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Constituição do júri:
outubro, 2022
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Agradecimentos
Mais uma etapa concluída. Se perante todas as adversidades, por momentos achei que
não fosse capaz, hoje devo agradecer a todas as pessoas que direta ou indiretamente
acompanharam todo o meu percurso académico. No início achei que seria difícil de concluir, no
entanto consegui!
Agradeço ao meu orientador, Professor Daniel Roque Gomes, por toda a disponibilidade
e ajuda prestada, não esquecendo também todos os docentes envolvidos da ESEC e da ESTGOH.
Um obrigado especial à minha família, ao meu pai, ao meu irmão e à minha madrinha
que em momento algum me deixaram desistir.
Por fim quero agradecer a todos os meus amigos, principalmente à Rosa pela
generosidade e toda a ajuda prestada ao longo de toda esta caminhada.
4
A Comunicação Interna perante a Intenção de Turnover dos Colaboradores
Nesta pesquisa foi utilizada uma amostragem aleatória simples constituída por 256
colaboradores de organizações variadas, e que voluntariamente responderam ao questionário
divulgado em redes sociais. Após o tratamento dos dados através do software IBM SPSS
Statistics, foram obtidos os seguintes resultados: a Comunicação Interna parece ser relevante
junto das atitudes e intenção de comportamentos dos colaboradores, tais como a Implicação
Afetiva e a Intenção de Abandono Voluntário da Organização/Intenção de Turnover; A
Comunicação Interna está associada significativamente e negativamente à Intenção de
Abandono da Organização; A Comunicação Interna está associada significativamente e
positivamente à Implicação Afetiva; A Implicação Afetiva exerce um efeito de mediação na
relação entre a Comunicação Interna e a Intenção de Abandono.
Por fim, foram apresentadas reflexões críticas sobre o tema, debatidas as implicações e
limitações deste estudo e as indicações possíveis para futuras investigações.
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Internal Communication regarding Employee Turnover Intention
Abstract: The present work aims to understand the impact of Internal Communication
with the intention of abandoning employees. More specifically, we intend to study how (1)
Internal Communication is associated with the intention of voluntary abandonment of the
organization as (2) Internal Communication is associated with Affective Involvement and
Whether (3) Affective Involvement exerts a mediating effect on the relationship between
Internal Communication and Intention to Abandon.
In this research, a simple random sample was used, consisting of 256 employees from
different organizations, who voluntarily answered the questionnaire published on social
networks.
In this research, a simple random sampling was used consisting of 256 employees from different
organizations, who voluntarily answered the questionnaire posted on social networks. After
processing the data through the IBM SPSS Statistics software, the following results were
obtained: Internal Communication seems to be relevant with the attitudes and intention of the
employees’ behaviors, such as the Affective Implication and the Intention of Voluntary
Abandonment of the Organization/ Intention to Turnover; Internal Communication is
significantly and negatively associated with the Organization`s Intention to Leave; Internal
Communication is significantly and positively associated with Affective Implication; The
Affective Implication has a mediating effect on the relationship between Internal
Communication and the Intention to Quit.
Finally, critical reflections on the topic were presented, the implications and limitations
of this study were discussed, as well as possible indications for future investigations.
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Índice
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Lista de Figuras
Lista de Gráficos
Gráfico 1 - Género dos inquiridos -------------------------------------------------------------------------- 29
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Média, desvio-padrão e os coeficientes -------------------------------------------------- 33
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CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
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Na era atual do conhecimento e da globalização, em que a economia funciona num ritmo
acelerado, sendo cada vez mais difícil prever o futuro próximo, as pessoas podem ser um fator
diferenciador e um pilar da sustentabilidade das organizações. (Mazur, 2015; Savanevičienė et
al., 2017). As organizações enfrentam constantes incertezas à medida que vão crescendo nos
seus negócios, e aceitando os vários desafios que vão aparecendo. Sobre um leque enorme de
opções e desafios que as mesmas enfrentam, hoje, deparam-se com uma realidade nunca antes
vista e que as obriga a trabalhar e a adaptarem-se diretamente sobre um território sem
precedentes, intitulado de COVID-19 (Carnevale et al., Hatak, 2020).
O teletrabalho era iminente, mas a pandemia fez uma compulsão. Esta mudança teve um
profundo impacto não só na forma como as organizações operam, mas também na relação entre
empregados e empregadores (Lambert, 2020).
Para as organizações não é suficiente ter uma comunicação interna eficaz, se esta não
permitir o sentimento de comprometimento afetivo dos colaboradores e consequentemente a
vontade dos colaboradores em permanecer na organização. Entre outras variáveis, a intenção
de turnover relaciona-se com o comprometimento dos colaboradores, sendo que quanto maior
a intenção de turnover, menor o comprometimento do colaborador com a organização (Griffeth,
et al., 2000; Huang, et al., 2007).
10
desenvolver determinados objetivos ou resultados que sejam desejados e procurados. Nunes
(2011, pág. 4) refere que “as organizações bem-sucedidas contam com pessoas competentes
que sabem transformar as suas aptidões em valor acrescentado, o que pressupõe uma paixão
por aquilo que fazem e pelo ambiente organizacional em que se inserem”.
É crucial que os colaboradores que estejam afetivamente ligados ao seu trabalho e à sua
organização, e que a percecionam enquanto uma organização positiva e socialmente
responsável, têm também uma imagem mais positiva da própria organização (Sayğan, 2011).
11
CAPÍTULO 2 – REVISÃO DA LITERATURA
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2.1. Comunicação Interna
Para Beirão (2008), à Comunicação Interna atribuem-se muitas funções, desde as mais
elementares, como a transmissão da informação, às mais elaboradas, como envolver e motivar
os colaboradores. Estas funções têm de ser mais ou menos desenvolvidas de acordo com a
realidade de cada organização, e quando bem geridas e aplicadas, podem ajudar a promover a
competitividade da organização. Assim, partindo do princípio de que a Comunicação Interna
promove a competitividade da organização, vários autores atribuíram-lhe principais funções. No
pressuposto de simplificação da informação seguidamente apresentada, as funções da
Comunicação Interna serão analisadas de acordo com o efeito que produzem no individuo, no
grupo e na organização (Beirão, 2008).
Villafañe (1998), defende que na organização são três os princípios fundamentais que
regem a função da Comunicação Interna: a sua integração na gestão da empresa; a avaliação
permanente do clima interno; a adoção de uma perspetiva estratégica. Desta forma, o autor
realça a importância da função da Comunicação Interna e o seu impacto estratégico no
funcionamento da organização. Todos os autores apresentados consideram que cada função da
Comunicação Interna não atua de forma isolada, sendo que todas as funções se completam para
atingir uma maior eficácia e eficiência da Comunicação Interna na Organização.
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coesão. Nesta perspetiva, foram definidas seis formas estratégicas para alcançar o objetivo
central: (1) restaurar a confiança em torno da identidade da empresa; (2) promover o
conhecimento da empresa por todos; (3) informar cada colaborador de forma adaptada às suas
necessidades de informação; (4) desenvolver o reflexo da comunicação junto dos quadros
superiores das chefias; (5) favorecer meios de expressão dos colaboradores; (6) dar a conhecer
as iniciativas e sucessos das equipas de trabalho.
Segundo Westphalen (1992), a comunicação interna tem como algumas das suas
principais funções as de facultar e facilitar a compreensão de fatores técnicos e humanos, bem
como as contrariedades e as obrigações dos funcionários, de desencorajar a deturpação de
factos, a construção de rumores e de boatos e a consequente informação falsa que provocam a
diminuição de eficácia do/no trabalho (Kunsh, 2003, cit por Rego, 2007). Em simultâneo, permite
que os funcionários compreendam a organização onde estão inseridos contribuindo para a
construção do sentimento de pertença e de orgulho (Rego, 2010).
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Comunicação Interna pode compreender-se através de uma incursão pelas principais teorias
organizacionais constituídas através das exigências estratégicas dos tempos e contexto onde
cada uma se inseria. No âmbito das abordagens da gestão (Gestão Científica e Burocrática;
Taylorismo; Fayolismo; Weberismo, 1856-1915), a Comunicação Interna surge como uma
ferramenta de comando e controlo, de forma a servir os próprios objetivos de eficiência das
organizações (Almeida, 2003). O fluxo comunicacional funcionava verticalmente e de forma
descendente, assumindo um caráter formal. Incidia principalmente na informação transmitida
que era necessária ao desempenho das funções dos colaboradores (Almeida, 2003).
Segundo (Chiavenato, 1993), com a escola das Relações Humanas, o foco tomou-se no
quadro das relações humanas em contexto de trabalho, que são capazes de constranger a
eficácia e eficiência. Surgiram, então, novos conceitos e pressupostos de gestão como: a
comunicação informal; grupos de trabalho; trabalho em equipa; estilos de liderança e os seus
impactos na moral e na motivação das pessoas; descentralização da tomada de decisão. Os
fluxos comunicacionais acontecem não só em sentido descendente, como também em sentido
ascendente e horizontal.
De acordo com Rego (2007), estes fluxos favorecem não só a resolução de problemas,
como também a promoção da participação dos colaboradores no planeamento e Organização.
Porém, a comunicação com o meio externo apresentava, ainda dificuldades de conceção e
entendimento. Os funcionários são frequentemente considerados um dos constituintes
estratégicos mais importantes para as organizações (Grunig et al., 1992; Grunig et al., 2002; Kim
& Rhee et al., 2011). Eles são uma das partes interessadas mais críticas porque são os apoiantes
mais fortes e, possivelmente, os críticos mais verbais da organização se as políticas internas não
atenderem às suas expectativas (Waterset, 2013). Nunes (2011, pág. 4) refere que as
“organizações bem-sucedidas contam com pessoas competentes que sabem transformar as
suas aptidões em valor acrescentado, o que pressupõe uma paixão por aquilo que fazem e pelo
ambiente organizacional em que se inserem”. Uma das áreas que permitem uma estimulação
positiva do fator humano é a Comunicação Organizacional, nomeadamente, no quadro de
atuação estratégica em Comunicação Interna (Kunsch, 2003). Face aos diversos stakeholders,
destaca-se o público interno, mais especificamente, os trabalhadores, em que estes parecem-se
revelar essenciais à organização, ao permitirem ancorar vantagem competitiva às organizações
(Dantas, 2012 et al., Almeida & Tavares et al., 2013).
Porém, não é suficiente ter trabalhadores, pois estes têm de ser estimulados, caso
contrário, não se consegue potencializar a força humana da organização e a referida vantagem
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competitiva (Almeida & Tavares, 2013). É neste sentido que a comunicação interna ganha
importância pois, consegue envolver, acrescer conhecimento, motivar, conciliar os interesses da
organização como o dos trabalhadores, despertar sentimentos através de experiências e
partilhar informações esclarecedoras e atempadas (Almeida, 2003 et al., Robbins et al., 2005 et
al., Marchiori, 2009 et al., Dantas, 2012).
Pode dizer-se que a comunicação interna é uma função essencial para o sucesso
organizacional e para o real envolvimento dos colaboradores, na medida em que (Men & Bowen,
2017; cit por Brandão, 2018):
1. Mantém os colaboradores informados sobre o seu trabalho, sobre a organização e o
contexto atual;
2. Satisfaz as necessidades de comunicação dos colaboradores;
3. Possibilita aos colaboradores um adequado feedback acerca do desempenho
organizacional;
4. Ajuda os colaboradores a compreenderem a organização, as suas estratégias e políticas;
5. Contribui para a construção de uma identidade partilhada, incutindo nos colaboradores
os valores e crenças da organização. Desta forma, gera confiança, lealdade e promove
o envolvimento;
6. Conecta os colaboradores, constrói relações e fortalece o sentimento de pertença;
7. Funciona como uma máquina, assegurando que a organização continua a trabalhar
normalmente;
8. Desempenha um papel essencial em vários processos como a tomada de decisão,
socialização, valores e gestão da mudança.
De acordo com Henriet e Boneu (1990), ao planear a Comunicação Interna, deve-se ter em
consideração o ato de comunicar e o conteúdo do que se comunica. No âmbito do ato de
comunicar, as principais atenções estão movidas para a importância simples de comunicar.
Comunicar ativamente sobre e pela organização é fundamental, e permite a partilha de valores
e referências comuns a todos os membros da organização, facilitando e fomentando a
Comunicação Interna. No âmbito do conteúdo do que se comunica, significa que a mensagem a
transmitir, bem como a seleção dos meios e dos públicos devem ser justificados pelos fins que
ambiciona e pelo princípio em comunicar ativamente. Os autores indicam que o ato de
comunicar e o conteúdo do que se comunica devem estar sempre em harmonia para o sucesso
da Comunicação Interna (Henriet e Boneu, 1990).
Paralelamente, Henriet e Boneu (1990) referem que todos os atos de comunicar têm ao
mesmo tempo um aspeto individual e um coletivo. Neste sentido, para os autores, na
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Comunicação Interna existem duas dimensões: (1) individual; (2) coletiva. As duas dimensões
aparecem profundamente interligadas, a partir do momento em que o esforço de uma pode
afetar a eficácia de outra. Para os autores, uma boa difusão de informação tem um efeito sobre
as capacidades individuais de agir e facilitar a integração e dinamismo de todos; inversamente,
uma mensagem destinada a manter ou criar uma identidade coletiva vai refletir sobre o sentido
de comunidade e de comportamento individual: (1) A dimensão individual permite a cada um
controlar os componentes da sua tarefa e refletir melhor a sua posição na organização; (2) A
dimensão coletiva dá base para todo o grupo de funcionários, as referências comuns são
comunicadas para facilitar a coordenação e aumentar a rapidez e fluência da Comunicação
Interna.
Assim temos:
Além do seu caráter estratégico e, ao contrário do que se possa pensar, a comunicação interna
está ligada aos comportamentos, às atitudes e à componente emocional do colaborador, através
da gestão de significados no interior da organização. A comunicação interna tem tudo a ver com
a influência e com a capacidade de construir entendimento, entusiasmo e compromisso
(FitzPatrick, 2014).
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2.2. A Comunicação Interna e o Abandono da Organização
A eficácia e eficiência das organizações só podem ser alcançadas desde que haja uma
compreensão dos seres humanos, considerados enquanto indivíduos e grupos e não enquanto
recursos situados no mesmo patamar dos recursos tecnológicos, financeiros e materiais
(Ferreira, 2011, p. 1).
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valores compartilhados com a organização; (2) respostas afetivas negativas; (3) intenção de
deixar a organização; e, por fim, (4) oportunidades de trabalho melhores no mercado.
Complementando a ideia, Cappellozza (2014) observa que a rotatividade se manifesta em
função de fatores como políticas organizacionais inadequadas, desalinhamento entre o
funcionário e a cultura organizacional, falta de incentivos e capacidade ineficiente.
Lee (p.3, 2017) considera que além da Intenção de Turnover voluntária e involuntária
existe uma terceira categoria, sendo ela a “transferência de colaboradores”. Por outras palavras,
baseia-se na passagem de colaboradores de uma organização, sem a concorrência de novos
candidatos ao cargo. As consequências da Intenção de Turnover voluntário correspondem à
perda de capital humano social, em termos de desempenho organizacional (Dess & Shaw, 2001).
Além disso, provoca alguns custos à empresa como despesas administrativas mais elevadas, a
necessidade e integração e socialização de novos funcionários, o custo de oportunidade para a
organização e a instável dinâmica de grupo interferida por novos indivíduos (Abelson &
Baysinger, 1984).
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A intenção de turnover pode ser influenciada por uma série de fatores do ambiente
organizacional, tais como as relações interpessoais, o salário, diminuição do comprometimento
no desempenho de funções ou, mesmo, por razões externas à organização (Macedo, 2008; et
al., Freitas, 2016), mas trazem custos e prejuízos organizacionais (recrutamento e seleção de
novos quadros, custos de formação, desmoralização dos colaboradores, quebra no fluxo de
trabalho, etc) (Mowday, 1984 et al., De Oliveira, 2015). Normalmente, um colaborador que
recebe maiores incentivos é menos propenso a deixar a sua organização. Assim, uma
organização que valoriza e se preocupa com os seus colaboradores, oferecendo apoio
organizacional percebido (Perceived Organizational Support) cria no colaborador um
sentimento de obrigação de permanência perante a organização (Allen, et al., 2003). No fundo,
este colaborador sente-se influenciado em recompensar a organização, preocupando-se em
alcançar os seus objetivos organizacionais (Arshadi, 2011).
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2.3. A Comunicação Interna e a Implicação Organizacional
Apesar dos impactos negativos provocados pelo surto de Covid-19, este também serviu
como estimulante para que as empresas e os consumidores adotassem serviços, especialmente
online, que, de outra forma, não seriam adotados em um futuro recente (Ding & Li, 2020).
Ferramentas como a aplicação Zoom e Skype que permitem realizar reuniões de forma digital
explodiram não só entre a comunidade adolescente, mas também entre as faixas etárias mais
avançadas que utilizavam esta mesma ferramenta, para comunicar com os seus familiares e
amigos assim como em um contexto mais profissional de relação entre comprador e fornecedor
(He & Harris, 2020).
Contudo, o modelo dos três componentes desenvolvidos por Meyer e Allen (1991) constitui
o modelo dominante no estudo do constructo e, como tal, representa o modelo considerado na
presente dissertação. Os autores concluíram que existem três formas de ligações psicológicas
entre os trabalhadores e a organização onde trabalham, concretamente:
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• Implicação Normativa: refere-se a um compromisso baseado na sensação de
obrigação e lealdade para com a organização, pelo que os colaboradores ficam na
organização porque acham que o devem fazer;
• Implicação de Continuidade: refere-se a um compromisso baseado no
reconhecimento por parte do colaborador dos custos associados à sua saída da
organização, pelo que o colaborador permanece na organização porque sente que
precisa.
A procura da valorização da Comunicação Interna deve ser entendida como uma estratégia
básica dos gestores que desejam o sucesso da sua organização. “Chega a ser irónico pensar que
neste novo mundo, altamente tecnológico, com tantas transformações, o sucesso de um
empreendimento continua a estar centrado nas pessoas. É por meio da comunicação que uma
organização recebe, oferece, canaliza informação e constrói conhecimento, tomando decisões
mais acertadas” (Marchiori, 2001). O sucesso da comunicação interna passa por se entender o
que as pessoas querem e precisam no seu trabalho. Trata-se do essencial para assegurar níveis
de motivação adequados e consequentemente o envolvimento na missão. Por outro lado, as
organizações precisam que os bons funcionários fiquem, façam o seu melhor, sejam flexíveis e
digam boas coisas da organização para fora. Para tal, é preciso que as pessoas se sintam
envolvidas e valorizadas, o que acontece quando os dirigentes nos vários níveis empregam parte
do seu tempo, para explicar as ligações entre o seu trabalho e visão para a organização. Falar de
22
comunicação interna é, assim, falar de partilha de informação, criar consentimentos e
envolvimento, e resultados desejados (FitzPatrick, 2014, p.7).
Um colaborador que apresente elevados níveis de compromisso afetivo está mais motivado,
para atingir os objetivos definidos pela organização, e valorizar a vinculação com a organização.
Outros estudos também reforçam que caso os colaboradores se sintam valorizados e satisfeitos
no seu trabalho, poderão vincular-se com a cultura organizacional, o que iria beneficiar o seu
desempenho individual, assim como a sua motivação (Meyer & Herscovitch, 2001 et al., Meyer
et al., 2002; Meyer et al., 2004; Mercurio, 2015). O compromisso é assim um fator-chave
organizacional, uma vez que poderá ser crucial para o desempenho das organizações, assim
como na forma como a organização é competitiva no mercado. Ou seja, ao manterem-se os
colaboradores afetivamente comprometidos faz com que estes cumpram os objetivos
organizacionais, possibilitando, deste modo, que a organização tenha sucesso (Rego, 2003).
Assim, os líderes responsáveis poderão, especialmente se os colaboradores tiverem interesse
em ações de responsabilidade social, aumentar o compromisso afetivo dos mesmos, o que
resultará em maior produtividade organizacional (Haque, 2019). Logo, é possível formular-se as
hipóteses de investigação:
Neste sentido, têm vindo a surgir vários estudos organizacionais que revelam a associação
entre a Implicação Afetiva e importantes indicadores de produtividade organizacional, como é
o caso do Suporte Organizacional; Turnover e recompensas organizacionais (Rhoades, et al.,
2001).
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Desta forma, importa clarificar quais os indicadores que preveem a Implicação Afetiva e
que por outro lado surgem como consequentes desta. De acordo com Meyer e Alen (1991, cit
por Ribeiro, 2009), os preditores da Implicação Afetiva podem ser divididos entre:
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2.4. MODELO CONCEPTUAL DE INVESTIGAÇÃO
Uma vez consideradas as hipóteses em estudo aqui propostas, foi desenvolvida uma
metodologia de natureza quantitativa, e será efetuada uma abordagem descritiva e
interpretativa dos dados recolhidos deste estudo de âmbito cross-sectional. É fundamental
descrever as opções metodológicas adotadas para o desenvolvimento desta investigação.
Implicação
Afetiva
H2 H3
Comunicação Intenção de
Interna H1 Turnover
25
CAPÍTULO 3 - MÉTODO
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3.1. Procedimentos de Recolha de dados
O questionário utilizado neste estudo encontra-se composto por três partes principais e
pode ser consultado no Anexo 1.
A primeira parte é composta por uma introdução a agradecer a disponibilidade e a
cooperação do participante para o sucesso desta investigação, também é explicado nesta fase
o tema e o objetivo de estudo e mencionado o professor orientador do estudo.
Numa segunda parte são feitas questões referentes ao tema em estudo, que se encontra
dividido em 3 partes. No primeiro momento é solicitado ao participante que reflita sobre o líder
da organização em que está inserido, de acordo com os 7 itens apresentados. O segundo
momento é solicitado ao participante que pense nos seus comportamentos enquanto
colaborador de acordo com os 9 itens apresentados, sendo que 5 itens se referem à Implicação
Afetiva e 4 itens à Intenção de Turnover. No terceiro momento é pedido ao colaborador para
pensar na sua relação com os colegas de trabalho e chefias.
A terceira parte do questionário é dedicada aos dados sociodemográficos do
participante onde é questionado a idade, o sexo, qual a função que desempenha, o tempo de
permanência na organização.
a) A maioria dos inquiridos são do género feminino, sendo apenas 33,2% do género masculino
(Gráfico1);
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b) Em relação às idades, apenas dois indivíduos apresentam uma idade superior a 60 anos, sendo
a maioria dos inquiridos com idades compreendidas entre os 26 e os 30 anos (Gráfico 2);
c) Relativamente às habilitações académicas a maioria dos inquiridos (68,4%) possuem
licenciatura, enquanto apenas 2 indivíduos possuem o 2º ciclo de escolaridade (Gráfico 3).
d) No que se refere ao tempo de permanência na organização apenas 1 indivíduo permanece há
1 ano, enquanto a maioria dos inquiridos (19,5%) permanecem na organização entre 5 e 10 anos
(Gráfico 4);
e) Em relação ao setor de atividades: 53,1% dos indivíduos são operários fabris; 8,2% estão na
área da saúde e apenas 3,5% trabalham em restauração. Foram ainda inumeradas outras áreas
como o turismo, construção civil, desporto, ensino, consultoria entre muitas outras (Gráfico 5).
Género Idade
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Habilitações Académicas Permanência
29
Setor de Atividade
60
50
40
30
20
10
0
Alimentar
Carpintaria
Imobiliário
Restauração
Segurança
Turismo
Agricultura
Audiovisual
Cinema
Comunicação
Comércio de carnes
Desporto
Saúde
Escriturária
Abastecimento de água
Consultoria Energética
Mecânico
Indústria fabril
Operador(a) de supermercado
Tecnologias de informação
Abastecimento de água Administrativa
Alimentar Ambiente
Audiovisual Vendas de automóvel
Carpintaria Cash & Carry
Cinema Combustíveis
Comunicação Comércio
Comércio de carnes Construção Civil
Consultoria Energética Contabilidade
Desporto Eletricista
Saúde Ensino
Escriturária Estética
Imobiliário Independente
Indústria fabril Investigação
Tecnologias de informação Lojista
Mecânico Motorista
Restauração Seguradora
Segurança Serviços públicos
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3.4. Instrumento e operacionalização das variáveis em estudo
Neste capítulo são apresentados os resultados relativos à análise de dados recolhidos, por
intermédio da análise das médias, desvios-padrão, coeficientes de correlação de Spearman
entre as variáveis e da análise de regressões lineares. Pretende-se com esta análise
compreender mais correntemente a relação entre as variáveis Comunicação Interna, Abandono
da Organização/ Intenção de Turnover e Implicação Afetiva, testar as 3 hipóteses expostas
previamente e finalmente, adquirir as conclusões válidas para uma clara reflexão crítica sobre o
tema.
31
3.5.1. Percentagens, Médias, Desvios-Padrão e Correlações
Para uma melhor análise e compreensão dos dados recolhidos, apresenta-se a Tabela 1, que
expõem uma análise descritiva dos dados através das médias, desvios-padrão e as correlações
existentes entre as variáveis em estudo.
Desvio
Média 1 2 3
Padrão
1 Comunicação Interna 3,558 .857 - - -
2 Intenção de Turnover 2,731 .963 - .412** - -
3 Implicação Afetiva 3,746 1.233 .801** - .523** -
** A correlação é significativa no nível 0,01 (2 extremidades)
Num primeiro momento, de acordo com a Tabela 1, são expostos os valores das médias
dos dados demográficos e das variáveis em estudo. Em relação às variáveis em médias, os
intervenientes consideram que os níveis de Comunicação Interna perante os colaboradores,
aparentam estar positivamente implicados com a organização. A Intenção de Turnover
apresenta o valor médio mais baixo, em que se pode verificar na tabela acima.
Este estudo incide na Comunicação Interna e na Intenção de Turnover, tem como objetivo
compreender o impacto da Comunicação Interna perante o abandono por parte dos
colaboradores e, para isso recorreu-se à utilização de regressões lineares, que visam antecipar
o comportamento de uma variável perante uma ou mais variáveis independentes (Pestana &
32
Gageiro, 2014). Para além das relações que existem e intensidades das mesmas, também será
examinada a mediação existente entre as variáveis apresentadas, da Implicação Afetiva sobre a
relação entre Comunicação Interna e Intenção de Turnover.
São apresentados os resultados obtidos, na Tabela 2, onde se pode analisar as relações entre
as variáveis em causa. Esta análise foi efetuada através de uma primeira fase, onde foram
inseridas as variáveis de controlo como a Comunicação Interna, a Implicação Afetiva e a Intenção
de Turnover; e numa segunda fase foi inserida a variável independente Comunicação Interna
para ser calculada a variância complementar por esta explicada e, desta forma testar-se a
hipótese 1, hipótese 2 e hipótese 3.
Como forma de sustentar a hipótese 1 que prevê a relação entre a Comunicação Afetiva
e a Implicação Afetiva, como é possível analisar os resultados obtidos na Tabela 2.
33
R Erro Mudança Sig.
R quadrado padrão de de R Mudança Mudança
Modelo R quadrado ajustado estimativa quadrado F df1 df2 F
1 .412ª .170 .166 1.12618 .170 51.906 1 254 .000
Coeficientesᵃ
Coeficientes
Coeficientes não
padronizado S
padronizados
Beta
Modelo B Erro Erro T Sig.
1 (Constante) 4.841 .301 16.075 .000
Com_Inter -.593 .082 -.412 -7.205 .000
A variável independente (Comunicação Interna) explique a variável dependente (Intenção de Turnover).
Tabela 3 – Coeficientes
No que diz respeito a esta análise, é possível avaliar que a variável dependente
Implicação Afetiva tem um valor B (Beta) de -.412, que por sua vez é elucidada através da
variável Comunicação Interna em proximamente – 7.205 (valor do teste T) perante um nível de
.000.
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Coeficientesᵃ
Coeficientes
Coeficientes não
padronizado S
padronizados
Beta
Modelo B Erro Erro T Sig.
1 (Constante) .544 .154 3.523 .001
Com_Inter .900 .042 .801 21.332 .000
Tabela 5 – Coeficientes
Neste estudo, todas estas condições (1) (2), (3) se aplicam como foi referido nos
subcapítulos anteriores e na Tabela 6 são apresentados os resultados obtidos em ambas as
mediações.
R Erro Sig.
R quadrado padrão de Mudança de Mudança
Modelo R quadrado ajustado estimativa R quadrado Mudança F df1 df2 F
1 .801ª .642 .640 .57732 .642 455.075 1 254 .000
Tabela 6 – Regressões hierárquicas: Mediação da Implicação Afetiva nas relações entre
Comunicação Interna e a Intenção de Turnover
Coeficientesᵃ
Coeficientes não Coeficientes
padronizados padronizado S
Modelo B Erro Erro Beta T Sig.
1 (Constante) 4.841 .301 16.075 .000
Com_Inter -.593 .082 -.412 -7.205 .000
2 (Constante) 5.216 .289 18.044 .000
Com_Inter 0.28 .129 0.19 .215 .830
Implica_Afec -.690 .115 -.538 -6.011 .000
35
independente baixa, alcançando uma mediação parcial ou reduz-se a zero, alcançando-se assim uma
mediação total.
Tabela 7 – Coeficientes
3.7. Síntese
A síntese que aqui se apresenta tem como ponto de partida a Comunicação Interna.
36
A Comunicação Interna relaciona-se significativamente e negativamente ao
Abandono da Organização
Por fim solicita-se com as hipóteses 1, 2 e 3 pretende-se examinar a relação entre a Comunicação
Interna e Intenção de Turnover quando mediada com a Implicação Afetiva, e os 256 resultados
comprovam que esta mediação é total. Isto é, um líder, ao identificar elevados níveis de
Comunicação Interna nos seus colaboradores através dos seus comportamentos autênticos e
confiáveis, fará com que estes posteriormente desenvolvam capacidades mais orientadas para
o cliente, satisfazendo as necessidades do mesmo. Afirma-se então que,
37
CAPÍTULO 4 – CONCLUSÃO
38
4.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para confirmar esta teoria Argenti, (2007) salienta que “A Comunicação Interna
desempenha um papel importante nas organizações no sentido em que promove as relações
entre os colaboradores e a administração, mantêm os colaboradores informados, aumenta o
seu conhecimento e entendimento sobre a organização (produtos, cultura, envolvente externa,
entre outros) e promove um maior envolvimento com os assuntos que afetam a organização.
Ou seja, contribui para a criação de um ambiente de trabalho no qual os colaboradores se
podem sentir importantes e reconhecidos”.
Para reafirmar segundo os autores (Tavares, 2013 et al., Machado, 2012), estes
concluem que “As condições sociais e psicológicas no local de trabalho tornaram-se no elemento
mais preponderante, no momento de os trabalhadores optarem por uma organização, mais do
que salários e benefícios, a qualidade de vida no trabalho é agora o principal motivador dos
trabalhadores. É por essa razão que, nos dias que ocorrem, os trabalhadores já não ficam numa
organização para sempre, eles vão em busca do melhor sítio para exercer as suas funções.
39
4.2. Limitações do estudo e linhas de investigação futuras
Com as limitações deste estudo sugere-se que para futuras investigações sobre o tema
“A Comunicação Interna perante a Intenção de Turnover dos Colaboradores” um questionário
com uma difusão mais alargada, de modo a ampliar o estudo com mais profundidade.
40
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48
ANEXOS
49
Anexo 1 - Questionário
INSTRUÇÕES
1. Este questionário tem como objetivo recolher a sua opinião acerca da forma como avalia o
seu trabalho.
2. O questionário é inteiramente anónimo e confidencial. Por isso, não o assine, por favor. As
suas respostas são importantes para nos permitirem fazer o tratamento estatístico de todas
as questões. Mas não se pretende fazer qualquer identificação pessoal.
3. As perguntas do questionário estão construídas de modo que apenas tenha que fazer uma
cruz ou inscrever um número na resposta que lhe parecer mais adequada. Procure
responder sem se deter demasiadamente em cada questão.
4. Não há respostas certas ou erradas. O que nos interessa é exclusivamente a sua opinião
pessoal. Para cada pergunta existe uma escala. Pode utilizar qualquer ponto da escala desde
que o considere adequado.
5. Procure, por favor, responder a todas as questões. Responda a todo o questionário de
seguida, sem interrupções.
50
Começamos por lhe apresentar uma série de frases que poderiam ser usadas para descrever o seu trabalho.
Pedimos-lhe que indique em que medida cada frase é uma descrição correta ou incorreta do seu trabalho
durante este período de confinamento. Procure ser o mais objetivo possível na escolha da resposta.
Para isso, escreva o número correspondente no espaço à direita de cada frase, baseando-se na seguinte escala:
(Note que esta escala tem 5 possibilidades). Responda, por favor, a todas as questões.
1. O trabalho que faço é variado e exige que execute tarefas muito diferentes,
envolvendo diversas
capacidades…………………………………………………………………………………………
2. A minha função permite-me liberdade e independência na organização das minhas
atividades…..
3. Os meus superiores dão-me feedback acerca da forma como executo o
trabalho…………………
4. O meu trabalho é muito simples e repetitivo……………………………………………………….
5. O meu trabalho desafia frequentemente as minhas capacidades
profissionais…………………….
6. É frequente os meus chefes comentarem comigo o que pensam sobre o resultado do
meu trabalho……………………………………………………………………………………………..
7. O meu trabalho proporciona-me bastante autonomia a escolha dos procedimentos
para o realizar.
8. O meu trabalho requer novas aprendizagens técnicas ao longo do
ano……………………………
9. A forma como o meu trabalho está estruturado apenas me permite realizar atividades
parcelares..
3. Pedimos agora que avalie como se posiciona face a cada uma das afirmações seguintes,
utilizando a escala apresentada:
51
Pensando na sua vida profissional na empresa onde trabalha, por favor indique o seu grau de
satisfação face aos seguintes elementos:
1. Ambiente de trabalho……………………………………………………………………..
2. Sistema de incentivos……………………………………………………………………..
3. Qualidade da sua chefia…………………………………………………………………...
4. Formação profissional…………………………………………………………………….
5. O modo como a administração gere a minha empresa……………………………………
6. Recompensas extra-salário que recebe……………………………………………………
7. Condições de trabalho…………………………………………………………………….
8. Prestígio social por trabalhar na empresa…………………………………………………
9. Clima das relações com colegas de outros serviços………………………………………
10. Sistema de avaliação de desempenho……………………………………………………..
11. Autonomia que possui na realização do seu trabalho……………………………………..
12. Organização e funcionamento do seu serviço…………………………………………….
13. O projeto de expansão e crescimento da empresa………………………………………...
14. Leque de benefícios existentes na minha empresa………………………………………..
15. Considerando todos os aspetos do seu trabalho e da sua vida na sua empresa, o seu
grau de satisfação é……………………………………………………………………………..
3.
Pedimos agora para manifestar concordância ou discordância face a cada uma das afirmações apresentadas seguidamente
1 3
4 5
52
15. Tenho menos interrupções quando trabalho………………………………………………
16. Tenho maior privacidade………………………………………………………………….
17. A redução no tempo de deslocação é um benefício……………………………………
18. O meu ambiente de trabalho é silencioso…………………………………………………
19. Tenho autonomia para organizar as minhas tarefas………………………………………
20. Sinto me motivado com o teletrabalho……………………………………………………
21. A minha chefia passa-me tarefas que eu não posso executar……………………………..
22. Não tenho o reconhecimento dos meus colegas de trabalho……………………………...
23. Possuo maior flexibilidade nas relações de trabalho……………………………………...
24. O meu trabalho é orientado por metas…………………………………………………….
25. A exigência dos resultados é maior para os teletrabalhadores……………………………
26. A minha produtividade de trabalho aumentou……………………………………………
27. A qualidade do meu trabalho aumentou…………………………………………………..
28. Não me adaptei ao teletrabalho…………………………………………………………...
29. Tenho receio de uma má avaliação……………………………………………………….
30. Tenho dificuldades de concentração em casa…………………………………………….
31. Há conflito entre o trabalho e a vida familiar……………………………………………..
32. A minha vida social está prejudicada……………………………………………………..
33. Tenho maior interação com a família……………………………………………………..
34. Tenho menos stress em deslocamentos………………………………………………………...
4.
Continuando com a mesma escala, responda às seguintes afirmações.
1 2 3
4 5
53
10. O meu chefe informa-me sobre o modo como as minhas tarefas/funções se
enquadram nos objetivos globais da organização……………………………………………………..
11. Eu e o meu chefe tentamos em conjunto identificar a melhor maneira de
desempenhar as minhas tarefas………………………………………………………………………….
12. O meu chefe encoraja a existência de uma comunicação aberta………………………….
13. Partilho com os meus colegas os meus problemas relacionados com o trabalho…………
14. Consigo partilhar as minhas ideias sobre o trabalho com os meus colegas………………
15. Consigo desabafar sobre questões pessoais com os meus colegas………………………..
16. Partilho frequentemente informação e ideias com o meu chefe…………………………..
17. Considero que na organização, a comunicação interna é realizada de forma
adequada….
18. A comunicação interna motiva-me a atingir os objetivos organizacionais……………….
19. A comunicação entre os meus colegas é realizada de forma amigável…………………...
20. A comunicação entre os meus colegas é aberta e flui livremente………………………...
21. Existe circulação interna da informação sobre a situação financeira da organização…….
22. Existe circulação interna da informação sobre os sucessos da organização……………...
23. A organização estabeleceu canais de comunicação adaptados ao confinamento…………
24. A organização criou novas plataformas digitais para comunicar comigo durante o
confinamento……………………………………………………………………………...
25. A organização soube informar corretamente sobre a pandemia e as suas
consequências...
26. A organização preocupou-se com o meu bem-estar no confinamento……………………
27. Mantive contato diário com a organização no confinamento……………………………..
28. A organização soube gerir a comunicação interna no confinamento…………………….
29. A maior parte da comunicação entre chefias e outros funcionários na nossa empresa
pode ser considerada como sendo uma comunicação bidirecional…………………………….
30. Nesta empresa incentiva-se a existência de diferenças de opinião…………………………….
31. O objetivo da comunicação na nossa empresa é o de ajudar as chefias as a serem
responsivos aos problemas de outros funcionários……………………………………………………
32. Os funcionários não têm medo de falar durante as reuniões com supervisores e
chefias………………………………………………………………………………………………………………………..
5.
Continue a utilizar esta escala e indique o seu grau de concordância ou discordância
relativamente às seguintes afirmações.
1 2 3
4 5
54
1. Eu tenho orgulho em dizer às outras pessoas que faço parte desta organização………….
2. Eu sinto uma forte afeição por esta organização………………………………………….
3. Nesta empresa eu sinto-me como “parte da família” ……………………………………..
4. Eu estou muito contente por trabalhar nesta organização………………………………...
5. Eu preocupo-me seriamente com o futuro desta organização……………………………
6.
Pedimos novamente que manifeste em que medida cada uma das seguintes afirmações se aplicam
a si, utilizando a escala que se indica...
4 5
1 2
3
7.
Indique o grau de concordância, que se aplicam nas seguintes afirmações, de acordo com a
seguinte escala:
1 3
4 5
55
1. É provável que eu procure outro emprego…………………………………………………
2. Penso muitas vezes em demitir-me desta empresa. ………………………………………..
3. Se eu pudesse, gostaria de obter outro trabalho noutra empresa…………………………...
4. Logo que tenha oportunidade vou tentar sair desta empresa………………………………
5. Esta organização ignoraria qualquer reclamação da minha parte………………………….
6. Esta organização não considera os meus interesses quando toma decisões que me
afetam………………………………………………………………………………………………………………………
7. É possível obter ajuda desta organização quando tenho um problema…………………….
8. Esta organização preocupa-se realmente com o meu bem-estar…………………………...
9. Esta organização estaria disposta a ampliar as suas instalações para me ajudar a utilizar
as minhas melhores habilidades no desempenho do meu trabalho……………………….
10. Esta organização está pronta a ajudar-me quando eu precisar de um favor
especial………
11. Esta organização preocupa-se com a minha satisfação no trabalho………………………..
12. Esta organização preocupa-se mais com os seus lucros do que comigo…………………...
13. Esta organização tenta fazer com que o meu trabalho seja o mais interessante
possível……………………………………………………………………………………………………………………..
9.
Utilizando a escala seguinte, pedimos que manifeste a sua concordância ou discordância para com
cada uma das afirmações que seguidamente se apresentam.
1 3
4 5
56
12. O meu superior torna claro o que espera de mim…………………………………………
13. O meu superior trata-me com respeito e consideração……………………………………
14. O meu superior explica muito claramente qualquer decisão relacionada com as minhas
funções…………………………………………………………………………………….
15. Atualmente sinto-me mais depressivo(a)…………………………………………………
16. Atualmente sinto-me mais ansioso(a)…………………………………………………….
17. Atualmente tenho mais insónias………………………………………………………….
18. Atualmente sinto-me mais stressado(a)…………………………………………………..
19. Atualmente tenho mais medo…………………………………………………………….
20. Atualmente sinto-me mais sozinho(a)…………………………………………………….
21. O receio de contrair o vírus impactou negativamente a minha atitude com outros
turistas…………………………………………………………………………………….
22. O receio de contrair Covid-19 impactou negativamente a minha natureza
acolhedora……………………………………………………………………………………………………………
23. O facto dos turistas viajarem para a minha área de residência limita a realização de
atividades de outdoor……………………………………………………………………..
24. O facto dos turistas viajarem para a minha área de residência aumenta a probabilidade
de ser contaminado com covid-19………………………………………………………...
6 7 8
1 2 3 4 5
57
3. Indique, por favor, o seu local de trabalho:
_______________________________________________
Igual ou
menos que Licenciatura Mestrado
12º ano
completa ou mais
2 3
1
Até 25 26 a 30 31 a 35 36 a 40 41 a 45 46 a 50 50 a 55 55 a 60 Mais de 60
anos anos anos anos anos anos anos anos anos
6. Sexo:
Masculino: Feminino:
58
59