Camada
de transporte
Silveira, da Ricardo Zanni Mendes
SST Camada de transporte / Ricardo Zanni Mendes da
Silveira
Ano: 2020
nº de p.: 11
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Camada de transporte
Apresentação
Esta unidade tem como foco o estudo da camada de transporte e da camada de
aplicação e seus respectivos itens como: propósitos da camada de transporte,
transporte dos dados, protocolos e serviços, envio e recebimento de e-mails,
configuração dinâmica de host e transferência de arquivos.
Abordando mais a fundo a camada de transporte, que tem como principal objetivo
realizar a comunicação fim a fim, a unidade irá evidenciar a sua utilidade e quais
protocolos são utilizados por ela, bem como, a relevância e uso dos protocolos UDP,
TCP e SCTP.
Camada de transporte e camada
de aplicação
Entre as camadas de aplicação e de rede, está situada a camada de transporte, que
é considerada um componente central da arquitetura de rede em camadas, visto
que tem a função de oferecer serviços de comunicação diretamente aos processos
de aplicação que rodam em máquinas diferentes (KUROSE; ROSS, 2013).
Quando existe um programa aplicativo em execução em um host (dispositivo da
rede), ele é chamado de processo (FOROUZAN; FIGUEIREDO; ABREU, 2008).
Atenção
Em outras palavras, segundo Maia (2013), o principal emprego
da camada de transporte está na comunicação fim a fim entre os
processos transmitidos e recebidos, permitindo a comunicação
entre o dispositivo de origem e o dispositivo de destino como se
não houvesse rede de interconexão.
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As conexões na camada de transporte são baseadas em serviços direcionados
à conexão, como o Transmission Control Protocol (Protocolo de controle de
transmissão – TCP) que é rápido e seguro, e não em serviços direcionados à
conexão como o User Datagram Protocol (Protocolo de datagrama de usuário –
UDP) que é rápido, mas não é confiável (MORAES, 2010).
Na camada de transporte, realiza-se a troca de pacotes entre os sistemas que estão
se comunicando sem ter a preocupação de fazer o roteamento, pois este é realizado
pela camada de rede (MORAES, 2010).
Atenção
No transporte, é realizado também o controle de fluxo quando o
receptor da mensagem não consegue tratá-la ou quando existe a
necessidade de fazer o controle das retransmissões ocasionadas
pela perda de mensagens durante a comunicação (MORAES, 2010).
Forouzan, Figueiredo e Abreu (2008) afirmam que isso garante a integridade e a
ordem de entrega dos pacotes de uma mensagem completa, fazendo o controle
dos erros na transmissão. Outra função é separar as camadas que tratam o
meio físico (camada física, enlace e rede) das camadas que tratam a aplicação
(MORAES, 2010).
O transporte de dados se origina devido à necessidade da comunicação entre os
processos finais, sendo que o modelo internet especifica três protocolos na camada
de transporte: UDP, TCP e Stream Control Transmission Protocol (Protocolo de
Transmissão de Controle de Fluxo – SCTP) (FOROUZAN; FIGUEIREDO; ABREU, 2008).
Já a camada de aplicação, segundo Moraes (2010), é responsável por disponibilizar
para as aplicações os meios para acessar o ambiente de comunicação, e realizar a
interface entre o protocolo de comunicação e o aplicativo utilizado na rede.
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Diversos aplicativos que podem ser utilizados em computadores
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
Dentre os serviços mais comuns na aplicação, estão:
Correio eletrônico
Transferência de arquivos
Serviço de diretório
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Acesso ao banco de dados
Gerência de rede
Saiba mais
Para saber mais sobre os protocolos UDP e TCP, acesse a página
do Youtube no canal do Professor Paulo Kretcheu. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=uRvjPlbJ_98.
Protocolo de datagrama
de usuário – UDP
UDP é um protocolo de transporte sem conexão e não confiável, pois não adiciona
qualquer tipo de controle adicional para os serviços de entrega do Internet Protocol
(Protocolo de internet – IP), a não ser pelo motivo de ter que implementar a
comunicação entre os processos em vez da comunicação entre os hosts. Nesse
protocolo, a verificação de erros é implementada de maneira muito limitada
(FOROUZAN; FIGUEIREDO; ABREU, 2008).
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Reflita
UDP é um protocolo muito simples e mais rápido por possuir
menor quantidade de controles na transmissão. É um protocolo
sem conexão fim a fim, o que não assegura a integridade dos
dados transmitidos, porque não existe a verificação para detectar
a falta de pacotes de dados, não há a sequência desses pacotes e
também não há o aviso de recebimento (SOUSA, 2009).
Em transmissões de voz e de imagens digitalizadas, a retransmissão de pacotes
de dados em casos de erro não é desejável. Se nessa aplicação um pacote que
está carregando dados de voz ou de imagens ao vivo for acometido de erros ou
até mesmo interferências na transmissão, não existe interesse em retransmiti-lo.
Nessa situação, o desejável é receber o próximo pacote o mais rápido possível
(SOUSA, 2009).
Formato do pacote do protocolo UDP
Port de Port de Tamanho CRC Dados
origem destino do pacote
2 bytes 2 bytes 2 bytes 2 bytes variável
Fonte: Sousa (2009).
Segundo Sousa (2009), UDP não utiliza controle de fluxo por janelas, nem utiliza
as confirmações de recebimento de pacotes de dados. UDP foi desenvolvido para
aplicações que fornecem seus próprios processos de correção de erros ou que
precisam de uma transmissão de maior velocidade e com menor processamento,
exigindo menor retardo no protocolo nas transmissões de voz ou de imagem.
Se a intenção do processo é enviar uma pequena mensagem e não se preocupar
com a confiabilidade da transmissão, UDP é uma boa opção. Ele é muito indicado
para multicast e utilizado no gerenciamento de redes e em alguns protocolos de
roteamento (FOROUZAN; FIGUEIREDO; ABREU, 2008).
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Saiba mais
UDP utiliza o modelo sem conexão, o que significa que uma
aplicação pode enviar dados a qualquer momento e ele não vai
transmitir quaisquer pacotes além dos que levam os dados.
Protocolo de controle de transmissão
– TCP e Protocolo de transmissão de
controle de fluxo – SCTP
TCP, assim como UDP, também é um protocolo de comunicação entre processos finais,
fim a fim, mas é orientado à conexão, ou seja, ele cria uma conexão virtual entre dois
processos TCPs para a transmissão de dados. Porém, diferentemente do UDP, TCP
implementa mecanismos de controle de fluxo e de erros na camada de transporte.
Em síntese, ele é um protocolo de transporte orientado à conexão, ao fluxo de dados
e confiável, que acrescenta funcionalidades aos serviços do IP, como orientação à
conexão e confiabilidade (FOROUZAN; FIGUEIREDO; ABREU, 2008).
Nele, é criado um ambiente no qual dois processos aparentam estar conectados por
um caminho imaginário que conduz os dados pela internet. O serviço full-duplex, no
qual os dados podem transitar em ambas as direções simultaneamente, também é
disponibilizado no protocolo TCP (FOROUZAN; FIGUEIREDO; ABREU, 2008).
Curiosidade
De acordo com Maia (2013), no TCP, quando um processo quer
enviar e receber dados de outro processo, acontece que:
• dois processos TCPs estabelecem uma conexão entre eles;
• dados são trocados em ambos os sentidos;
• conexão é encerrada.
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O controle de erros no protocolo TCP inclui mecanismos para a detecção de
segmentos de dados corrompidos, perdidos, fora de ordem ou segmentos
duplicados, visto que também apresenta um mecanismo para a correção de erros
após eles serem detectados (MAIA, 2013).
Já SCTP é um novo protocolo da camada de transporte, confiável e orientado a
mensagens. Foi desenvolvido para atender aos requisitos das novas aplicações de
internet, oferecendo desempenho e confiabilidade (MAIA, 2013).
De acordo com Forouzan, Figueiredo e Abreu (2008), SCTP combina as melhores
características do UDP e do TCP. É um protocolo que detecta mensagens perdidas,
duplicadas e fora de ordem, e também implementa mecanismos de controle de
congestionamento de pacotes de dados e de fluxo.
Curiosidade
Da mesma forma que TCP, SCTP implementa serviços de transporte
full-duplex, em que o serviço orientado à conexão é denominado
associação, e estabelece que quando um processo quer enviar e
receber dados de outro processo ocorre a seguinte situação:
• dois SCTPs estabelecem a associação entre si;
• dados são trocados em ambos os sentidos;
• associação é encerrada.
O protocolo SCTP é considerado um protocolo de transporte confiável que
implementa mecanismos de confirmação para validar a integridade dos dados no
seu destino (FOROUZAN; FIGUEIREDO; ABREU, 2008).
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Fechamento
Nessa unidade foi possível compreender as camadas de transporte e de aplicação,
identificando suas utilidades, sendo de comunicação fim a fim no caso da camada
de transporte, e o papel de disponibilizar para as aplicações os meios para acessar
o ambiente de comunicação no caso da camada de aplicação.
Observou-se também que o transporte de dados se dá a partir de protocolos de
internet: UDP - protocolo de transporte sem conexão e não confiável; TCP - um
protocolo de comunicação entre processos finais, fim a fim, mas é orientado
à conexão - e SCTP - um novo protocolo da camada de transporte, confiável e
orientado a mensagens.
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Referências
FOROUZAN, B. A.; FIGUEIREDO, G. E.; ABREU, P. M. Comunicação de dados e redes
de computadores. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2008.
KUROSE, J. F.; ROSS, K. W. Redes de computadores e a internet: uma abordagem
top-down. 6. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
MAIA, L. P. Arquitetura de redes de computadores. Rio de Janeiro: LTC, 2013. LTC.
MORAES, A. F. Segurança em redes: fundamentos. São Paulo: Érica, 2010.
SOUSA, L. B. Redes de computadores: guia total – Tecnologias, aplicações e
projetos em ambiente corporativo. São Paulo: Érica, 2009.
TANENBAUM, A. S. Redes de computadores. 5. ed. São Paulo: Pearson, 2011.
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