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Aula 9 - Realismo - Contexto e Características

O documento aborda o Realismo na literatura, destacando seu contexto histórico, social e político, como a 2ª Revolução Industrial e o pessimismo de Schopenhauer. Apresenta características do Realismo, como objetividade e crítica social, em contraste com o Romantismo. Também menciona autores significativos como Gustave Flaubert e Émile Zola, enfatizando a busca por uma representação mais fiel da realidade e a análise psicológica dos personagens.
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Aula 9 - Realismo - Contexto e Características

O documento aborda o Realismo na literatura, destacando seu contexto histórico, social e político, como a 2ª Revolução Industrial e o pessimismo de Schopenhauer. Apresenta características do Realismo, como objetividade e crítica social, em contraste com o Romantismo. Também menciona autores significativos como Gustave Flaubert e Émile Zola, enfatizando a busca por uma representação mais fiel da realidade e a análise psicológica dos personagens.
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31/03/2025

"O homem pode


fazer o que quer,
mas não pode
querer o que
quer.“
Semana 9 / Disciplina: Literatura
"A vida balança
Segmento: Vestibulares
como um
Professor: Alex Romero
pêndulo para trás
Conteúdo: Realismo: contexto e e para a frente
características entre a dor e o
tédio“.
(Arthur Schopenhauer)

C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL-POLÍTICO O progresso definitivo das cidades, a industrialização, o


avanço das ciências e o florescimento de novas correntes
2ª Revolução Industrial / Capitalismo x Socialismo;
Medicina experimental / Evolucionismo (Darwin); filosóficas criaram um ambiente hostil ao sentimento
O pessimismo humano de Schopenhauer; romântico.
A psicanálise de Freud (Id/Ego/Superego);
A negação de Deus por Nietzsche; Os autores realistas valeram-se de temas inovadores
- Positivismo de Augusto Comte: “O amor por princípio, a e revelaram espírito crítico, participativo e reformista.
ordem por base, o progresso por meta”;
É uma literatura que busca estimular a mudança das
- Determinismo (Hipólito Taine) - Homem: meio / raça /
momento histórico. instituições e dos comportamentos humanos.
C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

— A verdade, meus senhores, é que os estrangeiros invejam-nos... E o que vou a


L
dizer não é para lisonjear a vossas senhorias: mas enquanto neste país houver L CARACTERÍSTICAS
sacerdotes respeitáveis como vossas senhorias, Portugal há-de manter com dignidade o
I I
seu lugar na Europa! Porque a fé, meus senhores, é a base da ordem! Racionalismo / Objetividade / Linguagem clássica;
— Sem dúvida, senhor conde, sem dúvida, disseram com força os dois sacerdotes.
N
— Senão, vejam vossas senhorias isto! Que paz, que animação, que prosperidade! T Verossimilhança (observação da realidade e do cotidiano);
E com um grande gesto mostrava-lhes o Largo do Loreto, que àquela hora, num
G
fim de tarde serena, concentrava a vida da cidade. Tipóias vazias rodavam devagar;
E Pessimismo / ironia / Análise psicológica e social /
U pares de senhoras passavam, de cuia cheia e tacão alto, com os movimentos R personagens-tipo / visão crítica (sociedade e costumes).
derreados, a palidez clorótica duma degeneração de raça; nalguma magra pileca, ia
A trotando algum moço de nome histórico, com a face ainda esverdeada da noitada de A
vinho; pelos bancos de praça gente estirava-se num torpor de vadiagem; um carro de 1857 – 1º romance realista
G bois, aos solavancos sobre as suas altas rodas, era como o símbolo de agriculturas T
“Madame Bovary”
atrasadas de séculos; fadistas gingavam, de cigarro nos dentes; algum burguês Gustave Flaubert Tema: adultério
E enfastiado lia nos cartazes o anúncio de operetas obsoletas; nas faces enfezadas de U
operários havia como a personificação das indústrias moribundas...
N QUEIROZ, José Maria da Eça. Obras de Eça de Queiroz. Porto (Portugal): Lello & Irmão Editores, 1998. R “Thérese Raquin” 1867 / Romance de tese
A
Émile Zola Origem do Naturalismo
S @alexromerolima

1
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“Eu quis estudar temperamentos e não caracteres. Aí L CARACTERÍSTICAS


está o livro todo. Escolhi personagens soberanamente I
BURGUESIA
T
dominadas pelos nervos e pelo sangue, desprovidas de CRÍTICA ROMANTISMO
E
livre-arbítrio, arrastadas a cada ato de sua vida pelas CLERO (anticlericalismo)
R
“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a
fatalidades da própria carne. (...) mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não
A
digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo,
Começa-se a compreender (espero-o) que o meu T porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os
olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto
objetivo foi acima de tudo um objetivo científico.” U
nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da
(Émile Zola) R natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a
outro indivíduo, para os fins secretos da criação”. ASSIS, Machado de. Memórias
A póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson, 1957.

ROMANCE [...] Admirei-lhe do primeiro olhar um talhe esbelto e de


suprema elegância. O vestido que o moldava era cinzento com
ROMANTISMO  REALISMO orlas de veludo castanho e dava esquisito realce a um desses
rostos suaves, puros e diáfanos, que parecem vão desfazer-se
ao menor sopro, como os tênues vapores da alvorada.
 Folhetinesco / linear  Observação (realidade) Ressumbrava na sua muda contemplação doce melancolia e não
 Idealização / fantasia  Análise social sei que laivos de tão ingênua castidade, que o meu olhar
 Descritivismo (adjetivo)  Descritivismo (objetivo) repousou calmo e sereno na mimosa aparição. [...] (ALENCAR,
 Agradar à burguesia José de. Lucíola, 1862)
 Quatro tendências: (urbano /  Ironia / sarcasmo
indianista / histórico / regionalista)  Cotidiano urbano DESCRIÇÃO ROMÂNTICA
C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

[...] “Aliás, mais as coisas eram próximas, mais seu PRATICANDO HABILIDADES
pensamento se afastava delas. Tudo o que a rodeava O Romantismo era a apoteose do sentimento; o Realismo é a anatomia do
imediatamente, campo entediante, pequenos-burgueses caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos -
para nos conhecermos, para que saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para
imbecis, mediocridade da existência, parecia-lhe uma condenar o que houver de mau na nossa sociedade.
exceção no mundo, um acaso singular em que ela se Eça de Queirós. IN: PROENÇA FILHO, Domício. Estilos de época na literatura. São Paulo: Liceu, 1969. p.207.

achava presa, enquanto do outro lado estendia-se, à perda 1) (ARL/C5H16) O autor, ao criticar a estética romântica, apresenta a
seguinte marca do Realismo:
de vista, a imensa região das felicidades e das paixões.”
A) Representação de idealizações amorosas e heroicas.
[...] (FLAUBERT, Gustave. Madame Bovary, 1856) B) Abordagem objetiva e crítica de situações cotidianas.
C) Prioridade do uso de elementos fantásticos e sobrenaturais.
DESCRIÇÃO REALISTA D) Exploração da subjetividade e dos estados emocionais intensos.
E) Exaltação de valores referentes à tradição e ao passado histórico.
C A N A L P R O F . A L E X R O M E R O

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PRATICANDO HABILIDADES PRATICANDO HABILIDADES


O século XIX começou ainda sob o efeito do torvelinho político-social que transformou 2) (SISTEMA CEV/C5H15) De acordo com o texto, podemos
a França e acabou por afetar a Europa toda, sem falarmos no peso que teve o grito de
independência na América, nas antigas colônias britânicas. Foi um período de afirmação afirmar que o contexto histórico-social-político influencia a produção
dos movimentos libertários e da democracia, mesmo com os inevitáveis retrocessos que, literária em um dado momento. Considerando os movimentos
eventualmente, ocorreram. A partir disso, o fim do século XVIII e o XIX presenciaram uma literários que surgiram no século XIX no Brasil, depreende-se que as
intensificação espantosa no progresso da ciência e da tecnologia. Conhecimentos que
tradicionalmente eram reunidos sob a rubrica “filosofia”, por exemplo, foram adquirindo
referências do texto
autonomia, na medida em que se desenvolviam como nunca antes. Vão tornando-se,
assim, ciências autônomas a Psicologia, a Sociologia, para ficarmos em dois exemplos. Este A) aludem ao contexto social do Barroco e do Romantismo.
desenvolvimento, claro está, ocorreu, paralelamente, nas ciências biológicas e nas exatas. B) coadunaram com os ideias romântico, parnasiano e simbolista.
O grande impacto do desenvolvimento científico está refletido na Literatura da época. É
evidente que este desenvolvimento não se traduziu num verdadeiro “progresso” da C) serviram de base para as obras do Realismo e do Naturalismo.
Literatura, mas esta, como sempre aberta para o mundo e para o seu tempo, acabou por D) contextualizam as escolas do Parnasianismo e do Modernismo.
refletir essas preocupações novas, principalmente no romance, gênero que teve seu maior
incremento na época, fazendo as vezes de outros já pouco praticados, como a epopeia. E) corroboraram a produção artística de escritores do século XVIII.
GONÇALVES, Maria Magaly Trindade. Teoria da Literatura “revisitada”. Rio de Janeiro: Vozes, 2005. p.74-75.

“— Quando era mais jovem; em criança, era natural, ele podia passar
L REALISMO X N ATURALISMO L
por criado. Mas você está ficando moço e ele vai tomando confiança.
I Romance Documental Romance de Tese I D. Glória, afinal, não pode gostar disso. A gente Pádua não é de todo
má. Capitu, apesar daqueles olhos que o Diabo lhe deu... Você já
T Análise Individual Análise Coletiva N
reparou nos olhos dela? São assim de cigana oblíqua e dissimulada.
E
Análise Psicológica Determinismo G Pois, apesar deles, poderia passar, se não fosse a vaidade e a
Narrativa Lenta Patologias/Zoomorfismo adulação. Oh! A adulação! D. Fortunata merece estima, e ele não nego
R U que seja honesto, tem um bom emprego, possui a casa em que mora,
Personagens Esféricos Personagens Planas
A A mas honestidade e estima não bastam, e as outras qualidades perdem
Foco na burguesia Foco nas camadas baixas muito de valor com as más companhias em que ele anda. Pádua tem
T G uma tendência para gente reles. Em lhe cheirando a homem chulo é
U E
com ele. Não digo isto por ódio, nem porque ele fale mal de mim e se
ria, como se riu, há dias, dos meus sapatos acalcanhados...”
R N ASSIS, M. Dom Casmurro. In: Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004 (fragmento).

A S @alexromerolima

"Naquela mulata estava o grande mistério e a síntese das impressões


L
que ele recebera chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela PRATICANDO HABILIDADES
I era o calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma quente dos
trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a Zola: arte científica e impessoal
N
palmeira virginal e esquiva que não se torce a nenhuma outra planta;
O artista não tem o direito de expressar a sua opinião sobre
G era o veneno e era açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e
era a castanha do caju, que abre feridas com seu azeite de fogo; ela coisa alguma, não importando do que se trate. Deus já
U
era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que expressou alguma vez uma opinião... Creio que a grande arte é
A esvoaçava havia muito tempo em torno da idade da terra, piscando-lhe científica e impessoal... Não quero nem amor nem ódio, nem
as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele piedade nem raiva... Já não é tempo introduzir a justiça na
G amor setentrional, uma nota daquela música feita de gemidos de arte? A imparcialidade da descrição tornar-se-ia, então, igual à
E
prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam em torno majestade da lei.
da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência
N afrodisíaca.“ AZEVEDO, A. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento). ZOLA, É. A necessidade da arte. In: carta à George Sand. 5ª edição. Rio
de Janeiro: Zahar, 1976. p. 89.
S @alexromerolima

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PRATICANDO HABILIDADES PRATICANDO HABILIDADES


3) (ARL/C5H16) Considerando o contexto histórico-literário do século XIX, A partir de 1880 a ficção brasileira sofre notável inflexão
especialmente as estéticas do Romantismo, Realismo e Naturalismo,
no sentido do que poderíamos chamar de seu
percebe-se que há distinções entre tais estéticas no que diz respeito à
postura do artista literário. No Romantismo dava-se um tratamento aprofundamento crítico. Assistimos, no período, à escavação
subjetivo e pessoal, já no Realismo-Naturalismo, os autores priorizaram da impotência histórica da elite escravocrata do Rio, com a
A)o caráter sugestivo da arte, bem como a noção espiritualista e mística.
obra de Machado de Assis; ao desmascaramento e à
B) a descrição objetiva e o distanciamento dos problemas sociais da época. denúncia do sistema cultural brasileiro, a encobrir a
C)o princípio da justiça, a imparcialidade na arte e a objetividade temática. perversidade das classes dominantes, com Raul Pompeia; à
D)explorar as teses cientificistas e filosóficas para divulgar suas opiniões a descoberta das camadas populares como temática
respeito da sociedade burguesa. romanesca, com Aluísio de Azevedo.
E) um discurso religioso para evidenciar a influência espiritual em detrimento WEBER, João Hernesto. Caminhos do Romance Brasileiro. Porto Alegre: Mercado Aberto,
da racionalização científica da sociedade. 1.990. p.54.

PRATICANDO HABILIDADES PRATICANDO HABILIDADES


4) (SISTEMA CEV/C5H15) O texto apresenta características dos principais Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração
ficcionistas da segunda metade do século XIX. O contexto histórico-social tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara,
foi determinante nesse movimento literário, pois os autores incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco
A)promoveram uma reflexão cultural ao romperem com o tradicionalismo. palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre
as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do
B) valorizaram registros sociais enfatizando aspectos sentimentais e
pescoço, que elas despiam suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os
humanos. homens, esses não se preocupavam em molhar o pelo, ao contrário metiam a
C)abordaram, de modo racional e objetivo, situações cotidianas sob a ótica cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas,
crítica. fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das latrinas não
D)preocuparam-se mais com o aspecto formal, enfatizando a correção descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem
gramatical. tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou as
saias; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo,
E) optaram pela abordagem de personagens oriundas das classes sociais
no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas.
mais baixas.
AZEVEDO, A. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento).

PRATICANDO HABILIDADES INSCREVAM-SE E


ATIVEM A
5) (C5H16) No romance “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, há sintonia
NOTIFICAÇÃO
com os ideais naturalistas fruto das concepções cientificistas da
época. Na leitura do texto, estão presentes as seguintes CONFIRAM AS SEGUINTES PLAYLISTS:
características do Naturalismo:
 ARTE – HORA DA QUESTÃO
A) Objetividade; cientificismo; impressionismo.
 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
B) Observação da realidade; linguagem simples; subjetivismo.
 GÊNEROS TEXTUAIS
C) Descrição da realidade; ênfase no momento presente; análise
psicológica.  LITERATURA
D) Preferência por temas de patologia social; objetivismo descritivo;  SHORTS (vídeos diversos)
zoomorfismo.
E) Aspectos patológicos da realidade; conflitos individuais; descrição
detalhada do ambiente.
@ alexromerolima

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