UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
FLÁVIO JOÃO DE OLIVEIRA FERREIRA
EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA NA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS
COM OSTEOARTRITE: UMA REVISÃO DA LITERATURA
RECIFE
2024
FLÁVIO JOÃO DE OLIVEIRA FERREIRA
EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA NA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS
COM OSTEOARTRITE: UMA REVISÃO DA LITERATURA
Projeto de Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado ao curso de
Bacharelado em Educação Física da
Universidade Federal de
Pernambuco, tendo como a
disciplina Trabalho de Conclusão de
Curso 1. Orientador (a): Prof. Ms.
Adolfo Luiz Reubens da Cunha.
RECIFE
2024
RESUMO
Introdução: A artrose, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, é uma
doença inflamatória e degenerativa das articulações, causada pelo desgaste das
cartilagens, levando à dor e deformidades, especialmente em idosos. Um estudo de
2021 indica que, até 2050, 1 bilhão de pessoas serão afetadas, com maior
prevalência entre idosos. O joelho, devido à sobrecarga diária, é uma das
articulações mais atingidas, e o treinamento de força é uma abordagem eficaz para
aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Estudos mostram que exercícios
de resistência, realizados por até 18 semanas, melhoram a mecânica da marcha e
reduzem a dor em pacientes idosos com osteoartrite. Entretanto, há necessidade de
mais pesquisas sobre a eficácia a longo prazo, métodos de exercícios e a análise de
outras articulações, além do joelho e quadril. Objetivos: Analisar como o
treinamento de força afeta a qualidade de vida de idosos com osteoartrite, incluindo
mudanças na força, mobilidade e dor. Investigar diferentes tipos de treinamento
resistido, barreiras e facilitadores para o acesso ao exercício com peso e avaliar o
bem-estar físico e social após a intervenção. Metodologia: Este estudo será uma
revisão da literatura para avaliar os efeitos do treinamento de força na qualidade de
vida de idosos com osteoartrite. A coleta de dados será feita por uma busca
sistemática em bases como PubMed, SciELO e Google Scholar, utilizando
descritores relacionados como "treinamento de força", "idosos", "osteoartrite" e
"qualidade de vida". Serão incluídos estudos recentes (últimos 10 anos) em inglês ou
português, que se concentrem em idosos com osteoartrite e usem medidas de
qualidade de vida. Serão excluídos estudos com participantes menores de 60 anos,
intervenções combinadas ou sem acesso completo ao texto. Os dados dos estudos
selecionados serão organizados em tabelas e analisados de forma descritiva para
identificar tendências e diferenças. A síntese narrativa discutirá os efeitos do
treinamento de força na qualidade de vida, considerando os mecanismos propostos
e as limitações dos estudos, como variações nos protocolos e tamanhos das
amostras.
Palavras-chave: Treinamento de força. Osteoartrite. Idoso. Qualidade de vida.
ABSTRACT
Introduction: According to the Brazilian Society of Rheumatology, osteoarthritis is an
inflammatory and degenerative joint disease caused by the wear and tear of
cartilage, leading to pain and deformities, especially in the elderly. A 2021 study
indicates that by 2050, 1 billion people will be affected, with a higher prevalence
among the elderly. The knee, due to daily stress, is one of the most impacted joints,
and strength training is an effective approach to alleviate symptoms and improve
quality of life. Studies show that resistance exercises, performed for up to 18 weeks,
improve gait mechanics and reduce pain in elderly patients with osteoarthritis.
However, more research is needed on long-term efficacy, exercise methods, and the
analysis of other joints besides the knee and hip. Objectives: To analyze how
strength training affects the quality of life of elderly individuals with osteoarthritis,
including changes in strength, mobility, and pain. To investigate different types of
resistance training, barriers and facilitators to access weight-bearing exercise, and to
evaluate physical and social well-being following the intervention. Methodology: This
study will be a literature review to assess the effects of strength training on the quality
of life of elderly individuals with osteoarthritis. Data collection will be conducted
through a systematic search in databases such as PubMed, SciELO, and Google
Scholar, using related descriptors like "strength training," "elderly," "osteoarthritis,"
and "quality of life." Recent studies (last 10 years) in English or Portuguese, focusing
on elderly individuals with osteoarthritis and using quality of life measures, will be
included. Studies with participants under 60 years old, combined interventions, or
without full-text access will be excluded. Data from selected studies will be organized
in tables and analyzed descriptively to identify trends and differences. The narrative
synthesis will discuss the effects of strength training on quality of life, considering
proposed mechanisms and study limitations, such as variations in protocols and
sample sizes.
Key words: Strength training. Osteoarthritis. Elderly. Quality of life.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 5
2. OBJETIVOS 7
2.1 OBJETIVO GERAL 7
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 7
3. METODOLOGIA 8
4. CRONOGRAMA 9
5. ORÇAMENTO 10
REFERÊNCIAS 11
5
1. INTRODUÇÃO
Conforme o Centro Paulista de Investigação Clínica (CEPIC) informa, “De
acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a artrose é uma doença de
natureza inflamatória e degenerativa das articulações. Ela é provocada pelo
desgaste das cartilagens que revestem as extremidades ósseas, causando dor e
podendo levar a deformidades.” Com base em tal afirmação, podemos concluir o
quão a artrose/osteoartrite pode ser prejudicial para os indivíduos que venham a
possuir tal doença e que não tenham os cuidados precisos para o tratamento da
mesma, principalmente a população com idade mais avançada (CEPIC, 2020).
Um estudo de 2021, que realizou uma análise sistemática para o Global
Burden of Disease Study, envolvendo a prevalência da osteoartrite em 204 países
e territórios de 1990 a 2020, revelou que em até 2050, 1 bilhão de pessoas serão
afetadas pela doença, sendo a maior prevalência em idosos (Steinmetz et al.,
2021). Diante de tal contexto, nota-se que a osteoartrite é uma doença muito mais
comum e frequente do que se pode imaginar, sendo necessária atenção redobrada
para lidar com tal enfermidade (Steinmetz et al., 2021).
Devido à constante sobrecarga e impacto decorrente das atividades diárias
do dia a dia, o joelho é uma das articulações que mais se tornam alvo da doença,
sendo uma das queixas mais frequentes em relação à dor e desconforto por
pacientes idosos portadores de osteoartrite (Neta et al., 2016). Sendo assim, um
dos tratamentos não farmacêuticos mais utilizados e que possui bastante eficácia
em relação à manutenção e contenção da osteoartrite é a atividade física, mais
especificamente, o treinamento de força. Os exercícios têm benefícios
comprovados na restauração da amplitude de movimento, fortalecimento da
musculatura, melhora da dor e promoção de melhora na execução de atividades do
dia a dia, como caminhar, subir e descer escadas e até mesmo, participar de
esportes (Neta et al., 2016).
De acordo com o programa de treinamento utilizado em 12 semanas no
estudo envolvendo a análise do impacto de exercícios resistidos em idosos com
osteoartrite de joelhos, da comunidade de Santa Cruz, localizada no Rio Grande do
Norte, Brasil, exercícios voltados ao treinamento de força podem ser considerados
efetivos e seguros para o tratamento da doença, podendo ser realizados com
utilização de materiais de baixo custo, sem demandar de grandes estruturas e em
6
ambientes controlados para uma promoção de qualidade de vida de forma eficaz
(Neta et al., 2016).
Diante de outra perspectiva, como na revisão de Lima e colaboradores
(2016), houve uma análise envolvendo estudos que tinham como objetivo
investigar o efeito a longo prazo (18 semanas) do treinamento com pesos
(resistido) em aspectos mecânicos da marcha e na dor de pacientes acometidos
pela osteoartrite de joelhos (com idade igual ou superior a 60 anos). Como
resultado, os indivíduos que participaram da pesquisa apresentaram melhorias na
mecânica da caminhada, como na velocidade da marcha e na frequência e
amplitude de passada, e por consequência, na redução da dor nas atividades
cotidianas, contribuindo para um padrão de vida sustentável (Lima et al., 2016).
Dessa forma, há pontos que necessitam ser abordados de forma mais
frequente acerca do tema referido, como no consenso sobre os melhores métodos
de exercício para aplicação, estudos voltados na análise do programa de
treinamento a longo prazo, além de 12 semanas, como nos estudos de Neta et al.
(2016) e Santos, Souza (2022), assim como em pesquisas abordando outras
articulações a não ser joelho e quadril, que são as mais citadas e recorrentes.
Nesse caso, nota-se uma escassez no sistema de avaliação de variáveis no
que se refere à aplicabilidade do treinamento resistido para tal público, como no
critério de escolha dos exercícios, intensidade, volume e duração dos testes. Logo,
se faz necessária uma análise do tema proposto observando as conclusões de
outros estudos envolvendo o mesmo segmento e os impactos físicos, mentais e
sociais que possam ser gerados para a população de terceira idade com a
patologia da osteoartrite.
7
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar os impactos positivos da aplicação do treinamento de força na qualidade
de vida de idosos com osteoartrite.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
● Observar as mudanças provocadas pela prática do exercício físico resistido
na força, mobilidade e redução de dor da situação dos indivíduos idosos;
● Investigar os efeitos de diferentes tipos de treinamento de força e de estudo
envolvendo a temática referida;
● Explorar as possíveis barreiras e mecanismos facilitadores do acesso ao
treinamento de força pelos idosos;
● Avaliar o bem-estar físico e social do público-alvo pós intervenção com os
procedimentos utilizados.
8
3. METODOLOGIA
Este estudo será conduzido por meio de uma revisão da literatura, processo
relacionado com a busca, análise e descrição de um corpo do conhecimento em
prol da resposta a uma pergunta específica (IPUSP, 2024). Tem como objetivo,
avaliar e sintetizar os efeitos do treinamento de força na qualidade de vida de
indivíduos idosos diagnosticados com osteoartrite. A coleta de dados será realizada
através de uma busca sistemática em base de dados acadêmicos, como PubMed,
SciELO e Google Scholar. Os termos de busca incluirão combinações de
descritores como "treinamento de força", "idosos", "osteoartrite", "qualidade de
vida"; intercaladas pelo operador booleano “AND”.
Como critérios de inclusão, serão analisados estudos que examinam o
impacto do treinamento de força em idosos com diagnóstico clínico de osteoartrite,
que utilizam medidas de qualidade de vida como desfecho principal ou secundário,
que foram publicados nos últimos 10 anos, em inglês ou português, e que se
encontram em artigos completos disponíveis eletronicamente. Por outro lado, os
critérios de exclusão serão: estudos que não tenham a participação da população
idosa (idade inferior a 60 anos), que apresentem intervenções combinadas (como
treinamento de força com outro tipo de exercício) que não permitem isolar o efeito
do treinamento resistido e que não tenham acesso completo ao texto.
Os dados extraídos dos estudos selecionados serão organizados em
tabelas, apresentando informações sobre o tipo de intervenção, características da
amostra, instrumentos de medição da qualidade de vida e principais achados. A
análise será feita de forma descritiva, destacando as tendências, resultados
comuns e divergências entre os estudos.
Será realizada uma síntese narrativa dos achados, discutindo os efeitos do
treinamento de força na qualidade de vida, com especial atenção para os
mecanismos propostos nos estudos para explicar as melhorias observadas. As
limitações dos estudos também serão discutidas, incluindo a variabilidade nos
protocolos de treinamento, tamanho das amostras e diferenças nas medidas de
qualidade de vida.
9
4. CRONOGRAMA
MESES
ETAPAS ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT MAI JUN JUL AGO
/24 /24 /24 /24 /24 /24 /24 /25 /25 /25 /25
Busca e X X X X X X X X X X
seleção
de
estudos
Extração X X X X X X X X X X
e
análise
de
dados
Síntese X X X
e
redação
do
manuscr
ito final
Apresen X
tação do
projeto
10
5. ORÇAMENTO
ITENS PREÇO
Internet (roteador) R$100,00
Internet (dados móveis) R$30,00
Notebook com acesso à Internet (1 unidade) R$1.367,05
Celular com acesso à Internet (1 unidade) R$1.619,00
Impressora a jato de tinta (1 unidade) R$809,10
Resma de papel A4 (1 unidade) R$40,33
Canetas esferográficas (2 unidades) R$3,00
Transporte (ônibus) R$90,20
Transporte (uber) R$220,00
VALOR TOTAL: R$4.278,68
11
REFERÊNCIAS
Blog CEPIC. Osteoartrite de joelho: conheça as causas, sintomas e tratamentos da
artrose. CEPIC, dezembro, 2020. Disponível em:
(https://www.cepic.com.br/blog/osteoartrite-de-joelho/). Acesso em: 20 de jun. 2024.
DOS SANTOS, Tamyris Marques; DE SOUZA, Felipe Heylan Nogueira. Os efeitos
do treino resistido na dor e na função de idosos com osteoartrite de joelho: um
estudo de revisão. Revista Diálogos em Saúde, v. 5, n. 1, p. 327-340, 2022.
IPUSP. Revisão de Literatura. Instituto de Psicologia da Universidade de São
Paulo, 2024. Disponível em:
(https://www.ip.usp.br/site/biblioteca/revisao-de-literatura/). Acesso em: 30 de ago.
2024.
LIMA, Wilson Pereira et al. Características da prescrição do treinamento de força
para indivíduos com osteoartrite de joelho: uma breve revisão. Revista Brasileira
de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v. 10, n. 59, p. 422-430,
2016.
MESSIER, S. P.; THOMPSON, C. D.; ETTINGER, W. H. Effects of long-term
aerobic or weight training regimens on gait in an older, osteoarthritic population.
Journal of Applied Biomechanics. v. 13, p. 205-225, 1997.
NETA, Rosa Sá de Oliveira et al. Impacto de um programa de três meses de
exercícios resistidos para idosos com osteoartrite de joelhos, da comunidade de
Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de
Janeiro, v. 19(6), p. 950-957, 2016.
12
STEINMETZ, Jaimie D. et al. Global, regional, and national burden of osteoarthritis,
1990-202 and projections to 2050: a systematic analysis for the Global Burden of
Disease Study 2021. The Lancet Rheumatology, v. 5, p. 508-522, 2023.