BIOQUÍMICA – DOENÇAS CARDÍACAS
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Prof.ª Dra. Katiuscia Giordani Amaral Mello
Agora é
comvocês...
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Casoclínico1
• R.P.M., paciente do sexo masculino, aposentado, 60 anos, natural e residente de Cuiabá,
procurou o Hospital de urgência da cidade por apresentar “forte dor no peito”,
desconforto em região de dorso e membro superior esquerdo, palpitações, náuseas e
tonturas. O paciente relata ser hipertenso, diabético, obeso e tabagista.
• Ao exame físico, sua pressão arterial era de 170/130 mmHg e Saturação de Oxigênio de
88%. O paciente foi encaminhado para realização de eletrocardiograma e como estava
em jejum foi levado para o laboratório para coleta de sangue e realização de exames.
Casoclínico1
• Os exames laboratoriais apresentaram os seguintes • Colesterol Total: 250 mg/dl (VR < 190);
resultados • Triglicerídeos: 190 mg/dl (VR: < 150mg/dl);
• HDL: 42 mg/dl (VR > 50mg/dl);
• Hemoglobina: 12 g/dl (VR: 12,0 – 16,0 g/dl), • LDL: 82 mg/dl (VR < 70mg/dL);
• Hematócrito: 39% (VR: 35-47%). • Troponina I: 0,99 ng/mL (VR: 0,059 ng/mL)
• Leucócitos Totais 9.500 µL (VR: 4.000- 11.000µL), • Creatinofosfoquinase MB: 23U/L (VR: < 25
U/L)
• Plaquetas 160.000 µL ( 140.000 – 450.000 µL).
• TGO: 29 U/L (VR: 5 e 40 U/L)
• Glicemia de Jejum: 140 mg/dL (VR < 100);
• TGP: 26 U/L (VR: 7 e 56 U/L);
• Ureia: 23 mg/dl (VR: 13-43mg/dL);
• Amilase sérica: 69 UI/L (VR: 28 a 100 U/L);
• Creatinina: 0,8 mg/dL (VR: 0,6 a 1,1 mg/dL).
Casoclínico2
• L.M., 63 anos, sexo masculino, pardo, deu entrada no serviço hospitalar com queixa de
dor precordial (sobre o coração) com 2,5 h de duração. Paciente, refere que a dor foi
intensa, e estava irradiada para o membro superior esquerdo. Relata ainda que já vinha
sentindo dor torácica aos esforços, mas que dessa vez tinha acabado de acordar. Nega
histórico familiar de doenças cardiovasculares, mas é hipertenso e obeso.
• No exame físico foi observado taquicardia. O médico solicitou um eletrocardiograma que
se mostrou alterado e no exame de ultrassonografia com doppler foi observado placa de
ateroma nas artérias coronárias. Os exames laboratoriais foram observados os seguintes
resultados:
Casoclínico2
Casosclínico
• De acordo com o caso clínico responda:
• 1) Qual a doença coronariana de cada caso clínico? Justifique.
• 2) Qual o principal órgão envolvido nas doenças?
• 3) Quais os fatores de risco para doenças cardíacas ?
• 4) Quais os exames para verificar as funções cardíacas? Explique a relevância clínica
de cada um deles.
• 5) Qual desses exames é considerado Padrão-ouro para o diagnóstico da doença do
caso clínico 1.
• 6) Explique como ocorre a doença de cada caso clínico.
2) Qual o principal órgão envolvido nas doenças?
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Coração
▪ Órgão muscular que se contrai ritmicamente → bombeia sangue
▪ Produção do fator natriurético atrial
▪ Músculo estriado cardíaco apoiado internamente a um esqueleto fibroso (tecido conjuntivo denso) que
fixa as válvulas cardíacas
AnatomiadoCoração
▪ Localização
▪ O coração repousa sobre o
diafragma, próximo da linha
mediana da cavidade torácica.
Encontra-se no mediastino, uma
região anatômica que se estende do
esterno à coluna vertebral, da
primeira costela ao diafragma, e
entre os pulmões
Histologia do Coração
▪ Paredes com 3 túnicas→ tecidos diferentes
▪ Endocárdio → interna
▪ Miocárdio → média
▪ Pericárdio → externa
▪ Região central fibrosa
▪ Esqueleto fibroso → Eixo de sustentação do coração
▪ Origem e inserção para células musculares cardíacas
▪ Ponto de apoio para as válvulas
3) Quais os fatores de risco para doenças cardíacas ?
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Fatores de risco
HIPERTENSÃO
TABAGISMO DIABETES
ARTERIAL
OBESIDADE DISLIPIDEMIAS
SEDENTARISMO ESTRESSE
4) Quais os exames para verificar as funções cardíacas?
Explique a relevância clínica de cada um deles
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Marcadores bioquímicos para Doenças coronárias
❑ Lactato desidrogenase LDH;
❑ CK total e frações (MM, MB e
BB);
❑ Troponina;
❑ Mioglobina.
Lactato desidrogenase (LDH)
❑ Lactato desidrogenase é uma enzima encontrada em grande parte dos tecidos que tem um
papel importante no metabolismo da glicose dentro do organismo.
❑ Presente em aproximadamente todas as células e é liberada durante a lesão tecidual;
❑ Eleva-se tardiamente em pacientes portadores de IAM e não se eleva em portadores de
angina instável.
❑ Encontrada: Musculo esquelético, músculo cardíaco, no rim, no fígado, nos pulmões e no
cérebro.
❑ Valor de referência: 71 a 207 U/L
Eleva-se de 12 a 14 horas, após inicio de sintomas e
normalizando após 6-10 dias
Creatinoquinase (CK)
TRÊS PRINCIPAIS ISOENZIMAS
▪ Há três formas diferentes de creatina quinase no corpo,
chamadas isoenzimas: CK-MB
▪ CK-MM (encontrada nos músculos esqueléticos e no
coração).
▪ CK-MB (encontrada principalmente no coração).
▪ CK-BB (encontrada principalmente no cérebro).
CK
CK-
CK-BB
MM
CK Total, CPK ou CK NAC
❑ Importância clínica: marcador precoce para indicar lesões em músculo cardíaco e
esquelético.
❑ Detecção no soro/plasma: a concentração de CK se eleva 4-8h após o inicio da dor precordial
❑ Atinge picos dentre 12-14h.
❑ Retorna ao normal em 3-4 dias.
❑ Desvantagens: presente no tecido muscular cardíaco e esquelético.
CK MB
❑ Específico para o Músculo Estriado Cardíaco;
❑ Geralmente solicitado em série para aumentar sua sensibilidade;
❑ Aumentam quatro horas após o início da dor, tem um pico em torno de 24 horas e retorna ao
normal em 48 horas;
❑ O valor de referência de CKMB é de até 5,0 ng/ml.
Mioglobina
❑ Proteína de baixo peso molecular ligada ao oxigênio
❑ Presente no citoplasma dos músculos esquelético e cardíaco,
a mioglobina
❑ A mioglobina normalmente não está presente no sangue, só
sendo liberada quando há uma lesão em algum músculo após
uma lesão esportiva, por exemplo, ou durante um infarto, em
que os níveis dessa proteína começam a aumentar no sangue
1 a 3 horas após o infarto, atinge o pico entre 6 e 7 horas e
volta ao normal após 24 horas.
❑ Está presente nos músculos cardíacos e esquelético.
Mioglobina e Reinfarto
❑ Por ser muito precoce e mais ainda por diminuir rapidamente também a mioglobina
é muito útil para o diagnóstico de reinfarto.
❑ Dosagens seriadas de mioglobina com intervalos de 6 horas que se mantém
alteradas ou que se alteram mais ainda nos indica um provável reinfarto.
Troponinas
❑ Proteína encontrada nas células musculares envolvidas na contração muscular e
normalmente não está na circulação.
❑ É o marcador mais específico de lesão miocárdica;
❑ Apresenta elevação de 3 a 6 horas após os sintomas, sendo útil no diagnóstico
precoce.
❑ Alcança seu pico em até 24 horas e retorna aos valores normais entre 7 e 10 dias.
❑ Devido á persistência de valores aumentados por um período mais longo, é uma
ferramenta importante para o diagnóstico tardio do IAM (infarto agudo do
miocárdio).
Troponinas
▪Fibra muscular → Filamentos finos de
actina
▪ Actina → filamento duplo
▪Tropomiosina → recobrem os locais ativos
da actina
▪ Troponina → complexo de 3 subunidades:
▪Troponina I → afinidade com a actina
▪Troponina T → afinidade com a tropomiosina
▪Troponina C → afinidade com íons Cálcio
Troponinas
TRÊS SUBUNIDADES
VR: ATÉ 1,5 ng/ml.
VR: ATÉ 0,1 ng/ml.
Troponina T
❑ Proteína encontrada nas células musculares envolvidas na contração muscular e
normalmente não está na circulação.
❑ É o marcador mais específico de lesão miocárdica;
❑ Apresenta elevação de 3 a 6 horas após os sintomas, sendo útil no diagnóstico
precoce.
❑ Alcança seu pico em até 24 horas e retorna aos valores normais entre 7 e 10 dias.
❑ Devido á persistência de valores aumentados por um período mais longo, é uma
ferramenta importante para o diagnóstico tardio do IAM (infarto agudo do
miocárdio)..
Troponina I
❑ IMPORTÂNCIA CLÍNICA: Sensibilidade única para detectar IAM (infarto agudo do
miocárdio);
❑ Exame mais específico para lesão do miocárdio;
❑ Útil na determinação de risco em pacientes com angina instável;
❑ Aparece de 4-6h após dor precordial, atinge picos em 12h e retorna ao normal em
até 7 dias.
❑ DESVANTAGENS: Sensibilidade diagnóstica menor que a mioglobina, uma vez
que não se eleva antes de 6 horas.
Marcadores séricos de lesão miocárdica
CK-MB Troponina Mioglobina
Característica enzima proteína proteína
estrutural heme citoplas
– início 4h 4-6h 30 min. - 1 h
– pico 9 - 30 h 12 - 24 h 6 - 10 h
– normal 48 - 72 h 5 - 7 dias 16 - 24 h
1) Qual o provável diagnóstico de cada caso clínico?
Justifique
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ResoluçãoCasoclínico1
▪ INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO.
Devido ao histórico do paciente (hipertenso, obeso e
diabético), sintomas clínicos e ao aumento de Troponina I.
▪ É necessário a confirmação com o eletrocardiograma.
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ResoluçãoCasoclínico2
• DOENÇA CORONARIANA AGUDA.
• DEVIDO o histórico do paciente, é hipertenso e obeso, ao exame de
eletrocardiograma estar alterado e das placas de ateroma observado na
ultrassonografia de doppler, e devido aos exames laboratoriais: aumento de
troponina e CK-MB.
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5) Qual desses exames é considerado Padrão-ouro para o
diagnóstico da doença do caso clínico 1.
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Resposta
• AS TROPONINAS são consideradas o padrão-ouro no processo
investigativo de IAM (infarto agudo do miocárdio).
• Devendo-se considerar que elas podem se elevar diante de pequenos (micro) infartos,
mesmo em ausência de elevação da CK-MB.
• É preciso considerar que a troponina miocárdica pode ser também liberada em diversas
situações clínicas, como miocardites, cardioversão elétrica, trauma cardíaco, miosites,
embolia pulmonar e insuficiência renal.
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6) Explique como ocorre a doença de cada caso clínico.
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Infarto Agudo do Miocárdio
❑ Incidência de 2:1000 adultos.
❑ Acontece devido à uma obstrução das artérias coronárias, causando uma posterior
diminuição no aporte de oxigênio e nutrientes.
❑ Morte Celular (dor) com posterior necrose tecidual.
Infarto Agudo do Miocárdio
❑ Quadro Clínico
❑Dor retroesternal, podendo irradiar-se para mandíbula, membros superiores, pescoço e
dorso.
❑ Geralmente o período de dor é superior a 20 minutos.
❑ Náuseas
❑ Vômitos
❑ Sudorese
❑ Palidez
Infarto Agudo do Miocárdio
❑ Diagnóstico
❑ 2 a 13% dos pacientes com IAM (infarto agudo do miocárdio), não são diagnosticados.
❑ 70 a 80 % dos pacientes são diagnosticados a tempo do tratamento trombolítico e da
angioplastia.
❑ 7 a 28 % dos pacientes são diagnosticados tardiamente para tratamento trombolítico e
angioplastia.
DoençaCoronarianaAguda
• A doença arterial coronariana (DAC) é o
resultado da obstrução das artérias coronárias -
os vasos sanguíneos que irrigam o músculo do
coração. O conjunto de artérias coronárias
constitui a circulação coronária.
DoençaCoronarianaAguda
• Altos níveis séricos de colesterol podem estar associados com o risco aumentado de
Doença Arterial Coronariana (DAC).
•As artérias coronárias podem ser obstruídas por placas de gordura que vão se depositando
em seu interior. Esse processo é denominado aterosclerose.
• Logo a DAC pode ocorrer devido a aterosclerose e, a aterosclerose por desencadear um
infarto
ATEROSCLEROSE 38
Aterosclerose e as lipoproteínas
HDL- Devido ao seu fator protetor, ajuda a LDL- Contribui para a formação de
remover o excesso do colesterol ruim do placas de gordura, indicando risco
sangue e reduz o risco de formação de placas aumentado de infarto, derrame
de gorduras. cerebral.
Fisiopatologiadaaterosclerose
• 1- O colesterol forma um complexo com os lipídeos e proteínas, chamado lipoproteína. A
forma que realmente apresenta malefício, quando em excesso, é a LDL.
• 2- Nesta interação, a LDL pode acabar sendo oxidada por radicais livres presentes na
célula
• 3- Esta oxidação aciona o mecanismo de defesa, desencadeando um processo inflamatório
com infiltração de leucócitos. Moléculas inflamatórias acabam por promover a formação
de uma capa de coágulos sobre o núcleo lipídico.
Fisiopatologiadaaterosclerose
• 4- Após algum tempo cria-se uma placa (ateroma) no vaso sanguíneo; sobre esta placa,
pode ocorrer uma lenta deposição de cálcio, numa tentativa de isolar a área afetada.
• 5- Isto pode interromper o fluxo sanguíneo normal (arterosclerose) e vir a provocar
inúmeras doenças cardíacas. De fato, a concentração elevada de LDL no sangue é a
principal causa de cardiopatias.
• A artéria que está comprometida pelo colesterol. Quando o bloqueio é nas artérias
coronárias chamamos de Doença Coronariana Aguda
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Bons estudos !!!
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