabeleceu os
céus."
Observação: Sinta-se à vontade para memorizar uma versão mais detalhada ou para contar a história
com suas próprias palavras, como o resumo apresentado no início de cada capítulo.
16
2. Corrupção (Gênesis 3-5)
~4004-2349 a.C.
No entanto, nesse momento de sua queda, Deus prometeu que um homem nasceria da semente da
mulher, que esmagaria a cabeça da serpente, embora fosse ferido no processo. Após esta primeira
promessa de redenção, Deus matou um animal e cobriu a nudez (a vergonha) de Adão e Eva com suas
17
peles. Eles então começaram a oferecer sacrifícios de animais a Deus, simbolizando a necessidade de
expiação por meio do derramamento de sangue.
Adão e Eva foram subsequentemente expulsos do jardim e enviados para o leste, longe da presença de
Deus. A entrada para o Éden foi guardada por um anjo para impedir que comessem da Árvore da Vida e
vivessem para sempre em seu estado caído. Assim, a morte física—conhecida como a segunda morte—
se tornou uma realidade para eles, juntamente com a inevitabilidade de doenças e enfermidades.
Adão e Eva tiveram dois filhos, Caim e Abel. Caim, por ciúmes, matou seu irmão Abel porque Deus
aceitou a oferta de Abel e rejeitou a sua. Deus marcou Caim e o expulsou. Mais tarde, Adão e Eva tiveram
outro filho, a quem deram o nome de Sete. Eles esperavam que ele pudesse ser o cumprimento da
promessa de Deus a Eva—aquele que livraria a humanidade da maldição. Embora Sete não fosse o
Messias prometido, foi através de sua linhagem que a promessa seria eventualmente cumprida.
Observe o que a serpente diz a Eva: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do
jardim?” (Gênesis 3:1). Satanás estava apenas fazendo uma pergunta, então como isso poderia ser uma
mentira? Satanás estava sendo enganador porque sabia que Deus não havia dito isso. Ele queria
intencionalmente fazer Eva acreditar em uma falsa realidade para que ela começasse a questionar
Deus. Em seguida, ele contradiz completamente a palavra de Deus, dizendo: “É certo que não
morrereis”, quando, na verdade, eles morreriam (Gênesis 3:4).
18
Mesmo aqui, Satanás é astuto. Ele mistura sua mentira com um pouco de verdade, dizendo que Deus
sabia que os olhos deles se abririam para o conhecimento do bem e do mal se comessem do fruto. A
serpente diz que isso os tornaria como Deus. Eles realmente ganharam o conhecimento do bem e do
mal, mas não da forma que esperavam. Satanás apresentou isso como se houvesse consequências
positivas, ignorando as consequências negativas que Deus havia advertido.
É assim que a enganação funciona. Ironia do destino, nós mesmos podemos nos enganar! Não é
notável? Podemos nos convencer a acreditar em algo falso apenas porque queremos que seja verdade.
Como é possível nos convencer de algo que sabemos não ser verdade? Jeremias 17:9 diz: “Enganoso é
o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”
Isso é crucial para entender quando definimos a verdade. Embora saibamos que a verdade é o que
corresponde à realidade ou aos fatos, também sabemos que nossa percepção da realidade ou da
verdade muitas vezes é distorcida. O que percebemos como realidade nem sempre é a verdade.
Portanto, devemos definir a verdade como aquilo que corresponde à realidade conforme percebida por
Deus, pois Deus vê as coisas claramente como elas são. Assim, o salmista diz em Salmos 36:9: “Pois
em ti está o manancial da vida; na tua luz, vemos a luz.” Como a percepção de Deus é perfeita,
devemos olhar para Ele para orientar nossa percepção.
Em 1 João 1:5, lemos: “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma.” Por outro lado, a Bíblia diz que
Satanás “não tem verdade nele”.
João 8:44 afirma: “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhes os desejos. Ele foi
homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele
profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.”
Quando representamos a verdade, refletimos o caráter de Deus. Mas quando mentimos e enganamos,
agimos no caráter do diabo. Como filhos da luz, devemos andar na verdade. 1 João 1:6 diz: “Se
dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos
a verdade.”
Salmos 15:1-4: “Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo
monte? O que vive com integridade e pratica a justiça e, de coração, fala a verdade; o que não
difama com a sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho; o que, a
seus olhos, tem por desprezível ao réprobo, mas honra aos que temem ao Senhor.”
Aqueles que andam na verdade serão os que Deus permitirá em Sua presença. Eles serão os que
receberão a salvação de Deus.
Refletindo sobre o primeiro pecado, vemos que Adão e Eva decidiram, independentemente de Deus, o
que era melhor para suas vidas. Ao fazer isso, acreditaram na mentira do diabo em vez da revelação dada
por Deus—seu Criador e autoridade suprema. Essa escolha foi profundamente orgulhosa, mas a
situação vai ainda mais além.
Como vemos em Gênesis 3:6, o fruto era atraente aos olhos e prometia satisfazer os desejos da carne.
Eles priorizaram tanto o próprio prazer que estavam dispostos a arriscar a morte por ele.
Além disso, o fruto era “desejável para dar entendimento”. A ideia de se tornarem iguais a Deus era
tentadora. O desejo de autonomia—tomar decisões de forma independente de seu Criador—estava
enraizado no orgulho, pois buscava elevá-los ao mesmo nível de autoridade que o próprio Deus.
Por mais terrível que tenha sido essa decisão, ela reflete o que fazemos toda vez que pecamos. Deus,
por meio de Sua Palavra, revelou o que é melhor para nossas vidas. Quando escolhemos pecar, estamos
decidindo que sabemos mais. Acreditamos que maior alegria ou prazer virá ao fazermos o que parece
certo aos nossos próprios olhos, em vez do que Deus declarou como verdade.
1 João 2:16 destaca isso: “Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.”
Estes são os mesmos elementos presentes no primeiro pecado no Jardim do Éden: (1) a concupiscência
da carne, (2) a concupiscência dos olhos e (3) a soberba da vida.
Que estejamos sempre atentos ao nosso pecado e suas raízes. Quando somos tentados a acreditar em
algo que contradiz o que Deus disse, que escolhamos confiar em Sua Palavra em vez de nos apoiarmos
no que parece certo aos nossos olhos.
Devemos guardar a Palavra de Deus em nossos corações para resistir aos ataques do diabo. Este é o
exemplo que Jesus nos deixou sobre como vencer a tentação.
Em Mateus 4, Jesus foi levado ao deserto para ser tentado pelo diabo. Após jejuar por 40 dias e noites,
Ele estava fisicamente fraco. Nesse momento, o diabo O tentou, dizendo: “Se és o Filho de Deus,
manda que estas pedras se transformem em pães.” Isso seria muito desejável, mas Jesus venceu
essa tentação citando as Escrituras: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que
procede da boca de Deus.”
20
Em seguida, o diabo tentou Jesus, deturpando as Escrituras. Ele instigou Jesus a Se lançar do templo,
dizendo que os anjos O protegeriam. Jesus respondeu novamente com as Escrituras: “Também está
escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.”
Finalmente, o diabo ofereceu a Jesus todos os reinos do mundo e sua glória, se Ele se prostrasse e o
adorasse. Jesus respondeu firmemente: “Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu
Deus, adorarás e só a Ele darás culto.”
Jesus enfrentou os mesmos tipos de tentação que Adão e Eva: (1) a concupiscência da carne, (2) a
concupiscência dos olhos e (3) a soberba da vida. No entanto, Ele venceu todos respondendo com a
Palavra de Deus. Mais adiante veremos que Jesus é chamado de o segundo Adão. Aqui, podemos ver que
onde o primeiro Adão falhou, Jesus, o segundo Adão, triunfou.
Tiago 1:13-14 nos diz que, ao sermos tentados, ninguém deve dizer que é tentado por Deus, porque
“Deus não pode ser tentado pelo mal, e Ele mesmo a ninguém tenta. Cada um, porém, é tentado
pela própria cobiça, quando esta o atrai e seduz.”
Desejamos desobedecer a Deus porque nossos corações são inclinados a desejar o que não devem.
Jesus, por outro lado, desejava honrar a Deus acima de tudo, tornando as tentações do diabo ineficazes
contra Ele.
Tiago 4:7 nos encoraja: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.”
Deus nos dá o poder de vencer a tentação! Isso é uma notícia maravilhosa—não precisamos escolher o
pecado.
1 Coríntios 10:13 nos assegura que, com cada tentação, Deus provê uma saída.
Que sempre olhemos para o exemplo de Jesus na batalha contra a tentação, para que possamos ter
vitória sobre nossos desejos pecaminosos.
Por quê? Bem, em Gênesis 2, lemos que Adão foi criado, colocado no jardim e recebeu essas instruções
antes mesmo de Eva ser criada (versículos 15-16). Eva foi criada para ser auxiliadora de Adão nesse
trabalho, mas Deus já havia dado a Adão a responsabilidade sobre o jardim e as instruções acerca da
árvore do conhecimento do bem e do mal.
21
Em vez de assumir a responsabilidade por suas ações, Adão escolhe o caminho da culpa:
“A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi” (Gênesis 3:12). Ele culpa a
mulher (e até mesmo a Deus!), mas não admite sua própria falha.
De forma semelhante, Eva transfere a culpa para a serpente: “A serpente me enganou, e eu comi”
(Gênesis 3:13).
Outro caminho que eles tomam para evitar a responsabilidade por suas ações é esconder sua vergonha.
Em Gênesis 3:8, lemos: “Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração
do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores
do jardim.”
Eles também tentaram cobrir sua nudez com folhas de figueira. Agora que suas mentes não eram mais
inocentes, reconheceram sua nudez. Com a perda dessa inocência, passaram a saber, instintivamente,
que suas partes íntimas, criadas para um propósito santo, poderiam igualmente ser usadas para o mal.
João 3:20 diz: “Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de
não serem arguidas as suas obras.”
Quando pecamos, devemos assumir a responsabilidade por nossas ações em vez de escondê-las.
Provérbios 28:13 diz: “O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as
confessa e deixa alcançará misericórdia.”
Devemos nos lembrar de que nada pode ser escondido dos olhos de Deus. Hebreus 4:13 diz: “E não há
criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas
e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.”
Salmo 51
Leia a oração de arrependimento de Davi em Salmo 51. Davi também tentou esconder seu pecado, mas,
ao se arrepender, reconheceu sua total responsabilidade por suas ações e sua necessidade da graça de
Deus. Veremos isso com mais detalhes posteriormente, na história #10.
No dia em que Adão e Eva comeram do fruto proibido, eles caíram mortos imediatamente? Não. Isso
significa que Deus estava errado e o diabo certo? Certamente que não! Deus estava falando sobre a
realidade da morte espiritual.
Contrário à afirmação do diabo: “Certamente não morrereis” (Gênesis 3:4), Adão e Eva morreram no
momento em que comeram do fruto, exatamente como Deus havia dito: “Porque, no dia em que dela
comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2:17).
22
A morte espiritual pode ser entendida como a “primeira morte”. Quando Adão e Eva pecaram contra
Deus, quebraram o pacto com Ele. Oséias 6:7 diz sobre Israel: “Mas eles transgrediram a aliança como
Adão; eles se portaram traiçoeiramente contra mim.”
Ao quebrar essa aliança, foram separados da presença de Deus e, espiritualmente, já não tinham mais
vida. Por isso, em João 6:53, lemos: “Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o
seu sangue, não tendes vida em vós mesmos.”
Eles não apenas morreram espiritualmente, mas também começaram a morrer fisicamente.
Em Gênesis 3:22b-23, lemos: “Agora, pois, para que não estenda a mão e tome também da árvore da
vida, e coma e viva eternamente, o Senhor Deus o lançou fora do jardim do Éden.”
Adão e Eva já não poderiam viver para sempre neste mundo em um estado de separação perpétua da
presença de Deus. Embora não tenham morrido imediatamente, seus corpos passaram a estar sujeitos
ao processo genético de envelhecimento, que culmina na morte física. A Bíblia chama isso de “segunda
morte” (Apocalipse 21:8), que será seguida pelo julgamento:
“E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo”
(Hebreus 9:27).
As consequências do pecado, resultando em morte, não se limitaram a Adão e Eva. A mesma realidade
recaiu sobre todos nós por meio de Adão. Como Adão foi quem recebeu a responsabilidade, ele também
é quem transmite a natureza pecaminosa que todos herdamos como filhos de Adão.
Romanos 5:12 fala sobre isso: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo,
e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.”
Davi confessa no Salmo 51:5: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.”
Paulo nos diz em Romanos 3:23 que “todos pecaram e carecem da glória de Deus”, e o salário do
pecado é a morte (Romanos 6:23).
É importante notar que essa morte não é simplesmente cessar de existir, mas sim existir em miséria
eterna e separação de Deus. 2 Tessalonicenses 1:9 descreve este lugar como: “O castigo da eterna
destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder.”
Mesmo os ímpios podem desfrutar desta vida, recebendo bênçãos da graça de Deus. A Bíblia diz que a
chuva de Deus cai tanto sobre os justos quanto sobre os ímpios. Mesmo os ímpios podem respirar o ar
de Deus enquanto estão nesta terra, mas, no julgamento, TODA a bondade de Deus será retirada. Que
destino terrível!
A maldição do pecado e da morte é algo de que todo ser humano precisa ser libertado. Sem uma vida
espiritual renovada (nascer de novo), não podemos retornar a um relacionamento com Deus, nem
escapar do julgamento que virá.
A morte não é a única consequência que o pecado trouxe. A própria criação foi amaldiçoada. Isso
significa que a criação já não estaria em harmonia. Não apenas nós envelhecemos e morremos, mas os
23
animais também morrem. Os animais lutarão e se alimentarão uns dos outros, doenças afetarão a
saúde de todas as criaturas vivas, e tempestades e catástrofes naturais perturbarão a terra.
Observe que Deus primeiro amaldiçoa a serpente. O diabo é um espírito e não possui corpo físico. Por
isso, ele precisa usar o corpo de outro ser para se manifestar fisicamente. Nesse caso, ele usou a cobra.
A cobra, ou serpente, continua sendo simbólica do diabo na Bíblia.
Deus dá à serpente a maldição de rastejar sobre seu ventre. Muitos cientistas observaram que parece
que as cobras antigamente tinham pernas! Incrível!
Para o homem e a mulher, perceba que Deus não os amaldiçoa diretamente, mas sim a criação, uma
maldição que afetará cada um deles em relação às funções que Deus lhes deu. Eva recebeu a função
principal de gerar e criar filhos (1 Timóteo 2:15). Para a mulher, Ele diz: “Multiplicarei sobremodo os
sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu
marido, e ele te governará” (Gênesis 3:16).
Sua tarefa de criar filhos, sob a liderança do marido, viria acompanhada de grande trabalho. De maneira
semelhante, Adão, a quem foi dada a responsabilidade de trabalhar a terra para prover alimento para sua
família (1 Timóteo 5:8), agora teria essa tarefa dificultada. Para Adão, Ele diz: “Maldita é a terra por tua
causa; em fadiga obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos
e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à
terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gênesis 3:17-19).
Outra coisa que encontramos na história da queda é que, após o primeiro pecado, ele não parou por
aí. A humanidade rapidamente começou a entrar em um ciclo descontrolado.
Na história dos primeiros dois irmãos nascidos de Adão e Eva, lemos que Caim matou Abel porque
ficou com ciúmes de que Deus aceitou o sacrifício de Abel enquanto rejeitou o dele. No capítulo 4,
lemos que Caim trouxe ao Senhor uma oferta dos frutos da terra, enquanto Abel trouxe “das
primícias do seu rebanho e da gordura deste” (versículo 4). Deus aceitou a oferta de Abel, mas não
a de Caim, o que deixou Caim irado.
Deus lhe diz no versículo 7: “Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia,
procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre
dominá-lo.”
Aqui aprendemos uma lição muito importante. Caim não foi aceito por Deus porque escolheu não
fazer o que era correto. Deus disse a ele que deveria aprender a controlar seu pecado, ou este o
destruiria. Infelizmente, Caim não fez o que deveria. Em vez de se arrepender, ele escolheu agir de
acordo com seus desejos errados.
Curiosamente, Deus não lhe dá a pena de morte. Em vez disso, ele é enviado embora com uma
marca em sua testa e expulso da terra.
Após isso, Adão e Eva recebem outro filho, Sete, que provavelmente acreditaram ser o prometido de
Gênesis 3:15. Sete não era o prometido, mas foi de sua linhagem que o Messias prometido viria.
25
7. Enoque
Enquanto o pecado continuava a crescer na terra, ouvimos falar de um homem na linhagem de Sete
que se destacou dos outros. A Bíblia diz que “Enoque andou com Deus”. Quando o resto do mundo
parecia seguir seus próprios caminhos, Enoque era diferente. Deus fez algo muito interessante que
aconteceu apenas uma outra vez na Bíblia. Lemos em Gênesis 5:24 que “E andou Enoque com
Deus e já não era, porque Deus o tomou para si”.
Enoque nunca morreu, mas foi levado diretamente à presença de Deus para viver com Ele! Elias será
o único outro exemplo na Bíblia em que algo assim ocorrerá. O Novo Testamento fala sobre Enoque
desta forma: Hebreus 11:5 - “Pela fé, Enoque foi transladado para não ver a morte; não foi
achado, porque Deus o transladara. Pois, antes da sua transladação, obteve testemunho de
haver agradado a Deus.”
O significado de Enoque não ter experimentado a morte nos apresenta duas realidades importantes
no Antigo Testamento:
Primeiro, foi um exemplo de fé e justiça em um mundo de pecado e corrupção. O fato de Enoque ser
levado por Deus sem morrer é visto como uma recompensa por sua vida de fé e relacionamento
íntimo com Deus. A expressão “andou com Deus” sugere uma comunhão profunda e íntima, uma
vida vivida em obediência e fidelidade. Sua transladação serve como um poderoso exemplo de como
a fé e a justiça podem levar ao favor especial de Deus.
Segundo, este evento pode ser visto como o primeiro exemplo de vitória sobre a morte na Bíblia.
Mais tarde, veremos como o poder de Deus sobre a morte é demonstrado por meio da ressurreição
de Jesus. E, pela fé em Cristo, temos a confiança da vida eterna. Desde cedo, no Antigo Testamento,
o fato de Enoque ser levado ao céu prefigura a esperança cristã da vida eterna e a crença de que
aqueles que vivem fielmente podem ser levados para estar com Deus.
Gênesis 2:16-17 (ARA) – "E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: 'De toda árvore do jardim comerás
livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque, no dia em que dela
comer, certamente morrerás.'"
Gênesis 3:6 (ARA) – "Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore
desejável para dar entendimento, tomou-lhe o fruto e comeu; e deu também a seu marido, e ele comeu."
1 João 2:16 (ARA) – "Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos
olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas é do mundo."
João 8:44 (ARA) – "Vós sois do pai, o diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida
desde o princípio, e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando ele profere a
mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso e pai da mentira."
26
Oséias 6:7 (ARA) – "Mas, como Adão, transgrediram a aliança; ali me foram infiéis."
Romanos 5:12 (ARA) – "Portanto, assim como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado
a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram."
Romanos 6:23 (ARA) – "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor."
Gênesis 3:16 (ARA) – "À mulher, disse: 'Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor
darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.'"
Gênesis 3:17-19 (ARA) – "E ao homem, disse: 'Porquanto atendeste à voz de tua mulher, e comeste da
árvore de que te ordenei que não comesses, maldita é a terra por tua causa; em sofrimento comerás
dela todos os dias da tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos, e comerás a erva do campo. No suor
do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó, e ao pó
tornarás.'"
Gênesis 3:15 (ARA) – "E inimiga entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a dela; esta te ferirá a
cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar."
27
3. Catástrofe (Gênesis 6-10)
~2349 a.C.
Com o passar do tempo, o pecado se multiplicou na terra até que todo pensamento no coração da
humanidade era apenas continuamente mau. Entristecido pela maldade generalizada do homem, Deus
se arrependeu de ter criado a humanidade. Somente Noé foi considerado justo, então Deus o
comissionou para construir uma arca de três andares de madeira de cipreste, com 150 metros de
comprimento, 25 metros de largura e 15 metros de altura. Deus trouxe um par de cada animal impuro e
sete pares de cada animal puro para dentro da arca com Noé, juntamente com sua esposa, seus três
filhos e suas esposas.
1.656 anos após a criação, Deus fechou a porta da arca e enviou um dilúvio mundial para julgar a terra.
Durante 40 dias e 40 noites, a chuva caiu incessantemente enquanto Deus liberava as águas do céu e
das fontes do abismo, destruindo toda a vida, exceto Noé, sua família e os animais na arca.
28
Após um ano, as águas do dilúvio recuaram, e Noé, sua família e os animais desembarcaram. Noé
ofereceu sacrifícios a Deus, que agradou-se do aroma e fez uma aliança de graça, simbolizada por um
arco-íris, prometendo nunca mais destruir toda a vida com um dilúvio. Deus assegurou que, enquanto a
terra permanecesse, haveria semeadura e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite. Ele
comissionou novamente Noé e sua família para multiplicar e encher a terra. Deus também permitiu que
a carne fosse consumida como alimento e instituiu a pena de morte para homicídios.
1. O Aumento da Maldade – Deus Reduz a Expectativa de Vida da Humanidade para 120 Anos
2. O Julgamento de Deus como Graça – Controlando o Pecado Enquanto Preserva um
Remanescente (Seu Povo)
3. A Arca: A Provisão de Deus como Suficiente para Preservar a Criação
4. O Impacto do Dilúvio na Física e Geologia da Terra
5. A Reconstituição da Humanidade e a Aliança da Graça de Deus
6. A Primeira Menção da Embriaguez
Em Gênesis 6:3, Deus declara: “Então, disse o Senhor: O meu Espírito não agirá para sempre no
homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos.”
Como discutido na Lição 2, a humanidade começou a experimentar a morte física após a queda. Apesar
dessa maldição, as pessoas continuavam a viver por períodos extraordinariamente longos; por exemplo,
Matusalém, a pessoa que viveu mais tempo registrada nas Escrituras, alcançou 969 anos. O nome de
Matusalém significava que o dilúvio viria após sua morte.
Aqui, observamos Deus estabelecendo um limite na vida humana, reduzindo-a para cerca de 120 anos,
em média. Este decreto, assim como o próprio dilúvio, pode ser visto como um ato da graça de Deus,
destinado a conter a escalada da maldade. Com o tempo, a depravação humana atingiu um ponto em
que “toda a imaginação dos pensamentos do seu coração era má continuamente” (Gênesis 6:5).
29
O texto revela, então, que Deus “se arrependeu de ter criado o homem” e “isso lhe pesou no
coração”. É essencial compreender que, quando a Escritura fala do “arrependimento” de Deus, isso não
implica um erro. Como discutido anteriormente, o sacrifício de Cristo pelos nossos pecados foi
conhecido antes da fundação do mundo (1 Pedro 1:20). Deus existe além do tempo e do espaço, não
sendo limitado pelas restrições humanas. Nesses versículos, Deus comunica Sua profunda tristeza pelo
pecado humano e pela gravidade de suas consequências.
Isso se assemelha à resposta de Deus a Adão e Eva após sua queda: “Que fizeste?” Aqui, também,
testemunhamos uma expressão da tristeza de Deus diante da rebelião da humanidade.
Isso significa que a revelação de Deus a Adão e Eva poderia ter sido transmitida diretamente àqueles que
viveram até o tempo do dilúvio, pelos próprios Adão e Eva! Mesmo tendo a revelação de Deus, a
humanidade escolheu desobedecer a Deus e seguir o caminho da maldade.
30
Muitos questionam como Deus poderia amar a humanidade e, ainda assim, enviar uma grande
catástrofe sobre a terra. Mas pensemos nisso por um momento. Se Deus não punisse e controlasse o
pecado na terra, você consegue imaginar o quanto as coisas poderiam ter piorado? Como vimos, o
julgamento de Deus sobre a humanidade não é algo que Ele tenha prazer em fazer, mas era necessário e
gracioso. Se o homem fosse deixado por conta própria, e Deus permitisse que ele prosperasse em seu
estado miserável de pecado, ele nunca se voltaria para Deus, nem perceberia o perigo de suas ações.
O grande escritor C.S. Lewis certa vez apontou que a dor e o sofrimento são como um megafone de Deus
para chamar a atenção daqueles que estão na terra, para reconhecerem que as coisas não estão como
deveriam estar. Isso chama nossa atenção para vermos que o pecado devastou a terra, que as coisas
não estão mais em harmonia e que tanto o homem quanto a criação necessitam desesperadamente de
redenção e restauração.
Embora tenha sido devastador que Deus tenha destruído toda a vida na terra, não foi de forma total.
Deus não abandonou sua promessa feita em Gênesis 3:15. Ele preservou a linhagem de Noé, por meio
de quem Ele enviaria alguém para trazer redenção e restauração. De forma bastante interessante, em
Gênesis 5:28-29, Lameque acreditava que Noé seria o prometido! Noé não foi O prometido de Gênesis
3:15, mas ele foi um tipo do prometido, porque foi aquele que Deus usou naquele momento para
preservar toda a humanidade. Mesmo em meio ao julgamento, Deus manteve um povo remanescente
para si, até que Ele enviasse O prometido, que, em última análise, cumpriria a promessa de Gênesis
3:15.
Em Gênesis 6, lemos que a arca media 300 côvados de comprimento, 50 côvados de largura e 30
côvados de altura. Um côvado é aproximadamente 45 centímetros, o que torna a arca equivalente a
cerca de 140 metros de comprimento, ou aproximadamente 1,5 campos de futebol! Além disso, ela foi
construída com três andares diferentes.
Em Gênesis 1, lemos que Deus criou cada animal segundo a sua “espécie,” o que significa que todos os
gatos descendem de gatos, os cães de cães e os elefantes de elefantes. No entanto, dentro de cada
“espécie,” pode haver uma diversidade significativa.
Por exemplo, ao cruzar cães, vemos que a seleção de certas características em filhotes pode resultar em
tipos distintos, embora todos tenham se originado da mesma linhagem. Provavelmente, os pares
originais de cada “espécie” na arca carregavam uma grande diversidade genética, permitindo variações
em características como cor dos olhos, cor da pelagem e tamanho.
31
O que importa é que cada “espécie” de animal foi representada na arca, incluindo todas as espécies de
animais que encontramos hoje, bem como aquelas que agora estão extintas — inclusive dinossauros!
(Veja Jó 40-41.)
Alguns podem achar difícil acreditar que dinossauros poderiam caber na arca, mas vale lembrar que
Deus poderia ter selecionado dinossauros mais jovens e menores. Como Deus trouxe dois de cada
animal impuro e sete de cada animal puro para Noé, não sabemos o tamanho ou a idade exata dos
animais escolhidos.
Também é possível que Deus tenha feito alguns animais hibernarem enquanto estavam na arca. De
qualquer forma, há uma explicação plausível de como todos os animais, juntamente com seus
suprimentos, puderam caber na arca, o que também poderia ter reduzido a quantidade de comida
necessária. O Museu da Criação, localizado em Kentucky, construiu uma réplica em tamanho real da
arca para ilustrar como isso poderia ter sido realizado!
Muitos cientistas especulam que, antes de as águas que Deus separou nos céus durante a criação
caírem sobre a terra, elas poderiam ter formado um tipo de dossel na atmosfera. Esse dossel teria criado
um efeito isolante, mantendo um clima quente e uniforme em todo o globo, desde o equador até os
polos. Após a queda desse dossel de água, provavelmente houve um efeito de resfriamento global,
possivelmente levando a uma “era do gelo.” Essa mudança teria alterado vários aspectos da física da
terra, como o campo magnético e a quantidade de radiação recebida do sol.
Gênesis 7:11 também nos diz que “romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as comportas dos
céus se abriram,” liberando torrentes de água de baixo para cima enquanto a chuva caía continuamente
por 40 dias e noites. Isso teria desencadeado eventos catastróficos, incluindo erupções vulcânicas e
deslizamentos de terra em grande escala.
Essas forças provavelmente moldaram muitas das características geológicas de hoje, como cânions e
montanhas erodidas. O sepultamento rápido de plantas e animais sob a imensa pressão de lama e
rocha também teria criado vastos leitos de fósseis. (Nota: Quando os animais morrem naturalmente,
eles se decompõem em vez de se fossilizarem. Os fósseis se formam quando organismos são enterrados
rapidamente sob condições que impedem a decomposição.)
As evidências científicas de um dilúvio global são impressionantes. Por exemplo, há fósseis de peixes
tropicais no topo de montanhas geladas, cemitérios massivos de fósseis e grandes estruturas geológicas
como o Grand Canyon, que sugerem um grande evento aquático. Explore essas evidências mais
profundamente! Dois sites que podem ajudá-lo são www.icr.org e www.answersingenesis.org.
32
5. A Recomendação da Humanidade e a Aliança da Graça de Deus
Após o dilúvio, vemos Deus recomendando novamente Noé e sua família, de forma semelhante ao que
Ele fez com Adão e Eva. Em Gênesis 9:1, lemos: “Abençoou Deus a Noé e a seus filhos e lhes disse:
Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra.” (ARA)
No entanto, algumas diferenças notáveis surgem nessa nova comissão: Primeiro, Noé e sua família
agora estão autorizados a comer animais. Em Gênesis 9:2-3, lemos: “Pavor e medo de vós virão sobre
todos os animais da terra, sobre todas as aves dos céus, sobre tudo o que se move na terra e sobre
todos os peixes do mar; nas vossas mãos são entregues. Tudo o que se move e vive ser-vos-á para
alimento; como vos dei a erva verde, tudo vos dou.” (ARA)
Em seguida, vemos que Deus não mais tolerará o pecado como antes. Quando Caim matou Abel, ele foi
marcado e exilado, mas não executado. Após o dilúvio, porém, a violência será tratada com
consequências mais graves.
Gênesis 9:6-7 declara: “Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu,
porque Deus fez o homem segundo a sua imagem. Mas vós, sede fecundos e multiplicai-vos; povoai
a terra e multiplicai-vos nela.” (ARA)
Anteriormente, no ponto #3, observamos que Deus instruiu Noé a levar para a arca animais “limpos” e
“imundos”. O conceito de animais “limpos” é mencionado pela primeira vez aqui. Após sair da arca, o
primeiro ato de Noé foi oferecer sacrifícios com animais limpos, simbolizando pureza e santidade. Esse
tema se desenvolverá ainda mais quando Deus der a Sua lei ao povo de Israel.
Também é significativo que Deus tenha ordenado a Noé que levasse sete de cada animal limpo, em vez
de dois. Essa provisão permitiu que Noé oferecesse sacrifícios sem arriscar a extinção de nenhuma
espécie. Além disso, o número sete na Bíblia simboliza completude ou perfeição, destacando a provisão
perfeita de Deus para o Seu povo.
Essa nova recomendação inclui uma aliança. Diferente da aliança condicional feita com Adão, baseada
na obediência humana, esta aliança é uma promessa do próprio Deus, garantindo a preservação da
criação. Somente Deus sustentará essa aliança para manter o mundo até que a redenção se cumpra.
Em Gênesis 9:11-13, lemos: “Estabeleço a minha aliança convosco: não será mais destruída toda
carne por águas do dilúvio, nem haverá mais dilúvio para destruir a terra. Disse Deus: Este é o sinal
da minha aliança, que faço entre mim e vós e entre todos os seres viventes que estão convosco,
para perpétuas gerações: porei nas nuvens o meu arco; será por sinal da aliança entre mim e a
terra.” (ARA)
Que promessa profunda, sabendo que a terra não será destruída prematuramente. Não por um meteoro,
cometa, evento nuclear ou mesmo mudanças climáticas, pois Deus nos assegurou que: “Enquanto
durar a terra, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite.”
(Gênesis 8:22, ARA)
Após o dilúvio, vemos Deus novamente recomendando Noé e sua família, de forma semelhante ao que
Ele fez ao criar Adão e Eva. No capítulo 9:1, lemos: “Abençoou Deus a Noé e a seus filhos e lhes disse:
Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra.” (ARA)
33
Nota Paralela: A Pena de Morte
Muitos se opõem à pena de morte, acreditando que a vida é tão valiosa que ninguém deveria ter o direito
de tirá-la. Aqui, porém, a razão pela qual Deus institui a pena de morte é o imenso valor da vida. Imagine
se alguém roubasse milhões de reais, mas fosse multado em apenas dez reais; tal penalidade seria
escandalosamente insuficiente.
A pena de morte, então, é uma declaração do valor da vida, significando que a vida injustamente tirada é
tão preciosa que somente a vida do assassino pode servir como justa compensação. O Novo
Testamento afirma este princípio, ao dizer que o governo “não traz debalde a espada” como ministro de
Deus para executar justiça (Romanos 13).
Este relato oferece uma lição essencial sobre honrar os outros, escolhendo não expor seus defeitos ou
erros desnecessariamente. Sem e Jafé demonstraram respeito pelo pai ao cobri-lo discretamente,
enquanto a escolha de Cam revela um desdém pela dignidade de Noé. Considere: Existem momentos
em que ocultar o erro de outra pessoa pode ser a resposta honrosa? E quanto às situações em que a
transparência é necessária? Discuta essas situações.
Este trecho também destaca os potenciais perigos do álcool quando usado de maneira excessiva. O
exagero pode levar a comportamentos que são tanto arrependidos quanto inconsistentes com nossos
valores. Provérbios 20:1 adverte: “O vinho é escarnecedor, a bebida forte é alvoroçadora, e todo
aquele que por elas errar não é sábio.” (ARA)
As Escrituras nos instruem ainda em Efésios 5:18: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há
dissolução; mas enchei-vos do Espírito.” (ARA)
Em vez de permitir que substâncias nos controlem, somos chamados a viver sob a orientação e
influência de Deus.
34
III. Versículos-Chave para Saber
Gênesis 6:5-6 (ARA) – “Viu, pois, o Senhor que a maldade do homem era grande na terra e que toda a
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. E arrependeu-se o Senhor de
haver feito o homem sobre a terra e isso lhe pesou no coração.”
Hebreus 11:7 (ARA) – “Pela fé, Noé, sendo divinamente avisado acerca de coisas que ainda não se viam,
movido por santo temor, preparou a arca para a salvação da sua casa; e condenou o mundo e foi feito
herdeiro da justiça que é segundo a fé.”
Gênesis 9:6 (ARA) – “Quem derramar o sangue do homem, por o homem o seu sangue será derramado;
porque à imagem de Deus fez o homem.”
Gênesis 8:22 (ARA) – “Enquanto a terra durar, não cessarão de haver sementeira e sega, frio e calor,
verão e inverno, dia e noite.”
Gênesis 9:3 (ARA) – “Tudo o que se move e vive será para vosso alimento; como a erva verde, tudo vos
dou.”
Gênesis 9:13 (ARA) – “Porei meu arco nas nuvens e servirá por sinal da aliança entre mim e a terra.”
35
4. Confusão (Gênesis 11)
~ 2252 a.C
36
humanidade pelo mundo. Nesta narrativa, vemos verdades fundamentais sobre Deus e Sua autoridade
sobre a história humana:
Embora breve, o relato de Babel possui um significado profundo na formação da história e destaca como
Deus continua preservando a humanidade e avançando Seus propósitos divinos.
Embora Deus os tivesse ordenado a se dispersarem pela terra, eles buscaram permanecer juntos.
Gênesis 11:4 descreve suas intenções: “Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo
37
topo chegue até os céus, e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por
toda a terra.”
À primeira vista, o desejo de permanecerem unidos e construir uma torre pode não parecer
problemático. No entanto, o problema mais profundo está em suas motivações. Eles eram movidos pelo
orgulho, buscando tornar célebre o próprio nome com uma torre que alcançasse os céus. Essa atitude
desafiadora reflete a mesma rebelião vista em Adão e Eva, que desejaram determinar o certo e o errado
por conta própria. De forma semelhante, os construtores de Babel almejavam um status exaltado “nos
céus,” como se esta estrutura física pudesse elevá-los ao nível de Deus. A ironia é destacada no verso 5,
onde lemos que Deus precisou “descer” para ver a torre deles, ressaltando a ambição equivocada deles.
Esse desejo de elevar a humanidade como autoridade última é a essência da primeira religião falsa: o
humanismo. O humanismo coloca o ser humano no centro da autoridade e sugere que o homem
sozinho pode determinar seu propósito, livre de supervisão divina. Esse impulso de ser “como Deus,”
visto pela primeira vez no Éden, ressurge aqui em Babel como a tentativa orgulhosa da humanidade de
criar um nome para si mesma.
Antes desse ponto, não lemos sobre outros deuses pagãos falsos. Isso não significa que não existissem,
mas até então, a primeira religião falsa mencionada que desafia o único Deus verdadeiro é a religião do
humanismo.
As ações de Deus em relação a nós não se baseiam apenas em nossos feitos atuais, mas também no
que faríamos se tivéssemos oportunidade. Nesse momento, Deus reconheceu que permitir que a
humanidade continuasse construindo a torre levaria apenas a mais rebelião e a um aumento do pecado
na terra.
Refletindo sobre nossa lição #2 acerca da corrupção que precedeu o dilúvio, vemos que, após o primeiro
homicídio, a situação saiu completamente de controle. Só podemos imaginar quão rapidamente as
coisas teriam se deteriorado se Deus não tivesse intervindo.
No entanto, Deus não nos abandona. Ele continua restringindo o pecado na terra e trabalha para
preservar a humanidade, cumprindo Seu propósito em nossa salvação, apesar das ações humanas.
Aqui, na história da Confusão, vemos mais um exemplo disso.
Em nossas primeiras e segundas lições, vemos que Adão foi encarregado de dar nome aos animais.
Naquele momento, ele já possuía a capacidade de conversar com Deus, que havia comunicado Seus
mandamentos para a vida de Adão.
A linguagem é essencial para a comunicação e para conhecer Deus por meio de Sua revelação (2
Timóteo 3:16). Deus não apenas criou a primeira linguagem, mas também introduziu muitas outras
línguas na Torre de Babel. No versículo 7, lemos: “Vinde, desçamos e confundamos ali a sua
linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro.” Observe: assim como na história da
Criação, aqui também o uso de pronomes no plural revela nosso Deus triúno.
Esse evento explica o surgimento das diversas línguas e culturas. A humanidade começou a se separar
com base nas diferentes línguas que Deus criou.
Além disso, Deus é escritor! Vemos isso quando Ele entregou os Dez Mandamentos a Moisés,
escrevendo os mandamentos em tábuas de pedra na língua de Moisés com Seu próprio dedo. Nossa
capacidade de linguagem é profundamente distinta da dos animais. Enquanto os animais podem se
comunicar por sons e sinais, eles não escrevem romances emocionantes nem documentam suas
histórias em bibliotecas. Essas habilidades únicas foram dadas por Deus para cumprirmos nosso
propósito específico na terra: conhecê-Lo e nos comunicarmos com Ele. Ele é um Deus que Se revela à
Sua criação.
39
Em Atos 17:26-27, Paulo declara que Deus “de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a
face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação, para
buscarem a Deus, se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de
nós.”
O desejo de Deus é que todas as nações se voltem para Ele. Ele declara em Números 14:21: “Porém, tão
certo como eu vivo, e como toda a terra se encherá da glória do SENHOR.” E em Habacuque 2:14 lemos:
“Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar.”
Além disso, no Salmo 2:8, o Pai promete ao Filho que Ele lhe dará “as nações por herança.”
O plano de Deus para as nações é que elas venham a conhecê-Lo. Por essa razão, somos
comissionados por Jesus em Mateus 28:19 a ir e fazer discípulos de “todas as nações.”
40
IV. – Trabalho de Memorização:
Para recitar a história da Bíblia do começo ao fim, memorize o seguinte resumo das lições #1 a
#4:
1. Criação ~ 4004 a.C. (Gênesis 1-2) - A história da criação e a ordem estabelecida por Deus.
41
5. Compromisso (Gênesis 12-50)
~1921 a.C.
Deus então reafirmou Sua promessa ao filho de Isaque, Jacó, cujo nome foi mudado para Israel. Os doze
filhos de Israel tornaram-se as doze tribos de Israel. No entanto, antes disso, os irmãos se tornaram
ciumentos de José, o décimo primeiro filho, e o venderam como escravo para o Egito. Mas Deus usou
poderosamente José no Egito, onde ele ascendeu ao grande poder e salvou sua família durante uma
severa seca, trazendo-os ao Egito para obter comida. A família recebeu a terra de Gosém, onde
poderiam criar seu gado e viver.
Antes de sua morte, Jacó abençoou cada um de seus filhos e declarou profeticamente que a tribo de
Judá, seu quarto filho, perpetuaria o cetro, simbolizando a linhagem do futuro Messias, de onde Ele
reinará eternamente.
Quatrocentos e vinte e sete anos após o dilúvio, Deus chamou Abraão — então com 75 anos — para sair
de sua terra natal, prometendo fazê-lo pai de uma grande nação que abençoaria todas as nações por
meio de seus descendentes. Esse “descendente” que abençoaria todas as nações é o mesmo
“descendente” mencionado em Gênesis 3:15, que nasceria de uma mulher e derrotaria, por fim, o
diabo. Vamos explorar alguns aspectos-chave dessa história, que revelam mais sobre o plano notável de
redenção de Deus:
1. A Aliança de Deus com Abraão foi Intencionada para Abençoar Todas as Nações
2. A Crença de Abraão na Promessa de Deus é Muitas Vezes Chamada de o “Primeiro
Evangelho”
3. Abraão Oferecendo Isaque no Altar Prefigurou o Sacrifício de Cristo
4. Deus Confirmou Sua Promessa a Isaque e Jacó, Estabelecendo Israel e suas 12 Tribos como
Sua Nação Representativa, com a Promessa Vinculada à Tribo de Judá
5. Deus Preservou Israel Através de José, Mostrando que Seus Propósitos Prevalecem Apesar
do Pecado Humano
43
Aqui, a promessa de Deus inclui não apenas fazer de Abraão uma grande nação, mas também abençoar
todas as nações por meio dele. Desde o início, o plano de Deus se estende além da nação de Israel. Em
Gênesis 15, Deus revela que os descendentes de Abraão viriam do seu próprio corpo e seriam tão
numerosos quanto as estrelas no céu e a areia na praia.
Em Gênesis 17, Deus reitera Sua promessa, dizendo a Abraão que muitas nações e reis viriam dele e que
seus descendentes receberiam a terra de Canaã como herança eterna. Abraão também teve Ismael,
assim como outros filhos que foram para o leste, cada um deles se tornando grandes nações.
No entanto, a promessa específica de Deus sobre muitas nações não se referia apenas aos outros filhos
de Abraão. Em Gênesis 17:6, Deus promete que Sara, através de seu filho Isaque, também seria mãe de
nações, e que “reis de povos sairão dela.”
No Novo Testamento, o mistério dessa promessa se desenrola ainda mais. Paulo explica em Gálatas
3:16 que a promessa ao “descendente” (singular) de Abraão aponta, em última análise, para Cristo, por
meio de quem todas as nações são abençoadas. Os “muitas nações” se referem a todos aqueles que
creem. Em Gálatas 3:8-9, Paulo escreve: “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria os
gentios pela fé, anunciou primeiro as boas-novas a Abraão: ‘Em você serão abençoadas todas as
nações.’ De modo que os que são da fé são abençoados com o crente Abraão.”
Paulo esclarece ainda mais em Romanos 4:16-17: “Essa é a razão por que depende da fé, para que
seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja garantida para toda a descendência, não
somente à que está no regime da lei, mas também à que é da fé que Abraão teve (porque ele é pai
de todos nós, como está escrito: ‘Eu o constituí pai de muitas nações’).”
Em nosso estudo, também aprendemos que Deus deu a Abraão e a seus descendentes a circuncisão
como sinal dessa aliança, embora esse sinal tenha vindo anos depois que Deus já havia feito a aliança.
Como explicado em Romanos 4, Abraão recebeu a promessa enquanto ainda era incircunciso, para que
ele pudesse ser “pai de todos os que creem sem serem circuncidados” (Romanos 4:11), bem como o pai
daqueles que são circuncidados e creem.
A mesma promessa que Deus fez a Abraão foi confirmada a seu filho Isaque e, novamente, ao filho de
Isaque, Jacó, cujo nome foi mudado para Israel. Israel tornou-se a nação através da qual Deus enviaria o
prometido, que traria bênção a todos os que creem pela fé.
Este versículo é frequentemente referido como a primeira vez que o evangelho foi pregado. Por meio
deste versículo, aprendemos que Abraão não era justo por si mesmo, mas que, ao confiar na
promessa de Deus, sua fé foi considerada como justiça. Em outras palavras, foi Deus quem
44
justificou Abraão, imputando sua fé como se fosse justiça. Já discutimos na segunda lição que a
Bíblia nos ensina que o salário do pecado é a morte, e todos nós pecamos e carecemos da glória de
Deus (Romanos 3:23). Lemos em Isaías 64:6 que até mesmo nossa justiça é como “trapo de
imundícia.” Somos completamente incapazes de atender ao padrão justo de Deus e de salvar a nós
mesmos.
Mas a maravilhosa notícia que aprendemos com essa história é que não somos salvos por nossas
obras, mas pelo dom de Deus, obtido pela fé (Efésios 2:8-9). Paulo explica isso em Romanos 4:3-7:
“Pois que diz a Escritura? ‘Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.’ Ora, ao
que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não
trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça. E é
assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça,
independentemente de obras: Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades são perdoadas, e
cujos pecados são cobertos.”
Paulo está explicando que recebemos a promessa de salvação e o perdão de nossos pecados da
mesma forma que Abraão recebeu a promessa. Ele continua em Romanos 4:21-25: “E, estando
plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera, pelo que isso lhe
foi também imputado para justiça. Ora, não somente por causa dele está escrito que lhe foi
levado em conta, mas também por nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado,
a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o
qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa
justificação.”
Abraão recebeu a promessa de que Cristo viria por meio de sua descendência pela fé, e suas obras
eram meramente evidências da verdadeira fé que ele possuía. Em Tiago 2:20-24, Tiago explica que a
fé de Abraão teria sido morta se não tivesse produzido ação em sua vida. Talvez outra forma de
entender isso seja dizer que, se suas crenças não produzem ação, elas não são fé de fato! As obras
que realizamos não podem nos salvar de nossos pecados, mas testemunham ao mundo se
realmente cremos. Se nossa fé for genuína, ela produzirá ação, assim como a fé de Abraão o levou a
deixar sua terra e seguir a Deus.
3. Deus Prenunciou Seu Plano de Jesus a Abraão Quando Pediu que ele
Oferecesse Seu Filho
Uma das histórias mais notáveis da Bíblia é quando Deus pede a Abraão que ofereça seu único filho
como sacrifício.
Em Gênesis 22:2, lemos: “Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e
vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei.”
Dois detalhes importantes se destacam neste versículo.
Primeiro, Isaque não era o único filho de Abraão—o primogênito de Abraão era Ismael, a quem ele amava
profundamente. Abraão até buscou uma bênção para Ismael. Contudo, Deus refere-se a Isaque como o
“único filho” de Abraão, prenunciando como Ele um dia ofereceria Seu “único Filho amado” (João 3:16)
45
como sacrifício. Aqui, Deus fala de Isaque, o filho da promessa, como o “único filho amado,” uma
referência profética a Cristo.
Segundo, Deus instrui Abraão a ir à terra de Moriá e oferecer Isaque em “um dos montes que eu te
mostrar.” Moriá é acreditada ser a região onde hoje está Jerusalém, e o monte que Deus mostrou a
Abraão provavelmente é o mesmo lugar onde Jesus seria crucificado! Sabemos disso porque Salomão
mais tarde construiu o templo em Jerusalém na “terra de Moriá” (2 Crônicas 3:1), que é a única outra vez
que essa palavra aparece na Bíblia.
Outro detalhe impressionante nesta história aparece no versículo 6: “Tomou Abraão a lenha do
holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho.”
Esse detalhe específico serve como uma profecia profunda: assim como Isaque carregou a lenha para
seu sacrifício, o único Filho de Deus, Jesus, carregaria sua própria madeira, ou seja, a cruz, para o Seu
sacrifício. Esta história prefigura perfeitamente como Jesus, o único Filho de Deus, viria e se ofereceria
por nossos pecados.
Uma diferença significativa na história de Abraão está nos versículos 7-8, quando Isaque pergunta onde
está o cordeiro para o sacrifício, e Abraão responde: “Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para
o holocausto.”
Abraão não esperava que Isaque fosse o sacrifício; em vez disso, ele expressava fé de que Deus proveria.
Quando Abraão se prepara para sacrificar Isaque, Deus o impede e provê um carneiro preso pelos chifres
em um arbusto. Esse carneiro—um cordeiro macho—simboliza o Cordeiro que Deus um dia proveria:
Jesus, o Cordeiro de Deus.
Em Hebreus 11:17-19, lemos: “Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava
mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas, a quem se
tinha dito: Em Isaque será chamada a tua descendência; porque considerou que Deus era poderoso
até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou.”
Abraão confiou na promessa de Deus, mesmo quando suas ações não faziam sentido do ponto de vista
humano. Ele acreditava que Deus poderia ressuscitar Isaque dos mortos, se necessário.
Abraão receber Isaque de volta prenuncia a ressurreição, assim como Deus Pai também receberia Seu
Filho de volta dos mortos. Esta história é um paralelo profético profundo, apontando para o sacrifício e a
ressurreição de Jesus como o cumprimento máximo do plano redentivo de Deus.
46
Somos apresentados aos filhos de Jacó, que formariam as doze tribos de Israel:
• Leia: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom e Diná (filha)
• Zilpa (serva de Leia): Gade, Aser
• Raquel: José, Benjamim
• Bila (serva de Raquel): Dã, Naftali
Esses doze filhos de Jacó tornam-se as doze tribos de Israel, embora, quando Jacó abençoa os filhos de
José, Efraim e Manassés, eles sejam incluídos como tribos (meias-tribos cada) no lugar de José
propriamente dito (Gênesis 48).
A bênção paternal, ou direito de primogenitura, nesses tempos, tinha um significado profético que Deus
frequentemente usava para avançar Seus planos para Israel. Tradicionalmente, a bênção caberia ao
primogênito, mas Deus, às vezes, escolhia trabalhar através de outra linhagem. Por exemplo, apesar do
engano de Jacó ao tomar a bênção de Esaú, Deus estabeleceu a linhagem de Jacó como aquela através
da qual viria a promessa do Messias.
Da mesma forma, em Gênesis 49, vemos que Rúben, o primogênito, perdeu seu direito devido ao seu
pecado com a concubina de seu pai (Gênesis 49:4). Simeão e Levi também foram preteridos por causa
de suas ações violentas ao vingarem sua irmã Diná (Gênesis 49:5-7). A bênção, então, recai sobre Judá,
o quarto filho, com uma declaração profética sobre o Messias.
Em Gênesis 49:8-12, a bênção de Jacó sobre Judá revela que a promessa viria por meio de sua linhagem.
No versículo 10, lemos: “O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de autoridade dentre os
seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos.”
Essa passagem prenuncia o futuro reinado de Jesus como Rei, estabelecendo a tribo de Judá como a
linhagem através da qual o Messias viria.
De forma semelhante, em Romanos 12:15, ele exorta: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai
com os que choram.”
47
Infelizmente, essa não foi a resposta dos irmãos de José. Seus corações se encheram de tanta inveja que
chegaram a considerar matar o próprio irmão. No entanto, Rúben, preocupado com as consequências,
persuadiu os irmãos a venderem José como escravo para uma caravana que seguia para o Egito.
A traição que José experimentou foi quase inimaginável—ser vendido como escravo por sua própria
família. Ainda assim, mesmo no Egito, Deus permaneceu com José, concedendo-lhe favor diante de
Faraó. Mas, quando tudo parecia estar melhorando, José foi falsamente acusado de um crime e punido,
apesar de sua inocência.
Isso deve ter sido extremamente desanimador, mas Deus continuou com José, mesmo na prisão. Mais
tarde, quando Faraó teve um sonho perturbador que não conseguia interpretar, Deus deu a José a
capacidade de interpretá-lo, revelando um plano que acabaria salvando o Egito e toda a família de Israel
de uma severa fome.
Eventualmente, os irmãos de José foram ao Egito em busca de alimento para sobreviver à fome. Em um
momento poderoso de reconciliação, José revelou sua identidade aos irmãos, trazendo sua família ao
Egito para preservar suas vidas.
Em Gênesis 45:5-8, José diz aos seus irmãos: “Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis
contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para a conservação da vida, Deus
me enviou adiante de vós. Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos
em que não haverá lavoura nem colheita. Deus me enviou adiante de vós para conservar vossa
sucessão na terra e para vos preservar a vida por um grande livramento. Assim, não fostes vós que
me enviastes para cá, e sim Deus.”
A resposta de José nos ensina uma lição profunda sobre perdão. Apesar de ter sido profundamente
injustiçado, ele confiou que Deus permitiu tudo aquilo por um propósito maior e não buscou vingança.
Paulo nos lembra em Romanos 8:28: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles
que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”
Assim como José, que possamos confiar nos propósitos de Deus em todas as circunstâncias, mesmo
quando não entendemos o quadro completo. Deus está sempre trabalhando para realizar Seu plano na
terra, para Sua glória e para o bem daqueles que O amam.
5. Aliança ~ 1921 a.C. (Gênesis 11:10-Gênesis 50) - A promessa de Deus a Abraão, Isaque e
Jacó, e o estabelecimento de Israel.
49
#6 – Cativeiro 1 (Êxodo 1-15:21)
~1680-1491 a.C.
Aos 40 anos, Moisés fugiu do Egito após matar um egípcio que estava espancando um escravo hebreu.
Após passar mais 40 anos no deserto, Deus ouviu os gritos de Seu povo e apareceu a Moisés em uma
sarça ardente, revelando-Se como “EU SOU O QUE SOU”, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e revelou Seu
nome pessoal, YHWH (Yavé/Jeová). Deus comissionou Moisés, aos 80 anos, para liderar os israelitas
para fora do Egito, em direção a uma terra que mana leite e mel. Para aliviar a relutância de Moisés, Deus
enviou Arão, irmão de Moisés, para falar em seu nome.
50
Por meio de dez pragas miraculosas, Deus forçou o faraó a deixar os israelitas partir. Durante a última
praga, a Páscoa, Deus enviou o anjo da morte por todo o Egito para matar o primogênito de cada casa.
Os israelitas foram instruídos a aplicar o sangue de um cordeiro macho, perfeito e sem defeito, nas
ombreiras e nos vergalhões das portas de suas casas. Quando o anjo da morte visse o sangue na
madeira, ele “passaria por cima” da casa, poupando seus habitantes do julgamento. Isso foi uma
imagem de como o sangue de Jesus, derramado na cruz de madeira, um dia salvaria o povo de Deus do
pecado e do julgamento, e os libertaria da escravidão espiritual. Após o faraó e os egípcios perderem
seus filhos primogênitos, resultando em grande lamento por toda a terra, o faraó finalmente permitiu que
os israelitas partissem. No entanto, Deus então julgou o Egito endurecendo o coração do faraó, levando-
o a perseguir os israelitas. Deus abriu o Mar Vermelho para os israelitas e o fechou sobre o exército
egípcio, marcando a libertação de Israel da escravidão. Isso cumpriu a promessa profética de Deus a
Abraão de que Israel passaria 400 anos como escravo em uma terra estrangeira antes de ser libertado e
trazido de volta à terra que Deus havia prometido a ele.
Você pode se lembrar de que Deus profetizou a Abraão que Israel suportaria 400 anos de opressão em
uma terra estrangeira, mas Ele os traria de volta quando o tempo fosse o certo. Deus informou a Abraão
que os habitantes da terra ainda não haviam preenchido a taça da Sua ira e que ainda não era o
momento para Seu julgamento sobre o povo de Canaã. Ele também previu que traria juízo sobre o Egito
por sua opressão (Gênesis 15:13-16).
É importante considerar as razões por trás do sofrimento de Israel no Egito. Embora muitas vezes não
entendamos os propósitos de Deus para as dificuldades que enfrentamos, vemos, como na história de
José, que Deus tem um plano maior, que inclui o sofrimento de Israel.
Enquanto estivermos nesta terra, sofreremos em nossas vidas devido ao nosso próprio pecado ou ao
pecado de outros. Seja alguém falando cruelmente conosco, ou um governo nos punindo injustamente
ou nos colocando em escravidão, é impossível viver entre pecadores e viver no paraíso.
Como discutimos anteriormente, a dor e o sofrimento servem como um lembrete de que precisamos de
redenção e recriação. Precisamos de outro (celestial) lugar para habitar, pois, enquanto permanecermos
51
nesta terra, sempre encontraremos que há quebrantamento. A criação precisa de redenção, pois a
criação está sob a maldição do pecado desde a queda do homem.
Além da maldição da própria criação, os seres criados também são fonte de sofrimento.
Primeiro, aqueles que não estão sob a influência do Espírito de Deus frequentemente perseguem
aqueles que vivem vidas piedosas. 2 Timóteo 3:12 afirma: "E, na verdade, todos os que querem viver
piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos." No entanto, em meio a tal quebrantamento,
somos incentivados a considerar nossas provações como alegria, pois o sofrimento produz
perseverança e obediência em nossas vidas (Tiago 1).
Em segundo lugar, até mesmo o povo de Deus, que tem o Seu Espírito, nem sempre vive como deveria.
Quando os piedosos caem em pecado, isso resulta em sofrimento em suas vidas. Nos é dito em
Hebreus 12:6: "Porque o Senhor corrige a quem ama, e açoita a todo o filho a quem recebe."
Nesta história, não é Israel quem está sendo disciplinado; ao contrário, eles estão sofrendo devido aos
pecados de outros. (Nota: embora isso não seja mencionado aqui no texto, mais adiante veremos que,
quando Israel estava em cativeiro, caiu em idolatria, adorando os deuses dos egípcios).
No entanto, vemos que a justiça de Deus, por fim, prevalecerá. Deus é paciente, mas Sua justiça não
será evitada por nenhum ser humano.
Números 14:18 afirma: "O Senhor é longânimo e grande em misericórdia, que perdoa a iniquidade e
a transgressão, e que de nenhum modo inocenta o culpado, visitando a iniquidade dos pais nos
filhos até a terceira e quarta geração."
Uma vez que o tempo se cumpra e outras nações esgotem os limites da misericórdia de Deus, Ele
estabelecerá disciplina sobre elas e levantará Israel. 1 Pedro 5:6 aconselha: "Humilhai-vos, portanto,
sob a poderosa mão de Deus, para que Ele, a seu tempo, vos exalte." Devemos lembrar que até o
próprio Jesus, o Criador dos céus e da terra, sofreu e morreu numa cruz. No entanto, através do Seu
sofrimento, Deus trouxe salvação para nós e, subsequentemente, O exaltou acima de todo nome.
Nos referimos a esta narrativa como "Cativeiro 1" porque não é a única instância de Israel sendo cativo
na terra de outra nação. No futuro, veremos Israel ser exilado de sua terra mais duas vezes, mas, em
cada uma dessas vezes, Deus se mantém fiel para preservar Israel e cumprir Sua promessa a Abraão.
Este período pode parecer longo, sugerindo que Deus havia esquecido Seu povo. Para os descendentes
de Abraão, que passaram gerações como escravos, a promessa de Deus a seu antepassado pode ter
parecido distante. No entanto, quando examinamos a história maior, vemos que Deus consistentemente
realiza Seus propósitos. Devemos confiar nesses maiores propósitos, sabendo que temos a promessa
final de salvação.
Considere o que lemos sobre Abraão no livro de Hebreus 11:9-10: "Pela fé, ele habitou na terra
prometida, como em terra alheia, morando em tendas, como Isaac e Jacó, herdeiros com ele da
mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e o
construtor é Deus." Assim como Abraão, nossa esperança final deve repousar em Deus mesmo e em
Seus planos e promessas eternas.
52
2. O Nome de Deus: O Grande EU SOU, Que é Incomparável
Na Bíblia, os nomes de Deus não são meramente rótulos, mas descrições poderosas de Seu caráter e
essência. Essa é uma razão pela qual Deus é chamado por muitos nomes ao longo das Escrituras – mais
de 100, cada um revelando algo único sobre quem Ele é!
Até agora, encontramos vários nomes de Deus. Em Gênesis 1:1, a palavra usada para Deus é Elohim
(plural). A forma singular, El, é frequentemente combinada com outras palavras para descrever os
diferentes atributos de Deus. Por exemplo, El Shaddai (Gênesis 17:1), que significa "Todo-Suficiente" ou
"Senhor Deus Todo-Poderoso". Em Gênesis 16:13, Agar chama Deus de El Roi, "o Deus que vê", após Ele
reconhecer sua aflição.
O nome "YHWH”, também pronunciado como Yavé ou Jeová, aparece pela primeira vez em Gênesis 2:4.
No entanto, é somente em Êxodo 3 que esse nome pessoal de Deus é revelado. (Lembre-se de que o
livro de Gênesis foi escrito mais tarde por Moisés.) Em Êxodo 3:7-15, Deus chama Moisés para falar
diante de Faraó, e Moisés pergunta a Deus o que ele deve dizer quando os egípcios questionarem sobre o
nome de Deus. Naquela época, os deuses falsos do Egito tinham nomes distintos e domínios próprios,
como guerra ou fertilidade. Em resposta, Deus declara: "EU SOU O QUE SOU."
Embora este nome possa não parecer responder à pergunta, ou até parecer misterioso, ele revela
verdades profundas sobre a natureza de Deus. Esse nome mostra que Deus não é como os deuses
limitados e finitos do Egito. Ele não deve explicações a ninguém, nem possui uma única característica
confinada. Em vez disso, Deus é autoexistente e autosuficiente, o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim.
Ele é imutável, inalterado pelas ações humanas, eterno e presente para livrar Israel da escravidão com
toda autoridade.
De "EU SOU O QUE SOU", Deus então dá a Moisés Seu nome pessoal: YHWH. Esse nome, derivado do
verbo hebraico para "ser" ou "existir", significa que o ser de Deus é Sua essência—Ele é o Sempre
Presente.
No Novo Testamento, Jesus se identificou com esse nome divino quando disse: "Antes que Abraão
existisse, EU SOU" (João 8:58). Seu público entendeu isso como uma afirmação de divindade, e o
acusaram de blasfêmia, chegando a buscar matá-Lo. Jesus, claro, não estava blasfemando, pois Ele era,
de fato, o Grande EU SOU.
Entre os nomes de Deus na Bíblia, aqui estão três dos mais significativos:
1. Elohim – Frequentemente traduzido como "Deus", esse nome fala sobre o poder e a supremacia
de Deus.
2. YHWH – Conforme revelado a Moisés em Êxodo 3, esse é o nome pessoal de Deus, usado
particularmente em Seu relacionamento de aliança com Seu povo. Na maioria das Bíblias em
inglês, YHWH aparece como "LORD" (Senhor) em letras maiúsculas. Sua pronúncia é incerta
porque não contém vogais. Muitos acreditam que a pronúncia se aproximaria de algo como uma
53
respiração. Para ser pronunciável, é frequentemente dado vocalismo e renderizado como Yavé.
No entanto, os judeus, temendo pronunciar incorretamente o nome e quebrar o 4º mandamento,
alteraram a pronúncia para Jeová como uma alternativa reverente.
3. Adonai – Este nome, que significa "Senhor" ou "Mestre", reconhece a autoridade e soberania de
Deus sobre tudo.
Há muitos outros nomes de Deus nas Escrituras, cada um revelando outros aspectos de Seu caráter.
Estudar esses nomes nos ajuda a aprofundar nossa compreensão do Único que adoramos. O
salmista nos lembra de que o nome de Deus é exaltado acima de tudo: Salmo 148:13 proclama:
"Louvem o nome do Senhor, pois só o Seu nome é exaltado; Sua majestade está acima da terra e
dos céus." Da mesma forma, Salmo 138:2 declara: "Eu me prostro para o Seu santo templo e dou
graças ao Seu nome pela Sua misericórdia e pela Sua fidelidade, pois tem exaltado acima de
tudo o Seu nome e a Sua palavra."
Em Êxodo 12, vemos algo notável. Deus instrui Israel a tomar medidas para se proteger da décima praga.
Ao contrário de muitas pragas anteriores—onde Israel, junto com suas colheitas e rebanhos, foi
poupado sem nenhuma ação de sua parte—desta vez, eles precisaram agir. Deus ordena que os
israelitas apliquem o sangue de um cordeiro nas ombreiras e nas vergas de suas casas. Esse cordeiro
deveria ser cuidadosamente escolhido: deveria ser sem defeito, macho de um ano (plenamente
maduro) e sem ossos quebrados. O sangue desse cordeiro proporcionaria a expiação para Israel,
fazendo com que o anjo da morte "passasse por cima" de suas casas.
Sem esse sangue, até mesmo Israel teria perdido seu primogênito. Por quê? Porque os israelitas, embora
fossem o povo escolhido de Deus, estavam com pecado assim como os egípcios. Se Deus fosse trazer
justiça à terra, eles também seriam igualmente merecedores do julgamento de Deus.
O profeta Ezequiel fornece uma visão sobre a idolatria de Israel, revelando que eles adoraram deuses
egípcios durante seu tempo no Egito (Ezequiel 20). Mesmo após sua libertação, eles desejavam voltar
ao Egito porque sentiam falta da comida de lá. Através da revelação divina da Páscoa, Deus deixou claro
que Seu povo, assim como todos os povos, necessitava de expiação para ser poupado de Seu
julgamento. Essa expiação, por fim, era uma prefiguração e profecia do sacrifício de Jesus Cristo.
Quando Jesus entrou em Jerusalém pela última vez, foi durante a época da Páscoa. Esse momento não
foi um acidente; Ele veio não para celebrar a Páscoa, mas para ser o Cordeiro da Páscoa. João Batista
declarou isso no início do ministério de Jesus, proclamando: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo!" (João 1:29).
54
Assim como o sangue durante a Páscoa foi aplicado nas ombreiras das portas (madeira), o sangue de
Jesus foi derramado na cruz de madeira durante a festa da Páscoa. Jesus era um homem plenamente
maduro, sem pecado ou defeito (1 Pedro 2:22), e Ele morreu sem nenhum osso ser quebrado (João
19:36). Notavelmente, os soldados quebraram as pernas dos outros criminosos crucificados com Jesus
para apressar a morte deles, já que não podiam mais se impulsionar para respirar. No entanto, ao verem
que Jesus já estava morto, perfuraram Seu lado, cumprindo a profecia de que nenhum de Seus ossos
seria quebrado.
Céticos às vezes afirmam que os Evangelhos se contradizem em relação ao dia da morte de Jesus.
Mateus, Marcos e Lucas afirmam que Jesus compartilhou uma ceia de Páscoa com Seus discípulos na
noite anterior à Sua crucificação (Mateus 26:17-19; Marcos 14:16; Lucas 22:14-16). No entanto, o
Evangelho de João parece sugerir que o dia em que Jesus morreu foi o dia da Páscoa.
Uma análise mais cuidadosa mostra que não há contradição alguma, apenas uma falha em
compreender todos os detalhes da celebração judaica e o que estava sendo referido pelos discípulos.
Em Êxodo 12, aprendemos que a Páscoa ocorre no 14º dia do mês de Nisã, com pão ázimo sendo
comido e todo fermento removido das casas. Números 28:16-25 explica que a Páscoa é seguida por
uma festa de sete dias de Pão Ázimo, começando no 15º. Esses dias passaram a ser conhecidos como
os Dias dos Pães Ázimos, e o 14º dia era conhecido como o "Dia da Preparação" para remover o
fermento das casas.
À luz disso, fica claro que os três Evangelhos Sinópticos registram a ceia de Páscoa que Jesus
compartilhou com Seus discípulos no início do 14º dia de Nisã, de acordo com a contagem judaica
(onde os dias começam ao anoitecer). No dia seguinte, durante o dia do 14º (quando o fermento foi
removido e começaram os preparativos para o sábado especial), Jesus foi crucificado, como descreve o
Evangelho de João (João 18-19).
55
julgamento chega, e essa pessoa pode estar tão espiritualmente cega que nem mesmo o julgamento a
leva ao arrependimento.
Um princípio orientador para interpretar as Escrituras é que cada versículo deve ser entendido em
conexão e harmonia com o restante da Bíblia. Isso muitas vezes requer uma compreensão ampla para
juntar todas as peças. Tiago 1:13-14 nos lembra que ninguém deve dizer que está sendo tentado por
Deus, pois Deus não tenta ninguém. Em vez disso, cada pessoa é tentada pelos seus próprios desejos.
Se o nosso pecado nos leva ao ponto em que Deus cega nossos olhos, é porque escolhemos não ver o
que Deus revelou claramente, então Ele retira Sua mão de graça, permitindo que permaneçamos cegos
conforme desejamos.
Além das passagens que dizem que Deus endureceu o coração de Faraó, também lemos que Faraó
endureceu seu próprio coração (Êxodo 7:13-14; 8:15; 8:32; 9:34). Portanto, não é que Deus tenha forçado
Faraó a agir contra sua própria vontade; Faraó continuou endurecendo seu coração pela sua própria
escolha. A palavra hebraica usada aqui para "endurecer" é a mesma palavra usada para o
endurecimento do cimento—se deixado sozinho, ele endurecerá por si mesmo. Paulo captura uma ideia
semelhante em Romanos 1:28 (veja também os versículos 24 e 26), onde lemos que aqueles que se
recusam a honrar a Deus são "entregues" a mentes depravadas.
Deus é paciente, desejando que todos venham ao arrependimento (Ezequiel 33:11; 1 Timóteo 2:4), mas
pode chegar o momento em que Ele deixa as pessoas seguirem a direção que escolheram e traz o
julgamento sobre elas. Na história de Sodoma e Gomorra, Deus diz a Ló que poupá-Lo-ia a cidade se
apenas dez justos pudessem ser encontrados lá. Isso demonstra a paciência e longanimidade de Deus.
2 Pedro 3:9 diz: "O Senhor não retarda a sua promessa, como alguns a têm por tardia, mas é longânimo
para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento."
No entanto, Deus finalmente destruiu Sodoma. Mesmo hoje, a região do Mar Morto, onde Sodoma uma
vez esteve, permanece infértil e a água imprópria para consumo. Chega um momento em que a janela
para o arrependimento se fecha, e o julgamento segue (Hebreus 6:6; Hebreus 12:17). Paulo nos lembra
em Gálatas 6:7: "Não vos enganeis: de Deus não se zomba, pois aquilo que o homem semear, isso
também seifará." A natureza justa e reta de Deus é glorificada não apenas por Sua misericórdia, mas
também por Sua justiça. Isso foi exatamente o que aconteceu com Faraó. Através do julgamento, Deus
demonstrou Seu poder contra Faraó, enquanto salvava Israel.
5. Aliança ~ 1921 a.C. (Gênesis 11:10-Gênesis 50) - A promessa de Deus a Abraão, Isaque e
Jacó, e o estabelecimento de Israel.
6. Cativeiro 1 ~ 1680-1491 a.C. (Êxodo 1-15:21) - O tempo de Israel como escravos no Egito, e
Deus levantando Moisés para libertá-los, enquanto ele opera 10 pragas diante de Faraó.
57
#7 - Comandos (Êxodo 15- Deuteronômio)
~ 1491 a.C.
Após Israel atravessar o Mar Vermelho e a celebração inicial acalmar, o povo começou a se queixar e a
falar contra Deus porque estavam com sede e fome. Apesar da incredulidade deles, Deus os sustentou
com água de uma rocha e maná do céu. Então, Deus chamou Moisés para subir ao Monte Sinai
enquanto o povo permanecia na base da montanha.
Exatamente 50 dias após a Páscoa, Deus desceu ao topo da montanha e deu a Moisés os Dez
mandamentos gravados em pedras. Deus também deu a Moisés instruções adicionais, incluindo mais
leis morais—alguns pessoais e outras civis—detalhando o que é certo e errado e como Seu povo deve
viver. Além disso, Deus deu a Moisés leis cerimoniais, um sistema de práticas religiosas que
representavam sua necessidade de santidade e perdão dos pecados. Essas leis cerimoniais deveriam
ser um tutor, orientando-os a antecipar a vinda de Cristo e compreender sua necessidade de redenção
58
do pecado.
Moisés também recebeu instruções para construir a Arca da Aliança, na qual a presença de Deus
residiria, e o tabernáculo (com seus móveis), onde seriam realizadas as cerimônias e sacrifícios que
Deus ordenou.
Após receber a Lei, Moisés desceu da montanha, com o rosto brilhando, apenas para descobrir que o
povo havia feito um bezerro de ouro. Em sua ira, ele quebrou as tábuas dos Dez Mandamentos e
convocou todos os que estavam do lado do Senhor a se juntarem a ele. Os filhos de Levi se levantaram e
vieram ao seu lado, e Moisés os ordenou a pegar suas espadas e executar o julgamento de Deus,
resultando na morte de 3.000 pessoas.
Apesar da rebeldia de Israel, Deus continuou a prover para eles de tal forma que até suas roupas e
calçados não se desgastaram. Ele os guiava por uma nuvem durante o dia e uma coluna de fogo à noite.
Mas, devido às suas contínuas reclamações e rebeldia, Deus jurou que eles não entrariam na Terra
Prometida. Deus então enviou serpentes venenosas entre eles, e quando o povo foi mordido, Ele instruiu
Moisés a fazer uma serpente de bronze em um poste. Todos que olhassem para ela seriam curados. Da
mesma forma, Jesus um dia seria feito pecado e levantado para que todos infectados pelo veneno da
serpente pudessem receber o remédio salvador para sua condição fatal.
No livro de Números, Moisés fez um censo do povo, mostrando que haviam se passado 40 anos e que a
primeira geração de israelitas havia perecido no deserto, surgindo uma nova geração.
Em Deuteronômio, Deus deu novamente Sua lei a Moisés, e Moisés comissionou a nova geração
enquanto se preparavam para entrar na Terra Prometida. No entanto, Moisés mesmo não entraria porque
havia ferido a rocha, que era uma representação de Cristo. Enquanto a Terra Prometida era um lugar
físico para os israelitas, ela também simbolizava as maiores promessas espirituais de Deus, incluindo a
vida eterna e a comunhão com Ele. Moisés morreu, e Deus mesmo o sepultou em um lugar
desconhecido por todos. Esse sepultamento misterioso e o relacionamento íntimo de Moisés com Deus
insinuam uma outra terra além da terra física de Israel. Mas para Israel, seria o novo líder, Josué—cujo
nome hebraico é Yehoshua—quem os levaria para a Terra Prometida. Isso representa a verdade de que
Yeshua (Jesus) seria aquele a nos levar para a verdadeira Terra Prometida, e não a Lei.
1. A Lei de Deus Foi Dada, Incluindo Tanto as Leis Morais Quanto as Cerimoniais
2. Os Dez Mandamentos Foram a Revelação Clara de Deus sobre o que é Certo e Errado
3. A Lei Trouxe o Conhecimento do Pecado, e o Pecado Leva à Morte
4. Reclamar é um Pecado Sério com Sérias Consequências
5. Moisés Levantou uma Serpente num Poste, Simbolizando como Jesus um Dia se Tornaria o
Pecado por Nós, Seria Levantado numa Cruz e Ofereceria Salvação àqueles que Olhassem
para Ele
59
6. Moisés é Considerado um “Antítipo” de Jesus, o que Significa que Sua Vida Profeticamente
Espelhou a Vida de Jesus, Indicando Jesus como um Libertador Semelhante, mas Maior
Entre os muitos comandos dados por Deus, podemos reconhecer duas categorias principais de leis. A
primeira categoria, que podemos chamar de "leis morais", inclui princípios sobre o que é certo e errado.
Essa categoria abrange leis que esclarecem a conduta moral. Essas leis são imutáveis porque o caráter
de Deus é imutável (Hebreus 13:8). Portanto, o que Deus condenou como errado naquela época — como
mentir, matar ou adulterar — continua sendo errado hoje, consistente com Sua natureza imutável.
A segunda categoria de leis dadas por Deus a Moisés foram as "leis cerimoniais", que regulavam a
adoração religiosa de Israel. Essas leis delineavam cerimônias e práticas que eram simbólicas e
destinadas a um período específico, apontando para o Messias, que, em última instância, cumpriria o
seu simbolismo.
As leis cerimoniais incluíam práticas como os sacrifícios de animais, que simbolizavam a necessidade
de expiação, e a pureza exterior, representando a pureza espiritual. Também havia cerimônias
comemorando eventos passados ou prefigurando eventos futuros. Quando Jesus chegou, Ele cumpriu
essas práticas cerimoniais. Hebreus 10 explica que Jesus ofereceu um único e perfeito sacrifício para
todos os tempos. Atos declara que todos os alimentos agora são limpos, e Colossenses 2:13 afirma que
não somos mais julgados com base em festas, sábados ou observâncias especiais. Essas leis
cerimoniais eram "uma sombra" das coisas que viriam (Hebreus 10), sendo Cristo o próprio substantivo
que cumpriu tudo o que elas representavam.
Assim, o Novo Testamento ensina que a lei (tanto a moral quanto a cerimonial) serviu como "um tutor"
para nos conduzir até Cristo (Gálatas 3:24). (Observação: essas duas categorias são divisões artificiais
dadas para ajudar em nosso entendimento.)
Uma última coisa a ser entendida é que Israel era uma teocracia, governada diretamente por Deus. Isso
significava que a liderança de Israel era responsável tanto pelas leis espirituais/cerimoniais quanto pelas
leis civis. Portanto, algumas leis morais serviam a um papel "civil" dentro da vida nacional de Israel,
exigindo aplicação coletiva, enquanto outras não. Por exemplo, os israelitas foram ordenados a não
cobiçar em seus corações, mas tal comando pessoal não poderia ter uma disciplina civil. Já o
assassinato, por outro lado, vinha com a sentença de pena de morte!
Em meio a todas essas distinções nas leis de Deus — seja "pessoal", "civil" ou "cerimonial" — Deus
revelou claramente ao Seu povo o que constitui pecado e como deveriam viver de maneira justa diante
d'Ele.
60
2. Os Dez Mandamentos Foram a Revelação Clara de Deus Sobre o Que é
Certo e Errado
Como discutimos, as leis morais são as leis eternas dadas por Deus. Podemos dizer que essas leis estão
resumidas nos Dez Mandamentos, os quais estão divididos em duas categorias:
Mandamentos #1–4 governam o nosso relacionamento com Deus, nosso Criador. Esses mandamentos
nos instruem a não ter outros deuses diante d'Ele, a não fazer nem adorar ídolos, a não usar o Seu nome
em vão e a santificar o sábado.
Mandamentos #5–10 abordam os nossos relacionamentos com os outros. Aqui, aprendemos a honrar
nossos pais e a nos abster de homicídio, adultério, roubo, mentira e cobiça.
Notavelmente, Jesus resumiu os Dez Mandamentos de uma maneira ainda mais concisa: "E ele lhe
disse: 'Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu
entendimento; este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás
o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.'"
(Mateus 22:37–40; também em Lucas 10 e Marcos 12)
Em Romanos 13, Paulo elabora que o cumprimento da lei é o amor, explicando: "O amor não faz mal ao
próximo; portanto, o amor é o cumprimento da lei." (Romanos 13:10).
De maneira similar, quando amamos a Deus com todo o nosso coração, não adoramos outros deuses
nem usamos o Seu nome em vão, mas O honramos e adoramos plenamente. Amar a Deus e ao próximo
engloba tudo o que Deus ordena. Esses mandamentos não são pesados (1 João 5:3); ao contrário, são
uma alegria. O Salmo 119, o capítulo mais longo da Bíblia, é uma bela homenagem à bondade e às
bênçãos da lei de Deus. Dedique um tempo para lê-lo e meditar sobre ele.
O Quarto Mandamento reforça esse ritmo divino introduzido em Gênesis 2. Antes mesmo de ser
formalmente dado como um mandamento, Deus reforçou o sábado durante a Páscoa em Êxodo 16. Mais
tarde, em Êxodo 31:13–15, Deus instruiu Israel a guardar o sábado ao longo de suas gerações, com
sérias consequências para quem o violasse.
No Novo Testamento, vemos que Jesus foi criticado por curar no sábado (Mateus 12), porque Ele
permitiu que Seus discípulos colhessem espigas, o que era considerado por alguns como violação da lei
sabática. Jesus respondeu apontando que os sacerdotes trabalham no sábado e são inocentes, e Ele
afirmou: "Porque o Filho do Homem é senhor do sábado." (Mateus 12:8). Ele esclareceu que era lícito
fazer o bem no sábado, como curar ou resgatar um animal preso.
61
À medida que o Evangelho se espalhou entre os gentios, não houve exigência explícita para que
observassem o sábado. Em vez disso, os primeiros crentes frequentemente se reuniam no primeiro dia
da semana — domingo, o dia da ressurreição de Cristo (Atos 20:7) — e separavam ofertas (1 Coríntios
16:2). Paulo nos diz em Colossenses 2:16, "Ninguém, pois, vos julgue por comida ou bebida, ou por
causa de festa, lua nova ou sábado."
Em Hebreus 3–4, o escritor explica que o descanso sabático de Deus era uma promessa que Israel
deveria ter recebido, mas não entrou devido à desobediência e à incredulidade (Hebreus 3:11). Hebreus
4 ensina que essa promessa de descanso permanece aberta hoje e é alcançada pela fé em Cristo. Esse
"descanso" foi estabelecido desde a fundação do mundo e aponta para o nosso descanso final em Deus.
Alguns crentes continuam a observar o sábado, vendo-o como um mandamento contínuo. Outros o
veem como cumprido em Cristo, com o princípio de descanso sendo honrado no domingo, o dia de Sua
ressurreição. Outros ainda acreditam que devem guardar o sábado da mesma forma que na Lei do
Antigo Testamento, apenas o dia agora deve ser transferido para o domingo, em vez de sábado (embora
não haja uma direção específica para fazer isso no Novo Testamento).
Embora não haja uma diretiva específica no Novo Testamento para mudar o dia de descanso, a maioria
dos cristãos escolhe observar o domingo como um dia de adoração e descanso, seja com base no
princípio e inferência bíblica, ou por acreditar que houve um novo mandamento silencioso substituindo
o quarto mandamento.
63
transbordaram. Pode ele também dar-nos pão ou prover carne para o seu povo?" 21 Pelo que,
ouvindo o Senhor, se indignou; um fogo se acendeu contra Jacó; e também a ira subiu contra Israel,
22 porque não creram em Deus, nem confiaram no seu poder de salvação.
Por causa do pecado do povo de reclamar, não lhes foi permitido entrar na terra prometida. Toda aquela
geração deveria passar os próximos 40 anos no deserto, até que todos os daquela geração morressem.
(Números 14:34)
O livro de Números faz um censo de todo o povo de Israel e, 40 anos depois, faz um segundo censo,
mostrando que todo o povo da primeira geração morreu no deserto. Somente a próxima geração foi
permitida por Deus a entrar na terra prometida.
Números 14:27-29: "Até quando essa má congregação vai murmurar contra mim? Eu ouvi as
murmurações dos filhos de Israel, com as quais murmuram contra mim. Dize-lhes: ‘Vivo eu, diz o
Senhor, que o que falastes aos meus ouvidos, isso farei a vós: os vossos cadáveres cairão neste
deserto...’"
Que isso seja uma lição para nós de que nunca experimentaremos a bênção de Deus e nunca viveremos
na vontade de Deus para as nossas vidas se reclamarmos contra Ele. Esta história do Antigo Testamento
é referenciada no Novo Testamento para nos exortar a não reclamar, para que também não incuramos
em juízo: “Não vos queixeis uns contra os outros, irmãos, para que não sejais julgados; eis que o juiz
está à porta.” (Tiago 5:9 - ARA)
"Não devemos pôr à prova a Cristo, como alguns deles fizeram e foram destruídos por serpentes;
nem murmureis, como também alguns deles murmuraramm e foram destruídos pelo destruidor." (1
Coríntios 10:9-10 - ARA)
Observe a severidade das palavras usadas contra os murmureadores nestas referências do Novo
Testamento: "Estes são murmuradores, insatisfeitos, seguindo as suas próprias concupiscências;
são arrogantes e jactanciosos, adulando as pessoas por interesse." (Judas 1:16 - ARA)
"Então desprezaram a terra aprazível, não crendo na sua palavra. Murmuraram nas suas tendas, e
não ouviram a voz do Senhor." (Salmo 106:24-25 - ARA)
Em contraste, nos é dito: "Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas, para que sejais
irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e
perversa, entre a qual resplandeceis como luzeiros no mundo." (Filipenses 2:14-15 - ARA)
Que essa seja a atitude que busquemos, e que também lembremos da severidade do pecado de
murmuração quando duvidamos das promessas de Deus.
64
Após discutir a gravidade do pecado da reclamação, uma história intrigante em Números 21:4-9 ilustra
vividamente suas consequências. Neste relato, os israelitas, mais uma vez, reclamam contra Deus. Em
resposta, Deus envia uma praga de serpentes venenosas para o acampamento deles, e muitos israelitas
são mordidos e morrem.
Percebendo seu erro, eles se arrependem e pedem a Moisés que interceda por eles. Quando Moisés ora,
Deus lhe dá a instrução de fazer uma serpente de bronze e levantá-la em um poste; qualquer um que
olhasse para ela com fé seria curado e viveria.
Esta história carrega um profundo simbolismo. Como você deve lembrar da história do Jardim do Éden,
Satanás se manifestou como uma serpente para enganar Adão e Eva, levando à queda da humanidade.
O pecado, muitas vezes representado pela serpente, traz morte, assim como o veneno de uma serpente.
Em 2 Coríntios 5:21, Paulo escreve: "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós;
para que nós fôssemos feitos justiça de Deus nele."
Aqui, vemos que Cristo se tornou a personificação do pecado em nosso lugar. Em Números, o ato de
Moisés levantar a serpente de bronze prefigurou Jesus assumindo nossos pecados, para que todos que
olhassem para Ele com fé fossem salvos.
Este conceito é poderosamente refletido por Jesus em João 3:14-16: "E, como Moisés levantou a
serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo aquele
que nele crer tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna."
Em nossas discussões anteriores, exploramos a história de Abraão e Isaque, bem como a história da
Páscoa — cada uma prefigurando o sacrifício supremo que Cristo faria. Mais uma vez, vemos na história
da serpente de bronze uma notável antecipação da obra redentora de Jesus.
Discutimos no ponto anterior a ideia da "maldição" para aqueles que quebram a lei e são dignos de
morte. Aqui, novamente, vemos essa "maldição" representada pelo efeito mortal do veneno.
Além disso, também vemos o conceito de "imputação". Assim como o povo deveria olhar para a
serpente — a representação do pecado — e viver, quando Jesus se tornou pecado, foi o nosso pecado
que foi imputado a Ele. Da mesma forma, Sua justiça pode ser imputada a nós quando olhamos para Ele
com fé. Ele assumiria a maldição do pecado para nos salvar.
65
Além da história da serpente de bronze, há muitos outros significativos presságios do Messias que
devemos reconhecer na vida de Moisés. Moisés é frequentemente visto como um tipo de Cristo para
Israel. Embora não fosse o Messias prometido, ele serviu como um “messias” em um sentido simbólico.
Moisés libertou Israel da escravidão, trouxe a lei de Deus e intercedeu em favor do povo—todos esses
atos seriam posteriormente repetidos e até superados por Jesus. Deus usou Moisés de maneiras que
paralelam a vida e missão de Cristo. Considere essas comparações notáveis:
• Herança e Começos: Tanto Jesus quanto Moisés nasceram hebreus. Enquanto Moisés foi colocado
em uma cesta, Jesus foi colocado em uma manjedoura—começos humildes para figuras tão centrais.
• Perigo na Infância: Quando bebês, ambos foram alvos de governantes que buscavam matar todos os
filhos do sexo masculino (Faraó para Moisés, Herodes para Jesus, Mateus 2:16). Jesus fugiu para o Egito
em busca de segurança e retornou a Israel para libertá-los e cumprir a profecia: “Do Egito chamei o meu
Filho” (Oséias 11:1). Moisés fugiu do Egito para o deserto e então voltou para lá a fim de libertar Israel do
Egito.
• 40 Dias no Deserto: Ambos passaram 40 dias jejuando em isolamento—Moisés no Monte Sinai e Jesus
no deserto antes de iniciar Seu ministério (Êxodo 34:28; Mateus 4:2).
• A Rocha e a Água Viva: Moisés feriu a rocha para fornecer água no deserto, simbolizando Cristo (1
Coríntios 10:4), a Rocha que oferece água viva. Jesus fez esta declaração durante a Festa dos
Tabernáculos, quando o povo celebrava a água da rocha ferida (João 7:37-39).
• Pão do Céu: Moisés providenciou o maná; Jesus declarou: “Eu sou o pão que desceu do céu” e
multiplicou milagrosamente alimentos para alimentar os famintos.
• A Luz do Mundo: Jesus proclamou-se como a “luz do mundo”, enquanto o povo celebrava a coluna de
fogo que guiou Israel no deserto (João 8:12).
• A Serpente de Bronze: Jesus fez referência a Moisés levantando a serpente de bronze como um
presságio de Seu próprio sacrifício: “E, como Moisés levantou a serpente… assim importa que o Filho do
Homem seja levantado” (João 3:14).
• Sinais Miraculosos: Moisés realizou sinais e maravilhas diante de Faraó, demonstrando o poder de
Deus. Jesus realizou milagres, transformando água em vinho, curando os doentes e até ressuscitando os
mortos, confirmando Sua autoridade divina. Ao realizar tais sinais miraculosos, Deus autenticou suas
mensagens para o povo, pois a unção sobre suas vidas não podia ser confundida.
• A Lei e o Monte: Moisés entregou a Lei no Monte Sinai; Jesus, no Sermão da Montanha, deu o
verdadeiro entendimento da Lei de Deus, resumida no amor a Deus e ao próximo (Êxodo 19; Mateus 5).
• As Alianças: Moisés estabeleceu uma aliança de obediência à Lei; Jesus inaugurou uma nova aliança
de graça, onde Seu sangue santifica os crentes e a lei de Deus é escrita em seus corações.
• Rejeição pelo Seu Próprio Povo: Ambos foram resistidos pelas próprias pessoas que buscavam
salvar. Israel murmurou contra Moisés e ameaçou apedrejá-lo; Jesus enfrentou rejeição e perseguição,
até tentativas de morte (Êxodo 17:4, Números 14:10; João 10:31-33, 11:8).
66
• Aceitação pelo Seu Próprio Povo: Apesar dessas perseguições, tanto Moisés quanto Jesus são
reconhecidos por alguns como escolhidos de Deus.
• Libertação e Liberdade: Moisés libertou Israel da escravidão física no Egito; Jesus trouxe libertação do
pecado e vitória sobre Satanás.
• Discípulos e Líderes: Moisés nomeou 70 anciãos para ajudar a governar Israel; Jesus enviou 70
discípulos para ministrar e espalhar Sua mensagem.
• Sacerdócio e Intercessão: Moisés estabeleceu o sacerdócio levítico para interceder pelo povo; Jesus,
o grande Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedeque (uma linhagem desconhecida), intercede
eternamente por nós, fazendo dos crentes um sacerdócio real (Hebreus 5:6). Curiosamente, a linhagem
de Maria, conforme registrada em Lucas, traça a linha levítica, também cumprindo o requisito para um
sumo sacerdote.
• A Arca e a Presença de Deus: Moisés construiu a Arca para que a presença de Deus habitasse entre
Seu povo; Jesus, “Emmanuel” (Deus conosco), trouxe a presença de Deus na carne e agora, por meio do
Espírito Santo.
• Transfiguração e Glória: Após encontrar-se com Deus, o rosto de Moisés resplandeceu com a glória
divina (Êxodo 34:29). Na Transfiguração, o rosto de Jesus também resplandeceu, refletindo a experiência
de Moisés (Mateus 17:2).
• Aparições Após a Morte: Ambos reapareceram após a morte. Moisés apareceu ao lado de Elias no
Monte da Transfiguração; Jesus apareceu aos Seus seguidores após Sua ressurreição (Mateus 17:3; João
20:14).
No Novo Testamento, Jesus não só paraleliza Moisés, mas o supera (João 1:17). Os judeus
reverenciavam Moisés como o grande legislador, o portador do “logos” de Deus, ou Palavra divina. Jesus
proclamou-se como o “Logos”, a Palavra feita carne, revelando a glória de Deus entre nós de uma forma
que até Moisés só poderia antecipar.
67
III. Versículos-Chave para Saber
Mateus 22:37-40 (ARA) - "E Jesus lhe respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de
toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo,
semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem
toda a Lei e os Profetas."
Deuteronômio 21:22-23 (ARA) - "Se alguém houver cometido pecado digno de morte e for morto, e o
pendurares num madeiro, o seu cadáver não permanecerá no madeiro durante a noite; mas certamente
o enterrarás no mesmo dia, porque o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus; assim, não
contaminarás a terra que o Senhor, teu Deus, te dá por herança."
Gálatas 3:13 (ARA) - "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso
lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)."
1 Pedro 2:24 (ARA) - "Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para
que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados."
João 3:14-16 (ARA) - "E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o
Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. Porque Deus amou o
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna."
2 Coríntios 5:21 (ARA) - "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele,
fôssemos feitos justiça de Deus."
Tiago 5:9 (ARA) - "Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados; eis que o juiz está
às portas."
1 Coríntios 10:9-10 (ARA) - "Não ponhamos o Senhor à prova, como alguns deles já fizeram e pereceram
pelas mordeduras das serpentes. Nem murmureis, como alguns deles murmuraram e foram destruídos
pelo exterminador."
68
Judas 1:16 (ARA) - "Estes são murmuradores, descontentes, andando segundo as suas paixões; a sua
boca vive propalando grandes arrogâncias, e são aduladores dos outros, por motivos interesseiros."
Salmos 106:24-25 (ARA) - "Também desprezaram a terra aprazível e não deram crédito à sua palavra.
Antes, murmuraram em suas tendas e não acudiram à voz do Senhor."
Filipenses 2:14-15 (ARA) - "Fazei tudo sem murmurações nem contendas, para que vos torneis
irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus, inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na
qual resplandeceis como luzeiros no mundo."
5. Aliança ~ 1921 a.C. (Gênesis 11:10-Gênesis 50) - A promessa de Deus a Abraão, Isaque e
Jacó, e o estabelecimento de Israel.
6. Cativeiro 1 ~ 1680-1491 a.C. (Êxodo 1-15:21) - O tempo de Israel como escravos no Egito, e
Deus levantando Moisés para libertá-los, enquanto ele opera 10 pragas diante de Faraó.
7. Comandos ~ 1491 a.C. (Êxodo 15:21 - Deuteronômio) - Deus dá a lei a Israel no deserto e os
sustenta, onde passam 40 anos por causa da desobediência.
69
#8 - Conquista (Josué 1-24)
~1531 a.C.
Josué seguiu fielmente tudo o que Deus ordenou, expulsando os habitantes da terra. No entanto, Israel
não conseguiu expulsar totalmente todos os habitantes, o que mais tarde se tornou uma armadilha para
eles. Apesar de todas as vitórias obtidas sob a liderança de Josué, e do fato de ele ter sido uma espécie
70
de Messias para Israel, estava claro que Josué não seria aquele a trazer uma vitória permanente e
duradoura.
Após a conquista da terra, ela foi dividida entre as doze tribos de Israel, exceto para a tribo de Levi. Os
levitas foram designados como sacerdotes, e Deus mesmo seria sua herança. Enquanto as outras tribos
receberam terras, um símbolo físico das promessas de Deus, os levitas receberam algo ainda maior—o
serviço direto e relacionamento com Deus. Aqui, novamente aprendemos que devemos buscar o
celestial sobre o terreno, e os santos do Novo Testamento devem ser um sacerdócio real separado para o
serviço de Deus.
A. O caminho de Israel, desde a saída do Egito, passando pelo recebimento da lei, o período no
deserto e a conquista da terra prometida.
71
B. A divisão da terra prometida entre as tribos de Israel. (Observe que a tribo de José foi dividida
em duas meias-tribos, baseadas em seus dois filhos, Efraim e Manassés.)
72
Wikipidea
Considere alguns dos principais temas no livro:
1. O Povo de Deus Não Deve Temer, mas Ser Corajoso, Confiando na Proteção do Senhor para
Seu Povo da Aliança
2. O Juízo de Deus sobre os Ímpios Habitantes da Terra e a Aparente Crueldade que Alguns
Encontram nos Planos e Propósitos de Deus
3. A Necessidade de Buscar ao Senhor para Guiar Seus Passos
4. A Aliança É uma Espada de Dois Gumes
5. Deus Dá ao Seu Povo uma Herança
Esse nome pessoal de aliança para Deus, YHWH (representado como "SENHOR" em maiúsculas), nos
lembra da presença e fidelidade constantes de Deus, reveladas pela primeira vez a Abraão. É por causa
desse Senhor que cumpre a aliança que os israelitas — e nós — temos motivo para não temer. Reflita
sobre como o Senhor libertou Israel do Egito, sustentou-o no deserto, deu-lhe Suas leis e, finalmente,
trouxe-o à terra prometida, garantindo vitória sobre seus inimigos. Esse Deus fiel, que nunca abandona
Seu povo, é o mesmo em quem somos chamados a confiar, independentemente do que enfrentemos.
Ao longo das Escrituras, Deus ordena repetidamente ao Seu povo que não tema. Ele diz a Abraão e Jacó
para confiarem Nele. Mais tarde, Deus dá a Moisés e Josué a mesma garantia. Esse encorajamento
continua através dos juízes e reis, tornando-se um tema central nos Salmos, onde lemos:
• "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás
comigo." (Salmos 23:4)
• "O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da
minha vida; a quem temerei?" (Salmos 27:1)
• "Em me vindo o temor, hei de confiar em ti. Em Deus, cuja palavra eu louvo, em Deus ponho a
minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer o mortal?" (Salmos 56:3-4)
Também vemos esse tema em Provérbios 29:25: "O receio do homem arma laços, mas o que confia no
Senhor está seguro."
Os profetas também foram exortados a não temer. Um versículo famoso, dado a Isaías para Israel, diz:
"Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e
te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel." (Isaías 41:10)
73
Quando chegamos ao Novo Testamento, Jesus também nos ensina a não nos preocuparmos com o hoje
ou o amanhã, pois não podemos controlar o que virá: Mateus 6:34 - "Portanto, não vos inquieteis com
o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal."
Em vez disso, somos chamados a temer a Deus, e não as pessoas: Mateus 10:28 - "Não temais os que
matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno
tanto a alma como o corpo."
Ao confortar Seus discípulos, Jesus diz: "Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize." (João
14:27)
Os apóstolos continuam esse tema em suas cartas. Paulo escreve em Romanos 8 que não recebemos
um espírito de medo, mas a confiança como filhos adotados de Deus. Ele então escreve essas palavras
incríveis de segurança: "Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos,
nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem
a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em
Cristo Jesus, nosso Senhor." (Romanos 8:38-39)
As Escrituras estão repletas de lembretes de que Deus é fiel ao Seu povo, encorajando-nos a confiar
Nele e a não temer o que a vida possa trazer, pois Ele está, em última análise, no controle. Nossa
confiança está em um Pai bom, que sabe como cuidar de Seus filhos. Isso nos dá uma paz que contrasta
com as ansiedades enfrentadas por aqueles que não conhecem o Senhor.
Primeiro, devemos nos perguntar: “Estamos realmente em posição de julgar a Deus?” Aqueles que
tentam avaliar a Palavra de Deus precisam pressupor a existência de um padrão moral objetivo
transcendente capaz de discernir o certo do errado. Ao colocarem-se como juízes sobre Deus e
rejeitarem as verdades divinamente reveladas nas Escrituras, negam a própria base para esse
julgamento.
Segundo, é essencial reconhecer que a linguagem usada em livros como Josué frequentemente contém
hipérboles. Por exemplo, depois que Moisés ordenou a Josué que destruísse todos os habitantes da terra
(Deuteronômio 7), ele também os instruiu a não se casarem com aquelas mesmas pessoas. O objetivo
do texto parece enfatizar que os inimigos deveriam ser derrotados e expulsos, em vez de completamente
exterminados.
No livro de Josué, somos informados de que Josué cumpriu tudo o que Moisés ordenou, mas também
vemos na história de Raabe que ela e toda a sua família foram poupadas durante a batalha. Eles se
74
tornaram parte de Israel, e Raabe é elogiada no Novo Testamento! Outros exemplos, como Rute, ilustram
como não israelitas podem tornar-se parte de Israel.
Terceiro, devemos reconhecer que Deus tem razões para Suas ações que talvez não compreendamos
completamente. Na história da Torre de Babel, Deus observou que o povo apenas começava a exibir as
intenções malignas de seus corações. Da mesma forma, no relato de Faraó, vemos Deus endurecendo o
coração dele. Em Josué, lemos que Deus endureceu os corações de alguns reis para enfrentarem Josué
(Josué 11:20). Embora esses reis tenham ouvido sobre os grandes feitos de Deus, o orgulho deles os
levou a se opor a Josué. Em contraste, somente os gibeonitas buscaram misericórdia e foram poupados,
mesmo agindo com engano.
Se aqueles destruídos por Josué estavam cientes dos milagres de Deus, mas não se humilharam —
assim como Faraó —, podemos inferir que eram merecedores do juízo. Deus havia informado
anteriormente a Abraão que os habitantes da terra ainda não estavam prontos para o julgamento,
dizendo: "Porque a medida da iniquidade dos amorreus ainda não se encheu." (Gênesis 15:16).
Esse foi um dos motivos pelos quais Israel esperou 400 anos no Egito.
Quarto, como Criador da vida, Deus tem autoridade para tirar a vida a qualquer momento e por qualquer
motivo. Isso o distingue da humanidade. Há um ditado antigo: "Mate todos e deixe Deus separá-los." Para
os humanos, matar indiscriminadamente é assassinato, pois não temos o direito de tomar tais decisões.
No entanto, Deus, como Criador, é justo em Seus juízos e plenamente capaz de receber todas as almas
de volta para Si, julgando-as imparcialmente. Podemos confiar que até mesmo a morte de uma criança
está sob o cuidado justo de Deus.
Uma última observação. Muitas pessoas reclamam que Deus não intervém para parar o mal.
Ironicamente, quando Ele julga o mal, acusam-No de ser injusto. Essa contradição reflete um mal-
entendido sobre quem é o Deus da Bíblia e sobre a natureza de Suas ações.
É intrigante notar que o juramento de Josué aos gibeonitas ocorreu porque ele foi enganado. A razão
principal dada no texto é que tomaram decisões sem consultar a Deus. Como lemos em Josué 9:14:
“Então os homens tomaram da provisão deles e não pediram conselho ao SENHOR.”
Às vezes, podemos nos sentir confiantes em nosso próprio entendimento e agir sem buscar a direção de
Deus. Josué havia experimentado as bênçãos de Deus em todos os seus empreendimentos, o que pode
75
tê-lo levado a se acomodar. Independentemente do motivo, vemos que ele falhou em buscar o SENHOR
nesse momento crucial.
Em Números 27:18-21, Josué recebeu instruções específicas para consultar o sacerdote a fim de buscar
a palavra do SENHOR em todas as questões (veja também Êxodo 28:30). Além disso, havia instruções
explícitas para o povo em relação a tratados com os habitantes de Canaã (Êxodo 23:32, Êxodo 34:12,
Números 33:55, Deuteronômio 7:2).
Embora não possamos saber com certeza se ele teria permissão para fazer aquele tratado caso tivesse
buscado o SENHOR, podemos afirmar conclusivamente que ele foi negligente ao deixar de buscar a
orientação de Deus em um assunto significativo, que ele pode ter presumido ser trivial.
Curiosamente, em 2 Samuel 21, vemos que Saul atacou os gibeonitas, levando Israel a enfrentar uma
fome como resultado do fracasso em honrar o tratado. É importante reconhecer que, mesmo que você
não aprove um acordo que tenha feito, é crucial honrar sua palavra. Você não está isento de seu
juramento, mesmo que tenha sido imprudente ao assumi-lo.
Que isso nos sirva de lição para sempre atender às conhecidas palavras de Provérbios 3:5-6:
“Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.
Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.”
14 Agora, pois, temei ao SENHOR, e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses
aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao SENHOR.
15 Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a
quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus, em cuja
terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.
É possível sentir a intensidade do apelo de Josué para que o povo siga a aliança. De forma semelhante,
Moisés exortou o povo antes de sua morte (Deuteronômio 6), enfatizando a necessidade de ensinar
diligentemente seus filhos, para que não esquecessem o SENHOR e abandonassem seus
mandamentos. A quebra da aliança certamente traria juízo e a perda da terra.
Um aspecto importante a ser compreendido sobre a aliança é que ela é uma espada de dois gumes. No
capítulo 24, depois que Josué exorta o povo, eles afirmam que seguirão a aliança. Josué lhes diz que
suas próprias palavras serão testemunhas contra eles, caso quebrem a aliança (verso 22). Ele os adverte
no verso 19: “Não podereis servir ao SENHOR, porquanto é Deus santo.” Embora guardar os
mandamentos de Deus leve à bênção, quebrar a aliança resultará em um julgamento igualmente severo,
pois a quem muito é dado, muito será exigido. Sendo pecadores propensos a violar a aliança de Deus,
precisarão constantemente se arrepender e clamar pela graça divina.
76
Veremos esse ciclo repetido várias vezes na próxima seção, no livro de Juízes. No final, Deus terá que
estabelecer uma Nova Aliança, escrevendo suas leis diretamente nos corações dos homens, por meio
do Espírito Santo.
Nos relatos #12, #17 e #19, veremos os efeitos da quebra da aliança, retornando à ideia apresentada em
Levítico 26, lida anteriormente no relato #7. Reflita novamente sobre as consequências de quebrar a
aliança com Deus em Levítico 26:14-45 (ARA):
(O texto continua detalhando o julgamento e termina com a promessa de misericórdia de Deus, mesmo
após repetida rebelião.)
O que é impressionante é que, apesar da rebelião repetida e das consequências devastadoras descritas,
isso não será o fim para Israel. Deus será misericordioso novamente por causa de Suas promessas aos
pais:
A terra de Israel é uma bênção e uma promessa que continuará desempenhando um papel na História
da Redenção até o fim dos tempos. Compreenderemos mais sobre o impacto das palavras de Moisés
em Levítico 26 e a verdade profética do que Josué disse sobre a incapacidade do povo de cumprir essa
aliança. Será necessário, no final, uma Nova Aliança para trazer a salvação permanente a Israel.
77
Vale notar que, quando Deus fez uma aliança com Abraão, ele foi prometido uma terra. Essa terra seria
abundante, daí a expressão “mana leite e mel.” Em Josué 24:13, lemos:
“Dei-vos a terra em que não trabalhastes, e cidades que não edificastes, e habitais nelas; comeis
das vinhas e dos olivais que não plantastes.”
Observe a correlação com o que Deus fez por Adão e Eva no início.
Às vezes, somos tentados a acreditar que os ímpios vencerão aqui na terra e que nossa herança é
estritamente celestial. No entanto, as Escrituras ensinam o contrário. Salmos 37:28-29 (veja também
Isaías 60:21):
“Porque o SENHOR ama a justiça e não desampara os seus santos; eles serão preservados para
sempre, mas a descendência dos ímpios será exterminada. Os justos herdarão a terra e nela
habitarão para sempre.”
Neste capítulo, também aprendemos que o povo de Deus viverá em paz. Embora haja momentos em que
os ímpios prosperem, sua temporada será curta, pois o Governador dos reis da terra os governará com
vara de ferro (Salmos 2) e eles serão “exterminados,” como acabamos de ler.
De maneira semelhante, Jesus nos ensinou em seu Sermão do Monte que os mansos herdarão a terra.
Mateus 5:5 declara: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.”
Essa verdade é a razão pela qual não devemos nos inquietar quando os malfeitores prosperam, pois, no
fim, eles deixarão para trás a riqueza que acumularam, e ela será destinada a outros. No tempo perfeito
de Deus, isso se tornará uma herança para o Seu povo. Seu povo só perderá a terra quando abandonar
Seus mandamentos. Mas a obediência traria estabilidade à terra.
Provérbios 10:30: “O justo nunca será abalado, mas os ímpios não habitarão a terra.”
Embora uma herança terrena seja algo bom pelo qual devemos lutar (Provérbios 13:22), há uma herança
ainda maior a que devemos aspirar do que apenas o que é terreno. O próprio Abraão nunca chegou a ser
o dono de toda a terra que lhe foi prometida. O escritor de Hebreus diz em Hebreus 11:10: “Porque
aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador.”
Na nossa leitura, vimos que a terra foi dividida entre as 12 tribos de Israel, com a exceção de que a tribo
de Levi não recebeu uma herança de terra. Josué 13:33 nos disse que a razão para isso foi porque “o
próprio Deus era a herança deles.”
Da mesma forma, devemos buscar, em primeiro lugar, a maior herança, que é o próprio Deus.
Procuramos obediência e uma longa vida na terra que Ele nos deu, mas, se nunca alcançarmos essa
terra aqui na terra, sabemos que ainda assim não estaremos carentes de herança, pois a maior herança
é aquela que está reservada nos céus, onde a traça e a ferrugem não podem destruir (Mateus 6:19).
78
III. Versículos-Chave para Saber
Josué 1:9 (ARA) - "Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o
SENHOR, teu Deus, é contigo por onde quer que andares."
Josué 9:14 (ARA) - "Então, os homens de Israel tomaram da provisão deles e não pediram conselho ao
SENHOR."
Provérbios 3:5-6 (ARA) - "Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio
entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas."
Josué 24:14-15 (ARA) - "Agora, pois, temei ao SENHOR e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai
fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao SENHOR. Porém,
se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram
vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; eu e a
minha casa serviremos ao SENHOR."
Salmos 37:28-29 (ARA) - "Porque o SENHOR ama a justiça e não desampara os seus santos; eles serão
preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios será exterminada. Os justos herdarão a terra
e nela habitarão para sempre."
Isaías 60:21 (ARA) - "O teu povo será todo de justos, para sempre herdarão a terra; serão renovos que
plantei, obra das minhas mãos, para que eu seja glorificado."
Mateus 5:5 (ARA) - "Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra."
Provérbios 10:30 (ARA) - "O justo nunca será abalado, mas os ímpios não habitarão a terra."
Hebreus 11:10 (ARA) - "Porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e
edificador."
5. Aliança ~ 1921 a.C. (Gênesis 11:10-Gênesis 50) - A promessa de Deus a Abraão, Isaque e
Jacó, e o estabelecimento de Israel.
6. Cativeiro 1 ~ 1680-1491 a.C. (Êxodo 1-15:21) - O tempo de Israel como escravos no Egito, e
Deus levantando Moisés para libertá-los, enquanto ele opera 10 pragas diante de Faraó.
79
7. Comandos ~ 1491 a.C. (Êxodo 15:21 - Deuteronômio) - Deus dá a lei a Israel no deserto e os
sustenta, onde passam 40 anos por causa da desobediência.
8. Conquista ~ 1531 a.C. (Josué) – Josué lidera Israel para conquistar e dividir a terra
prometida.
80
#9 – Conciliadores (Juízes 1 – 1 Samuel 7)
~1400-1095 a.C.
Durante os primeiros 500 anos na Terra Prometida, Israel foi estabelecido como uma teocracia, onde
Deus mesmo deveria governar a nação através das leis dadas a Moisés no Monte Sinai. Apesar dessa
orientação divina, o povo repetidamente violava as leis de Deus e caía em idolatria, adotando as práticas
pagãs dos cananeus que haviam falhado em expulsar completamente. Consequentemente, Deus
permitiu que essas nações vizinhas oprimissem Israel, levando o povo a clamar a Ele em
arrependimento. Em resposta, Deus levantava um juiz—um libertador—para resgatá-los, trazendo um
81
período de paz. No entanto, uma vez que o juiz morria, Israel voltava à idolatria e agia de acordo com
seus próprios desejos. Esse ciclo de pecado, opressão, arrependimento e libertação se repetia
continuamente.
Os juízes mais notáveis durante esse período foram Gideão, Débora, Sansão e o último juiz, Samuel.
Esses juízes cumpriram papéis não apenas legais, mas também proféticos e militares como
instrumentos de libertação de Deus. Embora atuassem como mediadores entre Deus e Seu povo, sua
liderança forneceu apenas alívio temporário e não ofereceu uma solução duradoura para os problemas
espirituais e morais recorrentes da nação. Foi durante este período que uma viúva gentia chamada Rute
se apegou à sua sogra Noemi após a morte prematura de seu jovem marido judeu. Ela insistiu em
permanecer com Noemi e adotar a fé judaica, integrando-se ao povo judeu e casando-se com seu
parente redentor Boas. O filho deles, Obede, gerou Jessé, e Jessé gerou Davi, o futuro rei de Israel.
1. O Ciclo dos Juízes: Israel Peca contra Deus, e Deus Permite que Seus Inimigos os Oprimam.
Quando Eles se Arrependem e Clamam ao Senhor, Ele Levanta um Juiz para Salvá-los. Mas,
Logo Depois, Eles se Afastam Novamente e Repetem o Mesmo Ciclo
2. Na História de Gideão, Vemos como Deus Chama e Usa os Fracos para que Ele Manifeste o
Seu Poder Através Deles
3. Na História de Sansão, Aprendemos que Deus Também Concede Diversas Forças e Dons
para Cumprir Seus Propósitos, e o Pecado nos Impede de Andar Plenamente nesses Bons
Propósitos
4. Na História de Rute, Vemos o Cuidado de Deus pelos Pobres, em um Sistema Voluntário no
qual Ele é Glorificado
5. Na História de Eli, Vemos a Tragédia de não Corrigir os Filhos e Permitir que Cometam o que
é Pecaminoso
82
O pecado frequentemente tem esse efeito. Os prazeres que nos afastam de Deus são muitas vezes as
mesmas coisas que trazem dor às nossas vidas. Essa dor é a disciplina de Deus, projetada para nos levar
ao arrependimento.
Ao lermos Juízes, notamos como Israel repetidamente cai no mesmo ciclo de erros. Cada vez, Deus
permitia a opressão como forma de disciplina. Após um período de sofrimento, Israel clamava por ajuda,
e, em Sua misericórdia, Deus levantava juízes para libertá-los de seus opressores. No entanto, após um
breve período de descanso, Israel voltava ao mesmo padrão de desobediência.
Essa natureza pecaminosa é algo com que também lutamos hoje. Provérbios 26:11 adverte: "Como o
cão que torna ao seu vômito, assim é o insensato que repete a sua estultícia." Aqueles que são filhos
de Deus devem aceitar Sua disciplina e se afastar do pecado. A disciplina de Deus é um sinal de Seu
amor por nós.
Hebreus 12:5-11 nos lembra: "E estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre
convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por
ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para
disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?
Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não
filhos. Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os
respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai dos espíritos e, então,
viveremos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo o melhor lhes parecia; Deus, porém,
nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade. Toda
disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois,
entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça."
2. A História de Gideão
Em Juízes 6–8, lemos uma incrível história sobre o chamado de Gideão para livrar Israel do exército de
135.000 midianitas. Nesta história, destacam-se várias ironias:
Primeiro, quando Deus chama Gideão de "homem valente", ele está, na verdade, escondendo sua
colheita dos midianitas, temeroso e incerto. Apesar de ter testemunhado o poder sobrenatural de Deus
— quando o Anjo do Senhor desapareceu em meio às chamas —, Gideão continua com medo e
hesitante. Ele pede repetidamente sinais a Deus, usando uma lã de carneiro para confirmar que
realmente foi chamado. Mesmo em meio às suas dúvidas e medos, Deus continua chamando-o de
"homem valente" e trabalha em sua vida para lhe dar a coragem necessária para cumprir sua missão.
Outra ironia é que a primeira tarefa de Gideão não é enfrentar os midianitas, mas tomar uma posição
contra sua própria comunidade e sua casa. Ele é ordenado a derrubar o altar de Baal de seu pai — uma
tarefa tão intimidante que ele a realiza à noite para não ser visto. Antes que Gideão possa confrontar os
inimigos externos, ele deve lidar com os “inimigos” dentro de sua própria casa. Ele precisa purificar sua
família da idolatria antes de estar pronto para servir ao propósito maior de Deus.
A ironia final é que, após encorajar Gideão e responder pacientemente a seus pedidos de sinais, Deus o
obriga a confiar completamente em Seus termos. Quando 32.000 israelitas se reúnem para lutar, Deus
83
declara que este número é “grande demais”. Apesar de parecer o mínimo contra um exército de 135.000,
Deus deseja demonstrar Seu poder, e não a força humana. Ele reduz o exército de Gideão a apenas 300
homens. Mesmo assim, esses 300 não são chamados para um combate típico; eles quebram jarros e
gritam, enquanto Deus envia os midianitas à confusão, garantindo a vitória através de intervenção divina
e não por meio da força humana.
Em nossas vidas, podemos nos encorajar ao saber que, quando Deus nos chama, Ele também nos
capacita. Ao aprendermos a segui-Lo e confiar em Seu poder, é Ele quem vai à frente, lutando nossas
batalhas e nos garantindo a vitória. Assim como Deus disse a Josué, "Vocês só precisam estar quietos,"
devemos aprender a esperar no Senhor e confiar n’Ele para alcançar a vitória.
O Anjo do Senhor
Quando a expressão "o Anjo do Senhor" aparece no Antigo Testamento, muitas vezes é entendida como
uma manifestação do próprio Deus — algo que os teólogos chamam de "teofania". Mais
especificamente, muitos interpretam essas aparições como "cristofanias", ou manifestações de Jesus
no Antigo Testamento. Para suas reflexões e discussões, considere pesquisar sobre “O Anjo do Senhor”
para obter uma compreensão mais profunda desse conceito.
3. A História de Sansão
Se há algum juiz na Bíblia que pode levar os leitores a pensar: “Esse juiz era realmente diferente,”
provavelmente é Sansão. A história de Sansão apresenta um contraste marcante com a de Gideão.
Poucas pessoas foram dotadas de tantos dons e vantagens como Sansão. Ele era uma criança de
promessa, consagrada ao Senhor desde o nascimento, dedicada sob o voto de nazireu. (Isso é bem
diferente de Gideão, cujo pai era adorador de ídolos, com um altar a Baal.)
O voto de nazireu de Sansão incluía proibições contra tocar em qualquer coisa morta ou impura, cortar o
cabelo ou beber álcool. No entanto, a natureza impulsiva de Sansão frequentemente o levava a quebrar
esses compromissos. Por exemplo, ele não hesitou em tocar a carcaça de um leão para pegar mel,
movido pelo desejo imediato. Não apenas desconsiderou o voto, mas também demonstrou arrogância
ao criar uma charada sobre o incidente para tentar ganhar trinta roupas finas.
Embora seus pais o incentivassem a se casar dentro de Israel, ele insistiu em tomar uma esposa filistéia.
Quando finalmente se casou, ela o traiu, revelando a resposta de sua charada ao seu povo.
Curiosamente, Deus usou até esses tropeços para trazer juízo sobre os filisteus.
Pode-se pensar que Sansão teria aprendido com essa experiência, mas logo ele buscou outra mulher
filistéia — Dalila. Assim como antes, sua paixão foi por alguém mais leal aos filisteus do que a ele.
Apesar das traições óbvias, ele continuou confiando nela, chegando a revelar o segredo de sua força.
Quando Dalila cortou seu cabelo, ele perdeu a força sobrenatural que Deus lhe havia dado. Mesmo
depois de revelar a fonte de seu poder, Sansão ainda esperava se levantar e derrotar seus inimigos, sem
perceber que a bênção de Deus finalmente o havia deixado. A complacência e o excesso de confiança
em suas habilidades o levaram a acreditar que poderia viver como quisesse sem consequências. Mas,
dessa vez, ele perdeu o dom da força que Deus havia confiado a ele.
84
Mesmo assim, Deus usou Sansão uma última vez para trazer juízo sobre os filisteus, embora a um grande
custo para o próprio Sansão. Cego e humilhado, ele foi levado a um ponto de humildade. Quando
clamou ao Senhor em arrependimento, Deus lhe concedeu uma última vitória em sua morte. Só
podemos imaginar o que poderia ter sido se Sansão tivesse caminhado fielmente em sua vocação. Suas
escolhas trouxeram dificuldades desnecessárias para sua vida, mas, apesar de suas falhas, é
encorajador ver que Deus ainda ouviu sua oração no final.
4. A História de Rute
A história de Rute é essencial para a linhagem de Israel, pois é através de Rute, uma moabita e
estrangeira, que a casa de Davi é estabelecida — uma linhagem real que durará para sempre,
culminando no nascimento do Rei eterno, Jesus. Suas famosas palavras a Noemi são não apenas um
testemunho de sua lealdade como amiga, mas também evidência de sua genuína conversão à fé no
único Deus verdadeiro:
"Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que fores, irei eu, e, onde
quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer
que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada. Faça-me o Senhor o que bem lhe aprouver, se outra
coisa que não seja a morte me separar de ti." (Rute 1:16-17, ARA)
Por causa de seu compromisso, Deus abençoa Rute e a usa para um grande propósito em Seu plano
redentor. Outro aspecto belo dessa história é a forma como Deus cuida de Rute e Noemi em sua
pobreza, por meio de um sistema voluntário de assistência social ordenado na Lei de Moisés. Em
Levítico 19:9-10, lemos: "Quando fizerdes a colheita da vossa terra, não colhereis totalmente o canto
do vosso campo, nem colherás as espigas caídas da tua sega. Semelhantemente, não rebuscarás a
tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás para o pobre e para o
estrangeiro. Eu sou o Senhor, vosso Deus." (Veja também Levítico 23:22, ARA).
Em Rute 2:2-7, vemos que, embora essa prática fosse ordenada por Moisés, Rute ainda precisava da
permissão do dono da terra para respigar. Boaz, como proprietário, tinha o direito de proteger sua
propriedade (reforçado pelo mandamento “Não furtarás”), mas também foi chamado a permitir
generosamente que sua terra fosse usada para ajudar os necessitados. Esse sistema exigia esforço por
parte do beneficiário, já que respigar envolvia trabalho. Da mesma forma, os proprietários de terras
deviam permitir que os pobres usassem suas terras no sétimo ano, quando os campos eram deixados
em repouso.
Esse arranjo era diferente de redistribuições impostas pelo governo, pois Deus não usava a força, mas
responsabilizava as pessoas individualmente. Provérbios 28:27 declara: "O que dá ao pobre não terá
falta, mas o que dele esconde os olhos será cumulado de maldições."
O mais belo sobre essa doação voluntária era que ela era feita em nome do Senhor. Deus foi glorificado
pela obediência de Boaz, que abençoou Rute em nome do Senhor ao permitir que ela respigasse. Nossa
doação também deve apontar para Deus e não para nós mesmos. Por isso, Jesus adverte em Mateus 6:1-
85
4 que nossa generosidade não deve buscar reconhecimento humano, mas a aprovação de Deus (veja
também Mateus 19:21 e Lucas 14:13-14).
Devemos olhar para Deus como nosso provedor supremo, não para o homem. Como diz 1 Crônicas
29:11-12: "Teu, Senhor, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo
quanto há nos céus e na terra; teu, Senhor, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos.
Riquezas e glória vêm de ti, tu dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder; contigo está o
engrandecer e a tudo dar força."
A preocupação de Boaz com a proteção de Rute também se destaca. Naquela época, uma pessoa pobre
que respigava podia ser vulnerável a exploração. Boaz reconheceu essa vulnerabilidade e tomou
medidas para protegê-la, mostrando o valor de salvaguardar os indefesos. A lei enfatiza similarmente a
justiça para os mais vulneráveis.
O Salmo 72:2,4 diz: "Julgue ele com justiça os teus povos e os teus pobres, com eqüidade... Resgate
os que necessitam, aos filhos do necessitado e esmague ao opressor."
Assim como hoje, um sistema moral de ajuda aos necessitados deve ser voluntário e feito em nome do
Senhor. Tomar de uma pessoa para dar a outra não se torna justo apenas porque é feito pelo governo.
Quando as autoridades assumem o papel de “Robin Hood,” correm o risco de se colocarem na posição
de Deus como provedor. A verdadeira caridade está enraizada no amor e na obediência a Deus, não na
compulsão.
5. A História de Eli
A história de Eli e seus filhos é uma das narrativas mais trágicas da Bíblia sobre a falha na
paternidade. As Escrituras descrevem Hofni e Finéias como “homens ímpios” que “não conheciam
o SENHOR” (1 Samuel 2:12). Embora Eli desaprovasse o comportamento pecaminoso deles, ele
falhou em discipliná-los de forma adequada (1 Samuel 3:13). Ao permitir que suas ações blasfemas
continuassem, Eli foi visto como alguém que “honrava a seus filhos mais do que ao SENHOR” e
que “desprezava” o culto santo a Deus (1 Samuel 2:29).
Eli advertiu seus filhos que, se pecassem contra Deus, ninguém poderia interceder por eles.
Tragicamente, suas palavras se mostraram verdadeiras. Um profeta declarou que os pecados deles
permaneceriam sem perdão e que o castigo recairia sobre a família de Eli por gerações. Este relato
serve como um lembrete sóbrio de que nossas falhas como pais podem ter consequências
multigeracionais — e até eternas. Eli aceitou o julgamento de Deus, mas ficou mais devastado pela
perda da arca do que pela morte de seus filhos corruptos.
Provérbios 19:18 ensina: "Castiga o teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a
ponto de matá-lo."
86
É crucial instruir nossos filhos a “conhecerem” pessoalmente o Senhor desde a juventude, como fez
o jovem Samuel, pois os corações podem endurecer com o tempo. Provérbios 22:6 também
aconselha: "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se
desviará dele."
Deixar de disciplinar não é apenas negligência, mas também uma forma de causar dano. Provérbios
13:24 adverte: "O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina ."
A disciplina é essencial, pois tem o poder de “livrar a alma do inferno” (Provérbios 19:18).
Ironicamente, até Samuel, que testemunhou a queda da família de Eli, também teve filhos que não
seguiram o Senhor. Nas Escrituras, vemos líderes piedosos — especialmente reis — cujos filhos
falharam em andar em seus caminhos. Isso destaca a realidade de que ninguém está isento da
responsabilidade de guiar os corações de seus filhos para Deus.
No Novo Testamento, Deus estabelece esse requisito para todos aqueles que buscam liderança na
igreja. Paulo diz em Tito 1:6 que um presbítero deve ter a seguinte característica: "Alguém que seja
irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não sejam acusados de
dissolução nem insubordinados."
Como sacerdote, Eli era chamado a um padrão ainda mais elevado. Sua falha como líder espiritual
levou à profecia de um futuro sacerdote que nunca falharia: "Suscitarei para mim um sacerdote
fiel, que procederá segundo o que tenho no coração e na mente. Edificar-lhe-ei uma casa
estável, e ele andará diante do meu ungido para sempre. E todo aquele que restar da tua casa
virá a inclinar-se diante dele, por uma moeda de prata ou um bocado de pão, e dirá: Rogo-te que
me admitas a qualquer ministério sacerdotal, para ter um pedaço de pão." (1 Samuel 2:35-36)
Essa profecia aponta para Jesus, o perfeito e eterno Sumo Sacerdote. Hebreus 4:14 -16 declara:
"Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus,
conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa
semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da
graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna."
Jesus cumpre essa profecia como nosso Sumo Sacerdote fiel, oferecendo um exemplo perfeito de
retidão e compaixão. Por meio de Seu sacrifício, Ele nos dá acesso à misericórdia e graça de Deus
em nossos momentos de necessidade.
Juízes 2:17 (ARA) - "Contudo, não deram ouvidos aos seus juízes, antes, se prostituíram após outros
deuses, e os adoraram; depressa se desviaram do caminho por onde andaram seus pais, obedecendo
aos mandamentos do SENHOR; mas eles não fizeram assim."
Provérbios 26:11 (ARA) - "Como o cão torna ao seu vômito, assim o insensato repete a sua estultícia."
Provérbios 3:11-12 (ARA) - "Filho meu, não rejeites a disciplina do SENHOR, nem te enfades da sua
repreensão. Porque o SENHOR repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem."
87
Rute 1:16-17 (ARA) - "Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te;
porque, aonde quer que fores, irei eu, e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu
povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o
SENHOR o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti."
Provérbios 28:27 (ARA) - "O que dá ao pobre não terá falta, mas o que dele esconde os olhos será
cumulado de maldições."
Salmos 72:2;4 (ARA) - "Julgue ele com justiça o teu povo e os teus aflitos, com equidade. [...] Julgue ele
os aflitos do povo, salve os filhos dos necessitados e esmague ao opressor."
Provérbios 22:6 (ARA) - "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não
se desviará dele."
Provérbios 13:24 (ARA) - "O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina."
1 Samuel 2:35-36 (ARA) - "Então, suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o que
tenho no coração e na mente; edificar-lhe-ei uma casa estável, e ele andará diante do meu ungido para
sempre. Todo aquele que restar da tua casa virá a inclinar-se diante dele, por uma moeda de prata ou um
bocado de pão, e dirá: Rogo-te que me admitas a qualquer ministério sacerdotal, para ter um pedaço de
pão."
Tito 1:6 (ARA) - "alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que
não são acusados de dissolução, nem são insubordinados."
5. Aliança ~ 1921 a.C. (Gênesis 11:10-Gênesis 50) - A promessa de Deus a Abraão, Isaque e
Jacó, e o estabelecimento de Israel.
6. Cativeiro 1 ~ 1680-1491 a.C. (Êxodo 1-15:21) - O tempo de Israel como escravos no Egito, e
Deus levantando Moisés para libertá-los, enquanto ele opera 10 pragas diante de Faraó.
7. Comandos ~ 1491 a.C. (Êxodo 15:21 - Deuteronômio) - Deus dá a lei a Israel no deserto e os
sustenta, onde passam 40 anos por causa da desobediência.
88
8. Conquista ~ 1531 a.C. (Josué) – Josué lidera Israel para conquistar e dividir a terra
prometida.
9. Conciliadores ~1400-1095 a.C. (Juízes-1 Samuel 7) Israel é governado por juízes; Eles
passam por ciclos de desobediência, Deus traz opressão, eles clamam a Deus, então Deus
levanta um juiz para libertá-los.
89
#10 – Coroas (1 Samuel 8 – 1 Reis 11; I
Crônicas – II Crônicas 9)
~1095 a.C.
A história das coroas é a história de como o povo clama a Samuel por um rei, e Deus lhes dá o rei que
pedem. Embora não fosse claramente o desejo de Deus que Israel tivesse um rei (pois o próprio Deus
deveria ser o rei deles), Deus concede um rei, mas graciosamente utiliza a linhagem real de tal forma que
Seu único Filho, Jesus, nasceria como rei dessa linhagem real.
91
Vamos refletir sobre algumas das principais lições que aprendemos durante o período em que o Reino
de Israel foi unido sob Saul, depois Davi e, por fim, Salomão.
1. O Próprio Deus Deve Ser o Rei
2. Davi Confia em Deus para Cumprir Sua Promessa
3. O Espírito Santo Neste Período
4. As Consequências do Pecado na Vida de Davi
5. A Transição de Salomão de Humilde a Orgulhoso
Contudo, como lemos, Saul, Davi e Salomão pecaram contra o SENHOR, trazendo consequências
nacionais. Sim, até mesmo Davi, o mais fiel dos três, enfrentou desafios severos e consequências por
seus pecados. Mais tarde, após a divisão do reino, Israel continuou enfrentando dificuldades sob seus
líderes. O profeta Oséias descreve suas escolhas equivocadas: "Eles constituíram reis, mas não por
mim; constituíram príncipes, mas eu não o soube; da sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para si,
para serem destruídos." — Oséias 8:4 (ARA)
A pergunta constante na história de Israel tornou-se: o rei seguia ou não os mandamentos de Deus?
Embora houvesse momentos de reforma — como no reinado do rei Josias: "Ide, consultai ao SENHOR
por mim, pelo povo e por todo o Judá acerca das palavras deste livro que se achou; porque grande é
o furor do SENHOR que se acendeu contra nós, visto que nossos pais não obedeceram às palavras
deste livro, para fazerem segundo tudo quanto acerca de nós está escrito." — 2 Reis 22:13 (ARA)
Infelizmente, até mesmo as reformas dos melhores reis eram frequentemente de curta duração e, por
fim, tanto Israel quanto Judá perderam suas terras e reinos devido à desobediência persistente, como
veremos nas próximas histórias. Ao ler essas histórias, percebemos as falhas inerentes à realeza
terrena. O que a humanidade realmente precisava era de um rei celestial. Por meio da linhagem de reis
terrenos falhos, Deus prometeu um Rei perfeito e eterno. Esta é a essência da aliança de Deus com Davi:
"A tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para
sempre." — 2 Samuel 7:16 (ARA)
Embora os reis terrenos tenham falhado, o trono de Davi seria, em última análise, cumprido em Jesus.
Séculos depois, Isaías profetizou sobre esse futuro Rei: "Porque um menino nos nasceu, um filho se
nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus
Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo e venha paz sem fim
sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça,
desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto." — Isaías 9:6-7 (ARA)
Isso é exatamente o que o anjo anunciou no nascimento de Cristo: "Este será grande e será chamado
Filho do Altíssimo; Deus, o SENHOR, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre
sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim." — Lucas 1:32-33 (ARA)
Este Rei eterno, Jesus, agora reina no trono de Davi, no céu, cumprindo a profecia do Salmo 2 e a
declaração de Pedro em Atos: "Irmãos, seja-me permitido dizer-vos claramente a respeito do
patriarca Davi que ele morreu e foi sepultado, e o seu túmulo permanece entre nós até hoje. Sendo,
93
pois, profeta e sabendo que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes se assentaria no
seu trono, prevendo isto, referiu-se à ressurreição de Cristo... A este Jesus Deus ressuscitou, do
que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois, à destra de Deus..." — Atos 2:29-33 (ARA)
Esta também é a visão de Daniel 7:13-14, onde Jesus, o "Filho do Homem", é apresentado ao "Ancião de
Dias" e recebe domínio eterno: "Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com
as nuvens do céu um como o Filho do Homem; dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até
ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as
línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será
destruído." — Daniel 7:13-14 (ARA)
94
Embora as Escrituras nunca definam explicitamente o que fez de Davi "um homem segundo o coração
de Deus," sua vida nos dá uma visão. Apesar de seus pecados e falhas, Davi manteve uma fé inabalável
em Deus. Através de triunfos e falhas pessoais, ele permaneceu dedicado a Deus, retornando
constantemente a Ele com um coração de arrependimento e confiança. Essa fé duradoura, mais do que
qualquer outra coisa, parece ser a essência da relação única de Davi com Deus.
97
3. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
4. Contra ti, contra ti somente, pequei e fiz o que é mau diante dos teus olhos, para que sejas
justificado nas tuas palavras e puro no teu julgamento.
5. Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.
6. Eis que te deleitas na verdade no íntimo, e no coração me ensinas a sabedoria.
7. Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve.
8. Faze-me ouvir alegria e júbilo, para que exultem os ossos que esmagaste.
9. Esconde o teu rosto dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades.
10. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto.
11. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Santo Espírito.
12. Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com o espírito voluntário.
13. Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti.
14. Livra-me da culpa de sangue, ó Deus, ó Deus da minha salvação, e a minha língua cantará a tua
justiça.
15. Senhor, abre os meus lábios, e a minha boca proclamará o teu louvor.
16. Pois não te deleitas em sacrifício, senão eu to daria; não te agradas de holocausto.
17. Os sacrifícios de Deus são o espírito quebrantado; o coração quebrantado e contrito, ó Deus, não
desprezarás.
18. Faze o bem a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém;
19. então te agradarás de sacrifícios de justiça, de holocaustos e de ofertas queimadas; então
oferecerão novilhos sobre o teu altar.
Observe as súplicas de Davi pela graça de Deus no Salmo 51. A graça que foi dada a Davi no perdão de
seus pecados é algo que marcou a vida de Davi e podemos ver expressa em outros de seus salmos. Davi
expressou a bênção do perdão de Deus no Salmo 32:1-2 (ARA) com estas palavras famosas:
"Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o
homem a quem o Senhor não imputa a iniquidade, e em cujo espírito não há engano."
Tire um tempo e leia esses outros Salmos de Davi que refletem as consequências do pecado em sua
vida e sua gratidão pela graça de Deus:
Salmo 32 – Neste salmo, Davi reflete sobre as bênçãos do perdão. Ele reconhece que manter silêncio
sobre seus pecados lhe causou angústia física e emocional, mas quando confessou suas transgressões
ao Senhor, recebeu perdão e alegria. Este salmo enfatiza o alívio que vem com a confissão.
Salmo 38 – Aqui, Davi fala da dor do pecado, que ele sente não apenas em sua alma, mas também em
seu corpo. Ele implora a Deus por misericórdia e admite sua culpa
Salmo 25 – Neste salmo, Davi pede perdão e expressa sua confiança na misericórdia e na orientação de
Deus. Ele reconhece seus pecados e suplica a Deus para que não se lembre dos pecados de sua
juventude. Ele pede a instrução de Deus e expressa confiança no amor constante de Deus.
Parece quase contraditório, dado que os Provérbios nos dizem: "O temor do Senhor é o princípio da
sabedoria" (Provérbios 9:10) — palavras que Salomão escreveu, junto com os livros de Provérbios,
Cânticos de Salomão e Eclesiastes.
Quando Davi se aproximava da morte, seu filho Adonias tentou se exaltar como rei, embora soubesse
que Davi havia prometido o trono a Salomão. Quando o profeta Natã soube disso, ele informou a Bate-
Seba, que então foi até Davi. Davi reafirmou seu juramento de que Salomão governaria, incumbindo-o de
seguir os mandamentos do Senhor para garantir que seu trono fosse estabelecido. Davi também
aconselhou Salomão a ser sábio e até implacável ao vingar aqueles que lhe haviam feito mal. Após ser
coroado rei, Salomão suprimiu a rebelião e cumpriu as instruções de Davi, solidificando seu reino.
Em 1 Reis 3, lemos sobre a aliança de casamento de Salomão com a filha de Faraó e seu profundo amor
ao Senhor, expresso através de sacrifícios regulares. Numa noite, o Senhor apareceu a Salomão em um
sonho e perguntou-lhe o que ele desejava. Humildemente, Salomão pediu sabedoria, comparando-se a
uma criança tentando governar um povo vasto. Deus lhe concedeu não só sabedoria, mas também
riqueza e honra.
Em 1 Reis 4:29-33, descreve-se a sabedoria extraordinária de Salomão: "E Deus deu a Salomão
sabedoria, e muito entendimento, e grande o conhecimento, como a areia que está na praia do mar.
E a sabedoria de Salomão foi maior do que a de todos os homens do Oriente, e maior do que toda a
sabedoria do Egito. Ele era mais sábio do que todos os homens; mais sábio do que Etã, o ezraíta, e
mais sábio do que Hemã, Calcol e Darda, filhos de Maol. E a sua fama se espalhou por todas as
nações ao redor. Salomão falou sobre os árvores, desde o cedro do Líbano até o hissopo que cresce
na parede; também ensinou sobre os animais, as aves, os répteis e os peixes."
Salomão construiu o templo que Deus havia dito a Davi que um dia permitiria que seu filho construísse.
Salomão reuniu Israel, exortando-os a seguir o Senhor, e dedicou o templo com numerosos sacrifícios,
orando para que Deus ouvisse sempre o Seu povo quando se voltassem para o templo em oração. A
glória do Senhor encheu o templo em resposta a essa dedicação.
O Senhor então apareceu a Salomão pela segunda vez, assegurando-lhe que suas orações haviam sido
ouvidas. Deus prometeu que sempre haveria alguém da linha de Salomão no trono, desde que ele e seus
descendentes continuassem a andar nos caminhos de Deus. No entanto, Deus também advertiu que, se
se afastassem, seriam removidos, e o templo seria completamente destruído.
Em 1 Reis 11, assistimos à trágica queda de Salomão. O capítulo oferece um resumo sombrio de sua
decadência: Salomão amou muitas mulheres estrangeiras que finalmente desviaram seu coração do
Senhor. Os versículos 4-8 descrevem essa queda: "Teve setecentas mulheres, princesas, e trezentas
concubinas; e suas mulheres inclinaram o seu coração. Pois, quando Salomão foi envelhecendo,
suas mulheres inclinaram-lhe o coração para outros deuses; e seu coração não era perfeito para
com o Senhor, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai. Pois Salomão foi após Astarote, deusa
dos sidônios, e após Milcom, a abominação dos amonitas. Assim fez Salomão o que era mal aos
olhos do Senhor, e não andou plenamente após o Senhor, como Davi, seu pai. Então, Salomão
edificou um alto para Quemós, a abominação de Moabe, e para Moloque, a abominação dos
99
amonitas, no monte que está diante de Jerusalém. E assim fez ele para todas as suas mulheres
estrangeiras, que queimavam incenso e sacrificavam aos seus deuses."
Embora Salomão não tenha necessariamente deixado de crer no Senhor, seu coração estava dividido, já
não mais totalmente dedicado. O texto sugere que ele pode não apenas ter tolerado, mas até
participado dessas práticas detestáveis, especialmente ao construir altares para deuses falsos. Alguns
desses ídolos continuariam a atormentar Israel até a reforma sob o rei Josias.
A idolatria e a complacência de Salomão com o pecado servem como um alerta sóbrio. Não importa o
quanto sigamos Deus com paixão ou o quão devotadas nossas vidas pareçam, devemos terminar a
corrida até o fim. O apóstolo Paulo fala sobre se disciplinar para evitar a desqualificação após correr a
corrida: "Mas esmurro o meu corpo e o faço escravo, para que, tendo pregado a outros, eu mesmo
não venha a ser reprovado." (1 Coríntios 9:27)
A história de Salomão também nos ensina que todo o conhecimento e sabedoria do mundo são inúteis
se não conseguirmos guardar o nosso coração. Quando nosso amor por Deus esfria, a destruição está
próxima. Esse foi o aviso dado à igreja de Éfeso em Apocalipse 2: "Tenho, porém, contra ti que deixaste
o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras;
senão, venho a ti, e moverei o teu candeeiro do seu lugar, se não te arrependeres."
Devemos vigiar as nossas almas, garantindo que nosso amor por Deus não esfrie e seja substituído pelo
amor ao mundo. Alexander Maclaren comentou sobre o trágico fim de Salomão: "A poligamia
desenfreada e monstruosa de Salomão minou sua masculinidade e seus princípios, obscureceu
seu espírito claro, cegou seu olhar afiado e transformou um jovem de nobre aspiração e um homem
de nobre realização em uma velhice sem dignidade, reverência ou calma. Toda a sua sabedoria
valia pouco se não podia manter-se senhor de si mesmo. Um jovem que deixa suas paixões
correrem soltas é menos condenável do que um velho sensualista."
Devemos estar em guarda para que, ao contrário de Salomão, no final de nossas vidas possamos dizer:
"Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está
guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a
todos os que amarem a sua vinda." 2 Timóteo 4:7-8 (ARA)
100
III. Versículos-Chave para Saber
1 Samuel 8:7 ARA - "O Senhor, porém, disse a Samuel: 'Atende à voz do povo em tudo o que te
disserem; pois não te rejeitaram a ti, mas a mim, para que eu não reine sobre eles.'"
Deuteronômio 17:14-15 ARA - "Quando entrares na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá, e a
possuíres e nela habitares, e disseres: 'Estabelecerei sobre mim um rei, como têm todas as nações
que estão ao meu redor', certamente estabelecerás sobre ti o rei que o Senhor, o teu Deus, escolher;
de entre os teus irmãos o estabelecerás como rei; não poderás pôr sobre ti um estrangeiro, que não
seja teu irmão."
Deuteronômio 17:18-19 ARA - "E, quando se assentar no trono do seu reino, então escreverá para si
uma cópia desta lei, num livro, da parte dos sacerdotes levitas. Estará com ele, e nele lerá todos os
dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor, o seu Deus, guardando todas as palavras
desta lei e estes estatutos, para os cumprir."
Oséias 8:4 ARA - "Fizeram reis, mas não por mim; estabeleceram príncipes, mas eu não os conheci.
Com a sua prata e com o seu ouro fizeram ídolos para a sua própria destruição."
2 Samuel 7:16 ARA - "E a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de mim; o teu
trono será estabelecido para sempre."
1 Samuel 16:13 ARA - "Então Samuel tomou o vaso de azeite e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e o
Espírito do Senhor se apoderou de Davi, desde aquele dia em diante."
Isaías 9:6-7 ARA - "Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; e o principado está sobre
os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz. Da amplidão do seu império e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e sobre o
seu reino, para o firmar e o estabelecer com juízo e com justiça, desde agora e para sempre. O zelo
do Senhor dos Exércitos fará isso."
Lucas 1:32 ARA - "Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o
trono de Davi, seu pai, e reinará sobre a casa de Jacó para sempre, e o seu reino não terá fim."
2 Samuel 12:10-12 ARA - "Agora, pois, a espada nunca se afastará da tua casa, porquanto me
desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher. Assim diz o Senhor: 'Eis que
farei vir sobre ti o mal da tua própria casa; e, diante dos teus olhos, tomarei as tuas mulheres e as
darei a outro, e ele se deitará com elas em plena luz do dia. Tu o fizeste em segredo, mas eu farei isso
diante de todo o Israel e à vista do sol.'"
Provérbios 3:12 ARA - "Porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a
quem quer bem."
Provérbios 9:10 ARA - "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é
entendimento."
1 Coríntios 9:27 ARA - "Mas eu esmurro o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando a
outros, eu mesmo não venha a ser reprovado."
2 Timóteo 4:7-8 ARA - "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora a coroa
da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim,
mas também a todos os que amarem a sua vinda."
101
IV. – Trabalho de Memorização:
Para recitar a história da Bíblia do começo ao fim, memorize o seguinte resumo das lições #1 a
#10:
1. Criação ~ 4004 a.C. (Gênesis 1-2) - A história da criação e a ordem estabelecida por Deus.
5. Aliança ~ 1921 a.C. (Gênesis 11:10-Gênesis 50) - A promessa de Deus a Abraão, Isaque e
Jacó, e o estabelecimento de Israel.
6. Cativeiro 1 ~ 1680-1491 a.C. (Êxodo 1-15:21) - O tempo de Israel como escravos no Egito, e
Deus levantando Moisés para libertá-los, enquanto ele opera 10 pragas diante de Faraó.
7. Comandos ~ 1491 a.C. (Êxodo 15:21 - Deuteronômio) - Deus dá a lei a Israel no deserto e os
sustenta, onde passam 40 anos por causa da desobediência.
8. Conquista ~ 1531 a.C. (Josué) – Josué lidera Israel para conquistar e dividir a terra
prometida.
9. Conciliadores ~1400-1095 a.C. (Juízes-1 Samuel 7) Israel é governado por juízes; Eles
passam por ciclos de desobediência, Deus traz opressão, eles clamam a Deus, então Deus
levanta um juiz para libertá-los.
10. Coroas ~1095-586 a.C. (1 Samuel 8-2 Reis; também, 1-2 Crônicas) O povo clama a Samuel
por um Rei e Deus lhes dá Saul. Por causa da desobediência, Deus tira o reino de Saul e o dá a
Davi. Depois do filho de Davi, Salomão, o reino se divide em norte (Israel) e sul (Judá). O norte
nunca mais teve um rei justo, enquanto Judá teve reis bons e reis maus.
102
#11 – Conquistado
(1 Reis 12:25 - 2 Reis 17)
~ 722 a.C.
Depois que Jeroboão se tornou rei das dez tribos do norte de Israel (agora chamadas de Israel), ele temia
que, se o povo continuasse a viajar para Jerusalém para adorar a Deus, poderia ser atraído de volta aos
reis da linhagem de Davi. Para evitar isso, Jeroboão fez bezerros de ouro como representações de Javé e
os estabeleceu em Samaria como o novo centro de adoração para as tribos do norte. Essa prática
idólatra criou um perigoso precedente, e todos os reis subsequentes de Israel seguiram os passos
pecaminosos de Jeroboão, adorando o SENHOR de maneira corrompida. Ao longo de toda a sua história,
o reino do norte de Israel nunca teve um único rei justo.
Entre esses reis, alguns foram especialmente notórios, sendo o rei Acabe e sua esposa perversa,
Jezabel, os mais destacados. Deus enviou o profeta Elias para confrontá-los, chamando-os ao
arrependimento por meio de poderosos milagres divinos. No entanto, esses atos de Deus apenas os
103
enfureceram ainda mais, pois seus corações permaneciam endurecidos e inflexíveis. Elias tornou-se um
símbolo do papel profético—chamando Israel de volta à fidelidade, opondo-se à idolatria e conduzindo o
povo ao arrependimento—antecipando os ministérios de João Batista e Jesus. Antes de Elias ser levado
ao céu em um redemoinho, ele passou seu espírito profético para seu sucessor, Eliseu, assim como
Jesus mais tarde capacitou Seus discípulos antes de ascender ao céu.
Apesar dos ministérios proféticos de Elias, Eliseu e outros profetas para o reino do norte—como Jeú,
Micaías, Jonas (que também profetizou contra os inimigos assírios de Israel em Nínive), Oséias, Obede e
Naum (que, como Jonas, focou em Nínive)—Israel permaneceu teimosamente impenitente. Até mesmo
profetas de Judá, como Amós, Isaías e Miquéias, foram enviados para advertir Israel, mas suas palavras
caíram em ouvidos surdos. Em 722 a.C., o julgamento de Deus finalmente recaiu sobre o reino do norte.
O império assírio invadiu, destruindo totalmente Samaria e dispersando as dez tribos por seu vasto
império. Essas tribos perderam suas identidades distintas e nunca retornaram a Israel de
forma documentada e organizada, embora alguns indivíduos possam ter migrado de volta
à terra ao longo dos anos.
Na história de Eli, o sacerdote, vemos que ele e seus filhos, Hofni e Finéias, foram julgados porque seus
filhos desconsideraram os mandamentos de Deus — e Eli não os impediu nem os disciplinou. Mesmo
Davi, um homem segundo o coração de Deus, ficou irritado quando Deus julgou um homem que,
inadvertidamente, tocou a arca, algo que Deus havia proibido. Deus também foi específico quanto a
quem poderia construir o templo: como Davi era um homem de guerra, Deus exigiu que apenas seu filho
Salomão realizasse essa tarefa. Quando Salomão construiu o templo, nenhum martelo ou ferramenta
barulhenta foi usada no local da construção, seguindo as instruções de Deus (1 Reis 6).
104
No Novo Testamento, somos ensinados que presbíteros e diáconos devem atender a qualificações
específicas para liderar o povo de Deus. Esses são apenas exemplos breves da orientação clara que
Deus deu ao Seu povo sobre como a adoração deveria ser conduzida.
Jesus ensinou que devemos adorar a Deus em espírito e em verdade. João 4:24 (ARA) diz:
“Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.”
Esses dois componentes enfatizam, primeiro, que adoramos a Deus com todo o nosso ser, não apenas
como um exercício de rotina; e, segundo, que nossa adoração deve estar alinhada com a verdade que
Deus nos revelou.
Voltando à Lei, o segundo mandamento proíbe expressamente fazer qualquer representação visual de
nosso Deus invisível. Êxodo 20:4-5 (ARA) diz: “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma
semelhança do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu sou o Senhor, teu Deus, forte, zeloso,
que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me
aborrecem…”
Ainda assim, Israel desafiou este mandamento ao fazer bezerros de ouro como representações do
Senhor, e continuaram nesse pecado geração após geração. No final, a desobediência acumulada de
muitas gerações levou à sua destruição.
Que isso sirva como uma lição para nós: nossa adoração deve ser tanto sincera quanto fundamentada
na Palavra de Deus. Não temos liberdade para definir Deus como quisermos, mas devemos aceitá-Lo
como Ele se revelou. Qualquer outra abordagem cria um deus à nossa própria imagem e, como esta
história nos lembra, traz o julgamento de Deus.
105
Esse chamado nos lembra de Josué 24:15: "Mas, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje
a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam da parte de além do
rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao
Senhor."
Os corações dos israelitas estavam divididos entre a lealdade a Yahweh e os ídolos populares de sua
cultura. Queriam os dois, mas como Jesus advertiu mais tarde em Mateus 6:24, "Ninguém pode
servir a dois senhores."
De maneira semelhante, Tiago adverte em Tiago 4:4: "Adúlteros, não sabeis que a amizade do
mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui -
se inimigo de Deus."
João também nos lembra: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o
mundo, o amor do Pai não está nele... o mundo passa, e a sua concupiscência, mas aquele que
faz a vontade de Deus permanece para sempre" (1 João 2:15-17).
O chamado de Elias ao povo era para que fizessem uma escolha decisiva.
Elias então deixou que os 450 profetas de Baal fossem os primeiros. Eles clamaram por horas, mas o
seu deus não respondeu. Ao meio-dia, Elias começou a zombar deles, dizendo: "Clamai em alta
voz, porque ele é deus; ou está meditando, ou está ocupado, ou está em viagem, ou talvez
esteja dormindo e precise acordar" (1 Reis 18:27).
O sarcasmo de Elias é memorável, e é difícil não sorrir diante de sua ousadia. Desesperados, os
profetas de Baal começaram a gritar mais alto e a se cortar, mas ainda assim, não houve resposta.
Então, Elias fez sua vez. Após molhar o altar com água, ele orou para que Deus se revelasse a Israel.
Deus respondeu com fogo que consumiu o altar, a oferta e a água. Elias então ordenou que o povo
prendesse os profetas de Baal, que foram subsequentemente mortos. Depois, ele orou por chuva, e
a seca terminou.
Apesar dessa vitória incrível, Elias logo se viu fugindo novamente. Jezabel havia intensificado seus
esforços para capturá-lo, jurando tirar-lhe a vida. Após anos de intensos desafios, Elias, embora
triunfante, se sentiu completamente derrotado. Ele se sentou sob uma árvore e pediu a Deus que
tirasse sua vida. Exausto, adormeceu, e Deus enviou um anjo com comida e água, incentivando -o a
comer e descansar. O anjo voltou novamente para sustentá-lo, e Elias viajou por quarenta dias até
Horebe, o monte de Deus.
Em Horebe, Elias se alojou em uma caverna, onde Deus o chamou e perguntou o que ele estava
fazendo ali. Elias expressou seu profundo desespero, dizendo que havia sido zeloso pelo Senhor,
mas que Israel havia abandonado a aliança de Deus, derrubado Seus altares, matado Seus profetas
e que ele, sozinho, era o único restante. Deus disse a Elias para se colocar na montanha, e, ao fazê -
lo, um forte vento passou pelas montanhas, quebrando as rochas, seguido por um terremoto, e
depois fogo. Mas Deus não estava no vento, no terremoto ou no fogo. Por fim, Deus falou em um
suave sussurro, repetindo Sua pergunta. Elias respondeu como antes, e Deus lhe deu instruções:
ungir Hazael como rei da Síria, Jeú como rei de Israel e Eliseu como profeta em seu lugar. Deus
assegurou a Elias que a justiça viria por meio desses homens e que ainda havia 7.000 em Israel que
não haviam se curvado a Baal.
106
Eu, como muitos, me identifico com a jornada de Elias. Nesta história, vemos que, quando nos
concentramos apenas em nossas circunstâncias, podemos perder os maiores propósitos de Deus.
Podemos até exagerar nossas lutas, pensando ser mais justos ou zelosos do que Deus. Mas aqui,
somos lembrados de que grande parte do plano de Deus permanece invisível para nós.
Também testemunhamos a compaixão de Deus por Elias. Deus sabia que Elias precisava de
alimento, descanso e um encontro renovado com Sua presença. Ele sabia que Elias precisava de
reafirmação de que não estava sozinho. Em tempos em que nos sentimos isolados ou
sobrecarregados, que possamos lembrar da história de Elias e encontrar força no cuidado e no
propósito de Deus.
109
Assim como Eliseu continuou realizando muitos dos milagres que Elias fizera, os discípulos de Jesus
também continuaram as obras milagrosas que Ele demonstrara.
Dessa forma, Jesus mais tarde revelou que, além de cumprir toda a obra do sacerdócio, Ele também
completou o papel do ofício profético. Ele era, em essência, o "tudo -em-um", superando tudo o que
havia antes. Pois tudo o mais era apenas uma sombra apontando para Ele.
110
IV. – Trabalho de Memorização:
Para recitar a história da Bíblia do começo ao fim, memorize o seguinte resumo das lições #1 a
#11:
1. Criação ~ 4004 a.C. (Gênesis 1-2) - A história da criação e a ordem estabelecida por Deus.
5. Aliança ~ 1921 a.C. (Gênesis 11:10-Gênesis 50) - A promessa de Deus a Abraão, Isaque e
Jacó, e o estabelecimento de Israel.
6. Cativeiro 1 ~ 1680-1491 a.C. (Êxodo 1-15:21) - O tempo de Israel como escravos no Egito, e
Deus levantando Moisés para libertá-los, enquanto ele opera 10 pragas diante de Faraó.
7. Comandos ~ 1491 a.C. (Êxodo 15:21 - Deuteronômio) - Deus dá a lei a Israel no deserto e os
sustenta, onde passam 40 anos por causa da desobediência.
8. Conquista ~ 1531 a.C. (Josué) – Josué lidera Israel para conquistar e dividir a terra
prometida.
9. Conciliadores ~1400-1095 a.C. (Juízes-1 Samuel 7) Israel é governado por juízes; Eles
passam por ciclos de desobediência, Deus traz opressão, eles clamam a Deus, então Deus
levanta um juiz para libertá-los.
10. Coroas ~1095-586 a.C. (1 Samuel 8-2 Reis; também, 1-2 Crônicas) O povo clama a Samuel
por um Rei e Deus lhes dá Saul. Por causa da desobediência, Deus tira o reino de Saul e o dá a
Davi. Depois do filho de Davi, Salomão, o reino se divide em norte (Israel) e sul (Judá). O norte
nunca mais teve um rei justo, enquanto Judá teve reis bons e reis maus.
11. Conquistado ~ 722 a.C. (2 Reis 17) A Assíria destruiu as 10 tribos do norte (Israel); eles
foram dispersos e perdidos (ou seja, não mantiveram sua identidade/tribo na forma visível).
111
#12 – Cativeiro (2 Reis 18-25 ; II Crônicas
10-36 ; Daniel 1-6)
~ 587/586 B.C.
Em contraste, os reis maus—Roboão, Abias, Jeorão, Acazias, Atalia, Acaz, Manassés, Jeoacaz,
Jeoaquim, Jeconias e Zedequias—governaram por um total combinado de cerca de 130 anos. Ao longo
112
desses anos, Judá vacilou entre períodos de justiça e apostasia. Ezequias, um dos reis mais fiéis,
destacou-se por sua piedade pessoal, embora isso não tenha se traduzido completamente em reforma
nacional. Quando o profeta Isaías disse a Ezequias que ele morreria e deveria pôr sua casa em ordem,
Ezequias orou e Deus estendeu sua vida por 15 anos. No entanto, o reinado prolongado de Ezequias não
alterou a direção que seu filho Manassés tomaria, tornando-se o pior rei da história de Judá.
Apesar da profecia de Isaías sobre a destruição futura de Jerusalém pelos babilônios, Ezequias
encontrou algum consolo no fato de que isso não ocorreria durante sua vida. O reinado de Manassés,
que durou 55 anos, mergulhou Judá em uma idolatria e violência sem precedentes, incluindo o horrível
ato de oferecer seu próprio filho como sacrifício. Após Manassés, seu jovem filho Josias tornou-se rei e
descobriu a lei negligenciada de Deus no templo. Ao ouvi-la, Josias percebeu a extensão da
desobediência de Israel. Embora Josias tenha iniciado as maiores reformas na história de Israel—
destruindo até mesmo os ídolos estabelecidos por Salomão—Judá estava irremediavelmente perdido.
Os corações do povo permaneciam idólatras, e após a morte de Josias, Judá rapidamente retornou ao
mal sob a sucessão de mais quatro reis perversos.
Apesar dos avisos dos profetas de Judá: Isaías (que profetizou desde o rei Uzias até Ezequias), Miquéias
(que sobrepôs o tempo de Isaías), Sofonias (que profetizou durante Josias), e Jeremias e Habacuque
(que profetizaram durante os últimos reis de Judá), Israel não mudou de direção. Finalmente, o
julgamento de Deus caiu sobre Jerusalém através do exército babilônico, que destruiu a cidade,
incluindo o templo, muros e casas, e levou o povo ao cativeiro por 70 anos.
Durante esse período, Daniel e seus três amigos—Hananiah (Sadraque), Misael (Mesaque) e Azarias
(Abede-Nego) —permaneceram firmes em sua fé enquanto serviam ao rei Nabucodonosor. Apesar dos
esforços dos babilônios para mudar suas identidades socioreligiosas, eles permaneceram fiéis a Deus,
recusando-se a comer carne sacrificada a ídolos, a se curvar a reis humanos ou a cessar suas orações e
adoração ao Senhor. Deus também usou Daniel para profetizar a sucessão de impérios: o império
babilônico seria sucedido pelo império persa, que por sua vez seria conquistado pelo império grego, e,
eventualmente, o império romano prevaleceria sobre os gregos. Daniel previu que, nos dias do império
romano, o reino de Deus viria.
Além disso, Daniel profetizou que o rei persa permitiria a reconstrução do templo em Jerusalém. A partir
desse decreto, ele previu que 483 anos depois o Messias seria revelado e, então, 3,5 anos após Sua
revelação, Ele morreria uma morte violenta. Essa morte expiaria o pecado e eliminaria a necessidade de
um templo terrestre.
Também, durante esse período, o profeta Ezequiel previu visões do novo templo e da
restauração de Israel.
113
durante o qual Daniel entregou várias profecias importantes. O período de exílio terminou quando o
Império Babilônico foi conquistado pelo Império Persa, após o que Israel foi autorizado a retornar à
sua terra e reconstruí-la (o que exploraremos em nossa próxima história, #13: Construção).
114
Vamos refletir sobre alguns dos principais personagens e eventos:
1. Ezequias – Deus Ama os Retos e Responde às Suas Orações
2. Manassés – O Pior dos Reis de Judá Levou o Povo a um Ponto de Onde Não Puderam se
Recuperar
3. Josias – Talvez o Maior Reformador Político de Todos os Tempos
4. Daniel, Hananias, Misael e Azarias – Mantendo Sua Identidade em um Mundo
Chamado Babilônia, que Deseja Mudá-lo
Apesar das abundantes bênçãos de Deus sobre sua vida, Ezequias enfrentou provações significativas.
Judá sofreu sob a perseguição implacável da Assíria, o império mais poderoso do mundo naquela
época, conhecido por sua extrema brutalidade. Os assírios queimavam casas e campos de seus
inimigos, deportavam cativos de suas terras (como haviam feito com as dez tribos do norte) e
frequentemente torturavam os líderes das nações conquistadas para intimidar outros povos. Também
eram famosos por seus cercos militares, cercando cidades até que seus recursos se esgotassem.
Imagine o estresse que Ezequias deve ter sentido quando Senaqueribe, o rei da Assíria, sitiou Jerusalém.
Após uma tentativa fracassada de pagar tributo a Senaqueribe, o rei assírio desafiou Ezequias e o
SENHOR abertamente diante do povo.
A próxima grande provação de Ezequias foi uma doença grave, com Isaías profetizando que ele não se
recuperaria. Ele foi instruído a pôr sua casa em ordem, pois morreria. Em seu leito de morte, Ezequias
chorou amargamente diante do SENHOR, e Deus ouviu suas orações e viu suas lágrimas.
Ezequias nos oferece um exemplo incrível de humildade e dependência de Deus. Ele apresentou sua dor
ao SENHOR, e Deus respondeu com compaixão. O Salmo 34:18 diz: “Perto está o SENHOR dos que
têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido.” Essa também foi a experiência de Davi.
Quando Davi clamou ao SENHOR, Deus “lhe respondeu do seu santo monte” e “o sustentou” (Salmo
3:4-5). O Salmo 37:28 promete que “o SENHOR não desampara os seus fiéis,” e os justos podem
confiar que suas orações “muito podem em seus efeitos” (Tiago 5:16).
Embora a vida de Ezequias seja admirável, é importante não idealizá-lo como perfeito. Assim como Davi,
que teve falhas significativas em sua vida familiar, levando a graves consequências, Ezequias também
teve pontos fracos. Seu filho Manassés, que o sucedeu, tornou-se o pior rei que Israel já teve,
conduzindo o povo a uma profunda perversidade (como discutiremos em breve).
115
Quando Ezequias foi avisado sobre sua morte iminente, foi instruído a pôr sua casa em ordem. Isso
significava não apenas se despedir de seus entes queridos, mas também preparar o que viria após o seu
reinado. Contudo, durante os 15 anos adicionais que Deus lhe concedeu, Ezequias falhou em deixar um
sucessor capacitado e piedoso. Esse parece ser um ponto fraco em sua liderança. Além disso, quando
ouviu a profecia de Isaías sobre a futura destruição de Jerusalém pela Babilônia, sua resposta foi de
aceitação, já que isso não aconteceria em sua vida. Apesar de andar pessoalmente em fidelidade, ele
parecia menos preocupado em assegurar um legado piedoso para as gerações futuras ou em garantir a
fidelidade de Israel após o seu reinado.
Ao observarmos a vida de Ezequias, vemos que nossa própria falta de visão, embora possa levar a
consequências negativas, não diminui o amor de Deus por nós nem Sua disposição de responder às
nossas orações. Assim como com Hagar (Gênesis 16) e Ezequias, Deus também é “o Deus que vê” e o
Deus que responde às nossas orações.
116
Isso é o que o SENHOR comunicou a Israel em Seu pacto. Em Deuteronômio 28:1, lemos: “Se
atentamente ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus
mandamentos que hoje te ordeno, o SENHOR, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da
terra.” No entanto, no versículo 15, há o alerta: “Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do
SENHOR, teu Deus, não cuidando em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos
que hoje te ordeno, então, sobre ti virão todas estas maldições e te alcançarão.” Os versículos
16 a 34 listam uma série de maldições que devastariam Israel em caso de desobediência, o que,
tragicamente, aconteceu.
Mesmo após 31 anos do reinado de Josias—o maior período de reforma na história de Israel—, as
Escrituras dizem: “Todavia, o SENHOR não se demoveu do ardor da sua grande ira, com que se
acendeu contra Judá, por causa de todas as provocações com que Manassés o irritara” (2 Reis
23:26).
Provérbios 14:34 nos lembra: “A justiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos.”
É importante entender que Deus não estava punindo uma nação inocente pelas ações de um único
líder perverso. Embora muitos inocentes sofram sob líderes corruptos, os líderes que uma nação
escolhe geralmente refletem o coração do povo. Quando o povo é fiel ao SENHOR, são abençoados
com líderes justos. Jeremias 3:15 diz: “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos
apascentem com conhecimento e com inteligência.” Porém, quando o povo se desvia, Isaías 3
alerta que os bons líderes serão removidos. Nos versículos 4-5, lemos: “Dar-lhes-ei meninos por
príncipes, e crianças governarão sobre eles. O povo será oprimido; um será contra o outro, cada
um contra o seu próximo; o menino se atreverá contra o ancião, e o vil, contra o nobre.”
Isso explica por que, apesar das reformas de Josias, a nação continuou a decair. Embora Josias
tenha liderado um avivamento, o coração do povo permaneceu inalterado, como demonstrado pelos
quatro reis ímpios que o sucederam e rapidamente desfizeram todas as suas reformas. Em apenas
22,5 anos, Judá foi oprimido, destruído e levado cativo pela Babilônia. Durante esse tempo de
julgamento, Deus não ouviu as orações do povo, pois lhes faltava arrependimento genuíno. Isaías
59:2 declara: “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos
pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.”
A destruição de Jerusalém pela Babilônia foi sem precedentes e só foi superada no ano 70 d.C. Mas
tudo isso aconteceu sob o controle soberano de Deus, conforme Ele havia profetizado por meio de
Jeremias:
“E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; estas nações servirão ao rei da Babilônia
setenta anos. Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, castigarei o rei
da Babilônia e esta nação, a terra dos caldeus, por causa da sua iniquidade, diz o SENHOR, e
farei dela um deserto perpétuo” (Jeremias 25:11-12).
Considere as palavras de Deus através de Jeremias em Jeremias 2:13, que apontam o núcleo do
pecado de Israel:
“Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e
cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas.”
Primeiro, eles quebraram o primeiro mandamento, abandonando o SENHOR, fonte de vida e
bondade. Segundo, em sua idolatria, tentaram preencher o vazio com outras coisas—coisas
incapazes de oferecer satisfação duradoura. A imagem de uma cisterna quebrada ilustra isso;
quando a água é colocada nela, simplesmente vaza, deixando-a vazia.
117
Quando buscamos satisfação em coisas mundanas, podemos sentir alívio temporário, mas ele logo
desaparece, deixando-nos ainda mais desesperados para preencher o vazio. Somente Deus pode
realmente satisfazer nossas almas e nos dar uma alegria que permanece. As palavras de Jesus à
mulher samaritana no poço em João 4:13-14 ecoam essa verdade:
“Respondeu-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da
água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma
fonte a jorrar para a vida eterna.”
Que nós, tanto como nação quanto individualmente, não abandonemos o SENHOR, nosso Deus, em
busca de ídolos para preencher Seu lugar. As consequências, tanto nacional quanto pessoalmente,
serão trágicas.
Josias então iniciou reformas abrangentes. Ele ordenou que todos os sacerdotes trouxessem os utensílios feitos
para Baal, Aserá e outros falsos deuses e os queimou nos campos. A própria Aserá foi reduzida a pó, e as cinzas
foram espalhadas sobre um cemitério. Ele removeu todos os sacerdotes e prostitutas cultuais associados a
Baal e outras divindades falsas, aboliu os sacrifícios de crianças a Moloque e destruiu os locais de culto
idólatra. Derrubou todos os altos e locais abomináveis por toda a terra. Além disso, profanou os altos a leste de
Jerusalém, incluindo os dedicados a Astarote (deusa dos sidônios), Camos (deus de Moabe) e Milcom (deus
dos amonitas), que originalmente haviam sido estabelecidos por Salomão!
Notavelmente, Josias conseguiu erradicar a idolatria de uma forma que os reis reformistas anteriores não
haviam conseguido. Embora Ezequias também tenha promovido reformas significativas, ele não mexeu nos
santuários que Salomão havia construído. Somente Josias foi tão longe a ponto de extirpar as fontes mais
antigas de idolatria em Israel. As Escrituras registram que ele quebrou as colunas sagradas, cortou os postes-
ídolos e encheu seus locais com ossos humanos. Ele reduziu a pó o altar de Betel, o alto lugar estabelecido por
Jeroboão, filho de Nebate, e queimou a Aserá associada a ele.
Em uma sociedade impregnada de maldade, resistir às demandas populares pode ser extremamente difícil.
Considere a história de Israel: apenas 50 dias após sua libertação do Egito, enquanto Moisés estava no monte
recebendo a Lei de Deus, Arão cedeu às exigências do povo e fez um bezerro de ouro. Da mesma forma, muitos
provavelmente ressentiram as reformas de Josias, mas ele permaneceu firme em sua missão justa. Assim
como Moisés, Josias corajosamente destruiu as abominações que haviam infectado a terra e tomou uma
posição resoluta pela justiça.
Que possamos, também, ter a sabedoria e a coragem de defender a verdade, mesmo quando ela é impopular, e
que possamos imitar a determinação e o propósito de Josias—o maior reformador que Israel já teve.
118
4. Daniel, Hananias, Misael e Azarias – Mantendo Sua Identidade em um
Mundo Chamado Babilônia Que Quer Transformá-lo
No livro de Daniel, lemos que Daniel e seus três amigos—Hananias, Misael e Azarias—foram levados
cativos para Babilônia durante o terceiro ano do reinado de Jeoaquim, quando Nabucodonosor sitiou
Jerusalém. Nabucodonosor buscava “jovens sem defeito, de boa aparência e instruídos em toda
sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para
assistirem no palácio do rei” (Daniel 1:4), para ensiná-los a língua e a literatura dos caldeus e tê-los
como servos em sua corte. Além de aprenderem a língua, esperava-se que adotassem os costumes
babilônicos, incluindo o consumo de alimentos que violavam as leis dietéticas judaicas, como
carnes sacrificadas a ídolos. Eles também receberam novos nomes: Daniel foi renomeado
Beltessazar, Hananias tornou-se Sadraque, Misael tornou-se Mesaque e Azarias tornou-se Abede-
Nego.
Daniel e seus amigos, corajosamente, pediram para comer apenas vegetais, evitando a dieta
babilônica. Apesar de seus captores temerem que isso os deixasse fisicamente mais fracos, Deus os
sustentou, tornando-os mais fortes e saudáveis do que aqueles que consumiam a dieta completa da
realeza. Deus também os abençoou com sabedoria, entendimento e a capacidade de interpretar
sonhos, o que permitiu a Daniel revelar o significado do sonho de Nabucodonosor.
Apesar do favor de Deus, a obediência deles ao SENHOR foi novamente testada. Quando Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego foram ordenados, por decreto real, a se prostrarem diante da estátua de
ouro de 60 côvados erguida por Nabucodonosor, eles recusaram. Mesmo sob a ameaça de serem
lançados em uma fornalha ardente, eles responderam ousadamente ao rei enfurecido:
“Ó Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de te responder. Se o nosso Deus, a quem
servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se
não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a imagem de ouro
que levantaste.” (Daniel 3:16b-18)
Quando foram lançados na fornalha, Deus os protegeu milagrosamente, levando Nabucodonosor a
reconhecer o poder do verdadeiro Deus. Mais tarde, Daniel interpretou um segundo sonho para
Nabucodonosor (Daniel 4) e também decifrou a misteriosa escrita na parede durante um banquete
real sob o reinado de Belsazar (Daniel 5). No entanto, a fé de Daniel seria novamente testada,
quando seus inimigos, invejosos de seu favor, buscaram sua queda. Observando as orações fiéis de
Daniel ao SENHOR, persuadiram o novo rei, Dario, a assinar um decreto que determinava que
orações só poderiam ser dirigidas ao rei por 30 dias. Essa bajulação agradou ao ego de Dario, que
assinou o decreto irreversível. Apesar do afeto do rei por Daniel e de seu arrependimento pelo
resultado, o decreto levou Daniel a ser lançado em uma cova de leões. Mas, mais uma vez, Deus
protegeu Daniel, levando Dario a reconhecer o SENHOR como o verdadeiro Deus.
Durante esse período, é importante destacar que Daniel entregou várias profecias -chave, que
examinaremos em maior detalhe mais adiante. Essas profecias descrevem a sucessão de
reinos e eventos cruciais que levam ao momento em que Jesus retornará para estabelecer Seu
reino na Terra, um reino que superará todos os poderes terrenos.
119
III. Versículos-Chave para Saber
2 Reis 18:5 (ARA) - “Confiou no SENHOR, Deus de Israel, de maneira que, depois dele, não houve seu igual
entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele.”
Salmos 34:18 (ARA) - “Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito
oprimido.”
Provérbios 14:34 (ARA) - “A justiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos.”
Deuteronômio 28:1 (ARA) - “Se ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus
mandamentos que hoje te ordeno, o SENHOR, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra.”
Jeremias 3:15 (ARA) - “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento
e com inteligência.”
Deuteronômio 28:15 (ARA) - “Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do SENHOR, teu Deus, não
cuidando em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos que hoje te ordeno, então, virão todas
estas maldições sobre ti e te alcançarão.”
Isaías 3:4-5 (ARA) - “Dar-lhes-ei meninos por príncipes, e crianças governarão sobre eles. O povo será
oprimido, um pelo outro e cada um pelo seu próximo; o menino se atreverá contra o ancião, e o vil, contra o
nobre.”
Jeremias 18:9-10 (ARA) - “No momento em que eu falar de uma nação e de um reino, para edificar e plantar, se
ele fizer o mal perante mim e não der ouvidos à minha voz, então, me arrependerei do bem que intentava fazer-
lhe.”
Isaías 59:2 (ARA) - “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos
pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.”
Jeremias 2:13 (ARA) - “Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas
vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas.”
João 4:13-14 (ARA) - “Replicou-lhes Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que
beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a
jorrar para a vida eterna.”
Daniel 3:16b-17 (ARA) - “Ó Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de te responder. Se o nosso
Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei.”
120
IV. – Trabalho de Memorização:
Para recitar a história da Bíblia do começo ao fim, memorize o seguinte resumo das lições #1 a
#12:
1. Criação ~ 4004 a.C. (Gênesis 1-2) - A história da criação e a ordem estabelecida por Deus.
5. Aliança ~ 1921 a.C. (Gênesis 11:10-Gênesis 50) - A promessa de Deus a Abraão, Isaque e
Jacó, e o estabelecimento de Israel.
6. Cativeiro 1 ~ 1680-1491 a.C. (Êxodo 1-15:21) - O tempo de Israel como escravos no Egito, e
Deus levantando Moisés para libertá-los, enquanto ele opera 10 pragas diante de Faraó.
7. Comandos ~ 1491 a.C. (Êxodo 15:21 - Deuteronômio) - Deus dá a lei a Israel no deserto e os
sustenta, onde passam 40 anos por causa da desobediência.
8. Conquista ~ 1531 a.C. (Josué) – Josué lidera Israel para conquistar e dividir a terra
prometida.
9. Conciliadores ~1400-1095 a.C. (Juízes-1 Samuel 7) Israel é governado por juízes; Eles
passam por ciclos de desobediência, Deus traz opressão, eles clamam a Deus, então Deus
levanta um juiz para libertá-los.
10. Coroas ~1095-586 a.C. (1 Samuel 8-2 Reis; também, 1-2 Crônicas) O povo clama a Samuel
por um Rei e Deus lhes dá Saul. Por causa da desobediência, Deus tira o reino de Saul e o dá a
Davi. Depois do filho de Davi, Salomão, o reino se divide em norte (Israel) e sul (Judá). O norte
nunca mais teve um rei justo, enquanto Judá teve reis bons e reis maus.
11. Conquistado ~ 722 a.C. (2 Reis 17) A Assíria destruiu as 10 tribos do norte (Israel); eles
foram dispersos e perdidos (ou seja, não mantiveram sua identidade/tribo na forma visível).
12. Cativeiro 2 ~ 587-586 a.C. (2 Reis 25) Babilônia destrói Jerusalém em Judá, e Judá entra
em 70 anos de cativeiro, durante os quais o império babilônico se transforma no império
persa. (A história de Daniel e Ester ocorre sob o controle babilônico e persa).
121
#13 - Construção (Esdras, Neemias, Ester)
~536 a.C. - O primeiro grupo retornou. (Esdras 1)
~458 a.C. - O segundo grupo retornou. (Esdras 2 e 8)
~454 a.C. - Neemias reconstrói o muro.
Nota: ao ler o livro de Esdras, você perceberá que ele não está escrito em ordem cronológica. Esdras
está narrando essa história após os acontecimentos, alternando entre eventos ocorridos durante os
reinados de três reis diferentes, o que pode ser um pouco confuso. Os reis persas mencionados no
livro de Esdras são principalmente Ciro, Dario e Artaxerxes, cada um desempenhando um papel na
restauração de Jerusalém e do templo após o exílio na Babilônia. Observe a linha do tempo
aproximada desses reis:
1. Ciro, o Grande: Ciro II, também conhecido como Ciro, o Grande, foi o fundador do Império
Aquemênida e governou de 559 a.C. a 530 a.C. Ele emitiu o decreto que permitiu aos exilados
judeus retornarem a Jerusalém e reconstruírem o templo (Esdras 1).
2. Cambises II: Cambises II sucedeu Ciro como rei da Pérsia e governou de 530 a.C. a 522 a.C.
Ele não é mencionado no livro de Esdras.
3. Dario, o Grande: Dario I, também conhecido como Dario, o Grande, governou de 522 a.C. a
486 a.C. Ele é mencionado no livro de Esdras como o rei que reeditou o decreto permitindo a
reconstrução do templo após as obras terem sido interrompidas (Esdras 6).
122
4. Xerxes I: Xerxes I, também conhecido como Assuero no livro de Ester, governou de 486 a.C.
a 465 a.C. Ele não é mencionado no livro de Esdras.
5. Artaxerxes I: Artaxerxes I governou de 465 a.C. a 424 a.C. Ele é mencionado no livro de
Esdras, particularmente nos capítulos 7-8, onde Esdras recebe um decreto do rei para ir a
Jerusalém e aplicar a lei de Deus.
Apesar do reavivamento e das reformas, o povo rapidamente se desviou novamente das leis de Deus.
Zacarias e Malaquias (que foi o último profeta do Antigo Testamento) advertiram sobre suas práticas
pecaminosas: profecia falsa, idolatria, injustiça social, falta de arrependimento, um sacerdócio
corrupto, infidelidade nos casamentos, divórcio, opressão e infidelidade no culto e nas ofertas.
Malaquias os alertou sobre a vinda do Messias e a necessidade de se prepararem para Sua chegada.
Esse período, assim como as eras dos juízes e dos reis (tanto unidos quanto divididos), destaca a
inadequação das soluções humanas para resolver problemas espirituais. Todo esforço político, em
última análise, falhou em estabelecer uma nação que permanecesse fiel ao Senhor.
123
a cidade e o templo são reconstruídos, e os judeus restauram suas práticas religiosas. Vamos considerar
alguns dos principais temas do livro:
1. A Soberania de Deus ao Usar os Reis e Reinos da Terra para Cumprir Seu Plano Eterno
2. A Obra de Deus Sempre Atrai Oposição
3. Líderes Corajosos Permanecem Focados na Tarefa em Mãos
4. Reconciliando o Uso de Limpeza Étnica por Israel com Outras Passagens da Bíblia
124
Que incrível é que Deus conhece o nome de Ciro, embora Ciro não conheça YAHWEH, o único Deus
verdadeiro. Não apenas Deus conhece seu nome, mas Ele usará Ciro como Seu servo para cumprir
Seus propósitos para o Seu povo.
No livro de Esdras, Deus também usou os reis persas Dario e Artaxerxes, colocando em seus
corações não apenas permitir que os israelitas exilados retornassem e reconstruíssem, mas também
fornecer proteção e suprimentos para eles.
No livro de Neemias, vemos que Deus concedeu favor a Neemias diante do rei Artaxerxes,
permitindo-lhe retornar e reconstruir o muro.
No livro de Ester, vemos como Deus deu favor a Ester diante do rei Assuero (Xerxes I). Depois de
muita oração e intercessão, Ester recebeu o favor do rei e ele se dispôs a atender ao seu pedido. No
entanto, ela demorou para fazer o pedido, aparentemente arriscando a ira dele. Durante as 24 horas
seguintes, Deus trabalhou no coração do rei, fazendo-o lembrar das boas ações de Mordecai, que
até então haviam sido ignoradas. Ao mesmo tempo, Deus trabalhou no coração de Hamã, levando -o
a construir uma forca para Mordecai – sem saber que ela seria usada para sua própria destruição.
Por fim, Ester revelou sua identidade ao rei, e Israel foi salvo.
Um dos versículos mais marcantes do livro é quando Mordecai fala a Ester, exortando -a a defender o
povo judeu, apesar de seu medo do poder do rei. Imagine o quão intimidador isso deve ter sido para
ela. No entanto, Mordecai a admoesta a falar. Ele diz: “Pois se de todo te calares agora, de outra
parte se levantará para os judeus a libertação e o livramento, mas tu e a casa de teu pai
perecereis. E quem sabe se para tamanha ocasião como esta é que chegaste a rainha?” (Ester
4:14).
Mordecai reconheceu que Deus é soberano sobre a história humana, e que Ele coloca as pessoas
em posições chave nos momentos certos para cumprir Seus propósitos. Como Ester, devemos estar
dispostos a nos levantar e fazer o que fomos chamados a fazer, confiando que Deus usará qualquer
resultado para o Seu propósito maior.
Note mais um ponto importante neste versículo: Mordecai reconhece que Deus não precisa de nós
para cumprir Seus propósitos. Mesmo que Ester não cumprisse seu chamado, Mordecai diz: “De
outra parte se levantará para os judeus a libertação e o livramento.” A fé de Mordecai é profunda –
ele sabe que os propósitos de Deus serão cumpridos independentemente da participação
humana. Que essa história fortaleça nossa fé e nos encoraje a confiar em Deus corajosamente, à
medida que cumprimos os chamados que Ele colocou em nossas vidas.
126
6. Eles foram corajosos. Neemias os exortou: “Lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e
pelejai pelos vossos irmãos, pelos vossos filhos, pelas vossas filhas, pelas vossas
mulheres e pelas vossas casas” (Neemias 4:14). Mordecai também exortou Ester a se
levantar e agir.
7. Eles se purificaram (Esdras 10, Neemias 9). Não tomaram o apoio de Deus como garantido,
mas confessaram seus pecados e se certificaram de que estavam em comunhão com Ele.
8. Eles se comprometeram com Deus, lendo Sua Palavra publicamente (Neemias 8), e fizeram
uma aliança para segui-Lo.
9. Eles confrontaram a injustiça e repreenderam aqueles que falhavam em amar seus vizinhos
(Neemias).
10. Por fim, celebraram e louvaram a Deus pelas vitórias que Ele lhes deu. Celebraram a
conclusão do templo, a reconstrução do muro e a vitória após a batalha com seus inimigos,
na qual Ester estabeleceu a festa de Purim.
Há algo mais que se destacou para você que poderia ser acrescentado a essa lista? Vamos lembrar
dessas ações e tirar coragem delas, para que também possamos perseverar quando adversários se
levantarem contra nós.
127
também demonstrou uma ousadia notável ao se aproximar do rei sem ser chamada,
arriscando sua vida para interceder por seu povo.
3. Visão e Pensamento Estratégico: Esses líderes tinham uma visão clara e um pensamento
estratégico que guiava suas ações. A visão de Esdras para a restauração da vida religiosa em
Jerusalém e o planejamento estratégico de Neemias para a reconstrução dos muros são
exemplos primordiais. Mordecai demonstrou pensamento estratégico ao reconhecer que se
opor a Hamã era crucial, entendendo que a falha em agir levaria a consequências
desastrosas. Ele acreditava que o papel de Ester poderia ter sido divinamente orquestrado
para tal momento como este para influenciar o destino do povo judeu.
4. Empatia e Compaixão: Grandes líderes mostram empatia e compaixão pelos que lideram. A
profunda preocupação de Neemias com o bem-estar do povo de Jerusalém é evidente em
seus esforços para aliviar o sofrimento deles. Sua luta contra a injustiça e a corrupção
demonstrou um cuidado profundo pelos que estavam sob sua liderança. A disposição de
Ester em arriscar sua própria segurança para salvar seu povo é um exemplo marcante de
empatia na liderança.
5. Integridade e Honestidade: A integridade e a honestidade são fundamentais para uma boa
liderança. O compromisso inabalável de Esdras em manter a lei e a recusa de Neemias em se
envolver em corrupção durante seu tempo como governador servem como modelos de
integridade. Neemias nem mesmo pegou o que lhe era destinado como governador,
demonstrando sua liderança altruísta. Ele exemplificou um líder servo que trabalhava para o
bem do povo, e não para ganho pessoal. Neemias repetidamente pedia a Deus para lembrar
sua fidelidade, entendendo que seu serviço era para a glória de Deus, não para sua própria.
6. Adaptabilidade e Resiliência: Líderes eficazes se adaptam às circunstâncias mutáveis e
demonstram resiliência diante da adversidade. A capacidade de Neemias de ajustar seus
planos em resposta à oposição e aos desafios foi crucial para seu sucesso. Ester também
demonstrou adaptabilidade ao adiar seu pedido ao rei, percebendo que não era o momento
certo para agir. Sua paciência estratégica acabou levando à salvação de seu povo.
7. Inspiração e Influência: Inspirar e influenciar os outros para um objetivo comum é uma
marca de grande liderança. A liderança de Esdras inspirou a comunidade judaica a retornar às
suas práticas de fé, enquanto a visão de Neemias para a reconstrução de Jerusalém motivou o
povo a se unir ao esforço. Um dos versículos mais inspiradores em Neemias é quando ele
exorta o povo: “Lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e pelejai pelos vossos irmãos, pelos
vossos filhos, pelas vossas filhas, pelas vossas mulheres e pelas vossas casas” (Neemias
4:14). O decreto de Ester, permitindo que os judeus se defendessem, inspirou coragem e
unidade entre o povo.
8. Paixão: Os líderes dessas histórias eram profundamente apaixonados por sua missão. A
oração apaixonada de confissão e lamento de Esdras pelos pecados de Israel (Esdras 10)
revelou sua devoção sincera. A reação emocional de Neemias à destruição dos muros e suas
ações ferozes para corrigir injustiças mostraram a profundidade de sua paixão. Sua raiva
contra a corrupção, a ponto de confrontar fisicamente os infratores, destaca o quanto ele se
importava com a integridade da comunidade. Embora não sejamos aconselhados a
confrontar fisicamente as pessoas da mesma maneira, as ações de Neemias demonstram o
nível de compromisso que uma verdadeira paixão pode inspirar.
128
Você consegue pensar em outras características exibidas por esses líderes que deveriam ser
mencionadas? Vamos continuar crescendo em nossa capacidade de liderar à medida que refletimos
sobre esses exemplos extraordinários de liderança.
Na conclusão de Esdras (capítulo 10) e Neemias (capítulo 13), encontramos passagens que podem
parecer desconcertantes e difíceis de conciliar com outras partes da Bíblia. Nesses capítulos, ao
lerem a Lei de Moisés, os israelitas separaram todos os de ascendência estrangeira (Neemias 13:3).
Em Esdras 10:3, eles até fizeram um pacto para enviar embora todas as esposas estrangeiras e seus
filhos. Essa ação pode parecer dura e preocupante, parecendo contrariar o mandamento bíblico de
cuidar da própria família (1 Timóteo 5:8): “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e
especialmente dos da sua casa, negou a fé e é pior do que o infiel.”
Até este ponto da Bíblia, vemos exemplos de casamentos interétnicos que foram aceitos e até
celebrados. Moisés casou-se com Zípora, uma midianita; José casou-se com Asenate, uma egípcia,
cujos filhos foram contados entre as tribos de Israel pelo próprio Jacó. Há também a história
inspiradora de Rute, uma mulher moabita que se casou com um israelita. Após a morte de seu
primeiro marido, ela casou-se com o seu parente remidor, Boaz, entrando na linhagem que levaria ao
Rei Davi.
Até mesmo a Lei em si ordenava o tratamento justo dos estrangeiros em Israel, concedendo -lhes as
mesmas proteções legais dos israelitas (Êxodo 12:49; Êxodo 22:21). Esperava -se também que os
estrangeiros observassem os costumes religiosos de Israel, e os pátios externos do templo foram
designados como lugares de oração para todas as nações. Embora houvesse uma diretiva clara
contra Israel adotar práticas religiosas estrangeiras por meio do casamento, a Lei também fornecia
um caminho para os estrangeiros se unirem a Israel e se casarem dentro de sua comunidade.
No Novo Testamento, vemos orientações sobre casamentos com crenças diferentes em 1 Coríntios
7:12-14: “Aos outros, digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher descrente, e ela
consente em viver com ele, não a abandone. E, se alguma mulher tem marido descrente, e ele
consente em viver com ela, não o abandone. Porque o marido descrente é santificado pel a
mulher, e a mulher descrente é santificada pelo marido, porque, doutra sorte, os vossos filhos
seriam impuros, mas agora são santos.”
Então, como devemos entender as ações de Israel nessas passagens? Primeiro, vale notar que essas
foram medidas extremas tomadas em uma situação única. Após o exílio e a dispersão entre as
nações, Israel estava lutando para manter sua identidade e distinção. Para os israelitas, essas ações
pareciam necessárias para preservar a fé e o patrimônio da nação.
Em segundo lugar, em Esdras 10, vemos que essa não foi uma ação generalizada. Juízes foram
designados para examinar cada situação familiar individualmente, sugerindo que foi dada uma
consideração cuidadosa a cada caso. É possível que provisões tenham sido feitas para atender
necessidades específicas, ou talvez esforços tenham sido feitos para identificar quem estava
comprometido com a fé e quem ainda se apejava às práticas pagãs. A responsabilidade recaía sobre
129
os homens para garantir que seus filhos fossem criados sem influência pagã — uma preocupação
urgente, dadas as circunstâncias.
Finalmente, é crucial lembrar que essas passagens são registros históricos. Embora descrevam o
que Israel fez, elas não necessariamente prescrevem essas ações como um modelo para todas as
situações. Ao examinar passagens difíceis, precisamos vê-las dentro do contexto mais amplo da
Bíblia, permitindo que o pleno conselho das Escrituras nos ajude a entender. Ao harmonizar esses
relatos com outros ensinamentos, podemos interpretar e aplicar as Escrituras em nossas vidas hoje
sem negligenciar os princípios bíblicos claros.
Provérbios 21:1 (ARA) - "O coração do rei é como um ribeiro nas mãos do Senhor; ele o inclina para
onde quer."
Isaías 45:4-5 (ARA) - "Por amor do meu servo Jacó e de Israel, o meu escolhido, eu te chamei pelo teu
nome, dei-te um título, ainda que não me conheças. Eu sou o Senhor, e não há outro, fora de mim não
há Deus; eu te singi, ainda que não me conheças."
Ester 4:14 (ARA) - "Porque, se de todo te calares neste tempo, de outra parte se levantará para os judeus
o socorro e a livração, mas tu e a casa de teu pai perecereis. E quem sabe se para tal tempo como este
chegaste a este reino?"
2 Timóteo 3:12 (ARA) - "E na verdade todos os que querem viver piedosamente em Cristo Jesus sofrerão
perseguições."
Neemias 4:14b (ARA) - "Não os temais; lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e pelejai pelos vossos
irmãos, pelos vossos filhos, pelas vossas filhas, pelas vossas mulheres e pelas vossas casas."
Neemias 4:6 (ARA) - "Edificamos, pois, o muro, e todo o muro se uniu até a metade da sua altura,
porque o povo tinha ânimo para trabalhar."
Esdras 8:22b (ARA) - "A mão do nosso Deus é sobre todos os que o buscam para o bem, mas a sua força
e a sua ira se manifestam contra todos os que o abandonam."
1 Timóteo 5:8 (ARA) - "Mas, se alguém não cuida dos seus, e principalmente dos da sua casa, negou a fé
e é pior do que o infiel."
130
1 Coríntios 7:12-14 (ARA) - "Aos demais, digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher descrente, e
ela consente em morar com ele, não a abandone. E, se alguma mulher tem marido descrente, e ele
consente em morar com ela, não o abandone. Porque o marido descrente é santificado pela mulher, e a
mulher descrente é santificada pelo marido, porque doutra sorte os vossos filhos seriam impuros, mas
agora são santos."
5. Aliança ~ 1921 a.C. (Gênesis 11:10-Gênesis 50) - A promessa de Deus a Abraão, Isaque e
Jacó, e o estabelecimento de Israel.
6. Cativeiro 1 ~ 1680-1491 a.C. (Êxodo 1-15:21) - O tempo de Israel como escravos no Egito, e
Deus levantando Moisés para libertá-los, enquanto ele opera 10 pragas diante de Faraó.
7. Comandos ~ 1491 a.C. (Êxodo 15:21 - Deuteronômio) - Deus dá a lei a Israel no deserto e os
sustenta, onde passam 40 anos por causa da desobediência.
8. Conquista ~ 1531 a.C. (Josué) – Josué lidera Israel para conquistar e dividir a terra
prometida.
9. Conciliadores ~1400-1095 a.C. (Juízes-1 Samuel 7) Israel é governado por juízes; Eles
passam por ciclos de desobediência, Deus traz opressão, eles clamam a Deus, então Deus
levanta um juiz para libertá-los.
10. Coroas ~1095-586 a.C. (1 Samuel 8-2 Reis; também, 1-2 Crônicas) O povo clama a Samuel
por um Rei e Deus lhes dá Saul. Por causa da desobediência, Deus tira o reino de Saul e o dá a
Davi. Depois do filho de Davi, Salomão, o reino se divide em norte (Israel) e sul (Judá). O norte
nunca mais teve um rei justo, enquanto Judá teve reis bons e reis maus.
11. Conquistado ~ 722 a.C. (2 Reis 17) A Assíria destruiu as 10 tribos do norte (Israel); eles
foram dispersos e perdidos (ou seja, não mantiveram sua identidade/tribo na forma visível).
131
12. Cativeiro 2 ~ 587-586 a.C. (2 Reis 25) Babilônia destrói Jerusalém em Judá, e Judá entra
em 70 anos de cativeiro, durante os quais o império babilônico se transforma no império
persa. (A história de Daniel e Ester ocorre sob o controle babilônico e persa).
13. Construção - (Esdras-Neemias) Judá retorna ao seu país e reconstrói sua cidade. O 1º
grupo retornou ~ 536 a.C. e o 2º em ~ 458 a.C. (Esdras 2 e 8), mas não foi até ~ 454 a.C.
Neemias reconstrói a muralha.
132
#14 – Calma (Após Malaquias – Antes de
Mateus)
~404 a.C.
Embora esse período seja frequentemente referido como o período "silencioso" ou "de calma" devido à
falta de revelação profética, foi tudo menos tranquilo. Durante esses quatro séculos, o Império Persa foi
derrubado pelos gregos, levando a um conflito significativo entre os judeus e os governantes gregos. Um
evento notável foi a profanação do templo judaico por Antíoco Epifânio, que introduziu ídolos gregos e
sacrificou um porco no altar—uma profanação prevista pelo profeta Daniel.
133
Em resposta a tal opressão, os judeus se rebelaram na Revolta dos Macabeus. Esse período gerou livros
históricos encontrados nos Apócrifos, que, embora não considerados divinamente inspirados devido a
vários erros e inconsistências, oferecem valiosas percepções sobre essa era.
134
Primeiro, o Sonho de Nabucodonosor (Daniel 2)
Em Daniel 2, Daniel interpreta um sonho para Nabucodonosor, onde ele descreve uma grande
estátua simbolizando a Babilônia e os quatro impérios que se seguiriam. Aqui está a divisão da
estátua e os impérios representados:
• Cabeça de Ouro: Representa o Império Babilônico, simbolizando seu poder e domínio
durante o reinado de Nabucodonosor.
• Peito e Braços de Prata: Representa o Império Medo-Persa, que conquistaria a Babilônia e
se estabeleceria como a próxima potência mundial.
• Ventre e Coxas de Bronze: Representa o Império Grego sob Alexandre, o Grande, que
conquistaria o Império Medo-Persa e expandiria sua influência.
• Pernas de Ferro, Pés Parcialmente de Ferro e Parcialmente de Barro: Representa o
Império Romano, caracterizado pela força e divisão interna, que conquistaria a Grécia e
dominaria o mundo antigo.
A estátua é então atingida por uma pedra “cortada sem mãos.” Esta pedra atinge os pés da estátua,
feitos parcialmente de ferro e parcialmente de barro, fazendo com que toda a estátua desmorone e
seja esmagada até virar pó. A pedra então cresce e se torna uma grande montanha que enche toda a
terra. Essa pedra antecipa Jesus, a “pedra cortada sem mãos” (Atos 4:11). Durante o Império
Romano, Ele estabeleceria Seu reino eterno, que se espalharia por todo o mundo.
Portanto, enquanto este período foi “silencioso” em termos de novas revelações proféticas, a
sucessão dos impérios — da Pérsia para a Grécia e, por fim, para Roma — já havia sido profetizada, e
os dois últimos aconteceriam durante esse período.
Segundo, a Abominação da Desolação (Daniel 11:31)
A segunda profecia em Daniel 11:31 antecipa as ações de Antíoco IV Epífanes, um governante grego
que profanaria o templo judeu em Jerusalém:
“As forças armadas dele se levantarão para profanar o santuário fortificado e abolirão o
sacrifício diário. Então, estabelecerão a abominação desoladora.”
Durante esses anos silenciosos, Antíoco IV Epífanes cumpriu essa profecia ao profanar o templo.
Ele erigiu um altar pagão dentro dele e sacrificou porcos, um ato que incendiou a Revolta dos
Macabeus e deixou uma ferida duradoura no povo judeu.
Esse tema de profanação reaparece mais tarde, quando o templo de Jerusalém é novamente
profanado, desta vez pelo exército romano antes de sua destruição em 70 d.C., cumprindo as
profecias dadas por Jesus.
135
Os livros apócrifos católicos fornecem narrativas adicionais, orações, literatura sapiencial e relatos
históricos que iluminam os desenvolvimentos culturais e religiosos deste período. Embora não
sejam considerados pelos protestantes como Escritura inspirada e não estejam isentos de erros,
esses textos podem oferecer um contexto útil para entender os eventos e a mentalidade da época.
Abaixo está uma lista dos livros apócrifos e suas datas aproximadas de composição:
• Tobias – Escrito por volta do século III ou II a.C., provavelmente no século II a.C.
• Judite – Provavelmente originado no século II ou I a.C.
• Sabedoria de Salomão – Escrito no final do século I a.C. ou início do século I d.C.
• Eclesiástico (Sirácides) – Composto no início a meados do século II a.C.
• Baruque – Provavelmente escrito no final do século II ou início do século I a.C.
• Carta de Jeremias – Composta no século II a.C.
• Adições a Ester – Acrescentadas ao Livro de Ester em algum momento do século II a.C.
• Adições a Daniel – Inclui a Oração de Azarias e o Cântico dos Três Jovens, a História de Susana e
Bel e o Dragão, provavelmente escritas no século II a.C.
• 1 Macabeus – Escrito por volta de 100 a.C., cobrindo eventos do século II a.C.
• 2 Macabeus – Provavelmente composto logo após o 1 Macabeus, por volta do século II a.C.
4. A Literatura Sapiencial
Até este ponto, a Bíblia seguiu principalmente uma ordem cronológica (com exceção de avançarmos
para Malaquias nesta seção), narrando eventos desde a criação até a reconstrução de Jerusalém
durante o reinado persa. 1 e 2 Crônicas essencialmente paralelam os relatos de 1 e 2 Reis, e Esdras
ocasionalmente faz mudanças no tempo, com Ester ocorrendo dentro de sua linha do tempo.
Agora que lemos de Gênesis a Ester, é útil entender como os livros que pulamos (para chegar a
Malaquias) se encaixam na narrativa que discutimos até agora.
Os próximos cinco livros da Bíblia são conhecidos como os Livros Sapienciais. Os quatro primeiros
foram principalmente escritos durante o Reino Unido de Israel (nossa história #10), embora
algumas porções tenham sido escritas mais tarde, quando foram compilados durante a era dos reis
(histórias #11–12). Jó é uma exceção; acredita-se que seja uma obra antiga que foi preservada ao
longo do tempo, embora sua datação exata permaneça desconhecida. Esses livros não continuam a
narrativa histórica, mas oferecem insights sobre viver com sabedoria e fidelidade. Aqui está uma
visão geral de cada um:
• Salmos é uma coleção de 150 expressões poéticas que abrangem louvor, lamento, ação de graças
e sabedoria. Atribuído a vários autores, incluindo Davi e Asafe, reflete a profundidade e a variedade
da emoção humana em relação a Deus.
• Provérbios compreende sabedoria prática, atribuída principalmente ao rei Salomão, com
contribuições de outros indivíduos sábios. Este livro oferece provérbios para guiar uma vida sábia e
136
justa, enfatizando que a sabedoria começa com “o temor do SENHOR.”
• Eclesiastes, tradicionalmente atribuído a Salomão, medita sobre a futilidade da vida “debaixo do
sol” e a natureza passageira de buscar sabedoria, prazer e riqueza sem Deus. Salomão observa que
a vida é “vaidade” e “afã que se vai com o vento,” concluindo que temer a Deus e guardar Seus
mandamentos é o maior propósito.
• Cântico dos Cânticos é uma celebração poética do amor e da intimidade entre noiva e noivo,
capturando a beleza e a paixão do amor romântico dentro do matrimônio. Essa imagética vívida é
muitas vezes vista como uma metáfora para o amor entre Cristo e a Igreja no Novo Testamento.
• Jó conta a história de um homem justo, Jó, que passa por intensos sofrimentos sem uma razão
clara. Apesar de suas perguntas e das respostas inadequadas de seus amigos, Jó eventualmente
encontra Deus, cuja presença o leva a uma confiança mais profunda na soberania divina além da
compreensão humana.
5. Os Profetas
Após a Literatura Sapiencial, passamos para os Profetas Maiores e os Profetas Menores, que
concluem o Antigo Testamento e nos conduzem a antecipar o Novo Testamento. É essencial
entender que a maioria desses livros foi escrita durante o tempo dos reis ou logo após (o período do
exílio e da reconstrução, histórias #11–#13), com uma exceção: Malaquias. Como ele abrange um
novo período, Malaquias foi o único livro profético que analisamos nesta seção #14 (exceto as
profecias anteriores de Daniel).
Embora não tenhamos lido todos os profetas, muitos deles foram referenciados ao longo das nossas
leituras, à medida que se relacionavam. Para reforçar como esses livros se encaixam em nossa
narrativa mais ampla, aqui está um resumo do ministério de cada profeta:
Profetas Maiores:
• Isaías (~ 740–680 a.C.) profetizou principalmente para o reino do sul de Judá durante um período
de turbulência política. Seu ministério abrange os reinados de vários reis e inclui mensagens de
juízo contra os pecados de Judá, advertências sobre o exílio e profecias de esperança, incluindo a
vinda do Messias e a futura restauração de Israel. Reis: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias.
• Jeremias (~ 627–580 a.C.) foi chamado para profetizar a Judá durante um período de declínio
moral e espiritual. Apesar de enfrentar perseguições, entregou mensagens de juízo contra a
idolatria, a injustiça social e os corações endurecidos de Judá. Suas profecias descrevem
vividamente a destruição iminente, mas também contêm promessas de restauração e uma nova
aliança com Deus. Reis: Josias, Jeoaaz, Jeoaquim, Jeconias (também conhecido como Conias) e
Zedequias..
• Lamentações (~ 587 a.C.), tradicionalmente atribuída a Jeremias, é uma coleção de lamentos
poéticos sobre a destruição de Jerusalém e o sofrimento de seu povo. O livro expressa um
profundo pesar e tristeza pela devastação causada pela conquista de Babilônia e pelo exílio.
Reis: Zedequias.
• Ezequiel (~593-571 a.C.) foi um profeta entre os exilados em Babilônia durante o cativeiro.
Através de visões e atos simbólicos, ele transmitiu as mensagens de juízo de Deus sobre Judá e
137
as nações vizinhas, enfatizando a soberania, santidade e a esperança futura de Israel. Público:
Israel exilado.
• Daniel (~605-530 a.C.) foi levado para o exílio em Babilônia, onde serviu na corte real. Seu livro combina
narrativas das experiências de Daniel, como a interpretação de sonhos e a sobrevivência na cova dos
leões, com visões apocalípticas que revelam os planos futuros de Deus. Suas profecias preveem a
ascensão e queda de impérios, a vinda do Messias e o triunfo final do reino de Deus. Reis da Babilônia:
Nabucodonosor, Belsazar, Dario, o Medo, e Ciro, o Grande (Persa).
Profetas Menores:
• Oséias (~755–715 a.C.) concentra-se principalmente no Reino do Norte de Israel. Ele usa suas
próprias dificuldades matrimoniais como metáfora para a infidelidade de Israel a Deus e adverte
sobre o juízo iminente devido à idolatria e injustiça social. Oséias profetizou durante os reinados
de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias de Judá, e durante o reinado de Jeroboão II de Israel.
• Joel (data incerta, mas provavelmente por volta do século IX a.C.) profetiza sobre uma
devastadora praga de gafanhotos que serve como um aviso de um juízo maior por vir. Ele convoca
ao arrependimento e descreve o derramamento do Espírito Santo no futuro. Não há menção
específica dos reis a quem Joel profetizou.
• Amós (~760–750 a.C.) entrega mensagens de juízo contra Israel e as nações vizinhas por sua
injustiça social, idolatria e opressão aos pobres. Ele enfatiza a importância da verdadeira
adoração e da retidão. Amós profetizou durante os reinados de Uzias de Judá e Jeroboão II de
Israel.
• Obadias (data incerta, mas provavelmente entre os séculos IX e VI a.C.) profetizou contra a nação
de Edom por seu orgulho e maus-tratos a Israel. Ele prevê a queda de Edom e enfatiza a justiça de
Deus. Não há menção específica dos reis a quem Obadias profetizou.
• Jonas (~século VIII a.C.) é conhecido por sua relutância em obedecer ao comando de Deus de
pregar o arrependimento à cidade de Nínive. Depois de ser engolido por um grande peixe e
subsequente libertação, Jonas entrega uma mensagem de advertência a Nínive, o que leva ao
arrependimento e salvação da cidade. Jonas profetizou durante o reinado de Jeroboão II de Israel.
• Miquéias (~735–700 a.C.) condena a injustiça social, opressão e adoração falsa em Judá e Israel.
Ele prevê a queda de Jerusalém, mas também oferece esperança de restauração e a vinda de um
governante justo de Belém. Miquéias profetizou durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias de
Judá.
• Naum (~660–630 a.C.) profetiza a destruição iminente de Nínive, a capital do Império Assírio,
como punição por sua maldade e opressão. Ele declara a vingança de Deus e assegura a
libertação de Judá. Naum profetizou durante o reinado do rei Josias de Judá.
• Habacuque (~610–605 a.C.) questiona a Deus sobre as injustiças e violências em Judá. Deus
responde revelando Seu plano de usar os babilônios para julgar Judá, o que perturba Habacuque.
No entanto, Habacuque expressa finalmente sua confiança na soberania de Deus. Habacuque
profetizou durante o reinado do rei Jeoaquim de Judá.
• Sofonias (~640–609 a.C.) adverte sobre o "dia do Senhor" que se aproxima, um dia de juízo contra
Judá devido à sua idolatria, corrupção e injustiça social. Ele convoca ao arrependimento e
enfatiza o remanescente que será salvo. Sofonias profetizou durante o reinado do rei Josias de
Judá.
138
• Ageu (~520 a.C.) exorta o povo de Judá a priorizar a reconstrução do templo em Jerusalém, que
havia sido negligenciado. Ele os encoraja com a promessa da presença de Deus e bênçãos sobre
sua obediência. Ageu profetizou durante o reinado do rei Dario I da Pérsia.
• Zacarias (~520–518 a.C.) entrega mensagens de encorajamento e exortação ao povo de Judá,
incentivando-os a concluir a reconstrução do templo. Ele também profetiza sobre a vinda do
Messias e a futura restauração de Jerusalém. Zacarias profetizou durante o reinado do rei Dario I
da Pérsia.
• Malaquias (~450–400 a.C.) confronta a apatia espiritual e a desobediência entre o povo de Judá,
desafiando-os a honrar a Deus com seus oferecimentos e casamentos. Ele promete a vinda do
mensageiro (João Batista) e o dia do Senhor. Malaquias profetizou durante o período pós-exílico,
provavelmente após a reconstrução do templo e pouco antes do período do “silêncio”.
Observe na lista acima que foram apenas Ezequiel e Daniel que profetizaram até os tempos das nossas
histórias em #13, e dos Profetas Menores, Ageu e Zacarias (a quem você deve recordar da sua leitura,
que encorajaram a construção), e finalmente Malaquias, que se destaca no final.
Malaquias 1:6b (ARA) - "O filho honra o pai, e o servo ao seu senhor. Se, pois, eu sou pai, onde está a
minha honra? E, se sou senhor, onde está o temor para comigo? Diz o Senhor dos Exércitos a vós, ó
sacerdotes, que desprezais o meu nome."
Malaquias 2:15-16 (ARA) - "Não fez ele um só, embora tivesse a abundância do espírito? E qual era o
propósito de um só? A posteridade santa. Guardai-vos, pois, em vosso espírito, e ninguém seja infiel
para com a mulher da sua mocidade. Porque o homem que rejeitar a sua mulher, diz o Senhor Deus de
Israel, cobre a sua veste de violência, diz o Senhor dos Exércitos; portanto, guardai-vos em vosso
espírito, e não sejais infiéis."
Malaquias 3:1 (ARA) - "Eis que envio o meu mensageiro, e ele preparará o caminho diante de mim; e de
repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, e o anjo da aliança, a quem vós desejais; eis
que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos."
Malaquias 3:2-3 (ARA) - "Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando ele
aparecer? Porque ele é como o fogo do ourives e como a lixa dos lavandeiros. E se assentará como
derretedor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata, e
trarão ao Senhor ofertas em justiça."
Malaquias 3:8-10 (ARA) - "Roubará o homem a Deus? Contudo, vós me roubais. E dizeis: Em que te
roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais, vós, a
nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e
depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não
derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abundância."
Malaquias 3:16-18 (ARA) - "Então, os que temiam ao Senhor falaram uns aos outros, e o Senhor ouviu, e
atentou, e, diante dele, foi escrito um memorial, para os que temem ao Senhor e para os que se
140
lembram do seu nome. E eles serão para mim particular tesouro, diz o Senhor dos Exércitos, no dia em
que eu agir, e os pouparei, como o homem poupa a seu filho que o serve. Então, vereis outra vez a
diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve."
Malaquias 4:5-6 (ARA) - "Eis que vos envio o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do
Senhor. Ele fará voltar o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos aos seus pais, para que eu
não venha e fira a terra com maldição."
5. Aliança ~ 1921 a.C. (Gênesis 11:10-Gênesis 50) - A promessa de Deus a Abraão, Isaque e
Jacó, e o estabelecimento de Israel.
6. Cativeiro 1 ~ 1680-1491 a.C. (Êxodo 1-15:21) - O tempo de Israel como escravos no Egito, e
Deus levantando Moisés para libertá-los, enquanto ele opera 10 pragas diante de Faraó.
7. Comandos ~ 1491 a.C. (Êxodo 15:21 - Deuteronômio) - Deus dá a lei a Israel no deserto e os
sustenta, onde passam 40 anos por causa da desobediência.
8. Conquista ~ 1531 a.C. (Josué) – Josué lidera Israel para conquistar e dividir a terra
prometida.
9. Conciliadores ~1400-1095 a.C. (Juízes-1 Samuel 7) Israel é governado por juízes; Eles
passam por ciclos de desobediência, Deus traz opressão, eles clamam a Deus, então Deus
levanta um juiz para libertá-los.
10. Coroas ~1095-586 a.C. (1 Samuel 8-2 Reis; também, 1-2 Crônicas) O povo clama a Samuel
por um Rei e Deus lhes dá Saul. Por causa da desobediência, Deus tira o reino de Saul e o dá a
Davi. Depois do filho de Davi, Salomão, o reino se divide em norte (Israel) e sul (Judá). O norte
nunca mais teve um rei justo, enquanto Judá teve reis bons e reis maus.
11. Conquistado ~ 722 a.C. (2 Reis 17) A Assíria destruiu as 10 tribos do norte (Israel); eles
foram dispersos e perdidos (ou seja, não mantiveram sua identidade/tribo na forma visível).
12. Cativeiro 2 ~ 587-586 a.C. (2 Reis 25) Babilônia destrói Jerusalém em Judá, e Judá entra
em 70 anos de cativeiro, durante os quais o império babilônico se transforma no império
persa. (A história de Daniel e Ester ocorre sob o controle babilônico e persa).
141
13. Construção - (Esdras-Neemias) Judá retorna ao seu país e reconstrói sua cidade. O 1º
grupo retornou ~ 536 a.C. e o 2º em ~ 458 a.C. (Esdras 2 e 8), mas não foi até ~ 454 a.C.
Neemias reconstrói a muralha.
14. Calma - da mesma forma que foram 400 anos de silêncio antes de Deus levantar Moisés
para libertar Israel, depois de Malaquias, há 400 anos de silêncio (em termos de revelação
bíblica) até o anúncio de Cristo. Malaquias fecha o VT dizendo para se preparar para a vinda
do Messias.
142
#15 – Cristo (Mateus 1-2; Lucas 1-2)
~04 a.C.
Após 400 anos de silêncio, o momento finalmente chegou—o cumprimento dos tempos (Hebreus 9:26),
quando o Messias Prometido de Gênesis 3:15 assumiu a carne humana e habitou entre nós. Jesus,
nascido da virgem conforme profetizado por Isaías, entrou no mundo sem a natureza pecaminosa
herdada de Adão, assumindo o papel do segundo Adão. Apesar dessa bênção divina, Maria enfrentou o
julgamento do mundo, pois um filho nascido sem um pai biológico era considerado escandaloso. No
entanto, ela aceitou humildemente a mensagem angelical e louvou a Deus por Sua escolha.
José, um homem justo, inicialmente planejou terminar discretamente o noivado. No entanto, um anjo lhe
apareceu, afirmando que o filho deles foi concebido pelo Espírito Santo e instruindo-o a tomar Maria
como sua esposa. Embora tenham aceitado a mensagem divina, muitos não acreditaram neles e viam
Jesus como uma criança ilegítima nascida fora do casamento.
143
Deus também deu miraculosamente a Isabel, uma parente de Maria, e a seu marido Zacarias, um
sacerdote, um filho na velhice. Esse filho, João, foi cheio do Espírito Santo ainda no ventre e pulou de
alegria na presença de Jesus quando suas duas mães grávidas se encontraram.
Além do nascimento virginal, Isaías profetizou sobre o status real de Jesus, descrevendo como o governo
repousaria sobre Seus ombros, com Seu reino se expandindo infinitamente e trazendo paz à terra.
Apesar de Sua linhagem real da casa de Davi e de Seu nascimento na humilde cidade de Belém
(conforme previsto por Miquéias), o Rei dos Reis entrou no mundo em um estábulo porque não havia
lugar para Ele na hospedaria.
Seu nascimento foi anunciado por anjos e reconhecido tanto por humildes pastores quanto por ricos
magos. Esses magos vieram do distante Oriente, simbolizando uma jornada a partir da direção onde
Adão e Eva foram expulsos, e longe do centro religioso de Israel. Eles seguiram uma estrela para
encontrá-Lo e trouxeram presentes que simbolizavam Sua realeza (ouro), divindade (incenso) e
sofrimento futuro (mirra). Jesus foi apresentado no templo, onde Simeão, que havia esperado fielmente
pela restauração de Israel, O reconheceu como o Messias. A profetisa Ana, uma viúva devota que servia
a Deus dia e noite no templo, também reconheceu e profetizou sobre a criança.
Embora poucos reconhecessem o bebê Jesus como o Rei prometido, Satanás o fez, e através do rei
Herodes, procurou matá-Lo. Após a visita dos magos, Herodes pediu que eles informassem a
localização de Jesus. Suspeitando das intenções de Herodes, os magos tomaram um caminho diferente
para voltar para casa, evitando Herodes. Enquanto isso, Deus advertiu José em um sonho, e a família
fugiu para o Egito. Enfurecido, Herodes ordenou o massacre de todos os meninos em Belém para
eliminar o Messias. No entanto, Jesus, como Moisés antes d’Ele, foi poupado dessa ameaça. Após a
morte de Herodes, José e Maria retornaram com Jesus, cumprindo a profecia de que Ele seria chamado
do Egito, paralelamente ao êxodo de Israel. Eles se estabeleceram em Nazaré, onde Jesus cresceu em
estatura e sabedoria, cumprindo a profecia de que Ele seria chamado de Nazareno. O único evento
conhecido de Sua infância é a história de Seu desaparecimento aos doze anos, quando foi encontrado
mais tarde no templo. Além disso, sabemos que Jesus era carpinteiro, provavelmente continuando a
trabalhar até cerca de 30 anos, quando começou Seu ministério público.
Este é o mistério milagroso da encarnação, onde o Filho de Deus assumiu a carne humana para viver
entre nós e ser Emanuel (Deus conosco). Plenamente Deus e plenamente humano, Ele cresceu entre
nós com pais e irmãos, mas era o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, vindo para estabelecer um reino
que sucederia onde todos os reinos anteriores falharam. Ele traria paz entre Deus e o homem, e essa
paz, por sua vez, traria paz à terra.
145
sairá de teus lombos, e estabelecerei o seu reino. Ele edificará uma casa ao meu nome,
e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino."
8. O Messias nasceria na pequena cidade de Belém:
o Profecia: Miquéias 5:2 (ARA) - "Mas tu, Belém Efrata, embora pequena entre os
milhares de Judá, de ti me sairá o que há de ser governador em Israel, cujas origens são
desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade."
9. O nascimento do Messias seria anunciado por uma estrela:
o Profecia: Números 24:17 (ARA) - "Eu o vejo, mas não no presente; eu o contemplo, mas
não de perto. Uma estrela sairá de Jacó, e um cetro se levantará de Israel."
10. O Messias seria adorado por reis que traziam presentes:
• Profecia: Salmo 72:10-11 (ARA) - "Os reis de Társis e das ilhas trarão presentes; os reis de
Sabá e de Seba oferecerão dons. E todos os reis se prostrarão diante dele; todas as nações o
servirão."
11. O Messias receberia presentes de ouro e incenso:
• Profecia: Salmo 72:15 (ARA) - "Viva ele! Que lhe dêem de Sabá ouro. Que orem por ele
continuamente, e o abençoem todo o dia."
12. O Messias seria chamado Emanuel, que significa "Deus conosco":
• Profecia: Isaías 7:14 (ARA) - "Portanto, o próprio Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem
conceberá e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel."
13. O nascimento do Messias causaria lamento em Belém:
• Profecia: Jeremias 31:15 (ARA) - "Assim diz o Senhor: 'Ouvi-se uma voz em Ramá, lamentação
e grande pranto; Raquel chorando por seus filhos, e não querendo ser consolada, porque já
não existem.'"
14. O Messias seria chamado do Egito:
• Profecia: Oséias 11:1 (ARA) - "Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei o meu
filho."
15. O Messias seria chamado Nazareno:
• Profecia: Juízes 13:5, Isaías 11:1, Jeremias 23:5 (ARA) - Embora o termo "Nazareno" não seja
diretamente mencionado no Antigo Testamento, estudiosos acreditam que possa se referir à
profecia de Isaías sobre o "renovo" (Isaías 11:1), bem como ao voto de nazireu em Juízes e ao
"renovo justo" prometido em Jeremias.
2. O Propósito da Genealogia.
Você pode ter notado que, enquanto o relato de Lucas sobre o nascimento de Jesus menciona
apenas que ele é da linhagem de Davi, o relato de Mateus detalha toda a linhagem de Cristo até
Abraão. Para relembrarmos o que lemos, aqui está um breve resumo:
146
1. Abraão a Davi (versículos 2-6a): Esta seção destaca figuras-chave, como Abraão, o pai da
nação judaica; Isaque, o filho da promessa; Jacó, cujo nome foi mudado para Israel; e Davi, o
rei de Israel.
2. Davi ao exílio babilônico (versículos 6b-11): Esta seção continua com a linhagem de Davi
através de seus descendentes, incluindo Salomão e vários reis de Judá, até o tempo do exílio
babilônico, quando o povo foi levado cativo para a Babilônia.
3. Exílio babilônico a Jesus (versículos 12-16): A genealogia então segue a linha do exílio
babilônico até Jesus, incluindo figuras-chave como Zorobabel e culminando em José, esposo
de Maria, de quem nasceu Jesus.
Existem algumas razões para essa genealogia específica que os estudiosos geralmente destacam.
Primeiro, Mateus estava escrevendo para um público judeu, portanto, era importante que ele
deixasse claro que Jesus tem o direito legal ao trono de Davi, conforme profetizado. Ele conecta
Jesus com muitas das figuras-chave nas quais Deus revelou suas promessas pactuais.
Segundo, Mateus não estava escrevendo para ser cientificamente preciso. Ele resumiu
intencionalmente um pouco para que cada uma das 3 seções da genealogia totalizasse 14. O
número 7 era um número simbólico para os judeus e representava integridade, completude e
perfeição. Assim, ao usar um múltiplo de 7 (2 x 7 = 14), Mateus queria mostrar como o plano de Deus
estava sendo completado de maneira perfeita e plena ao longo da história. De forma organizada e
metódica, o mistério de Deus seria revelado exatamente como foi prometido e como deveria ser
esperado.
Terceiro, Mateus teve o cuidado de destacar várias mulheres na genealogia que não eram judias. São
elas: Tamar, Raabe, Rute e Bate-Seba. Agora que o evangelho seria anunciado a todos os gentios,
Mateus deixa claro que os gentios faziam parte do plano de Deus o tempo todo (como ele havia
prometido a Abraão, que a aliança abençoaria todas as nações). Durante a história real de Israel,
Deus usou mulheres gentias chave que desempenharam papéis importantes na linhagem de Cristo.
Elas estão sendo usadas como um prenúncio, pois os judeus precisariam ver o grande plano de Deus
no cumprimento da aliança abraâmica.
Através de tudo isso, os judeus deveriam ver Jesus como o cumprimento das Escrituras e a
culminação do plano redentor de Deus.
147
A humildade de Maria se manifestou quando o anjo veio até ela e a informou sobre o filho que ela
carregaria. Ela se declarou serva do Senhor, e que a profecia se cumprisse segundo a palavra do
Senhor. No cântico de Maria, ela louvou a Deus por escolher fazer grandes coisas através dos
humildes, enquanto rejeitava os orgulhosos e poderosos. Sua postura durante tudo o que aconteceu
foi de se maravilhar com o que Deus estava fazendo e guardar essas coisas em seu coração. (Lucas
1:46-55)
Maria e José não eram apenas humildes de coração, mas também de meios humildes. Levítico 12:8
(ARA) diz:
"Mas, se não tiver recursos para um cordeiro, tomará duas rolas ou dois pombinhos, um para
holocausto e o outro para oferta pelo pecado; e o sacerdote fará expiação por ela, e ficará
limpa."
Vemos a pobreza de Maria e José quando oferecem o sacrifício modesto de duas rolas e dois
pombinhos, pois não podiam nem mesmo comprar um cordeiro para o sacrifício (Lucas 2:24). No
entanto, eles foram obedientes e fiéis a fazer tudo o que a lei lhes ordenava.
Também vemos a mesma humildade e justiça demonstradas por Isabel e Zacarias. Eles eram justos
e irrepreensíveis, e embora não tivessem filhos, continuavam adorando e louvando a Deus. Estavam
cheios do Espírito Santo e profetizavam sobre o que Deus estava fazendo ao redor deles. Isabel ficou
maravilhada com a graça de Deus, que permitiu que Maria, a mãe de seu Senhor, viesse visitar sua
casa. Uau, que humildade!
Outra figura que vimos foi Simeão. Vemos que ele era justo e cheio do Espírito, e Deus lhe revelou
que seus olhos veriam o Cristo. O que é incrível no pequeno e breve relato que temos de Simeão é
uma frase perspicaz que diz que ele estava "esperando a consolação de Israel" (Lucas 2:25).
Simeão era um homem focado na promessa de salvação de Deus, esperando pacientemente e com
ânimo.
Da mesma forma, vimos o mesmo na profetisa Ana (Lucas 2:36-38). Uma viúva de 84 anos que havia
orado e adorado a Deus fielmente por toda a sua vida. Depois de uma vida de espera, Deus a
permitiu ser uma das poucas a ver e reconhecer o bebê como o Messias, e pelo Espírito Santo, a
profetizar ao povo sobre a salvação que Deus estava trazendo.
6. O Milagre da Encarnação
Sem dúvida, um dos maiores milagres da Bíblia é o milagre da encarnação —um mistério que
nenhuma mente humana pode verdadeiramente compreender. Como é possível que o Criador do
universo possa tomar forma humana e habitar entre nós como um de nós? No entanto, foi
exatamente isso que aconteceu, e exatamente o que precisava acontecer para que Deus nos
salvasse dos nossos pecados. Ele teve que ser totalmente humano para ter sucesso onde o primeiro
Adão falhou, mas teve que ser totalmente Deus para suportar o castigo e a ira de um Deus santo e
conquistar a morte em nosso favor. Os Evangelhos cuidadosamente nos apontam, nos seguintes
textos, como Jesus era ao mesmo tempo totalmente Deus e totalmente homem. Lemos que:
• Ele recebeu adoração que só era devida a Deus (Mateus 2:2, 11), mas Ele adorou o Pai (João 17).
• Ele foi chamado de Deus (João 20:28; Hebreus 1:8), mas também foi chamado de homem (Marcos
15:39, João 19:5).
• Ele foi chamado de Filho de Deus (Marcos 1:1), mas também foi chamado de Filho do Homem (João
9:35-37).
• Ele é orado (Atos 7:59), mas Ele orou ao Pai (João 17).
• Ele conhece todas as coisas (João 21:17), mas Ele cresceu em sabedoria (Lucas 2:52).
• Ele é o pão da vida (João 6:35), mas Ele teve fome (Mateus 4:2).
• Ele dá a vida eterna (João 10:28), mas Ele morreu (Lucas 23:46).
• Toda a plenitude da divindade habita nele (Colossenses 2:9), mas Ele tem um corpo de carne e
ossos.
151
Esse aspecto da humanidade de Jesus o torna totalmente qualificado para saber o que é ser
humano. Lemos:
Hebreus 4:15: "Porque não temos um sumo sacerdote que não possa se compadecer das nossas
fraquezas, mas um que, em tudo, foi tentado como nós, mas sem pecado."
No entanto, em Sua humanidade, Ele não deixou de ser Deus. Filipenses 2:6-8 diz assim: "… sendo
em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo,
tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem,
humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz."
Foi o Criador divino do universo, mas em forma humana humilde, que habitou entre nós. Assim, o
milagre da encarnação é que o menino Jesus foi Emanuel—Deus conosco.
Lemos sobre essa incrível verdade no início do evangelho de João:
João 1:1-3 (ARA): "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele
estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do
que foi feito se fez."
Em seguida, lemos no versículo 14: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua
glória, glória como do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade."
Lemos em outras passagens sobre a divindade de Jesus, como em Colossenses 1:15 -17 (ARA): "Ele é
a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação. Porque nele foram criadas todas
as coisas, nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam
principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas,
e nele subsistem todas as coisas."
Hebreus 1:3 (ARA) também nos fala de Sua identidade como Deus: "Ele é o resplendor da glória
de Deus e a expressa imagem da sua substância, e sustenta todas as coisas pela palavra do seu
poder."
Quando a promessa foi feita em Gênesis 3:15, acho que Eva não poderia nem imaginar que a
promessa que Deus fez de enviar alguém pela semente da mulher, que destruiria o diabo, seria
cumprida por Deus Ele mesmo. Acho que eles não perceberam que a razão pela qual a semente
prometida viria pela linha da mulher (e não do homem) era porque seria um nascimento virginal. Não
acredito que pudessem compreender o significado de que a linha do primeiro Adão não passaria a
natureza do primeiro Adão, e que essa promessa seria cumprida por um segundo Adão que teria uma
natureza divina e sucederia em todos os aspectos onde o primeiro Adão falhou.
Acho que Abraão não poderia imaginar que o cordeiro que Deus proveria como substituto de Isaque
seria o próprio Deus. Nem Moisés poderia ter reconhecido que o sangue do cordeiro da Páscoa seria
o sangue humano do Criador do universo. No entanto, isso foi exatamente o que estava sendo
revelado através do Antigo Testamento, como se fosse uma sombra da realidade que viria. A
realidade de Gênesis 3:15 e todas as seguintes revelações chegou agora, e o primeiro passo para
revelar o mistério dos séculos (Colossenses 1:26) foi o nascimento virginal e a encarnação.
152
Um ponto final que devemos observar é que, enquanto a vontade de Deus será cumprida, Satanás
não ficará simplesmente de braços cruzados e permitirá que ela se desenrole. A oposição
demoníaca certamente se seguirá, à medida que Satanás tenta frustrar os planos de Deus.
Quando o povo de Deus estava em cativeiro no Egito, Ele levantou Moisés como um Salvador para
Israel. Lemos que o Faraó tentou matar todos os bebês do sexo masculino. No entanto, apesar desse
esforço extremo, Deus preservou Moisés, o libertador de Israel, do plano do diabo.
De forma semelhante, quando a humanidade estava em cativeiro no pecado, e Deus levantou Jesus
como o Salvador do mundo, o diabo, por meio do Rei Herodes, novamente tentou matar todos os
bebês judeus para impedir o nascimento do Salvador. Mas mais uma vez, Deus protegeu
sobrenaturalmente Seu Messias, preservando Sua vida ao enviá-Lo para o Egito. A profecia "Do Egito
chamei o meu Filho" não se referia apenas a Deus tirando o Seu povo do Egito; ela também se referia
a Jesus, o Filho unigênito de Deus, que sairia do Egito e continuaria Sua missão como o libertador.
Ao longo do ministério de Jesus, veremos um aumento da atividade demoníaca visando confrontar
Jesus e Sua obra. Nessa batalha espiritual, todas as forças das trevas vieram contra Jesus, mas, por
meio do poder e da proteção de Deus, incluindo a expulsão de demônios, ficou claro que Deus é
superior ao diabo, e que o diabo não seria capaz de impedir a obra que Deus havia planejado.
Usando uma linguagem vívida, Apocalipse fala sobre essa luta sobrenatural em Apocalipse 12:1-6
(ARA):
"E apareceu no céu um grande sinal: uma mulher, vestida de sol, com a lua debaixo dos seus
pés, e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. Estava grávida, e gritava, com dores de parto,
na angústia de dar à luz. E apareceu outro sinal no céu: eis um grande dragão vermelho, com
sete cabeças e dez chifres, e sobre as cabeças sete diademas. Com a cauda, arrastava a terça
parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra. E o dragão ficou em frente à mulher que
estava para dar à luz, a fim de devorar-lhe o filho, quando este nascesse. E deu à luz um filho
varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro; e o seu filho foi arrebatado para junto
de Deus e do seu trono. E a mulher fugiu para o deserto, onde tem um lugar preparado por Deus,
para que lá a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias."
Sem nos aprofundarmos nos detalhes complexos dessa passagem profética, notemos simplesmente
que, enquanto vemos uma batalha física no mundo, também há uma batalha espiritual que
permanece invisível para nós. Nessa batalha invisível, Deus é, e continuará sendo, vitorioso sobre o
diabo. No final, como veremos na história #20, o diabo será derrotado de uma vez por todas.
Enquanto isso, somos exortados em Efésios 6:13-17 (ARA):
"Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e, havendo
feito tudo, ficar firmes. Estai, pois, firmes, cingidos com a verdade, e vestindo a couraça da
justiça, e calçai os pés com a preparação do evangelho da paz. Tomai, além disso, o escudo da
fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o
capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus."
Como já observamos na história #13, Paulo escreve em 2 Timóteo 3:12 (ARA): "E, na verdade, todos
os que querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos." O fato de o diabo vir
contra Deus e Seu povo não deve nos surpreender, mas podemos ter a confiança de saber que Jesus
é vitorioso sobre o diabo, e, portanto, também podemos olhar para Ele para nossa vitória.
153
III. Versículos-Chave para Saber
Lucas 2:10-12 (ARA) - Mas o anjo lhes disse: "Não temais! Eis que vos trago boa-nova de grande alegria,
que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, vos nasceu o Salvador, que é o Cristo, o Senhor! E
isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas, e deitada numa manjedoura."
Isaías 9:6-7 (ARA) - Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o governo está sobre os seus
ombros. E o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do
aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o
estabelecer e o firmar com justiça e com retidão, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos
Exércitos fará isso.
João 1:14 (ARA) - E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do
Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
Salmo 24:3-6 (ARA) - Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu santo lugar?
Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura com
engano. Este receberá a bênção do Senhor e a justiça do Deus da sua salvação. Tal é a geração dos que o
buscam, dos que buscam a tua face, ó Deus de Jacó.
Salmo 95:6 (ARA) - Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que nos criou.
Salmo 127:3-5 (ARA) - Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão. Como
flechas na mão do guerreiro, assim são os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que enche
deles a sua aljava; não será confundido quando falar com os seus inimigos à porta.
Efésios 6:13-17 (ARA) - Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau,
e, havendo feito tudo, ficar firmes. Estai, pois, firmes, cingidos com a verdade, e vestindo a couraça da
justiça, e calçai os pés com a preparação do evangelho da paz. Tomai, além disso, o escudo da fé, com o
qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação, e
a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.
154
5. Aliança ~ 1921 a.C. (Gênesis 11:10-Gênesis 50) - A promessa de Deus a Abraão, Isaque e
Jacó, e o estabelecimento de Israel.
6. Cativeiro 1 ~ 1680-1491 a.C. (Êxodo 1-15:21) - O tempo de Israel como escravos no Egito, e
Deus levantando Moisés para libertá-los, enquanto ele opera 10 pragas diante de Faraó.
7. Comandos ~ 1491 a.C. (Êxodo 15:21 - Deuteronômio) - Deus dá a lei a Israel no deserto e os
sustenta, onde passam 40 anos por causa da desobediência.
8. Conquista ~ 1531 a.C. (Josué) – Josué lidera Israel para conquistar e dividir a terra
prometida.
9. Conciliadores ~1400-1095 a.C. (Juízes-1 Samuel 7) Israel é governado por juízes; Eles
passam por ciclos de desobediência, Deus traz opressão, eles clamam a Deus, então Deus
levanta um juiz para libertá-los.
10. Coroas ~1095-586 a.C. (1 Samuel 8-2 Reis; também, 1-2 Crônicas) O povo clama a Samuel
por um Rei e Deus lhes dá Saul. Por causa da desobediência, Deus tira o reino de Saul e o dá a
Davi. Depois do filho de Davi, Salomão, o reino se divide em norte (Israel) e sul (Judá). O norte
nunca mais teve um rei justo, enquanto Judá teve reis bons e reis maus.
11. Conquistado ~ 722 a.C. (2 Reis 17) A Assíria destruiu as 10 tribos do norte (Israel); eles
foram dispersos e perdidos (ou seja, não mantiveram sua identidade/tribo na forma visível).
12. Cativeiro 2 ~ 587-586 a.C. (2 Reis 25) Babilônia destrói Jerusalém em Judá, e Judá entra
em 70 anos de cativeiro, durante os quais o império babilônico se transforma no império
persa. (A história de Daniel e Ester ocorre sob o controle babilônico e persa).
13. Construção - (Esdras-Neemias) Judá retorna ao seu país e reconstrói sua cidade. O 1º
grupo retornou ~ 536 a.C. e o 2º em ~ 458 a.C. (Esdras 2 e 8), mas não foi até ~ 454 a.C.
Neemias reconstrói a muralha.
14. Calma - da mesma forma que foram 400 anos de silêncio antes de Deus levantar Moisés
para libertar Israel, depois de Malaquias, há 400 anos de silêncio (em termos de revelação
bíblica) até o anúncio de Cristo. Malaquias fecha o VT dizendo para se preparar para a vinda
do Messias.
15. Cristo - ~4B.C. (Mateus 1-2 e Lucas 1-2) - o Messias prometido nasce na linhagem de Judá
na família de Davi, na cidade de Belém, de uma virgem chamada Maria, cumprindo as
palavras dos profetas.
155
#16 – Começa (Mateus 3-20:16; Marcos 1-
10:31; Lucas 3-18:30; João 1-10)
~26 d.C.
156
Quando chegou a hora de Jesus iniciar Seu ministério público, Ele foi batizado por João no rio Jordão. À
medida que Jesus se aproximava, João O identificou publicamente como “o Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo.” Ele disse ao povo que Jesus era aquele de quem ele havia dito que não era digno
nem de desatar a correia de Sua sandália. Enquanto Jesus era batizado, o Espírito Santo desceu sobre
Ele como uma pomba, e uma voz do céu declarou: “Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo.”
Após Seu batismo, Jesus começou a chamar discípulos para segui-Lo. Assim como Israel foi fundado em
12 tribos, Jesus fundaria o novo Israel em 12 discípulos. Ele começou a ensinar e a proclamar que o reino
dos céus estava “próximo” e que pertencia a pessoas como as crianças pequenas, os pobres de espírito,
os mansos, os que desejam justiça, os misericordiosos, os puros de coração e os pacificadores. Jesus
também ensinou que Seu reino não era deste mundo, mas que estava no meio deles.
Jesus ensinava o povo com autoridade e revelou o verdadeiro significado da lei do Antigo Testamento.
Assim como Moisés foi o grande legislador de Israel, Jesus foi o grande redistribuidor da lei, cuja
autoridade transcendia até a de Moisés, pois Ele trouxe o cumprimento real da lei. Ele declarou-se maior
do que o sábado e ensinou a verdadeira intenção da lei: que devemos amar a Deus com todo o nosso ser
e amar ao próximo como a nós mesmos. Enquanto Deus forneceu a Israel maná do céu e água da rocha
através de Moisés, Jesus declarou-se o Pão da Vida que desceu do céu e a Rocha que dá água viva. Onde
os milagres de Moisés sustentavam a vida física, Jesus é a provisão que sustenta tanto a vida física
quanto a espiritual.
Durante o Festival das Luzes, quando Israel celebrava o pilar de fogo que os guiou, Jesus declarou-se a
luz do mundo. Ele também afirmou que toda a Lei e os Profetas falavam d’Ele. Ele ousadamente afirmou:
“Antes que Abraão existisse, eu sou,” e declarou que quem O vê também vê o Pai.
Jesus também realizou muitos milagres que afirmavam Suas reivindicações divinas, abrindo olhos
cegos, fazendo os mudos ouvirem, os coxos andarem e ressuscitando os mortos. Apesar de tudo isso, os
corações de muitos, especialmente dos líderes religiosos, permaneceram endurecidos e procuraram
matá-Lo. Devido à sua incredulidade, Jesus frequentemente ocultava Sua identidade deles, revelando-a
apenas por meio de parábolas.
Durante esses três anos de ministério, a tensão continuava a crescer entre Jesus e os líderes religiosos,
enquanto a multidão permanecia instável de um dia para o outro, mas os discípulos continuavam a se
preparar para a partida de Jesus.
158
a justiça." Isso marcou o início do ministério público de Jesus, em que Ele cumpriria Sua missão
divina na terra. Após o batismo, uma voz do céu proclamou:
"Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo." (Mateus 3:17, ARA)
Embora João não compreendesse totalmente a profundidade da identidade de Jesus naquele
momento, ele posteriormente reconheceu Jesus como o Messias pelos milagres que realizou.
Em Mateus 11:2-6, lemos: "Quando João, no cárcere, ouviu falar das obras de Cristo, mandou
pelos seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar
outro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os
cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são
ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que
não achar em mim motivo de tropeço." (Mateus 11:2-6, ARA)
No Monte da Transfiguração (Mateus 17), a identidade misteriosa de Jesus foi ainda mais revelada a
Seus discípulos mais próximos. Eles O viram com Moisés e Elias e perguntaram a Jesus por que os
escribas insistiam que Elias deveria vir antes do Messias. Jesus esclareceu que o prometido "Elias" já
havia vindo na pessoa de João Batista, embora não tivesse sido reconhecido e fosse rejeitado.
Mateus 17:10-13 (ARA): "Os discípulos lhe perguntaram: Por que dizem, pois, os escribas ser
necessário que Elias venha primeiro? Então, Jesus respondeu: De fato, Elias virá e restaurará
todas as coisas; eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não o reconheceram; antes, fizeram
com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do Homem há de padecer nas mãos
deles. Então, os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista."
Vemos Jesus respondendo de forma semelhante em Marcos 9:11-13 (ARA): "E interrogaram-no,
dizendo: Por que dizem os escribas ser necessário que Elias venha primeiro? Então, ele
respondeu: De fato, Elias virá primeiro e restaurará todas as coisas. Como, pois, está escrito
acerca do Filho do Homem que sofrerá muito e será aviltado? Eu, porém, vos declaro que Elias
já veio, e fizeram com ele tudo quanto quiseram, como está escrito a seu respeito."
Assim, o ministério profético de João Batista cumpriu a promessa de que um Mensageiro prepararia
o povo para a chegada do Messias. Embora João compreendesse que Jesus era maior do que ele e
que Ele era o Cordeiro de Deus, João não compreendia plenamente que Jesus era a culminação de
todas as promessas. Ainda assim, ele proclamou fielmente a mensagem e, mais tarde, reconheceu
que Jesus era, de fato, Aquele que esperavam, encerrando tudo o que havia sido prometido desde a
era judaica.
Como Jesus seria aquele que batizaria com fogo e com o Espírito, ou, em outras palavras, seria o
determinador da vida ou da morte para todos? Podemos citar muitos textos aqui, mas para
desenvolver a ideia, vejamos João 12:46-48 (ARA): "Eu vim como luz para o mundo, a fim de que
todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. Se alguém ouvir as minhas palavras e
não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá -lo.
Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que
tenho proferido, essa o julgará no último dia."
Jesus não seria apenas a "pedra não cortada por mãos humanas" que quebraria as nações, mas
também Aquele que exigiria um acerto de contas de cada pessoa. Também veremos como, na
destruição de Jerusalém, isso não foi apenas verdade para a salvação individual, mas resultou em
159
um julgamento físico e terrestre em que aqueles que rejeitaram Jesus foram totalmente destruídos,
enquanto apenas um remanescente foi salvo.
Em Mateus 21:42 (ARA): "A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal
pedra, angular."
Jesus é retratado como a fundação essencial sobre a qual tudo é construído. Aqueles que aceitam e
constroem suas vidas sobre Ele encontram força e estabilidade, enquanto aqueles que O rejeitam
enfrentam destruição. Em Atos 4:11-12 (ARA), este versículo é citado, afirmando que Jesus é a pedra
angular e dizendo: "Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a
pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum
outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos."
Nesse momento, a grande narrativa da Bíblia estava chegando ao seu clímax. As promessas feitas no
Antigo Testamento foram cumpridas em Jesus. Tudo o que restava era aceitar ou rejeitá -Lo como o
prometido.
160
"Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto;
porque sem mim nada podeis fazer." — João 15:5 (ARA)
É essencial entender que essa “escolha” não é para a salvação, mas sim para como cada um é usado
para os propósitos de Deus. Até mesmo Judas foi escolhido, embora mais tarde traísse Jesus e
tirasse a própria vida:
"Respondeu-lhes Jesus: Não vos escolhi eu em número de doze? Contudo, um de vós é diabo.
Referia-se ele a Judas, filho de Simão Iscariotes; porque este, sendo um dos doze, era quem
estava para traí-lo." — João 6:70-71 (ARA)
Além de selecionar os doze, Jesus também escolheu um núcleo externo de setenta (ou setenta e
dois) discípulos. Isso também encontra fundamento no Antigo Testamento. Em Números 11, Moisés
foi chamado para escolher setenta anciãos, que receberiam uma porção do espírito de Moisés para
ajudá-lo a governar. De maneira semelhante, em Lucas 10, Jesus enviou setenta e dois discípulos (de
dois em dois), enviando com eles Seu espírito. (Nota: O número setenta ou setenta e dois
corresponde à "tabela das nações" na tradição judaica, baseada em Gênesis 10. Alguns textos
antigos usam “setenta,” enquanto outros usam “setenta e dois.”)
A intencionalidade da escolha de Jesus é enfatizar que é Ele quem edificará Sua igreja. Não depende
do homem, mas do trabalho de Deus para estabelecer a igreja, assim como Ele estabeleceu Israel.
161
• Mateus 5:21-22: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará
sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que sem motivo se irar contra seu
irmão estará sujeito a julgamento...”
• Mateus 5:27-28: “Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: Qualquer que
olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.”
• Mateus 5:31-32: “Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio.
Eu, porém, vos digo: Qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais
ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera...”
• Mateus 5:33-34: “Também ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás
rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos. Eu, porém, vos digo: De modo algum
jureis...”
• Mateus 5:38-39: “Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo:
Não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta -lhe também a
outra.”
• Mateus 5:43-44: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu,
porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem...”
Alguns dizem que Jesus estava “elevando o padrão” aqui, mas é essencial entender que Ele não
estava elevando o padrão em relação à intenção original da lei—Ele estava elevando em relação à
interpretação deles. Com o tempo, as pessoas desenvolveram uma compreensão rígida e literalista
que negligenciava o coração da lei: o amor. Elas acreditavam que suas ações exteriores as tornavam
justas, mas essas ações muitas vezes ignoravam o verdadeiro espírito da lei.
Jesus foi o único que verdadeiramente guardou e cumpriu todos os aspectos da lei de Deus, tanto
moral quanto cerimonialmente. A lei foi dada para nos mostrar que somos pecadores por natureza e
necessitamos do sacrifício de Jesus para expiar nossos pecados.
As leis cerimoniais, como explicado em Colossenses 2:16-17 e Hebreus 10:1, eram uma sombra que
apontava para Cristo, que é a substância. Assim, os líderes religiosos, incluindo os escribas e
fariseus, não podiam compreender que Jesus era o “Senhor do sábado” (Mateus 12:8) e o
cumprimento de suas práticas cerimoniais.
Ao ler, você pode ter sentido a tensão crescente entre Jesus e os líderes religiosos. Na próxima
seção, essa tensão culminará quando os judeus, por meio do governo romano, levarem Jesus à
morte.
Além dessas instruções diretas, Jesus às vezes ensinava por parábolas para que Suas mensagens
não fossem totalmente compreendidas. Em Marcos 4:10-12 (ARA), Ele explica o propósito das
parábolas: "Quando ficou só, os que estavam junto d'Ele, com os doze, interrogaram-no a
respeito das parábolas. Ele lhes respondeu: A vós outros vos é dado conhecer o mistério do
reino de Deus, mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas, para que, vendo, vejam e
não percebam; ouvindo, ouçam e não entendam, para que não venham a converter-se, e haja
perdão para eles."
Aqui, Jesus revela que usa parábolas para garantir que aqueles de coração endurecido, que resistem
à Sua mensagem, não compreendam, cumprindo a profecia de Isaías 6:9-10, que dizia que veriam,
mas não perceberiam, e ouviriam, mas não entenderiam. Esse método serve para distinguir aqueles
que genuinamente buscam segui-Lo daqueles que O rejeitam.
Para realmente conhecer Jesus, devemos buscá-Lo como o maior dos tesouros (como veremos nas
parábolas do Reino na próxima seção).
Um exemplo final de Jesus ocultando Sua identidade ocorre no Monte da Transfiguração. Após
revelar Sua glória radiante ao lado de Moisés e Elias, Jesus instruiu Seus discípulos a não contar a
ninguém o que haviam visto até depois de Sua ressurreição (Mateus 17:9).
164
No final, Jesus cumpriria tudo o que foi profetizado, e Sua identidade seria plenamente revelada a
todos. Mas, para aqueles de coração endurecido que se recusaram a buscá -Lo, Sua identidade
permaneceu oculta, conforme as profecias. Através disso, Sua missão foi cumprida, e as palavras
dos profetas foram realizadas.
165
Essas parábolas mostram o valor inigualável do Reino. Ele é comparado a um tesouro oculto e a uma
pérola de grande preço—objetos pelos quais alguém sacrificaria tudo para possuir. Embora
esperassem um reino terreno, não entenderam que o Reino era espiritual. A porta de entrada era o
arrependimento e a fé em Jesus como o Messias.
Embora seja um reino espiritual, também é importante reconhecer que o Reino se manifesta na
terra. Jesus nos ensinou a orar para que Seu Reino venha “assim na terra como no céu” (Mateus
6:10).
As parábolas de Jesus em Mateus 13 fornecem mais insights sobre a natureza do Reino:
• A Parábola do Semeador (Mateus 13:3-9, 18-23): A mensagem do Reino é recebida de
maneiras diferentes. Alguns a ouvem, mas não entendem; outros a recebem com alegria, mas
se desviam nas provações; ainda outros a abraçam e dão fruto.
• A Parábola do Trigo e do Joio (Mateus 13:24-30, 36-43): O Reino é como um campo onde
trigo e joio crescem juntos, ensinando que o bem e o mal coexistirão até o julgamento final.
• A Parábola da Rede (Mateus 13:47-50): Semelhante ao Trigo e Joio, enfatiza o julgamento
final, onde justos e ímpios serão separados.
Nessas parábolas, vemos que o governo de Deus se estende tanto sobre os justos quanto sobre os
ímpios. No entanto, apenas os puros de coração entrarão no Reino para “ver a Deus” (Mateus 5:8).
O livro de Apocalipse reforça essa distinção:
“Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras, para que lhes assista o direito à
árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas. Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros,
os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira.” (Apocalipse 22:14-15,
ARA)
Muitos interpretam erroneamente esse versículo como uma referência ao céu, mas no céu não
haverá “cães” nem pessoas ímpias fora dos portões. Em vez disso, ele ensina que aqueles que
aceitam a salvação terão parte no Reino de Deus, enquanto aqueles que a rejeitam permanecerão de
fora, enfrentando julgamento no final da era do Reino, como vemos nas parábolas.
Os crentes são informados:
“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor ”
(Colossenses 1:13, ARA).
Além de sermos cidadãos desse Reino, também nos é concedida uma posição real:
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de
Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a Sua
maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9, ARA).
Em Apocalipse 1, somos lembrados de que Jesus é o “Soberano dos reis da terra” (verso 5) e que
fomos feitos “reino, sacerdotes para o Seu Deus e Pai” (verso 6). Que privilégio incrível temos por
meio da fé em Cristo!
Um último aspecto do Reino enfatizado por Jesus é seu crescimento gradual ao longo do tempo. Na
Parábola do Grão de Mostarda (Mateus 13:31-32), Jesus explica:
166
“O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e plantou no seu
campo; o qual é, na verdade, a menor de todas as sementes; e, quando cresce, é maior do que
as hortaliças e se faz árvore, de modo que as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos.”
Embora o Reino dos Céus comece pequeno, ele crescerá até se tornar a maior das árvores, tão vasto
que até mesmo as aves do céu (um símbolo das nações em Ezequiel 31:6 e Daniel 4:12) virão
repousar em seus ramos.
Na Parábola do Fermento (Mateus 13:33), Jesus diz:
“O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três
medidas de farinha, até ficar tudo levedado.”
Essa parábola enfatiza a natureza transformadora e penetrante do Reino. Assim como o fermento
permeia a massa, o Reino se espalhará e transformará o mundo.
O reinado messiânico de Cristo foi predito no Antigo Testamento, mas é no ministério terreno de
Jesus que o mistério do “Reino dos Céus” começa a se revelar. Embora não tenha correspondido às
expectativas do povo, foi, e ainda é, muito mais belo do que alguém poderia imaginar.
João 1:29 (ARA) - No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo!
Mateus 3:17 (ARA) - E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo.
Mateus 5:17-18 (ARA) - Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para
cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará
da Lei, até que tudo se cumpra.
Mateus 5:20 (ARA) - Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e
fariseus, jamais entrareis no reino dos céus.
Marcos 1:15 (ARA) - O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no
evangelho.
João 3:16-17 (ARA) - Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo,
não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
João 14:6 (ARA) - Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai
senão por mim.
167
João 5:25-29 (ARA) - Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que os mortos
ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão. Porque assim como o Pai tem vida em si
mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo. E lhe deu autoridade para julgar, porque é o
Filho do Homem. Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos
túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que
tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.
João 15:5 (ARA) - Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito
fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
João 21:25 (ARA) - Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas
uma por uma, creio que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos.
5. Aliança ~ 1921 a.C. (Gênesis 11:10-Gênesis 50) - A promessa de Deus a Abraão, Isaque e
Jacó, e o estabelecimento de Israel.
6. Cativeiro 1 ~ 1680-1491 a.C. (Êxodo 1-15:21) - O tempo de Israel como escravos no Egito, e
Deus levantando Moisés para libertá-los, enquanto ele opera 10 pragas diante de Faraó.
7. Comandos ~ 1491 a.C. (Êxodo 15:21 - Deuteronômio) - Deus dá a lei a Israel no deserto e os
sustenta, onde passam 40 anos por causa da desobediência.
8. Conquista ~ 1531 a.C. (Josué) – Josué lidera Israel para conquistar e dividir a terra
prometida.
9. Conciliadores ~1400-1095 a.C. (Juízes-1 Samuel 7) Israel é governado por juízes; Eles
passam por ciclos de desobediência, Deus traz opressão, eles clamam a Deus, então Deus
levanta um juiz para libertá-los.
10. Coroas ~1095-586 a.C. (1 Samuel 8-2 Reis; também, 1-2 Crônicas) O povo clama a Samuel
por um Rei e Deus lhes dá Saul. Por causa da desobediência, Deus tira o reino de Saul e o dá a
Davi. Depois do filho de Davi, Salomão, o reino se divide em norte (Israel) e sul (Judá). O norte
nunca mais teve um rei justo, enquanto Judá teve reis bons e reis maus.
168
11. Conquistado ~ 722 a.C. (2 Reis 17) A Assíria destruiu as 10 tribos do norte (Israel); eles
foram dispersos e perdidos (ou seja, não mantiveram sua identidade/tribo na forma visível).
12. Cativeiro 2 ~ 587-586 a.C. (2 Reis 25) Babilônia destrói Jerusalém em Judá, e Judá entra
em 70 anos de cativeiro, durante os quais o império babilônico se transforma no império
persa. (A história de Daniel e Ester ocorre sob o controle babilônico e persa).
13. Construção - (Esdras-Neemias) Judá retorna ao seu país e reconstrói sua cidade. O 1º
grupo retornou ~ 536 a.C. e o 2º em ~ 458 a.C. (Esdras 2 e 8), mas não foi até ~ 454 a.C.
Neemias reconstrói a muralha.
14. Calma - da mesma forma que foram 400 anos de silêncio antes de Deus levantar Moisés
para libertar Israel, depois de Malaquias, há 400 anos de silêncio (em termos de revelação
bíblica) até o anúncio de Cristo. Malaquias fecha o VT dizendo para se preparar para a vinda
do Messias.
15. Cristo - ~4B.C. (Mateus 1-2 e Lucas 1-2) - o Messias prometido nasce na linhagem de Judá
na família de Davi, na cidade de Belém, de uma virgem chamada Maria, cumprindo as
palavras dos profetas.
16. Começo ~26-29 d.C. (Mateus-João) Jesus é publicamente identificado como o prometido
pelo favorito João Batista. Ele começa um ministério terreno de 3 anos, pregando e realizando
milagres para as massas, e ensinando e treinando 12 discípulos principais.
169
#17 – Cruz (Mateus 20:17-28; Lucas 18:31-24;
Marcos 10:32-Marcos 15: João 11-21)
~29 d.C.
17. Cruz – (Mateus 20:17-28; Lucas 18:31-24; veja também Marcos 10:32-15 e João 11-21) ~29 d.C.
À medida que a tensão entre Jesus e os líderes judeus se intensificava, Jesus entrou em Jerusalém pela
última vez, ciente de que em breve daria Sua vida na cruz. Ele entrou montado em um jumento,
cumprindo a profecia e simbolizando que Ele é um Rei que traz paz. As multidões espalharam ramos de
palmeiras diante d'Ele e clamaram: "Hosana!" (que significa "Salve-nos agora!").
Jesus então contou uma parábola sobre um banquete de casamento em que aqueles inicialmente
convidados não compareceram (representando os judeus que O rejeitaram), então o convite foi
estendido a outros (simbolizando os gentios). Ele também pronunciou sete ais sobre Jerusalém,
170
condenando-os por sua culpa em derramar o sangue dos profetas. Ele profetizou que uma destruição
total viria sobre Jerusalém dentro daquela geração, declarando que nem uma pedra ficaria sobre a outra.
Essa destruição também significaria a vinda de Seu reino.
Durante Sua última ceia de Páscoa com Seus discípulos, Jesus previu Sua traição e morte, e instituiu a
prática da comunhão para ser observada em memória d'Ele. Após a refeição, Ele levou Seus discípulos
ao Jardim do Getsêmani para orar. Lá, em profunda angústia sobre os eventos que estavam por vir, Jesus
suou gotas de sangue, enquanto Seus discípulos, dominados pelo cansaço, adormeceram.
Pouco depois, uma multidão chegou, e Jesus foi traído por Judas com um beijo. Enquanto Jesus era
preso, Pedro desembainhou a espada e cortou a orelha de um homem, mas Jesus, sabendo que deveria
cumprir Sua missão, curou o homem e disse a Pedro para guardar a espada.
Jesus foi levado pelos líderes judeus, onde foi zombado e maltratado antes de ser levado às autoridades
romanas. Embora os romanos não encontrassem culpa n'Ele, os líderes judeus exigiram Sua
crucificação. Após ser açoitado com 39 chibatadas, Jesus foi forçado a carregar Sua própria cruz até o
Gólgota. Enfraquecido pela perda de sangue e pelas surras, Ele desmaiou sob o peso da cruz, e Simão
de Cirene foi compelido a ajudá-Lo a carregá-la pelo resto do caminho.
No Gólgota, Jesus foi pregado na cruz entre dois criminosos. A um deles, que expressou fé n'Ele, Jesus
prometeu: "Hoje estarás comigo no paraíso." À medida que Sua morte se aproximava, Jesus ficou
desidratado e, em Sua sede, foi oferecido vinho azedo misturado com mirra—uma bebida destinada a
aliviar a dor—mas Ele a recusou após prová-la. Nesses momentos finais, Jesus carregou o pecado e o
sofrimento do mundo, fazendo com que o Pai se afastasse, deixando-O sentir-se completamente
abandonado.
Em Seu sacrifício, Jesus tornou-se pecado por nós para que pudéssemos nos tornar justos pela fé em
Seu nome. Ele foi o Cordeiro sacrificial perfeito, sem mancha ou defeito, que cumpriu toda a lei e foi
abatido em nosso lugar. Esse sacrifício foi prenunciado pela oferta de Isaac, a primeira Páscoa e a
serpente de bronze levantada no deserto. Nesta segunda Páscoa, que ocorreu exatamente como
previsto, a ira de Deus contra o pecado foi derramada de uma vez por todas. Pelas Suas feridas e
sofrimento, somos curados. Assim como o pecado entrou no mundo através de Adão e se espalhou para
todos os homens, agora, através da justiça do segundo Adão, a justificação da vida está disponível para
todos através dessa grande troca.
Ao morrer, Jesus declarou: "Está consumado," e entregou Seu espírito ao Pai, expirando Seu último
suspiro. Naquele momento, a escuridão cobriu a terra, e o véu do templo se rasgou em dois de cima a
baixo, significando que o acesso direto ao Pai agora era possível através da obra de Jesus.
Jesus foi então retirado da cruz e sepultado no túmulo de José de Arimatéia, que estava guardado por
uma escolta de soldados romanos. No terceiro dia, Jesus ressuscitou dos mortos, provando não apenas
que Ele era quem dizia ser, mas também que tem o poder de nos dar vida e, um dia, nos ressuscitar dos
mortos.
Quando Seus seguidores chegaram ao túmulo, encontraram a pedra removida e o túmulo vazio. Jesus
então apareceu a Seus discípulos e seguidores nos 40 dias seguintes, chegando a aparecer para até 500
pessoas de uma só vez. Ele os instruiu a cumprir a Grande Comissão: fazer discípulos de todas as
171
nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e assegurou-lhes que Ele estaria
com eles nessa tarefa até o fim dos tempos.
Na Sua ascensão, Jesus foi apresentado com um trono para que todos os povos pudessem servi-Lo. Ele
então assentou-se à direita do Pai no trono de Davi, onde agora aguarda que todos os Seus inimigos se
tornem um estrado para Seus pés.
À medida que a história continua, Jesus faz Sua entrada triunfal em Jerusalém, chegando como um
rei. Ele não entrou na cidade de forma casual; ao invés disso, Ele montou um jumento preparado
especificamente para esse propósito. O simbolismo do jumento nesta cena não pode ser
subestimado.
Primeiro, a entrada de Jesus como rei sobre o jumento cumpriu a profecia. Zacarias havia previsto:
“Exulta grandemente, filha de Sião! Grita, filha de Jerusalém! Eis que o teu Rei vem a ti, justo e
salvador, humilde e montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta ”
(Zacarias 9:9 - ARA).
Segundo, o jumento simbolizava a paz. Quando os reis montavam cavalos, era sinal de guerra, mas
Jesus demonstrou que Seu reino traria paz. Em contraste com os reis terrenais do Império Romano, o
Seu reinado seria caracterizado por humildade, serviço e amor sacrificial, ao invés de poder e
dominação. Esse reinado de paz havia sido profetizado em Isaías 9:7 (ARA):
172
“Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e sobre o seu reino,
para o estabelecer e o firmar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre. O zelo do
Senhor dos exércitos fará isso.”
Terceiro, este evento não aconteceu em segredo. Quando Jesus entrou na cidade sobre o jumento, as
multidões O reconheceram como rei. As pessoas colocaram ramos de palmeira no chão e
clamaram: “Hosana!” que significa “Salva-nos!” ou “Salva agora!” Eles O viam como o Messias que
os salvaria, embora ainda não compreendessem como Ele cumpriria esse papel. Essa entrada
triunfal marcou o início da “Semana da Paixão”—a semana do sofrimento, morte e ressurreição de
Jesus.
Vemos um contraste marcante entre o humilde reinado de Jesus e a tirania dos governantes
terrenais. O caminho de Jesus para o trono foi completamente oposto ao que as pessoas esperavam.
Logo antes desse evento, a mãe de Tiago e João (os filhos de Zebedeu) pediu a Jesus que concedesse
a seus filhos lugares de honra em Seu reino. Jesus corrigiu seu mal-entendido, explicando que Seu
caminho envolveria sofrimento.
Ele disse aos Seus discípulos em Mateus 20:25-28 (ARA): “Sabéis que os governantes dos gentios
senhoriam sobre eles, e os seus grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre
vós; antes, todo aquele que entre vós quiser ser grande será vosso servo, e todo aquele que
entre vós quiser ser o primeiro será vosso escravo; assim como o Filho do Homem não veio para
ser servido, mas para servir, e para dar a Sua vida em resgate por muitos .”
Após Sua entrada humilde, Jesus tomou outra ação dramática—Ele purificou o templo. Esse ato
também carregava um profundo significado. O templo, destinado a ser um lugar de adoração e
oração, havia se corrompido pelos líderes religiosos e foi usado para exploração e lucro. As ações de
Jesus aqui demonstraram Sua autoridade como rei para restaurar o templo ao seu propósito
legítimo.
Purificando o templo, Jesus condenou a corrupção e a hipocrisia dos líderes religiosos. Seu ato
serviu como um chamado final ao arrependimento, enfatizando que Seu reino seria construído sobre
justiça e pureza, em contraste marcante com a ganância que havia infiltrado as instituições
religiosas de Israel. Essa purificação simbolizou a purificação maior que Jesus realizaria por meio de
Sua morte sacrificial, proporcionando a expiação pelos pecados e possibilitando a verdadeira
adoração a todos os que creem.
Após esse evento, Jesus continuou a pronunciar juízo sobre Israel, simbolizado pela Sua maldição à
figueira—uma representação da esterilidade espiritual de Israel, apesar da aparência de piedade. Os
líderes religiosos ficaram indignados, exigindo saber com qual autoridade Ele falava. Jesus
respondeu com parábolas, ilustrando os fracassos de Israel, incluindo a parábola do banquete de
casamento. Nesta história, os inicialmente convidados (os líderes de Israel) rejeitaram o convite, e
então foi estendido a todos os que viessem com fé e arrependimento.
Jesus então pronunciou uma série de juízos, conhecidos como “as sete ais”, acusando os líderes de
hipocrisia, cegueira e injustiça. Ele advertiu sobre o juízo que viria sobre eles por sua perseguição
aos profetas de Deus (Mateus 23). Ele também profetizou a destruição completa do templo,
173
cumprindo as palavras do profeta Daniel (Mateus 24). Para que o novo e maior reino fosse
estabelecido, o sistema corrupto existente precisaria ser removido: “Então aparecerá no céu o sinal
do Filho do Homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do Homem vindo sobre
as nuvens do céu, com poder e grande glória.”
Antes de Sua crucificação, Jesus foi ungido com um frasco de alabastro, preparando -O para o
sepultamento (Mateus 26). Ele então celebrou Sua última Páscoa com Seus discípulos, instituindo a
Ceia do Senhor e prevendo Sua traição por Judas. Quando os guardas chegaram para prendê-Lo,
Pedro tentou resistir, mas Jesus interveio, afirmando que esses eventos eram necessários para
cumprir as Escrituras.
Jesus foi então levado diante de Caifás, o sumo sacerdote, e interrogado. Apesar das muitas falsas
acusações feitas contra Ele, Ele permaneceu em silêncio até ser questionado diretamente sobre Sua
identidade. Quando Ele confirmou que era o Filho do Homem que seria visto “assentado à direita do
Poder e vindo sobre as nuvens do céu”, os líderes O acusaram de blasfêmia (Mateus 26, Marcos
14).
Levado diante de Pilatos, Jesus afirmou que era um rei, mas esclareceu que Seu reino não era deste
mundo. Embora Pilatos O tenha considerado inocente, a multidão, incitada pelos líderes religiosos,
exigiu Sua crucificação, e Pilatos, por fim, cedeu às suas exigências.
Jesus então sofreu flagelação, espancamento e, finalmente, a crucificação. Esse foi o caminho que o
Rei do universo tomou até Seu trono, demonstrando que os caminhos de Deus são mais altos que os
nossos e Seus propósitos estão além de nossa compreensão. Ao longo dessa última semana de Sua
vida, vemos uma clara intenção e propósito em cada passo que Jesus deu em direção ao trono,
cumprindo o plano divino de redimir a humanidade e estabelecer Seu reino.
2. A Significância da Crucificação
O sofrimento que Jesus suportou, que tocamos brevemente e que examinaremos mais a fundo, foi
essencial. Para pagar justamente a pena pelos nossos pecados, Ele precisou carregar o mal e o erro
da humanidade, recebendo, assim, a punição que nos era devida. Isso é conhecido como
"imputação", o que significa que o nosso pecado foi colocado sobre Ele. Considerem as palavras do
profeta Isaías, que previu isso a respeito de Jesus (Isaías 53:2-12, ARA):
"Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não havia nele
parecer nem formosura; olhámo-lo, mas nenhuma beleza havia para que o desejássemos. Era
desprezado e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos
sofrimentos; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e não fizemos
dele caso algum. Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas
dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi
ferido pelas nossas transgressões, moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz
estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como
ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de
todos nós. Ele foi oprimido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao
matadouro, e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua
boca. Por opressão e juízo foi arrebatado; e, quem contará o tempo da sua vida? Porque foi
174
cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, ele foi ferido. E puseram
a sua sepultura com os ímpios, mas com o rico esteve na sua morte; embora nunca tivesse feito
injustiça, nem houvesse engano na sua boca. Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o
enfermar; quando a sua alma se puser como oferta pela culpa, verá a sua descendência,
prorrogará os seus dias, e a boa vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. Ele verá o fruto
do trabalho da sua alma e ficará satisfeito; o meu servo justo, com o seu conhecimento,
justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si. Portanto, eu lhe darei uma
porção entre os grandes, e com os poderosos repartirá o despojo; porquanto derramou a sua
alma na morte, e foi contado com os transgressores; logo, ele levou sobre si o pecado de
muitos, e pelos transgressores intercedeu."
Os Evangelhos relatam esse imenso sofrimento. Jesus, sendo plenamente Deus e plenamente ciente
de tudo o que iria suportar, experimentou uma angústia tão profunda que o seu suor se tornou como
gotas de sangue – uma condição chamada hematidrose. Sob estresse extremo, pequenos vasos
sanguíneos podem se romper, fazendo com que o sangue se misture com o suor. No Evangelho de
Lucas, lemos: "E, estando em agonia, orava mais intensamente; e o seu suor se tornou como
gotas de sangue que corriam até ao chão" (Lucas 22:44, ARA).
Antes de ser açoitado, Ele foi zombado, cuspiu-se sobre Ele e foi golpeado com os olhos vendados,
zombando d'Ele, pedindo que "profetizasse" quem O havia golpeado. Colocaram sobre Ele um
manto e uma coroa de espinhos, saudando-O sarcasticamente como "Rei dos judeus".
Em seguida, veio o insuportável flagelo. O flagelo romano envolvia o "flagrum" ou "flagellum" – um
chicote com tiras de couro embutidas com metal ou osso. Amarrado a um poste, o condenado era
açoitado pelos soldados. A lei judaica limitava o açoite a 39 chicotadas (Deuteronômio 25:3), e Jesus
provavelmente recebeu esse número máximo, embora a punição romana pudesse ser ainda mais
brutal. Esse flagelo frequentemente causava dor severa, lacerações, perda de sangue e choque,
enfraquecendo a vítima para a cruz.
Depois, Jesus carregou a própria cruz em direção ao Gólgota, mas devido ao seu estado
enfraquecido, Simão de Cirene foi forçado a ajudá-Lo. O condenado geralmente carregava a travessa
da cruz (patíbulo) até o local da execução, onde o poste vertical (stipes) aguardava.
No Gólgota, Jesus foi pregado na cruz. Os pregos, com cerca de 18 cm de comprimento, foram
cravados nos pulsos, causando extrema dor ao atravessarem o nervo mediano. Seus pés também
foram pregados, seja separadamente ou com um único prego. A crucificação levava à morte por uma
combinação de perda de sangue, choque e asfixia. Para respirar, a vítima precisava se empurrar nos
pés pregados, cada respiração agravando a agonia. O termo "excruciante" foi criado para descrever
esse nível de dor, significando literalmente "fora da cruz".
Na Sua agonia, Jesus expressou sede, um sintoma de desidratação pela perda de sangue e choque.
Quando Ele clamou: "Tenho sede", ofereceram-lhe vinho azedo, cumprindo o Salmo 69:21. Mateus
registra: "E um deles correu logo, e, tomando uma esponja, embebeu-a em vinagre, e, pondo-a
numa cana, deu-lhe a beber" (Mateus 27:48, ARA).
Apesar dos gritos zombeteiros para que Ele descesse da cruz, Jesus escolheu a obediência ao Pai,
entregando Sua vida na cruz, conforme Filipenses 2:8: "E, sendo encontrado na forma de homem,
humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz."
175
Além da tortura física, o Santo Filho de Deus tomou sobre Si o nosso pecado (2 Coríntios 5:21).
Porque Deus é puro demais para olhar o pecado (Habacuque 1:13), o Pai se afastou, levando Jesus a
clamar: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mateus 27:46, ARA), citando o Salmo
22:1.
Por que o Criador suportaria tal sofrimento? João 3:16 explica que foi por amor, para nos oferecer a
salvação por meio da fé. As Escrituras descrevem "a grande troca": nosso pecado imputado a Cristo,
a Sua justiça creditada a nós pela fé.
• 2 Coríntios 5:21 (ARA): "Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que
nele fôssemos feitos justiça de Deus."
• Gálatas 3:13-14 (ARA): "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por
nós… para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Cristo Jesus, para que pela fé
recebêssemos a promessa do Espírito."
• Romanos 3:22-24 (ARA): "A justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo, para todos os que creem;
porque não há diferença; pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados
gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus."
A rasgadura do véu do templo na Sua morte significou que a barreira entre Deus e a humanidade foi
removida. Mateus descreve: "E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e
tremeu a terra, e fenderam-se as rochas" (Mateus 27:51, ARA). O véu rasgado de cima para baixo
mostra que a reconciliação veio de Deus, e não do esforço humano. Por meio de Jesus, nosso
"grande sumo sacerdote", agora temos acesso direto a Deus (Hebreus 4:16).
Romanos e Hebreus afirmam que Jesus continua a interceder pelos crentes:
• Romanos 8:34 (ARA): "Quem os condenará? Cristo Jesus é quem morreu, ou, antes, quem
ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós."
• Hebreus 7:25 (ARA): "Por isso, também pode salvar completamente os que por ele se chegam
a Deus, vivendo sempre para interceder por eles."
Jesus, um sacerdote "para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque" — um sacerdote do Antigo
Testamento que apareceu a Abraão e não veio de uma linhagem judaica (Hebreus 7:17) — é único
por ser tanto plenamente humano quanto divino. Ele se compadece das nossas fraquezas (Hebreus
4:15), mas tem o poder de nos guardar da queda (Judas 1:24), capacitando -nos a andar nos Seus
caminhos (Ezequiel 36:27).
3. A Significância da Ressurreição
Agora que discutimos a significância da morte de Jesus na cruz como expiação pelos nossos
pecados, restaurando o acesso direto ao Pai e proporcionando a salvação pela fé em Seu nome,
vamos considerar a significância da Ressurreição.
Primeiro, a ressurreição é significativa porque prova que tudo o que Jesus disse e testemunhou
durante Seu ministério é verdadeiro. O livro de Atos 17:31 (ARA) afirma: “Porquanto estabeleceu um
dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um homem a quem designou; e disso
deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos.” Jesus havia predito Sua morte e ressurreição.
176
Mesmo que tivéssemos presenciado Seus milagres e Sua morte, se Ele não tivesse ressuscitado dos
mortos como predito, nos faltaria a certeza da salvação que Ele prometeu. Da mesma forma, Paulo
escreve em Romanos 1:4 que Jesus “foi designado Filho de Deus com poder, segundo o Espírito
de santidade, pela ressurreição dos mortos.”
A ressurreição é fundamental para o cristianismo e a base da nossa fé. Fé, aqui, não significa
acreditar sem razão; significa confiar em algo que temos razões para confiar. Confiar em algo que
não é digno da nossa fé é, na verdade, tolice. O cristianismo é único, pois repousa sobre os eventos
históricos da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus, profetizados e autenticados por milagres,
culminando em Sua ressurreição sobrenatural.
A ressurreição é tão crucial que Paulo afirma que nossa fé seria fútil sem ela. Ele escreve em 1
Coríntios 15:12-22:
“Ora, se Cristo é pregado como ressuscitado dos mortos, como dizem alguns dentre vós que
não há ressurreição de mortos? Se não há ressurreição de mortos, também Cristo não
ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã é também a vossa fé. E,
além disso, somos tidos por falsos testemunhas de Deus, porque temos testemunhado contra
Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual não ressuscitou, se na verdade os mortos não
ressuscitam... Mas, na realidade, Cristo ressuscitou dos mortos, sendo ele as primícias dos que
dormem.”
Isso nos leva ao nosso segundo ponto: A ressurreição é a esperança da nossa fé. Sem a promessa de
ressurreição e vida eterna, as injustiças, o sofrimento e as lutas nesta vida, em última instância,
careceriam de propósito, e a própria vida perderia o sentido. A vitória de Jesus sobre o pecado, a
morte e o mal oferece aos crentes a esperança de sua própria ressurreição e vida eterna, resolvendo
o problema do pecado e da mortalidade. O poder de Deus que ressuscitou Jesus demonstra que Seu
sacrifício foi aceito por nós.
A ressurreição significa o triunfo de Jesus sobre o pecado, a morte e o mal. Ao conquistar a morte,
Jesus oferece aos crentes a esperança de sua própria ressurreição e vida eterna. Essa vitória é
crucial, pois rompe o poder da morte, introduzido pelo pecado (Romanos 6:9-10, 1 Coríntios 15:54-
57), e aponta para a renovação final da criação. Assim como Jesus foi ressuscitado com um corpo
glorificado, os crentes aguardam um corpo ressuscitado que vestirá a imortalidade, e a própria
criação aguarda um mundo restaurado, livre da maldição do pecado.
Em terceiro lugar, a ressurreição capacita os cristãos a viver com ousadia, alegria e perseverança.
Paulo ora em Efésios 1:18-20 (ARA) para que possamos saber “qual é a esperança do seu
chamamento, quais as riquezas da glória da sua herança nos santos, e qual a suprema grandeza
do seu poder para com os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que ele
exerceu em Cristo, ressuscitando-o dos mortos.” O mesmo poder que ressuscitou Cristo está
operando em nós, oferecendo grande alegria e conforto (Romanos 8:11, Efésios 3:20, Filipenses
3:10, 2 Coríntios 13:4).
Finalmente, a ressurreição significa que Jesus ascendeu ao Seu trono como Rei sobre a terra. O reino
foi antecipado em Isaías 9 e nos ensinamentos de Jesus, quando Ele declarou: “O reino de Deus
está próximo.” A ressurreição e ascensão marcaram o início do Seu reinado. Pedro afirma em Atos
2:29-31 que a promessa de Deus a Davi—de colocar um de seus descendentes no seu trono—foi
cumprida na ressurreição de Jesus. Esse entronamento é mencionado em Atos 2:33 -35, “Sendo,
pois, exaltado à destra de Deus...” (ARA). Lembre-se de como Jesus falou da proximidade deste
177
evento: Marcos 9:1 (ARA): “Em verdade vos digo que alguns dos que aqui se acham não
experimentarão a morte até que vejam o reino de Deus, após ter vindo com poder.”
Os profetas já haviam antecipado isso. Em Daniel 7:13-14, lemos: “Eu estava olhando nas minhas
visões da noite, e eis que com as nuvens do céu vinha um como o Filho do Homem, e dirigiu -se
ao Ancião de dias... E a ele foi dado domínio, glória e reino, para que os povos, nações e línguas
o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará.”
É claro que o entronamento de Jesus não foi na terra, mas no céu. O Novo Testamento confirma isso
como uma realidade presente, como João escreve para as sete igrejas no livro de Apocalipse 1:5,
chamando Jesus de “o soberano dos reis da terra.” A ressurreição de Jesus significa que Ele agora
ocupa o Seu lugar de direito como Rei sobre tudo, e Ele está no processo de despojar o reino do
diabo e transferi-lo para o Seu.
Em cada uma dessas coisas, podemos ver como a ressurreição de Jesus é de extrema importância
na história da redenção.
178
confiabilidade desses testemunhos e a conexão dos primeiros convertidos com as testemunhas
oculares, é difícil argumentar que tenha ocorrido uma conspiração ou uma ilusão coletiva.
Mesmo a história secular confirma muitos fatos básicos da vida e morte de Jesus, apoiados por
fontes judaicas e romanas. Notavelmente, William Lane Craig, filósofo e historiador da ressurreição,
identifica quatro fatos amplamente aceitos:
1. Jesus foi sepultado no túmulo de José de Arimateia, um respeitado líder judeu.
2. O túmulo foi encontrado vazio.
3. Ele apareceu a várias pessoas e grupos após sua morte. Por exemplo, seu irmão Tiago,
inicialmente cético, acreditou após testemunhar uma aparição pós-ressurreição e mais tarde
se tornou um líder importante na igreja de Jerusalém.
4. Apesar de todas as predisposições em contrário, os discípulos originais estavam convencidos
de que ele ressuscitou dos mortos. Para eles, a crucificação foi inicialmente um golpe
devastador que teria parecido desqualificar Jesus como o Messias.
Esses fatos formam uma base histórica sólida. Contudo, com todas essas evidências, que por si só
já são convincentes, ainda há algo que torna tudo isso inegável. Perceba o que Pedro disse no
versículo 19: "E temos, assim, a palavra profética mais firme..." Esses eventos incríveis, que por si
só se autenticam, não aconteceram de repente, de forma inesperada. Surpreendentemente, todos
esses eventos profetizados ocorreram no tempo, lugar e de maneira específicos previstos.
Alguns céticos sugerem que essas profecias foram registradas depois do fato, mas isso é
historicamente insustentável. O Antigo Testamento foi traduzido para o grego pelo menos 100 anos
antes do nascimento de Jesus, tornando impossível alterar as escrituras para que coincidam com
sua vida retrospectivamente. A comunidade judaica, que não aceitava Jesus como o Messias,
também preservou essas profecias e as escrituras sagradas de forma independente, o que exclui
qualquer possibilidade de adulteração por cristãos primitivos.
As profecias no Antigo Testamento descrevem a linhagem, o local de nascimento e eventos
significativos em torno da vida, morte e ressurreição do Messias. Nas seções anteriores, analisamos
muitas das incríveis profecias relacionadas ao seu nascimento e ministério. Agora, vamos adicionar
ainda mais profecias: aquelas que se referem à sua última semana em Jerusalém, que terminou com
Sua morte, sepultamento e ressurreição:
O Sofrimento e a Morte de Cristo e a Ressurreição e Ascensão:
• Ele seria sacerdote, como Melquisedeque - Salmo 110:4
• Entrada em Jerusalém em um jumento - Zacarias 9:9
• Cuidado pela casa de Deus - Salmo 69:9
• Rejeitado pelo Seu próprio povo - Isaías 53:3, Salmo 118:22
• Uma pedra de tropeço para Israel - Isaías 8:14
• Amarrado e açoitado - Isaías 50:6 • Traído por um amigo - Salmo 41:9, Zacarias 11:12-13
• Vendido por trinta moedas de prata - Zacarias 11:12
• Dinheiro jogado na casa de Deus e usado para um campo de oleiro - Zacarias 11:13
179
• Seus discípulos o abandonariam - Zacarias 13:7
• Silencioso diante de seus acusadores - Isaías 53:7
• Ferido e cuspido - Isaías 50:6, Miquéias 5:1
• Zombado e insultado - Salmo 22:7-8
• Odiado sem motivo - Salmo 35:19, Salmo 69:4
• Mãos e pés transpassados - Salmo 22:16, Zacarias 12:10
• Crucificado com transgressores - Isaías 53:12
• Crucificado, a maneira de sua morte - Salmo 22:16
• Transpassado por nossas transgressões - Isaías 53:5
• Roupas divididas e sorteadas - Salmo 22:18
• Dado vinagre para beber - Salmo 69:21
• Nenhum osso quebrado - Salmo 34:20
• Sepultado com os ricos - Isaías 53:9
• Fez intercessão por seus perseguidores - Isaías 53:12
• Escuridão sobre a terra - Amós 8:9
• Seu lado transpassado - Zacarias 12:10
• Abandonado por Deus - Salmo 22:1
• Ressuscitado dos mortos - Salmo 16:10, Isaías 53:10
• Ascendido aos céus - Salmo 68:18, Salmo 110:1
• Assentado à direita de Deus - Salmo 110:1
• Vencedor da morte - Isaías 25:8
• Exaltado por Deus - Salmo 89:27, Salmo 110:1
• Rei dos reis e Senhor dos senhores - Salmo 2:6, Daniel 7:13-14
Além disso, vejamos brevemente as profecias que preveem o trabalho resultante do que as acima
realizadas iriam concretizar:
180
• O reinado eterno - Daniel 7:14, Isaías 9:7
• O que traz paz - Miquéias 5:5, Isaías 9:6-7
• Reinado em justiça - Jeremias 23:5-6, Isaías 11:4-5
• A reunião das nações - Zacarias 14:1-4
Além destas, há uma profecia particularmente extraordinária que agora destacaremos. Durante o
exílio babilônico, o profeta Daniel fez uma profecia única registrada no capítulo 9, versículos 24 -27. É
uma das profecias mais abstratas da Bíblia e das mais desafiadoras de interpretar e entender,
tornando fácil passar despercebida. No entanto, apesar de sua dificuldade, talvez seja uma das
profecias mais precisas das Escrituras.
No capítulo 9, Daniel escreve em um momento em que Israel estava expulso da terra e o templo
havia sido destruído. Os judeus não tinham como adorar a Deus no templo. Daniel profetiza sobre a
emissão de um decreto que permitiria a reconstrução do templo e seu uso novamente. Isso ocorreria
dentro dos primeiros 7 “setes” (ou seja, 49 anos) após o decreto, e aconteceria em meio a tempos e
circunstâncias difíceis.
Daniel explica ainda que esse templo permaneceria em uso por 62 “setes” (ou 434 anos). Após esses
69 “setes” (49 + 434 = 483 anos), um príncipe apareceria, manifestando -se publicamente. No meio
da 70ª semana de anos (outro “sete”), ele seria “cortado” (sofreria uma morte violenta), encerrando
o pecado e os sacrifícios. Daniel também prevê a vinda de outro “príncipe” que destruiria o templo,
tornando-o desnecessário.
Essa profecia dá o número exato de anos até que chegue alguém que cumprirá seis tarefas-chave: 1)
acabar com a transgressão, 2) pôr fim ao pecado, 3) expiar a iniquidade, 4) trazer a justiça eterna, 5)
selar visão e profecia, e 6) ungir o lugar santíssimo. Embora não exploremos cada um desses pontos
agora, basta dizer que esses termos únicos e técnicos referem-se a realizações específicas
alcançadas por meio da obra de Jesus na cruz, como prefigurado na lei levítica do Antigo
Testamento.
Você pode estar se perguntando como sabemos o ano inicial dessa profecia. Em Esdras e Neemias,
lemos sobre vários eventos em que Deus moveu os corações dos reis Ciro, Dario e Artaxerxes para
permitir que os judeus retornassem, reconstruíssem o templo, restaurassem os muros e
reestabelecessem a cidade. Embora a Bíblia não forneça datas exatas, descobertas arqueológicas
permitiram que historiadores determinassem as datas desses eventos. A maioria dos estudiosos
concorda que a profecia se alinha melhor com o decreto emitido por Artaxerxes em 457 a.C., que
permitiu a restauração da lei e a adoração adequada no templo, como descrito em Esdras 7:11-26. A
menção em Daniel de “praças e valas” (ou ruas e trincheiras) provavelmente se refere à
infraestrutura e às defesas da cidade, em vez da restauração inicial do templo liderada por Ciro.
Contando a partir de 457 a.C. e adicionando 483 anos, chegamos aproximadamente a 26 d.C.—o ano
em que o esperado “príncipe” se apresentaria publicamente e encerraria a necessidade do templo.
Notavelmente, 26 d.C. é tradicionalmente o ano em que Jesus iniciou seu ministério público, e
acredita-se que ele foi crucificado por volta de 29 d.C., assumindo que tinha 33 anos e nasceu por
volta de 4 a.C. (com base nos registros históricos sobre o rei Herodes). Embora os registros
históricos possam não ser inteiramente precisos, essa linha do tempo nos aproxima muito dos anos
profetizados!
181
Além disso, como o Cordeiro Pascal, Jesus provavelmente nasceu na época da Páscoa, o que
significa que não apenas podemos saber o ano, mas também a época do ano de seu nascimento.
Considere as incríveis probabilidades de alguém nascer na linhagem de Davi em uma pequena
cidade como Belém, apresentar-se como o Messias no ano exato, ser reconhecido por João Batista
como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, cumprir profecias ao longo de três anos e
morrer por crucificação exatamente como previsto (antes mesmo de a crucificação ser inventada),
cumprindo todos os detalhes circundantes, incluindo sua ressurreição no dia profetizado. E depois
deixar um túmulo vazio, atestado tanto por autoridades romanas quanto judaicas, e registrado em
detalhes meticulosos por quatro relatos distintos—dois dos quais escritos por testemunhas
oculares desses eventos!
Incrível! E apenas arranhamos a superfície. Embora pudéssemos explorar isso mais a fundo,
concluamos por enquanto ecoando as palavras de Pedro: certamente, seria sábio “prestar atenção”
a esses eventos notáveis que nos foram transmitidos.
Mateus 20:25-28 (ARA) - Mas Jesus, chamando-os, disse: Sabéis que os governantes das nações as
dominam, e que os grandes exercem autoridade sobre elas. Não será assim entre vós; pelo contrário,
quem quiser ser grande entre vós será o vosso servos, 27 e quem quiser ser o primeiro entre vós será
vosso escravo; 28 assim como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a
sua vida em resgate por muitos.
Lucas 22:44 (ARA) - E, estando em agonia, orava mais intensamente; e o seu suor era como gotas de
sangue, que caíam até o chão.
Mateus 26:53 (ARA) - Ou pensas que eu não posso apelar a meu Pai, e ele me enviaria, neste momento,
mais de doze legiões de anjos?
João 18:19-24 (ARA) - "Tu o disseste. Mas eu te digo que, doravante, vereis o Filho do Homem assentado
à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu."
Mateus 27:34 (ARA) - Deram-lhe a beber vinho misturado com fel, mas, depois de ele o provar, não o
quis beber.
Habacuque 1:13 (ARA) - Tu, que és de olhos mais puros do que para ver o mal, e não podes olhar para a
opressão; por que te calas quando o perverso devora o que é mais justo do que ele?
182
Mateus 27:46 (ARA) - E, perto da nona hora, Jesus exclamou com grande voz, dizendo: Eli, Eli, lama
sabactani? Isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
João 19:30 (ARA) - Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça,
entregou o espírito.
2 Coríntios 5:21 (ARA) - Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele
fôssemos feitos justiça de Deus.
Gálatas 3:13-14 (ARA) - Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque
está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro; 14 para que a bênção de Abraão
chegasse aos gentios por Cristo Jesus, a fim de que recebêssemos pela fé a promessa do Espírito.
Mateus 27:51 (ARA) - E, eis que o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e
as rochas se fenderam.
Hebreus 7:25 (ARA) - Por isso também pode salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus,
vivendo sempre para interceder por eles.
Atos 17:31 (ARA) - Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio do
homem que designou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos.
Romanos 1:3-4 (ARA) - Acerca de seu Filho, que, segundo a carne, nasceu da descendência de Davi, 4 e
foi declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos,
Jesus Cristo nosso Senhor.
1 Coríntios 15:12-22 (ARA) - Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como dizem alguns
entre vós que não há ressurreição dos mortos? E, se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não
ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, como é vã também a vossa fé. E,
ainda, somos tidos por falsos testemunhas de Deus, pois contra Deus temos testificado que ele
ressuscitou a Cristo, ao qual não ressuscitou, se é verdade que os mortos não ressuscitam. 17 E, se
Cristo não ressuscitou, a vossa fé é vã; ainda estais nos vossos pecados. 18 Também os que dormiram
em Cristo estão perdidos. 19 Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos
os homens. 20 Mas de fato Cristo ressuscitou dos mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. 21
Pois, visto que a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. 22
Porque, assim como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos serão vivificados.
Efésios 1:18-20 (ARA) - Os olhos do vosso entendimento sendo iluminados, para que saibais qual é a
esperança do seu chamamento, e qual a riqueza da glória da sua herança nos santos, 19 e qual a
suprema grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, segundo a operação da força do seu
poder, 20 o qual exerceu em Cristo, ressuscitando-o dos mortos, e fazendo-o assentar à sua direita nas
regiões celestes.
Daniel 7:13-14 (ARA) - Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do
céu um como o Filho do Homem; e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. 14 E foi-lhe
dado domínio, glória e o reino, para que os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é domínio
eterno, que não passará, e o seu reino, um que não será destruído.
183
2 Pedro 1:16-21 (ARA) - Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo,
seguindo fábulas engenhosamente compostas, mas, sendo nós mesmos testemunhas oculares da sua
majestade. 17 Pois ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando pela gloriosa majestade lhe foi
enviada uma voz, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. 18 E esta voz, vinda do
céu, nós a ouvimos, estando com ele no monte santo. 19 E temos a palavra profética mais firme, a qual
fazeis bem em estar atentos, como a uma luz que brilha em lugar escuro, até que o dia esclareça e a
estrela da manhã nasça em vossos corações, 20 sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia
da Escritura é de particular interpretação; 21 porque a profecia nunca foi produzida por vontade de
homem algum, mas os santos homens de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.
5. Aliança ~ 1921 a.C. (Gênesis 11:10-Gênesis 50) - A promessa de Deus a Abraão, Isaque e
Jacó, e o estabelecimento de Israel.
6. Cativeiro 1 ~ 1680-1491 a.C. (Êxodo 1-15:21) - O tempo de Israel como escravos no Egito, e
Deus levantando Moisés para libertá-los, enquanto ele opera 10 pragas diante de Faraó.
7. Comandos ~ 1491 a.C. (Êxodo 15:21 - Deuteronômio) - Deus dá a lei a Israel no deserto e os
sustenta, onde passam 40 anos por causa da desobediência.
8. Conquista ~ 1531 a.C. (Josué) – Josué lidera Israel para conquistar e dividir a terra
prometida.
9. Conciliadores ~1400-1095 a.C. (Juízes-1 Samuel 7) Israel é governado por juízes; Eles
passam por ciclos de desobediência, Deus traz opressão, eles clamam a Deus, então Deus
levanta um juiz para libertá-los.
10. Coroas ~1095-586 a.C. (1 Samuel 8-2 Reis; também, 1-2 Crônicas) O povo clama a Samuel
por um Rei e Deus lhes dá Saul. Por causa da desobediência, Deus tira o reino de Saul e o dá a
Davi. Depois do filho de Davi, Salomão, o reino se divide em norte (Israel) e sul (Judá). O norte
nunca mais teve um rei justo, enquanto Judá teve reis bons e reis maus.
11. Conquistado ~ 722 a.C. (2 Reis 17) A Assíria destruiu as 10 tribos do norte (Israel); eles
foram dispersos e perdidos (ou seja, não mantiveram sua identidade/tribo na forma visível).
184
12. Cativeiro 2 ~ 587-586 a.C. (2 Reis 25) Babilônia destrói Jerusalém em Judá, e Judá entra
em 70 anos de cativeiro, durante os quais o império babilônico se transforma no império
persa. (A história de Daniel e Ester ocorre sob o controle babilônico e persa).
13. Construção - (Esdras-Neemias) Judá retorna ao seu país e reconstrói sua cidade. O 1º
grupo retornou ~ 536 a.C. e o 2º em ~ 458 a.C. (Esdras 2 e 8), mas não foi até ~ 454 a.C.
Neemias reconstrói a muralha.
14. Calma - da mesma forma que foram 400 anos de silêncio antes de Deus levantar Moisés
para libertar Israel, depois de Malaquias, há 400 anos de silêncio (em termos de revelação
bíblica) até o anúncio de Cristo. Malaquias fecha o VT dizendo para se preparar para a vinda
do Messias.
15. Cristo - ~4B.C. (Mateus 1-2 e Lucas 1-2) - o Messias prometido nasce na linhagem de Judá
na família de Davi, na cidade de Belém, de uma virgem chamada Maria, cumprindo as
palavras dos profetas.
16. Começo ~26-29 d.C. (Mateus-João) Jesus é publicamente identificado como o prometido
pelo favorito João Batista. Ele começa um ministério terreno de 3 anos, pregando e realizando
milagres para as massas, e ensinando e treinando 12 discípulos principais.
17. Cruz ~ 29 d.C. (Mateus 27-28, Marcos 15-16, Lucas 23-24 e João 19-21) - morte e
ressurreição de Jesus, cumprindo a primeira promessa em Gênesis 3:15, a promessa a
Abraão, o Lei de Moisés, o Rei no trono de Davi, e muitas outras palavras dos profetas.
185
#18 – Comissão (Igreja)
(Atos 1-28)
~29 d.C. - Presente
Após Jesus ressuscitar dos mortos e aparecer a Seus discípulos, Ele os instruiu a esperar em Jerusalém
pela vinda do Espírito Santo. Assim como Deus havia dado a Lei a Moisés 50 dias após a primeira
Páscoa, Jesus enviou o Espírito Santo para Sua Igreja 50 dias após a segunda Páscoa, no dia de
Pentecostes. No entanto, houve uma diferença significativa: quando Deus deu a Lei a Moisés, o povo
pecou, e 3.000 foram mortos. Mas na vinda do Espírito, que escreve a Lei nos corações dos homens em
vez de em tábuas de pedra, 3.000 acreditaram no Evangelho e foram salvos.
186
confusão das línguas na Torre de Babel. Onde antes o povo estava espalhado pela terra, agora, através
do Evangelho, a mensagem deveria ser levada a todas as nações e línguas.
A partir desse momento, a Igreja começou a crescer, começando em Jerusalém e se espalhando por
toda a Judeia e Samaria. O Espírito Santo então separou Paulo (que havia sido milagrosamente
convertido) e Barnabé para uma jornada missionária para levar o Evangelho a todo o Império Romano.
Durante esse tempo, o Espírito Santo foi derramado sobre os gentios, e o Evangelho continuou a
alcançar tanto judeus quanto gentios. Deus prometeu o sucesso dessa missão, assegurando que ela
permeasse todo o mundo, assim como o fermento se espalha por uma massa. Jesus também prometeu
que as portas do inferno não prevaleceriam contra a Igreja nessa missão. À medida que as costas
distantes aguardam a chegada das justas leis de Deus e as nações ímpias são julgadas com uma vara de
ferro, o Evangelho continua a avançar, subjugando todos os inimigos sob os pés de Jesus.
188
Apesar deste incrível paralelo, também há um contraste nítido. Quando Moisés recebeu a lei e
desceu da montanha, encontrou o povo já desobedecendo, adorando um bezerro de ouro, o que
resultou na morte de 3.000 israelitas. Em contraste, após o Espírito Santo descer sobre os
discípulos, Pedro, cheio do Espírito, pregou, e 3.000 pessoas se arrependeram e creram no
evangelho. Este detalhe incrível sublinha a mudança que Paulo descreve em 2 Coríntios 3:6 (ARA):
"Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica."
Em segundo lugar, este evento contém uma bela imagem das línguas. Lembre-se da história da Torre
de Babel (Gênesis 11), quando Deus espalhou a humanidade confundindo sua língua, iniciando a
formação de diferentes nações e idiomas. Agora, com o evangelho destinado a todas as nações,
vemos uma espécie de reversão, pois "homens de todas as nações debaixo do céu" ouviram o
evangelho em sua própria língua. Este dom de línguas não era uma linguagem de oração celestial,
como alguns podem imaginar, mas a habilidade miraculosa de falar em dialetos conhecidos,
compreendidos por pessoas de outras nações (veja também 1 Coríntios 12-14).
O Espírito Santo intercede por nós com "gemidos inexprimíveis" (Romanos 8:26), então não se pode
dizer que murmúrios não possam ser orações genuínas, no entanto, o que vemos aqui no dom de
línguas foram línguas que serviram como um sinal claro de que o evangelho havia chegado e estava
destinado a toda a terra.
A conversão de Paulo é um dos eventos mais dramáticos registrados no Novo Testamento. Em Atos
9:1-19, lemos que Paulo, então conhecido como Saulo, era um fariseu zeloso que perseguia
ativamente os cristãos, buscando prender os seguidores do "Caminho" em Damasco. Quando se
aproximava da cidade, uma luz brilhante do céu de repente brilhou ao seu redor, e ele caiu no chão.
Ouviu uma voz dizendo: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" (Atos 9:4, ARA). Saulo perguntou:
"Quem és tu, Senhor?" e a voz respondeu: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues" (Atos 9:5, ARA).
Jesus instruiu Saulo a entrar na cidade, onde lhe seria dito o que fazer. Cegado pela luz, Saulo teve
de ser conduzido até Damasco pelos seus companheiros. Durante três dias, ele ficou sem ver e não
comeu nem bebeu. Enquanto isso, o Senhor falou com um discípulo chamado Ananias,
direcionando-o a ir até Saulo, impor-lhe as mãos e restaurar sua visão. Ananias hesitou devido à
reputação de Saulo, mas o Senhor o tranquilizou, dizendo: "Vai, porque este é para mim um
instrumento escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de
Israel" (Atos 9:15, ARA).
Ananias obedeceu, e quando impôs as mãos sobre Saulo, algo como escamas caiu dos seus olhos, e
ele recobrou a visão. Saulo foi então batizado, comeu e recuperou suas forças. Imediatamente, ele
começou a proclamar Jesus nas sinagogas, declarando: "Este é o Filho de Deus" (Atos 9:20, ARA).
Inicialmente, a igreja estava, compreensivelmente, hesitante em aceitá-lo. Atos 9:26-27 (ARA) diz:
"E, chegando ele a Jerusalém, tentou juntar-se aos discípulos; mas todos o temiam, não crendo
que fosse discípulo. Mas Barnabé, tomando-o consigo, o levou aos apóstolos e lhes declarou
como ele vira o Senhor no caminho, o qual lhe falara, e como em Damasco ele pregara
ousadamente no nome de Jesus." Com o testemunho de Barnabé, os discípulos aceitaram Saulo,
dissipando seus temores.
189
O chamado de Paulo era único: ele foi escolhido como apóstolo dos gentios. Antigo perseguidor da
igreja, agora ele seria perseguido por causa de sua nova fé em Cristo. Sua qualificação também era
única: Paulo não andou com Jesus durante seu ministério terreno (lembre-se da declaração de Pedro
que acabamos de ler, de que um apóstolo tinha que ser uma testemunha que andava entre eles). Em
vez disso, Paulo foi diretamente chamado por Jesus de maneira extraordinária.
Paulo defendeu seu apostolado explicando que recebeu o evangelho diretamente de Cristo. Em
Gálatas 1:11-12 (ARA), ele afirma: "Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi
anunciado não é segundo os homens. Porque eu não o recebi de homem algum, nem aprendi,
mas por revelação de Jesus Cristo." Após sua conversão, Paulo não consultou imediatamente
ninguém, nem foi a Jerusalém para ver os outros apóstolos, mas foi para a Arábia antes de voltar para
Damasco.
Paulo também defendeu seu apostolado aos coríntios, perguntando: "Não sou livre? Não sou
apóstolo? Não vi a Jesus, nosso Senhor? Não sois vós o meu trabalho no Senhor?" (1 Coríntios
9:1, ARA). Ele enfatizou que seu encontro com Cristo ressuscitado e os frutos de seu ministério entre
os coríntios validavam seu apostolado. Além disso, Paulo demonstrou o poder de Deus realizando
milagres e impondo as mãos sobre as pessoas para transmitir o Espírito Santo (Atos 19:6).
Paulo se via como o último e o menor dos apóstolos. Em 1 Coríntios 15:8-9 (ARA), ele escreve: "E,
por último, como a um abortivo, apareceu também a mim. Pois eu sou o menor dos apóstolos, e
não sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus." Ao se descrever como
um que nasceu depois seu tempo. Paulo reconhece seu chamado tardio para o apostolado. Apesar
de se sentir indigno devido ao seu passado como perseguidor, ele compreendia seu propósito: levar
o evangelho aos gentios e sofrer pelo nome de Jesus.
• “E, tendo passado por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma
sinagoga dos judeus. E Paulo, como tinha por costume, entrou e, durante três sábados,
190
com eles discutiu nas Escrituras, expondo e demonstrando que era necessário que o
Cristo sofresse e ressurgisse dos mortos, e dizendo: ‘Este Jesus, a quem eu vos anuncio,
é o Cristo.’” (Atos 17:1-3, ARA; veja também Atos 18:4 e 18:19)
A razão para essa sequência é explicada em parte em Atos 13:46 (ARA): “Paulo e Barnabé, porém,
falando ousadamente, disseram: ‘Era-nos necessário anunciar a vós outros, primeiro, a palavra
de Deus; mas, visto que a rejeitais e vos julgais indignos da vida eterna, eis que nos voltamos
para os gentios.’”
Porque os judeus foram confiados com os mandamentos de Deus, eles estavam em uma posição
única para reconhecer o cumprimento da profecia em Jesus como o Messias. Aqueles que aceitaram
o evangelho o viram como a culminação de tudo o que lhes havia sido prometido. Contudo, aqueles
que o rejeitaram se mostraram “indignos”, e, por isso, o evangelho foi estendido aos gentios, que,
embora não tivessem a lei do Antigo Testamento como tutor, ainda encontrariam salvação em Cristo.
Mesmo antes das viagens missionárias, Deus deixou claro que o evangelho alcançaria os gentios.
Um momento crucial em Atos é encontrado nos capítulos 10 e 11, com a história de Pedro e Cornélio
(Atos 10:1-48). Em Atos 10, Pedro tem uma visão de um lençol descendo do céu contendo vários
animais, e é instruído a “matar e comer.” Quando Pedro protesta, dizendo que nunca comeu nada
impuro, uma voz lhe responde: “O que Deus purificou, não o chames comum” (Atos 10:15, ARA).
Essa visão, repetida três vezes, simbolizava que Deus estava removendo a distinção entre judeus e
gentios, permitindo que ambos alcançassem a salvação sem depender da lei judaica.
Por meio da morte de Jesus na cruz, a Nova Aliança abriu um caminho para que os gentios fossem
salvos. Contudo, o evangelho deveria primeiro ser apresentado dentro de Israel antes de se espalhar
para as nações gentias, ou “todo o mundo,” como os apóstolos entenderam.
Após a visão de Pedro, Cornélio, um centurião romano e gentio, também recebe uma visão
instruindo-o a enviar por Pedro. Quando Pedro chega e compartilha o evangelho, o Espírito Santo
desce sobre todos os que ouvem, incluindo os gentios. Este evento é monum ental, pois demonstra
que, sob o evangelho, todos estão em igualdade diante de Deus e recebem o Espírito Santo por meio
da fé em Jesus, e não pela adesão à lei judaica.
Em Atos 11:1-18, Pedro relata esses eventos à igreja de Jerusalém, afirmando que Deus concedeu
aos gentios o mesmo dom do Espírito Santo que havia dado aos judeus. Isso leva os crentes judeus a
reconhecerem que Deus de fato concedeu “arrependimento para a vida” também aos gentios—
cumprindo as profecias sobre a inclusão dos gentios nos últimos dias, os dias do Reino Messiânico.
(Isaías 2:2-3, Zacarias 2:11, Miquéias 4:1-2)
Agora que estabelecemos que o evangelho deveria alcançar todas as nações, tanto judeus quanto
gregos, vamos analisar os primeiros missionários mencionados na Bíblia.
Enquanto estavam adorando e jejuando na igreja em Antioquia, lemos em Atos 13:2 -3: “… O Espírito
Santo disse: ‘Separai-me, pois, a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.’ Então,
depois de jejuar e orar, impuseram-lhes as mãos e os enviaram.”
191
Observe o seguinte resumo das 3 viagens missionárias:
Primeira Viagem Missionária (c. 46-48 d.C.). Note que isso provavelmente ocorreu cerca de 17 anos
após a ressurreição.
• Lugares-chave: Antioquia (Síria), Chipre, Ásia Menor (Gálatia)
• Referência em Atos: Atos 13-14
1. Partida de Antioquia: Paulo (então conhecido como Saulo) e Barnabé são comissionados
pelo Espírito Santo e enviados da igreja em Antioquia na Síria.
2. Chipre: Eles viajam primeiro para Chipre, onde pregam em Salamina e Pafos. Em Pafos, Paulo
confronta e cega o feiticeiro Elimas, levando à conversão do procônsul romano Sérgio Paulo.
3. Perge: Viajam para Perge na Panfília, onde João Marcos os abandona.
4. Antioquia da Pisídia: Chegam à Antioquia da Pisídia, onde Paulo faz um sermão significativo
na sinagoga, levando à conversão tanto de judeus quanto de gentios, mas também
provocando oposição de alguns judeus.
5. Icônio: Paulo e Barnabé fogem para Icônio devido a uma conspiração contra eles, mas
continuam pregando com resultados mistos—alguns aceitam a mensagem, enquanto outros
se opõem.
6. Listra e Derbe: Em Listra, Paulo cura um homem aleijado, o que leva os locais a pensarem
que Paulo e Barnabé são deuses. Paulo é apedrejado por opositores, mas sobrevive. Eles
continuam até Derbe, onde fazem muitos discípulos.
7. Retorno a Antioquia: Depois de fortalecer as igrejas e nomear presbíteros, Paulo e Barnabé
retornam a Antioquia na Síria para relatar sua viagem.
Segunda Viagem Missionária (c. 49-52 d.C.)
• Lugares-chave: Antioquia (Síria), Ásia Menor (Gálatia), Macedônia, Grécia, Corinto, Éfeso
• Referência em Atos: Atos 15:36-18:22
1. Partida de Antioquia: Paulo e Silas (Barnabé e João Marcos se separam) partem de Antioquia,
viajando por Síria e Cilícia, fortalecendo as igrejas.
2. Derbe e Listra: Eles visitam as igrejas em Derbe e Listra, onde Paulo recruta Timóteo, um
jovem discípulo, e o circuncida por causa das relações judaico -gentílicas.
3. Macedônia: Paulo tem uma visão de um homem da Macedônia pedindo ajuda. Eles navegam
até Filipos, onde convertem Lídia, uma mercadora, e Paulo exorciza uma escrava adivinha.
Paulo e Silas são presos, mas são miraculosamente libertos por um terremoto, levando à
conversão do carcereiro e sua família.
4. Tessalônica e Bereia: Continuam até Tessalônica, onde Paulo prega na sinagoga, enfrentando
oposição de alguns judeus. Fugem para Bereia, onde encontram ouvintes mais receptivos,
mas logo são forçados a partir por agitadores de Tessalônica.
5. Atenas: Em Atenas, Paulo faz um famoso discurso no Areópago, abordando o altar dos
atenienses dedicado ao "Deus desconhecido" e proclamando o evangelho. Alguns zombam
dele, enquanto outros ficam interessados.
192
6. Corinto: Paulo passa um ano e meio em Corinto, pregando e estabelecendo uma igreja.
Enfrenta oposição de alguns judeus, mas continua seu ministério com o apoio da igreja local.
7. Retorno a Antioquia: Após uma breve visita a Éfeso, Paulo retorna a Antioquia para relatar sua
viagem.
Terceira Viagem Missionária (c. 53-57 d.C.)
• Lugares-chave: Antioquia (Síria), Gálatia, Éfeso, Macedônia, Grécia, Jerusalém
• Referência em Atos: Atos 18:23-21:14
1. Partida de Antioquia: Paulo parte de Antioquia e viaja pela região da Gálatia e Frígia,
fortalecendo os discípulos.
2. Éfeso: Paulo passa cerca de três anos em Éfeso, pregando e realizando milagres. Seu
ministério tem um grande impacto, incluindo a conversão de muitos e um motim instigado
pelos ourives que se opõem a ele devido à queda da idolatria.
3. Macedônia e Grécia: Paulo visita Macedônia e Grécia, encorajando os crentes e escrevendo
cartas (como as de Coríntios e Romanos). Ele passa três meses na Grécia e planeja navegar
para a Síria, mas muda de planos devido a uma conspiração contra ele.
4. Retorno a Trôade: Paulo retorna a Trôade, onde revive Eutico, um jovem que caiu da janela
durante um longo sermão.
5. Viagem a Mileto: Evitando Éfeso para agilizar sua viagem, Paulo convoca os anciãos de Éfeso
para se encontrarem com ele em Mileto. Ele faz um discurso de despedida comovente,
alertando-os sobre perigos futuros e confiando-os a Deus.
6. Retorno a Jerusalém: Paulo continua sua jornada até Jerusalém, apesar dos avisos de perigo.
Chega a Jerusalém, onde é recebido pela igreja, mas também enfrenta oposição de alguns
judeus, o que leva à sua prisão.
Nessas 3 Viagens Missionárias, observamos que houve 11 anos constantes de Paulo dedicando sua
vida ao evangelismo e discipulado de judeus e gentios por todo o Império Romano. Esse trabalho
formou muitas das primeiras igrejas e, por fim, levou à sua prisão, onde o restante do livro de Atos
termina com ele na prisão e aguardando julgamento.
Durante esses períodos, Paulo escreveu cartas para as igrejas que ele fundou, e essas cartas são a
maioria das cartas do Novo Testamento que temos em nossas Bíblias. Embora nossa leitura não
cubra todas, observe as datas estimadas de cada um dos livros e mensagens de cada carta.
Cartas Iniciais (50-52 d.C.)
• 1 Tessalonicenses (50-51 d.C.)
Objetivo: Escrito para encorajar a jovem igreja tessalonicense em sua fé, tratar de
preocupações sobre perseguição e esclarecer mal-entendidos sobre a volta de Cristo.
• 2 Tessalonicenses (51-52 d.C.)
Objetivo: Escrito para corrigir mal-entendidos sobre o Dia do Senhor, encorajando os crentes a
permanecer firmes e continuar trabalhando enquanto aguardam a volta de Cristo.
193
Cartas Principais (53-58 d.C.)
194
• Tito (63-65 d.C.)
Objetivo: Escrito a Tito, esta carta dá instruções sobre como estabelecer liderança na igreja,
ensinar doutrina sólida e promover boas obras entre os crentes em Creta.
• 2 Timóteo (64-67 d.C.)
Objetivo: A última carta de Paulo, escrita para encorajar Timóteo a permanecer fiel no
ministério, apesar da perseguição, e a transmitir a mensagem do evangelho, com Paulo
refletindo sobre sua própria morte iminente.
5. O Evangelho Puro
No ponto #3, discutimos como o evangelho alcançou os gentios. Essa notável transição —de o povo
de Deus na terra ser exclusivamente a nação de Israel para um novo Israel composto por todos
aqueles que compartilham a fé de Abraão, independentemente de serem judeus ou gregos—não
ocorreu sem dificuldades.
É compreensível por que surgiram questões e desafios. O cristianismo era, de maneira distinta, uma
fé judaica, surgindo da tradição judaica, profetizada pela lei e pelos profetas judeus, e inicialmente
aparecendo ao povo judeu. O Messias era judeu, assim como seus discípulos. Jesus não veio para
criar uma nova religião; Ele veio para cumprir a religião judaica. O cristianismo está enraizado no
judaísmo.
No entanto, o cumprimento da lei judaica através do Messias significava que certas práticas não
eram mais necessárias. Mas quais práticas? Como eles discerniriam isso? Eles estavam
acostumados a frequentar a sinagoga no sábado, a se abster de carne de porco e alimentos impuros,
e a observar festas e tradições judaicas. O que isso significava para eles agora? E ainda mais
importante, quais práticas eram esperadas dos gentios que agora criam no Messias judeu?
Essas questões foram alguns dos maiores desafios da igreja primitiva. Um momento destacado em
que essa tensão surgiu foi entre os apóstolos Pedro e Paulo. Em Gálatas 2:11-14, Paulo explica que,
embora Pedro inicialmente tivesse comido com os crentes gentios, ele parou de fazê-lo quando
alguns homens de Tiago chegaram, temendo críticas do partido da circuncisão (que insistia que
alguém deveria ser primeiro circuncidado como os judeus). Paulo confrontou Pedro abertamente,
dizendo que suas ações contradiziam a verdade do evangelho. Paulo acusou Pedro de hipocrisia,
pois as ações de Pedro implicavam que os gentios precisavam seguir as leis judaicas, apesar de
saberem que a justificação vem pela fé em Cristo, não pelas obras da lei. Pedro reconheceu a
repreensão de Paulo e, por fim, se alinhou com ele.
Isso, juntamente com desafios semelhantes, levou ao "Concílio de Jerusalém" em Atos 15:6-11,
onde os líderes da igreja se reuniram para resolver se os convertidos gentios precisavam seguir a lei
judaica. Pedro argumentou que Deus havia dado o Espírito Santo aos gentios sem exigir que
seguissem a lei, enfatizando que a salvação vem pela graça de Jesus, não pela observância leg al
(Atos 15:7-11). Paulo e Barnabé também compartilharam testemunhos das obras de Deus entre os
gentios (Atos 15:12). O concílio concluiu que os gentios não precisavam observar as leis judaicas,
pedindo-lhes apenas para se absterem de algumas práticas específicas, como evitar alimentos
sacrificados a ídolos (Atos 15:19-20).
195
No entanto, isso não resolveu completamente a questão. Muitos “judaizantes” continuaram a
defender que os crentes gentios adotassem os requisitos judaicos. Paulo aborda isso no livro de
Gálatas (um livro conhecido como a carta zangada), escrita em resposta a alguns judeus que
impunham essas ideias aos gentios. Ele adverte que adicionar a lei judaica ao evangelho distorce
sua pureza, dizendo que está "admirado" (Gálatas 1:6) que abandonem o verdadeiro evangelho por
um baseado em obras humanas. Ele enfatiza em Gálatas 1:8-9:
"Mas, ainda que nós ou um anjo do céu vos pregue um evangelho contrário ao que vos
pregamos, seja anátema. Assim, como já dissemos, agora repito: Se alguém vos pregar um
evangelho contrário ao que recebestes, seja anátema."
Paulo explica que acreditar na salvação pelas obras requer guardar toda a lei (uma tarefa
impossível), anulando o benefício de Cristo. Ele enfatiza a importância de aceitar o que Cristo
realizou na cruz. Suas palavras em Gálatas 5:12 são notavelmente diretas:
"Queria que os que vos perturbam se castrassem!"
A frustração de Paulo sublinha sua convicção de que o evangelho é uma mensagem de salvação pela
fé em Cristo, livre de requisitos baseados em obras.
P
aulo aborda preocupações semelhantes em Colossenses, alertando os crentes para não permitirem
que ninguém os julgue em questões de comida, bebida, festas ou observância do sábado:
"Portanto, ninguém vos julgue em comida ou bebida, ou em relação a festas, lua nova ou
sábados." – Colossenses 2:16 (ARA).
Em Cristo, os crentes não estão mais obrigados a costumes judaicos sobre alimentos, festas ou dias
santos específicos, pois todos esses são cumpridos Nele. Embora os cristãos mantenham os
princípios morais imutáveis de Deus, a lei cerimonial dada aos judeus não é mais uma exigência
vinculante, preservando a simplicidade da fé em Cristo, que cumpriu a lei em nosso lugar.
As "Cinco Solas" capturam essa simplicidade, enfatizando as crenças centrais que ancoram o
evangelho livre de adições legalistas. Assim, o evangelho puro vem: pela Fé somente, pela Graça
somente, em Cristo somente, como revelado suficientemente nas Escrituras somente, para a Glória
de Deus somente.
Batismo
O batismo, instituído por Jesus para seus seguidores, foi ordenado na Grande Comissão. Jesus
instruiu seus discípulos a fazer discípulos de todas as nações e batizá-los em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo. No início de Atos, Pedro chamou os que se arrependeram para serem batizados
como um sinal da sua nova fé em Jesus como o Messias:
"Disse-lhes Pedro: ‘Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para
perdão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa é para vós,
para os vossos filhos e para todos os que estão longe, a todos quantos o Senhor nosso Deus chamar
para si.’ … Assim, os que receberam a sua palavra foram batizados; e naquele dia, somaram -se
quase três mil almas." - Atos 2:38-41 (ARA)
Essa prática continua ao longo do Novo Testamento: o eunuco etíope (Atos 8), Paulo (Atos 9),
Cornélio (Atos 10), o carcereiro de Filipos e sua família (Atos 16), entre outros.
O termo “batismo” é uma transliteração da palavra grega baptizein, que significa "mergulhar". Por
isso, lemos sobre indivíduos "saindo da água" após o batismo.
Por exemplo:
"Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia, e foi batizado por João no Jordão. E, logo que
saiu da água, viu os céus se abrindo..." - Marcos 1:9-10
"E, indo pelo caminho, chegaram a uma água; e disse o eunuco: ‘Eis aqui água; que me impede
de ser batizado?’ … E ambos desceram à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou. Quando
saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe..." - Atos 8:36, 38-39
O batismo simboliza nossa união com a morte e ressurreição de Cristo. Como Paulo escreve em
Romanos: "Ou, porventura, ignorais que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos
batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo, para que,
como Cristo foi ressuscitado dos mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em
197
novidade de vida..." - Romanos 6:3-8 (ARA)
"No primeiro dia de cada semana, cada um de vós ponha de parte em casa algo, conforme a sua
prosperidade, para que se faça a coleta quando eu chegar." - 1 Coríntios 16:2 (ARA)
Cantar Juntos
Um elemento chave na vida da igreja primitiva era a adoração através do canto. Paulo encoraja os
crentes em Efésios: "Falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e
salmodeando ao Senhor no vosso coração..." - Efésios 5:19 (ARA)
Assim, a igreja primitiva era marcada por essas práticas fundamentais—batismo, comunhão,
comunhão, oferta e canto—que continuam como elementos centrais da vida da igreja até hoje. O
livro de Hebreus enfatiza ainda mais a importância de se reunir e incentivar uns aos outros:
"E consideremo-nos uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não
deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, mas exortando-nos uns aos outros,
e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele dia." - Hebreus 10:24-25 (ARA)
Mateus 28:18-20 (ARA) – "E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: 'Toda a autoridade me foi dada
no céu e na terra. Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho mandado. E eis que
estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.'"
Atos 1:4-5; 8 (ARA) – "E, comendo com eles, ordenou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas
que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. Porque João, na verdade, batizou
com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois desses dias." … "Mas
198
recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em
Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra."
Jeremias 31:33 & Hebreus 8:10 (ARA) – "Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois
daqueles dias, diz o Senhor: porei a minha lei no interior deles, e a escreverei no seu coração; e serei o
seu Deus, e eles serão o meu povo."
Ezequiel 11:19-20 (ARA) – "E lhes darei um só coração, e porei um espírito novo dentro deles; tirarei o
coração de pedra da sua carne, e lhes darei um coração de carne, para que andem nos meus estatutos,
guardem as minhas ordenanças e as cumpram; e serão o meu povo, e eu serei o seu Deus." – (Veja
também Ezequiel 36:26-27)
Deuteronômio 30:6 (ARA) – "E o Senhor, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua
descendência, para amares o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma, a fim de que
vivas."
Salmo 40:8 (ARA) – "Agradou-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração está a tua lei."
2 Coríntios 3:3 (ARA) – "Vós sois, manifestamente, uma carta de Cristo, ministrada por nós, não escrita
com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, no
coração."
Romanos 1:16 (ARA) – "Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para a
salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego."
1 Coríntios 15:8-9 (ARA) – "E, por último, depois de todos, apareceu também a mim, como a um
abortivo. Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, porque
persegui a igreja de Deus."
Atos 13:46 (ARA) – "Então, Paulo e Barnabé lhes disseram, com ousadia: 'Era necessário que a palavra
de Deus vos fosse pregada primeiro a vós; mas, visto que a rejeitais e vos julgais indignos da vida eterna,
eis que nos voltamos para os gentios.'"
Gálatas 1:8-9 (ARA) – "Mas, ainda que nós ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho, além do que
já vos anunciamos, seja anátema. Assim, como já dissemos, também agora vos digo: Se alguém vos
anunciar outro evangelho, além do que recebeste, seja anátema."
Gálatas 5:2-4 (ARA) – "Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos
aproveitará. De novo testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a
lei. De Cristo vos desligastes, vós que vos justificais pela lei; da graça caístes."
1 Coríntios 11:23-26 (ARA) – "Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor
Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão, e, tendo dado graças, o partiu e disse: 'Isto é o meu corpo,
que é dado por vós; fazei isto em memória de mim.' Semelhantemente, depois de cear, tomou também o
cálice, dizendo: 'Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes,
em memória de mim.' Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a
morte do Senhor, até que venha."
199
Atos 2:38-41 (ARA) – "E disse-lhes Pedro: 'Arrependam-se, e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo, para perdão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa
é para vós outros, e para os vossos filhos, e para todos os que estão longe, a tantos quantos o Senhor,
nosso Deus, chamar.' E de muitas outras palavras os exortava, e os consolava, dizendo: 'Salvai-vos desta
geração perversa.' Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, e naquele dia houve um
acréscimo de quase três mil pessoas."
Romanos 6:3-8 (ARA) – "Ou, porventura, ignorais que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus,
fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como
Cristo foi ressuscitado dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na
semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para
que o corpo do pecado seja destruído, a fim de que não sirvamos mais ao pecado. Pois quem morreu foi
justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos."
1 Coríntios 16:2 (ARA) – "No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, conforme a sua
prosperidade, guardando-o, para que se não façam coletas quando eu chegar."
Efésios 5:19 (ARA) – "Falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando
ao Senhor no vosso coração."
Hebreus 10:24-25 (ARA) – "E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às
boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos
uns aos outros, e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele dia."
IV. – Trabalho de Memorização:
Para recitar a história da Bíblia do começo ao fim, memorize o seguinte resumo das lições #1 a
#18:
1. Criação ~ 4004 a.C. (Gênesis 1-2) - A história da criação e a ordem estabelecida por Deus.
5. Aliança ~ 1921 a.C. (Gênesis 11:10-Gênesis 50) - A promessa de Deus a Abraão, Isaque e
Jacó, e o estabelecimento de Israel.
6. Cativeiro 1 ~ 1680-1491 a.C. (Êxodo 1-15:21) - O tempo de Israel como escravos no Egito, e
Deus levantando Moisés para libertá-los, enquanto ele opera 10 pragas diante de Faraó.
7. Comandos ~ 1491 a.C. (Êxodo 15:21 - Deuteronômio) - Deus dá a lei a Israel no deserto e os
sustenta, onde passam 40 anos por causa da desobediência.
200
8. Conquista ~ 1531 a.C. (Josué) – Josué lidera Israel para conquistar e dividir a terra
prometida.
9. Conciliadores ~1400-1095 a.C. (Juízes-1 Samuel 7) Israel é governado por juízes; Eles
passam por ciclos de desobediência, Deus traz opressão, eles clamam a Deus, então Deus
levanta um juiz para libertá-los.
10. Coroas ~1095-586 a.C. (1 Samuel 8-2 Reis; também, 1-2 Crônicas) O povo clama a Samuel
por um Rei e Deus lhes dá Saul. Por causa da desobediência, Deus tira o reino de Saul e o dá a
Davi. Depois do filho de Davi, Salomão, o reino se divide em norte (Israel) e sul (Judá). O norte
nunca mais teve um rei justo, enquanto Judá teve reis bons e reis maus.
11. Conquistado ~ 722 a.C. (2 Reis 17) A Assíria destruiu as 10 tribos do norte (Israel); eles
foram dispersos e perdidos (ou seja, não mantiveram sua identidade/tribo na forma visível).
12. Cativeiro 2 ~ 587-586 a.C. (2 Reis 25) Babilônia destrói Jerusalém em Judá, e Judá entra
em 70 anos de cativeiro, durante os quais o império babilônico se transforma no império
persa. (A história de Daniel e Ester ocorre sob o controle babilônico e persa).
13. Construção - (Esdras-Neemias) Judá retorna ao seu país e reconstrói sua cidade. O 1º
grupo retornou ~ 536 a.C. e o 2º em ~ 458 a.C. (Esdras 2 e 8), mas não foi até ~ 454 a.C.
Neemias reconstrói a muralha.
14. Calma - da mesma forma que foram 400 anos de silêncio antes de Deus levantar Moisés
para libertar Israel, depois de Malaquias, há 400 anos de silêncio (em termos de revelação
bíblica) até o anúncio de Cristo. Malaquias fecha o VT dizendo para se preparar para a vinda
do Messias.
15. Cristo - ~4B.C. (Mateus 1-2 e Lucas 1-2) - o Messias prometido nasce na linhagem de Judá
na família de Davi, na cidade de Belém, de uma virgem chamada Maria, cumprindo as
palavras dos profetas.
16. Começo ~26-29 d.C. (Mateus-João) Jesus é publicamente identificado como o prometido
pelo favorito João Batista. Ele começa um ministério terreno de 3 anos, pregando e realizando
milagres para as massas, e ensinando e treinando 12 discípulos principais.
17. Cruz ~ 29 d.C. (Mateus 27-28, Marcos 15-16, Lucas 23-24 e João 19-21) - morte e
ressurreição de Jesus, cumprindo a primeira promessa em Gênesis 3:15, a promessa a
Abraão, o Lei de Moisés, o Rei no trono de Davi, e muitas outras palavras dos profetas.
18. Comunhão ~ 29 d.C. (Atos-Apocalipse) - a igreja recebe o Espírito Santo prometido como
ajudante (Atos 1-2) e os apóstolos dão instruções à igreja primitiva.
201
#19 – Cativeiro 3
(Mateus 24; Romanos 11, Apocalipse)
~70 d.C.-1948
Nestes últimos 2 relatos, #19 e #20, falaremos sobre eventos que ocorreram após a conclusão das
escrituras. Assim, para nossa leitura, voltaremos e releitura alguns textos, além de adicionar novos
textos que contêm profecias sobre o futuro. Você pode se lembrar de como lemos nos relatos
evangélicos como Malaquias alertou o povo de que a vinda de Jesus também seria acompanhada por
julgamento. João Batista e Jesus continuaram com essa mesma mensagem, culminando em uma
condenação dos líderes judeus e um pronunciamento de julgamento sobre a cidade de Jerusalém,
que discutimos no relato #17. Vamos novamente olhar o que aconteceu
202
#19 – Cativeiro 3 (Mateus 24; Romanos 11; Apocalipse) ~70 d.C. - 1948
À medida que o Evangelho se espalhava pelo Império Romano, Paulo completou suas três viagens
missionárias, fundando numerosas igrejas e escrevendo muitas epístolas, que agora fazem parte do
Novo Testamento. Durante esse período, Jerusalém passou por crescente tumulto, incluindo fome,
terremotos e instabilidade crescente, afetando particularmente a população judaica. Os judeus se
revoltaram contra o Império Romano, e com a iminência de sua destruição, havia uma descrença
generalizada de que a grande cidade poderia algum dia cair. No entanto, a comunidade cristã, atenta aos
avisos proféticos, reconheceu os sinais dos tempos. De acordo com os registros históricos de Josefo,
nenhum cristão estava presente na cidade no momento de sua destruição devido à sua consciência da
profecia.
Em contraste marcante, os judeus que rejeitaram o Messias enfrentaram um massacre horrível. Mais de
um milhão de judeus foram mortos enquanto Roma sitava a cidade por três anos e meio (42 meses),
cortando suprimentos de comida e água, levando a uma extrema desesperança, incluindo canibalismo.
Como profetizado, a devastação foi incomparável e nunca será igualada.
A destruição de Jerusalém e de seu templo marcou o fim de uma era, abrindo caminho para o
estabelecimento de uma superior Nova Jerusalém—uma realidade espiritual que abrange todos os que
têm fé em Jesus, tanto judeus quanto gentios. Esta nova cidade apresenta um templo superior
construído a partir de pedras vivas, fundamentado em Cristo e nos apóstolos, com os santos como suas
pedras vivas. Nesta Nova Jerusalém, Jesus mesmo serve como o sumo sacerdote, intercedendo por Seu
povo. Seus seguidores são concedido do sacerdócio real e o status de co-herdeiros, reinando com Ele. A
cidade é iluminada pela presença de Jesus, adornada com ruas de ouro e pedras preciosas, e um
rio que dá vida flui de seu centro.
Essa restauração a um estado semelhante ao Éden significa o cumprimento da Nova Aliança em Cristo,
alcançando o que os reinos terrenos anteriores não puderam. Apesar da destruição de Jerusalém, Deus
preservou um remanescente de Israel, conforme prometido através de Moisés, dos profetas e do
apóstolo Paulo. Este remanescente é profetizado para ser reunido e enxertado de volta na mesma árvore
espiritual na qual os gentios foram enxertados. Notavelmente, em 1948, Deus cumpriu essa profecia ao
reunir judeus de todo o mundo e restabelecê-los como uma nação em Israel. Paulo também previu que
os judeus se tornariam invejosos da nação que recebeu o Evangelho, levando-os à fé em Cristo Jesus
para que todo Israel pudesse ser salvo.
203
4. A Relevância Desses Eventos
1. A Destruição de Jerusalém
Você pode se lembrar das nossas discussões anteriores sobre Malaquias, o último profeta do Antigo
Testamento, e seu aviso de que a vinda do Messias traria um tempo de julgamento para aqueles que
não O recebessem:
Malaquias 3:1-2: "Eis que eu envio o meu mensageiro, e ele preparará o caminho diante de mim.
E de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, e o mensageiro da aliança, a
quem vós desejais; eis que vem, diz o Senhor dos exércitos. Mas quem suportará o dia da sua
vinda? E quem poderá ficar de pé quando ele se manifestar? Pois ele será como o fogo do
ourives e como o sabão dos lavandeiros."
Continuando no capítulo 4:
Malaquias 4:1: "Pois eis que vem o dia, ardente como um forno; e todos os soberbos, e todos os
que praticam a impiedade, serão como a palha; o dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos
exércitos, de maneira que não lhes deixará nem raiz nem ramo."
Observe como a imagem desse dia é ilustrada com "fogo", "palha" e árvores ("raízes" ou "ramos").
Guarde isso em mente. Nos versículos 5-6, somos novamente informados de que esse tempo será
precedido por João Batista:
Malaquias 4:5-6: "Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do
Senhor. (6) E ele fará com que o coração dos pais se volte para os filhos, e o coração dos filhos
para os pais, para que eu não venha e fira a terra com a maldição."
204
Mateus 3:10-12: "Já está posto o machado à raiz das árvores; portanto, toda árvore que não der
bom fruto será cortada e lançada no fogo. (11) Eu vos baptizo com água, para arrependimento;
mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu, e eu não sou digno de levar-lhe as
sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. (12) A sua pá está na sua mão, e ele
limpará completamente a sua eira; e recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha com
fogo que nunca se apaga."
Jesus também começou o Seu ministério com um aviso semelhante aos líderes de Israel: "Quem vos
advertiu a fugir da ira vindoura?" (Mateus 3:7).
Na História #16, discutimos o constante conflito de Jesus com os líderes religiosos e políticos
judeus, e na História #17, a profetizada destruição do templo. Em Mateus 23, Jesus pronunciou
julgamento sobre os líderes por meio de uma série de "sete ais", culminando nestas palavras:
Mateus 23:33-38: "Serpentes, raça de víboras, como escapareis da condenação do inferno? (34)
Por isso, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; a uns matereis e crucificareis, a
outros açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade, (35) para que sobre
vós venha todo o sangue justo derramado na terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue
de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o templo e o altar. (36) Em verdade vos
digo que todas essas coisas virão sobre esta geração. (37) Jerusalém, Jerusalém, que matas os
profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu juntar os teus filhos, como a
galinha junta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste! (38) Eis que a vossa casa vos
ficará deserta!"
A "vossa casa", significando Jerusalém, ficaria desolada — um termo profético do Antigo Testamento.
Logo após isso, em Mateus 24, os discípulos se maravilham com o templo enquanto entram em
Jerusalém, e Jesus faz esta profecia impressionante:
Mateus 24:2: "Vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que
não seja derrubada."
Após isso, Jesus sobe ao Monte das Oliveiras, com os Seus discípulos a segui-Lo. De lá, Ele observa
os arredores do templo. Seu comentário sobre a destruição do templo leva os discípulos a
perguntar-Lhe:
Mateus 24:3-4: "E, estando ele sentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os discípulos
em particular, dizendo: ‘Dize-nos, quando serão estas coisas? E que sinal haverá da tua vinda e
do fim do mundo?’"
Quando os discípulos perguntaram sobre Sua "vinda", eles não estavam pensando na Segunda Vinda
como entendemos hoje. Naquela época, eles não tinham o conceito de que Jesus partiria. De fato,
os evangelhos mostram que eles nunca entenderam completamente Sua missão até após Sua morte
e ressurreição.
Lucas 18:34: "Mas não entenderam nenhuma dessas coisas; e esta palavra lhes estava
encoberta, de modo que não compreendiam o que se lhes dizia."
Marcos 9:32: "Mas não entendiam esta palavra, e temiam interrogá-lo."
Os discípulos estavam perguntando sobre a "vinda" de Jesus em Seu reino para derrubar o governo
romano. O entendimento deles era de que a remoção do antigo sistema judaico significaria a vinda
205
do reino profetizado e a libertação da opressão romana. Enquanto o reino de Jesus viria (com Sua
ressurreição), e Jerusalém seria de fato destruída (em 70 d.C.), a libertação de Seu povo da opressão
não aconteceu da forma que eles haviam imaginado.
O significado profético de "vinda" no Antigo Testamento e nos ensinamentos de Jesus não carrega o
mesmo significado que agora associamos ao Seu retorno futuro para a igreja. Pelo contrário,
frequentemente se referia à visitação e julgamento de um rei sobre uma cidade ou nação. Jesus usou
essa compreensão para comunicar que Seu julgamento sobre Jerusalém provaria Sua realeza.
Nota: Para exemplos de como a ideia de "vinda" (Parousia) era usada de formas que claramente
não se referiam à segunda vinda:
Mateus 10:23 – "... pois em verdade vos digo que não passareis pelas cidades de Israel até que venha
o Filho do Homem."
Mateus 16:27-28 – "... Em verdade vos digo que há alguns que aqui estão que não provarão a morte
até que vejam o Filho do Homem vindo em seu reino."
Apocalipse 2:5, 6 - Jesus avisa que Ele "virá" para remover os seus castiçais ou "fazer guerra contra
eles" a menos que se arrependam.
Enquanto Parousia é uma palavra grega do Novo Testamento que descreve esse tipo de "visitação" ou
"vinda", o Antigo Testamento carrega a mesma ideia (bo – vir, paqad – visitar, yarad – descer): Isaías
19:1.
Isaías 19:1 – "Profecia contra o Egito: Eis que o Senhor está montado em uma nuvem ligeira e vem ao
Egito; ..."
Isaiah 13:6-13 - Isaiah speaks of the "day of the Lord" as a time when "the Lord comes" to bring
judgment on Babylon.
Miquéias 1:3-5 – "Porque eis que o Senhor sai do seu lugar, e descerá e pisará sobre os altos dos
montes da terra.
Nesta passagem, o Senhor "vem" para julgar Samaria e Jerusalém pelos seus pecados.
Amós 4:12, Sofonias 1:14-18, Malaquias 3:1-2, etc…
À medida que Jesus continua respondendo às perguntas deles, Ele os adverte para não se deixarem
enganar. Ele lhes fala sobre os rumores e falsas profecias que ouviriam, juntamente com muitos
outros eventos que testemunhariam. Eles são informados de que proclamariam o evangelho por
todo o mundo e enfrentariam perseguições, após o que o fim viria (Mateus 24:14).
É importante observar que Jesus estava falando especificamente aos Seus apóstolos e descrevendo
suas experiências. Alguns supõem que Ele estava falando de um evento distante do futuro quando
mencionou pregar para o "mundo todo" (grego: oikoumen), mas os apóstolos entenderam isso como
se referindo ao mundo romano, conforme visto em passagens como:
• Romanos 1:8: "Primeiramente, dou graças ao meu Deus por Jesus Cristo, a respeito de vós
todos, porque a vossa fé é proclamada por todo o mundo."
• Romanos 10:18: "Mas digo: Acaso não ouviram? Sim, por toda a terra se fez ouvir a sua voz, e as
suas palavras, até os confins do mundo [oikoumen]."
206
• Colossenses 1:6: "...em todo o mundo também [o evangelho] está frutificando e crescendo."
• Atos 17:6: "Estes que têm transtornado o mundo [oikoumen] chegaram aqui também."
Em essência, para os judeus, a expressão "o mundo todo" tinha conotações internacionais,
referindo-se ao Império Romano habitado, e não a cada local geográfico do planeta.
Em Mateus 24:15, Jesus continua: "Quando, pois, virdes no lugar santo a abominação da
desolação, de que falou o profeta Daniel (quem lê, entenda)."
Em Lucas 21:20, lemos o paralelo: "Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada por exércitos, então
reconhecei que a sua desolação está próxima."
Jesus se refere à "abominação da desolação" profetizada em Daniel. Duas profecias de Daniel são
relevantes aqui.
A primeira, em Daniel 9:24-27, profetiza o ano da aparição do Messias, Sua morte na cruz e a unção
de um novo templo. Após esses eventos, outro governante viria e tornaria o templo desolado.
(Recorde nossa discussão sobre essa profecia na história #17).
A segunda profecia, em Daniel 10-12, refere-se aos últimos dias do povo judeu e à desolação do
templo. Esta é uma grande seção de profecia que precisa ser compreendida em sua totalidade, mas,
para efeitos de tempo, destacaremos alguns pontos chave. A profecia de Daniel refere-se aos
últimos dias do povo judeu (Daniel 10:14).
De acordo com as Escrituras, quando Cristo apareceu, Israel entrou em seus "últimos dias" (Hebreus
1:1-2; Hebreus 9:26; 1 Coríntios 10:11; Gálatas 4:4; 1 Pedro 1:20; Atos 2:16 -17; 1 João 2:18; Mateus
23:34-36; Mateus 24:34).
• Hebreus 1:1-2: "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais,
pelos profetas, (2) nestes últimos dias nos falou pelo Filho."
• Hebreus 9:26: "...Agora, porém, na consumação dos séculos, uma vez por todas, se manifestou
para aniquilar o pecado pelo sacrifício de Si mesmo."
• 1 Coríntios 10:11: "E estas coisas lhes sobrevieram como exemplo, e foram escritas para a nossa
advertência, para quem os fins dos séculos têm chegado."
• Gálatas 4:4: "Mas, vindo à plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher,
nascido sob a lei."
Curiosamente, o livro de Hebreus enfatiza o fim da ordem judaica, substituída pela superior Nova
Aliança. Da mesma forma, o contexto de Gálatas 3-4 mostra Paulo argumentando sobre o
encerramento da era judaica.
Em Atos 2:16-17, Pedro cita o profeta Joel: "E acontecerá nos últimos dias, diz Deus, que
derramarei do Meu Espírito sobre toda a carne."
O conceito dos "últimos dias" ou "dias finais" origina-se de Moisés, quando ele deu ao povo o livro da
aliança antes de sua morte, advertindo-os sobre o julgamento que viria sobre eles nos últimos
tempos por abandonarem a aliança:
• Deuteronômio 31:29: "Porque eu sei que, depois da minha morte, certamente vos
corrompereis, e vos desviareis do caminho que vos ordenei; e o mal vos sobrevirá nos últimos
207
dias, porquanto fareis o que é mau aos olhos do Senhor, provocando -O a ira com a obra das
vossas mãos."
Essa complexa profecia de Daniel fala de dois tempos e eventos paralelos. Primeiro, a expressão
"abominação da desolação" é usada em Daniel 11:31 em referência ao rei selêucida Antíoco
Epifânio, que sacrificou um porco a Zeus no Templo e ordenou a cessação do sistema sacrificial
judeu. Esse evento, que causou a desolação do templo, foi discutido anteriormente na História #14.
Após a derrota de Antíoco pelos Macabeus, o Templo foi purificado e o sistema sacrificial
reinstaurado, marcando a origem da Festa da Dedicação, que ainda é celebrada hoje.
Daniel então continua no capítulo 12 para falar de uma segunda profanação do templo, após a qual
ele seria destruído. Em Daniel 12:7, ele afirma: "...quando acabarem de esmagar o poder do povo
santo [Israel], todas essas coisas se cumprirão." Depois, em Daniel 12:11, ele fala novamente
dessa "desolação": "E, desde o momento em que o sacrifício diário for tirado, e se estabelecer a
abominação da desolação, haverá mil duzentos e noventa dias."
O que é notável sobre esses mil duzentos e noventa dias (ou tempo (1), tempos (2), e metade de
tempo (1/2), totalizando 3,5 anos) é que, em ambos os casos—o tempo de Antíoco Epifânio e o
cerco romano—os sacrifícios no templo cessaram por 3,5 anos antes que a desolação real
ocorresse. Sob o império grego, as guerras e os distúrbios interromperam os sacrifícios por 3,5 anos,
até o momento em que Antíoco entrou no templo. Mais tarde, em 66 d.C., devido à guerra judaico-
romana e aos conflitos internos entre facções judaicas na cidade sitiada, o sacerdócio foi
interrompido e os sacrifícios cessaram até que o exército romano destruísse o templo.
(Nota: Alguns sustentam uma terceira realização futura dessa profecia, mas não abordaremos isso
neste estudo.)
O Cumprimento da Abominação da Desolação
Anteriormente, discutimos como Antíoco profanou o templo oferecendo um porco. Mas como o
exército romano o profanou? Naqueles dias, o exército romano carregava estandartes com águias e
imagens do imperador, que os soldados adoravam. Flávio Josefo escreveu que, quando o general
romano Vitélio tentou marchar com suas tropas pela Judéia durante o reinado de Tibério, as
autoridades judaicas resistiram, argumentando que as imagens idólatras nos seus estandartes
profanavam a lei. Décadas depois, os judeus resistiram novamente quando Pilatos trouxe esses
estandartes para a cidade, forçando-o a removê-los para Cesaréia.
Josefo descreve como Roma finalmente profanou o Templo na sua destruição: "E agora, os romanos,
ao queimarem a casa santa em si mesma, e todos os edifícios ao seu redor, trouxeram os seus
estandartes para o templo, e os colocaram em frente à sua porta oriental; e ali ofereceram sacrifícios
a eles" (Josefo, A Guerra dos Judeus, Livro 6, Capítulo 6, Seção 1).
Este ato teria sido claramente considerado uma abominação do templo segundo os padrões
bíblicos. Esses estandartes eram ofensivos para os judeus, e os cristãos também se recusaram a se
prostrar diante deles devido à sua natureza idólatra.
A Incrível Previsão
Essa desolação teria sido difícil de imaginar quando Jesus a previu. Herodes, o Grande, um amante
da arquitetura, começou a construção do templo e seus arredores em 19 a.C. Este imenso
complexo, com quase 500 metros de comprimento e 400 metros de largura, foi projetado pelo
208
próprio Herodes. Ele até ordenou que mil sacerdotes fossem treinados para a sua construção,
garantindo que nenhuma mão impura o construísse. O projeto era tão imenso que não foi concluído
até 63 d.C., 82 anos depois. Na época da profecia de Jesus, o templo estava em construção há 46
anos (João 2:20), e os judeus o consideravam invencível. No entanto, Jesus previu o seu colapso.
O Aviso para Fugir
Em Mateus 24:15, Jesus diz:
"Quando, pois, virdes a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, no lugar santo
(quem lê, entenda), (16) então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes; (17) quem
estiver no eirado não desça a tirar alguma coisa de sua casa; (18) e quem estiver no campo não
volte atrás para buscar as suas vestes. (19) Ai das que estiverem grávidas, e das que
amamentarem naqueles dias! (20) Orai para que a vossa fuga não seja no inverno nem no
sábado. (21) Porque haverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do
mundo até agora, nem jamais haverá."
Esses são os dias da vingança (1 Tessalonicenses 2:16), cumprindo o que foi escrito por Malaquias,
Daniel e Joel. Um aspecto incrível deste evento (como observado no início deste capítulo 19) é que
nenhum cristão foi pego no cerco de Jerusalém. A razão? Eles atenderam à profecia de Jesus em
Mateus 24 e fugiram quando viram os sinais da destruição iminente da cidade.
Nos versículos 29-30, são descritos sinais apocalípticos: as estrelas escurecendo, a lua deixando de
dar luz, e assim por diante. Essa linguagem, usada no Antigo Testamento, significa o juízo de uma
nação. Em essência, a glória de Israel cairia. Após esse evento (versículo 31), o evangelho
continuaria a se espalhar, mas o momento exato da destruição era desconhecido, então eles foram
instruídos a permanecer vigilantes e discernentes.
Jesus confirma o período próximo dessa profecia no versículo 34: "Em verdade, vos digo que não
passará esta geração até que todas estas coisas aconteçam."
Embora alguns interpretem isso como referindo-se a uma geração futura, a linguagem claramente
aponta para a geração presente ali naquele momento. Isso é consistente com o que Jesus havia
acabado de lhes dizer no capítulo anterior: "Em verdade, vos digo que todas estas coisas hão de
vir sobre esta geração." (Mateus 23:36).
Uma geração bíblica tem cerca de 40 anos, e, assim como Jesus profetizou, o templo foi destruído
cerca de 40 anos depois, em 70 d.C., com alguns de Seus ouvintes ainda vivos para testemunhá -lo.
A Horrível Destruição de Jerusalém
A destruição de Jerusalém foi brutal além da imaginação. O historiador judeu Flávio Josefo narra
vívidamente cenas de fome, crucificação e massacre. O historiador romano Tácito, entre outros,
também registra essas atrocidades. As lutas internas entre três facções judaicas agravaram o caos
na cidade. As facções queimaram casas, incluindo os suprimentos vitais de comida, levando a uma
fome extrema. Alguns recorreram até ao canibalismo. À medida que os corpos mortos se
acumulavam e o fedor se tornava insuportável, até os romanos se sentiram repugnados.
Eventualmente, eles decidiram nivelar completamente a cidade.
Na época do cerco, Jerusalém estava extraordinariamente cheia devido à celebração da Páscoa,
com mais de um milhão de judeus presos dentro da cidade. Os romanos, enfurecidos pela
resistência, começaram um massacre indiscriminado. Mas, assim como Jesus havia profetizado em
209
Mateus 24:22, os dias de massacre foram abreviados, e um remanescente foi preservado, cumprindo
a promessa de Deus de manter um remanescente de Israel para Seus propósitos.
Tudo isso nos ajuda a entender por que Jesus disse em Mateus 24:24 (ARA):
"Porque, então, haverá grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até
agora, nem jamais haverá."
2. O Enxerto de Israel
Agora que discutimos a horrível destruição de Jerusalém, que foi profetizada por Jesus, vamos nos
voltar para o que foi predito sobre o futuro de Israel.
Muito antes desses eventos, quando a lei foi dada, Israel já havia sido advertido sobre as
consequências de quebrar a aliança de Deus. Em Levítico 26, foi dito que, se desobedecessem, seus
inimigos dominariam sobre eles—uma condição que já era verdadeira antes da destruição de
Jerusalém, pois estavam sob o domínio romano. O capítulo continua, avisando que, se
continuassem a quebrar a aliança, as consequências se tornariam ainda piores: eles pagariam sete
vezes mais pelos seus pecados (Levítico 26:18). Por sua desobediência contínua, Deus traria uma
espada sobre eles para "executar vingança pela aliança" (Levítico 26:25). Ele quebraria o
suprimento de pão deles (Levítico 26:26) e até declarou que comeriam "a carne" de seus filhos e
filhas (Levítico 26:29). Suas cidades seriam arrasadas, seu santuário se tornaria desolado
(Levítico 26:31), e se tornariam tão devastados que seus inimigos ficariam "estarrecidos" com
eles. Finalmente, seriam espalhados entre as nações (Levítico 26:33).
Que descrição precisa dos eventos que acabamos de discutir na história anterior! No entanto,
mesmo depois de tudo isso, Deus prometeu que, quando estivessem na terra de seus inimigos, Ele
não os destruiria completamente, por causa da aliança que fez com seus antepassados (Levítico
26:44-45).
Nesta história, veremos a fidelidade de Deus em cumprir Sua promessa para que os descendentes
de Abraão vivessem na terra de Canaã. Observe as promessas eternas de Deus nos seguintes
versículos:
• Gênesis 17:7-8 (ARA): "E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência
depois de ti, nas suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus e à tua
descendência depois de ti. E darei a ti e à tua descendência depois de ti a terra das tuas
peregrinações, toda a terra de Canaã, por possessão perpétua, e serei o seu Deus."
• Salmo 105:8-11 (ARA): "Ele se lembra da sua aliança para sempre, da palavra que ordenou para
mil gerações, da aliança que fez com Abraão, e do seu juramento a Isaque, o qual confirmou a
Jacó por estatuto, e a Israel por aliança eterna, dizendo: 'A vós darei a terra de Canaã, a porção
da vossa herança.'"
• Jeremias 31:35-37 (ARA): "Assim diz o Senhor, que dá o sol para luz durante o dia, e a ordem fixa
da lua e das estrelas para luz durante a noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas —
Senhor dos Exércitos é o seu nome: 'Se essa ordem fixada se desviar de diante de mim, diz o
Senhor, então a descendência de Israel deixará de ser nação diante de mim para sempre.' Assim
diz o Senhor: 'Se os céus acima puderem ser medidos, e os fundamentos da terra abaixo,
sondados, então rejeitarei toda a descendência de Israel, por tudo o que fizeram, diz o Senhor.'"
Israel será mantido como nação enquanto a ordem natural permanecer.
210
Então, como Deus manteria essa promessa após a destruição de Jerusalém? Como isso se encaixa
com o fato de que a velha aliança (o antigo sistema de práticas religiosas) foi abolida e substituída
(ou entendida como "cumprida") pela nova aliança (o novo sistema dado à Igreja, como vimos na
História #18)?
O livro de Romanos fornece uma resposta. Paulo argumenta que a salvação, que veio dos judeus, é
para todos os povos, pois todos pecaram. Quer seja judeu com a Lei ou gentio sem a Lei, todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Paulo observa que até Abraão foi justificado pela fé,
independentemente da Lei, mostrando que a salvação vem pela fé.
Em Romanos 10:9-13, lemos esses versículos famosos:
"Se, com a tua boca, confessares a Jesus como Senhor e em teu coração creres que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca
se faz confissão para a salvação. Pois a Escritura diz: 'Todo aquele que nele crer não será
envergonhado.' Porque não há distinção entre judeu e grego; pois o mesmo Senhor é Senhor de
todos, rico para com todos os que o invocam. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor
será salvo."
Paulo então explica como Israel falhou em alcançar a salvação devido à incredulidade, enquanto as
nações não escolhidas inicialmente por Deus a receberam:
Romanos 10:19-21: "Mas pergunto, acaso Israel não entendeu? Primeiro Moisés diz: 'Farei que
vos inveje uma nação que não é nação; com uma nação insensata vos excitarei a ira.' E Isaías
ousa dizer: 'Fui achado por aqueles que não me buscavam; manifestei-me àqueles que não
perguntavam por mim.' Mas a respeito de Israel diz: 'O dia todo estendi as minhas mãos a um
povo rebelde e contradizente.'"
Aqui, Paulo introduz a ideia de que a salvação indo para os gentios fará com que os judeus sintam
inveja.
Em Romanos 11, Paulo revela que isso não significa que Deus foi infiel a Israel. Pelo contrário,
apesar do juízo nacional, Deus preservou um remanescente, assim como fez no Antigo Testamento
quando Jezabel tentou matar todos os profetas. Paulo, sendo judeu, faz parte desse remanescente.
(Lembre-se de como lemos em Mateus 24 que os dias da destruição foram "abreviados", ou seja, não
houve aniquilação total como poderia ser esperado).
Paulo explica ainda mais que a dureza de Israel aconteceu para que o evangelho fosse aos gentios,
que por sua vez, provocariam Israel à inveja:
Romanos 11:11: "Digo, pois: Acaso eles tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum! Mas,
pela sua transgressão, a salvação chegou aos gentios, para provocar-lhes ciúmes."
Continuando, Paulo revela um mistério: Se o rejeição de Israel trouxe bênçãos aos gentios, quanto
mais a sua inclusão trará? Após a inclusão plena dos gentios, Israel será enxertado de volta, como
ramos naturais cortados de sua própria oliveira:
Romanos 11:28-32: "No tocante ao evangelho, são inimigos por causa de vós; mas, no tocante à
eleição, são amados por causa dos patriarcas. Pois os dons e a vocação de Deus são
irrevogáveis. Pois, assim como vós também, em outro tempo, fostes desobedientes a Deus, mas
agora alcançastes misericórdia, em virtude da desobediência deles, assim também estes agora
foram desobedientes, para que, pela misericórdia que vos foi feita, também eles alcancem
211
misericórdia. Porque Deus encerrou todos na desobediência, para com todos exercer
misericórdia."
Esta profecia do retorno futuro de Israel é impressionante, especialmente considerando que, após a
destruição de Jerusalém em 70 d.C., Israel deixou de ser uma nação por quase 1.900 anos. No
entanto, as Escrituras profetizaram que, durante o tempo do Reino do Messias, Israel seria
novamente reunido e retornaria à terra:
• Isaías 11:11-12: "Naquele dia, o Senhor tornará a estender a sua mão, para recuperar o
remanescente que restar do seu povo... Levantará um estandarte para as nações e reunirá os
dispersos de Israel, e ajuntará os dispersos de Judá, desde os quatro cantos da terra."
Desta vez, porém, eles permanecerão na terra permanentemente:
• Amós 9:14-15: "Restaurarei a sorte do meu povo Israel, e eles reconstruirão as cidades
destruídas, e nelas habitarão... Plantá-los-ei na sua terra, e nunca mais serão arrancados da
terra que lhes dei, diz o Senhor, o seu Deus."
Israel tem suportado grandes sofrimentos ao longo dos séculos, sendo o Holocausto uma das
maiores atrocidades da história humana. No entanto, dessa tragédia, Deus moveu o mundo a agir em
seu favor. Em 14 de maio de 1948, um esforço internacional restabeleceu Israel como nação. Desde
então, muitos tentaram se opor a Israel, mas sem sucesso.
Um evento notável foi a Guerra dos Seis Dias, de 5 a 10 de junho de 1967. Israel, enfrentando
ameaças do Egito, Jordânia, Síria, Iraque e outros, lutou em três frentes e obteve uma vitória rápida e
decisiva—um feito que muitos consideram nada menos que milagroso.
Embora não saibamos exatamente como ou quando Israel virá a crer em Cristo, podemos ter
confiança de que isso acontecerá antes da volta de Jesus, como Deus profetizou que aconteceria.
213
Outra pista importante é encontrada no versículo de abertura. A visão é simbólica: "Ele a tornou
conhecida" pode ser traduzido mais precisamente como "Ele a enviou e a significou" —
significando através de sinais. A palavra "significou" vem do termo grego sēmainō, que significa
"dar um sinal ou um indício." Assim, o livro é uma coleção de representações simbólicas de
eventos futuros. Este estilo apocalíptico é utilizado ao longo do Antigo Testamento e nunca foi
destinado a um cumprimento literal.
Muitas pessoas têm dificuldades para entender o Apocalipse porque não estão familiarizadas com
esse estilo de escrita e sua forte dependência da imagética do Antigo Testamento. Tentar interpretá -
lo com uma mentalidade moderna, sem um entendimento profundo da profecia do Antigo
Testamento, pode levar à confusão.
O Doador da Profecia
O Apocalipse é apresentado como uma revelação de Jesus Cristo. O Senhor ressuscitado agora é o
juiz da terra. Em Apocalipse 1:5, Jesus é descrito como "o soberano dos reis da terra," uma alusão
ao Salmo 2, que antecipava um tempo em que Jesus se assentaria no trono de Davi como soberano
sobre as nações. O Apocalipse afirma que Jesus está agora nessa posição. Ele julga as sete igrejas
(capítulos 1-3), e como vimos anteriormente, Ele julga Israel na destruição de Jerusalém, o que todos
veriam e lamentariam.
Em Apocalipse 2:26-27, está escrito:
"Aquele que vencer e guardar até o fim as minhas obras, a este darei autoridade sobre as
nações, e com um cetro de ferro as regerá, como os vasos de barro são quebrados, assim como
também eu recebi autoridade de meu Pai."
A Igreja fiel recebe o privilégio de participar do Seu reinado. O Salmo 2 é novamente mencionado em
Apocalipse 12:5:
"E deu à luz um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro; e o seu filho foi
arrebatado para junto de Deus e do seu trono."
Esta profecia em Apocalipse enfatiza que a ressurreição de Jesus agora o coloca como o soberano
sobre a terra.
O Contexto do Livro
O Apocalipse foi escrito "para as sete igrejas"—igrejas reais existentes na época de João. O número
sete simboliza completude, por isso podemos entender que esses princípios se aplicam a todas as
igrejas de Jesus Cristo. O próprio João compartilha da tribulação com esses santos (Apocalipse 1:9;
12:11, 17; 14:12; 19:10), enfatizando que essa profecia não trata de eventos no distante futuro, mas
de algo acontecendo no tempo presente deles.
A Datação do Livro
Como já estabelecemos, o Apocalipse descreve eventos iminentes. O livro provavelmente foi escrito
pouco antes da destruição de Jerusalém em 70 d.C. Em Apocalipse 17:10, lemos:
"São também sete reis; cinco dos quais caíram, um é, e o outro ainda não é vindo; e quando vier,
deve permanecer pouco tempo."
214
Isso se refere ao Império Romano, onde cinco imperadores já haviam reinado, o sexto (Nero) estava
reinando na época, e outro ainda estava por vir. Isso se alinha com Apocalipse 13:18, que identifica o
número da besta como 666—o número de Nero, o imperador reinante:
"Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número
de homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis."
Usando a gematria, o valor numérico de Nero César (Neron Kaiser) em hebraico é 666.
Aqui está uma explicação curta de como a gematria funciona com Nero:
Título Completo de Nero: O nome utilizado era "Nero César" (ou "Neron Kaisar" em grego - Νέρων
Καῖσαρ). Esse título encontramos escrito nas moedas que foram produzidas e circuladas no Império
Romano de 54 a 68 d.C.
Os judeus tinham um sistema de atribuição de valores numéricos a cada uma de suas letras. Em
hebraico, o título de Nero era escrito como " ( "קסר נרוןNRWN QSR).
A gematria hebraica de seu título seria, portanto, N=50, R=200, W=6, N=50, Q=100, S=60, R=200, o
que, somado, dá 666.
Assim, podemos concluir que o 6º imperador romano, Nero Kaiser, foi o imperador quando o livro do
Apocalipse foi escrito.
215
Muitos estudiosos observaram que o Livro do Apocalipse segue cuidadosamente o paralelo do Livro
de Ezequiel, particularmente no foco no sistema do templo, incluindo sacerdotes e sacrifícios. A
semelhança é tão marcante que ambos os livros seguem a mesma estrutura fundamental: a primeira
metade de cada um leva à destruição da Jerusalém terrena, enquanto a segunda metade descreve o
surgimento de uma nova e santa Jerusalém. A correspondência entre os dois é tão significativa que
alguns se referiram ao Apocalipse como uma reinterpretação cristã de Ezequiel. Embora isso possa
ser uma exagero, destaca a profunda influência de Ezequiel no Apocalipse. Os paralelos são tão
fortes que podemos imaginar João compondo o Apocalipse com o Livro de Ezequiel aberto diante
dele.
| Apocalipse Ezequiel
Tópico
(Capítulo/Versículo)) (Capítulo/Versículo)
1. • A Visão do Trono 1 1
2. • O Livro 5 2-3
3. • As Quatro Pragas 6:1-8 5
4. • Os Mortos sob o Altar 6:9-11 6
5. • A Ira de Deus 6:12-17 7
6. • O Selo na Testa dos Santos 7 9
7. • As Brasas do Altar 8 10
8. • Não Haverá Mais Demora 10:1-7 12
9. • A Ingestão do Livro 10:8-11 2
10. • A Medição do Templo 11:1-2 40-43
11. • Jerusalém e Sodoma 11:8 16
12. • O Cálice da Ira 14 23
13. • A Vinha da Terra 14:18-20 15
14. • A Grande Meretriz 17-18 16, 23
15. • O Lamento sobre a Cidade 18 27
16. • O Banquete dos Abutres 19 39
17. • A Primeira Ressurreição 20:4-6 37
18. • A Batalha contra Gog e Magog 20:7-9 38-39
19. • A Nova Jerusalém 21 40-48
20. • O Rio da Vida 22 47
O Conteúdo do Apocalipse
Em Apocalipse 1, como discutimos, é introduzida a visão, estabelecendo seu estilo, cronologia e
público. Jesus, o Rei da terra, se dirige a cada uma das sete igrejas, exortando -as a permanecerem
fiéis (Apocalipse 2-3). Se Israel foi julgada por sua infidelidade, as igrejas precisavam entender que
também seriam removidas se fossem encontradas infiéis.
216
No início de Apocalipse 4, João é informado de que lhe será mostrado o que está prestes a
acontecer. Ele é levado a uma cena celestial, onde vê uma visão do céu. Em Apocalipse 5, João vê
um rolo com sete selos, que só o Cordeiro é digno de abrir.
Como Ezequiel, João testemunha uma visão de julgamento iminente devido às violações do pacto. A
visão faz alusão à abertura do Novo Pacto e à concessão do reino de Deus. A abertura dos selos não
só estabelece o Novo Pacto, mas também traz julgamento sobre aqueles que violaram o pacto
antigo. Os selos trazem bênção para os que aceitam o pacto e julgamento para os que o rejeitam
(como discutido na história #16). Esse tema duplo é refletido nos sete selos, sete trombetas e sete
taças que seguem a abertura do rolo.
Você pode notar que os temas dos sete selos, trombetas e taças são paralelos ao que encontramos
em Mateus 23-24: o pronunciamento de julgamento através das sete woes (ais) e o aviso aos
discípulos sobre pestes, guerras, fome e perseguições.
Em Apocalipse 7, a visão fala de um remanescente perfeito salvo de Israel, simbolizado pelos
144.000 — 12.000 de cada tribo — bem como uma grande multidão salva de todas as nações, tribos,
povos e línguas, cumprindo a promessa que Deus fez a Abraão em Gênesis 15: "uma grande multidão
que ninguém podia contar, de todas as nações, de todas as tribos e povos e línguas."
O número 144.000 simboliza a completude: doze (o número representando Israel) ao quadrado,
multiplicado por 1.000. Representa o Israel ideal, reunido como o exército santo de Deus, sendo
1.000 a divisão militar básica no acampamento de Israel (veja 1 Crônicas 4-7).
Em Romanos 9:27-28, Paulo cita Isaías 10:22-23, referindo-se ao cativeiro assírio, onde Deus usou a
Assíria como Seu instrumento de julgamento. Da devastação, apenas um remanescente de Israel
sobreviveu: “Embora o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, apenas um
remanescente deles será salvo, pois o Senhor executará Sua sentença sobre a terra plenamente e
sem demora.”
Continuando em Apocalipse 9, vemos descrições que paralelam a profecia de Joel 2:1-11, que
antecipava a invasão babilônica de Jerusalém, cumprida em 586 a.C. Essas imagens refletem o
julgamento judicial de Israel, embora um remanescente fosse preservado.
Em Apocalipse 11, João é instruído a medir o templo, assim como na visão de Ezequiel. Observe
também a turbulência mencionada: “Levanta-te e mede o templo de Deus e o altar, e os que nele
adoram. Mas não medidas o pátio fora do templo; deixa-o de fora, pois foi dado às nações, e elas
pisotearão a cidade santa por quarenta e dois meses. E concederei autoridade aos meus dois
testemunhas, e elas profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco.”
Os quarenta e dois meses (3,5 anos) correspondem exatamente ao tempo do cerco romano de
Jerusalém antes de sua destruição. As duas testemunhas são frequentemente interpretadas como
representando Moisés (a Lei) e Elias (os Profetas), as mesmas figuras que apareceram com Jesus na
Transfiguração. Isso simboliza o cumprimento da profecia do Antigo Testamento e a transição do
Antigo Pacto para o Novo.
Em Apocalipse 12, a visão volta ao nascimento do Messias e à tentativa de Satanás de matar o
menino Jesus. Deus protege Jesus, e quando os esforços de Satanás falham, o dragão vira sua fúria
contra o povo de Deus.
217
Em seguida, Apocalipse 13 apresenta uma besta: “E vi uma besta subindo do mar, com dez chifres e
sete cabeças, e sobre seus chifres dez diademas, e sobre suas cabeças nomes de blasfêmia.”
(Apocalipse 13:1)
Essa besta é uma alusão à besta da visão de Daniel (Daniel 7:3-7), que representava impérios
sucessivos: Babilônia (leão com asas de águia), Medo-Pérsia (urso), Grécia (leopardo) e Roma (uma
besta terrível com dez chifres). De acordo com Daniel, é durante o tempo da quarta besta (Roma)
que o Filho do Homem assume o trono (Daniel 7:13-14). A descrição de João da besta é um
composto dessas quatro, simbolizando continuidade com a profecia de Daniel.
A besta também carrega a imagem do dragão. A principal diferença é que o dragão tem sete
diademas sobre suas cabeças, enquanto a besta tem dez diademas sobre seus chifres. Os chifres
representam os dez reis provinciais do Império Romano, e as sete cabeças simbolizam a linha dos
Césares. O capítulo 13 continua: “E vi uma de suas cabeças como se tivesse sido ferida de morte,
mas sua ferida mortal foi curada. E toda a terra se admirou e seguiu a besta.” (Apocalipse 13:3)
Isso pode aludir ao assassinato de Júlio César e à ascensão de Otaviano (Augusto), que se declarou
"Filho de Deus". O culto ao imperador continuou, e muitos cristãos perderam a vida por se recusarem
a se prostrar diante desses falsos deuses, embora alguns comprometessem sua fé para evitar a
perseguição.
O dragão (o diabo) empodera o Império Romano para atacar Jerusalém e o templo por quarenta e
dois meses e para perseguir os santos. Apesar dos falsos sinais e maravilhas do dragão, ele não
prevalecerá contra a igreja.
Em Apocalipse 14, o Cordeiro se põe junto ao remanescente, representando aqueles que não se
curvaram à besta. No entanto, o destino de Israel, que havia entrado em uma relação idólatra com
Roma, é a destruição: “Caiu, caiu Babilônia, a grande, aquela que fez todas as naçõ es beberem o
vinho da paixão da sua prostituição.” (Apocalipse 14:8)
Em Apocalipse, "Babilônia" simboliza Jerusalém. João primeiro identifica "a Grande Cidade" como o
lugar onde o Senhor foi crucificado (Apocalipse 11:8) e mais tarde aplica a ela o termo "Babilônia, a
Prostituta" (14:8; 16:19; 18:10; 17:18). Jerusalém é simbolicamente chamada de "Sodoma", "Egito" e
"Babilônia, a Prostituta" para indicar sua completa corrupção espiritual. Babilônia, a Prostituta, é
acusada de assassinar todos os profetas (Apocalipse 18:24), uma acusação que Jesus fez contra
Jerusalém em Mateus 23:35, prevendo sua desolação.
A descrição do relacionamento ilícito de Babilônia, a Prostituta, com as nações espelha a
representação de Ezequiel sobre a infidelidade de Jerusalém com as nações (Ezequiel 16 -24). Em
Apocalipse, Babilônia, a Prostituta, é destruída pela besta, ou seja, Roma. Historicamente, isso é
exatamente o que aconteceu com Jerusalém.
Observação sobre Babilônia e 1 Pedro 5:13:
Pedro identifica Jerusalém como "Babilônia" em 1 Pedro 5:13. Alguns afirmam erroneamente que
isso se refere a Roma, assumindo que Pedro estava em Roma quando escreveu a carta. Essa
interpretação se baseia em uma identificação incorreta de Babilônia em Apocalipse. No entanto, as
evidências bíblicas sugerem que Pedro permaneceu em Jerusalém, pois ele foi chamado para ser
apóstolo dos judeus, e o Livro de Atos indica que ele ficou lá enquanto os judeus eram dispersos.
218
Apocalipse 14 também emite um aviso para não seguir a besta e elogia aqueles que permanecem
fiéis até a morte:
"Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor... para que descansem de seus
trabalhos, pois suas obras os seguem." (Apocalipse 14:13)
Isso ecoa o que foi dito à igreja anteriormente em Apocalipse 2:10-11:
"Sê fiel até a morte, e te darei a coroa da vida... Quem vencer não sofrerá o dano da segunda morte."
Em Apocalipse 15-16, vemos o juízo de Deus derramado sobre a terra, responsabilizando o povo
pelo derramamento do sangue dos justos. Os judeus foram responsáveis por três grandes ofensas:
1. Foram culpados de matar Cristo, como declararam a Pilatos: "O seu sangue caia sobre nós e
sobre nossos filhos" (Mateus 27:25).
2. Foram culpados de matar os profetas, como disse Jesus em Mateus 23:35.
3. Foram culpados de perseguir a igreja (1 Tessalonicenses 2:14-16), enchendo a medida de seus
pecados, com a ira de Deus vindo sobre eles até o fim.
O derramamento do sangue dos santos é uma acusação recorrente em Apocalipse (16:6; 17:6;
18:24; 6:9-11), com Apocalipse 18:24 afirmando explicitamente:
"E nela foi encontrado o sangue dos profetas e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra."
Ao continuarmos em Apocalipse 17, observamos que a Besta, já identificada como Roma, e a
prostituta que a monta, simbolizando Israel, estão embriagadas com o sangue dos santos. No
entanto, elas não conseguem vencer os santos. No final, é a Besta (Roma) que se volta contra e
destrói Babilônia, a Prostituta (Israel).
Em Apocalipse 18, lemos sobre a queda de Jerusalém, simbolicamente referida como Babilônia.
Pessoas de toda a terra lamentam sua destruição. Isso está intimamente alinhado com a profecia em
Mateus 24, onde todas as tribos da terra testemunhariam e lamentariam.
Em Apocalipse 19, vemos um contraste nítido: enquanto os judeus lamentam, o céu se regozija. O
banquete de casamento do Cordeiro está preparado, e Jesus é retratado montando um cavalo
branco, pronto para fazer guerra e conquistar. Essa imagem ecoa a Grande Comissão, onde a igreja é
chamada para conquistar as nações para a glória de Deus.
Apocalipse 20 descreve a remoção do poder de Satanás para impedir o avanço do evangelho.
Satanás é simbolicamente "lançado no abismo", impedido de enganar as nações. Seu poder de parar
o evangelho é retirado, exatamente como Jesus ensinou durante Seu ministério.
Quando Jesus enviou Seus discípulos, lemos em Mateus 12:22-29:
"Então, trouxeram-lhe um endemoninhado, cego e mudo; e ele o curou, de modo que o cego e mudo
falava e via... Mas os fariseus, ouvindo isso, disseram: 'Este não expulsa demônios, senão pelo
Beelzebu, príncipe dos demônios.' Mas Jesus, conhecendo -lhes os pensamentos, disse-lhes: 'Todo
reino dividido contra si mesmo é desolado... Se Satanás expulsa Satanás, está dividido contra si
mesmo; como, pois, permanecerá o seu reino?... Mas se eu expulso os demônios pelo Espírito de
Deus, então, é chegado a vós o reino de Deus.'"
De forma semelhante, em Lucas 10:17-18, quando os discípulos voltaram, eles se regozijaram:
219
"Senhor, até os demônios se nos submetem pelo Teu nome." E Jesus lhes disse: "Eu via Satanás
caindo do céu como um raio."
Jesus não só falou sobre a ligação de Satanás, mas também declarou que Satanás seria expulso
como governante deste mundo:
"Agora é o juízo deste mundo; agora o príncipe deste mundo será expulso. E eu, quando for levantado
da terra, atrairei todos a mim." (João 12:31-32).
Jesus, como Rei deste mundo, não dividirá Seu reinado com Satanás. Ele está no processo de
saquear o reino do diabo, como vemos em Colossenses 1:13:
"Ele nos resgatou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor."
Hebreus 2:14 acrescenta que Satanás foi "destruído". Isso não significa que o poder de Satanás
tenha desaparecido completamente, mas que sua capacidade de enganar foi significativamente
reduzida pelo poder do evangelho. Isso dá à igreja um grande motivo para louvor e confiança em sua
missão.
O reinado de Cristo na terra, onde os santos reinam com Ele, culminará finalmente na destruição
final de Satanás. Este reinado é simbolicamente dito durar "1.000 anos", representando não um
número exato, mas um longo e completo período de tempo. Esse uso simbólico de múltiplos de
1.000 é consistente com referências anteriores, como os 144.000 (12.000 de cada tribo) nos
capítulos 7 e 14.
Em Apocalipse 20, também aprendemos que aqueles que reinam com Cristo são os que participam
da primeira ressurreição. A Bíblia descreve duas mortes e duas ressurreições correspondentes: a
primeira espiritual e a segunda física (como visto anteriormente). Em João 5, Jesus faz um paralelo
entre as duas ressurreições:
"Porque assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá vida a quem
Ele quer... Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a
voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão." (João 5:21, 25).
Jesus descreve a primeira ressurreição como espiritual, enquanto a segunda ressurreição refere -se à
ressurreição física no fim dos tempos. Essa distinção é refletida em Sua conversa com Marta em
João 11:25-26:
"Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive e
crê em mim jamais morrerá."
Neste trecho, a segunda ressurreição vence a morte física, enquanto a primeira ressurreição vence a
morte espiritual.
João, o autor de Apocalipse, também usa essa distinção entre as duas ressurreições em Apocalipse
20. A "primeira ressurreição" refere-se àqueles que foram espiritualmente ressuscitados com Cristo
(Efésios 2:6: "e nos ressuscitou com Ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus.").
Apocalipse 20:6 explica:
"Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição! Sobre estes não tem poder
a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele durante mil anos."
220
Com a estrutura do Novo Testamento em mente, este versículo torna-se claro: aqueles que têm fé
em Cristo e são vivificados não precisam temer a morte física, pois apenas mudarão de localizações.
Pela sua fidelidade, compartilharão do reinado de Cristo.
Este reinado culmina no juízo final, muitas vezes referido como o "Juízo do Grande Trono Branco".
Vamos discutir isso mais adiante na próxima seção.
Em Apocalipse 21, a visão muda para a realidade espiritual da igreja, simbolizada como a Nova
Jerusalém sob o Novo Concerto (os "novos céus e nova terra"). A Nova Jerusalém é identificada como
a "noiva do Cordeiro" (a igreja):
"Vem, mostrar-te-ei a noiva, esposa do Cordeiro." (Apocalipse 21:9)
O Novo Testamento frequentemente se refere à igreja como a "Jerusalém que está acima" (Gálatas
4:26; Hebreus 12:22-23). O simbolismo da Nova Jerusalém é rico em significado:
1. O uso do número doze (12 portões e as medidas da cidade) enfatiza a completude numérica,
como modelo das 12 tribos de Israel (e agora os 12 apóstolos).
2. As dimensões, descritas como um cubo perfeito, simbolizam o lugar santo do templo.
3. O esplendor dourado da cidade corresponde ao templo carregado de ouro construído por
Salomão, identificando ainda mais como um templo espiritual.
Os ímpios são ditos estar "fora" da Nova Jerusalém. Essa imagem não se refere ao céu, mas ao
contraste entre a pureza do Novo Concerto e o mundo não regenerado fora dele.
Isaías 65-66 também fala dos "novos céus e nova terra", descrevendo atividades como plantar,
construir e as pessoas morrendo — indicando que este não é o estado eterno, mas sim uma nova
ordem mundial sob o Novo Concerto.
Marcos 14:58 se refere a esse "templo não feito por mãos", assim como 1 Pedro 2:5, que descreve os
crentes como "pedras vivas... sendo edificados como casa espiritual". Assim, os Novos Céus e Terra
se referem à realidade espiritual do Novo Concerto, não ao céu em si. Aqueles que entram no reino
de Deus experimentam essa perfeição de forma espiritual e celestial.
Finalmente, em Apocalipse 22, o livro conclui com um aviso sobre a proximidade dos eventos
descritos. Assim como em Mateus 24, essas passagens se referem à destruição de Jerusalém. No
entanto, Apocalipse também apresenta uma visão do Templo que a substitui — um templo espiritual,
a igreja, governada pelo Rei Jesus, que conquista a terra com o evangelho. As portas do inferno não
prevalecerão contra ela, como aprendemos em nossos estudos anteriores.
222
III. Versículos-Chave para Saber
Mateus 23:33-38 (ARA) – "Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno? (34)
Por isso, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; alguns de vós matareis e crucificareis, e a
outros flagelareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade, (35) para que sobre vós caia
toda a justiça do sangue derramado na terra, desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, filho de
Baraquias, a quem matastes entre o templo e o altar. (36) Em verdade vos digo que todas essas coisas
virão sobre esta geração. (37) Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são
enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha reúne os seus pintos debaixo das
asas, e não quiseste! (38) Eis que a vossa casa vos ficará deserta."
Mateus 24:5 (ARA) – "Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a
muitos."
Mateus 24:34 (ARA) – "Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas
aconteçam."
Romanos 11:20-24 (ARA) – "Isso é verdade. Foram quebrados por causa da incredulidade, mas tu
permaneces firme pela fé. Não te ensoberbeças, mas teme. (21) Pois, se Deus não poupou os ramos
naturais, também não te poupará a ti. (22) Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus:
severidade para com os que caíram, mas bondade para contigo, se permaneceres na bondade; caso
contrário, também tu serás cortado. (23) E eles, se não perseverarem na incredulidade, serão
enxertados, pois Deus é poderoso para os enxertar novamente. (24) Porque, se tu foste cortado da
oliveira brava, e contra a natureza foste enxertado na oliveira cultivada, quanto mais estes, que são
naturais, serão enxertados na sua própria oliveira."
Romanos 11:28-36 (ARA) – "Quanto ao evangelho, são inimigos por causa de vós; mas quanto à eleição,
são amados por causa dos patriarcas. (29) Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis. (30)
Pois, assim como vós, em outro tempo, fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes
misericórdia, por causa da desobediência deles, (31) assim também agora estes foram desobedientes,
para que, pela misericórdia concedida a vós, eles também alcancem misericórdia. (32) Porque Deus
aprisionou a todos na desobediência, para com todos usar de misericórdia. (33) Ó profundidade da
riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão inescrutáveis são os seus juízos e
quão insondáveis os seus caminhos! (34) Pois quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu
conselheiro? (35) Ou quem primeiro lhe deu a ele, para que lhe seja restituído? (36) Porque dele, e por
ele, e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para todo o sempre. Amém."
Levítico 26:18-33 (ARA) – "Se, depois de tudo isso, não me ouvirdes, então castigarei ainda mais sete
vezes os vossos pecados. (19) Partirei o orgulho da vossa força, e farei o vosso céu como ferro, e a vossa
terra como cobre. (20) A vossa força se gastará em vão, porque a vossa terra não dará a sua produção, e
as árvores da terra não darão o seu fruto."
Gênesis 17:7-8 (ARA) – "Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti, e a tua descendência depois de ti,
nas suas gerações, por aliança perpétua, para ser o teu Deus e o Deus da tua descendência depois de ti.
(8) Darei a ti e à tua descendência depois de ti a terra em que habitais, toda a terra de Canaã, por posse
perpétua, e serei o Deus deles."
223
Salmo 105:8-11 (ARA) – "Ele se lembra da sua aliança para sempre, da palavra que deu para mil
gerações; (9) da aliança que fez com Abraão, e do seu juramento a Isaque; (10) a qual confirmou a Jacó
por estatuto, a Israel por aliança perpétua, (11) dizendo: ‘A ti darei a terra de Canaã como porção da
vossa herança.’"
Jeremias 31:35-37 (ARA) – "Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia, e a lua e as estrelas para a
luz da noite, que agita o mar, fazendo bramir as suas ondas—Senhor dos Exércitos é o seu nome: (36) ‘Se
este ordenamento se desviar diante de mim, diz o Senhor, então a descendência de Israel deixará de ser
uma nação diante de mim para sempre.’ (37) Assim diz o Senhor: ‘Se os céus acima puderem ser
medidos, e os fundamentos da terra abaixo puderem ser explorados, então lançarei fora toda a
descendência de Israel, por tudo o que fizeram, diz o Senhor.’"
Isaías 11:11-12 (ARA) – "Naquele dia o Senhor tornará a pôr a mão para adquirir o remanescente do seu
povo, que restar da Assíria, do Egito, de Patros, de Cus, de Elão, de Sinear, de Hamate e das ilhas do mar.
(12) E levantará um estandarte para as nações e juntará os desterrados de Israel, e congregará os
dispersos de Judá dos quatro cantos da terra."
Amós 9:14-15 (ARA) – "Restaurarei a sorte do meu povo Israel, e eles reedificarão as cidades devastadas
e habitarão nelas; plantarão vinhedos e beberão o seu vinho, farão pomares e comerão o seu fruto. (15) E
os plantarei na sua terra, e nunca mais serão arrancados da terra que lhes dei, diz o Senhor, teu Deus."
Apocalipse 3:10 (ARA) – "Como guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei na
hora da tentação que há de vir sobre o mundo inteiro, para pôr à prova os que habitam na terra."
Apocalipse 22:10 (ARA) – "Então me disse: ‘Não selles as palavras da profecia deste livro, porque o
tempo está próximo.’"
5. Aliança ~ 1921 a.C. (Gênesis 11:10-Gênesis 50) - A promessa de Deus a Abraão, Isaque e
Jacó, e o estabelecimento de Israel.
224
6. Cativeiro 1 ~ 1680-1491 a.C. (Êxodo 1-15:21) - O tempo de Israel como escravos no Egito, e
Deus levantando Moisés para libertá-los, enquanto ele opera 10 pragas diante de Faraó.
7. Comandos ~ 1491 a.C. (Êxodo 15:21 - Deuteronômio) - Deus dá a lei a Israel no deserto e os
sustenta, onde passam 40 anos por causa da desobediência.
8. Conquista ~ 1531 a.C. (Josué) – Josué lidera Israel para conquistar e dividir a terra
prometida.
9. Conciliadores ~1400-1095 a.C. (Juízes-1 Samuel 7) Israel é governado por juízes; Eles
passam por ciclos de desobediência, Deus traz opressão, eles clamam a Deus, então Deus
levanta um juiz para libertá-los.
10. Coroas ~1095-586 a.C. (1 Samuel 8-2 Reis; também, 1-2 Crônicas) O povo clama a Samuel
por um Rei e Deus lhes dá Saul. Por causa da desobediência, Deus tira o reino de Saul e o dá a
Davi. Depois do filho de Davi, Salomão, o reino se divide em norte (Israel) e sul (Judá). O norte
nunca mais teve um rei justo, enquanto Judá teve reis bons e reis maus.
11. Conquistado ~ 722 a.C. (2 Reis 17) A Assíria destruiu as 10 tribos do norte (Israel); eles
foram dispersos e perdidos (ou seja, não mantiveram sua identidade/tribo na forma visível).
12. Cativeiro 2 ~ 587-586 a.C. (2 Reis 25) Babilônia destrói Jerusalém em Judá, e Judá entra
em 70 anos de cativeiro, durante os quais o império babilônico se transforma no império
persa. (A história de Daniel e Ester ocorre sob o controle babilônico e persa).
13. Construção - (Esdras-Neemias) Judá retorna ao seu país e reconstrói sua cidade. O 1º
grupo retornou ~ 536 a.C. e o 2º em ~ 458 a.C. (Esdras 2 e 8), mas não foi até ~ 454 a.C.
Neemias reconstrói a muralha.
14. Calma - da mesma forma que foram 400 anos de silêncio antes de Deus levantar Moisés
para libertar Israel, depois de Malaquias, há 400 anos de silêncio (em termos de revelação
bíblica) até o anúncio de Cristo. Malaquias fecha o VT dizendo para se preparar para a vinda
do Messias.
15. Cristo - ~4B.C. (Mateus 1-2 e Lucas 1-2) - o Messias prometido nasce na linhagem de Judá
na família de Davi, na cidade de Belém, de uma virgem chamada Maria, cumprindo as
palavras dos profetas.
16. Começo ~26-29 d.C. (Mateus-João) Jesus é publicamente identificado como o prometido
pelo favorito João Batista. Ele começa um ministério terreno de 3 anos, pregando e realizando
milagres para as massas, e ensinando e treinando 12 discípulos principais.
17. Cruz ~ 29 d.C. (Mateus 27-28, Marcos 15-16, Lucas 23-24 e João 19-21) - morte e
ressurreição de Jesus, cumprindo a primeira promessa em Gênesis 3:15, a promessa a
Abraão, o Lei de Moisés, o Rei no trono de Davi, e muitas outras palavras dos profetas.
225
18. Comunhão ~ 29 d.C. (Atos-Apocalipse) - a igreja recebe o Espírito Santo prometido como
ajudante (Atos 1-2) e os apóstolos dão instruções à igreja primitiva.
19. Cativeiro 3 - 70 d.C. - Israel foi destruído pelos romanos em 70 d.C., onde foram
deslocados de sua terra; eles foram nacionalizados novamente em 1948. Romanos 11
profetiza que eles também serão enxertados em Cristo. Muito debate nos detalhes.
226
#20 – Consumação
(Versículos Selecionados)
~ Só Deus Sabe
No nosso estudo final, examinaremos o julgamento final, referido como “o fim da era” por Mateus, o
“último dia” por João, e o “grande julgamento do trono branco” no Apocalipse, onde Cristo retorna
à terra e julga tanto os justos quanto os ímpios. Nesse dia, os santos entrarão no céu (enquanto
Jesus entrega Seu reino a Deus, o Pai, conforme descrito em 1 Coríntios 15), enquanto os ímpios
serão lançados no inferno, onde haverá choro e ranger de dentes.
227
B. Os seguintes versículos sobre o reino:
I. O tempo do reino: Marcos 1:15, Atos 3:24, Lucas 1:31-33, Isaías 9:6-7, Atos 2:29-31; 33-35, Marcos
9:1, Mateus 26:64, Mateus 16:28, Mateus 28:18-20.
II. A natureza espiritual do reino: João 18:38, Lucas 17:20-21, João 3:3, Romanos 14:17, Atos 3:19-21;
24, Apocalipse 1:5, Colossenses 1:13, Mateus 12:25-29, Hebreus 12:28; Apocalipse 1:6; 9.
III. O sucesso do reino: 1 Coríntios 15:25, Salmo 110:1, Hebreus 10:12, (Veja também Mateus 22:44,
Marcos 12:36, Lucas 20:42, Hebreus 1:13, Mateus 26:64, Efésios 1:20-22, Colossenses 3:1, Hebreus
1:3, Hebreus 1:13, Hebreus 8:1, Hebreus 10:12, Hebreus 12:2, 1 Coríntios 15:25 -28), Efésios 1:18-
23, 1 Pedro 1:22, Hebreus 2:8, 1 Coríntios 15:25-26, Mateus 13:31, Daniel 7:13-14, Daniel 2:35,
Mateus 13:33, 1 Coríntios 15:51-55.
Enquanto nos esforçamos para avançar o evangelho do reino e aguardamos a inclusão completa de
Israel, podemos ter certeza do resultado final. O reino continuará a triunfar sobre seus inimigos, à
medida que a escuridão é dissipada pelo evangelho. Jesus também enfrentará as nações que
persistem na rebelião contra Suas leis. Embora o mal persista em sua oposição ao povo de Deus, ele
falhará finalmente, pois até mesmo o sofrimento dos santos contribuirá para as vitórias do Reino em
avanço.
No final, Jesus retornará da mesma forma que ascendeu. Ao retornar, Ele separará os ímpios de Seu
Reino, condenando-os a uma punição eterna—um lugar de choro, ranger de dentes, fogo, enxofre,
tormento e escuridão exterior, longe da presença do Senhor. Este dia de julgamento também incluirá
a ressurreição de todos os que estão em seus túmulos, que ressuscitarão para enfrentar o
julgamento final.
Neste grande dia, aqueles que creram em Seu nome receberão a vida eterna. Os crentes falecidos
receberão corpos ressuscitados, e aqueles que estiverem vivos na Sua vinda experimentarão uma
transformação; seus corpos serão mudados num piscar de olhos e serão dotados de imortalidade.
Essa transformação erradicará o inimigo final, a morte, que será abolida para sempre. Jesus então
entregará Seu Reino a Deus Pai, e estaremos com o Senhor por toda a eternidade.
228
II – Reflexão mais profunda:
Ao concluirmos este estudo, vamos refletir sobre esses eventos finais na volta de Cristo: A
ressurreição, a entrega do reino, o céu e o inferno.
1. Duas Perspectivas Diferentes
2. Haverá Um Dia de Ressurreição no Qual Tanto os Justos Quanto os Ímpios Serão
Ressuscitados
3. Na Volta de Cristo, Jesus Entrega Seu Reino a Deus, o Pai
4. O Inferno
5. O Céu
6. O Banquete de Casamento
Hoje, uma outra visão sobre os últimos tempos ganhou talvez ainda mais popularidade, a qual
chamaremos de "A Visão Millenária Futura". Essa perspectiva afirma que o reinado messiânico de
Cristo começará somente após Sua volta. Aqueles que defendem essa posição acreditam que
muitas promessas do Antigo Testamento sobre o reinado de Cristo foram "pausadas", por assim
dizer, até depois da volta de Jesus. Essa visão inclui um dia adicional de ressurreição para os santos
na segunda vinda de Cristo.
Embora este estudo adote a "Visão Millenária Presente" (como ensinado anteriormente), é crucial
reconhecer que existem cristãos sinceros e que acreditam na Bíblia em ambos os lados do debate.
Diferenças na interpretação dessas passagens proféticas complexas não devem causar divisão entre
os cristãos. Em última instância, devemos permanecer fiéis e obedientes a Cristo, esforçando -nos
para seguir Sua Palavra, independentemente dos eventos ou circunstâncias que se desenrolarem.
É importante lembrar que, como seres humanos, estamos propensos ao erro. Embora devamos
estudar e buscar entendimento, devemos também permanecer humildes, reconhecendo que nossas
interpretações podem não ser perfeitas. Assim como as expectativas de muitas pessoas na primeira
vinda de Cristo eram diferentes da realidade, é provável que nossas expectativas em relação à Sua
volta também possam ser falhas.
No entanto, examinaremos uma linha do tempo para cada visão, exploraremos versículos chave
sobre a ressurreição e o reino, e compararemos esses versículos com as diferentes linhas do tempo.
Finalmente, discutiremos o que a Bíblia ensina sobre o céu e o inferno. Estes são os dois itens
fundamentais nesta seção que são mais importantes e são acordados por ambos os campos dos
229
últimos tempos: que, no fim, haverá inferno para os ímpios e céu para os crentes. Sem mais
delongas, vamos mergulhar nas duas principais visões:
A. Millenialismo Presente
Alguns dos diversos sistemas de crença sob esta visão incluem o pós-milenismo (porque Cristo
retorna após Seu reinado) e o amilenismo (um termo que destaca a natureza simbólica do milênio,
onde os 1.000 anos não são tomados literalmente, embora a maioria dos pós-milenistas também
concorde com grande parte de sua natureza simbólica). Ambas as visões compartilham a crença no
reinado presente de Cristo e no julgamento final na Sua volta. As diferenças entre elas residem em
como interpretam esses eventos de forma literal ou simbólica, além de sua visão do futuro ser mais
otimista ou pessimista.
Além disso, há variações no grau em que acreditam que certos eventos já ocorreram em comparação
com os que ainda estão por vir; isso é frequentemente descrito como diferentes níveis de
"preterismo". Esses diversos graus na verdade formam um espectro, em vez de duas categorias
distintas, sem uma linha clara definindo o ponto em que os nomes mudam.
Observe na linha do tempo como o reinado messiânico de Cristo (também conhecido como a era da
Igreja) começou quando Jesus ressuscitou dos mortos (como já apresentamos em nosso estudo) e
termina quando Jesus retorna, ocasião em que haverá um grande Dia do Julgamento. Agora, vamos
olhar para a segunda visão.
B. Millenialismo Futuro
De acordo com a visão millenária futura, ou “visão pré-milenista”, o reinado de Cristo é futuro,
onde Jesus primeiro ressuscitará os crentes, depois reinará na terra por mil anos, e ao final do
milênio, haverá um julgamento final.
Dentro deste grupo, existe outro subconjunto chamado “dispensacionalistas”, que defendem uma
terceira ressurreição ocorrendo 7 anos (ou 3,5 anos) antes da volta de Cristo. Esta visão se originou a
partir da visão de uma mulher chamada Margaret MacDonald (c. 1815–1840) e foi desenvolvida mais
tarde por John Darby (1800–1882), embora alguns argumentem que Darby formulou a visão de forma
independente.
230
Linha do tempo do Millenialismo Futuro:
231
A primeira observação é que, nos Evangelhos, Jesus consistentemente ensinou que haveria um
único dia de ressurreição. Ao falar sobre o tempo da ressurreição, a frase "o último dia" é
frequentemente usada, especialmente no Evangelho de João.
Em João 5:25-29, Jesus fala de duas ressurreições—uma ressurreição espiritual que ocorre quando
uma pessoa crê (versículos 25-27), e uma futura ressurreição física (versículos 28-29):
João 5:28-29 (ARA): "Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que estão nos
sepulcros ouvirão a sua voz e sairão."
De acordo com Cristo, haverá um tempo futuro em que todas as pessoas, tanto os justos quanto
os ímpios, serão ressuscitados. Jesus não menciona ressurreições separadas para diferentes
grupos (por exemplo, uma para o arrebatamento, outra para os santos do Antigo Testamento e da
tribulação, e uma final após o reinado milenar). Ele fala de um único dia de ressurreição, ou mais
especificamente, "uma hora" em que todos os que estão nos sepulcros ressuscitarão. Note que os
ímpios serão ressuscitados "para a ressurreição do juízo"—é nesse dia que eles enfrentarão o juízo.
Mais adiante, Jesus fala sobre os crentes sendo ressuscitados "no último dia": João 6:40 (ARA):
"Porque esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna;
e eu o ressuscitarei no último dia."
Jesus expressa que todos os que creem Nele serão ressuscitados no último dia. Não apenas os
justos serão ressuscitados no último dia, mas Jesus também indica que os ímpios serão julgados no
último dia:
João 12:48 (ARA): "Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras, tem quem o julgue; a palavra
que tenho falado, essa o julgará no último dia."
Como vemos em João 5:28-29, tanto os justos quanto os ímpios serão ressuscitados ao mesmo
tempo. O mesmo ocorre em João 6:40 e João 12:48: ambos os grupos serão ressuscitados no último
dia. Embora Jesus não use explicitamente a palavra "ressurreição" em João 12:48, Ele ainda está se
referindo ao mesmo tempo e evento descrito em João 5:29.
Em contraste, a visão pré-milenista afirma que os ímpios serão ressuscitados apenas no final do
reinado de 1.000 anos, muito depois dos santos do Novo Testamento, e não quando os santos da
tribulação forem ressuscitados. Essa visão é difícil de reconciliar com o ensino de Jesus de que tanto
os crentes quanto os que O rejeitam serão ressuscitados no último dia.
O Evangelho de Mateus
No Evangelho de Mateus, a frase "o último dia" é substituída por "o fim do mundo". As parábolas em
Mateus 13 são conhecidas como as parábolas do reino. Na parábola do Trigo e do Joio, Jesus diz:
Mateus 13:37-43 (ARA): "O que semeia a boa semente é o Filho do Homem; o campo é o mundo, e a
boa semente são os filhos do Reino; o joio são os filhos do maligno; o inimigo que o semeou é o
diabo; a ceifa é o fim do mundo, e os ceifeiros são os anjos. Assim como o joio é colhido e
queimado no fogo, assim será no fim do mundo. O Filho do Homem enviará os seus anjos, e eles
colherão do seu Reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade, e os lançarão na
fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes. Então, os justos brilharão como o sol no
Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça."
232
Aqui, "o fim do mundo" coincide com a era do evangelho. Em Mateus 28:20, Jesus garante aos Seus
discípulos que Ele estará com eles em sua evangelização "até o fim do mundo" (lembre-se da
Grande Comissão). Isso claramente se refere ao fim da era da igreja. A ressurreição tanto dos justos
quanto dos ímpios ocorre no fim do mundo, onde os ímpios são lançados no fogo e os justos são
apresentados ao Pai.
De forma semelhante, na parábola da Rede, Jesus diz:
Mateus 13:47-50 (ARA): "Ainda, o Reino dos céus é semelhante a uma rede que foi lançada ao mar e
apanhou peixes de toda sorte; e, quando se encheu, a puxaram para a praia; e, assentados,
recolheram os bons para os cestos, e os ruins lançaram fora. Assim será no fim do mundo; virão os
anjos, e separarão os maus dos justos, e os lançarão na fornalha de fogo ; ali haverá choro e
ranger de dentes."
Aqui, novamente, no fim do mundo, os justos e os ímpios são separados, e os ímpios são lançados
no fogo. Não há menção de múltiplas ressurreições para diferentes grupos (por exemplo, a igreja, os
santos da tribulação, os santos milenares). Todos são ressuscitados ao mesmo tempo, no fim do
mundo.
As Epístolas e Atos
Em 2 Tessalonicenses 1:6-10 (ARA), Paulo escreve:
"Pois é justo diante de Deus que ele retribua com aflição os que vos afligem, e a vós, que sois
afligidos, dê alívio, juntamente conosco, quando o Senhor Jesus se manifestar desde o céu, com
os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus, e dos
que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão a pena da perdição
eterna, longe da face do Senhor e da glória do seu poder, quando vier para ser glorificado em
seus santos e admirado em todos os que creram, porque o nosso testemunho entre vós foi
acreditado."
Quando Cristo retornar, Ele julgará os ímpios, que sofrerão a penalidade da destruição eterna (vv. 8 -
9), e, ao mesmo tempo, os justos se maravilharão com o Seu retorno (v. 10). Esse julgamento ocorre
"naquele dia", um momento específico quando tanto os justos quanto os ímpios experimentarão as
consequências do retorno de Cristo.
Em Atos 17:30-31 (ARA), Paulo declara:
"Deus, pois, não levando em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em
todo lugar, que se arrependam, pois determinou um dia em que há de julgar o mundo com justiça,
por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando -o dentre os mortos."
Deus "determinou um dia" para o julgamento do mundo—um dia quando tanto os justos quanto os
ímpios serão julgados.
Romanos 2:5-16 (ARA) reforça a ideia de um único dia de julgamento:
"Mas, segundo a tua dureza e impenitência de coração, entesouras para ti ira para o dia da ira e da
revelação do justo juízo de Deus, o qual recompensará cada um segundo as suas obras: a vida
eterna aos que, perseverando em fazer o bem, buscam glória, honra e incorrupção; mas a
indignação e ira aos que, por contenda, são desobedientes à verdade, e obedecem à injustiça;
tribulação e angústia sobre toda alma do homem que faz o mal, ao judeu primeiro, e também ao
grego; mas glória, honra e paz a todo aquele que pratica o bem, ao judeu primeiro, e também ao
233
grego; porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. Pois todos os que pecaram sem a lei,
também sem a lei perecerão; e todos os que pecaram sob a lei, pela lei serão julgados... no dia em
que Deus, segundo o meu evangelho, julgar os segredos dos homens por Cristo Jesus."
Neste trecho, o Dia do Juízo é referido como "o dia" no versículo 5, quando os ímpios receberão o
julgamento por suas ações (v. 6), e os justos receberão "vida eterna" (v. 7). O versículo 16 enfatiza
ainda mais que este é o dia em que "Deus julgará os segredos dos homens por Cristo Jesus." Ambos
os versículos indicam que este é um dia específico determinado para julgar o mundo, quando os
segredos dos corações dos homens serão revelados e julgados.
Consistente com os Evangelhos, Paulo vê um único dia de ressurreição tanto para os justos quanto
para os ímpios. É na vinda de Cristo que os ímpios pagarão a penalidade da destruição eterna (2
Tessalonicenses 1:5-9), e é nesse mesmo retorno que ocorrerá o "arrebatamento" ou a ressurreição
da igreja (1 Tessalonicenses 4:13-18).
2 Tessalonicenses 1:5-9 (ARA): "Este é o sinal do justo juízo de Deus, para que sejais considerados
dignos do reino de Deus, pelo qual também estais sofrendo, visto que é justo diante de Deus retribuir
com aflição os que vos afligem, e a vós, que sois afligidos, dar descanso, juntamente conosco,
quando o Senhor Jesus se manifestar do céu, com os anjos do seu poder, em chama de fogo,
tomando vingança dos que não conhecem a Deus, e dos que não obedecem ao evangelho de nosso
Senhor Jesus. Estes sofrerão a pena da perdição eterna, longe da face do Senhor e da glória do seu
poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos e admirado em todos os que creram,
porque o nosso testemunho entre vós foi acreditado."
Aqui, a vinda de Cristo traz dois resultados significativos: (1) punição para os que rejeitaram o
evangelho e (2) glória e maravilha para os santos que creram. Ambos os eventos ocorrem "naquele
dia", ou seja, no dia do retorno de Cristo, quando o julgamento dos ímpios e a glorificação dos
santos acontecem simultaneamente.
Da mesma forma, 1 Tessalonicenses 4:13-18 (ARA) descreve a ressurreição da igreja e o consolo que
ela traz para os crentes:
"Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que dormem, para que não vos
entristeçais como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e
ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-
vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos, para a vinda do Senhor, não
precederemos os que dormem. Porque o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, à voz do
arcanjo e ao som da trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão
primeiro. Depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas
nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.
Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras."
Este trecho fala da ressurreição daqueles que morreram em Cristo, seguida pela transformação
dos que ainda estão vivos na Sua vinda. Ambos os grupos—os ressuscitados e os vivos—se
encontrarão com o Senhor nos ares e estarão com Ele para sempre.
Romanos 2:5-16 (ARA): Mas, por causa da tua obstinação e coração impenitente, estás acumulando
ira para ti no dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, (6) que retribuirá a cada um segundo as
suas obras: (7) a aqueles que, com perseverança em fazer o bem, buscam glória, honra e
imortalidade, Ele dará a vida eterna; (8) mas a aqueles que, por ambição egoísta, não obedecem à
234
verdade, mas obedecem à injustiça, haverá indignação e ira... (12) Pois todos os que pecaram sem a
Lei também perecerão sem a Lei, e todos os que pecaram sob a Lei serão julgados pela Lei;... (16 ) no
dia em que, segundo o meu evangelho, Deus julgará os segredos dos homens por Cristo Jesus.
O Dia do Juízo é chamado de “o dia” no versículo 5, quando os ímpios receberão o juízo pelas obras
que praticaram (v. 6) e os justos receberão a “vida eterna” (v. 7). Em seguida, o versículo 16 declara:
“no dia em que... Deus julgará os segredos dos homens por Jesus Cristo.” Ambos os versículos 5 e 16
indicam que é um dia determinado para julgar o mundo, quando os segredos do coração dos homens
serão revelados e julgados.
De acordo com os Evangelhos, Paulo vê um único dia de ressurreição para o mundo tanto dos justos
quanto dos ímpios. É na vinda de Cristo que os ímpios pagarão a pena da destruição eterna (2
Tessalonicenses 1:5-9) e é nessa mesma vinda que ocorrerá o “arrebatamento” ou ressurreição da
igreja (1 Tessalonicenses 4:13-18):
1 Tessalonicenses 4:13-18 (ARA): 13 Irmãos, não queremos que sejais ignorantes acerca dos que
dormem, para que não vos entristeçais como os demais, que não têm esperança. 14 Pois, se cremos
que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus trará, por meio de Jesus, aqueles que nele
dormiram. 15 Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: nós, os que ficarmos vivos, os que
ficarmos até a vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. 16 Porque o próprio
Senhor descerá do céu, com alarido, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus, e os mortos
em Cristo ressuscitarão primeiro; 17 depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados
juntamente com eles, nas nuvens, para o encontro do Senhor nos ares; e assim estaremos sempre
com o Senhor.
A palavra em inglês "arrebatados" vem do latim rapere, de onde derivamos o termo "arrebatamento".
Ela é usada para se referir à ressurreição dos vivos na vinda de Cristo. Não é o dia completo da
ressurreição, mas apenas fala da porção dos crentes que estão vivos quando Cristo retornar. Paulo
usa o termo simplesmente para mostrar como esses serão unidos àqueles que morreram em Cristo
na ressurreição. Podemos dizer que aqueles que morreram em Cristo serão ressuscitados primeiro,
de maneira momentânea, para que todos possam ser, embora alguns tenham usado este versículo
para construir um dia de ressurreição completamente novo, apenas a partir desta palavra, quando
sua função é falar apenas de um aspecto da ressurreição geral.
Outra passagem que é usada para afirmar um "arrebatamento" pré-tribulação é 1 Coríntios 15:51-53.
Por limitações de tempo, não vamos trabalhar com o capítulo inteiro, mas examinar os pontos
críticos. O capítulo 15 foi escrito porque havia pessoas em Corinto que negavam a ressurreição.
Parece que essa crença se espalhou, em parte, porque a ressurreição ainda não havia ocorrido; e
devido a esse atraso, alguns começaram a aceitar a noção herética de que na verdade não haveria
235
ressurreição alguma. Paulo, claro, discorda disso e ele primeiro aponta o fato de que Cristo de fato
ressuscitou dos mortos (vv. 3-7) e depois segue com a importância de como nossa ressurreição está
ligada à d'Ele (vv. 12-19). E, embora nossa ressurreição esteja ligada à ressurreição de nosso Senhor,
ainda há uma ordem na qual a ressurreição ocorre. Cristo ressuscitou primeiro e então nós o
seguiremos.
Retomamos seu argumento sobre a ressurreição nos versículos 23-26.
1 Coríntios 15:23 Mas cada um, por sua ordem: Cristo, as primícias [ou seja, Cristo foi o primeiro a
ressuscitar], depois, os que são de Cristo, na Sua vinda, (24) depois vem o fim, quando Ele
entregar o Reino a Deus e Pai, quando tiver destruído todo o império, toda a autoridade e todo o
poder. (25) Pois é necessário que Ele reine até que tenha posto todos os inimigos debaixo de seus
pés. (26) O último inimigo que será destruído é a morte.
Somos ressuscitados na vinda de Cristo, depois vem o fim. Não há menção de uma tribulação de 7
anos ou de um reinado de mil anos que se segue. Em vez disso, Paulo escreve: "Depois vem o fim,
quando Ele entregar o Reino a Deus, o Pai." Por "o fim", Paulo quer dizer ‘o fim da história humana na
terra’. Está acabado. Nesse momento, que é na vinda de Cristo, Cristo entregará Seu Reino a Deus, o
Pai. Não é que Ele descerá à terra para estabelecer um reinado terrestre em Jerusalém, nem que
haverá uma tribulação de 7 anos que se segue.
Novamente, observe que os versículos 23-24 apresentam a seguinte sequência:
1. "Cristo, as primícias"
2. "Depois, os que são de Cristo, na Sua vinda"
3. "Depois vem o fim... ...quando Ele entregar o Reino a Deus, o Pai" ...quando Ele tiver
destruído todo o império, toda a autoridade e todo o poder"
O grego no versículo 24 simplesmente lê, "depois vem o fim". Não há verbo. Seu estilo abrupto
sublinha a imediata proximidade do fim após a ressurreição da igreja. A palavra "quando" destaca o
fato de que a entrega do Reino é simultânea com a oração principal, "depois vem o fim"; ou seja, o
fim e a entrega do Reino são eventos simultâneos.
Além disso, "o fim" não ocorrerá até que "Ele tenha destruído todo o império, toda a autoridade e
todo o poder." O tempo verbal no passado nos diz que o fim não pode vir até que esses sejam
destruídos primeiro. É por isso que Cristo ainda não retornou e por que a ressurreição ainda não
ocorreu. (Este é um ponto importante que veremos na próxima seção).
Observe também no versículo 26 que o último inimigo a ser destruído é a morte. Nações, governos e
instituições serão subjugados primeiro. Finalmente, Ele retornará e o último inimigo, a morte, será
abolido.
Os versículos 35-49 tratam da ressurreição daqueles que morreram. Tendo corpos mortais e
perecíveis, que estavam à semelhança do primeiro Adão, eles serão ressuscitados com novos
corpos imortais e incorruptíveis, ressuscitados em poder após o segundo Adão. Pois, assim como
foram dados corpos terrenos para uma morada terrena, também devem se revestir de um corpo
celestial, adequado para habitar nos céus. Assim, Paulo dá este axioma:
1 Coríntios 15:50 Agora, digo isto, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o Reino de
Deus; nem a corrupção herda a incorrupção.
236
O que é verdade em relação aos corpos daqueles que morreram também é verdade para os corpos
daqueles que ainda estão vivos na vinda de Cristo. Todos, sejam mortos ou vivos no momento da
vinda de Cristo, devem se revestir de corpos diferentes. Assim, depois de apresentar o caso de que
aqueles que morreram devem se revestir de corpos imortais e incorruptíveis, Paulo então foca a
atenção sobre aqueles que estarão vivos quando Cristo retornar. Eles também devem se revestir de
corpos imortais e incorruptíveis.
1 Coríntios 15:51 Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados, (52) num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta;
porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos
transformados. (53) Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade,
e este corpo mortal se revista da imortalidade. (54) E, quando este corpo corruptível se revestir da
incorruptibilidade, e este corpo mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que
está escrita: "A morte foi tragada na vitória." (55) "Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó
morte, o teu aguilhão?"
Paulo retorna ao assunto do versículo 26, onde ele escreveu: "o último inimigo a ser abolido é a
morte." A morte será abolida na volta de Cristo. Aqui, Paulo cita Isaías 25:8
Isaías 25:8 Ele destruirá a morte para sempre; o Senhor Deus enxugará as lágrimas de todos os
rostos, e removerá de sobre toda a terra a afronta do Seu povo, porque o Senhor o disse.
Observe que, quando Paulo cita este texto, em vez de dizer "para sempre", ele opta pela palavra
"vitória". Para todos os efeitos práticos, ele quer dizer a mesma coisa. A palavra "vitória" era um
idiomatismo usado na LXX com o significado de "para sempre". Significava "a vitória final", aquela
que põe fim ao seu opositor; assim, era usada como um idiomatismo para significar "para sempre".
Paulo insiste claramente que a ressurreição da igreja será o cumprimento da profecia de Isaías — a
destruição completa da morte.
Observe que Paulo escreve que este evento destrói a morte para sempre. Se isso se referir a um
arrebatamento ou ressurreição pré-milenista, isso não seria consistente. Pois, se houver uma
tribulação que se siga ou um reinado milenar (após este evento), então a morte não teria sido
tragada e abolida para sempre, mas as ideias de Paulo são consistentes com a doutrina de uma
ressurreição geral na volta de Cristo.
Como acabamos de ler no versículo 24, é na vinda de Cristo que o Reino é entregue a Deus, o Pai, e
isso servirá como um excelente ponto de partida para mergulharmos no segundo tema – a doutrina
do Reino.
Observe como Isaías conecta o nascimento de Jesus ao Seu reinado no Reino. Em Mateus 2, os
magos perguntam: "Onde está o Rei dos judeus, que nasceu? Pois vimos a sua estrela no Oriente e
viemos adorá-Lo." Os magos também têm essa ideia em mente. O Novo Testamento confirma o
princípio interligado do domínio do reino e o nascimento do rei, quando nos é dito em Lucas 1:31-33:
"Eis que conceberás no teu ventre e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Este será
grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; e
reinará sobre a casa de Jacó para todo o sempre, e o seu reino não terá fim."
Observe como Isaías e Lucas se paralelam; Isaías começa nos informando sobre um nascimento,
assim como Lucas faz (Isaías – "Porque um menino nos nasceu…", Lucas – "Conceberás no teu
ventre…"). Isaías continua dizendo o nome que a criança terá, assim como Lucas faz (Isaías – "E o
seu nome será chamado…", Lucas – "E lhe porás o nome de…"). Isaías segue dizendo que a criança
tomará o trono de Davi e reinará sobre Seu reino, assim como Lucas faz (Isaías – "Sobre o trono de
Davi e sobre o seu reino…", Lucas – "E o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai…"). Isaías
termina dizendo a duração do reinado do Messias, assim como Lucas faz (Isaías – "Desde agora e
para sempre…", Lucas – "E o seu reino não terá fim."). Assim como Isaías vê vitória na vinda do
Messias, Lucas também vê (Lucas 1:68-71).
Outra coisa a ser notada nesses versículos de Isaías é que Cristo reinará no trono de Davi em Seu
reino. Você pode se lembrar de nossa leitura anterior, que Jesus se assentou no trono de Davi depois
de ressuscitar dos mortos. Atos 2:29-31 (ARA):
"Irmãos, seja-me permitido dizer-vos com franqueza, a respeito do patriarca Davi, que ele morreu e
foi sepultado, e o seu túmulo está entre nós até hoje. Sendo, pois, profeta, e sabendo que Deus lhe
jurara com juramento que colocaria um de seus descendentes no seu trono, ele, prevendo isto,
falou da ressurreição de Cristo..."
De acordo com Atos, a promessa de Deus a Davi de colocar um de seus descendentes no seu trono
se cumpriu na ressurreição de Cristo. Portanto, Cristo foi assentado no trono de Davi nos céus e
permanecerá lá para reinar, como Atos continua a dizer:
"Deus o exaltou à sua destra…" (tempo presente)… "Porque não foi Davi que subiu aos céus, mas
ele mesmo diz: ‘O Senhor disse ao meu Senhor: Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus
inimigos por estrado dos teus pés.’" (Atos 2:33-35)
Também vimos que isso está em conformidade com o que Daniel profetizou:
Daniel 7:13-14
"Eu continuei olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o
Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até Ele. E foi-Lhe dado domínio,
glória e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem. O seu domínio
é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, um que não será destruído."
238
Novamente, observe que foi quando Jesus se aproximou (e não desceu) que Ele recebeu o reino.
As próprias declarações de Jesus também afirmam que essa interpretação está correta:
Marcos 9:1 (ARA): "E dizia-lhes: Em verdade vos digo que alguns dos que aqui se acham não
provarão a morte até que vejam o reino de Deus, depois de havê-lo eles vindo com poder."
"...Daqui em diante vereis o Filho do Homem assentado à direita do poder de Deus, e vindo
sobre as nuvens do céu." (Mateus 26:64 ARA)
Mateus 16:28 (ARA): "Em verdade vos digo que alguns dos que aqui se acham não provarão a
morte até que vejam o Filho do Homem vindo no seu reino."
É "Seu Reino" que eles veriam estabelecido, e eles o veriam dentro de sua vida. Ele estava
errado? Seu programa foi de alguma forma desviado? De forma alguma!
De fato, vemos as implicações disso no final do livro de Mateus, na Grande Comissão para a
igreja:
Mateus 28:18-20
"E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. 19.
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando -os em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo, 20. Ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado; e eis que
estou convosco todos os dias, até a consumação do século."
B. O próximo ponto que quero que observemos é que o Reino de Cristo é um reino espiritual, e não
físico. Este foi um ponto que já discutimos na lição #17.
O reino que Cristo veio trazer nunca foi para ser um reino político terrestre, mas um que reina
espiritualmente sobre o mundo. Assim, quando respondeu a Pilatos, Jesus disse:
João 18:36
"Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus
servos pelejariam para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é
daqui."
Nunca foi a intenção de nosso Senhor estabelecer um reinado físico e político na terra, com Jesus
sentado em um trono terrestre.
Lucas 17:20-21
"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, respondeu-lhes: O reino de
Deus não vem com visível aparência; 21. Nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Ei-lo ali! Pois eis que o reino
de Deus está entre vós."
João também afirma que o Reino é espiritual, não físico: João 3:3
"Jesus respondeu e disse-lhe: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de
novo, não pode ver o reino de Deus."
Paulo também:
239
Romanos 14:17
"Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo."
Em todos os lugares, Jesus ensinou que Seu reino era um reino espiritual, não terrestre. E os
escritores do Novo Testamento confirmam que o que os profetas haviam falado sobre o reinado
vindouro do Messias foi cumprido espiritualmente no reino que Jesus trouxe.
Estamos agora no período da restauração de todas as coisas, no qual Cristo está restaurando todas
as coisas, ao sujeitar tudo a Si mesmo por meio de Seu governo à direita do Pai. Em outras palavras,
estamos falando da era da igreja sob a Nova Aliança. Agora, esse "período de restauração" é a era
sobre a qual os profetas falaram. Eles estavam escrevendo sobre os dias em que Pedro e seus
contemporâneos estavam vendo se cumprir. Para provar seu ponto, depois de citar Moisés no
versículo 22, Pedro então afirma no versículo 24:
Atos 3:24
"E igualmente todos os profetas que falaram, desde Samuel e os que depois dele falaram,
também anunciaram estes dias."
Ao citar Moisés e, em seguida, Samuel e os profetas posteriores, Pedro está dizendo que todos os
profetas, começando com os escritos de Moisés e passando por Samuel, estavam escrevendo sobre
os tempos que se cumpriram na obra de Cristo e na concessão do Espírito à igreja. Os profetas não
estavam falando de um governo terrestre em Jerusalém que aconteceria após um futuro
arrebatamento da igreja, mas sim do reinado espiritual de Cristo, que começou quando Ele
ressuscitou dos mortos.
É por isso que, como já discutimos, Jesus fez Sua entrada triunfal em Jerusalém. Ele sabia que, por
meio da cruz, Ele também estava entrando para receber a coroa. Ele ascendeu ao céu e se assentou
à direita do Pai.
Apocalipse 1:5
"...e da parte de Jesus Cristo, a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o soberano (no
grego, archon) dos reis da terra."
Colossenses 1:13
"Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor."
Jesus veio para despojar as obras do diabo, e o meio pelo qual Ele fez isso foi através da obra
consumada da cruz (o evangelho), na qual compartilhamos.
Quando Jesus foi acusado de expulsar demônios pelo poder de Satanás, Ele respondeu:
240
Mateus 12:25-29
"Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Todo reino dividido contra si mesmo
ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. Se Satanás
expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como, então, subsistirá o seu reino? E, se eu
expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos filhos? Por isso, eles mesmos
serão os vossos juízes. Se, porém, eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, certamente, é
chegado o reino de Deus sobre vós. Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-
lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E então lhe saqueará a casa."
Assim como Jesus fez, nós também devemos despojar a casa do valente (Satanás), porque ele foi
amarrado pela obra consumada de Cristo. Novamente, lembre-se da Grande Comissão em Mateus
28 que lemos anteriormente: "Toda autoridade me foi dada... Ide, portanto...". A nós foi dada essa
mesma autoridade, e nós compartilhamos vitoriosamente deste reino:
Hebreus 12:28
"Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de
modo agradável, com reverência e santo temor."
Apocalipse 1:6
"e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a Ele a glória e o domínio pelos
séculos dos séculos. Amém!"
O Apocalipse nos diz que fomos constituídos reino. Isso porque entramos no reino ao nascermos de
novo. Assim como sermos cidadãos do Brasil nos torna brasileiros, da mesma forma, sermos
residentes do reino nos torna o próprio reino.
Esses versículos enfatizam que o reino é uma realidade presente. João continua, três versículos
depois:
Apocalipse 1:9
"Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus,
estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus."
Essa realidade incrível desse reino espiritual é algo que Paulo orou para que a igreja fosse iluminada
a entender, junto com todas as suas implicações, e que também fosse uma realidade presente para
eles:
"Oro para que os olhos do vosso coração sejam iluminados, para saberdes qual é a esperança do seu
chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu
poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu Ele em
Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais,
acima de todo principado, e autoridade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir, não
só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para
ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que
a tudo enche em todas as coisas."
(Efésios 1:18-23)
241
O fato de todas as coisas terem sido colocadas em sujeição a Cristo nos leva ao nosso próximo
ponto:
1 Coríntios 15:25
"Porque é necessário que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés."
Cristo está atualmente subjugando os inimigos e não retornará até que todos estejam subjugados.
Paulo está aludindo ao Salmo 110:1, que é a citação mais frequentemente referida do Antigo
Testamento no Novo!
Salmo 110:1
"Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos
debaixo dos teus pés."
Como vimos anteriormente, o cumprimento ocorreu quando Cristo ressuscitou dentre os mortos e
ascendeu à direita do Pai. Ele agora está sentado à direita e não retornará até que todos os inimigos
sejam subjugados:
Hebreus 10:12-13
"Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à
destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos
seus pés."
(Consulte também Mateus 22:44; Marcos 12:36; Lucas 20:42; Hebreus 1:13; Mateus 26:64; Efésios
1:20-22; Colossenses 3:1; Hebreus 1:3, 1:13, 8:1, 10:12, 12:2; 1 Coríntios 15:25 -28).
Além disso:
1 Pedro 3:22
"(Jesus Cristo) o qual está à direita de Deus, tendo subido ao céu, depois de lhe estarem
subordinados anjos, e potestades, e poderes."
Hebreus 2:8
"Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada
deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas."
A sujeição de todas as coisas ainda não foi concluída, mas sabemos que será, e então Ele retornará.
Embora eu tente ser breve, acho importante revermos o que discutimos na história nº 16 sobre o
Reino. Nas parábolas do Reino, em Mateus 13, lemos:
Mateus 13:31-32
242
"Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que
um homem tomou e plantou no seu campo; o qual é, na verdade, menor que todas as sementes; e,
crescida, é maior que as hortaliças e se faz árvore, de modo que as aves do céu vêm aninhar-se nos
seus ramos."
Essa parábola representa que o reino, embora possa ter um pequeno início, terá domínio sobre o
mundo. Embora não seja a menor das sementes, o grão de mostarda era proverbial entre os judeus
ao falar de pequenez. Por exemplo, os judeus mencionavam qualquer contaminação da lei que fosse
tão pequena quanto um grão de mostarda. Assim, era uma metáfora comum para representar algo
pequeno. Quando a planta está totalmente crescida, atinge cerca de 3 metros de altura, tornando -se
uma grande planta de jardim, onde aves se reúnem em seus ramos para comer as sementes pretas
que ela produz.
O reino de Jesus Cristo começou com apenas um punhado de discípulos para continuar Sua obra
após Sua ascensão ao céu. Mas Seu reino se tornará grande, e as nações do mundo se reunirão nele.
A linguagem figurativa contida na parábola — a árvore e as aves — representa Seu reino e a
submissão das nações gentias a ele. Essa imagem é estabelecida no Antigo Testamento (consulte
Ezequiel 31:5-6 e Daniel 4:10-12), que é a metáfora à qual Jesus faz alusão para demonstrar o
impacto do Reino sobre as nações.
Em Daniel 2, Nabucodonosor teve uma visão de uma estátua com cabeça de ouro, peito e braços de
prata, ventre e coxas de bronze, e pernas de ferro com pés de ferro misturado com barro. A visão
significa o seguinte:
Daniel 2:35
"...a pedra que feriu a estátua se tornou uma grande montanha, que encheu toda a terra."
Após a parábola do grão de mostarda, Jesus dá a parábola do fermento para demonstrar a influência
do Reino:
Mateus 13:33
"Disse-lhes outra parábola: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e
escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado."
243
Embora o reino seja espiritual e não físico, Jesus ensina que terá uma influência física sobre a terra,
como o fermento que leveda toda a massa. Como isso acontecerá? Através da influência do
evangelho no mundo. Isso levará as nações a abandonar suas espadas.
Embora muitas nações continuem a pegar em armas, podemos esperar que esse mesmo Rei, que
governa com vara de ferro, quebrará as nações que continuarem em rebelião. Quando uma nação
está madura para o juízo, devemos esperar sinais semelhantes aos vistos em Israel antes de sua
queda em 70 d.C.: tornar-se amantes de si mesmos, desobedientes aos pais, imorais, etc. Deus
adverte os reis no Salmo 2 que, se não honrarem o Filho, enfrentarão o juízo divino.
Durante esse período, devemos esperar que o fermento continue a levedar a massa, enquanto Jesus
continua a submeter Seus inimigos debaixo de Seus pés.
Finalmente, ao término desse processo, como lemos em 1 Coríntios 15, na Sua vinda, quando a
igreja for ressuscitada (verso 23), então virá o fim, "quando Ele entregar o reino a Deus, o Pai, depois
de destruir todo principado, bem como toda potestade e poder." O último inimigo a ser abolido será a
própria morte.Please translate the following text into Brazilian Portuguese, changing all proper nouns
to the appropriate Portuguese Bible Names, and all Bible texts using the ARA translation of the
Portuguese Bible:
4. O Inferno
O conceito mais solene de toda a Bíblia é o juízo eterno em um lugar chamado Inferno (do grego
"Geena" - γέεννα). O termo Geena transmite o castigo final para os ímpios e é derivado do Vale de
Hinom, uma localização fora de Jerusalém onde lixo — e, às vezes, corpos — eram queimados. Jesus
utilizou Geena como uma metáfora para o Inferno, um lugar de punição eterna. Outro termo,
"Tártaro" (usado em 2 Pedro 2:4), refere-se a um abismo miserável e torturante ou a um local de
confinamento.
A Bíblia descreve o Inferno como um lugar de enxofre, tormento, decomposição interminável onde "o
seu verme não morre, e o fogo não se apaga", além de ser um lugar de trevas, pranto e ranger de
dentes — realidades destacadas ao longo das Escrituras.
Muitos evitam falar sobre o Inferno devido à verdade desconfortável que ele transmite sobre a
gravidade das consequências de nossos pecados, consequências que todos merecemos por
rejeitarmos Deus, nosso Criador, e nos rebelarmos contra o Seu designo. Reconhecer que o Inferno é
o que merecemos é perturbador; no entanto, sem confrontar a seriedade mortal de nossa condição,
não podemos nos voltar para Jesus, o único remédio de que precisamos. O objetivo da lei era revelar-
nos a maldade de nossos atos. Assim, não é falta de amor, mas profundamente amoroso, informar
aos outros sobre o pecado e a realidade do Inferno, exortando -os a buscar perdão por meio de Jesus
Cristo, sua única esperança de salvação.
Alguns questionam como um Deus bom e amoroso poderia enviar pessoas — criadas à Sua própria
imagem — para um lugar assim. No entanto, a bondade de Deus também implica uma oposição
fundamental ao mal. Se Deus é verdadeiramente bom, Ele deve ser justo e não pode ignorar o
pecado. A justiça de Deus, portanto, exige expiação pelo pecado. É por isso que Jesus teve que
244
morrer na cruz, para que Deus pudesse perdoar os pecadores sem comprometer Sua bondade e
justiça.
É essencial entender que a humanidade, e não Deus, rejeitou esse relacionamento. Adão quebrou a
aliança com Deus, e todos nós, como seus descendentes, continuamos nascendo em pecado e
escolhemos nos rebelar contra Deus. Romanos 3:23 nos diz: "Pois todos pecaram e carecem da
glória de Deus." Se rejeitamos Deus e escolhemos viver separados d'Ele, o Inferno representa não
apenas uma consequência merecida, mas a realidade de uma vida finalmente desprovida de Sua
presença.
Mesmo aqueles que rejeitam Deus ainda experimentam Sua graça através das bênçãos da vida: o ar
que respiram, o alimento que comem, um corpo sustentado por átomos sob o controle de Deus.
Desfrutamos da beleza da natureza, da música e do prazer do paladar. Mas, se o Inferno significa
separação da bondade de Deus, podemos imaginar como seria essa ausência: um total pesadelo —
trevas exteriores, miséria e profundo pesar. Esse lugar não é apenas o que merecemos, mas também
o que nossos corações escolhem quando recusamos a Deus.
Ao deixar esta terra, nossa escolha é definitiva, e Deus é inteiramente justo em Seu julgamento.
Portanto, é urgente voltar-se para Deus hoje. Como afirma 2 Coríntios 6:2:
"Porque ele diz: 'Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação.' Eis, agora,
o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação."
Hoje é o dia de escolher seguir a Deus; o amanhã não está garantido. Cada um de nós enfrentará a
morte e logo descerá ao túmulo. O lugar dos mortos é chamado de Sheol ()ש אֹול
ְׁ em hebraico e
Hades (ᾍδης) em grego — um local temporário de espera até o juízo final. Esse era um lugar de
descanso para os santos, mas já de tormento para os ímpios (veja o exemplo na parábola em Lucas
16:19-31).
Muitos estudiosos acreditam que, agora, desde que Jesus ressuscitou dos mortos, as almas dos
santos descansam na presença do Senhor. É por isso que Jesus assegurou ao ladrão na cruz que ele
estaria no Paraíso com Ele naquele mesmo dia (Lucas 23:43) e porque Paulo falou sobre estar
"ausente do corpo e em casa com o Senhor" (2 Coríntios 5:8). Muitos entendem que, na morte de
Jesus, as almas dos santos foram libertadas para estar com Deus, conforme mencionado em 1 Pedro
3:18-20, onde Pedro diz que Jesus "proclamou aos espíritos em prisão", ou em Efésios 4:8-10, onde
Paulo escreve: "Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro..."
No fim, haverá um julgamento final, muitas vezes chamado de “Juízo do Grande Trono Branco”:
Apocalipse 20:11-12:
"Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o
céu, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em
pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o livro da vida foi aberto. E os
mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros."
245
• Romanos 14:10-12: "Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus... Assim,
pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus."
• 2 Coríntios 5:10: "Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de
Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do
corpo."
• Mateus 12:36-37: "De toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no
dia do juízo."
• Mateus 16:27: "Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos,
e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras."
• 1 Coríntios 3:12-14: "A obra de cada um será manifestada; pois o Dia a demonstrará,
porque está sendo revelada pelo fogo..."
• Mateus 6:19-20: "Ajuntai para vós outros tesouros no céu..."
• Colossenses 3:23-24: "Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o
Senhor e não para homens..."
Vivamos com a eternidade em mente, plenamente cientes de que nossas ações terão peso eterno.
5. O Céu
É um tanto irônico—se não fosse tão triste—quantas pessoas acreditam no céu, mas não no inferno.
Logicamente, poderíamos esperar que, se alguém crê na Bíblia, aceite ambos os conceitos, ou, se a
rejeita, não creia em nenhum. Essa crença seletiva revela algo sobre a natureza humana: aceitamos
prontamente aquilo que esperamos ser verdade (o céu, a ideia de entes queridos descansando no
paraíso e a possibilidade de reencontro), ao mesmo tempo que rejeitamos as partes nas quais
preferimos não pensar.
Para nós, no entanto, é essencial confiar em todas as palavras de Jesus. Assim como confiamos em
Suas promessas sobre o céu, também devemos dar ouvidos às Suas advertências sobre o juízo.
Creio que a realidade do céu será além do que podemos imaginar. As descrições bíblicas são
limitadas, talvez porque nossas mentes terrenas não possam compreendê-lo plenamente. Tentar
imaginá-lo pode ser como explicar cores a alguém que nasceu cego. É por isso que somos
lembrados em 1 Coríntios 2:9: “Mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram,
nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o
amam.”
Quando falamos sobre a ressurreição, discutimos como receberemos corpos incorruptíveis —como
o corpo ressuscitado de Jesus. Em Lucas 24:42-43, por exemplo, lemos que Jesus pôde comer com
Seus discípulos:
“Então, lhe apresentaram um pedaço de peixe assado e um favo de mel. E ele comeu na
presença deles.”
Contudo, Seu corpo ressuscitado possuía propriedades que os nossos não possuem; Ele podia
atravessar paredes:
246
“Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam
os discípulos, com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja
convosco!” (João 20:19)
Quando virmos Jesus novamente, nos é dito que seremos semelhantes a Ele:
“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser.
Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê -
lo como ele é.” (1 João 3:2)
Da mesma forma, o céu é descrito como um lugar real, como vemos em João 14:2-3, onde Jesus fala
da casa do Pai:
“Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo -lo teria dito. Pois vou
preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim
mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.”
Mesmo assim, essa "casa" é diferente de qualquer estrutura física que conhecemos:
“Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus
um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus.” (2 Coríntios 5:1)
Isso é o que devemos manter como foco enquanto estamos aqui na terra:
“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e
onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem
ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam.” (Mateus 6:19-20; ver também
Colossenses 3:1-4, Mateus 5:12)
Uma última e incomparável alegria que podemos aguardar no céu é ver a glória de Deus. Em João
17:24, Jesus ora:
“Pai, a minha vontade é que onde eu estou estejam também comigo os que me deste, para que
vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo.”
Devido ao nosso pecado, ninguém pode ver a glória de Deus e viver. Quando Deus falou a Moisés no
monte, Ele disse:
247
“E acrescentou: Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e
viverá.” (Êxodo 33:20)
Ele então permitiu que Moisés visse apenas um vislumbre de Sua glória velada, e mesmo assim, isso
fez o rosto de Moisés resplandecer.
Nas visões celestiais, como as de Isaías e João, a glória de Deus é tão profunda que aqueles que
estão presentes são movidos à adoração contínua. Estar na presença de Deus, vendo Seu rosto e
Sua glória, sem o pecado nos separando, será a experiência mais incrível imaginável.
Vivamos com nossos olhos fixos nessa esperança eterna, lembrando -nos de que “De fato, sem fé é
impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia
que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.” (Hebreus 11:6) e que o céu
excederá tudo o que podemos pedir ou imaginar (1 Coríntios 2:9).
6. O Banquete de Casamento
A imagem da igreja como a "noiva de Cristo" permeia tanto o Antigo quanto o Novo Testamento. Essa
metáfora de Cristo como o noivo e a igreja como sua noiva fala de um relacionamento
profundamente pessoal e de aliança entre Cristo e seu povo, culminando na união prometida em sua
volta.
Mateus 9:15 – "Respondeu-lhes Jesus: 'Podem, porventura, estar tristes os convidados para o
casamento, enquanto o noivo está com eles? Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o
noivo, e, então, jejuarão.'"
João 3:29 – João Batista descreve Jesus como o noivo: "Aquele que tem a noiva é o noivo; o amigo
do noivo, que está presente e o ouve, muito se regozija por causa da voz do noivo. Pois esta
alegria já se cumpriu em mim."
Mateus 25:1-13 – A Parábola das Dez Virgens enfatiza a importância de estarmos prontos para a
chegada do noivo, simbolizando o retorno de Cristo para sua igreja.
Em seguida, observemos que o Novo Testamento também vê a Igreja como a Noiva de Cristo:
Efésios 5:25-27, 32 – "Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja e a si
mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de
água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem
coisa semelhante, porém santa e sem defeito... Grande é este mistério, mas eu me refiro a
Cristo e à igreja."
2 Coríntios 11:2 – "Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos
apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo."
248
Apocalipse 19:7-8 – "Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória, porque são chegadas
as bodas do Cordeiro, cuja noiva a si mesma já se ataviou; pois lhe foi dado vestir-se de linho
finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos sa ntos."
Por fim, o livro de Apocalipse conclui com o Retorno de Cristo e com este esperado banquete de
casamento:
Apocalipse 19:6-9 – "Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas e
como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo -Poderoso.
Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja
noiva a si mesma já se ataviou; pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e
puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos. Então, me falou o anjo:
Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E
acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus."
Apocalipse 21:2, 9 – "Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte
de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo... Então, veio um dos sete anjos... e
falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro."
Apocalipse 22:17 – "O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve diga: Vem! Aquele que tem
sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida."
4. O Retorno de Cristo e Sua Fidelidade – O noivo voltando para sua noiva é um lembrete da
segunda vinda de Cristo. A Parábola das Dez Virgens (Mateus 25:1-13) ressalta a necessidade
de vigilância e preparação. A igreja, como noiva de Cristo, aguarda o retorno de seu noivo,
sabendo que Cristo será fiel às suas promessas.
249
5. O Plano Eterno de Deus – Essa imagem permeia a Bíblia, refletindo o plano de Deus desde o
início de chamar um povo para Si, para amar, santificar e, finalmente, unir-se a ele. O
casamento final entre Cristo e a igreja aponta para o desejo de Deus por um relacionamento
de aliança com a humanidade e para um futuro de comunhão e amor inquebráveis.
A metáfora da noiva e do noivo transmite uma bela imagem do amor de Deus por seu povo, nosso
chamado à fidelidade e o cumprimento final do plano redentor de Deus no retorno de Cristo. Por
meio dessa metáfora, vemos a profundidade do amor de Deus e a alegria eterna que aguarda os
crentes quando estivermos unidos com Cristo em seu reino.
João 5:28-29 (ARA) - "Não vos admireis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos
túmulos ouvirão a sua voz (29) e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que
tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo."
Mateus 13:37-50 37 (ARA) - Ele, porém, respondeu: O que semeia a boa semente é o Filho do Homem;
38 o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno;
39 o inimigo que o semeou é o diabo; a ceifa é a consumação do século; e os ceifeiros são os anjos.
40 Pois, assim como o joio é colhido e lançado ao fogo, assim será na consumação do século.
41 Mandará o Filho do Homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que
praticam a iniquidade
42 e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes.
43 Então, os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos [para ouvir],
ouça.”
44 O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado,
escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo.
45 O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas;
46 e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra.
47 Igualmente, o reino dos céus é semelhante a uma rede que foi lançada ao mar e apanhou peixes de
toda espécie.
48 E, quando já estava cheia, os pescadores arrastaram-na para a praia e, assentados, escolheram os
bons para os cestos e os ruins deitaram fora.
49 Assim será na consumação do século: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos,
50 e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes.”
1 Coríntios 15:23-26 (ARA) - "Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os
que são de Cristo, na sua vinda. (24) E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai,
quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. (25) Porque convém que
ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. (26) O último inimigo a ser destruído é a
morte."
1 Coríntios 15:51-55 (ARA) - "Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados
seremos todos, (52) num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A
250
trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. (53) Porque é
necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade e que o corpo mortal se revista da
imortalidade. (54) E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, de
imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. (55) Onde
está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?"
Apocalipse 20:11-12 (ARA) - "Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença
fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. (12) Vi também os mortos, os grandes e os
pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o livro da vida foi
aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos
livros."
2 Coríntios 5:10 (ARA) - "Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo,
para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo."
Os seguintes versículos sobre o inferno: Apocalipse 21:8, Lucas 16:23-24, Apocalipse 14:10-11,
Marcos 9:48, Mateus 8:12, Mateus 22:13, 2 Tessalonicenses 1:9, Apocalipse 20:14-15, Mateus 25:30,
Lucas 16:24, Mateus 3:12.
Os seguintes versículos sobre o céu: João 14:2-3, 1 Coríntios 2:9, João 17:24, 2 Coríntios 5:1-2,
Filipenses 3:20-21, Hebreus 11:16, 1 Pedro 1:4, Colossenses 1:5, Colossenses 3:1-4, Mateus 5:12, 1 João
3:2, Mateus 6:19-20.
1 Coríntios 2:9 (ARA) - "Mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais
penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam."
5. Aliança ~ 1921 a.C. (Gênesis 11:10-Gênesis 50) - A promessa de Deus a Abraão, Isaque e
Jacó, e o estabelecimento de Israel.
6. Cativeiro 1 ~ 1680-1491 a.C. (Êxodo 1-15:21) - O tempo de Israel como escravos no Egito, e
Deus levantando Moisés para libertá-los, enquanto ele opera 10 pragas diante de Faraó.
7. Comandos ~ 1491 a.C. (Êxodo 15:21 - Deuteronômio) - Deus dá a lei a Israel no deserto e os
sustenta, onde passam 40 anos por causa da desobediência.
251
8. Conquista ~ 1531 a.C. (Josué) – Josué lidera Israel para conquistar e dividir a terra
prometida.
9. Conciliadores ~1400-1095 a.C. (Juízes-1 Samuel 7) Israel é governado por juízes; Eles
passam por ciclos de desobediência, Deus traz opressão, eles clamam a Deus, então Deus
levanta um juiz para libertá-los.
10. Coroas ~1095-586 a.C. (1 Samuel 8-2 Reis; também, 1-2 Crônicas) O povo clama a Samuel
por um Rei e Deus lhes dá Saul. Por causa da desobediência, Deus tira o reino de Saul e o dá a
Davi. Depois do filho de Davi, Salomão, o reino se divide em norte (Israel) e sul (Judá). O norte
nunca mais teve um rei justo, enquanto Judá teve reis bons e reis maus.
11. Conquistado ~ 722 a.C. (2 Reis 17) A Assíria destruiu as 10 tribos do norte (Israel); eles
foram dispersos e perdidos (ou seja, não mantiveram sua identidade/tribo na forma visível).
12. Cativeiro 2 ~ 587-586 a.C. (2 Reis 25) Babilônia destrói Jerusalém em Judá, e Judá entra
em 70 anos de cativeiro, durante os quais o império babilônico se transforma no império
persa. (A história de Daniel e Ester ocorre sob o controle babilônico e persa).
13. Construção - (Esdras-Neemias) Judá retorna ao seu país e reconstrói sua cidade. O 1º
grupo retornou ~ 536 a.C. e o 2º em ~ 458 a.C. (Esdras 2 e 8), mas não foi até ~ 454 a.C.
Neemias reconstrói a muralha.
14. Calma - da mesma forma que foram 400 anos de silêncio antes de Deus levantar Moisés
para libertar Israel, depois de Malaquias, há 400 anos de silêncio (em termos de revelação
bíblica) até o anúncio de Cristo. Malaquias fecha o VT dizendo para se preparar para a vinda
do Messias.
15. Cristo - ~4B.C. (Mateus 1-2 e Lucas 1-2) - o Messias prometido nasce na linhagem de Judá
na família de Davi, na cidade de Belém, de uma virgem chamada Maria, cumprindo as
palavras dos profetas.
16. Começo ~26-29 d.C. (Mateus-João) Jesus é publicamente identificado como o prometido
pelo favorito João Batista. Ele começa um ministério terreno de 3 anos, pregando e realizando
milagres para as massas, e ensinando e treinando 12 discípulos principais.
17. Cruz ~ 29 d.C. (Mateus 27-28, Marcos 15-16, Lucas 23-24 e João 19-21) - morte e
ressurreição de Jesus, cumprindo a primeira promessa em Gênesis 3:15, a promessa a
Abraão, o Lei de Moisés, o Rei no trono de Davi, e muitas outras palavras dos profetas.
18. Comunhão ~ 29 d.C. (Atos-Apocalipse) - a igreja recebe o Espírito Santo prometido como
ajudante (Atos 1-2) e os apóstolos dão instruções à igreja primitiva.
19. Cativeiro 3 - 70 d.C. - Israel foi destruído pelos romanos em 70 d.C., onde foram
deslocados de sua terra; eles foram nacionalizados novamente em 1948. Romanos 11
profetiza que eles também serão enxertados em Cristo. Muito debate nos detalhes.
252
20. Consumação - O retorno de Cristo (em qualquer sequência de eventos do fim dos
tempos), no qual Ele (imediatamente ou eventualmente) entregará seu Reino a Deus Pai (1
Coríntios 15), onde estaremos com o Senhor para sempre (Céu) . (Muito se discute nos
detalhes).
253
A História da Redenção – A Revisão Final
1. Criação: Gênesis 1-2 (~4004 a.C.) No princípio, Deus criou os céus e a terra. Estas poucas palavras
resumem a realidade física do nosso universo: tempo, espaço e matéria. A Divindade—Pai, Filho e
Espírito Santo—trouxe tudo à existência em seis dias. No primeiro dia, Ele criou a luz, separando-a das
trevas. No segundo dia, Ele estabeleceu um firmamento para dividir as águas de cima das águas de
baixo. No terceiro dia, Ele ajuntou as águas debaixo dos céus, fazendo-as mar, e fez aparecer a terra
seca, juntamente com as plantas e sementes que deveriam reproduzir-se conforme a sua espécie. No
quarto dia, Ele criou o sol, a lua e as estrelas para servirem como sinais e para marcarem os tempos e as
estações. No quinto dia, Deus criou as aves e as criaturas marinhas, e no sexto dia, fez os animais
terrestres e a humanidade. Deus descansou no sétimo dia, santificando-o e abençoando-o.
Deus criou Adão e Eva à Sua imagem, unindo-os no sagrado pacto do matrimônio, através do qual
deveriam ter filhos e cumprir Seu propósito na terra. Eles receberam domínio sobre a criação e foram
encarregados de serem mordomos de tudo o que Deus lhes confiou. Foram colocados em um belo
jardim, regado por um rio que se dividia nos rios Pisom, Giom, Tigre e Eufrates. A terra de Éden era rica
em recursos, incluindo ouro, bdélio e ônix. Adão e Eva, juntamente com seus descendentes, deveriam
desfrutar da beleza da criação de Deus e adorá-Lo por Sua bondade. Apenas deveriam evitar comer da
árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, pois no dia em que comessem dela, certamente morreriam.
Através da obediência, multiplicariam e espalhariam a imagem e a glória de Deus por toda a terra. Deus
declarou tudo o que fez como muito bom.
2. Corrupção: Gênesis 3-5 (~4004-2349 a.C.) Depois que Adão e Eva receberam esse belo paraíso,
caíram em pecado ao escolher pensar e agir autonomamente, apartados de Deus. Tentados (1) pelos
desejos da carne, (2) pelos desejos dos olhos e (3) pela soberba da vida, desobedeceram ao
mandamento de Deus e comeram da árvore proibida do Conhecimento do Bem e do Mal. Como
resultado, a morte entrou no mundo, separando-os espiritualmente de Deus. Esta morte espiritual é
conhecida como a primeira morte. O pecado deles também trouxe uma maldição sobre a criação,
tornando as tarefas que Deus lhes havia dado—subjugar a terra e gerar filhos—dificilmente dolorosas.
No entanto, nesse momento de sua queda, Deus prometeu que um homem nasceria da semente da
mulher, que pisaria a cabeça da serpente, embora fosse ferido no processo. Seguindo essa primeira
promessa de redenção, Deus matou um animal e cobriu a nudez (vergonha) de Adão e Eva com suas
peles. Eles então começaram a oferecer sacrifícios de animais a Deus, simbolizando a necessidade de
expiação por meio do derramamento de sangue.
Adão e Eva foram posteriormente expulsos do jardim e enviados para o leste, afastados da presença de
Deus. A entrada para o Éden foi guardada por um anjo para impedir que comessem da Árvore da Vida e
vivessem para sempre em seu estado caído. Assim, a morte física—conhecida como a segunda morte—
se tornou uma realidade para eles, juntamente com a inevitabilidade da doença e da enfermidade.
Adão e Eva tiveram dois filhos, Caim e Abel. Caim, por ciúmes, porque Deus aceitou a oferta de Abel,
mas rejeitou a sua, matou o irmão. Deus marcou Caim e o lançou para longe. Mais tarde, Adão e Eva
tiveram outro filho, a quem chamaram Sete. Esperavam que ele fosse o cumprimento da promessa de
254
Deus a Eva—aquele que livraria a humanidade da maldição. Embora Sete não fosse o Messias
prometido, foi através da sua linhagem que a promessa seria finalmente cumprida.
3. Catástrofe: Gênesis 6-10 (~2349 a.C.)
Com o passar do tempo, o pecado se multiplicou na terra até que todo pensamento no coração da
humanidade era apenas mal continuamente. Entristecido pela maldade generalizada do homem, Deus
se arrependeu de ter criado a humanidade. Somente Noé foi encontrado justo, então Deus o
comissionou para construir uma arca de três andares de madeira de cipreste, com 150 metros de
comprimento, 25 metros de largura e 15 metros de altura. Deus trouxe para a arca uma dupla de cada
animal impuro e sete pares de cada animal puro, junto com Noé, sua esposa, seus três filhos e suas
esposas.
1.656 anos após a criação, Deus fechou a porta da arca e enviou um dilúvio mundial para julgar a terra.
Por 40 dias e 40 noites, a chuva caiu enquanto Deus soltava águas tanto do céu quanto das fontes do
abismo, destruindo toda a vida, exceto Noé, sua família e os animais na arca.
Após um ano, as águas do dilúvio recuaram, e Noé, sua família e os animais desembarcaram. Noé
ofereceu sacrifícios a Deus, que sentiu o aroma agradável e fez um pacto de graça, simbolizado por um
arco-íris, prometendo nunca mais destruir toda a vida com um dilúvio. Deus assegurou que, enquanto a
terra permanecesse, haveria o tempo da semeadura e da colheita, o frio e o calor, o verão e o inverno, o
dia e a noite. Ele deu novamente a comissão a Noé e sua família para se multiplicarem e encherem a
terra. Deus também permitiu que a carne fosse comida como alimento e instituiu a pena de morte para o
assassinato.
4. Confusão: Gênesis 11 (~2252 a.C.)
Após Deus dar a nova comissão a Noé para povoar e se espalhar pela terra, a humanidade começou a
migrar para a região fértil. Em vez de se dispersarem pela terra, eles quiseram fazer um nome para si
mesmos, então começaram a construir uma torre que chegasse até os céus, até Deus. Deus desceu
para vê-la. Sabendo que isso era apenas o começo do mal que estavam planejando fazer em seus
corações, Deus confundiu suas línguas para interromper seus planos e espalhá-los pela terra. A partir
desse evento, as primeiras civilizações começaram a se formar com diferentes línguas e culturas.
5. Compromisso: Gênesis 12-50 (~1921 a.C.)
Dez gerações após Noé, Deus chamou Abrão, de 75 anos, para deixar sua casa e viajar para uma terra
que Deus lhe mostraria, prometendo torná-lo o pai de uma grande nação que abençoaria todas as
nações da terra. Deus disse a Abrão que seus descendentes seriam tão numerosos quanto as estrelas
no céu e a areia da praia. Abrão creu na promessa de Deus, e sua fé lhe foi atribuída como justiça.
Deus confirmou essa mesma promessa ao filho de Abrão, Isaque, a quem Abrão foi testado para oferecer
como sacrifício em um altar no monte Moriá. Este evento prefigurou que Deus forneceria Seu único
Filho, Jesus, como o sacrifício definitivo pelos nossos pecados naquela mesma região 2.000 anos
depois, e que Ele seria "recebido de volta" dos mortos.
Deus então reafirmou Sua promessa ao filho de Isaque, Jacó, cujo nome foi mudado para Israel. Os doze
filhos de Israel tornaram-se as doze tribos de Israel. No entanto, antes disso, os irmãos ficaram com
ciúmes de José, o décimo primeiro filho, e o venderam como escravo para o Egito. Mas Deus usou José
poderosamente no Egito, onde ele alcançou grande poder e salvou sua família durante uma severa seca,
255
trazendo-os para o Egito em busca de comida. A família recebeu a terra de Gósen, onde poderia criar
seus rebanhos e viver.
Antes de sua morte, Jacó abençoou cada um de seus filhos e profeticamente declarou que a tribo de
Judá, seu quarto filho, seguraria perpetuamente o cetro, simbolizando a linhagem do futuro Messias, de
onde Ele reinará eternamente.
6. Cativeiro 1: Êxodo 1-14 (~1680-1491 a.C.)
No Egito, os israelitas se multiplicaram excessivamente e se tornaram muito fortes. Subiu ao poder um
novo faraó que não conhecia José e, temendo que os israelitas se tornassem mais poderosos do que os
egípcios, os escravizou. Apesar de seu sofrimento sob o jugo da escravidão, os israelitas continuaram a
se multiplicar. Temendo que eles superassem em número os egípcios, o faraó ordenou que todos os
meninos hebreus fossem lançados no rio Nilo. No entanto, como as parteiras hebreias temiam ao
Senhor, um menino chamado Moisés, filho de um casal levita, foi escondido em um cesto no rio. A filha
do faraó o encontrou e o criou na casa do faraó.
Aos 40 anos, Moisés fugiu do Egito após matar um egípcio que estava espancando um escravo hebreu.
Após passar mais 40 anos no deserto, Deus ouviu os gritos de Seu povo e apareceu a Moisés em uma
sarça ardente, revelando-Se como "EU SOU O QUE SOU", o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e revelou Seu
nome pessoal, YHWH (Yahweh/Javé). Deus comissionou Moisés, então com 80 anos, para liderar os
israelitas para fora do Egito, rumo a uma terra que mana leite e mel. Para aliviar a relutância de Moisés,
Deus enviou Arão, irmão de Moisés, para falar em seu nome.
Por meio de dez pragas miraculosas, Deus obrigou o faraó a deixar os israelitas partirem. Durante a
última praga, a Páscoa, Deus enviou o anjo da morte por todo o Egito para matar o primogênito de cada
casa. Os israelitas foram instruídos a aplicar o sangue de um cordeiro macho, perfeito, imaculado e
maduro, nas suas ombreiras e nas suas vergas. Quando o anjo da morte visse o sangue na madeira, ele
"passaria por cima" da casa, poupando seus habitantes do julgamento. Isso foi uma representação de
como o sangue de Jesus, derramado na cruz de madeira, um dia salvaria o povo de Deus do pecado e do
julgamento, e os libertaria da sua escravidão espiritual.
Após o faraó e os egípcios perderem seus filhos primogênitos, resultando em grande lamentação por
toda a terra, o faraó finalmente permitiu que os israelitas partissem. No entanto, Deus então julgou o
Egito endurecendo o coração do faraó, levando-o a perseguir os israelitas. Deus abriu o Mar Vermelho
para os israelitas e o fechou sobre o exército egípcio, marcando a libertação de Israel da escravidão. Isso
cumpriu a promessa profética de Deus a Abraão de que Israel passaria 400 anos como escravo em uma
terra estrangeira antes de ser libertado e trazido de volta à terra que Deus lhe prometera.
7. Comandos: Êxodo 15 - Deuteronômio (~1491 a.C.)
Após Israel atravessar o Mar Vermelho e a celebração inicial se acalmar, o povo começou a murmurar e
falar contra Deus porque estavam com sede e fome. Apesar da sua incredulidade, Deus os sustentou
com água de uma rocha e maná dos céus. Então, Deus chamou Moisés para subir ao monte Sinai
enquanto o povo permanecia na base da montanha. Exatamente 50 dias após a Páscoa, Deus desceu
sobre o topo do monte e deu a Moisés os Dez Mandamentos esculpidos em pedras. Deus também deu a
Moisés instruções adicionais, incluindo mais leis morais—algumas pessoais e outras civis—detalhando
o que é certo e errado e como Seu povo deve viver. Além disso, Deus deu a Moisés leis cerimoniais, um
sistema de práticas religiosas que representava sua necessidade de santidade e perdão dos pecados.
256
Essas leis cerimoniais eram destinadas a ser um tutor, guiando-os para antecipar a vinda de Cristo e
entender sua necessidade de redenção do pecado.
Moisés também recebeu instruções para construir a Arca da Aliança, na qual a presença de Deus
habitaria, e o tabernáculo (com seus utensílios), onde realizariam as cerimônias e sacrifícios que Deus
ordenara.
Após receber a Lei, Moisés desceu do monte, com o rosto resplandecente, apenas para descobrir que o
povo havia feito um bezerro de ouro. Em sua ira, ele quebrou as tábuas dos Dez Mandamentos e chamou
todos os que estavam do lado do Senhor para se juntar a ele. Os filhos de Levi se levantaram e vieram ao
seu lado, e Moisés ordenou que pegassem suas espadas e executassem o julgamento de Deus,
resultando na morte de 3.000 pessoas.
Apesar da rebelião de Israel, Deus continuou a prover para eles de tal maneira que até suas roupas e
sapatos não se desgastaram. Ele os guiava por uma nuvem durante o dia e uma coluna de fogo durante a
noite. Mas, devido à sua contínua murmuração e rebelião, Deus jurou que eles não entrariam na Terra
Prometida. Deus então enviou serpentes venenosas entre eles, e quando o povo foi picado, Ele instruiu
Moisés a fazer uma serpente de bronze em um poste. Todos os que olhassem para ela seriam curados.
Da mesma forma, Jesus um dia seria feito pecado e elevado para que todos os infectados pelo veneno
da serpente pudessem receber o remédio salvador para sua condição fatal.
No livro de Números, Moisés fez um censo do povo, mostrando que 40 anos se haviam passado e que a
primeira geração de israelitas havia perecido no deserto, e uma nova geração havia surgido.
Em Deuteronômio, Deus deu novamente a Sua lei a Moisés, e Moisés comissionou a nova geração
enquanto se preparavam para entrar na Terra Prometida. No entanto, Moisés não entraria porque feriu a
rocha, que era uma representação de Cristo. Embora a Terra Prometida fosse um lugar físico para os
israelitas, ela também simbolizava as maiores promessas espirituais de Deus, incluindo a vida eterna e a
comunhão com Ele. Moisés morreu, e Deus mesmo o sepultou em um lugar desconhecido por qualquer
pessoa. Esse sepultamento misterioso e o relacionamento íntimo de Moisés com Deus indicam uma
outra terra além da terra física de Israel. Mas para Israel, seria o novo líder, Josué—cujo nome hebraico é
Yehoshua—que os levaria à Terra Prometida. Isso representa a verdade de que Yeshua (Jesus) seria o
único a nos trazer à verdadeira Terra Prometida, não a Lei.
Josué seguiu fielmente tudo o que Deus ordenou, expulsando os habitantes da terra. No entanto, Israel
não expulsou completamente todos os habitantes, o que mais tarde se tornou um laço para eles. Apesar
de todas as vitórias conquistadas sob a liderança de Josué, e do fato de ele ter sido um tipo de Messias
para Israel, estava claro que Josué não seria aquele que traria uma vitória permanente e duradoura.
257
Após a conquista da terra, ela foi dividida entre as doze tribos de Israel, exceto para a tribo de Levi. Os
levitas foram designados como sacerdotes, e Deus mesmo seria sua herança. Enquanto as outras tribos
receberam terras, um símbolo físico das promessas de Deus, os levitas receberam algo ainda maior—o
serviço direto a Deus e o relacionamento com Ele. Aqui aprendemos novamente que devemos buscar o
celestial em vez do terrestre, e os futuros santos do Novo Testamento devem ser um sacerdócio real
separado para o serviço de Deus.
Foi durante esse período que uma viúva gentia chamada Rute se agarrou à sua sogra Noemi após a
morte prematura de seu jovem marido judeu. Ela insistiu em ficar com Noemi e adotar a fé judaica,
integrando-se ao povo judeu e casando-se com seu parente redentor Boaz. O filho deles, Obede, gerou
Jessé, e Jessé gerou Davi, o futuro rei de Israel.
Deus escolheu Saul e orientou Samuel a ungí-lo como rei, estabelecendo assim Israel como uma
monarquia. Saul iniciou seu reinado com humildade, mas com o tempo, ele se encheu de orgulho e
desobediência, levando Deus a tirar o reino dele e entregá-lo a Davi, um homem segundo o coração de
Deus. Ao contrário de Saul, que experimentou a presença transitória do Espírito de Deus, Davi desfrutou
da presença duradoura do Espírito de Deus durante toda sua vida—uma antecipação da presença
permanente do Espírito Santo na Sua igreja.
Deus fez uma aliança com Davi, prometendo que sua linhagem sempre teria alguém no trono. No
entanto, Davi caiu em pecado, cometendo adultério com Bate-Seba e conspirando para matar o marido
258
dela, Urias. Apesar desses pecados graves, o arrependimento genuíno de Davi e o perdão de Deus
oferecem esperança para todos que buscam perdão por suas transgressões.
O reinado de Davi, embora marcado por sua profunda devoção a Deus, também foi repleto de tristezas
devido às consequências de seus pecados. Sua família foi atormentada por conflitos, e até seu filho
Absalão conspirou contra ele para tomar o trono. Depois que as forças leais a Davi esmagaram a
rebelião, Davi nomeou seu filho Salomão como seu sucessor. Salomão recebeu o privilégio de construir
o Templo, onde a presença de Deus habitaria. Quando Deus apareceu a Salomão em um sonho e lhe
ofereceu um desejo, Salomão humildemente pediu sabedoria. Deus concedeu esse pedido, tornando
Salomão o homem mais sábio que já existiu. A sabedoria e a riqueza de Salomão tornaram-se lendárias.
Contudo, apesar de sua sabedoria, o coração de Salomão se tornou orgulhoso e mundano. Ele
acumulou muitas esposas e concubinas, e a influência dessas mulheres estrangeiras o levou à idolatria,
ao construir altares para seus deuses.
Como consequência da apostasia de Salomão, Deus decidiu dividir o reino após o seu reinado. No
entanto, devido à aliança de Deus com Davi, Ele preservou um remanescente da linhagem de Davi no
trono.
Após a morte de Salomão, seu filho Roboão herdou o trono, mas as dez tribos do norte se separaram sob
a liderança de Jeroboão devido às decisões imprudentes de Roboão. Roboão manteve o controle apenas
sobre as tribos de Judá e Benjamim, que passaram a ser conhecidas simplesmente como “Judá”.
Essa divisão marcou o fim do reino unido de Israel. Nas próximas duas histórias, examinaremos as
histórias separadas do reino do norte (Israel) e do reino do sul (Judá).
Entre esses reis, alguns foram especialmente notórios, nenhum mais do que o rei Acabe e sua esposa
perversa, Jezabel. Deus enviou o profeta Elias para confrontá-los, chamando-os ao arrependimento por
meio de poderosos milagres divinos. No entanto, esses atos de Deus só os enfureceram ainda mais, pois
seus corações permaneceram endurecidos e obstinados. Elias se tornou um símbolo do papel
profético—chamando Israel de volta à fidelidade, se opondo à idolatria e conduzindo o povo ao
arrependimento—antecipando os ministérios de João Batista e Jesus. Antes de Elias ser arrebatado para
o céu em um redemoinho, ele passou seu espírito profético para seu sucessor, Eliseu, assim como Jesus
mais tarde capacitou seus discípulos antes de ascender ao céu.
Apesar dos ministérios proféticos de Elias, Eliseu e outros profetas para o reino do norte—como Jeú,
Micaías, Jonas (que também profetizou para os inimigos assírios de Israel em Nínive), Oséias, Obede e
Naum (que, como Jonas, focaram em Nínive)—Israel permaneceu teimosamente impenitente. Até
259
profetas de Judá, como Amós, Isaías e Miquéias, foram enviados para advertir Israel, mas suas palavras
caíram em ouvidos surdos.
Em 722 a.C., o juízo de Deus finalmente se abateu sobre o reino do norte. O império assírio invadiu,
destruindo completamente Samaria e espalhando as dez tribos por seu vasto império. Essas tribos
perderam suas identidades distintas e nunca retornaram a Israel de maneira documentada e organizada,
embora alguns indivíduos possam ter migrado de volta à terra ao longo dos anos.
12. Cativeiro 2: 2 Reis 18-25, 2 Crônicas 10-16, Daniel 1-6 ~ 586/587 a.C.
Ao contrário das dez tribos do norte, que se afastaram da linhagem de Davi, as tribos do sul de Judá e
Benjamim continuaram a ser governadas por reis da linhagem de Davi. Esses reis eram uma mistura de
governantes bons e maus. Os bons reis incluíam Asa (que reinou 41 anos), Josafá (25 anos), Joás (40
anos), Amazias (29 anos), Azarias (também conhecido como Uzias, 52 anos), Jotão (16 anos), Ezequias
(29 anos) e Josias (31 anos). Juntos, esses reis justos reinaram por aproximadamente 263 anos.
Em contraste, os maus reis—Roboão (17), Abias (3), Jorão (8), Acazias (1), Atalia (6), Acaz (16), Manassés
(55), Jeoacaz (3 meses), Jeoaquim (11), Jeoaquim (3 meses) e Zedequias (11)—reinaram por um total
combinado de cerca de 128,5 anos. Ao longo desses anos, Judá vacilou entre períodos de justiça e
apostasia.
Ezequias, um dos reis mais fiéis, se destacou por sua piedade pessoal, embora isso não se traduzisse
completamente em uma reforma nacional. Quando o profeta Isaías disse a Ezequias que ele morreria e
deveria pôr sua casa em ordem, Ezequias orou, e Deus estendeu sua vida por 15 anos. No entanto, o
reinado prolongado de Ezequias não alterou a direção em que seu filho Manassés se tornaria o pior rei da
história de Judá. Apesar da profecia de Isaías sobre a futura destruição de Jerusalém pela Babilônia,
Ezequias encontrou algum consolo ao saber que isso não aconteceria durante sua vida.
O reinado de Manassés, de 55 anos, afundou Judá em uma idolatria e violência sem precedentes,
incluindo o ato horrível de oferecer seu próprio filho como sacrifício. Após Manassés, seu jovem filho
Josias se tornou rei e descobriu a lei negligenciada de Deus no templo. Ao ouvi-la, Josias percebeu a
extensão da desobediência de Israel. Embora Josias tenha iniciado as maiores reformas da história de
Israel—destruindo até os ídolos que Salomão havia estabelecido—Judá estava irremediavelmente
perdido. O coração do povo permaneceu idólatra, e após a morte de Josias, Judá rapidamente se voltou
para o mal sob uma sucessão de quatro reis ímpios.
Apesar dos avisos dos profetas de Judá: Isaías (que profetizou desde o rei Uzias até Ezequias), Miquéias
(que sobrepôs o tempo de Isaías), Sofonias (que profetizou durante Josias) e Jeremias e Habacuque (que
profetizaram durante os últimos reis de Judá), Israel não mudou sua direção. Finalmente, o juízo de Deus
se abateu sobre Jerusalém por meio do exército babilônico, que destruiu a cidade, incluindo o templo, os
muros e as casas, e levou o povo ao cativeiro por 70 anos.
Durante esse período, Daniel e seus três amigos—Ananias (Sadraque), Misael (Mesaque) e Azarias
(Abede-Nego)—permaneceram firmes em sua fé enquanto serviam ao rei Nabucodonosor. Apesar dos
esforços babilônios para mudar suas identidades socio-religiosas, eles permaneceram fiéis a Deus,
recusando-se a comer carne sacrificada aos ídolos, a se prostrar diante de reis humanos ou a cessar
suas orações e adoração ao Senhor.
260
Deus também usou Daniel para profetizar a sucessão dos impérios: o império babilônico seria sucedido
pelo império persa, que, por sua vez, seria conquistado pelo império grego, e finalmente, o império
romano prevaleceria sobre os gregos. Daniel profetizou que, nos dias do império romano, o reino de
Deus viria.
Além disso, Daniel profetizou que o rei persa permitiria a reconstrução do templo em Jerusalém. A partir
desse decreto, ele previu que, 483 anos depois, o Messias seria revelado, e então, 3,5 anos após Sua
revelação, Ele morreria de forma violenta. Essa morte expiaria o pecado e eliminaria a necessidade de
um templo terreno.
Também, durante esse período, o profeta Ezequiel previu visões do novo templo e da restauração de
Israel.
Durante esse período, um homem chamado Hamã tramou exterminar os judeus em todo o Império
Persa. No entanto, Deus usou Mordecai para descobrir a trama e sua sobrinha Ester (que ele havia
adotado como filha) para frustrá-la e livrar os judeus da destruição.
Apesar do avivamento e das reformas, o povo rapidamente se afastou das leis de Deus mais uma vez.
Zacarias e Malaquias (que foi o último profeta do Antigo Testamento) alertaram sobre as práticas
pecaminosas deles: falsas profecias, idolatria, injustiça social, falta de arrependimento, um sacerdócio
corrupto, infidelidade nos casamentos, divórcios, opressão e infidelidade no culto e nas ofertas.
Malaquias os advertiu sobre a vinda do Messias e a necessidade de se prepararem para Sua chegada.
Esse período, assim como as eras dos juízes e dos reis (tanto unidos quanto divididos), destaca a
inadequação das soluções humanas para lidar com problemas espirituais. Todo esforço político acabou
falhando em estabelecer uma nação que permanecesse fiel ao Senhor.
261
Messias, anunciando um Dia do Senhor caracterizado tanto por julgamento quanto por salvação. Este
Dia seria precedido por um mensageiro vindo no espírito e poder de Elias.
Embora esse período seja frequentemente referido como o período "silencioso" ou "calmo" devido à falta
de revelação profética, ele foi tudo, menos tranquilo. Durante esses quatro séculos, o Império Persa foi
derrubado pelos gregos, levando a um grande conflito entre os judeus e os governantes gregos. Um
evento notável foi a profanação do templo judeu por Antíoco Epifânio, que introduziu ídolos gregos e
sacrificou um porco no altar—uma profanação profetizada pelo profeta Daniel.
Em resposta a tal opressão, os judeus se revoltaram, o que ficou conhecido como a Revolta dos
Macabeus. Esse período gerou livros históricos encontrados no Apócrifo, que, embora não sejam
considerados divinamente inspirados devido a vários erros e inconsistências, oferecem valiosos insights
sobre essa era.
Ao mesmo tempo, Deus concedeu à parente de Maria, Isabel, e ao seu esposo Zacarias, um sacerdote,
um filho na sua velhice. O filho deles, João, foi cheio do Espírito Santo ainda no ventre e saltou de alegria
diante da presença de Jesus quando as duas mães grávidas se encontraram.
De acordo com o profeta Isaías, este Messias recém-nascido carregaria o governo sobre Seus ombros,
com um reino que se expandiria incessantemente e traria paz à terra. Apesar de Sua linhagem real da
casa de Davi, Seu nascimento foi marcado pela humildade, ocorrendo em uma estrebaria na pequena
cidade de Belém, como profetizado por Miquéias. Não havia lugar para o Rei dos Reis e Senhor dos
Senhores, mesmo em Seu nascimento.
No entanto, a chegada humilde de Jesus foi anunciada por anjos aos pastores próximos, que vieram
adorá-Lo. Ele foi apresentado no templo, onde Simeão, fielmente aguardando a redenção de Israel, O
reconheceu como o Messias. A profetisa Ana, uma viúva devota que servia a Deus dia e noite, também
reconheceu e abençoou a criança.
A identidade de Jesus foi reconhecida não apenas por alguns dos fiéis de Israel, mas também por sábios
ricos do distante Oriente. Seguindo uma estrela no céu, esses sábios embarcaram em uma longa
jornada do Oriente—direção de onde Adão e Eva foram expulsos do Éden—como que simbolicamente
262
retornando à presença de Deus. Eles trouxeram presentes que significavam Sua realeza (ouro),
divindade (incenso) e sofrimento iminente (mirra).
Embora poucos tenham reconhecido Jesus como o rei prometido, Satanás o fez. Através do rei Herodes,
ele tentou destruí-Lo. Após visitar Jesus, os sábios foram instruídos em um sonho a evitar Herodes e
voltar para casa por outro caminho. Enquanto isso, José foi avisado em um sonho para fugir para o Egito
com Maria e Jesus. Enfurecido pela evasão dos sábios, Herodes ordenou o massacre de todas as
crianças do sexo masculino em Belém para eliminar o Messias. No entanto, Jesus, como Moisés antes
Dele, foi poupado. Após a morte de Herodes, José e Maria retornaram a Israel, cumprindo a profecia de
que o Filho de Deus seria chamado do Egito. Eles se estabeleceram em Nazaré, onde Jesus cresceu em
sabedoria e estatura, cumprindo a profecia de que Ele seria chamado nazareno.
O único outro evento registrado de Sua infância é aos doze anos, quando foi encontrado no templo,
maravilhando os mestres judeus com Seu profundo entendimento da lei. Depois disso, Jesus continuou
como carpinteiro, provavelmente trabalhando em Nazaré até cerca dos 30 anos, quando iniciou Seu
ministério público.
Esta é a história milagrosa da encarnação do Cristo: O Filho de Deus assumiu a carne humana e viveu
entre nós como Emanuel, Deus conosco. Totalmente Deus e totalmente humano, Ele cresceu no mundo
com pais e irmãos terrenos, mas era o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores e estabeleceria um reino que
sucederia onde todos os outros falharam. Ele traria paz entre Deus e a humanidade—uma paz que, por
fim, traria paz à terra.
16. Começa – (Mateus 3-20:16; Marcos 1-10:31; Lucas 3-18:30; João 1-10) – ~26-29 d.C.
Após João Batista crescer, ele começou a pregar no espírito e poder de Elias, conforme Malaquias havia
profetizado. Assim como Elias, João emergiu do deserto, chamando o povo ao arrependimento e
avisando que o tempo estava próximo para a chegada do Senhor. Ele os exortou a se prepararem para o
Dia do Senhor, que traria julgamento por fogo para uns e salvação através do batismo do Espírito para
outros.
Quando chegou o momento de Jesus começar Seu ministério público, Ele foi se batizar por João no rio
Jordão. Quando Jesus se aproximou, João O identificou publicamente como “o Cordeiro de Deus que tira
o pecado do mundo.” Ele disse ao povo que Jesus era aquele de quem ele havia dito que não era digno
nem de desatar a correia de Suas sandálias. Quando Jesus foi batizado, o Espírito Santo desceu sobre
Ele como uma pomba, e uma voz do céu declarou: “Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo.”
Após Seu batismo, Jesus começou a chamar discípulos para segui-Lo. Assim como Israel foi fundado
nas 12 tribos, Jesus fundaria o novo Israel sobre 12 discípulos. Ele começou a ensinar e proclamar que o
reino dos céus estava “perto” e que ele pertencia àqueles como as crianças pequenas, os pobres de
espírito, os mansos, os que desejam justiça, os misericordiosos, os puros de coração e os pacificadores.
Jesus também ensinou que Seu reino não era deste mundo, mas que Ele estava no meio deles.
Jesus ensinava o povo com autoridade e revelou o verdadeiro significado da Lei do Antigo Testamento.
Assim como Moisés foi o grande legislador de Israel, Jesus foi o grande re-doador da Lei, cuja autoridade
até transcendia a de Moisés, pois Ele trouxe o cumprimento real da Lei. Ele Se declarou maior do que o
sábado e ensinou a verdadeira intenção da Lei: que devemos amar a Deus com todo o nosso ser e amar
o próximo como a nós mesmos. Enquanto Deus forneceu a Israel o maná do céu e água da rocha através
263
de Moisés, Jesus Se declarou como o Pão da Vida que desceu do céu e a Rocha que dá água viva.
Enquanto os milagres de Moisés sustentaram a vida física, Jesus é a provisão que sustenta tanto a vida
física quanto a espiritual.
Durante a Festa das Luzes, quando Israel celebrava o pilar de fogo que os guiava, Jesus Se declarou
como a luz do mundo. Ele também afirmou que toda a Lei e os Profetas falavam Dele. Ele ousadamente
afirmou: “Antes que Abraão existisse, Eu Sou,” e declarou que quem O vê, vê também o Pai.
Jesus também realizou muitos milagres que afirmaram Suas alegações divinas, abrindo os olhos dos
cegos, fazendo os mudos ouvirem, os coxos andarem e ressuscitando os mortos. Apesar de tudo isso, os
corações de muitos, especialmente dos líderes religiosos, permaneceram endurecidos, e eles
procuraram matá-Lo. Devido à sua incredulidade, Jesus frequentemente ocultava Sua identidade deles,
revelando-a apenas através de parábolas.
Ao longo desses três anos de ministério, a tensão entre Jesus e os líderes religiosos continuava a crescer,
enquanto a multidão permanecia volúvel de um dia para o outro, e os discípulos continuavam a ser
preparados para a partida de Jesus.
17. Cruz – (Mateus 20:17-28; Lucas 18:31-24; veja também Marcos 10:32- Marcos 15 e João 11-21)
~29 d.C.
À medida que a tensão entre Jesus e os líderes judeus aumentava, Jesus entrou em Jerusalém pela
última vez, plenamente ciente de que em breve daria Sua vida na cruz. Ele entrou montado em um
jumento, cumprindo a profecia e simbolizando que Ele é um Rei que traz paz. As multidões estenderam
ramos de palmeira diante d'Ele e clamaram: “Hosana!” (que significa "Salva-nos agora!").
Jesus então contou uma parábola sobre um banquete de casamento, onde os primeiros convidados não
compareceram (representando os judeus que O rejeitaram), e o convite foi estendido a outros
(simbolizando os gentios). Ele também pronunciou sete woes sobre Jerusalém, condenando-os por sua
culpa no derramamento do sangue dos profetas. Ele profetizou que uma destruição total viria sobre
Jerusalém dentro daquela geração, declarando que nem uma pedra seria deixada sobre outra. Essa
destruição também significaria a vinda de Seu reino.
Durante Sua última refeição da Páscoa com Seus discípulos, Jesus previu Sua traição e morte, e instituiu
a prática da comunhão, para ser observada em Sua memória. Após a refeição, Ele levou Seus discípulos
ao Jardim do Getsêmani para orar. Lá, em grande angústia sobre os eventos futuros, Jesus suou gotas de
sangue, enquanto Seus discípulos, dominados pelo cansaço, adormeceram.
Logo depois, uma multidão chegou, e Jesus foi traído por Judas com um beijo. Quando Jesus foi preso,
Pedro sacou a espada e cortou a orelha de um homem, mas Jesus, sabendo que deveria cumprir Sua
missão, curou o homem e disse a Pedro para guardar a espada.
264
Jesus foi levado pelos líderes judeus, onde foi zombado e abusado antes de ser levado às autoridades
romanas. Embora os romanos não encontrassem culpa Nele, os líderes judeus exigiram Sua
crucificação. Após ser flagelado com 39 chicotadas, Jesus foi forçado a carregar Sua própria cruz até o
Gólgota. Enfraquecido pela perda de sangue e pelas pancadas, Ele caiu sob o peso da cruz, e Simão de
Cirene foi compelido a ajudá-Lo a carregá-la até o fim.
No Gólgota, Jesus foi pregado na cruz entre dois criminosos. A um deles, que expressou fé Nele, Jesus
prometeu: "Hoje estarás comigo no paraíso." Quando Sua morte se aproximava, Jesus se desidratou e,
em Sua sede, foi oferecido vinho azedo misturado com mirra — uma bebida destinada a aliviar a dor —,
mas Ele recusou após prová-la. Naqueles momentos finais, Jesus carregou o pecado e o sofrimento do
mundo, fazendo com que o Pai Se afastasse, deixando-O sentir-se completamente abandonado.
Em Seu sacrifício, Jesus tornou-Se pecado por nós para que pudéssemos nos tornar justos pela fé em
Seu nome. Ele foi o Cordeiro sacrificial perfeito, sem mancha nem defeito, que cumpriu toda a Lei e foi
imolado em nosso lugar. Esse sacrifício foi prefigurado pela oferta de Isaque, a primeira Páscoa e a
serpente de bronze levantada no deserto. Nesta segunda Páscoa, que ocorreu exatamente como
profetizado, a ira de Deus contra o pecado foi derramada de uma vez por todas. Pelas Suas feridas e
sofrimentos, somos curados. Assim como o pecado entrou no mundo por meio de Adão e se espalhou
para todos os homens, agora, por meio da justiça do segundo Adão, a justificação da vida está disponível
para todos através dessa grande troca.
Ao morrer, Jesus declarou: “Está consumado,” e entregou Seu espírito ao Pai, expirando o último suspiro.
Nesse momento, trevas cobriram a terra, e o véu do templo foi rasgado de alto a baixo, significando que o
acesso direto ao Pai agora era possível através da obra de Jesus.
Jesus foi então retirado da cruz e sepultado no túmulo de José de Arimateia, que foi guardado por uma
escolta de soldados romanos. No terceiro dia, Jesus ressuscitou dos mortos, provando não apenas que
Ele era quem dizia ser, mas também que Ele tem poder para nos dar vida e, um dia, nos ressuscitar dos
mortos.
Quando Seus seguidores chegaram ao túmulo, encontraram a pedra removida e o túmulo vazio. Jesus
então apareceu a Seus discípulos e seguidores nos 40 dias seguintes, chegando até a aparecer para até
500 pessoas ao mesmo tempo. Ele os instruiu a cumprir a Grande Comissão: fazer discípulos de todas
as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e assegurou-lhes que estaria com
eles nessa obra até o fim dos tempos.
Na Sua ascensão, Jesus foi apresentado com um trono para que todas as pessoas O servissem. Ele
então se assentou à destra do Pai no trono de Davi, onde agora aguarda até que todos os Seus inimigos
se tornem um estrado para Seus pés.
A partir desse momento, a Igreja começou a crescer, começando em Jerusalém e se espalhando por
toda a Judeia e Samaria. O Espírito Santo então separou Paulo (que havia sido miraculosamente
convertido) e Barnabé para uma jornada missionária para levar o Evangelho a todo o Império Romano.
Durante esse tempo, o Espírito Santo foi derramado sobre os gentios, e o Evangelho continuou a
alcançar tanto judeus quanto gentios.
Deus prometeu o sucesso dessa missão, assegurando que ela permeasse o mundo inteiro, assim como
o fermento se espalha por toda a massa. Jesus também prometeu que as portas do inferno não
prevaleceriam contra a Igreja nesta missão. À medida que as terras distantes aguardam a chegada das
justas leis de Deus e que as nações ímpias sejam julgadas com um cetro de ferro, o Evangelho continua
a avançar, subjugando todos os inimigos sob os pés de Jesus.
19. Cativeiro 3 (Mateus 24; Romanos 11, Apocalipse) ~70 d.C. - 1948
À medida que o Evangelho se espalhava pelo Império Romano, Paulo completou suas três jornadas
missionárias, plantando inúmeras igrejas e escrevendo muitas epístolas, que agora fazem parte do Novo
Testamento. Durante este período, Jerusalém experimentou crescente agitação, incluindo fomes,
terremotos e crescente instabilidade, afetando particularmente a população judaica. Os judeus se
rebelaram contra o Império Romano, e, com a destruição iminente, havia uma incredulidade
generalizada de que a grande cidade poderia cair. No entanto, a comunidade cristã, atendendo aos
avisos proféticos, reconheceu os sinais dos tempos. De acordo com registros históricos de Joséfo,
nenhum cristão estava presente na cidade no momento de sua destruição, devido ao conhecimento da
profecia.
Em contraste, os judeus que rejeitaram o Messias enfrentaram um massacre horrível. Mais de um milhão
de judeus foram mortos enquanto Roma sitiava a cidade por três anos e meio (42 meses), cortando os
suprimentos de comida e água, levando à extrema desespero, incluindo o canibalismo. Como
profetizado, a devastação foi inigualável e nunca será igualada.
A destruição de Jerusalém e de seu templo marcou o fim de uma era, abrindo caminho para o
estabelecimento de uma Nova Jerusalém superior — uma realidade espiritual que engloba todos os que
têm fé em Jesus, tanto judeus quanto gentios. Esta nova cidade possui um templo superior, construído
de pedras vivas, fundado em Cristo e nos apóstolos, com os santos como suas pedras vivas. Nesta Nova
Jerusalém, Jesus mesmo serve como o sumo sacerdote, intercedendo por Seu povo. Seus seguidores
recebem o sacerdócio real e o status de co-herdeiros, reinando com Ele. A cidade é iluminada pela
presença de Jesus, adornada com ruas de ouro e pedras preciosas, e um rio da vida flui de seu centro.
Essa restauração a um estado semelhante ao Éden significa o cumprimento da Nova Aliança em Cristo,
alcançando o que os reinos terrenos anteriores não conseguiram. Apesar da destruição de Jerusalém,
Deus preservou um remanescente de Israel, como prometido por Moisés, pelos profetas e pelo apóstolo
Paulo. Este remanescente é profetizado para ser reunido e enxertado de volta na mesma árvore espiritual
266
na qual os gentios foram enxertados. De maneira notável, em 1948, Deus cumpriu essa profecia
reunindo judeus de todo o mundo e restabelecendo-os como uma nação em Israel. Paulo também
previu que os judeus se tornariam invejosos da nação que recebeu o Evangelho, levando-os à fé em
Cristo Jesus, para que todo o Israel fosse salvo.
No fim, Jesus retornará da mesma maneira que ascendeu. No Seu retorno, Ele separará os ímpios de Seu
Reino, sentenciando-os a um castigo eterno — um lugar de choro, ranger de dentes, fogo, enxofre,
tormento e trevas exteriores, afastados da presença do Senhor. Este dia de julgamento também incluirá
a ressurreição de todos os que estão em seus túmulos, que ressurgirão para enfrentar o julgamento final.
Neste grande dia, aqueles que creram em Seu nome receberão a vida eterna. Os crentes falecidos
receberão corpos ressuscitados, e aqueles que estiverem vivos na Sua vinda passarão por uma
transformação; seus corpos serão mudados num piscar de olhos, e serão dotados de imortalidade. Esta
transformação erradicará o último inimigo, a morte, que será abolida para sempre. Jesus então entregará
Seu Reino a Deus Pai, e estaremos com o Senhor por toda a eternidade.
267
Atividades Sugeridas
Capítulo 1:
• Escreva um resumo do que Deus fez em cada um dos sete dias da criação e faça um desenho para
acompanhá-lo.
• Desenhe uma imagem de como você imagina que o Jardim do Éden era, com base na descrição dada
em Gênesis capítulos 1–2. (Observe os detalhes fornecidos sobre os rios e a geografia.)
• Pesquise e escreva uma redação de uma página sobre o significado do nome "Gênesis" e explique,
com suas próprias palavras, por que a história da criação é uma história de "começos".
• Pesquise e escreva uma redação de 2 a 5 páginas sobre a importância de acreditar em um relato literal
da criação. Quais seriam as implicações teológicas se o pecado tivesse entrado no mundo depois da
morte, em vez de antes? Como isso se relaciona com a razão pela qual Jesus teve que morrer?
Capítulo 2:
• Pesquise e escreva uma redação de duas páginas, com suas próprias palavras, sobre por que Adão e
Eva pecaram. Qual foi a raiz do pecado deles? De que maneira isso é semelhante às nossas escolhas de
pecar hoje?
• Pesquise e escreva uma redação de duas páginas sobre a primeira promessa de Cristo e como ela foi
cumprida.
• Pesquise e escreva um texto explicando o que é a morte (tanto espiritual quanto física). Liste
referências bíblicas para apoiar suas ideias.
• Pesquise e escreva uma redação de três páginas explicando o que é uma mentira e por que devemos
falar a verdade. (Algumas reflexões: Quais são algumas formas mais sutis de mentir? É possível
mentirmos para nós mesmos? Justifique suas respostas com apoio bíblico.)
• Pesquise e escreva uma redação de quatro páginas explicando quem eram os nefilins. Quais são as
diferentes interpretações geralmente apresentadas? Qual interpretação você favorece e por quê?
Capítulo 3:
• Faça um modelo da arca, seguindo a descrição e as proporções dadas no relato de Gênesis. Preste
atenção aos detalhes arquitetônicos mencionados no texto.
• Pesquise 10 animais que estavam na arca e que agora estão extintos. Dê uma breve descrição de cada
um e forneça uma imagem ou desenho de cada um. Por que você acha que os dinossauros foram
extintos após o dilúvio?
• Pesquise e escreva uma redação de três páginas explicando quais evidências geológicas existem para
um dilúvio mundial.
• Pesquise e escreva uma redação de três páginas explicando como sabemos que os dinossauros não
podem ter milhões de anos. Eles são mencionados na Bíblia? Existem outras evidências de que viveram
ao lado dos humanos?
Capítulo 4:
• Desenhe uma imagem de como você imagina que a Torre de Babel era.
• Explique, com suas próprias palavras, por que Deus confundiu as línguas na Torre de Babel. Qual foi o
268
propósito de Deus ao fazer isso? O que poderia ter acontecido se Ele não o tivesse feito?
• Pesquise e escreva uma redação de três páginas explicando o que é o humanismo e quais são os seus
erros.
Capítulo 5:
• Pesquise e escreva uma redação de duas páginas explicando como a história de Abraão oferecendo
Isaque se assemelha à história de Jesus.
• Pesquise e escreva uma redação de duas páginas explicando qual foi a aliança de Deus com Abraão e
como ela foi cumprida.
• Pesquise e escreva uma redação de duas páginas explicando por que Gênesis 15:6 pode ser chamado
de o primeiro evangelho.
• Desenhe um mapa das viagens de Abraão.
Capítulo 6:
• Escreva um resumo do que Deus fez em cada uma das dez pragas e faça um desenho para
acompanhá-lo. Como a última praga foi diferente das outras?
• Pesquise e escreva uma redação de duas páginas sobre como a Páscoa era simbólica de Jesus e como
Ele a cumpriu.
• Pesquise e escreva uma redação de 2 a 5 páginas sobre os diferentes nomes de Deus e seus
significados.
• Pesquise e escreva uma redação de 2 a 5 páginas explicando em que dia da semana Jesus morreu e
ressuscitou. Inclua uma explicação sobre as diferenças nos relatos dos evangelhos e como elas podem
ser harmonizadas, apesar das aparentes contradições.
Capítulo 7:
• Faça sua própria réplica dos Dez Mandamentos. Use argila, madeira, papelão, papel ou outro material.
Seja criativo!
• Escreva, com suas próprias palavras, cada um dos Dez Mandamentos e qual era o seu propósito.
Explique como Jesus os resumiu.
• Pesquise e escreva uma redação de 2 a 5 páginas explicando as semelhanças entre Jesus e Moisés.
• Pesquise e escreva uma redação de 2 a 5 páginas sobre o que a Bíblia ensina sobre reclamar. Inclua
versículos que ajudem a evitar essa atitude.
Capítulo 8:
• Pesquise e escreva sobre a antiga cidade de Jericó. Inclua um desenho de como você imagina que ela
era, baseado em sua pesquisa.
• Desenhe um mapa da Terra Prometida e adicione notas com setas indicando o caminho que Israel
percorreu para conquistá-la. Desenhe um segundo mapa da Terra Prometida, dividindo-o nas regiões
atribuídas a cada uma das tribos. Use uma cor diferente para cada tribo.
• Pesquise e escreva um texto de 1 a 2 páginas sobre o tema "não tenha medo" no livro de Josué. Por que
você acha que esse foi um tema central do livro?
• Pesquise e escreva uma redação de duas páginas sobre a herança dos levitas. Por que eles não
269
receberam uma herança? Qual significado isso pode ter no contexto mais amplo das Escrituras, e o que
isso pode implicar para nós?
Capítulo 9:
• Escreva uma redação de duas páginas sobre qual juiz você acha que foi o melhor entre todos os juízes.
Por quê? Justifique sua escolha. Analise sua personalidade e seu caráter com base no texto.
• Pesquise sobre "O Anjo do SENHOR" no Antigo Testamento e escreva uma redação de três páginas
explicando quem Ele era.
• Escreva uma redação de uma página sobre o ciclo dos juízes. O que é esse ciclo que as nações tendem
a repetir e por quê?
Capítulo 10:
• Pesquise diferentes tipos de fundas e decida qual modelo você acha que mais se parecia com a que
Davi usou. Se seus pais permitirem, construa uma funda e tente usá-la sob a supervisão deles, em um
local seguro. Compartilhe o que aprendeu.
• Faça um modelo do Templo de Salomão, seguindo a descrição dada na Escritura.
• Escreva uma redação de 2 a 3 páginas discutindo a beleza do templo e os detalhes e a habilidade
empregados em sua construção. Por que você acha que Deus ordenou que ele fosse construído dessa
maneira? Como a arquitetura das igrejas mudou ao longo do tempo? Você acha que as igrejas hoje
devem ser ornamentadas? Por quê?
• Escreva uma redação de 2 a 3 páginas discutindo a queda de Salomão. Por que você acha que ele se
afastou do Senhor? O que podemos aprender com sua história e como podemos nos proteger de nos
afastarmos de Deus? Inclua referências bíblicas úteis.
Capítulo 11:
• Pesquise e escreva uma redação de 3 a 4 páginas sobre a Assíria, sua cultura e práticas. Discuta as
interações que Israel teve com os assírios na Bíblia.
• Escreva uma redação de 2 a 3 páginas sobre Elias e sua vida como profeta.
• Pesquise e escreva uma redação de 2 a 3 páginas explicando como Elias representou o ofício profético
no Antigo Testamento e os paralelos entre Elias/Eliseu e Jesus/seus discípulos. Qual é o significado
disso? Qual é o significado de Elias aparecer com Jesus no Monte da Transfiguração?
Capítulo 12:
• Pesquise e escreva uma redação de 3 a 4 páginas sobre a Babilônia, sua cultura e práticas. Discuta as
interações que Israel teve com os babilônios na Bíblia.
• Escreva uma redação de 2 a 3 páginas defendendo quais foram, na sua opinião, os três melhores reis
na história de Israel (antes e depois da divisão). Defenda suas escolhas e explique por que cada um
entrou na sua lista. Qual dos três é o melhor e por quê?
• Faça uma linha do tempo/mapa mental detalhado de todos os reis de Israel. Comece com Saul e
continue pelos reinos divididos de Israel e Judá. Inclua datas, eventos importantes e profetas que
profetizaram para cada rei.
• Pesquise e escreva uma redação de 3 a 4 páginas sobre os falsos deuses adorados pelas sociedades
270
pagãs durante o período dos reis (inclua os deuses dos impérios assírio e babilônico, bem como de
outras nações vizinhas em Canaã).
Capítulo 13:
• Pesquise e escreva uma redação de 3 a 4 páginas sobre a Pérsia, sua cultura e práticas. Discuta as
interações que Israel teve com os persas na Bíblia.
• Pesquise sobre o Primeiro Templo, o Segundo Templo e o Terceiro Templo (Templo de Herodes). Quais
foram as diferenças entre eles? Escreva uma redação de 2 a 3 páginas explicando a história e as
transformações do templo.
• Escreva uma redação de 2 a 5 páginas sobre o que podemos aprender com Daniel e seus amigos
vivendo na Babilônia e seguindo ao SENHOR, mesmo sendo contra a cultura da época. Como eles
mantiveram sua identidade e permaneceram fiéis quando foram incentivados a seguir práticas
babilônicas ímpias?
• Pesquise e escreva uma redação de 3 a 4 páginas sobre a liderança de Esdras e Neemias e o que
podemos aprender com eles.
Capítulo 14:
• Pesquise os profetas e faça uma linha do tempo incluindo uma breve descrição do trabalho de cada
um.
• Pesquise a literatura sapiencial e faça uma linha do tempo de quando cada livro foi escrito. Inclua uma
breve descrição de cada um.
• Pesquise e escreva uma redação de 3 a 4 páginas sobre os eventos que ocorreram entre o fechamento
do Antigo Testamento e o início do Novo Testamento. Por que esse período é chamado de "Período do
Silêncio" ou "Período Intertestamentário"? A Bíblia contém alguma profecia que previu o que aconteceria
nesse tempo? Se sim, quais?
• Pesquise e escreva uma redação de 3 a 4 páginas sobre os livros apócrifos, incluindo um breve resumo
de cada um. Qual é a história de quando eles foram adicionados à Bíblia Católica? Você acha que eles
deveriam ser incluídos na Bíblia? Por quê?
Capítulo 15:
• Escreva uma redação de 1 a 2 páginas sobre quem visitou Jesus (e quando) e o que foi representado
por sua vinda. Quem reconheceu a unção sobrenatural sobre a vida dEle em sua infância? Como
devemos responder à chegada de Jesus?
• Escreva uma redação de 2 a 5 páginas sobre quais profecias foram cumpridas pelo nascimento de
Cristo.
• Escreva uma redação de 2 a 3 páginas sobre o milagre da Encarnação e sua importância.
• Pesquise e escreva uma redação de 3 a 4 páginas sobre as tradições cristãs que se desenvolveram ao
longo dos anos na celebração do Natal e seu significado. Por que 25 de dezembro foi escolhido para
celebrar o nascimento de Jesus, mesmo que provavelmente não seja a data correta?
Capítulo 16:
• Faça uma lista de todos os milagres que Jesus realizou nos evangelhos.
• Compile uma harmonia dos evangelhos, tentando juntar todas as histórias dos quatro evangelhos em
271
uma única narrativa. Tente colocar os eventos em ordem cronológica e anote quais referências de cada
evangelho se aplicam a cada evento.
• Pesquise e escreva uma redação de 3 a 4 páginas sobre o conflito entre Jesus e os líderes religiosos e a
crescente tensão que levou à crucificação.
Capítulo 17:
• Crie uma representação artística de uma cruz. Pode ser um modelo (feito de argila, madeira ou outro
material) ou uma imagem, como uma colagem, pintura, desenho, etc. (Seja criativo!) Escolha um
versículo para a sua arte e deixe-o servir como um memorial para lembrar o que Jesus fez na cruz.
• Pesquise e escreva uma redação de 3 a 4 páginas conciliando os diferentes relatos da crucificação e
ressurreição nos evangelhos. Explique como os diferentes detalhes nos relatos não são contraditórios,
mas sim perspectivas diferentes do mesmo evento. Como eles podem ser harmonizados?
• Pesquise e escreva uma redação de 3 a 4 páginas sobre como a crucificação e ressurreição cumpriram
profecias feitas centenas de anos antes no Antigo Testamento. Quais são algumas das profecias mais
precisas e de que maneira foram cumpridas?
Capítulo 18:
Capítulo 19:
• Pesquise como era Jerusalém nos dias de Jesus e desenhe um mapa da cidade. Crie uma imagem de
como o templo provavelmente se parecia.
• Pesquise e escreva uma redação de 3 a 4 páginas sobre a destruição de Jerusalém. Use fontes bíblicas
e extrabíblicas para registrar os detalhes principais do evento. Além disso, discuta as tensões entre os
judeus e Roma e os motivos que levaram à destruição.
• Pesquise e escreva uma redação de 2 a 3 páginas sobre as profecias do Antigo e Novo Testamento a
respeito da destruição de Jerusalém. Como esse evento foi diferente da destruição do templo pelos
babilônios?
Capítulo 20:
• Crie um livro de 20 páginas, com cada página representando uma das 20 histórias em ordem
sequencial. Cada página deve incluir um título e uma breve descrição.
• Faça uma linha do tempo das "20 C’s" (20 eventos-chave), incluindo uma descrição detalhada de cada
evento. Faça-a grande e artística, adicionando imagens, tabelas, etc. Seja criativo!
• Escreva uma redação de 5 páginas sobre a História da Redenção. Conte, com suas próprias palavras, a
história da redenção e como o plano de Deus foi revelado ao longo da história.
• Reflexão Final: O que você aprendeu com este estudo? Como isso impactará sua vida no futuro? Como
ajudará a fortalecer sua fé e a compartilhar a história da redenção com os outros?
272