0% acharam este documento útil (0 voto)
8K visualizações52 páginas

Revista Ensinador Cristao - 102

O documento apresenta informações sobre o 11° Congresso Nacional e destaca a trajetória acadêmica e ministerial de Douglas Baptista, além de discutir a importância da Escola Dominical e a formação teológica de professores. A revista Ensinador Cristão oferece subsídios e artigos que visam enriquecer o ensino cristão, abordando temas relevantes e pedagógicos, com foco nas parábolas de Jesus como método de ensino. O conteúdo é voltado para a capacitação de educadores e o fortalecimento da fé na comunidade cristã.

Enviado por

Veja lá
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
8K visualizações52 páginas

Revista Ensinador Cristao - 102

O documento apresenta informações sobre o 11° Congresso Nacional e destaca a trajetória acadêmica e ministerial de Douglas Baptista, além de discutir a importância da Escola Dominical e a formação teológica de professores. A revista Ensinador Cristão oferece subsídios e artigos que visam enriquecer o ensino cristão, abordando temas relevantes e pedagógicos, com foco nas parábolas de Jesus como método de ensino. O conteúdo é voltado para a capacitação de educadores e o fortalecimento da fé na comunidade cristã.

Enviado por

Veja lá
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 52

REPORTAGEM

11° Congresso Nacional de


DOUGLAS BAPTISTA é doutor em Teologia Sistemática, mestre
em Teologia do Novo Tfestamento pela FTCB, mestre em Ciências
das Religiões pela Faculdade Unida de Vitória; pós-graduado em
Docência do Ensino Superior e pela FASSEM, e licenciado em
Educação Religiosa pela FASSEM e Filosofia pela A SSESB; é
também pastor presidente da Assembléia de Deus de Missão do
Distrito Federal, presidente da Sociedade Brasileira de Teologia
Cristã Evangélica, do Conselho de Educação e Cultura da
CGADB e da Ordem dos Capelães Evangélicos do Brasil. Autor
do Iívto O Ethos Pentecostal na Esfera Pública, publicado pela CPAD.
Editorial
o

EX P ED IEN TE
A s v e r d a d e s p r o f u n d a s d a fé
Presidente da CCADB
José W ellington Costa Júnior n a ó t ic a d o a p ó s to lo J o ã o
Presidente do Conselho Administrativo
Jo sé W ellington Bezerra da Costa
Neste trimestre o cristianismo primitivo será objeto de
Diretor-executivo
Ronaldo Rodrigues de Souza estudo de acordo com a narrativa do evangelista Lucas que
Editor-chefe foi contemporâneo dos principais fatos ocorridos logo após a
Silas Daniel morte e ressurreição de Jesus Cristo. O comentarista da lição,
Gerente de Publicações o articulista, escritor, conferencista e comentarista de Lições
Alexandre Claudino Coelho
Bíblicas de Adultos da Escola Dominical da CPAD, pastor José
Gerente Financeiro
Josafá Franklin Santos Bomfim
Gonçalves, discorre a formação da novel Igreja, a sua forma de
Gerente Comercial ser, viver e a difusão do Evangelho. O contexto dos primevos
Cícero da Silva cristãos deve estar sempre presente quando o assunto gira em
Gerente de Produção torno da Igreja de Jerusalém, a sua dimensão pneumatológica e
Jarbas Ram ires Silva a interação com as distintas maneiras de vivenciar o Evangelho:
Gerente de Comunicação o testemunho, a pregação, o amor prático, as perseguições, as
Leandro Souza da Silva
Chefe de Arte & Design
relações com outras culturas, os concílios e os desafios étnicos.
W agner de Almeida Tudo devidamente comentado em uma linguagem objetiva,
Projeto Gráfico, diagramação e capa simples, clara e acessível ao grande público.
Suzane Barboza
O líder da Convenção dos Ministros das Assembléias de
Projeto Digital
A lan V alle Deus no Estado do Mato Grosso do Sul (COMADEMS), pastor
Fotos João Martins é o entrevistado na seção Conversa Franca onde
S h u tte rsto ck o ele disserta em torno da relevância da Escola Dominical na
TELEM ARKETING - 0800 021 7373 trajetória espiritual do crente neste mundo e demais assuntos
2a a 6a das 8h as 17:30min que também envolvem projetos em sua igreja.
Opção 1- Igrejas, cotas e assinaturas
Opção 2 - Colportores e Lojistas Os artigos teológicos publicados em mais essa edição da
Opção 3 - Pastores e demais clientes Ensinador Cristão vai contribuir na prédica de cada professor
WHATSAPP - (21) 2406-7373 comprometido no enriquecimento teológico dos alunos que
ASSINATURA IMPRESSA frequentam as salas de aula em todo o território nacional. As
R$ 110,00 - (2 anos) sessões Boas Idéias e Subsídios fazem parte do séquito de infor­
ASSINATURA DIGITAL mações devidamente estruturadas nas Sagradas Escrituras por
R$ 29,00 (1 ano)
professores tecnicamente especializados. Nas seções Professor
www.cpaddigital.com.br
Responde, Sala de Leitura, ED em Foco e Em Evidência vão
ATENDIMENTO ASSINATURA IMPRESSA
(21) 2406-7432 enriquecer de conhecimento bíblico os professores e alunos
E-mail: [email protected] ao longo da leitura de mais essa edição da Ensinador Cristão.
SUPORTE ASSINATURA DICITAL O conteúdo bíblico exposto nas páginas da revista são
(21) 2406-7315 fruto de intenso labor de pastores, professores e pedagogos
E-mail: [email protected]
voltados ao bom desempenho dos ensinadores em suas salas
Ano 26 I n°102 I jul/ago/set 2025 de aula em todos os rincões Brasil afora. A revista tem como
Ensinador Cristão-revista evangélica trimestral, alvo não somente o bom desempenho didático, mas também
lançada em novembro de 1999, editada pela na formação de uma nova geração de crentes bem instruídos na
Casa Publicadora das Assembléias de Deus.
Correspondência para publicação deve ser
Palavra de Deus e capazes de repelir os ataques dos formadores
endereçada ao Departamento de Jornalismo. de opinião contrários aos reclames das Sagradas Escrituras que
As remessas de valor (pagamento de assinatura, indica o verdadeiro caminho pelo qual o ser humano consegue
publicidade etc.) exclusivamente à CPAD. A
direção é responsável perante a Lei por toda ser alcançado pela graça divina.
matéria publicada. Perante a igreja, os artigos
assinados são de responsabilidade de seus
autores, não representando necessariamente
a opinião da revista. Assegura-se a publicação,
apenas, das colaborações solicitadas. O mesmo
princípio vale para anúncios.
Revista Ensinador Cristão
E-mail: [email protected]
Sumário

06 CAPA
Conceitos pedagógicos dos
p aráb o las de Je s u s Cristo

14 ARTIGO JOVENS
O verdad eiro evangelho: vivendo o
lib erd ad e que C risto nos deu como nos
ensino o Corto de Paulo ao s g á la ta s

18 ARTIGO JUVENIS
Perso n ag en s m arcan te s do Bíblia

20 ARTIGO ADOLESCENTE
G ran d es C a rta s poro nós

SUBSÍDIOS
A Igreja em Je ru sa lé m - doutrino,
co m u nh ão e fé: o b ase do crescim ento
do Igreja em meio à s p erseg uiçõ es Divulgue as atividades
do departamento de
ensino de sua igreja
05 ESPAÇO DO LEITOR
Entre em contato com
10 ED EM FOCO ENSINADOR CRISTÃO
Avenida Brasil, 34.401
Bangu • Rio de Janeiro • R3
11 CONVERSA FRANCA CEP 21852-002
Telefone 21 2406-7371
Fax 21 2406-7370
22 REPORTAGEM ensinador@ cpad.com .br
R e clam a ção , crítica e/ou
25 EN T REVIS TA DO COMEN TARIS TA su g estã o ? Ligue:
21 2406-7416
29 SALA DE LEITURA 21 2406-7418

SETO R D E A SSIN A TU R A S
30 O PROFESSOR RESPONDE A tendim ento a todos
os nossos periódicos:
31 BOAS IDÉIAS M EN S A G EIR O DA PA Z
M A N U A L DO O B R E IR O *
EN S IN A D O R C RISTÃ O
44 ARTIGO
Ü ^ ^ C P A D v id e o

n editoraCPAD

46 EM EVIDÊNCIA [ Q ] editora_cpad
CB4D EditoraCPAD
cp ad.com .br
Espaço de leitor
f

® Fonte valio so de co nhecim ento


O periódico Ensinador Cristão é uma fonte valiosa para apro­
fundar os conhecimentos teológico e pedagógico, especialmente
aquele voltado para o ensino cristão. Ele oferece lições práticas,
análises bíblicas detalhadas e ferramentas eficazes para quem deseja
aprimorar seu papel como educador na fé. Além disso, mantém os
leitores atualizados sobre tendências e desafios no ensino cristão
contemporâneo. Adquirir este periódico é investir no crescimento
espiritual e no impacto transformador do ensino na vida de outros.
Pb. Júlio Jo sé Nogueira Pereira, São Paulo (SP)
pia i

© C o n te ú d o s poro e d ifica çã o do Igreja


Gratidão aos colunistas e à equipe editorial da revista Ensina­
dor Cristão pela dedicação e cuidado em trazer aos professores e
alunos da EBD conteúdos relevantes com vista ao desenvolvimento
e à edificação da Igreja. Em Ribeirão Preto (SP), temos utilizado
mensalmente, no CAPED-RP, os subsídios da revista para maior e
melhor capacitação de nossos professores.
Pr. Mário Antônio, Ribeirão Preto (SP)
© E s s e n c ia l poro o fo rm ação teológico e
ped agó gico
A leitura da revista Ensinador Cristão é essencial para a formação
teológica e pedagógica de professores da Escola Dominical. Este
recurso oferece subsídios exegéticos, doutrinários e metodológicos
que enriquecem a compreensão dos textos bíblicos e aprimoram as
estratégias de ensino. Além disso, promove a atualização contínua
sobre temas relevantes para a educação cristã, alinhando o conte­
údo à tradição pentecostal e às demandas contemporâneas. Assim,
fortalece a preparação docente, contribuindo para um ensino bíblico
eficaz e contextualizado.
Pr. Brayan de Souza Lages, Rio de Janeiro (RJ)
© A u xílio poro um a m elhor a u la de EBD
Desde o início dos anos 2000, procuro por informações nas
Por carta: Av. Brasil, 34.401
páginas da revista Ensinador Cristão, no intuito de buscar o auxílio
Bangu 21852-002 - Rio de Janeiro/RJ
no bom conteúdo oferecido pelo periódico para compartilhar nas
Por fax: 21 2406-7370
ministrações em nossa Escola Dominical.
Por emaíl: [email protected]
Pr. M oisés Adriano Lamberty, Santa Maria (RS)
© L e itu ra de oito nível
Entre em contato com a A revista Ensinador Cristão apresenta um alto nível de conhe­
revista Ensinador Cristão. cimento técnico e teológico. Os fundamentos encontrados nas
Sua opinião é páginas da revista estão pautados no aprimoramento dos educa­
importante para nós! dores cristãos. Quem absorve o conteúdo da Ensinador amadurece,
desenvolve e prepara os professores para um ensino saudável à luz
en sin ad o r@ cpad .co m .br
da Bíblia Sagrada.
Lucas dos Santos Simon, Jaru (RO)
Devido às lim itações de espaço, as
cartas serão selecionadas e transcritas © Investim ento de s a b e r bíblico
na íntegra ou em trechos considera- A revista Ensinador Cristão tem uma grande importância em
meus estudos. Esse periódico oferece um conteúdo que atende não
somente os líderes, mas a todos os demais leitores que necessitam
e que contenham nome e endereço de uma compreensão de assuntos atuais à luz da Palavra de Deus.
completos e legíveis. No caso de uso Nós precisamos investir em conhecimento bíblico para estarmos
de fax ou e-mail, só serão publicadas preparados para debates, elucidação de dúvidas e atender aos
as cartas que informarem também a reclames da Grande Com issão, além de conhecer a vontade de
cidade e o Estado onde o leitor reside. Deus para nossas vidas.
Aureliano Gonçalves Vieira Filho, Rio Verde (GO)
Capa
Aderjalan José Ramos E

Conceitos
pedagógicos
das parábolas
de Jesus

O Senhor Jesu s passou grande parte do Seu


ministério ensinando e, para tal, o Mestre utilizava
diversos métodos. Um desses métodos foi a expla­
nação de parábolas, que refletia sua familiaridade
com a tradição de sabedoria do Antigo Testamento.
As parábolas emitidas por Jesus estão entre as por­
ções das Escrituras mais empolgantes e mais lidas.
Embora as Suas parábolas tivessem originalidade e
criatividade, elas faziam parte do mundo antigo tanto
judaico quanto gentílico e são encontradas em várias
formas de literatura. Isso significa que as parábolas não
soaram de forma estranha aos ouvidos dos gentios.
Muitos conheciam, por exemplo, as fábulas de Esopo,
que, embora eram distantes das parábolas bíblicas,
apresentavam alguma semelhança.
Literalm ente, o term o "p aráb o la" quer dizer
"comparação", "estabelecerão lado". Uma parábola
é uma declaração ou história que busca fazer com que
algo que o orador deseja enfatizar seja claramente
compreendido, ilustrando isso a partir de uma situação
familiar da vida comum. Quanto às temáticas, nos
evangelhos, as parábolas têm muitas: graça, Israel,
discipulado, oração, escatologia, perda, dinheiro etc.
Porém, devemos vê-las também sob outra perspectiva
além da teológico. Devemos vê-las como conceitos
pedagógicos utilizados por Jesus. Vamos enumerar
alguns deles:

6 ENSINADOR CRISTÃO
Concisçao - As parábolas eram simples e descom- parte de Deus e do Seu Reino. Isso nos mostra que o
plicadas, com poucas personagens e, no geral, com um professor cristão deve primar para que o seu ensino
enredo principal. Jesus deixava espaço para os ouvintes seja bíblico e teocêntrico.
preencher os detalhes pela obviedade. Isso nos ensina Manutenção da atenção da audiência - Jesus
que o professor deve ser simples e não subestimar a era um hábil contador de histórias: montava o cenário,
capacidade do ouvinte de interpretar obviedades. descrevia as personagens, desenvolvia o enredo e
Produtos de observações - Em Lucas 14.7 en­ conseguia manter o interesse do auditório até o final,
contramos a seguinte perícope: " .... reparando como através de exageros grosseiros (pai dar uma pedra em
escolhiam os primeiros assentos"; e no versículo 15, lugar de pão para o filho), humor e trocadilhos, drama
encontramos Jesus em um jantar e, na ocasião, um e comparações berrantes, e clímax com uma guinada
dos participantes se manifestou e Jesus iniciou uma fantástica (samaritano ajudando um judeu). Tudo isso
parábola: "Bem aventurado o que comer pão no Reino para atingir seus objetivos. Isso nos diz que profes­
de Deus". A eficácia do ensino bíblico relevante passa sores inesquecíveis conquistam e mantém a atenção
pela observação da realidade cotidiana dos educandos. dos alunos com verdades que atingem suas mentes e
Concretude - Jesus não contou histórias de contos rasgam os seus corações.
de fadas, mas o enredo era tecido com a matéria prima Participação dos alunos - Concluindo a Parábola
do mundo real: moeda perdida, fermento, semente do Bom Samaritano, Jesus perguntou: "Qual, pois,
de mostarda, pássaros, mordomos injustos, ovelha destes três te parece que foi o próximo daquele que
perdida etc. As tensões entre pobres e ricos estão caiu nas mãos dos salteadores?". Aqui Jesus demons­
presentes nas parábolas. Os latifundiários praticavam trou elementos importantes: primeiro, Ele chamava o
em parte o "absenteísmo"; provavelmente viviam na aluno para participar do processo educativo (ensino
cidade. Para eles, a terra era fonte de exploração. Os participativo); segundo, Ele sabia a importância de
arrendatários dependentes entregavam a produção uma boa conclusão, pois aquilo que se diz por último
com rancor interno e isso retratado, por exemplo, na causa maior impressão (Professores cristãos precisam
parábola dos vinhateiros maus (Mc. 12.1-12). Isso nos ser didáticos no ensino); e terceiro, Ele aplicou a
ensina que o professor deve conhecer a realidade de parábola ao aspecto prático: "Vai e faze da mesma
seus alunos. maneira" (Lc. 10.37).
Teocentricidade - As mudanças de atitude que Apelo ao raciocínio - Existem 22 parábolas que
Jesus esperava dos Seus ouvintes através das parábo­ iniciam com expressões interrogativas do tipo: "Qual
las partia do princípio de que isso não aconteceria à de vós...?", "Que vos parece...?" e "Como...?". Outras
apresentam perguntas na conclusão da história. Em o qualificou como "um mestre vindo de Deus" (Jo 3.3).
todos os casos percebe-se que a intenção das parábolas Alguns elementos eram meramente humanos e outros,
é forçar as pessoas ao raciocínio, normalmente a uma divinos. Jesus era a encarnação da verdade, tinha inte­
ideia nova e inusitada, para que elas se aprofundem resse em servir, acreditava que o ensino poderia mudar
nessa nova ideia e reajam de acordo com ela. Ou seja, vidas, compreendia a natureza humana e dominava a
o ensino deve apelar ao raciocínio. arte de ensinar. Quando consideramos a eficiência de
Domínio do método narrativo - Nas parábolas, Jesus no magistério, somos estimulados e inspirados
Jesus usou o método de narração com arte. Basta ver, a cumprir nossa tarefa de professor.
por exemplo, as parábolas do Bom Samaritano, da Ensinar não é apenas narrar fatos, não é somente
Ovelha Perdida, das Dez Virgens e do Filho Pródigo. repetição de frases decoradas e recitadas como se
Contar histórias é uma arte: a história é a mensagem; fossem uma "ladainha". Ensinar é despertar a mente do
as palavras, o instrumento; e o contador, o artista. aluno para captar e reter a verdade. O aluno necessita
O contador de histórias deve amar as palavras, pois pensar por si mesmo, partir do conhecido para o des­
são o seu instrumento de comunicação. As parábolas conhecido. As lições devem produzir desenvolvimento
de Jesus eram instrumentos orais em uma cultura mental. Se você atendeu ao chamado de ensinar em
oral. A maioria delas foi contada inúmeras vezes, em uma classe de Escola Dominical, você aceitou um
várias situações e com pequenas - e, às vezes, nem grande trabalho, porque você coopera com Deus na
tão pequenas - variações. Jesus podia entrar em um formação do caráter cristão.
vilarejo galileu e dentro de alguns dias estar rodeado A Escola Dominical não pode ser meramente infor­
por vastas audiências, que lhes sorviam cada palavra. mativa e os professores não são meramente dadores
As multidões sentiam que ali estava um orador hábil. de aulas. O professor precisa se preocupar não apenas Adejartan José
Ramos é pastor-
Isso aponta para a necessida de o professor cristão com o "o que", mas também com o "como" do ensino. auxiliar na I a
desenvolver suas habilidades comunicativas para melhor Vemos isto em Deuteronômio 6.6-7. Nesse sentido, as Assembléia de
expor suas idéias. O docente também deve ampliar e parábolas têm muito a nos ensinar. Jesus não ensinava Deus em Barreiras
(BA), bacharel
enriquecer seu vocabulário, corrigir cacoetes e vícios apenas através do conteúdo, mas também da forma.
em Teologia, e
de linguagem e saber utilizar linguagem didática com Inspiremo-nos nEle. Sua pedagogia era irretorquível. licenciado em
beleza e logicidade. Suas aulas eram inesquecíveis! Ele preparava alunos Letras e Pedagogia
com especialização
Percebe-se que Jesus tinha idoneidade para ensinar. para além deste mundo aparente, temporal e transi­
em Linguística,
Tanto nas qualificações quanto no uso de métodos va­ tório (2Co 4.18). Ele os preparava para a Eternidade! Leitura e Produção
riados, o Filho de Deus foi o mestre ideal. Nicodemos Sigamos o Seu exemplo! • de Texto.
Assembléia de Deus funda
Orquestra Bíblica Dominical
É p re c is o se r m a tric u la d o na E B D para te r
a u la s d e m ú s ic a e fa ze r p a rte d a o rq u e stra
ganharia maior apreço entre os m em bros da igreja em nossas
adolescentes na cidade de Paulista apresentações na Escola Dominical
(PE) caso eles pudessem se tornar e nos domingos à noite através
instrumentistas se fossem alunos da Orquestra Bíblica Dominical.
matriculados na EBD. O nome do grupo musical tem a
"Durante a pandemia, não ha­ sua origem em nossas reuniões
via como realizar as aulas de flauta d o m in icais de estudo b íb lico .
doce, mas quando passou esse Também atendemos agendas nos
período de reclusão e voltamos à cultos de aniversário das Escolas
Os instrumentistas são também alunos matriculados na EBD normalidade, os alunos de flauta Dominicais ocorridos nas congre­
com interesse no conhecimento bíblico
doce se interessaram por outros gações. N esse caso, a reunião
in stru m en to s com o c la rin e te , bíblica é realizada à tarde e se
saxofone e violino. Ao perceber transforma em um culto festivo",
esse interesse, eu os chamei para explicou.
nos reunirmos e organizarmos. Sou O maestro informou que a OBD
músico formado pela Universidade é tem os seguintes instrumentos:
Federal de Pernambuco (UFPE). saxofone, clarinete, dois violinos, um
Outros adolescentes, ao verem a trombone, um trompete, teclado,
nossa organização, logo se apro­ bateria, baixo, violão e uma guitarra.
ximaram para serem ensinados a As vagas para aulas de flauta doce
tocar instrum entos. Concordei, foram abertas desde fevereiro com
O maestro Celso Gomes Junior enfatiza a relevância de ambos mas com uma c o n d içã o : eles a sua realização aos sábados aos
os conhecimentos, tanto o musical como também o teológico,
na formação dos músicos em Paulista (PE)
passariam a frequentar a Escola fiéis e congregados que tenham
Dominical. Logo, os ensaios pas­ idade a partir de 7 anos. As aulas de
saram a acontecer em casa e no violão, teclado, bateria, contrabaixo,
Em 2020, quando teve início tem plo", lembra o maestro. saxofone, trompete e trombone
a pandemia da Covid-19, o inte­ Com o passar do tempo, músi­ são conduzidas por professores
resse de alguns adolescentes em cos iniciantes aderiram ao projeto particulares e são pagas.
aprender a tocar flauta doce resul­ e em 2022 foi formada a primeira "Sou professor na classe de
tou na organização da Orquestra turma de instrumentistas da Es­ jovens e leciono por mais de 15
Bíblica Dominical (OBD) através cola D om inical, com presença anos. Sempre gostei de absorver
dos esforços de Josué Rodrigues, confirm ada no culto nas noites o conhecimento bíblico, por isso
então superintendente da Escola de dom ingo e na ab ertu ra de passei a frequentar a Escola Do­
Bíblica Dominical (EBD) em Jardim outros cultos. "A nossa atenção é minical e sugeri a criação da OBD.
Paulista Baixo, congregação da dirigida aos hinos da Harpa Cris­ Os nossos músicos conseguem
Igreja Evangélica Assembléia de tã e nosso repertório tem como responder à altura os questiona­
Deus em Abreu e Lima (IEADAL- objetivo trazer um ensinamento mentos por terem conhecimento
PE), liderada pelo pastor Roberto das verdades cristãs e da doutrina da Palavra de Deus. Considero isso
José Santos. Após a reclusão pro­ pentecostal inseridos nas letras de muito importante pois o aprendi­
vocada pela pandemia, o maestro nosso hinário. Tenho trabalhado zado, que não fica restrito apenas
C elso G om es Ju n io r percebeu com o objetivo de levar o ensino ao contexto musical", concluiu o
que a Escola Bíblica Dom inical aos nossos m úsicos e dem ais maestro Celso Gomes Junior.

10 ENSINAOOR CRISTÃO
o Conversa Franca

A importância da Escola
Dominical na caminhada cristã
O ensino bíblico na formação das bases
espirituais do salvo em Jesus Cristo

Nesta edição da Ensinador Cristão, o entrevistado é o pastor João


Martins, que é membro do Conselho Adm inistrativo da Casa Publica-
dora das Assem bléias de Deus (CPAD), presidente da Convenção dos
Ministros das Assem bléias de Deus no Estado do Mato Grosso do
Sul (CO M ADEM S), graduado em Teologia, Licenciatura Plena e
Pedagogia, e pós-graduado em Psicopedagogia. Há mais de
29 anos, o ministro se dedica a evangelizar Corumbá (MS) e
região, incluindo os bolivianos através das igrejas e mem­
bros do M inistério Fronterizo. O esforço do veterano em
implantar o novo prédio da Escola Assembléia de Deus, a
criação dos barcos Bom Pastor e a construção do Hospital
Evangélico lhe renderam os títulos de Cidadão Corumba-
ense e Ladarense. Na Convenção Geral dos Ministros das
Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus d Brasil (CGADB), o
ministro foi presidente do Conselho de Ação Social, membro
do Conselho de Doutrina, membro do Conselho de Relações
Públicas e do Projeto de Evangelização "Década da Colheita", que
ganhou muitas almas para Cristo na década de 1990.
Nesta entrevista, o pastor Jo ão Martins faz com entários em
torno da relevância da Escola Dominical para a vida espiritual do
crente, sobre os principais desafios enfrentados pela igreja ho-
dierna, sobre os projetos implementados em sua igreja e sobre
temas relevantes para a educação cristã.

A Escola Dominical
Qual a im portância da Escola de "influencers", quero registrar aqui
contribuiu e ainda
D om inical para a sua vida? que os verdadeiros influenciadores
da minha jornada cristã e pessoal
contribui com a
A Escola Dominical sempre foi
como um todo foram, depois da formação do meu
algo marcante em minha vida. As­
sim como aprendi a conviver, ler educação que recebi em casa, meus caráter cristão e me
e escrever em uma escola secular, professores da Escola Dominical. É desafia a continuar
aprendi na EBD, desde os primeiros por isso que compreendo a Escola estudando e ser
Dominical da mesma forma - em
anos de vida, as verdades bíblicas sempre aprovado
que carrego até hoje comigo, sem certo sentido - como concebemos
nunca me distanciar delas. Hoje, em
um mundo marcado, tanto positivo
a educação secular de uma pessoa.
Assim como a educação é um direito
//
como negativamente, por milhares fundamental de toda pessoa e dever

ENSINADOR C ristã o 11
do Estado, a educação cristã, de igual
modo, é mais que um direito para
o crente. É um privilégio de todo
crente ser aluno da maior escola do
mundo e ser aprovado nela em cada
Cabe a cada família essa compreensão
etapa da vida. A Escola Dominical
de enxergar a Escola Dominical como contribuiu e ainda contribui com a
parte natural da sua agenda e formação do meu caráter cristão e
devocional ao Senhor me desafia a continuar estudando e
ser sempre aprovado.
// A seu ver, quais são os p rin ­
cipais desafios que as igrejas
experim entam hoje com o
obstáculos para se ter uma
Escola D om inical forte?
O principal desafio é fazer com
que cada família entenda que man­
ter em casa os seus queridos familia­
res, esposo(a), filhos e netos no dia
da EBD, que se realiza em grande
parte do Brasil aos domingos pela
manhã, é retirar deles - furtar mes­
mo - esse direito fundamental de
aprender a Palavra do Senhor e
crescerem como homens, mulhe­
res, adolescentes e crianças, de
forma integral, saudáveis individual,
mental e espiritualmente. Cabe a
cada família essa compreensão
de enxergar a Escola Dominical
como parte natural da sua agenda
e devocional ao Senhor. É preciso
ensinar que Escola Dominical não
virou "démodé", não saiu de moda
e nunca sairá. Mais do que nunca
ela é vital para os nossos tempos,
em que tudo é processado muito
rapidamente. Outro desafio é jus­
tamente o tempo para dedicação,
estudo das lições e preparação
das aulas pelos professores, além
do tempo de qualidade para toda
liderança envolvida com a EBD.

Que planos e estratégias o


irm ão tem im plem entado
em sua igreja para otim izar
o ensino bíblico na Escola
D om inical?

12 ENSINADOR C ristã o
Sou um pastor que sempre en­ Basicamente, as mesmas já desen­ síveis neste Brasil afora, e começar
sinou que a oração e a Escola Do­ volvidas em todo Brasil, em termos a aprender as Sagradas Escrituras,
minical significam vida saudável e da realização das aulas em todas as inclusive a juntar as primeiras pala­
sustentável de uma igreja, de uma congregações do campo regional, vras; e à medida que vai crescen­
congregação. Eu os incentivo a per- bem como nas congregações dos do, ela continua aprendendo nas
severarem, a serem constantes, que assentamentos e nas igrejas missio­ diversas faixas etárias, nas lições
mantenham a sua Escola Dominical, nárias na fronteira Brasil e Bolívia, dominicais, desde o maternal até
faça sol ou faça chuva, faça calor ou em especial a manutenção de duas à fase adulta. Nossa palavra é de
frio. Também sempre recomendo o turmas de Curso de Teologia (básico incentivo: Fam ília, permita que
bom uso dos materiais disponibiliza­ e médio) da ESTADEC, cuja missão é as suas crianças se desenvolvam
dos pela nossa Casa Publicadora, a também preparar professores para a em todas as etapas da sua vida
CPAD. Desse modo, já temos uma Escola Dominical. As estratégias da (pré-adolescentes, adolescentes,
excelente fonte pedagógica para Escola Dominical sempre precisarão juvenis, jovens e adultos) fazendo
ser comunicada em cada sala de ser pensadas e repensadas. É um parte da Escola Dominical, pois são
aula. Pretendemos ainda resgatar ciclo, que às vezes tem seu apogeu, tão rápidas essas etapas que muitas
algumas boas práticas, como a de mas às vezes passa por períodos de vezes nem percebemos que nossa
nos reunirmos semanalmente - senão dificuldades, contudo a palavra de geração já formou outra geração.
presencial, mas de modo virtual - ordem é não desanimar, pois o Senhor Jovens, aproveitem esses espaços
para resgatar um projeto de levar as nos fará prosperar! para convivência saudável e alegre,
aulas e revistas da Escola Dominical Pastor João, que m ensagem ao mesmo tempo em que estarão
para crianças e adolescentes nas o senhor gostaria de deixar melhorando seus conhecimentos
casas de acolhimentos, abrigos, aos alunos e professores de sobre a Palavra de Deus. Adultos,
que são privados dessa experiência EB D de todo Brasil? se permitam continuar aprendendo,
pessoal. Como o nosso município porque o conhecimento do Senhor
É muito bonito observar que
é localizado na região do vasto nunca se esgota. E você, professor,
a Escola Dominical é um lugar de
pantanal, precisamos levar lições da que também é eterno aluno, seja
comunhão e de desenvolvimento
Escola Dominical nas fazendas da esforçado, diligente, animado e
espiritual, familiar e pessoal, em
região e plantar a Escola Dominical próspero, sabendo Quem te recom­
que uma criança, por exem plo,
nesses locais de difícil acesso. tem a oportunidade, desde os seus pensará, pois receberás diretamente
Quais as atividades desenvol­ primeiros anos de vida, de sentar das Mãos do Senhor, que é fiel para
vidas pela igreja na área da em pequenos bancos e cadeiras, realizar muito mais além daquilo que
ed ucação de form a geral? ou nos mais diversos espaços pos­ pedimos ou pensamos (Ef 3.20).

ENSINADOR C ris tã o 13
Artigo Revista Jovens □=
Alexandre Claudino Coelho

14 ENSINADOR CRISTÃO
A LIB E R D A D E
EM CRISTO
VIVENDO O VERDADEIRO
EVANGELHO CONFORME
NOS ENSINA A CARTA DE
PAULO AOS GÁLATAS
Imagine-se por um momento como pregando fora do seu contexto cultural. Mesmo tendo
um perseguidor da igreja. Como bom uma aptidão para interagir com pessoas de outras
fariseu, você foi treinado por anos culturas, você precisa romper alguns conceitos da sua
para defender a lei de Moisés e a religião originária para falar de Jesus. Essa mudança
cultura jud aica, tornando-se um de paradigma se deu porque você compreendeu
garoto prodígio da sua fé. Seu que o evangelho é o mesmo para todos, mas que
desempenho acadêmico é acima da a vivência dele é diferente para judeus e gentios.
média. Existe a possibilidade de ser Em sua jornada missionária, você se comunica por
um mestre conhecido em seus dias, cartas com as igrejas que abriu. Afinal, seu ministé­
até que fica sabendo de que um judeu rio implica a evangelização, a abertura de igrejas, a
chamado Jesus, filho de um carpinteiro, solidificação de líderes e o ensino, repetindo esse
falou sobre Deus, chamando-o de "meu processo por onde o Espírito Santo te orientar. Nessa
p ai", e que se disse o único caminho até empreitada, uma notícia bem desagradável chega
Ele. Fica sabendo também que esse Jesus até você: uma confederação de igrejas (composta
curou enfermos, expulsou demônios, mas por pessoas que você e sua equipe evangelizaram)
também desafiou o judaísmo dos seus dias, em uma região recebeu judeus que ensinaram que a
considerando-o uma religião que se afastou salvação só seria completa se os recém-convertidos
de Deus e que era liderada por guias cegos. seguissem a lei de M oisés. Je su s era jud eu. Os
Sua ira de imediato é direcionada aos segui­ apóstolos eram judeus. O Espírito Santo desceu
dores de Jesus, pois mesmo que digam que primeiramente sobre judeus. Portanto, parecia fazer
Ele morreu e ressuscitou, para você isso é sentido que a lei de Moisés fosse seguida.
impossível. Os seguidores de Jesus precisam Esse é o contexto da Carta aos G álatas. Um
ser exterminados, ou devem negar a fé que grupo de pessoas salvas, que estavam aderindo a
dizem ter nele. costumes que não haviam sido ensinados a seguir,
Mas eis que esse Jesus aparece para você, comprometendo o ensino de que a salvação é pela
muda a sua vida e o torna um missionário graça de Deus, e não por meio das obras. Ao longo

ENSINAOOR CRISTÃO 15
deste trimestre, alguns pontos da carta podem ser não tinha limites (GI 5.13) e deixar de servirem-se uns
ensinados com mais afinco, a saber: aos outros com amor. A liberdade não poderia ser
motivo para quebrarem princípios divinos ou fazer
1 - A HISTÓRIA DE VIDA DE PAULO
a sua própria vontade.
Paulo nesta carta mostra um pouco de sua his­
tória. Diferente da perspectiva de Lucas no livro de 4 - VIVER SO B O DOMÍNIO DO ESPÍRITO
Atos, o apóstolo traz flash-backs de sua vida antes Paulo nos mostra nessa carta que a carne e o
de aceitar a Jesus e depois de ter sido encontrado Espírito fazem de nós um campo de batalha; a carne,
pelo Senhor. A proposta dele de contar um pouco de para que pequemos, e o Espírito, para que andamos
sua vida é para mostrar a sua autoridade apostólica, a cada dia com Deus. É uma luta constante, que di­
que vinha de Deus, e não dos homens. O professor ficilmente enxergaremos por estar em nosso íntimo,
pode desafiar seus alunos sobre a necessidade de mas cujo resultado poderemos ver em nossas ações.
um dia usarem a sua história de vida, com sabedoria, Paulo chama essas ações de as obras da carne e o
para mostrar o que Deus fez na vida deles. fruto do Espírito. À medida que desdobra aos leitores
cada item desse campo de batalha, o apóstolo mostra
2 - O D ESEN TEN D IM EN TO EN TRE PEDRO
o perigo ou as virtudes de se seguir à natureza pe­
E PAULO
caminosa ou estar sujeito às orientações do Espírito.
Ao expor a sua aula, pergunte aos seus alunos
se eles já passaram por alguma situação em que a 5 - OS DOIS FILH O S DE ABRAÃO
opinião de um grupo os forçou a agir de uma forma Paulo se vale da história de Abraão para mostrar
que eles não agiriam. A Carta aos Gálatas mostra aos gálatas a diferença entre nascer livre e nascer
um acontecimento único: uma discussão entre dois escravo. Ismael foi o filho mais velho de Abraão,
apóstolos. O fato de ser um evento único mostra fruto de um arranjo social, e nasceu escravo pois
também a sua raridade: Paulo repreende Pedro na sua mãe era escrava, mas Isaque foi o filho da
frente dos presentes, e por qual motivo isso se deu? promessa e nasceu livre, pois sua mãe era livre.
ALexandre Pedro estava comendo com gentios em Antioquia Tal situação gerou um conflito no lar do patriarca,
Claudino Coelho e, culturalmente falando, não viu problema algum pois Ismael perseguiu Isaque, e Paulo diz que essa
é graduado em
Letras, Direito e
nisso. Mas, quando chegaram pessoas de Jerusalém, mesma cena estava acontecendo novamente: os
Teologia, pós- Pedro se afastou das pessoas com quem comia e que eram segundo a carne estavam perseguindo os
graduado em
assumiu uma postura mais focada na sua própria que eram da promessa (GI 4.25). Para o apóstolo,
Educação Cristã e
Teologia do Novo cultura hebraica, de não comer com pessoas tidas quem se pautava na lei não herdaria com os que
Testamento, e como impuras. O problema é que essa postura de viviam pela graça.
mestrando em
teologia pelo Pedro fortaleceu o ensino dos judaizantes, como
6 - A SEM EADURA E A C O LH EITA
Gordon Conwell se houvesse cristãos mais dignos de Deus - os que
Seminary. É Semear e colher são elementos necessários para
Gerente de seguiam a lei - e aqueles que não eram tão dignos
a preservação da vida. Da mesma forma que "suces­
Publicações da assim - os gentios. E Paulo repreendeu Pedro na
CPAD e também so" só vem antes do "trabalho" no dicionário, uma
frente de todos.
comentarista da w pessoa precisa semear para colher. A semeadura é
^revista de Jovens.
" “ "Reside com sua 3 - O PERIGO DO A BU SO DA LIBERDADE opcional, mas a colheita é obrigatória. A carta de
fam ília no Rio de Muitas pessoas imaginam a liberdade como au­ Paulo aos Gálatas nos incentiva a semear, pois só
janeiro, onde é
pastor-auxiliar,
sência de regras e princípios, administrar a sua vida colheremos o bem que plantamos. Ela também nos
na Assembléia conforme bem desejam. Os gálatas haviam recebido ensina que não podem os desanim ar em agir da
de Deus em a liberdade em Cristo, mas passavam por duas situ­ forma correta, pois nossas ações, no sentido de ser
Bonsucesso, Rio
de Janeiro (RJ). ações: dar ocasião à carne crendo que a liberdade bondosos, também trarão seus frutos.
Exemplo de Mestre

JOÃO KOLENDA
LEMOS
Um dos pioneiros
do ensino teológico
nas’A ssem bléias
de Deus no Brasil

Jo ão Kolenda Lemos nasceu Assembléias de Deus nos Estados na tradução de livros, manuscritos
em 18 de dezembro de 1922, em Unidos. Nos anos de 1940, ele foi e outras literaturas para a língua
Pelotas, no Rio Grande do Sul, filho fazer seminário no Instituto Bíbli­ portuguesa. Foi aproximadamente
de Rodrigo Ribeiro Lemos e Martha co da AD nos EUA, na cidade de um ano e meio traduzindo mate­
Kolenda. Ele foi fundador do Institu­ Springfield, no estado de Missouri. rial suficiente para que pudessem
to Bíblico das Assembléias de Deus Foi no período de suas férias ali fundar no Brasil o Instituto Bíblico
(IBAD), o primeiro seminário da de­ que conheceu a jovem Ruth Dorris, das Assembléias de Deus (IBAD),
nominação no país, inaugurado em formada em Teologia pelo Instituto na cidade de Pindamonhangaba,
1958, em Pindamonhangaba (SP), Bíblico dos Grandes Lagos e que no interior paulista. Nos anos de
e é considerado um dos pioneiros era da Califórnia. Após orarem e 1970, o IBAD foi chancelado pela
na área de Educação Teológica buscarem a vontade de Deus para Convenção Geral dos Ministros das
das Assembléias de Deus no Brasil. suas vidas, se casaram em outubro de Igrejas Evangélicas Assembléia de
João Kolenda era um adoles­ 1950, na Califórnia. Em 1951, vieram Deus do Brasil (CGADB). O casal
cente quando a família se mudou ao Brasil, onde o já pastor Kolenda passou 50 anos ensinando gerações
de Pelotas para Porto Alegre. Ele e trabalhou na Casa Publicadora das de jovens que se tornaram obreiros
seus irmãos ajudaram na construção Assembléias de Deus (CPAD) no pe­ e líderes das Assembléias de Deus
do templo da Assembléia de Deus ríodo de 1951 até 1955, juntamente em várias regiões do país.
na capital gaúcha no fim da déca­ com sua esposa, a agora missionária Quando o pastor Kolenda fale­
da de 1930. Recém-batizado nas Ruth Dorris Lemos. Em 1955, o pastor ceu, em 28 de dezembro de 2012,
águas, ele queria muito cooperar Kolenda cooperou com o missionário em Pindamonhangaba, aos 90 anos,
na igreja e, pela sua perseverança, norte-americano Lawrence Olson no ele tinha 71 anos de ministério pas­
foi indicado para ser auxiliar de início do célebre programa de rádio toral. Sua esposa Ruth falecera três
porteiro. Feliz, o jovem comprou "Voz das Assembléias de Deus". anos antes, aos 84. Na ocasião, o
seu primeiro terno para servir na O desejo de fundar um seminá­ casal deixou três filhos, nora, genros,
recepção do novo templo em 1939. rio de Teologia no Brasil surgiu entre oito netos, três bisnetos. Dentre os
João Kolenda era sobrinho do os anos de 1956 e 1957, com o casal filhos está o pastor Mark Lemos,
missionário John Peter Kolenda, das dando início a um árduo trabalho presidente do Conselho do IBAD.»

ENSINADOR CRISTÃO 17
Artigo
Revista Juvenis

OS JOVENS
9 DA BÍBLIA

Deus procura
corações disponíveis,
independentemente
da idade
Querido(a) professor(a), e jovens cristãos permaneçam calados, inseguros ou
É com imensa alegria e gratidão que celebramos vacilantes em sua fé.
o início de mais um trimestre em nossa jornada de As Escrituras nos desafiam a abandonar toda justifi­
aprendizado e crescimento espiritual. Com a preciosa cativa para a omissão. Histórias como as de José, Miriã,
ajuda do Espírito Santo, mergulharemos nas Escrituras Samuel e outros revelam que, quando há um coração
Sagradas para descobrir que, pela graça de Deus, é puro e disponível, Deus pode agir com poder, mesmo
possível realizar grandes feitos ainda na juventude — na juventude. Por outro lado, a Palavra também nos
ou até mesmo na adolescência. alerta para as consequências de decisões impensadas,
Ao longo dos próximos três meses, estudaremos como vemos na trajetória de Sansão e Absalão.
como o Senhor escolheu e usou, de forma poderosa, Esta revista é, em essência, uma resposta de Deus
àqueles que, como Jeremias, dizem: "Sou apenas uma Matheus Gonçalves
jovens que talvez jamais consideraríamos para missões
de Britop - Forma-]
tão grandiosas. Em contrapartida, também refletiremos criança". Mas o Senhor responde: "Não digas: Eu sou do em Adminis­
sobre aqueles que, ao fazerem escolhas erradas, usaram uma criança; porque a todos a quem eu te enviar, irás; tração de Empre
sas, analista de
sua força e entusiasmo de maneira trágica. e tudo quanto eu te mandar, dirás" (Jr 1.7). O mesmo Indicadores Sênior
Vivemos em tempos em que muitos subestimam Deus que chama também capacita, fortalece, acom­ (Área Adm inistrati­
va) e então membro
o potencial dos que estão apenas começando sua ca­ panha e exalta (Jr 1.8-10). da Assembléia de
minhada. Mais preocupante ainda é quando o próprio Nossa oração é que cada lição seja uma Deus na Itaóca, Rio
de Janeiro (RJ)..I
jovem tem uma visão distorcida sobre si e sobre Deus. dose renovadora de ânimo, reflexão e
No entanto, a Bíblia nos mostra claramente que o Senhor firmeza espiritual. Que os adolescentes
age na contramão dessa lógica humana. Um exemplo e jovens se enxerguem nas histórias
marcante é quando Jesus repreende os discípulos por desses personagens bíblicos e com­
tentarem impedir que as crianças se aproximassem dEle preendam que Deus deseja levan­
(Mt 19.13-14), revelando, assim, o valor que o Mestre tar uma geração forte, constante,
atribuía aos mais jovens. temente e apaixonada por Cristo.
Frases como "Sou muito novo, tenho tempo de E que você, qu er id o (a )
sobra...", "Quando começar a trabalhar ou casar, aí professor(a), seja grandem ente
sim..." ou "Depois da faculdade vou me dedicar ao usado(a) por Deus. Que sua dis­
ministério" são ouvidas com frequência. Enquanto posição frutifique abundan­
alguns usam isso como desculpa para postergar o temente, rendendo frutos a
chamado de Deus, outros simplesmente precisam ser trinta, sessenta e a cem por
encorajados a crer que o Senhor não impõe limites de um. Que a poderosa Pala­
idade para usar alguém com poder e propósito. vra do Senhor cumpra o
Esse tema se torna ainda mais urgente ao obser­ propósito para o qual
varmos o posicionamento firme de muitos jovens não foi enviada (Is 55.11); e
cristãos, que, sem medo ou vergonha, defendem com que o Espírito Santo
convicção suas idéias políticas, éticas e morais. Vivemos esteja contigo em
em uma sociedade que se empenha em dar voz às cada aula, guian­
novas gerações — muitas vezes de maneira distorci­ do, fortalecendo
da. Por isso, é inadmissível que nossos adolescentes e inspirando. •
GRANDES CARTAS
PARA NÓS
Você já parou para pensar transform adora e totalm ente transformadora. Será que suas
como seria se Pauio, Tiago, Pe­ conectada à realidade. Como aulas têm dado espaço para a
dro ou João tivessem vivido na Pedro escreveu: "Jamais a pro­ participação dos alunos? Eles es­
era digital? Com certeza, usariam fecia teve origem na vontade tão apenas ouvindo ou também
email, WhatsApp, redes sociais humana, mas homens falaram estão sendo desafiados a pensar,
e até Zoom para compartilhar o da parte de Deus, im pelidos refletir e aplicar o que aprendem?
evangelho com muito mais rapi­ pelo Espírito Santo" (2Pe 1.21). Boas práticas pedagógicas nos
dez e alcance! Mas, mesmo sem Ou seja, o que vamos estudar encorajam a criar um ambiente
toda essa tecnologia, o que eles aqui tem origem divina — é de aprendizagem ativa e signi­
escreveram atravessou séculos e Deus falando com a gente, na ficativa, como propõe a abor­
continua impactando vidas até nossa língua! dagem da aprendizagem ativa,
hoje. Isso por si só já mostra a Treze importantes temas serão onde o estudante é protagonista
força e o valor dessas cartas. tratados: 1) A importância das do processo. Ferramentas como
Neste trimestre, embarcare­ cartas no Novo Testamento; 2) dinâmicas, debates, estudo em
mos numa jornada pelas entre­ Vamos conhecer a Carta aos grupo, aula invertida e o uso
linhas de um tesouro pouco ex­ Hebreus; 3) Aprendendo com a consciente de recursos digitais
plorado do Novo Testamento: as Carta aos Hebreus; 4) A questão podem enriquecer muito esse
chamadas "Cartas Gerais" — ou,
como alguns preferem, "Cartas
da fé na Carta aos Hebreus; 5)
Vamos conhecer a Carta de Tia­ R processo.
Mas, além das metodologias,
Universais". Diferente das cartas go; 6) Aprendendo com a Carta lembre-se que o ensino cristão é
endereçadas a comunidades es­ de Tiago; 7) Vamos conhecer a mais do que técnica: é ministé­
pecíficas, como Corinto, Roma ou primeira Carta do apóstolo Pedro; rio. Por isso, a base precisa ser
Efeso, essas foram escritas com 8) Vamos conhecer a segunda espiritual. Como Paulo orientou
um alcance mais amplo, quase Carta do apóstolo Pedro; 9) Va­ ao jovem Timóteo, "dedique-se
como se tivessem sido pensadas mos conhecer a primeira Carta à leitura pública da Escritura, à
diretamente para todos nós, em do apóstolo Jo ão ; 10) Vamos exortação e ao ensino" (1Tm
Rafael Rodrigo
Figueiredo Luz qualquer tempo e lugar. conhecer a Segunda carta do 4.13). E logo depois completa:
■Pastor-auxiliar Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, apóstolo João; 11) Vamos conhe­
da Assembléia "Seja diligente nessas coisas;
de Deus em 1,2 e 3 João e Judas, cada uma cer a terceira Carta do apóstolo dedique-se inteiramente a elas,
São Francisco, funcionará como uma bússola João; 12) Vamos conhecer a Carta para que todos vejam seu pro­
Niterói (RJ), I
graduado em |
espiritual, oferecendo sabedoria, de Judas; e 13) A importância de gresso" (1Tm 4.15). As disciplinas
eologia pelai alertas, ensino sólido e encora­ aprender e praticar a Palavra no espirituais são indispensáveis aos
FAECAD e pós-l
jamento para nossa caminhada. dia a dia. educadores cristãos. Ensinar é
Graduando em I
eologia Bíblica I Em tempos de correría, pressão e Aproveite esse início de tri­ um chamado que exige preparo,
e Sistemática I incertezas, elas seguem extrema­ mestre para refletir sobre sua dependência de Deus e paixão
Pastoral pela I
FABAT/RJ. [ mente relevantes — orientando prática de ensino. Como Jesus, pelas vidas. Que neste trimestre,
Possui formação I todos que desejam viver com que usava parábolas, perguntas
'em Gestão de I você viva isso com intensidade, e
Seguros e um I propósito e permanecer firmes e elementos do cotidiano (Mt que seus alunos experimentem,
MBA em Seguro I na verdade de Deus. 13.34; Lc 10.25-37), nossa missão
e Resseguro pela |
através de cada aula, encontros
Escola Nacional I
Essas Cartas mostram que a também é tornar a Palavra de profundos e transformadores
de Segurosri fé cristã não é teórica: é prática, Deus acessível, envolvente e com o Cristo Vivo! •
A VERDADE ETERNA
REVELADA EM CADA PÁGINA
A B íblia de Estudo Patmos foi criada para aprofundar o entendimento da Palavra de Deus, como uma realidade poderosa,
convincente e que transforma vidas. Para alcançar este objetivo, combinou-se um recente e abrangente estudo bíblico
evangélico com o tradicional texto A R C , conhecido de forma notável por sua fidelidade aos originais.

Desenvolvida por uma impressionante equipe de 95 estudiosos e professores cristãos evangélicos, a B íblia de Estudo Patmos
possui um robusto conetúdo de ensinamentos expressos através de suas notas, artigos e ferramentas de estudo que ofertam
o equivalente a uma verdadeira biblioteca de recursos bíblicos.

O resultado é o mais completo estudo bíblico já publicado!

Principais características:

► 20 mil notas de estudo


► 2208 páginas de interpretação, ensino, mapas, quadros
e artigos
► 200 mapas com notas ao longo do texto bíblico

► 200 gráficos

► + de 50 artigos sobre tópicos essenciais em Bíblia,


teologia, ética, e apologética

► 40 ilustrações, incluindo representações e esboços arquitetônicos

► Referências cruzadas e concordância do texto Almeida Revista


e Corrigida (A RC)

Disponíveis nas cores:


preta e vinho

Livrarias CPAD

g ) (21)2406-7373 O (D © O A C ASA DO CONHECIMENTO


Reportagem

CPAD CELEBRA 85 ANOS


ENFATIZANDO ESSÊNCIA E
FUTURO DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
11° Congresso Nacional de Escola Dominical realizado
em São Paulo reúne cerca de 1,9 mil educadores

• REC CZ) 99%

Aconteceu nos dias 13 a 16 de


março, no templo-sede da Assembléia
de Deus Ministério do Belém em São
Paulo, a 11a edição do Congresso
Nacional de Escola Dominical (CNED)
promovido pela Casa Publicadora
das Assembléias de Deus (CPAD). O
evento reuniu 1.850 educadores, além
de lideranças da AD de todo Brasil,
e teve como destaques a celebração
dos 85 anos da CPAD e plenárias,
seminários, workshops e fóruns de alta
qualidade que enfatizaram a essência
da educação cristã e refletiram sobre
o futuro desta nos próximos anos.
O pastor Jo sé Wellington Costa
Junior, presidente da Convenção
Geral dos Ministros das Igrejas Evan­
gélicas Assembléia de Deus do Brasil
(CGADB), e o pastor José Wellington
Bezerra da Costa, presidente do Conselho Adminis­ Escola Bíblica Dominical, que é
trativo da CPAD e líder da igreja anfitriã, estiveram aperfeiçoado e adequado para
presentes no dia 13 na celebração dos 85 anos de que cada professor possa ter o
fundação da editora pentecostal, acompanhados de melhor conteúdo para ministrar
líderes das Assembléias de Deus de todo Brasil que aos seus alunos".
compõem a Mesa Diretora da CGADB e o Conselho Com o ocorrem em todos
da CPAD. O presidente do Conselho Fiscal da CG A ­ os CN EDs da CPAD, foram re­
DB, o pastor Luiz César Mariano, e outros membros alizados plenárias, seminários e
do referido Conselho e de outros órgãos, conselhos workshops. O destaque deste
O p asto r J o s é W ellington Ju n io r
e com issões da entidade máxima assem bleiana ano foi a realização também de
enalteceu a m issão da educação
também compareceram. Lideranças da AD de todo fóruns, onde um palestrante dava
cristã e o trabalho da CPAD, que
o estado de São Paulo marcaram presença. Entre as uma breve palavra sobre um tema tem se d esta ca d o na área da ^
autoridades políticas presentes, a deputada estadual a ser debatido e depois uma literatura e da educação cristã
Marta Costa (SP) e a vereadora Rute Costa, da capital bancada formada por líderes e
paulista, também estiveram no evento festivo. preletores do evento discutiam o
O irmão Ronaldo Rodrigues de Souza, diretor- tema e respondiam a perguntas
-executivo da CPAD , dirigiu o culto de abertura feitas pelos congressistas rela­
juntamente com o pastor Alexandre Coelho, gerente cionadas ao assunto e enviadas
de Publicações da Casa e coordenador do CNED. O online via QR Code disponibiliza­
pastor José Wellington Bezerra da Costa declarou do nos telões durante as sessões
oficialmente abertos a festa de 85 anos da Casa e o do fórum. Outro destaque foram
11° CN ED. Os louvores foram entoados pelo maes­ os temas tratados e a qualidade
tro Abner Apolinário (PE), cantando hinos da Harpa das ministrações nas plenárias,
Cristã; pelo Coral e Orquestra da igreja anfitriã, pelos seminários e workshops, além
cantores Marcelo Santos (RJ) e Émerson Pedrosa (SP), dos fóruns.
e pelo Quarteto Gileade (GO), com estes três últimos, No dia 14 pela manhã, as
em determinado momento, cantando também juntos plenárias foram proferidas pelo
O pastor Jo sé Wellington Bezerra
um belo p o t-p o u rri de hinos da Harpa Cristã acompa­ pastor Esequias Soares (SP),
da Costa enfatizou que o trabalho
nhados por um trio de harpistas do estado de Goiás. que tratou sobre o tem a "O realizado pela editora tem contribuído
Um vídeo resumindo os 85 anos da CPAD foi exibi­ conhecimento e a interpretação efetivamente para o fortalecimento
do durante a reunião e placas em homenagem foram da Bíblia como instrumentos de d e toda igreja no Brasil
entregues aos pastores José Wellington Costa Junior, educação"; e a professora Cathy
presidente da CGADB, e José Wellington Bezerra da Eskew (EU A), que abordou o
Costa, presidente do Conselho da Casa; e ao irmão tema "Transformação em Cris­
Ronaldo Rodrigues de Souza, diretor da Casa. to". À noite, o pastor Douglas
A mensagem da Palavra de Deus foi ministrada pelo Baptista (DF) ministrou sobre
pastor José Wellington Costa Junior, que ministrou "Filosofia da Educação como
com base no tema do 11o CNED, em Efésios 4.13. Em base para o ensino cristão".
relação ao aniversário da Casa, o líder destacou que No dia 15, as plenárias foram
"no passado, a CPAD passou por momentos difíceis, proferidas pelo pastor Alexan­
com alguns chegando a pensar que ela não resistiría dre Coelho (RJ), com o tema
às crises pelas quais passou, mas o Senhor Jesus man­ "Ensinando de um jeito que o
teve a CPAD de pé e, para honra e glória do nome cérebro aprende"; e o Dr. Samuel
do Senhor, nas últimas décadas, ela tem prevalecido Pagán (EUA/Israel), abordando
e a cada dia tem se tornado melhor, oferecendo o "O que é a verdadeira educação
melhor para a nossa igreja não somente na área da cristã?". À noite, o pastor Eliezer
O diretor da CPAD, Ronaldo
literatura evangélica, mas também na área da educação Moraes (RS) ministrou sobre "A Rodrigues d e Souza, congratulou-
cristã, renovando a cada sete anos o seu currículo de Escola Dominical e a interação se com os participantes e conduziu
as reuniões auxiliado p elo pastor
Alexandre Coelho
com as famílias no mundo pós- lescentes na Escola Dominical", com pastor Joelson
-moderno". Na manhã do dia 16, Lemos (RS); "Servindo a Deus na educação infantil",
o pastor Esequias Soares minis­ com prof. Telma Bueno (RJ); "Métodos de ensino para
trou a aula de EBD do referido a classe infantil", com Joani Bentes (ES); "Ensinando
domingo da revista Lições Bíbli­ teologia no ministério infantil", com Anita Oyaizu
cas Adultos da CPAD, comentada (SP); "Ensino obsoleto x ensino inovador na educação
por ele. Em seguida, ocorreu o infantil", com Telma Bueno (RJ); "A didática na classe
fórum sobre o tema "O Futuro de surdos", com Siléia Chiquini (PR); "O aluno de
da Educação Cristã", ministrado Escola Dominical com TDAFI", com Valquíria Salinas
pelo pastor Claiton Pommerening (SP); "O aluno de Escola Dominical com autismo",
O Dr Samuel Pagán dissecou sobre (SC), com a bancada de debate- com pastor Jam iel Lopes (SP); "Deficiências como
vários temas durante as plenárias e dores respondendo na sequência uma realidade humana", com Nohemi Pagán (EUA/
workshops em São Paulo às perguntas dos congressistas. Israel); "Discipulando pessoas da terceira idade", com
Fechando o evento, a professora Telma Bueno (RJ); "Aplicando a Bíblia ao coração dos
Jo ani Bentes (ES) ministrou a alunos", com Marcelo Oliveira (RJ); "Mudando valo­
plenária "Geração Alpha: como res e comportamento no discipulando", com Thiago
alcançá-los". Santos (RJ); e "Cosmovisão moldada pelo Espírito",
Os tem as dos sem inários com pastor Valmir Nascimento (MT). Esta edição do
e seus respectivos preletores CNED contou com um workshop sobre "Como conduzir
foram "Cuidando de si mesmo uma adoração com crianças", com a professora Anita
enquanto se rve ", com Cathy Oyaizu (SP). Já os fóruns, grande novidade do evento,
Eskew (EUA); "A Escola Domi­ tiveram como temas e ministradores: "Discipulando
nical e o incentivo à leitura das com vista ao ministério do ensino" e "A influência
Escrituras", com pastor Esequias das mídias sociais na vida cristã", ambos com pastor
Soares (SP); "O ministério do Claiton Pommerening (SC); "Depressão e suicídio en­
ensino e a diversidade cultural", tre adolescentes" e "Tornando a igreja um ambiente
com pastor Eliezer Moraes (RS); acolhedor para pessoas com deficiência", ambos com
"Fundam entos da pedagogia pastor Gil Dias (MG); "Esgotamento emocional do
A palestrante Cathy Eskew foi um
c ris tã ", com p astor D ouglas professor de adolescentes", com pastor Jader Cruz
dos destates, ministrando sobre
o tema Cuidando de si mesmo Baptista (DF); "A psicologia da (RJ); "Transformando crianças para a eternidade",
enquanto serve" a p re n d iza g e m ", com pastor com prof. Joani Bentes (ES); e "Ministrando a Palavra
Jamiel Lopes (SP); "Explicando de Deus a pessoas com diversidade funcional", com
a razão da nossa fé", com pastor Valmir nascimento prof. Nohemi Pagán (EUA).
(MT); "Metodologias de ensino na classe de adultos", Ao final do evento, o pastor José Welligton Bezerra
com Thiago Santos (RJ); "Síndrome de burnout entre da Costa, presidente do Conselho da Casa, externou
adultos", com a Dra. Valquíria Salinas (SP); "O que os sua satisfação pelo evento. "Devo dizer aos irmãos
jovens esperam da Escola Dominical", com pastor que este precioso trabalho tem contribuído efetiva­
Marcelo Oliveira (RJ); "O exemplo de Moisés como mente para toda a igreja no Brasil. Todos aqueles
case para a transformação pessoal", com Dr. Samuel que participaram, que receberam a palavra desses
Pagán (EUA/Israel); "Capacitando voluntários para doutos preletores, foram abençoados. Estou muito
a Escola Dominical", com prof. Cathy Eskew (EUA); contente, como pastor da igreja e presidente do
"Fé e razão na classe de jovens pentecostais", com Conselho Administrativo da CPAD. Quero agradecer
Dr. Samuel Pagán (EUA/Israel); "Os benefícios de um ao irmão Ronaldo, diretor da Casa, pelo seu trabalho,
currículo de Escola Dominical para adolescentes", e ao presidente da CGADB, pastor José Wellington
com pastor Joelson Lemos (RS); "Como lidar com o Junior, que tomou a responsabilidade de realizar aqui
comportamento de adolescentes na Escola Dominical", esse evento. Quero agradecer aos preletores e a toda
com pastor Jader Cruz (RJ); "O professor de Escola a equipe da CPAD, e a todos que trabalharam direta
Dominical e os conflitos nas famílias de adolescentes", ou indiretamente para a realização deste maravilhoso
com Dra. Valquíria Salinas (SP); "Pais e seus filhos ado­ congresso", enfatizou o líder. •
Entrevista do Comentarista

A Igreja de Jerusalém, seus aspectos


pneumatológicos e a interação com
as distintas maneiras de
vivenciar o Evangelho
O conhecido pastor José Gonçalves da Costa Gomes é o
entrevistado desta edição da revista Ensinador Cristão como
comentarista da revista Lições Bíblicas do terceiro trimestre
de 2025, que fala acerca da Igreja em Jerusalém e o contexto
de total hostilidade por parte das autoridades religiosas
daqueles tempos contra ela. Diante dos empecilhos e de­
mais obstáculos quanto ao avanço do Evangelho, os cristãos
primevos tiveram que contar com o poder do Espírito Santo
e as estratégias por Ele compartilhadas aos crentes daquele
período. O pastor José Gonçalves é líder da Assembléia de Deus
em Água Branca (PI), comentarista de Lições Bíblicas de Adultos da
Escola Bíblica Dominical editadas pela Casa Publicadora das Assembléias
de Deus (CPAD), autor de diversas obras publicadas pela Casa, bacharel em
Teologia pelo Seminário Batista de Teresina e graduado em Filosofia pela
Universidade Federal do Piauí, mestre em Teologia e especialista em Inter­
pretação Bíblica pela Faculdade Batista do Paraná (FABATPAR).

Como foi para o irmão escre­ perspectiva da teologia sistemática. Em linhas gerais, quais as
ver sobre esse tem a e o que os Assim, a igreja foi vista a partir de principais lições que aprende­
professores e alunos da EBD uma leitura do Novo Testamento e da mos com a com unidade cristã
podem esperar do conteúdo história eclesiástica. Nesse aspecto, a primitiva em Jerusalém ?
desta revista de forma geral? minha abordagem naquele primeiro Podemos perceber prim eira­
Foi prazeroso e edificante. Es­ trabalho procurou explorar temas mente que a comunidade cristã de
como o governo da igreja; a igreja Jerusalém era carismática, isto é,
crever sobre a igreja do Senhor
como organismo e organização bem cheia do Espírito Santo. Isso fica
Jesu s Cristo é algo edificante e
abençoador, uma vez que somos como a sua natureza e missão etc. em relevo na descrição detalhada
parte dela. Escrever especificamente Nesta lição que abordamos agora, que Lucas dá ao derramamento
a minha análise foi mais de natureza do Espírito no Dia de Pentecos-
sobre a igreja de Jerusalém torna
esse fato ainda mais interessante. expositiva e se limita à igreja de Je ­ tes. Por exemplo, referências ao
rusalém, conforme ela aparece nos Espírito Santo aparecem mais de
O tema que abordamos é "A igreja
de Jerusalém". Na verdade, esta é a 15 primeiros capítulos do livro dos 50 vezes no livro de Atos, demons­
segunda revista de EBD de adultos Atos dos Apóstolos. Nesse sentido, trando que Ele ocupa um papel
os comentários são feitos a partir do central na história da Igreja. Da
que, a pedido da CPAD, escrevo
sobre a Igreja. No meu primeiro próprio texto, seguindo o método mesma forma, vemos que aquela
trabalho sobre eclesiologia, o foco indutivo de estudo. Sem dúvidas, era tam bém uma com unidade
isso ajuda no melhor aproveitamento fraterna. O amor fraterno e como
foi mais de natureza temática, onde
e compreensão do texto bíblico. eles se doavam uns aos outros
a igreja foi mostrada a partir da

ENSINADOR CRISTÃO 25
são, de fato, im pressionantes. Atos dos Apóstolos, foi um teó­ to. Em outras palavras, a igreja é
Eles possuíam tudo em comum. logo que escreveu a história, a capacitada pelo poder do Espírito
Por outro lado, Lucas não quer compreensão que os pentecostais Santo para enfrentar a persegui­
apresentar uma visão fantasiosa têm desse livro põe em relevo o seu ção. Assim, por exemplo, vemos
da igreja e por isso ele também aspecto teológico e não apenas o o apóstolo Pedro sendo cheio do
narra em detalhes a perseguição seu viés histórico. Os pentecostais Espírito Santo (At 4.8) para res­
da primitiva comunidade cristã. entendem que essa abordagem ponder com poder às autoridades
Seus membros eram perseguidos de Atos dos Apóstolos permite religiosas que os perseguiam. Por
e até mesmo m ortos, contudo uma compreensão mais acertada outro lado, a igreja que enfrenta a
suportavam tudo isso por amor a ou próxima daquilo que o autor perseguição é aquela consciente
Cristo, a quem serviam com alegria. tencionou nos repassar. do seu compromisso com a cruz
Uma igreja que suporta provas e de Cristo. Isso significa que a Igreja
O que os crentes prim evos
p erseg u içõ es cum pre com sua estava pronta a pagar muitas vezes
na Palestina nos ensinam
vocação. Tudo isso é apresentado o preço imposto pela perseguição.
sobre com o lidar com a per­
dentro de uma temática muito mais Assim vemos o martírio de Estêvão
seguição?
ampla - a igreja de Jerusalém era em Atos 7 e a execução de Tiago
missional. A narrativa lucana ob­ A perseguição é algo recorrente
em Atos 12.
jetiva mostrar que a capacitação no livro de Atos dos Apóstolos.
Desde o início da igreja em Jeru ­ Na sua visão, quais os
do Espírito sobre a primeira igreja
objetivava torná-la uma testemunha salém até o aprisionamento e pos­ principais enfoques que
teriormente o martírio do apóstolo o professor de EB D deve
de Jesus ao mundo perdido.
Paulo, a igreja se viu envolta numa abordar a seus alunos
Fale da relação entre o onda de perseguição. Contudo, quando m inistrar essa lição?
p entecostalism o e a Igreja a perseguição não foi capaz de Primeiramente mostrar que ser
Prim itiva parar nem calar a voz da igreja. cheio do Espírito era um imperativo
Como foi destacado, a base Evidentemente que, em se tratando não somente da primeira igreja,
para o nosso comentário das Li­ de perseguição à Igreja, se deve mas de todos os cristãos em todos
ções Bíblicas foi o livro de Atos levar em conta as diferentes moti­ os tem pos, esp ecialm e n te em
dos Apóstolos, com enfoque nos vações e contextos nos quais elas nossa época. Sem o revestimento
15 primeiros capítulos que narram acontecem. Em Jerusalém, em um do Espírito, não seremos capazes
uma intensa atividade da igreja primeiro momento, a perseguição de expressar com eficácia a nossa
de Jerusalém . Isso é de extrema se dava por motivação religiosa no fé no mundo. Aqui há algo que
importância para nós, pentecostais, contexto do judaísmo do primeiro precisa ser destacado - em um
uma vez que é no livro de Atos século. Posteriormente, o aspecto p rim eiro m om ento, o Esp írito
dos Apóstolos que a experiência político aparece também como um dinamiza ou energiza a igreja a
pentecostal é descrita de forma fator motivador dessa perseguição, viver a koinonia cristã, isto é, a
mais detalhada. Convém destacar quando o Estado sente que seus expressão máxima do amor de
que as raízes do pentecostalismo interesses estão sendo ameaçados. Deus entre seus m em bros. Em
estão fincadas no livro de Atos dos No contexto das perseguições no outras palavras, há um aspecto
Apóstolos. Foi a leitura desse livro Novo Testamento, especialmente interno da ação do Espírito; ou
que motivou os primeiros pente­ no livro de Atos dos Apóstolos, seja, há uma ação d Ele dentro
costais a buscarem a experiência duas coisas se destacam. Primei­ da igreja, capacitando-a viver a
dos primitivos cristãos, a qual eles ramente, é mostrado que a igreja vida de Je su s. Em um segundo
acreditavam ser também destinada recebe capacitação espiritual para momento, o Espírito habilita o
a eles. Dessa forma, os primeiros enfrentar seus opositores. Nesse crente a testemunhar ao mundo
p en teco stais acred itavam que aspecto, aquilo que Jesus havia com poder. Dizendo isso de uma
a história da igreja primitiva era previsto sobre a atuação do Espí­ outra forma, a igreja é chamada e
também a história deles. Tendo rito Santo no contexto da igreja capacitada para atuar lá fora, onde
em vista que Lucas, o autor de perseguida tem seu cumprimen­ os pecadores estão. »
A igreja evangélica tem sido Dominical teria maior aproveita­
exposta muito mais pelas distorções mento no aspecto apologético. Não
produzidas por alguns de seus é à toa que, segundo escreveu o
pastor Valmir Nascimento em seu
à fé cristã. É nesse cc livro "O cristão e a universidade"
se faz necessário form (CPAD), 60% dos jovens se desviam
Escola D
suas convicções ;r núm ero que poderia
bíblico iscolhêssemos

que assimilaram
como ensinado
"N ossa tarefa é preparar
uma nova geração que saiba
explicar sua fé, d efe n d er
seus valores e se posicionar
de forma inabalável diante
das p re ssõ e s do m undo"
(Antonio Gilberto)

"D efen d er a fé cristã não


é apenas uma opção para
o crente; é uma exigência
para quem é chamado a ser
discípulo de Cristo" (Elienai
Cabral)

ENSINADOR CRISTÃO 27
[Sfij

mmi
'
"A Escola Bíblica Dominical é a principal agência
com temas
de ensino na igreja, e dela dependem os para
formar cristãos que conheçam e vivam a Palavra"
(Eurico Bergstén)

RfeKÉaÊÍÉÉ

S
"É indispensável que a EBD prepare alunos não
.. estando sempre preparados para responder apenas para conhecer a Bíblia, mas para aplicá-la
a todo aquele que pedir razão da esperança em um mundo hostil à verdade" (Stanley Horton)
que vocês têm " (1Pe 3.15, NAA)

ormação

m m m "Um discípulo de Cristo deve estar preparado


para defender sua fé e mostrar que o Evangelho
UUJUtiáÉuÉnl transforma a vida" (Severino Pedro da Silva)

"A missão da igreja é formar crentes aptos para ESI


o ensino da Palavra, preparados para responder
[Jader Cruz é
aos desafios contemporâneos" (Myer Pearlman)
pastor-auxiliar?®
Será na Escola
na Assembléia
de Deus em para entender a
iBonsucesso, mentos, Quando
Rio de Janeiro
de acordo com
|RJ), escritor,
conselheiro "-u lo e ,y- '
uteiar
Assim, ó rei Agripa, não fui desobediente à
comentarista
|d a CPAD visão celestial" (At 26.19, NAA)
"Cada crente deve ser um apologeta, capaz de
(graduando em
Psicologia e em explicar sua fé e viver como luz em um mundo
íGestão Pública. | de trevas" (Ciro Sanches Zibordi)

28 ENSINADOR CRISTÃO
Sala de Leitura

jg JO S É GONÇALVES

' jU M A PEDAGOGIA,
A IG R E JA EM PARA A EDUCAÇÃO

JERUSÀLEM C R IS T Ã
.#
! '« NOÇÕES BÁSICAS DA CIÊNCIA
-aW

JH i 4 Ü Í d A e DUCAÇÁO A PESSOAS i Vi. f j


U :: NÂO ESPECIALIZADAS « V
? ' *
PAULO

i(oiHrfau.tomuafeâoelL CÉSAR MOISÉS


Base J»r4 o CírMáfflCTlo da Igreja
cm rocioàs Perjegulçíxs CARVALHO C i r o S a n c h e s Z ib o r d i

A Igreja de Jerusalém Uma Pedagogia para Paulo: O Príncipe


José Gonçalves________ a Educação Cristã dos Pregadores
César Moisés Carvalho Ciro Sanches Zibordi
Esta obra, que serve de livro-
-texto para a revista Lições Bíblicas A educação cristã é geralmente Usando o seu já consagrado estilo
Adultos deste terceiro trimestre, ana­ exercida por professores leigos, sem leve e bem-humorado, o pastor Ciro
lisa o Cristianismo primitivo a partir uma formação que lhes dê suporte. Zibordi nos brinda com um estudo
de Atos dos Apóstolos, isto é, a Igreja Porém, a complexidade dos proble­ abrangente da vida de Paulo, que, de­
em formação, a sua forma de ser, mas atuais não comporta mais uma pois do Sumo Apóstolo Jesus Cristo,
viver e difundir o Evangelho. O livro prática de ensino do senso comum, Mestre dos mestres e Pregador dos
destaca que, à luz do próprio texto restrita à catequese e a reprodução pregadores, é, sem dúvida, o maior
lucano, deve estar sempre presente manual. É preciso que haja, ao menos, e mais destacado mestre de todos os
no estudo da Igreja de Jerusalém noções básicas acerca de educação tempos. Esta obra traz uma aborda­
a sua dimensão pneumatológica e de sua ciência, a pedagogia. Indo gem ao mesmo tempo historiográfica,
e a interação dela com as distintas da ética ao ato de educar, do perfil teológica e inspirativa, centrada na
maneiras de vivenciar o Evangelho do superintendente à educação conduta de Paulo como pregador
pela igreja: através do testemunho, cristã como labor teológico, esta é do evangelho e no conteúdo de sua
da pregação, do amor prático, das a proposta desta obra, escrita pelo mensagem. O Apóstolo dos Gentios
perseguições, das relações com pastor, teólogo e educador cristão é a fonte inspiradora de toda essa
outras culturas, dos concílios e dos César Moisés Carvalho. Um ano após obra, que analisa as características
desafios étnicos. Tudo isso é feito o seu lançamento, esta obra recebeu da pregação e do pregador Paulo.
mantendo uma linguagem objetiva, o Prêmio Areté, da Associação de O antigo perseguidor, desde a sua
simples, clara e acessível ao grande Editores Cristãos (ASEC), como me­ conversão na estrada de Damasco,
público. Esta obra será de grande lhor obra em sua categoria naquele tornou-se não somente um dos mais
ajuda aos professores de Escola ano no Brasil. Ela, com certeza, irá famosos defensores da doutrina de
Dominical e aos alunos interessados enriquecer a prática docente de Cristo, mas também o seu principal
em se aprofundar mais ainda no professores de EBD e educadores disseminador em meio à perseguição
tema da revista de EBD. cristãos em geral. movida pelas autoridades da época.

Trecho do livro:
ENTRE ASPAS

Verdade Incontestável Trecho do livro:


AHistória de A História de Jerusalém
losh McDowelI, sean McDowelI
'Jesus no entanto, tem outra JERUSALEM
: M n »| L Claudionor de Andrade
p ^ p ectiv a P - a jc a n g m o s a ^ a O Espírito Santo foi ali
genuína fehadad oWe üm conjunto c erLrt mf,du f ° bre 05 d isc'Pulos de
perspectiva que ^ prjoridades. Cr s to habihtando-os a evanqetizar
a J u d v a Sam ariae o s confins
B»— - E m S e buscar a
H i J erra^ T S d e en trarmos na
- ^ o ^ ^ R ein o ”er^primeiro lugar (Mt 6.33)." a m agnitude que encerra o l e u Z m T ' C° nh^ am os I
Professor Responde
Cyro Mello

É salutar o rodízio
de professores nas
classes de EBD?
S im , c o m c e r te z a , p o r v á ria s ra z õ e s :

1. Favorece o treinamento de novos professores. Isso é excelente para o Reino


de Deus que, por sua própria natureza expansionista, busca constantemente o
envolvimento de pessoas.
2. Quanto mais professores disponíveis ou preparados para ministrar, mais novas
classes surgirão. A propósito: Por que manter classes com mais de vinte alunos? É
falta de espaço, falta de professores ou é mais "motivador" ministrar para quarenta
alunos? Só para lembrar: o nosso Mestre por excelência proferiu Seus maiores ser­
mões para poucas pessoas, e Seus maiores ensinamentos foram ministrados para
os 12 discípulos, em particular.

C o m o a u m e n t a r o n ú m e r o d e p r o fe s s o r e s ?
1. Pode-se fazer uma escala de professores "em treinamento", para ministrarem
pontos específicos da lição. Nesse caso, em um só domingo, dois ou mais profes­
Cyro Mello sores teriam novas oportunidades.
é pastor
vinculado à
2. Ou, no mínimo, fazer essa escala entre o professor titular e os suplentes. Cada
Assembléia um(a) ministraria uma vez por domingo. Com esta simples iniciativa, já entraria em
de Deus em
vigor o fator "expansão" do Reino de Deus. Além disso, os tais suplentes estariam
Cuba tão (SP) e
autor do livro na "brecha" para ministrar em novos núcleos de EBD ou em congregações.
"Manual do
Discipulador Um bom professor de EBD com certeza será um bom obreiro, porque, no mínimo,
Cristão" (CPAD) preencherá dois quesitos de 1 Timóteo 3.1-7: "apto para ensinar" e "não neófito". •

30 ENSINAOOR CRISTÃO
Boas Idéias
©
1

A Igreja em Jerusalém
D o u trin a , c o m u n h ã o e fé :- a b ase do
c re s c im e n to da ig reja e m m eio às p e rse g u iç õ e s

A IG R E JA Q U E N A S C E U NO A IG R E JA D E J E R U S A L É M : UM
PEN TECO STES M O D E L O A S E R S E G U ID O
L IÇ Ã O 1 L IÇ A Q 2

Prezado(a) professor(a), pela graça de Deus Na segunda lição do trimestre, estudaremos a


estamos iniciando mais um trimestre de Lições respeito da Igreja de Jerusalém como um modelo
Bíblicas. Estudaremos a respeito da Igreja de Je ­ a ser seguido por todas as igrejas verdadeiramente
rusalém, veremos que ela nasceu no Pentecostes bíblicas. A Igreja de Jerusalém foi a primeira igreja
e recebeu poder e unção para dar continuidade e é um referencial para as demais, independente
ao ministério terreno de Jesus. A Igreja não é do tempo e da cultura em que estão inseridas.
uma invenção humana, mas o "Corpo de Cristo" O b j e t i v o : Que os alunos compreendam a

na Terra para proclamar as Boas-Novas até que importância da Igreja de Jerusalém.


Ele volte (1Co 12.13). A Igreja é projeto divino e M a t e r ia l : Uma caixa de papelão e tiras de

nasceu no Pentecostes conforme Atos 2. papel com as seguintes frases: "Uma igreja com
O b je t iv o : Apresentar o tema que será estu­ fundamento doutrinário"; "Uma igreja que per-
dado no trimestre. severava na doutrina dos apóstolos"; "Uma igreja
M a te r ia l: Quadro branco. relacionai e piedosa"; "Uma igreja observadora
P ro c e d im e n to : Professor(a), apresente a nova dos símbolos cristãos (Batismo e Ceia do Senhor)";
revista e em seguida pergunte quem já leu todo "Uma igreja reverente"; "Uma igreja acolhedora"
o livro de Atos. Incentive os alunos a lerem Atos e "Uma igreja adoradora".
durante o trimestre. Em seguida, escreva no qua­ P r o c e d im e n t o : Sente-se com os seus alunos

dro as seguintes perguntas: "Qual a natureza do em círculo. Explique que, infelizmente, muitas
Pentecostes Bíblico?", "Qual o propósito?" e pessoas têm uma visão errada da igreja, a Casa
"Quais as suas características?". Peça aos launos de Deus, e dos crentes. A igreja é um lugar onde
que formem três grupos. Cada grupo ficará com as pessoas que creem em Jesus se reúnem para
uma questão e seus membros deverão discuti-la adorá-IO. Em seguida, peça que alguns alunos
juntos. Cada grupo terá 10 minutos para responder. retirem um papel da caixa. Só os alunos podem
Após ouvir os alunos, apresente as respostas e faça saber o que está escrito. Devem manter segredo
as intervenções necessárias: total. Depois que todos os alunos, convidados por
"Qual a natureza do Pentecostes Bíblico?" - Sua natureza você, retirarem os papéis, explique que eles terão
é divina. Os sinais vistos provam essa verdade. Esses sinais que representar o que está no papel por intermédio
foram: "um som como de um vento veemente e impetuoso"
(At 2.2) e "foram vista línguas repartidas, como que de fogo de gestos, mímicas. Os outros alunos terão que
(At 2.3). Explique que esses sinais são manifestações de Deus. descobrir o que eles estão tentando dizer. Conclua
"Qual o propósito do pentecostes bíblico?" - Promover a ver­ a atividade enfatizado que a igreja é a Casa de
dadeira adoração (At 2.11) e poder para testemunhar (At T8)^ Deus e que as frases que eles representaram, por
"Quais as suas características?" - Somente crentes foram
batizados no Espírito Santo (At 1.5,8); a evidência inicial do intermédio da mímica, são características de uma
batismo no Espírito Santo é o falar em outras línguas (At igreja modelo: a igreja de Jerusalém.
2.4); os crentes viveram em amor proclamando a salvação
(At 2.42-47; Rm 5.8).

ENSINADOR CRISTÃO 31
UM A IG R E JA C H E IA DO
UM A IG R E JA C H E IA D E A M O R
E S P ÍR IT O S A N TO
LtÇAQ 4 LIÇAQ 5

Professor(a), como a igreja pode permanecer Professor(a), na lição de número 5, aprendere­


sem mácula ou ruga, mesmo vivendo em um mundo mos que o amor é o elo que mantém a unidade
que jaz no maligno? Como permanecer sólida? da igreja local e a torna relevante. Veremos a
Você já pensou nisso? Somente uma igreja cheia importância da virtude do amor e do servir ao
do Espírito Santo tem condições de cumprir com próximo. Lembrando que vivemos em uma so­
seu papel e suportar as aflições do nosso tempo, ciedade onde esse nobre sentimento está quase
mantendo-se pura, santa. O Consolador faz com extinto. No entanto, a jornada do crente deve ser
que a igreja se torne perseverante e tenha poder marcada pelo amor, tomando como exemplo o
e ousadia para proclamar o Evangelho. nosso Salvador e Mestre. Ele nos amou e deu a
O b j e t i v o : Mostrar que o Espírito Santo dá Sua vida por nós (Jo 3.16).
solidez aos crentes. O b je t iv o : Ressaltar que o amor dos crentes
M a te r ia l: Várias latas de leite vazias. da igreja em Jerusalém era manifestado em suas
P r o c e d im e n t o : Professor(a), depois de orar ações.
com os alunos, ler o texto áureo e fazer a leitura M a te r ia l: Quadro.
bíblica em classe, peça que eles formem duas P r o c e d im e n t o : Sente-se com seus alunos em
equipes. Em seguida, disponibilize as latas sobre círculo. Em seguida, faça as seguintes perguntas:
uma mesa. Solicite que os alunos, em grupo, "Quais as características de uma igreja cheia de
empilhem elas. O grupo que conseguir empilhar amor?" e "Como evidenciar o amor de Deus?".
a maior quantidade de latas sem deixar cair é o Ouça os alunos com atenção e incentive a par­
vencedor. Conclua mostrando aos alunos que para ticipação de todos. Explique que somente uma
uma igreja não cair diante das investidas do mun­ igreja cheia de amor pode fazer a diferença na
do, da carne e do Maligno, ela precisa ser cheia sociedade em que está inserida. Diga que o amor
do Espírito Santo. Somente uma igreja cheia do é um sentimento que precisa ser evidenciado
Espírito Santo terá alicerces fortes e será capaz mediante atitudes. Não podemos "amar só de
de suportar as aflições do nosso tempo. Sabemos palavras". É preciso também ação. Como Igreja
que se o alicerce não for sólido, toda a constru­ do Senhor, temos uma responsabilidade com
ção corre risco de desabar. É o alicerce, que não a evangelização e a ação social. Deus, em Sua
pode ser visto, que dá solidez a uma construção. Palavra, ordenou assistir os necessitados, órfãos,
Conclua enfatizando que se queremos uma igreja estrangeiros e viúvas (Lv 23.22; Dt 15.11). Os
relevante para o nosso tempo, precisamos nos irmãos da igreja do primeiro século tinham um
deixar encher pelo Espírito Santo. profundo senso de responsabilidade social, de
amor. Peça que os alunos leiam Atos 2.45,46 e 2
Coríntios 8.3,4 e 9.13. Em seguida, solicite que
eles relacionem o que a classe poderia fazer para
ajudar aqueles que estão precisando de auxílio
material e espiritual. A medida que forem falando,
vá relacionando no quadro.

32 ENSINADOR CRISTÃO
I - •'

UM A IG R E JA NÃO C O N IV E N T E A S A V E N T U R A S D E UM
C O M A M EN TIR A G R A N D E M IS S IO N Á R IO
LIÇAQ6 PRIMÁRIOS

Prezado(a) professor(a), na lição 6, veremos o L I Ç Ã O 3: P A U L O E M S U A P R IM E IR A V IA G E M


que acontece quando Satanás enche o coração M IS S IO N Á R IA
de uma pessoa. Ananias e Safira deram lugar ao O b je t iv o : Demonstrar aos alunos que Paulo
Diabo e receberam a disciplina do Senhor, pois viajava por confiar em Deus e não em seus recur­
Deus não considera inocente aquele que se deixa sos materiais.
levar pelos enganos de Satanás. É importante M a te r ia is : Folhas de papel A4 (brancas), lápis
ressaltar que o casal era livre para vender a pro­ de cor e imagens de meios de transportes.
priedade pelo valor que bem desejasse e ficar com A tiv id a d e : Esta lição ensinará sobre a primeira
todo o montante arrecadado. Pedro deixou isso viagem missionária realizada pelo apóstolo Paulo.
bem claro em Atos 5.4, entretanto o casal errou Se possível, apresente para turma uma mapa
ao mentir para Deus, para os apóstolos e para a durante a aula, ilustrando o percurso realizado
Igreja, ao dizer que deram o valor total da venda. pelo missionário.
O Todo-Poderoso é santo e não aceita a mentira, (1) Após a lição, cole no quadro ou no mural
a falsidade e o engano. A igreja estava iniciando imagens de diversos meios de transportes: avião,
e se o Senhor não trouxesse um julgam ento carro, trem, metrô, helicóptero, barco, lanchas,
imediato sobre o casal, talvez o crescimento da submarino e ônibus. Pergunte para os alunos se
igreja tivesse sido prejudicado. eles conhecem esses meios de transportes e, se
O b je t iv o : Ressaltar que toda a forma de en­ sim, quais eles costumam utilizar. Após envolver
gano é pecado. a turma na conversa, pergunte: "Qual meio de
M a te r ia l: Quadro. transporte vocês acham que o apóstolo Paulo
A t iv id a d e : Professor(a), apresente o tema da utilizava em suas viagens?".
lição aos alunos. Em seguida, promova um debate (2) Explique que os meios de transporte mais
com a seguinte questão: "O julgamento divino usados pelo missionário foram marítimos (barcos
sobre Ananias e Safira foi severo?". Incentive a ou navios). Então, destaque que o apóstolo Paulo
participação de todos e ouça'os alunos com aten­ fazia essas viagens porque confiava na proteção
ção. Na sequência, explique que Deus é justo e e na provisão do nosso Deus e não em seus re­
santo. Ele não considera inocente aquele que se cursos pessoais.
deixa levar pelos enganos de Satanás. O Diabo (3) Distribua para cada aluno uma folha de papel
é o pai da mentira, mas esse mal é uma escolha. e ensine a dobradura para formar um barquinho.
É uma decisão que envolve a natureza moral. Após a conclusão permita que seus alunos pintem.
Tal pecado não foi severo, mas foi devidamente Elogie a participação deles.
julgado, pois a desonestidade, a cobiça e a ava­
reza são destrutivas para a igreja. Essas atitudes
são carnais e maculam a igreja, entristecendo o
Espírito Santo. Nem Deus e nem os apóstolos
obrigaram o casal a contribuir com a obra ou a
socorrer os necessitados. Conclua enfatizando
que.não seria errado Ananias e Safira venderem
a propriedade deles e ficarem com o dinheiro
ou parte dele. O erro que cometeram foi mentir.
Eles mentiram para Deus, para os apóstolos e
para a igreja, transparecendo uma falsa piedade
e amor (At 5.4).

ENSINADOR CRISTÃO 33
4

VERD A D ES Q U E R E C E B E N D O O B A TISM O
J E S U S E N S IN O U NO E S P ÍR IT O S A N T O
JU N IO R E S P R É -A D O LE S C E N T E S

L IÇ Ã O 5: A L IÇ Ã O D A Á R V O R E E D O S F R U T O S L IÇ Ã O 9: O E X E R C ÍC IO D O S D O N S E S P I­
O b je t iv o : Ensinar que os cristãos precisam R IT U A IS
produzir bons frutos. O b je t iv o : Incentivar os alunos a buscarem os
M a te ria is: Cartolina marrom, verde e vermelha, dons espirituais
tesoura, fita adesiva e lápis. M a te r ia l: Diversas caixinhas de presente.
A t iv id a d e : Nesta lição, os alunos aprenderão A t iv id a d e : Esta lição vai abordar a temática
que a árvore é conhecida por seus frutos. dos dons espirituais. Aprofunde esse assunto no
(1) Utilizando as cartolinas, prepare com an­ primeiro tópico e tire as dúvidas que venham a
tecedência uma árvore e diversos frutos. Cole a surgir. É importante que seus alunos compreen­
árvore na parede ou no quadro. dam esse tema.
(2) Após a apresentação da história, discuta (1) Primeiramente, com antecedência, provi­
com sua turma sobre tipos de árvores frutíferas e dencie algumas caixinhas de presentes. Dentro da
destaque que cada fruto vem de uma espécie de caixinha, coloque um papel com o nome de um
árvore. Por exemplo, a goiaba vem da goiabeira, a dos dons espirituais: Sabedoria, Conhecimento,
uva vem da videira, a maçã nasce da macieira etc. Fé, Cura, Milagres, Discernimento, Variedade de
(3) Explique que o cristão é comparado a uma Línguas, Interpretação de línguas, Profecia.
árvore e Jesus fambém espera encontrar bons (2) Ao final da aula, coloque os presentes em
frutos na vida dos Seus discípulos. cima da mesa. Revise com os alunos que os dons
(4) Em seguida, distribua um fruto de papel e são presentes de Deus para a sua igreja. Reforce
um lápis para cada aluno e peça para que cada que não podemos escolher um dom, mas Deus
um deles escreva pelo menos um exemplo de é quem faz essa escolha.
um bom fruto (um bom hábito, uma boa prática) (3) Chame alguns alunos voluntários para
que todo cristão deve apresentar. São alguns receber os presentes. Para quem se aproximar,
exemplos: falar a verdade, obedecer os pais, ler peça que feche os olhos e abra as mãos. Escolha
a Bíblia, orar e jejuar etc. aleatoriamente uma caixinha para cada aluno.
(5) Conform e cada aluno for concluindo, (4) Peça para os alunos abrirem o presente.
convide para colar seu fruto na árvore. Ao final, Então explique para a turma o que é o dom
faça uma linda foto com a turma. espiritual em destaque Faça isso até apresentar
todos os dons.
(5) Para encerrar, reforce o valor do dom espiri­
tual e incentive seus alunos a buscarem o Espírito
Santo nesse propósito. Faça uma oração com esse
objetivo antes de despedir a turma.

34 ENSINADOR CRISTÃO
G R A N D ES CA R TA S P E R S O N A G E N S M A R C A N T ES
PARA N Ó S DA B ÍB L IA

A D O LESC EN TES JUVENIS

L IÇ Ã O 4: J O S U É - O V A L O R D O D IS C IP U L A D O
L IÇ Ã O 6: A P R E N D E N D O C O M A C A R T A
O b je t iv o : Valorizar o discipulado.
D E T IA G O
M a te r ia is : Bíblias, papel e caneta.
O b je t iv o : Desafiar os alunos a praticarem o
A t iv id a d e : Nesta aula, os juvenis refletirão
amor cristão.
sobre a importância do discipulado a partir da
3 caixas.
M a te r ia l:
trajetória de Josué ao lado de Moisés.
Nesta lição, os alunos vão conhecer
A tiv id a d e :
1 Explique aos alunos que o chamado de
as reflexões sobre Tiago acerca da importância
Josué surgiu enquanto ele caminhava, trabalhava
de viver a fé cristã no dia a dia. Por isso, vamos
e aprendia com Moisés.
fazer um desafio prático para a turma.
2 Após a apresentação da lição, entregue
(1) Separe 3 caixas organizadoras (podem ser
papel e caneta para cada aluno. Peça para que
de papelão). Coloque uma identificação em cada:
cada um leia em sua Bíblia os seguintes textos:
Roupas, Brinquedos e Alimentos.
Êxodo 17.8-16 e Josué 1.1-9.
(2) Verifique na congregação se há a necessida­
3 Peça aos adolescentes para escreverem em
de de alguma doação específica para alguém. Você
um papel o que eles acham que Josué sentiu
pode se informar junto à sua liderança ou junto
quando foi chamado por Deus e como eles acham
ao departamento de missões ou de ação social.
que Moisés foi importante nesse processo.
(3) Após a exposição da aula, desafie seus
4 Em seguida, peça que compartilhem suas
alunos a fazerem uma campanha de arrecadação
respostas com a turma e discuta como a chamada
de roupas, brinquedos e alimentos não perecíveis.
de Josué pode ser aplicada às suas próprias vidas.
Dividida a turma em 3 ou 4 grupos e desafie a
5 Destaque como um discipulador ou um
conseguirem o máximo de doações nas próximas
conselheiro podem ajudar na caminhada cristã.
duas semanas. Nomeie um líder para cada grupo.
(4) Destaque que os alimentos devem estar Telma Bueno
- Pedagoga,
na data de validade, e as roupas e os brinquedos jornalista e
devem estar em boas condições de uso, limpos bacharel em
Teologia, pós-
e inteiros. Brinq ue­ graduada em
dos quebrados não Gestão Escolar
e editora das
servem para doação.
revistas de Jovens
Faça uma conexão e Maternal da
dessa atividade com CPAD. Palestrante
das conferências
uma necessidade da da CPAD e do
congregação. CAPED. Autora
de diversas obras,
(5) M antenha as todas publicadas
caixas na sala e junte pela CPAD.
as doações por duas Flavianne Vaz -
semanas. Ao final, en­ Bacharel em
História (UGF) e
caminhe as doações e
Teologia (FTSA).,
de um prêmio para o e pós-graduada
grupo que mais arre­ em Teologia
Bíblica do Antigo
cadou. e do Novo
Testamentos
(FAECAD). Autora
de "Liderando
Adolescentes"
(CPAD).

ENSINADOR CRISTÃO 35
Lições Bíblicas

A IGREJA EM Querido(a) professor(a), a paz do Senhor. Estamos


iniciando um novo trimestre de estudos com a revista
Lições Bíblicas Adultos, editada pela CPAD. Nesta nova
JERUSALÉM oportunidade, estudaremos sobre o comprometimento
e o fervor espiritual pelo Evangelho, e a conduta ilibada
Doutrina, com unhão e santa, dos cristãos da Igreja Primitiva, os quais servem
de referências para os crentes da geração atual. Em
e fé: a base para tempos de mornidão espiritual, os crentes de nossos
dias precisam buscar o poder pentecostal e o genuíno
o crescim ento da avivamento da fé.
O revestimento de poder do Alto no Dia de Pentecos-
Igreja em meio à tes marcou o início da Era da Igreja. Os crentes lavados
e remidos no sangue de Jesus receberam o batismo no
perseguição Espírito Santo com vistas a promover uma adoração sincera
e espiritual que agradasse a Deus. O modelo de adoração
e relacionamento instituídos no Antigo Testamento, por
meio da lei mosaica e do testemunho dos profetas, havia
sido negligenciado pelo povo da Antiga Aliança. Uma
vez que o distanciamento de Deus era evidente, a vinda
de Jesus veio reaproximar o Seu povo de uma adoração
que fosse praticada em espírito e em verdade (Jo 4.23-
24). Nesse sentido, o derramamento de poder no Dia
de Pentecostes corroborou para o processo de transição
de um modelo antigo contaminado pela religiosidade
farisaica para um modelo de adoração que cumpria, de
fato, a vontade divina.
Além de promover a verdadeira adoração a Deus,
outra bênção originada pela manifestação de poder
no Dia de Pentecostes foi justamente a capacitação da
igreja para proclamar o Evangelho da graça (At 1.8). O
Espírito Santo veio para reger a igreja dentro da vonta­
de divina, ensinando todas as coisas necessárias para
sua edificação espiritual, bem como capacitando-a a
testemunhar a mensagem da salvação até a Volta de
Jesus (Jo 14.26). Nas palavars do pastor Claiton Pomme-
rening na obra Teologia da Experiência (CPAD), "Lucas
[Evangelho] apresenta uma teologia pneumatológica
proclamadora do querigma, cuja função é preparar os
discípulos a proclamarem o evangelho com autoridade,
sinais e evidências incontestáveis para a sociedade. A
intencionalidade textual de Lucas aponta para a pro­
clamação do evangelho inspirada, como obra principal
do Espírito. [...] O caráter proclamatório do evangelho
nos eventos descritos por Lucas aponta para o fato de
Envie sua carta ou email para CPAD que o Espírito Santo irrompe na história, capacitando os
Suas críticas e sugestões são muito importantes indivíduos e a comunidade para a proclamação desini­
para a equipe de produção de Ensinador Cristão.
bida e corajosa do evangelho [...]" (2024, p. 31). Nesse
Av. Brasil, 34.401, Bangu - 21852-000 - Rio de Janeiro sentido, fica evidente que o poder do Espírito Santo é
email: [email protected] a fonte revigoradora e capacitadora da Igreja para o
Tel.: 21 2406-7371 / Fax: 21 2406-7370 cumprimento da sua missão.

36 ENSINADOR CRISTÃO
” % ?<r H

Iv
k -;r
Lição 2

IGREJA DE JERUSALÉM - UM
MODELO A SER SEGUIDO

Estimado(a) professor(a), a paz do Senhor. A lição Caro(a) professor(a), a paz do Senhor. Uma das carac­
desta semana tem como finalidade apresentar a igreja terísticas mais peculiares da igreja do primeiro século era a
primitiva como modelo de fé e relacionamento cristão sua fidelidade ao ensinamento sagrado de nosso Senhor
aos irmãos da igreja atual. Ao observarmos o livro de Jesus Cristo. Os primeiros anos da igreja são marcados por
Atos, identificamos vários aspectos que revelam a face da uma pregação cristocêntrica, que consistia no chamado
igreja primitiva como uma igreja doutrinariamente sólida, ao arrependimento e no testemunho público de que a
que perseverava nos ensinamentos introduzidos pelos Salvação podia ser alcançada mediante a fé no sacrifício
apóstolos, e na qual os seus membros desfrutavam de de nosso Senhor Jesus Cristo. Diferente dos dias atuais,
uma comunhão salutar; e, não menos importante, oravam em que o apelo de muitas pregações tem sido para as
assiduamente (At 2.42). Dessa forma, o trabalho realizado necessidades materiais e emocionais, a igreja primitiva
por esses irmãos resultava no avanço da pregação do prezava pelo ensino vivo e transformador das Escrituras
Evangelho, mesmo em meio às perseguições (2Ts 3.1-3). Sagradas, inspirada pelo Espírito de Deus.
Além de ser uma igreja que gozava da manifestação A mensagem genuinamente pregada pelos nossos
abundante dos dons espirituais, bem como da operação primeiros irmãos trazia consigo o poder de convencer o
contínua de sinais, prodígios e maravilhas, havia uma ca­ ser humano do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8).
racterística muito marcante que a tornava pujante. A igreja Os testemunhos da Lei e dos Profetas fundamentaram a
primitiva era uma igreja "acolhedora". Em linhas gerais, teologia apostólica e subsidiaram os discípulos na pre­
o termo acolhedor, de acordo com o Dicionário Houaiss gação a respeito de Jesus ser o Messias prometido. Ao
(2009), significa "oferecer ou obter refúgio, proteção ou analisarmos a primeira pregação de Pedro à multidão,
conforto físico, amparo; dar hospitalidade". No contexto da identificaremos aspectos essenciais que ratificam a na­
igreja primitiva, significava acolher os pecadores, oferecer a tureza cristocêntrica da pregação primitiva (At 2.14-41).
oportunidade de perdão e reconciliação com Deus. Além Conforme discorre Lawrence O. Richards no Comentário
disso, significava também que a igreja não fazia acepção de Histórico-Cultural do Novo Testamento (CPAD), "[...] os
pessoas, nem mesmo fomentava o preconceito seja qual elementos essenciais são, simplesmente, aquelas verdades
fosse a condição de pecado em que a pessoa estivesse que definem Jesus e sua obra e, sem elas, o Evangelho
(At 10.34, 35; Rm 2.11); mas, pelo poder regenerador do estaria enfraquecido. Quais são essas verdades essenciais
Espírito Santo, tornava cada pecador arrependido em um das quais depende a nossa salvação? [...] O núcleo do
discípulo de Cristo (Mt 28.19, 20). Evangelho e da base de nossa fé é simplesmente isto:
Aprendemos com a igreja primitiva que devemos o Jesus histórico morreu por nós, ressuscitou e assim se
acolher o pecador e ensinar que Jesus cura, salva, liberta, estabelece tanto como Senhor quanto como Salvador.
batiza no Espírito Santo e voltará para buscar Seus servos Estas verdades são confirmadas por predições nas Escri­
para estarem para sempre com Ele. Nesse sentido, a De­ turas do Antigo Testamento. Somente por meio de Jesus,
claração de Fé das Assembléias de Deus, documento que e da fé em seu nome, a salvação pode ser encontrada.
traz os fundamentos doutrinários de nossa denominação, Quando testificamos, são estas verdades essenciais que
discorre que "entendemos que é responsabilidade da deveremos ter em mente — e comunicá-las a todos tão
igreja a obra missionária. A edificação é realizada por claramente quanto pudermos" (2007, p. 257).
meio do ensino da Palavra nas reuniões da igreja, como Partindo dessa premissa, a igreja atual precisa refletir
o culto de ensino, da escola bíblica dominical. A igreja se está pregando o genuíno evangelho de nosso Senhor
também exerce o ministério de socorro e misericórdia, e Salvador Jesus Cristo. Muitas pregações mais se pare­
que inclui o cuidado dos pobres e dos necessitados, cem com discursos de autoajuda ou confissão positiva. A
e não somente dos seus membros, mas também dos pregação genuína do Evangelho deve ser, primeiramente,
não membros. Enquanto membros da igreja, somos o bíblica, fiel à exposição do texto sagrado. O que, de fato,
sal da terra, proporcionando sabor à vida e evitando a consolida uma vida cristã saudável é o conhecimento
putrefação da sociedade ao combatermos o pecado e a da Palavra de Deus. Seus princípios são inspirados pela
corrupção" (2017, p. 123). Que o compromisso de acolher ação do Espírito e, uma vez observados, servem de
os pecadores não seja furtado de nossos corações. Jesus alimento espiritual indispensável para o crescimento e
nos libertou e salvou para que, uma vez regenerados por amadurecimento da fé cristã. Que Deus nos ajude, en­
Seu Espírito, tenhamos o prazer de levar outras vidas a quanto professores da Escola Dominical, a preservarmos
Ele. Uma igreja acolhedora prioriza alcançar vidas para o compromisso com os ensinamentos da santa e única
o Reino de Deus. Palavra de Deus. Ela é suficiente!

ENSINAOOR CRISTÃO 37
L ição 4

UMA IGREJA CHEIA DO


ESPÍRITO SANTO

Amigo(a) professor(a), a paz do Senhor. Nesta lição, Caríssimo(a) professor(a), a paz do Senhor. Nesta
veremos que a igreja primitiva tinha uma qualidade di­ rica oportunidade, seus alunos aprenderão sobre um
ferenciada que a tornava capaz de suportar as aflições e tema primordial para a saúde espiritual da igreja: o amor
perseguições. Estamos falando da convicção da igreja em cristão. O amor é o elo que mantém a igreja do Senhor
relação ao Evangelho. A motivação dos primeiros cristãos unida e disposta a cumprir sua missão neste mundo. De
frente aos desafios impostos pela sociedade, bem como modo geral, a igreja tem como missão cumprir o "Ide"
pelas forças imperiosas das trevas, era fruto da ação do ordenado pelo Senhor Jesus. Esse Ide se traduz no tra­
Espírito Santo em cada coração. A perseverança dos balho de evangelização e discipulado, mas também na
irmãos em testemunhar as verdades da fé, mesmo em consolidação dos crentes na fé em Cristo. Trata-se de um
meio ao fogo das provações, refletia uma igreja convicta processo de amadurecimento da vida cristã em que o
da sua missão e comprometida com os princípios cristãos. amor é a pedra fundamental. A Bíblia menciona o amor
O comprometimento da igreja primitiva não se via como "o vínculo da perfeição" (Cl 3.14).
na beleza dos discursos, e sim em fatos que podiam O amor é a marca registrada da igreja de Cristo.
ser observados por quaisquer que questionassem a Em um mundo contaminado pelo pecado, repleto de
razão da fé demostrada por cada irmão. Era uma igreja maldades, mentiras, egoísmo e violência, a humanidade
que não negociava seus valores, não flertava com o procura um ambiente onde possa encontrar esperança,
pecado nem flexibilizava suas práticas evangelísticas acolhimento, verdade, paz e, sobretudo, o amor. Nesse
para ser aceita pela sociedade. Tais práticas revelavam sentido, a igreja de Cristo representa a única porta capaz
uma igreja fundamentada na Palavra de Deus e cheia de oferecer essas virtudes. Para Thom S. Rainer, em sua
do Espírito Santo. obra Igreja Acolhedora: Como Criar um Ministério de
Lawrence Richards, na obra Comentário Devocional Acolhimento, editada pela CPAD, "[...] quando as pes­
da Bíblia (CPAD), discorre que "os apóstolos tinham sido soas não crentes se sentem bem-vindas, elas retornam.
advertidos a não falar em nome de Jesus. Eles tinham Quando retornam, elas têm mais oportunidades de ouvir
continuado a pregar. Não houve necessidade de uma a pregação do Evangelho e desenvolver relacionamento
investigação. Tudo o que o sumo sacerdote precisava com os crentes da igreja. E, muitas vezes, esses relacio­
dizer era, 'Não vos admoestamos nós expressamente?'. namentos são usados por Deus para levar as pessoas ao
Os apóstolos não se equivocaram. 'Mais importa obe­ seu Filho, Jesus Cristo. [...] Embora devamos, definitiva­
decer a Deus do que aos homens'. Quanto à acusação mente, alcançar as pessoas que estão além das paredes
de que os apóstolos estavam determinados a 'lançar de nossas igrejas, imagine a diferença que faríamos
sobre' eles 'o sangue desse homem', eles eram culpa­ se fôssemos eficazes em receber as pessoas que nos
dos. Como respondeu Pedro, 'ao qual vós matastes, visitam. O primeiro grande passo no caminho para se
suspendendo-o no madeiro' (v. 30). É importante que tornar uma igreja acolhedora é entender a importância
nos lembremos de que, às vezes, podemos fazer o que incrível desse ministério" (2018, p. 82).
é certo, ser culpados perante a lei, e inocentes diante de Nesse sentido, fica evidente que o acolhimento de­
Deus. [...] Infringir as leis da nossa nação jamais é uma monstrado pela igreja é reflexo do nível de relacionamento
coisa insignificante. Mas há ocasiões, quando, como os experimentado entre os seus membros. Quando os irmãos
apóstolos, 'mais importa obedecer a Deus do que aos de uma igreja são movidos pelo amor de Deus de forma
homens'. Dessa maneira, nós realmente mostramos um abundante em seus corações as relações interpessoais,
respeito reverente por Deus" (2012, p. 724). por mais desafiadoras que sejam, são conduzidas em
O comportamento observado na igreja primitiva perfeita harmonia. Para tanto, é preciso conscientizar os
serve de exemplo à igreja dos dias atuais. Não é difícil irmãos acerca do propósito maior para o qual a igreja
constatar que o nível de comprometimento da igreja existe: ganhar almas para o Reino de Deus. Quando
atual em relação aos princípios bíblicos está muito aquém o foco maior dos irmãos em Cristo está em cumprir
da igreja primitiva. Essa é uma verdade que deveria nos o "Ide", ordenado por nosso Senhor (Mc 16.15), não
deixar extremamente desconfortáveis. Como fizeram haverá espaço para desavenças, divisões, contendas ou
nossos primeiros irmãos, devemos nos posicionar con­ animosidades que deterioraram as relações e tornam o
victamente e corajosamente contra tudo o que se levanta testemunho da igreja ineficaz. Que possamos permitir que
contra o Senhor Jesus e reafirmar nossa fidelidade aos o Espírito Santo direcione cada coração de acordo com
princípios e valores da Palavra de Deus. Que o Senhor Seu propósito e, assim, seremos uma igreja acolhedora
nos encha com o Seu Espírito Santo para tal. e cheia do amor de Deus.

38 ENSINADOR CRISTÃO
Amigo(a) professor(a), a paz do Senhor. A lição desta Prezado(o) professor(a), a paz do Senhor. A trajetória
semana trata sobre um comportamento execrado pela da igreja de Cristo neste mundo sempre foi marcada por
Palavra de Deus e que é muito comum no mundo. Estamos oposições e perseguições. A pregação do Evangelho não
falando da prática da mentira, um malefício que resulta encontra apenas desafios de ordem política ou religiosa,
em grandes problemas para a vida das pessoas que a mas também espiritual. Não podemos nos esquecer que
tornam um hábito. A igreja primitiva também teve de lidar a nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra as
com esse tipo de atitude. A mentira de Ananias e Safira hostes espirituais, principados e potestades das trevas (Ef
é um dos grandes exemplos bíblicos que expressam a 6.12). É preciso ter em mente essa perspectiva a fim de que
insatisfação de Deus em relação à mentira (At 5.1-11). As lutemos com as armas espirituais e não materiais. Desde
Escrituras classificam o Diabo como pai e autor da mentira o princípio da igreja, nossos irmãos fizeram uso dessas
(Jo 8.44). Em contrapartida, nosso Senhor é "o Caminho, ferramentas. Eles se reuniam e faziam continuamente
a Verdade e a Vida" (Jo 14.6). Essa declaração comprova oração para o Espírito Santo os capacitar a pregar a Pa­
o compromisso de Jesus com a verdade. lavra e a vencer os desafios impostos pelas perseguições.
O pecado da mentira é um mal contumaz que tem Além da oração, a igreja perseverava em um testemu­
feito parte da vida de muitas pessoas. A mentira destrói nho dos valores bíblicos com poder e pronta disposição.
famílias, relacionamentos, separa os melhores amigos e Não havia incoerência entre o que pregavam e o que
pode levar até mesmo inocentes a serem injustamente praticavam, pois para eles a prática do Evangelho foi
condenados. Em geral, a mentira é praticada por quem adotada como um estilo de vida. Eles agiam, pensavam,
não sabe lidar com o medo de encarar a verdade ou se comunicavam e tomavam decisões de acordo com
pelo constrangimento de ser punido. De acordo com a direção do Espírito Santo. Como vemos em Atos, os
o Dicionário Bíblico Wycliffe, editado pela CPAD, sobre primeiros crentes perseveravam unânimes todos os dias
Ananias e Safira, "em um profundo contraste com a falta no templo, partindo o pão e louvando a Deus (At 2.46-47).
de egoísmo de outros membros da igreja, eles fingiram Essa comunhão chamava a atenção da sociedade de modo
dar à igreja o valor total da venda de sua propriedade, que muitos criam no Evangelho e se convertiam à fé cristã.
mas na realidade estavam separando uma parte para si De acordo com o Dicionário Bíblico Wycliffe, editado
mesmos. Pedro repreendeu Ananias, que imediatamente pela CPAD, "a Bíblia não só apresenta a Igreja como
caiu morto por um julgamento Divino. Algumas horas sofredora como também desenvolve uma teologia da
mais tarde, Safira foi igualmente julgada pelo mesmo perseguição — sua origem, objetivo e efeitos. A origem
esforço de enganar. É importante perceber que Pedro da perseguição é o ódio do homem pecador contra
previa, mas não decretava esses julgamentos, que eram Deus. Paulo chama os homens irreconciliados e 'inimi­
atos exclusivos de Deus. A severidade do julgamento de gos de Deus' (Rm 5.10). O amor ao mundo é inimizade
Deus é um aviso para todos, e não se repetiu em casos contra Deus. 'Ninguém pode servir a dois senhores' (Mt
posteriores por causa da sua tolerância e do desejo que 6.24). 'A luz veio ao mundo, e os homens amaram mais
tem de que nos arrependamos. Esse casal pode não ter as trevas do que a luz' (Jo 3.19). 'Porquanto a inclinação
sido enviado à punição eterna, como alguns supõem, da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à
mas, antes, levados desta vida para que não fossem lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser' (Rm 8.7). O
condenados com os infiéis (1Co 11.29-32)" (2006, p. 98). Senhor Jesus Cristo assegura aos seus seguidores que
Não obstante o exemplo de Ananias e Safira, há não é o servo maior do que o seu Senhor. 'Se a mim me
quem acredite que Deus não atua da mesma maneira perseguiram, também vos perseguirão a vós' (Jo 15.20).
hoje em relação à mentira e outros pecados, com tal No mundo, os discípulos devem esperar tribulações, mas
evento sendo só uma forma de ensinar aos primeiros devem preocupar-se com o fato de serem bem vistos por
cristãos sobre a onisciência do Espírito Santo. Na verdade, todos. Eles devem regozijar-se quando falarem mal deles
nosso Deus continua comprometido com a fidelidade (Mt 5.11,12). Os homens farão mais do que falar contra
a Seu santo Evangelho, bem como Seu Espírito se a reputação, eles matarão os discípulos julgando estar
indigna com a mentira (Pv 6.16,17). Ele espera de nós prestando um serviço a Deus (Jo 16.2)" (2006, p. 1512).
comprometimento com afinco às verdades basilares do Além de vigiar, é precisa buscar continuamente a
Evangelho. Em tempos de mornidão espiritual, importa presença do Espírito Santo. Só com a capacitação do
sermos cautelosos e reafirmar nosso compromisso com Espírito podemos suportar as adversidades que tentam
o testemunho cristão para não sermos achados em falta impedir o progresso espiritual da igreja. Perseveremos
quando o som da trombeta soar. (1Co 15.58).

ENSINADOR CRISTÃO 39
8
» | .......y-,
L ição 8

UMA IGREJA QUE ENFRENTA


UMA IGREJA QUE SE ARRISCA
SEUS PROBLEM AS

Estima(a) professor(a), a paz do Senhor. A lição desta Amigo(a) professor(a), a paz do Senhor. A lição desta
semana discorre sobre a diaconia do ponto de vista bíblico. semana pretende ensinar o que torna uma igreja destemida
Diferentemente do que muitos crentes pensam na atua­ e disposta a sacrificar-se em favor da causa do Reino de
lidade, o exercício da diaconia não é exclusiva daqueles Deus. Estevão é apresentado na lição como um exemplo de
que têm o cargo de diácono. Antes, a palavra diaconia cristão sólido na fé, fundamentado nas Escrituras Sagradas
tem na sua essência o significado de "serviço". Logo, o e que enfrentou o ódio dos perseguidores judeus helenis-
exercício da diaconia é um dever de todos os crentes. Na tas. Mesmo diante das ameaças, assim como do ultraje
igreja atual, há uma grande discussão sobre o trabalho sofrido pelas mãos de seus algozes, ele não sucumbiu na
realizado pelos diáconos. Infelizmente, muitos crentes fé, mas foi fiel até a morte (At 6.8—7.60). O exemplo de
diminuem a excelência do diaconato, dizendo ser apenas Estevão nos ensina muitas lições e nos encoraja a perse-
um cargo com finalidades sociais ou de zeladoria. Longe verar na fé, mesmo sob incessantes ataques. Uma lição
de ser apenas uma função menor, o cargo de diácono importante se destaca na circunstância em que Estevão se
é de sublime honra, haja vista os escritos de Atos e as encontrava. Ele soube manter uma postura apologética,
epístolas pastorais apresentarem alto nível de exigência isto é, de defesa da fé cristã do início até o fim. Isso se
para aqueles que desejavam exercer essa função. deve em razão do seu profícuo conhecimento sobre o que
Vale destacar que o exercício ministerial, seja para professava, bem como de sua disposição para responder
o cargo de diácono ou mesmo para os demais cargos, aos desafios decorrentes de ser um seguidor de Jesus.
deve ter como essência a atitude de um coração disposto A igreja de Cristo na atualidade deve seguir o mo­
a servir, sempre pensando na edificação do Corpo de delo de defesa da fé observado em Estevão. Os crentes
Cristo e na glorificação do Filho de Deus. De acordo devem conhecer profundamente a fé que professam. A
com Stanley Horton, na obra Teologia Sistemática: Um dificuldade que muitas igrejas têm em relação à defesa
Perspectiva Pentecostal, acerca da diakonia, "são os da fé se deve ao fato de que muitos irmãos não são fre­
esforços no serviço a Cristo que continuam o ministério quentadores assíduos da Escola Dominical. Jesus afirmou
encarnacional que Ele realizou e que nos ajuda a realizar. que as Sagradas Escrituras deveriam ser examinadas a fim
O caráter desse ministério é servir; não imita o padrão da de conhecermos os fundamentos da fé que nos mostram
autoridade ou do propósito que este mundo impõe. A o trajeto à vida eterna (Jo 5.39). Portanto, conhecer as
essência do ministério tem sido exemplificada por Cristo Escrituras é primordial para que o crente não seja levado
de uma vez para sempre (Mc 10.45) e, como consequ­ por qualquer vento de doutrina (Ef 4.14,15). Outro aspecto
ência, servimos a Cristo por meio de servir à criação que importante é a disposição para defesa da fé. Se o conhe­
está debaixo do seu senhorio. A dimensão de serviço no cimento bíblico é indispensável, a prontidão por defender
ministério leva-nos, além de divulgar as boas-novas com o que se acredita, quando se é questionado sobre a razão
denodo e coragem, a participar do desejo de Deus de da fé, requer o preparo espiritual e intelectual.
alcançar de modo prático os marginalizados da socie­ Na obra Razões para crer, editada pela CPAD, os
dade. As pessoas que não têm ninguém para pleitear autores Norman L. Geisler e Chad V. Meister discorrem
a sua causa, e que se encontram desconsideradas e que "[...] a Bíblia diz que devemos fazer o que for pre­
abandonadas, também foram criadas à imagem de ciso para estarmos preparados para dar uma resposta
Deus. A Igreja, revestida pelo poder do Espírito, terá de clara e abalizada. Primeira Pedro 3.15 diz: 'Estai sempre
passar das palavras para as ações se quer ver realizada preparados para responder com mansidão e temor a
os propósitos de Deus. Não poderá haver maneira de qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em
fugir deste fato: se vamos realmente servir no ministério vós'. Neste versículo, a palavra grega original traduzida
continuado de Jesus, esse serviço deverá seguir o exemplo por 'responder' é apologia, que significa 'um discurso de
do seu ministério" (1996, p. 604). defesa'. É de onde vem a palavra apologética, que é uma
Todos fomos chamados pelo Senhor a servir com defesa explicada e interpretada da nossa fé" (2013, p.
afinco em Sua obra. Para este compromisso não há hie­ 16). Devemos estar preparados para defender a doutrina
rarquia, mas disposição pronta e independente do cargo bíblica pentecostal, afirmando e reafirmando a atualidade
que se ocupa. Quanto maior a posição do cargo, maior do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais. As
deve ser o nível de responsabilidade, comprometimento obras Bíblia de Estudo Pentecostal, Declaração de Fé
e amabilidade no serviço. "Nada façais por contenda ou das Assembléias de Deus e Teologia Sistemática de
por vangloria, mas por humildade; cada um considere Stanley M. Horton, por exemplo, oferecem bastante
os outros superiores a si mesmo" (Fp 2.3). apoio nesse sentido.

40 ENSINADOR CRISTÃO
'.rf, .uaÉfe
: I
Wf ■ •
f
JS'
r
t ifiai I* mrnm 4 . . |L JL
Lição 10
\ r . M t Z / s

A EXPANSÃO DA IGREJA

Honrado(a) professor(a), a paz do Senhor. Nesta Querido(a) professor(a), a paz de nosso Senhor e Sal­
lição, veremos como a perseguição aos cristãos da vador Jesus Cristo. A lição desta semana aborda um dos
igreja primitiva teve efeito diferente daquele que as dilemas enfrentados pela igreja primitiva: como a igreja
autoridades políticas e religiosas pensavam alcançar (At formada por cristãos judeus lidaria com os gentios recém-
4.16-18). Em vez de a igreja recuar, a história de Atos vai -convertidos? A experiência de Pedro com a revelação
nos mostrar que a perseguição resultou na dispersão em Jope, bem como a sua visita à casa de Cornélio para
de muitos cristãos por várias regiões além dos muros esclarecê-lo a respeito do Evangelho, corroboram que
de Jerusalém (At 11.19). O interessante é que a igreja a salvação pela graça não era uma bênção exclusiva da
reagiu à forma como foi perseguida com muita coragem nação judaica, mas que havia se manifestado a todas as
e resiliência. Embora afligida em razão da morte de um pessoas (Tt 2.11). A compreensão dessa verdade não foi
de seus mais ilustres irmãos, a igreja se manteve unida fácil, pois o entendimento que os apóstolos tinham até
e comprometida com a pregação do Evangelho. Essa então era de que a promessa abraâmica estava restrita
postura revela uma igreja consolidada na Palavra e cheia aos seus descendentes conforme a carne. No entanto, a
do Espírito Santo. manifestação do Espírito na casa de Cornélio é um marco
A história vai mostrar que foi em meio ao período de na história da igreja primitiva e mostra o interesse de Deus
maior aflição que a igreja alcançou seu maior crescimento. em chamar todos os povos para a comunhão do Espírito.
Quanto mais renhida a peleja, maior era a fidelidade da A forma didática como Pedro recebeu a revelação
igreja à mensagem do Reino e, por isso, ocorriam tantas divina antes de ir à casa de Cornélio mostra que nosso
conversões, milagres e libertações (At 5.12-16). Isso se Senhor precisava quebrar o preconceito religioso que
deve ao fato de que a pregação não se baseava em ainda predominava na mente de Pedro. Deus não faz
discursos de autoajuda ou prosperidade material, mas na acepção de pessoas e a manifestação do Espírito, evi­
mensagem da cruz. Nesse sentido, a igreja da atualidade denciada pelas línguas estranhas faladas por Cornélio e
tem muito a aprender com os primeiros irmãos. sua família, mostravam que não havia barreiras étnicas
A Bíblia de Estudo Pentecostal - Edição Global (CPAD), ou geográficas para o Senhor operar (At 10.46).
discorre que "tragicamente, depois de concluído o período De acordo com Lawrence O. Richards, na obra
registrado no Novo Testamento e depois da morte dos Comentário Devocional da Bíblia, editada pela CPAD,
líderes originais da igreja, ela começou a se distanciar da "Pedro tinha sido acompanhado por seis cristãos judeus.
revelação original de Deus. Os líderes da igreja começa­ Posteriormente, o testemunho que eles deram, de que o
ram a modificar o modelo celestial de Deus, passando Espírito Santo realmente tinha sido dado aos gentios, foi
a estar em conformidade com os padrões mundanos e crucial para convencer a igreja de Jerusalém de que Cristo
se adaptando excessivamente à cultura que estava a sua se estende a todos. Novamente, vemos circunstâncias
volta. Eles começaram a estruturar a sua organização, de especiais para um evento incomum. Os gentios deram
acordo com ideais e propósitos humanos. Isto resultou evidência da presença do Espírito, falando em línguas.
na disseminação de idéias e padrões feitos pelo homem Posteriormente, Pedro relacionou isso com a experiência
para a igreja. Se a igreja de Jesus Cristo desejar receber, do Pentecostes. Como os gentios tinham recebido o
outra vez, todo o plano, poder e presença de Deus, mesmo dom que foi dado aos crentes judeus, obviamente
então o povo de Deus, como um todo, deve se afastar eles foram aceitos por Deus. Assim, 'quem era, então,
de seus próprios caminhos e aceitar o padrão do Novo eu, para que pudesse resistira Deus?' (At 11.17). Quando
Testamento, como modelo atemporal de Deus para a houve a necessidade de convencer uma igreja judaica
sua igreja" (2022, p. 1948). cética de que Deus pretendia receber os convertidos
Portanto, a igreja deve se expandir pelo poder do gentios, foi dado um sinal especial. Nós não precisamos
Espírito e pela essência da Palavra de Deus, e não por ser convencidos — ou não deveriamos. Nós sabemos,
modismos ou aconselhamentos de coachs das redes pelas Escrituras, que todos os que professam a Cristo
sociais, como se a vida se resumisse a um grande em­ como Salvador, quaisquer que sejam seus antecedentes,
preendimento terreno. Sabemos que uma vida próspera pertencem a Ele conosco" (2012, p. 734). Este evento que
espiritualmente é resultado da obediência aos princípios impressionou a igreja primitiva revela a graça de Deus
e valores da Palavra de Deus. Se a igreja na atualidade para salvar e a operação do Espírito quando há barreiras
quiser experimentar novamente do poder de Deus nos em nosso entendimento. Atos nos mostra a multiforme
moldes da igreja primitiva, será necessário voltar às graça de Deus alcançando os mais distantes pecadores
práticas das primeiras obras (Ap 2.5). para salvação (1Tm 2.3,4).

ENSINADOR CRISTÃO 41
f*
m

Lição 12
" j ' r!f!

O CARÁTER MISSIONÁRIO
ASSEM BLÉIA DE JERUSALÉM
DA IGREJA DE JERUSALÉM

Querido(a) professor(a), a gloriosa paz do Senhor! Estimado(a) professor(a), a paz do Senhor! Nesta
A lição desta semana destaca a consciência missionária última lição, veremos detalhes da assembléia geral re­
que havia nos cristãos de Antioquia da Síria. A história nos alizada pela Igreja Primitiva em Jerusalém (At 15.1-35).
conta que esta igreja funcionou durante muitos anos como Este concilio ficou marcado na história cristã porque
a igreja base das missões realizadas em regiões fora da definiu quais seriam as exigências impostas aos gentios
Palestina. Uma das características que se destacava nesta para ingressarem na plena comunhão com a igreja de
igreja era a intrepidez dos irmãos para testemunhar o Cristo. A questão foi levantada por um grupo de judeus
Evangelho, apesar do pouco conhecimento que possuíam convertidos ao Cristianismo que entedia ser necessáiio
sobre as verdades fundamentais da graça. Mesmo assim, dar continuidade à observância de preceitos da Lei,
Deus usou o entusiasmo deles e o seu compromisso com mesmo após aceitarem a fé em Jesus. Dentre as práticas
as Escrituras Sagradas para fundar uma das igrejas mais que deveriam ser preservadas estava a da circuncisão.
importantes do mundo antigo (At 11.21). No entanto, o entendimento dos apóstolos era de que
A partir do relato de Atos dos Apóstolos, podemos os gentios foram chamados por Deus para a liberdade
observar o modo maravilhoso como Deus opera para cristã. Impor aos gentios práticas que faziam parte da
alcançar vidas. Não foram os cargos do apostolado religião judaica não fazia sentido algum. Por essa razão,
nem mesmo o profundo conhecimento de Paulo que o Concilio foi de fundamental importância para que o
fizeram da igreja de Antioquia um grande instrumento Evangelho continuasse a ser pregado entre os gentios.
nas mãos de Deus, mas o amor pelas vidas. Os irmãos Ao final do Concilio, foram acordadas as exigências
daquela igreja pregavam porque desejam cumprir o que impostas ao gentios recém-convertidos. Como frisa o
foi ordenado por nosso Senhor: "E disse-lhes: Ide por Dicionário Bíblico Beacon (CPAD), "somente quatro restri­
todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura" (Mc ções foram colocadas para os gentios cristãos (v. 20). Eles
16.15). Não havia a intenção, por parte desses irmãos, deveriam se abster das contaminações dos ídolos, isto é,
de distinguir judeus de gentios, mas apenas o desejo das coisas oferecidas aos ídolos (cf. v. 29; 21.25) — e da
de cumprir a missão de anunciar a salvação por meio prostituição, do que é sufocado e do sangue. A primeira
de Jesus Cristo. destas restrições se referia a uma preocupação real da Igreja
O pastor Olinto de Oliveira, na obra Missões: a Hora Primitiva, da qual Paulo tratou em toda a sua extensão (1Co
Chegou, editada pela CPAD, ressalta que a igreja atual 8.1-10; 10.19). Os animais eram sacrificados aos deuses
deve ter o mesmo compromisso com a pregação do pagãos e depois a sua carne era vendida nos mercados.
Evangelho. "No exercício de uma vida cristã comprome­ Alguns entenderam que, de acordo com a decisão do
tida em ser como o Senhor Jesus, não existe dicotomia concilio, os gentios convertidos eram proibidos de comer
de propósitos, ou seja, não existe o que é meu e o que esta carne conscientemente, e que Paulo adotou a mesma
é do Senhor. Tudo é dEle e para Ele! 'Porque dele, e posição. A prostituição era um pecado extremamente
por Ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele comum entre os pagãos, e praticado muitas vezes como
eternamente. Amém!' (Rm 11.36). Quando encarnamos parte do seu culto. Os judeus se orgulhavam dos seus
essa realidade na sua totalidade, então viveremos uma elevados padrões morais e a igreja, naturalmente, tinha
vida completamente dedicada à obra de proclamação do toda razão de fazer esta exigência aos seus membros.
Evangelho. Essa foi a lição de vida deixada pelo Senhor Comer o que era sufocado era evidentemente proibido
Jesus a ser seguida, como também os seus apóstolos principalmente porque o sangue não era retirado da car­
e todos aqueles que serviram a Deus por fé antes do ne. Portanto, esta exigência estava muito ligada a quarta
Thiago Santos Novo Testamento à espera da chegada do Messias. [...] proibição de comer sangue. Este mandamento vem desde
- Evangelista, Se queremos se parecidos com o Senhor Jesus, temos o tempo de Noé, quando os homens tiveram a primeira
pedagogo,
especialista que cultivar essa sensibilidade de sentir com o sentimento permissão de comer os animais (Gn 9.4), e foi repetido na
em Docência e de Deus a necessidade que o mundo vive de conhecer lei mosaica (Lv 3.17; 7.26; 17.10,14; 19.26)" (2006, p. 322).
Gestão Escolar, a verdade que liberta. Quando esse sentimento for para Uma vez acordada a decisão em relação aos gentios,
editor do Setor
de Educação nós o que foi em Jesus, estaremos totalmente absorvidos importava agora que estes vivessem uma vida sossegada
Cristã da CPAD e pela missão de anunciar a todos a mensagem salvadora e temente a Deus. O Senhor nos chama para viver na
comentarista do da cruz" (2020, pp. 52, 53, 55). Que nestes últimos dias, mesma liberdade do Espírito, adorando em servindo a
Novo Currículo
de Escola tenhamos a mesma consciência missionária que havia em Deus por meio dos dons espirituais e ministeriais, a fim
Dominical nossos irmãos de Antioquia da Síria, pois nosso Senhor de que o Evangelho continue a ser proclamado até os
da CPAD. está prestes a voltar! confins da Terra.

42 ENSINADOR CRISTÃO
Um a ed u c a ç a o q u e vai a lem
DA DIDÁTICA PEDAGÓGICA
“ É imprescindível que o novo modelo
educacional promova nos participantes
a alegria de aprender sobre o amor de
Deus revelado em Cristo Jesus."

CS©

educação cristã
t r a n s f ORMADORA

A sociedade pós-moderna impõe desafios


in é d ito s às ig re ja s e aos cristã o s. Em
meio a crises sanitárias, m orais, sociais e
tecnológicas, a Educação Cristã precisa
ser m ais do que um a tra n sm issã o de
conhecimento - deve ser um instrumento
de transformação. Este livro apresenta uma
abordagem inovadora para os programas
educacionais cristãos, ajudando a traduzir
os v a lo re s do R ein o para a re a lid a d e
F o r m a t o : 14x21 1 192 p á g .

contem porânea.

TAMBÉM
DISPONÍVEL
NA VERSÃO
E-BOOK

cpad.com.br

S it f t jQ 0800-021-7373 Livrarias CPAD


£ ) (21)2406-7373 O <§ © G C94D
Vera Lú cia da Silva

Como deve ser o ambiente


na Educação Infantil?
A Educação Infantil compreende O am b ien te na E d u c a ç ã o Infan til
a educação das crianças de 0 a 5 Compreende-se esse ambiente como o espaço físico
anos de idade. Sabemos que esse em conjunto com as relações de afeto entre crianças,
período é extremamente importante crianças e adultos, crianças e sociedade. Por isso, a
para a vida da criança, pois é nessa estruturação do ambiente na Educação Infantil deve
fase que elas adquirem conhecimento ser bem elaborada a fim de atender à necessidade de
e desenvolvem habilidades que as cada indivíduo, sem perder a visão atrativa para pro­
acompanharão pela vida toda. vocar nos mesmos o prazer de estar inseridos naquele
Portanto, é importante observar os contexto. Ou seja, deve-se estimular a curiosidade,
Marcos do Desenvolvimento Infantil, a criatividade e promover o interesse dos pequenos
porque a fase inicial da infância é em aprender. Desse modo, é importante considerar
crucial para o desenvolvimento da fatores como a organização do espaço, a interação
criança. Deve-se observar a idade da entre as crianças e a diversidade de recursos dispo­
mesma, o seu desenvolvimento sócio níveis, tudo de acordo com a faixa etária. O espaço
emocional, o crescimento do cogni­ deve conter elementos que promovam o bem-estar
tivo, o aprimoramento da linguagem de todos, proporcionando um ambiente agradável e
e a coordenação motora. saudável para o aprendizado.
E essencial que os professores levem as crianças
a entender o que são valores positivos e negativos,
ajudando-as na resolução de problemas por mais
simples que possam parecer. Afinal, estamos falan­
do de começo de aprendizado. Isso pode ser feito
através de jogos, atividades lúdicas, projetos em
grupo e experimentos. E fundamental também que
os professores sejam facilitadores do aprendizado,
incentivem a participação ativa das crianças e levem-nas
a resolver os seus problemas a fim de aprimorarem o
senso crítico que nos faz conviver em sociedade com
respeito mútuo.

C ria n ç a s a típ ic a s e o am b ien te e sc o la r


Não podemos nos esquecer da importância do
am biente escolar para as crianças atípicas. Para
elas, a rotina é de suma importância porque traz a
sensação de segurança. Portanto, há de se observar
que a mudança de móveis e a descaracterização do
ambiente em que elas estão acostumadas pode gerar
desconforto e, como consequência, crises por causa
da descontinuidade do pertencim ento. É preciso V ive r em co m un id ad e
um olhar especial para essas crianças a fim de que A educação infantil cristã também
sejam inseridas no contexto escolar, fazendo com proporciona um ambiente de vivência
que se sintam acolhidas pelos educadores e seguras em comunidade e sensação de per­
no ambiente. tencimento. As crianças têm a opor­
Em nossa cidade, existe um projeto chamado tunidade de interagir com outras que
"Abraça-m e", coordenado pelas educadoras Ma- compartilham da mesma fé, participar
riellen e Daiane, que leva para as escolas, em forma de atividades em grupo e construir
de teatro, contação de histórias ou palestras para os amizades duradouras. Esse senso de
adultos, a importância de abraçar o coleguinha que comunidade fortalece a identidade
vem de uma família atípica, ajudando, se necessário, cristã das crianças e também prepara
ou incentivando em suas possibilidades. os pequenos para inserção em uma
Um fato interessante que aconteceu em uma escola sociedade onde serão os autores
após o teatro foi uma criança não atípica chegar em diretos para a construção de uma
casa e pedir para a mãe lhe apresentar uma criança convivência saudável. Além disso, o
atípica, porque ele precisava ter um amigo atípico ambiente saudável nos primeiros anos
para amar e ajudar. de aprendizado fará com que a criança
tenha uma boa memória afetiva com
O ambiente educacional nas escolas cristãs
relação ao ambiente escolar. •
Na escola cristã, o ambiente para as crianças da
educação infantil não deve ser - em certo sentido -
diferente daquele das escolas seculares. Porém, o
principal objetivo da educação cristã é transmitir às
crianças os ensinamentos de Jesus Cristo, ensinamentos
estes que vão levar a um crescimento espetacular dos
pequenos. Esses valores são fundamentais para que
a criança desenvolva um caráter reto e íntegro desde Vera Lúcia da
cedo, para que se tornem parte de sua identidade. 'Silva é membro |
Na educação infantil, tudo é muito lúdico; e quando da Assembléia

falamos de uma escola confessional da fé cristã, não


é diferente. Através das histórias bíblicas, as crianças
Íde Deus d e |
Várzea Paulista s
(SP), pedagoga,j
aprendem com o exemplo dos personagens sobre educadora|
cristã, bacharel
como enfrentar desafios e situações do dia a dia,
em Teologia, j
absorvendo importantes lições sobre fé, coragem, professora
perseverança, empatia, amor, respeito e confiança de teologia
de Doutrina
em Deus. Pode-se usar temas como a criação e o
de Cristo e
Tabernáculo para, junto com a turma, montar painéis, Doutrina de
maquetes e teatros. Deus, professora
de cursos para
formação de
Professores
Evangelistas de
Crianças.^,
Em Evidência
o
Bíblia Sagrada gravada em
áudio para ser acessada pelos
indígenas do “Mato Alto"
A Palavra de Deus é traduzida para a língua
indígena pela dedicação dos m issionários e
tradutores nativos

O Senhor Jesus é o maior interessado em que Sua indígenas no Norte do Brasil. Com a ajuda do Senhor
Igreja entenda a importância da obra missionária. Ele Jesus, ao longo dos anos, tem sido compartilhado o
foi bem claro ao fazer a observação em João 4.35 que Evangelho entre alguns desses povos, com o apoio
os campos já estavam brancos, prontos para a colhei­ da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Porto
ta, mas que poucos eram os ceifeiros. Diante desse Velho (RO), na pessoa do seu líder, o pastor Nelson
grande desafio diário, a Igreja do Senhor Jesus precisa Luchtenberg, e da Organização Missionária Jovens Com
buscar em Deus como responder a essa necessidade. Uma Missão (JOCUM). Para a glória de Deus, têm sido
Segundo as pesquisas feitas pela Associação Missionária desenvolvidos trabalhos evangelísticos, discipulados
Transcultural Brasileira (AMTB), há povos minoritários e a tradução das Escrituras, com apoio aos tradutores
específicos carentes da Palavra de Deus, conhecidos indígenas da Bíblia.
como os "Oito Povos Minoritários Menos Evangeliza- "Com isso, o Senhor Jesus tem sido conhecido e
dos no Brasil" - sendo sete deles socioculturais -, os adorado entre os Povos da floresta (Rm. 10.14-15). No
quais são: os indígenas, os ribeirinhos, os ciganos, os caso da tradução, ela ocorre apenas de forma oral, isto
sertanejos, os quilombolas, os imigrantes, os surdos é, nós, missionários, fazemos a exegese contextualizada
e os grupos externos de segmento socioeconômico: com os tradutores indígenas e os conduzimos em todos
os mais ricos dos ricos e os mais pobres dos pobres. os passos, os mesmos de uma tradução escrita. Depois,
Respondendo a essa urgência, Deus, por Sua graça, eles gravam no idioma da etnia", explica a missionária
tem aberto portas para a obra missionária entre os povos Simone Mendonça.
Simone conta como tudo começou. "Graças a
Deus, junto com minha equipe, servimos ao Senhor
entre os indígenas do 'Mato Alto', localizado no Estado
de Rondônia. No ano de 2024, o Senhor nos agraciou
permitindo a conclusão do primeiro livro da Bíblia tradu­
zido na língua materna do povo. Durante o processo da
tradução do Livro de Rute, o Senhor Deus trabalhou de
forma especial na vida do povo e das tribos diferentes
que moram próximas. Ao ouvir a Palavra, muitos têm
sido edificados, alguns têm aceitado a Cristo, inclusive
o pajé, que também é o cacique de uma das aldeias. Ele
decidiu aceitar Jesus como seu único Senhor e Salvador,
em seguida pediu para ser batizado nas águas. Hoje, ele
testemunha das grandes barreiras que enfrentara, mas
que o poder da Palavra de Deus no seu idioma trouxe
a luz que precisava para ser liberto. Louvado seja Deus, A m issionária Sim one M en do n ça não m e d e e sfo rço s a
pois sua Palavra nunca volta vazia (Ap. 7. 9-10)", jubila a fim d e aten der à urgente n ecessid a de d os indígenas em
ter a Palavra d e D eus em sua língua materna p o r m eio
d essa ferram enta valiosa na divulgação do Evangelho

/ /

lo u v a m o s ao Senhor, porque a
B íb lia sendo traduzida de forma
o ral, ou se ja , em áudio, tem tido
m ais acesso aos povos, tanto os
indígenas que sabem le r quanto
aqueles que nunca tiveram a
oportunidade de aprender

tt
missionária, que conclui: "Louvamos ao Senhor, porque
a Bíblia sendo traduzida de forma oral, ou seja, em áu­
dio, tem tido mais acesso aos povos, tanto os indígenas
que sabem ler quanto aqueles que nunca tiveram a
oportunidade de aprender, principalmente os velhos e
as crianças. Temos sido testemunhas de que a Palavra
de Deus, traduzida na língua materna do povo, traz mu­
danças significativas nas áreas da educação, da saúde e
da unidade das famílias, tendo sido uma ferramenta útil
para ajudar no fortalecimento da igreja indígena, pois tem
dado todo o suporte nos evangelismos e discipulados das
famílias, além de preservar a língua - parte essencial da
identidade de um povo e um patrimônio intelectual da
nação brasileira. O Senhor Jesus é o maior interessado
em que todos conheçam a História do Deus Verdadeiro
A tradução da Palavra d e D eus perm ite que o s cren tes
na língua do coração de cada povo. 'A fé vem pelo ouvir in d íg e n a s tenham a c e s so à v e rd a d e p ro cla m a d a p o r
a Palavra de Deus' (Rm.10.17)". • Je s u s para toda a hum anidade
Artigo o=
M aurício Brito
Alimentadores de falsas
esperanças

íê

O tem po do profeta Jerem ias Os pregadores tu fizeste que este povo confiastes
foi marcado por falsas promessas em mentiras" (Jr.28.15-17). Jeremias
que anunciam
e enganos proferidos por diversos não se permitiu ceder a essas falsas
prosperidade esperanças (Jr.28.15). Mesmo no
falsos profetas (Jr 14.13-15). Em vez
de enfrentar a realidade e falar a ver­
descontextualizada exílio, ele comunicou honestamente
dade eles propagavam ilusões, isto dos fundamentos a dura realidade que enfrentariam
é, paz onde não havia paz verdadeira bíblicos e anunciou que somente após sete
(Jr 6.13-14). Eles não tratavam efeti­ enfeitam sua décadas poderíam retornar à sua terra
vamente o mal do povo, ofereciam mensagem com natal (Jr 29.5-10) e desmascarou o
apenas soluções paliativas, "falsas falso profeta Hananias ao dizer que
promessas vazias
esperanças" para massagear o ego não ele não foi indicado por Deus
das pessoas que ali viviam, quando o
e fantasiosas para profetizar. As falsas previsões
que realmente necessitavam era de apenas para de Hananias foram completamente
uma mudança profunda e radical no entreter e encobertas pela poeira da ilusão, uma
estilo de vida do povo impenitente. massagear o vez que Jerusalém foi conquistada de
A Bíblia apresenta Hananias como ego das pessoas forma definitiva e todos os objetos
um desses profetas enganosos; ele do templo foram levados a Babilônia.
que os ouvem.
apresentava uma mensagem bonita, Da mesma forma, os mensageiros
Portanto, é nossa de Deus, pregadores e mestres do
maravilhosa e eloquente que iludia
o povo ao prever um breve exílio de
responsabilidade genuíno Evangelho dos dias atuais
apenas dois anos (Jr 28.1-3), quando nadar contra devem seguir o exemplo do profe­
na verdade, o cativeiro durou setenta a correnteza ta Jerem ias e devem confrontar e
anos (Jr.25.11). Os falsos profetas e proclamar combater com veemência os propa­
não só enganavam o povo, mas a verdadeira gadores de falsas esperanças, como
também influenciavam os próprios diz Judas em sua epístola: "Amados,
mensagem do
sacerdotes (Jr 27.16), detentores do procurando eu escrever-vos com toda
poder religioso da época. O regis­
Senhor a diligência acerca da comum salva­
tro bíblico parece indicar que até ção, tive por necessidade escrever-
mesmo Jerem ias ficou apreensivo -vos e exortar-vos a batalhar pela fé
com a mensagem de Hananias e que uma vez foi dada aos santos". A
que preferiu manter a prudência ao dizer " ... amém! frase "batalhar pela fé" significa que o cristão deve e
Que assim faça o Senhor!" (Jr.28.5-6), na sequência o precisa travar uma luta, uma batalha em defesa da fé
falso profeta Hananias tomou o jugo do pescoço de porque os dias atuais não são nada auspiciosos: " ...
Jeremias e ao quebrá-lo disse a todo povo que iria porquanto os dias são maus" (Ef.5.16). O aumento
fazer o mesmo com Nabucodonosor porque Deus o significativo do "Evangelho e da cultura gospel" e
havia mandado (Jr.28.10-11). Hananias era um profeta o incremento do modismo associados a ideologias
mentiroso que utilizava a sua influência para persuadir religiosas sincretista, fantasiosas e recheadas de
as pessoas levando-as a acreditar em suas ilusões. idéias positivistas tem resultado em falsas esperanças
Em seguida o Senhor orientou o profeta Je re ­ ao povo que foge da realidade concreta da pureza
mias para que voltasse até Hananias e expor toda a do Evangelho de Cristo, neste sentido Jesus disse:
verdade dizendo: " ... não te enviou o Senhor, mas "Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder

ENSINADOR CRISTÃO 49
de Deus" (Mt.22.29), nesta direção devemos nos que buscava ansiosamente a salvação (Mt. 19.16-30).
esforçar, lutar com todas as nossas forças espirituais Jesus mostrou o caminho a seguir para ter a vida eterna
na defesa genuinamente da viva Palavra de Deus e e concluiu dizendo: "Vai vende tudo o que tens", de
da fé cristológica. modo que Ele apresentou uma via da renúncia, não
Proferir palavras dizendo que o "Senhor mandou a estrada larga das promessas fáceis.
falar", sendo que na verdade, Ele não autorizou nin­ O doutor da lei foi ter com Jesus e o elogiou dizen­
guém a isso, constitui um grave pecado que de acordo do: "Rabi, bem sabemos que mestre vindo de Deus,
com Deuteronômio, o falso profeta era sujeito a pena porque ninguém pode fazes estes sinais que tu fazes
capital (Dt. 18.19-22); percebe-se atualmente pessoas se Deus não for com ele", após a citação, o Mestre foi
que se intitulam profeta, bispo, pastor falando em nome categórico ao responder a Nicodemos: "Aquele que
de Deus sem conhecer as escrituras e nem o poder não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus".
Deus. São pessoas totalmente desprotegidas da graça Jesus foi verdadeiro honesto e realista com aquele
divina proferindo mentiras como o fez Hananias (Jr religioso (Jo.3.1-10).
29.23) e que devido a sua rebeldia, ele acabou sendo As pessoas precisam compreender que a única
sentenciado a morte pelo próprio Deus (Jr.28.16-17). esperança legítima é aquela descrita nas Sagradas
E incrível como falsas promessas estão sendo dis­ Escrituras: "A nossa alma espera no Senhor" (SI. 33.20).
seminadas nos púlpitos atualmente. Os pregadores A base da esperança cristológica perdura infinita­
que anunciam prosperidade descontextualizada dos mente, podendo nos sustentar nos desafios do dia a
fundamentos bíblicos enfeitam sua mensagem com dia. Conforme o salmista afirmou: "Bem-aventurado
promessas vazias e fantasiosas apenas para entreter e aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio e cuja
massagear o ego das pessoas que os ouvem. Portanto, esperança está posta no Senhor, seu Deus" (SI.146.5).
é nossa responsabilidade nadar contra a correnteza Viver com esperança leva-nos a encontrar alegria na
e proclamar a verdadeira mensagem do Senhor, que vida e podermos ter paciência além de suportar as
jamais oferece falsas expectativas a ninguém. Jesus tribulações com a confiança de que um dia nos livra­
Maurício Brito é Cristo jam ais apresentou um discurso repleto de remos de todas as nossas dificuldades, dessa forma
pastor-auxiliar
promessas ilusórias e fantasiosa aos seus discípulos seguiremos firmes em Cristo Jesus, com uma espe­
da Assembléia
de Deus em Jaru ele disse; "Se alguém que vir após mim, negue a si rança viva que não murcha. Portanto, se continuarmos
(RO), graduado mesmo tome cada dia a sua cruz e sega-me" (Lc. assim, nos alimentando da Palavra de Cristo, vamos
em Psicologia, 9.23) . Um escriba da lei pensando que ia ter vida boa perseverar até o fim, (Mt. 24.13).
especialista em
Psicopatologia,
com Jesus se aproximou oferecendo seus serviços Concluímos que a esperança bíblica proporciona
Neuropsicologia, dizendo: "Mestre onde quer que fores, eu te seguirei" um fundamento sólido na vida do cristão e não levará
Saúde Mental, e o Filho de Deus foi realista com o escriba da Lei à frustração, desânimo e ao pasmo, (C l.1.5). O ser
Psicoterapeuta,
dizendo: "O filho do homem não tem onde reclinar a humano necessita reconhecer que somente na Pala­
professor univer­
sitário, palestrante cabeça" (Mt.8.19-20). Jesus Cristo não ofereceu falsas vra de Deus encontrará a genuína esperança, e nós,
e Escritor. esperanças, falsas ilusões ou vida fácil ao jovem rico como mensageiros do Senhor, devemos transmitir
essa mensagem de maneira clara e sincera: "Jesus
ESTRATÉGIAS
E FERRAMENTAS
PARA O ENSINO CRISTÃO
ESCOLA DOMINICAL
COMPROMISSO
INEGOCIÁVEL

Você também pode gostar