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Atenção Fonoaudiológica em Queimados

O documento aborda a avaliação e intervenção fonoaudiológica em pacientes com queimaduras, destacando as complicações funcionais e os impactos psicossociais associados. A avaliação deve ser realizada assim que o paciente estiver estável, considerando a gravidade da queimadura e suas consequências na mobilidade e comunicação. Além disso, são discutidas estratégias de prevenção e reabilitação para melhorar a qualidade de vida dos afetados.

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giovanna.paixao
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Atenção Fonoaudiológica em Queimados

O documento aborda a avaliação e intervenção fonoaudiológica em pacientes com queimaduras, destacando as complicações funcionais e os impactos psicossociais associados. A avaliação deve ser realizada assim que o paciente estiver estável, considerando a gravidade da queimadura e suas consequências na mobilidade e comunicação. Além disso, são discutidas estratégias de prevenção e reabilitação para melhorar a qualidade de vida dos afetados.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA 26 de Abril de 2024

GIOVANNA ALBUQUERQUE, JOSÉ CÍCERO, JÚLIA CÂNDIDO, LEÍCIA SANTANA E YAN NALBERT
Sumário
Introdução: Principais conceitos Impactos psicossociais

01Avaliação Fonoaudiológica Casos clínicos

Complicações funcionais da Estratégias


queimadura de face de prevenção

03Intervenção fonoaudiológica Referências


Universidade Federal da Paraíba

Definição
“Queimadura é toda lesão provocada pelo contato direto com alguma fonte
de calor ou frio, produtos químicos, corrente elétrica, radiação, ou mesmo
alguns animais e plantas (como larvas, água-viva, urtiga), entre outros. Se a
queimadura atingir 10% do corpo de uma criança ela corre sério risco. Já em
adultos, o risco existe se a área atingida for superior a 15%.

-Ministério da Saúde, 2019.
Principais causas
Térmicas Químicas Elétricas
São provocadas por fontes São provocadas por
de calor como o fogo, substâncias químicas em São provocadas por
líquidos ferventes, vapores, contato com a pele ou
objetos quentes e excesso descargas elétricas
de exposição ao sol; mesmo através das roupas
1º Grau 2º Grau 3º Grau

Atingem as camadas mais


Atingem as camadas profundas da pele. Apresentam
superficiais da pele. bolhas, pele avermelhada,
Atingem todas as camadas
Apresentam vermelhidão, manchada ou com coloração da pele e podem chegar aos
inchaço e dor local variável, dor, inchaço, ossos. Apresentam pouca ou
suportável, sem a despreendimento de camadas nenhuma dor e a pele branca
formação de bolhas da pele e possível estado de ou carbonizada.
choque.

Ministério da Saúde, 2019.


A principal alvo os indivíduos do sexo masculino, na faixa etária de 18 a 40 anos, sendo os principais agentes etiológicos o líquido
inflamável, seguido em menor proporçao das queimaduras por descarga elétrica. As queimaduras de 2º grau foram as mais
frequentes e a lesao inalatória foi observada em 51% da amostra; na qual apenas 1 paciente foi a óbito.

Lima GM, Medeiros et al. Características dos pacientes que apresentaram queimadura de
face em hospital de referência na região amazônica. Rev Bras Queimaduras2015;14(2):133-139
Características da queimadura na face
A queimadura provoca um déficit significativo
relacionado à postura e mobilidade das estruturas

Retração e
perda do tecido

Lábios
Redução dos
movimentos
Movimentos de mímica facial,
movimentos mandibulares e
de abertura de boca

Tratado de Motricidade Orofacial. São


Paulo: Editora Pulso; 2019; P. 781- 786
As sequelas cicatriciais da
face e do pescoço
constituem uma espécie de
máscara cicatricial rígida.

Perda da função de abertura


bucal ou extensão cervical

Félix Bravo B, et al . Tratamento de cicatriz de queimadura com luz intensa pulsada e laser
ablativo fracionado Erbium:YAG. Rev Bras Queimaduras2016;15(4):274-277
QUEIMADURA DAS VIAS AÉREAS
Ela pode acometer a via aérea superior
(supraglótica), a árvore traqueobrônquica e
os alvéolos pulmonares. Além disso, pode
acometer as estruturas responsáveis para
a condução do ar, como as narinas.
DA, L.; LIMA, M. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E DA SAÚDE
CURSO DE FONOAUDIOLOGIA HÍTALLA SARA SANTANA ALVES ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA
REABILITAÇÃO DE PESSOAS QUEIMADAS: REVISÃO INTEGRATIVA GOIÂNIA 2021. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<https://repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/bitstream/123456789/2202/2/ATUA%c3%

AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

Avaliações físicas e funcionais


AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

A avaliação fonoaudiológica pode ocorrer assim que o paciente


apresentar quadro clínico estável !

Os protocolos existentes, irão avaliar o tipo do acidente (classificação da


queimadura) e como ocorreu, o tratamento que está sendo utilizado, avaliação
da cicatriz (se está estável ou instável, coloração, forma) em que é de suma
importância identificar o tamanho e a localização da queimadura para
determinar sua gravidade, avaliação física do paciente (ausência de dentes,
uso de prótese, qual tipo de oclusão), mobilidade de língua, mandíbula e
bochechas.

A “regra dos nove” é citada


como método de cálculo do
percentual do corpo afetado
pela queimadura
AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

Ao realizar uma avaliação funcional, uma das maiores preocupações que o paciente
que apresenta queimaduras na região da face é a abertura oral, onde o fonoaudiólogo
deve realizar a mensuração da abertura oral utilizando paquímetro;

O indivíduo queimado pode apresentar comprometimento na sensibilidade e


propriocepção;

A avaliação dos movimentos da mímica facial são mensurados em escores entre 0


(nenhum movimento), 1 (movimento parcial) e 2 (movimento amplo)

Alguns pacientes podem apresentar queimadura inalatória (LI), e o fonoaudiólogo deve


estar atento e realizar a avaliação da respiração, iniciando pela observação do ritmo
respiratório e possibilidade de expansão da caixa torácica
AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

Cabe ao fonoaudiólogo avaliar os aspectos também de linguagem oral, para a prevenção


de possíveis alterações e desvios de compreensão destes pacientes.

EXEMPLO DE CASO:
Paciente SLSS, 23 anos, vítima de queimadura após explosão de quadro elétrico em local de trabalho, ocorrido
no dia 19/3/2009. Foi internado na UTQ do Hospital da Restauração-PE, apresentando queimaduras de 2o e 3o
graus em região de face, tórax e membros superiores. Após período de ressuscitação e estabilização do quadro
clínico, foi submetido a primeira avaliação fonoaudiológica. Na anamnese, foi referido como principal queixa a
dificuldade na abertura oral, interferindo no uso de utensílios para se alimentar. Na avaliação inicial, apresentou
alteração nas funções do sistema estomatognático: mastigação, deglutição, fonoarticulação, mímica facial,
além da limitação na abertura bucal.
DA, L.; LIMA, M. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E DA SAÚDE
CURSO DE FONOAUDIOLOGIA HÍTALLA SARA SANTANA ALVES ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA
REABILITAÇÃO DE PESSOAS QUEIMADAS: REVISÃO INTEGRATIVA GOIÂNIA 2021. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<https://repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/bitstream/123456789/2202/2/ATUA%c3%

CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS
Mobilidade reduzida
Retrações dos músculos da
mímica fácial
Cicatrízes
hipertróficas ou
queloides extensos

Dificuldade em
realizar as funções
Deficit na de mastigação e
sensibilidade deglutição
CONSEQUENCIAS
Adesão da
língua no
assoalho bucal

Disfagia Alteração em
27,78% respiração

Dificuldade
em articular Microstomia
os sons da Hipertrofia
fala

Incompetência Limitação nos


oral para conter movimentos de
saliva na cavidade mandíbula
Thales
20 minutos no carro

Ficou sem pele no rosto e em algumas


outras partes do corpo.

Ao longo de sua vida, fez 130 cirurgias.

Cresceu achando que nunca


poderia ser amado

Balonismo
INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
A intervenção fonoaudiológica inicia-se ainda no leito, partindo das informações obtidas em seu prontuário.

Com o paciente em estado de "ferida Deve-se pensar no tratamento levando em


aberta", o fonoaudiólogo tem a consideração as condições psicológicas
possibilidade de aproveitar o momento e a necessidade de suporte logístico ao
para estabelecer uma relação de paciente e a seus acompanhantes, na
cordialidade, empatia, conhecendo-o, forma de obtenção de malhas/ órteses,
ouvindo suas queixas e da família. cuidados em casa e retorno.

Tratado de Motricidade Orofacial. São


Paulo: Editora Pulso; 2019; P. 781- 786
Sensibilidade e propriocepção
O trabalho com sensibilidade e propriocepção em pacientes de queimadura deve estar presente no ambiente da
Unidade de Terapia Intensiva (UTI), desde que o paciente se encontre em estado clínico estável e colabore para a
manutenção cognitiva e perceptual.

Estímulos olfativos Estímulos gustativos Texturas diferentes

Tratado de Motricidade Orofacial. São


Paulo: Editora Pulso; 2019; P. 781- 786
Respiração e voz
Inalação de gases superaquecidos pode gerar alterações estruturais na laringe gerando alterações
vocais como a disfonia, , e constrição dos músculos da laringe, o que interfere diretamente na
coordenação pneumofonoarticulatória.

Caso Boate Kiss


Alterações respiratórias ignoradas

Técnica de suspiro
Objetivo:
Promover a expansão da caixa torácica e um uso significativo do nariz e da
boca, elevando a língua e os ombros, estimulando o uso das vias aéreas
superiores.

Tratado de Motricidade Orofacial. São


Paulo: Editora Pulso; 2019; P. 781- 786
Coordenação pneumofonoarticulatória
1. Pequena inspiração (suspiro) e controle na expiração do ar, com crescente aumento da
quantidade de ar inspirado e controle da saída deste ar;
2. Em seguida, solicita-se que o paciente inspire e solte emitindo as vogais /a/, /i/ e /u/, e
fonemas /s/ e /z/ para vibração de pregas vocais e controle de ar;
3. Junto às emissões deve ser realizada a contagem do tempo máximo fonatório (TMF).

Qualidade vocal
1. Técnica de vibração sonorizada de lábios ou língua;
Otimiza o movimento muco-ondulatório e aumenta a resistência vocal.

Estes exercícios devem ser contínuos e diários, sendo reduzidos gradualmente até que o paciente
tenha alcançado equilíbrio funcional.

Tratado de Motricidade Orofacial. São


Paulo: Editora Pulso; 2019; P. 781- 786
Abordagem em articulação de fala
TOLEDO, 2001

1. Movimentos de rotação de língua nos sentidos horários e anti-horários no


vestíbulo bucal;
2. Movimento isométrico de empurrar as bochechas internamente com a
língua;
3. Movimento isométrico de língua contra o palato associado ao riso
forçado
Queimaduras na Região na Face

Manobras Intr-oais
1. Aumento da Abertura de Boca: alongamento do
músculo orbicular da boca, na direção mésio/distal
no lábio superior e inferior.

2. Alongamento da musculatura com os dedos em


pinça (polegar no vestíbulo e indicador e médio
extra oral) e no sentido súpero-inferior das fibras
musculares.

Manobras extra Orais

1. As manobras extra orais vão ser feitas com


movimentos contrários na região cicatricial.

Tratado de Motricidade Orofacial. São


Paulo: Editora Pulso; 2019; P. 781- 786
Queimaduras na Região de Pescoço Quais as funções
prejudicadas?

1. Alongamento dos Mm.


peitorais e Platisma: Com um
auxilio de uma maca o
paciente deve ficar deitado
com a cabeça para fora (em
extensão) e o sentido da
massagem deve ser o infero-
superior

2. Movimentos de rotação de pescoço: pescoço


virado para o lado - Alongamento mantido por
Retração cervical após 5 segundos - Retorno a posição inicial
queimadura em criança Tratado de Motricidade Orofacial. São
Paulo: Editora Pulso; 2019; P. 781- 786
Intervenção na Disfagia
Relacionada principalmente à intubação
orotraqueal e traqueostomia

A intubação e a traqueostomia vão ser


procedimentos adotados para a promoção da
estabilidade física daquele paciente na
unidade hospitalar. No entanto, tais
procedimentos aumentam o risco de disfagia
acarretando em alterações como:
Redução da sensibilidade laríngea
Engasgo
Aspiração laringotraqueal

Objetivo de proteção das


vias aéreas inferiores
Mapas conceituais em fonoaudiologia:
disfagia
Impactos Psicossociais
Somado a esses fatores é válido pontuar que além da dor e incômodo provocado pelas queimaduras, há
diversas implicações relacionadas a autoestima em especial quando o rosto é afetado

A pessoa queimada evita Alterações estéticas bastante


exposições sociais, fotografias e significativas que implicam em
se retrai em seu universo de prejuízos a forma como a pessoa
tratamento se apresenta à sociedade

Tratado de Motricidade Orofacial. São


Paulo: Editora Pulso; 2019; P. 781- 786
Relato de caso:

Cristiano, 43 anos
Queimadura por líquidos quentes, de segundo
grau em outubro de 2023.

Como aconteceu o trauma?

Quais foram os maiores impactos emocionais,


causados pela queimadura de face?

Uso de imagens autorizado pelo entrevistado.


Relato de caso:

Cristiano, 43 anos
Queimadura por líquidos quentes, de segundo
grau em outubro de 2023.

Como aconteceu o trauma?

Quais foram os maiores impactos emocionais,


causados pela queimadura de face?

Uso de imagens autorizado pelo entrevistado.


VOCÊ SABE O QUE
FAZER EM CASOS DE
PRIMEIROS SOCORROS?

Ministério da Saúde, 2019.


VAMOS TESTAR SEUS
CONHECIMENTOS DESSA
AULA?
Referências
1. A fonoaudiologia nas queimaduras de face e pescoço. Freitas, V. L., Souza, L. M. B. Revista Brasileira em
Promoção da Saúde 2005, 18(2)
2. Borges GRA, Vieira ACC, Barreto MGP. Queimadura de face: abordagem fonoaudiológica na prevenção de
microstomia. Rev Bras Queimaduras2011;10(1):35-38
3. Félix Bravo BS, Bastos J, Almeida Balassiano L, da Rocha CM, Leonardo Gonçalves Bravo . Tratamento de
cicatriz de queimadura com luz intensa pulsada e laser ablativo fracionado Erbium:YAG. Rev Bras
Queimaduras2016;15(4):274-277
4. POLLYANA; GABRIELA. Queimaduras da Face. 2019. Disponível em: https://mundodafono.com.br/queimadura-
de-face/. Acesso em: 19 abr. 2024.
5. Lima GM, Medeiros AS, Boulhosa FJS, Medina JMR, Gonçalves KLP, Costa LRN, et al. Características dos
pacientes que apresentaram queimadura de face em hospital de referência na região amazônica. Rev Bras
Queimaduras2015;14(2):133-139
6. Tratado de Motricidade Orofacial. São Paulo: Editora Pulso; 2019; P. 781- 786
7. Aula 24/06/2021 - Atuação Fonoaudiológica em Queimados. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=xUJ0J8bUWjc>. Acesso em: 25 abr. 2024.
8. Ramos EML, Danda FMG, Araujo FTC, Regis RMFL, Silva HJ. Tratamento fonoaudiológico em queimadura
orofacial. Rev Bras Queimaduras2009;8(2):70-74
9. TOLEDO, P. Atuação Fonoaudiológica em Pacientes Queimados: uma proposta clínica. 31 ago. 2001.

Universidade Federal da Paraíba


Universidade Federal da Paraíba

Obrigada!

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