2 - Apostila Psicologia Pastoral
2 - Apostila Psicologia Pastoral
Procura apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, e que
maneja bem a palavra da verdade. 2ª Tm 2: 15.
2015
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PASTOR WAGNER VIANNA
PSICANALISTA CLINICO
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
PSICOLOGIA GERAL
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA
A maior descoberta
De minha geração é que qualquer ser humano
Pode mudar de vida mudando de atitude. (Willian James)
A definição de alguns termos será de grande valia para facilitar o entendimento nesse início de
estudo.
OBS: É bom que se entenda a diferença entre psicólogo, o psiquiatra e o psicanalista. O psicólogo é
profissional que cuida do comportamento das pessoas, o psiquiatra trata das doenças mentais, passa
remédios, e o psicanalista trata das desordens mentais e emocionais que constituem as neuroses e
psicoses por meio de uma investigação psicológica profunda dos processos mentais.
Portanto a psicologia trata do comportamento, da conduta e dos estados de consciência, buscando
observar e compreender o comportamento a fim de eventualmente modificá-lo. O comportamento é
determinado por condições concorrentes. A psicologia como ciência do comportamento, busca três
coisas:
=003=
TEMPERAMENTOS:
- MELANCÓLICO 40%
- COLÉRICO 55%
- SANGUÍNEO 25%
- FLEUMÁTICO 25%
* QUALIDADES DO MELANCÓLICO – HABILIDOSO, MINUCIOSO, SENSÍVEL, ESTETA, IDEALISTA, LEAL E
DEDICADO.
* DEFEITOS DO MELANCÓLICO – EGOÍSTA, TEÓIROCO, PESSIMISTA, CONFUSO, ANTE-SOCIAL, CRÍTICO,
VINGATIVO, INFLEXÍVEL.
* QUALIDADES DO COLÉRICO – ENÉRGICO, INDEPENDENTE, OTIMISTA, PRÁTICO, EFICIENTE, DECIDIDO,
LÍDER E AUDACIOSO.
* DEFEITOS DO COLÉRICO – IRACUNDO, IMPACIENTE, PREPOTENTE, INTOLERANTE, VAIDOSO, AUTO-
SUFICIENTE, INSENSÍVEL.
* QUALIDADES DO SANGUÍNEO – COMUNICATIVO, DESTACADO, ENTUSIASTA, AFÁVEL, SIMPÁTICO, BOM
COMPANHEIRO, COMPREENSIVO.
* DEFEITOS DO SANGUÍNEO – INDISCIPLINADO, IMPULSIVO, EGOCÊNTRICO, BARULHENTO, EXAGERADO E
MEDROSO.
* QUALIDADES DO FLEUMÁTICO – CALMO, TRANQUILO, CUMPRIDOR, EFICIENTE, CONSERVADOR,
PRÁTICO, LÍDER, DIPLOMATA, E BEM HUMORADO.
* DEFEITOS DO FLEUMÁTICO – CALCULISTA, TEMEROSO, INDECISO, DESCONFIADO, PRETENCIOSO,
DESMOTIVADO, EXTROVERTIDO.
Todos nós, herdamos um temperamento dos nossos pais. Ele é a combinação de características congênitas
que consciente ou inconsciente, afetam nosso procedimento.
Estas características do temperamento, podem e devem ser controlados, mas também pode durar algum
tempo ou até uma vida inteira. Tudo depende da intensidade de como lidamos com o nosso
temperamento.
TIPOS DE TEMPERAMENTOS
1) SANGUÍNEO
É sempre cordial, eufórico e vigoroso. Receptivo por natureza, toma suas decisões pelos sentimentos e não
através dos pensamentos ponderados.
2) COLÉRICO
É ardente, vivaz, ativo, prático e voluntário. Por ser decidido e teimoso torna-se auto-suficiente e muito
independente.
3) MELANCÓLICO
É analítico, abnegado, bem dotado e perfeccionista. Isto o faz admirar as belas artes. É introvertido por
natureza. É amigo fiel, mas não faz amigo facilmente, por ser desconfiado. Muitos dos grandes gênios do
mundo, artistas, músicos, inventores, filósofos, educadores e teóricos eram melancólicos.
4) FLEUMÁTICO
É calmo, frio e bem equilibrado, raramente explode em riso ou raiva, mantendo sempre suas emoções
sobre controle.
É conciliador e pacificador. São bons diplomatas, administradores, professores e técnicos.
No ser humano existem 4 aparelhos anatômicos fundamentais, que são a base para determinar os
temperamentos:
=005=
Seis séculos a.c (A teoria dos quatro temperamentos) (460 A 370 AC)
Filósofo grego, foi o primeiro a formular uma teoria do temperamento. Através dos quatro fluídos
corporais.
Este modelo de funcionamento da mente humana foi introduzido na obra “Além do Principio do Prazer”.
Publicado em 1923, esta obra é fruto de um estudo meticuloso conduzido ao longo de anos de pesquisa,
onde Freud faz a análise da psique humana definindo teorias da dinâmica entre o Id, o Ego e o Superego.
Em termos gerais trata-se do seguinte:
Id – O Id é a fonte da energia psíquica de uma pessoa, de origem orgânica e hereditária e que, segundo
Freud, estava ligada principalmente a libido, isto é, o impulso sexual. O Id de apresenta na forma de
instintos que impulsionam o organismo, estando relacionado a todos os impulsos não civilizados, de tipo
animal. O Id não tolera, se a tensão atinge certo nível, o Id age no sentido de descarregá-la. O Id é regido
pelo princípio do prazer, ou seja, sua função é procurar o prazer e evitar o sofrimento. Localiza-se na zona
inconsciente da mente, por isso não conhece a realidade objetiva, a “lei” ética social, que nos prende a
determinadas situações devido às pressões do mundo externo.
Ego – Este termo significa “eu” em latim. O Ego é o responsável pelo contato do psiquismo com a
realidade, o mundo externo ao indivíduo. O Ego atua de acordo com o princípio da realidade,
estabelecendo o equilíbrio entre as reinvidicações do Id (Inconsciente) e as exigências do Superego com
relação ao mundo externo. O Ego é o componente psicológico da personalidade, cujas funções básicas são
a percepção, a memória, os sentimentos e os pensamentos. Localiza-se, portanto, na zona consciente da
mente.
Superego – Atua como sensor do Ego. É o representante interno das normas e valores sociais que foram
transmitidos pelos pais através do sistema de castigos e recompensas impostos à criança. São nossos
conceitos do que é certo e do que é errado. O Superego nos controla e nos pune (através do remorso, do
sentimento de culpa) quando fazemos algo errado, e também nos recompensa (sentimos satisfação,
orgulho) quando fazemos algo meritório. O Superego procura inibir os impulsos do Id, uma vez que este
não conhece a moralidade. O Superego é, portanto, o componente moral e social da personalidade. As
principais funções do Superego são inibir os impulsos do Id (principalmente os de natureza agressiva e
sexual) e lutar pela perfeição.
=006=
AÇÃO
Id Ego Superego
Libertar Administrar Policiar
Prazer, Aventuras Moral, Leis
LOCALIZAÇÃO
Id Ego Superego
Inconsciente Consciente Consciência
RESULTADOS
Id Ego Superego
Psicose Normalidade Neurose
(TOC)
Para Freud, os três níveis de consciência são: Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente, vejamos:
CONSCIENTE – Inclui tudo aquilo de que estamos cientes num determinado momento. Recebe ao mesmo
tempo informações do mundo exterior e do mundo interior.
PRÉ-CONSCIENTE – (Popularmente conhecido como sub-consciente) se constitui nas memórias que podem
se tornar acessíveis a qualquer momento. É uma espécie de depósito de lembranças a disposição, quando
necessárias.
INCOSCIENTE – Nele estão os elementos instintivos e material reprimido, Inacessíveis à consciência e que
podem vir à tona num sonho, num ato falho ou pelo método da associação livre. Os processos mentais
inconscientes desempenham papel importante no funcionamento psicológico, na saúde mental e na
determinação do comportamento.
=007=
ACEITAÇÃO DE SI MESMO – É o passo certeiro que definirá uma postura positiva consigo
mesmo, estando satisfeito, de acordo e respeitando suas possibilidades, limitações, corpo e alma.
“Aceitar-se é honrar o ser que você é e a sua jornada. É dizer sim para si mesmo(a), sem esperar pelo
sim do outro, como acontece frequentemente.”.
RESPEITO AO PRÓXIMO – Quem respeita, compreende e aceita tudo e todos conhece a
importância de cada atitude e passa a zelar por seus atos e palavras, p rocurando fazer de sua
vida um exemplo de respeito ao próximo. Assim, a pessoa sempre age de forma responsável,
com cooperação, solidariedade, cultivando valores espirituais e relacionamentos, baseados no
amor e no respeito mútuo.
ACEITAÇÃO DA RESPONSABILIDADE – A dificuldade que temos em aceitar a responsabilidade
do nosso comportamento está no desejo de evitar a dor das consequências desse comportamento. É
para fugir a esta dor que muitos de nós até prescindem da sua liberdade individual preferindo que
outros tomem as decisões por si.
CONFIANÇA – A confiança não é algo de posse, é uma ponte entre duas ou mais pessoas construída
nos pilares da sinceridade e competência.
PACIÊNCIA – Paciência é uma virtude do ser humano baseada no autocontrole emocional, ou seja,
quando um indivíduo suporta situações desagradáveis, injúrias e o incômodo de
terceiros sem perder a calma e a concentração.
CAPACIDADE DE RECUPERAR O ÂNIMO – é preciso ânimo para superar as dificuldades. Aqui
está uma propriedade do indivíduo equilibrado.
SENSO DE COMPARAÇÃO – É quando alguém pode por si só comparar, por exemplo, os poderes
hierárquicos entre dois pastores. O primeiro tem 30 anos no ofício e o segundo 3 anos. Havendo senso
comparativo, o novato vai sempre tratar o outro de Senhor e nunca de você.
=008=
OBJETIVISMO – O nome Objetivismo vem do princípio de que o conhecimento e valores humanos
são objetivos: eles não são criados pelos pensamentos que alguém tem, mas determinados para natureza
da realidade, para serem descobertos pelo ser humano.
SENSO DE HUMOR - É saber rir ou fazer rir na hora certa sobre motivos certos.
Mental SOCIAL
Leitura, Visualização EMOCIONAL
Planejamento, Escrita Ajuda, Empatia,
Segurança Interna
ESPIRITUAL
Clareza de Valores
Estudo e Meditação
A DIMENSÃO FÍSICA – Trata de cuidar eficazmente de nosso corpo físico, comer os alimentos
adequados, descansar e relaxar o suficiente e pra ticar exercícios regularmente.
A DIMENSÃO MENTAL – Grande parte de nosso desenvolvimento mental e aprimoramento da
disciplina vem da educação formal. (Ler coisas sérias, explorar novos temas, escrever etc)
A DIMENSÃO ESPIRITUAL – Renovar a dimensão espiritual acrescenta liderança a sua vida. A
dimensão espiritual é o seu centro, seu íntimo, seu comprometimento com o sistema de valores. Trata-
se de uma área muito pessoal da vida, de importância vital.
A DIMENSÃO SOCIAL / EMOCIONAL – Estão centrados nos princípios da liderança
interpessoal, comunicação empática e cooperação criativa. Podemos conseguir isso dentro de nossas
interações normais cotidianas com as pessoas.
Os discursos teológicos e os psicológicos nos deixam à vontade para reportar que, enquanto a teologia
tem por finalidade ensinar o ser humano a amar a Deus sobre todas as coisas, a psicologia tem por
finalidade orientar o ser humano a adquirir a maturidade e o equilíbrio emocional necessários para se
relacionar consigo mesmo e com o seu semelhante.
O homem esforça-se para encontrar um sentido para a vida neste mundo. Parte desse esforço é a
tentativa de integração entre a Teologia Cristã e a Psicologia, uma vez que ambas oferecem grande
contribuição para a compreensão da raça humana. Essa proposta considera que o produto do estudo
bíblico e a pesquisa da Psicologia têm igual valor quanto à visão da realidade. No entanto, tal visão da
realidade está em constante fluxo, devido ao continuo avanço e expansão da teoria e conhecimento
científico.
A primeira afirma que a Teologia Cristã e a Psicologia são essencialmente incompatíveis. Ambas são
percebidas como inimigas mortais.
A segunda abordagem encontra valor em certos conceitos bíblicos, mas os redefine de forma a remover
seu conteúdo sobrenatural, analisando-os de modo a explicá-los sem seus aspectos miraculosos e
divinos.
A terceira abordagem reconhece tanto a Psicologia como a Teologia Cristã como legítimas, mas não
busca uma integração entre elas, mantendo-as em compartimentos separados, secular e sagrado. São
reconhecidas como expressando as mesmas verdades, possibilitando o uso da Psicologia para ilustrar e
dar apoio ao ensino teológico.
Alguns cristãos buscam uma integração entre a Psicologia e a Teologia Cristã, argumentando que toda a
verdade é a verdade do Deus criador de todas as coisas, seja ela encontrada na revelação bíblica ou na
experimentação científica. A tentativa de equalizar a revelação bíblica e as percepções humanas
estimuladas pela criação encontra uma dificuldade. Enquanto o homem e a natureza são caídos, a
revelação das Escrituras não é. Pelo contrário, sua mensagem é inerrante. Foi introduzida depois da
Queda com o propósito de comunicar o amor de Deus ao homem caído.
Como conseqüência, as interpretações e conclusões derivadas do estudo dos dados tirados da criação
não podem receber o mesmo status das declarações claras e simples das Escrituras. A última coisa que
queremos é escurecer os ensinos bíblicos integrando-os às areias movediças das teorias e modelos
científicos. Pelo contrário, o trabalho crucial do cristão é preservar e difundir a fé que “uma vez por todas
foi confiada aos santos” (Judas 1:3)
As Escrituras devem reger nosso entendimento da pesquisa, da teoria e da prática psicológicas, ainda
que uma possa cooperar com a outra. A Psicologia faz perguntas e oferece dados que ajudam o
entendimento teológico do ser humano, e a Teologia expressa as verdades divinamente reveladas que
oferecem qualidade à visão da humanidade da Psicologia que, por natureza, está em desenvolvimento
constante.
A Escritura é verdade, assim como os dados que aprendemos da natureza. O homem que lida com
ambos, porém, é caído e falível. Então, sua interpretação tanto da Escritura como da criação não tem a
garantia da certeza. O objetivo da vida humana tornou-se uma busca pela verdade e um esforço para
integrar toda a verdade disponível em um dado momento. Nossa compreensão da verdade não é
completa, mas está em constante avanço. Aqui lidamos com um dilema: de um lado, temos a
compreensão humana, que, marcada pela queda, não é plena, mas muda o tempo todo. De outro,
temos o homem falido e falível, que busca compreender a verdade, ao mesmo tempo em que a percebe
de forma limitada.
=010=
Precisamos de mais conhecimento que possa ajudar-nos a tratar com os inumeráveis problemas
confrontando a igreja hoje. Precisamos de novas percepções sobre o ensino bíblico e novos conceitos
teóricos para entender melhor a natureza do homem e de seu funcionamento. E precisamos de uma
aplicação crescente de nosso conhecimento bíblico. A Psicologia e a Teologia podem cooperar para
uma reavaliação das respostas que tem sido dadas a algumas questões antigas. Devemos estar dispostos
a usar o que já sabemos até agora para fundamentar nosso estudo do ser humano e do dilema humano.
Temos, de um lado, a Escritura que se afirma a si mesma como suficiente para a instrução do homem
na verdade (2 Tm 2:15; 3:16). Do outro lado, a ciência humana que caminha devagar, pois tratada pelo
homem com sua natural ansiedade e conseqüente necessidade de defesa. Torna-se rígido, fechado ou
intolerante, temendo as conseqüências da abertura. Temos aprendido que é mais seguro restringir nossa
consciência. Como o homem, com tal dificuldade, pode garantir uma compreensão adequada de si
mesmo?
Como Cristãos podemos afirmar uma sabedoria parcial nisso tudo, mas apenas dentro do contexto de
uma estrutura bíblica fixa e ampla. A Bíblia recomenda-nos cautela e circunspecção. (I Ts 5:21) As
Escrituras nos ensinam a não nos conformarmos com este mundo, mas transformar nosso modo de
pensar segundo a mente Daquele que tem autoridade sobre tudo.
Não temos que validar a revelação com o conhecimento do mundo, mas trazer o conhecimento do
mundo cativo à revelação: “Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e
levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo”. (2 Co 10:5). Não temos que nos engajar em
uma busca pela verdade, mas proclamar que temos sido visitados pela verdade (Jo 1:9, 10) e a Palavra
de Deus é a verdade.
A decisão do cristão deve ser evitar lealdade a qualquer ciência humana. Não por conta da incerteza
perpétua do homem, mas por que toda ciência, ainda que em processo de descoberta da verdade,
depende de construtos humanos e, portanto, inferior a nós mesmos, alvos da Graça de Deus. Não
podemos tomar as teorias humanas seriamente porque são em princípio falíveis. A eterna sabedoria nos
diz que o criador não se curva diante da sua criação.
-Síndrome de Bornout (to burn out = queimar por inteiro, característica: o estado de tensão emocional
e estresse crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.
Se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso.
- Insônia; apetite comprometido; obesidade; persistente tensão muscular; entre outras.
-Ministros doentes; famílias dos ministros doentes.
Alguns caminhos
-Grupos de ajuda interativa: Mentoria de pastores ou Apascentamento de Pastores (encontros de ajuda
mútua) Não sabemos de tudo, não acertamos sempre! Pastor também é ovelha!
- Socorro profissional é possível e recomendável: Psicólogo, Psicanalista (escuta, re-elaboração, re-
significação) e Psiquiatra (psicotrópicos, neurológicos, estabilizadores de humor, ansiolíticos Tg 1.15)
- Monitoramento preventivo: Check-up, Sugestão: Nutricionista, Urologista, Ginecologista e
Cardiologista.
-Reeducação financeira; Está na raiz de muitas crises ministeriais/familiares.
-Aprimoramento de Líderes. Pastor é o Coach. Ensinar é a principal missão (I e Ii Tm) Forme a equipe
e faça fazer (Nm 11.16)
-Qualidade de vida, pilares: Espiritualidade (Jo 10.10b); alimentação equilibrada, sono reparador,
exercícios físicos.
Muito se tem discutido e refletido sobre a importância da família na construção de pessoas saudáveis e
maduras. Os fatos divulgados pela mídia, as atrocidades praticadas por pessoas jovens, nos levam a
pensar como uma família pode criar indivíduos funcionais e quando é que ela falha nessa tarefa.
Na compreensão relacional sistêmica funcional é um comportamento ou um fato que possibilita
aprendizagens, crescimento e movimento, e que é coerente com o contexto de espaço e tempo em que
se encontra. Se avaliarmos uma estrutura familiar só sob o ângulo dessa definição de funcional já
podemos enxergar como e quando uma família está sendo funcional ou disfuncional na criação dos
seus membros.
Tendo em vista a questão de coerência com o contexto de espaço e tempo se conclui que para esta
avaliação de funcionalidade não pode haver verdades absolutas, e todos os parâmetros devem ser
ajustados à realidade de cada família específica. No entanto, de uma forma geral, existem alguns itens
que são importantes na estruturação de uma família que auxilie seus membros a serem mais funcionais
– que aprendam, cresçam, sejam autônomos e responsáveis.
Certamente, existem famílias que ajudam mais, e outras que ajudam menos seus membros a crescer
como pessoas funcionais.
=012=
Uma família funcional é aquela que cumpre suas funções básicas de criação e desenvolvimento dos seus
membros de uma forma firme e flexível, adaptada às circunstâncias e aos fatos de cada momento e que
ajuda a todos a estarem sempre num processo de tomada de consciência, de aprendizagem e de
crescimento.
Uma das formas de avaliar a funcionalidade de uma família é avaliando as suas fronteiras. Fronteira é
um limite virtual que define quem é e quem não é daquele sistema. No caso da família, essa fronteira
deve ser nítida, no sentido de definir quais tarefas e funções dos membros da família devem ser
desempenhadas por eles, e por outro lado possibilitar intercâmbio, contato e aprendizagens com outras
pessoas de outras famílias ou da família extensa.
Quando as fronteiras dentro da família (casal, filhos, pais) não são bem definidas, é comum ter um filho
ocupando uma tarefa ou uma função que não deveria ser sua. Com isso, ele tem seu desenvolvimento
perturbado; seu crescimento é impedido; a passagem das etapas, a mudança de funções, a capacidade de
exercer atividades criativas ficam alteradas. Por exemplo, uma criança que esteja demasiadamente
engajada e comprometida com seus pais, que sejam incapazes de ter suficiente intimidade entre si, está
cumprindo funções antinaturais, e seu lugar como filho encontra-se mal definido. Isso vai, no futuro,
dificultar que ela se liberte e organize sua vida amorosa, afetiva e sexual, que construa sua própria
família. No caso de haver uma não-separação dentro da família e um fechamento com relação ao
mundo externo, a família aprisiona seus membros, sem possibilitar o desenvolvimento da autonomia.
Outra forma de avaliar a funcionalidade familiar é verificar se estão desenvolvendo no seu dia a dia as
aprendizagens sistêmicas que são imprescindíveis para a criação de indivíduos funcionais e que é na
família de origem o melhor lugar para treiná-las.
Algumas dessas aprendizagens são ligadas à:
Limites: toda criança precisa deles. Os limites começam a ser definidos já na volta da
maternidade dependendo da forma que vão lidar com espaços, com tarefas, com horários. E
seguem por toda a vida familiar. Implica em direitos e deveres, regras, orientação, contratos e
muitos outros itens que darão à criança a certeza de ser amado, cuidado e orientado. A falta de
limites claros gera na criança a sensação de estar à deriva, de não ter com quem contar, de
insegurança e desamor.
Abertura e fechamento: implica em aprender o que é público e o que é privado; o quanto se
pode abrir e aprender com outras pessoas, com outras famílias, com outros parentes. E também o
quanto devem se fechar dentro da família para manter a identidade, a estrutura e o aconchego
familiar.
Equilíbrio dinâmico: é a possibilidade de lidar de forma flexível com todos os aspectos
familiares, mantendo a estrutura e o equilíbrio mas adequando-os às mudanças, aos momentos do
ciclo vital familiar, aos imprevistos.
Trocas afetivas: saber conectar com seus sentimentos e sensações, saber expressá-los, saber ser
continente do afeto e do sentimentos dos outros. Dos sentimentos ditos positivos – amor,
carinho, aconchego, cuidado – como também dos chamados negativos – raiva, medo, mágoa,
tristeza.
=013=
A FAMILIA DISFUNCIONAL
Uma família disfuncional é uma família que os conflitos, a má conduta e muitas vezes o abuso por
parte dos membros individuais ocorrem continuamente e regularmente, fazendo com que outros
membros acomodem-se com tais ações. Às vezes, crianças crescem em tais famílias com o
entendimento de que tal tipo de convívio é normal. As famílias disfuncionais são principalmente o
resultado de adultos codependentes e também podem ver-se afetadas pelos vícios, como o abuso de
substâncias (álcool, drogas etc.). Outras origens são os transtornos mentais não tratados e pais que
imitam seus próprios pais disfuncionais ou fazem exatamente o contrário do que eles faziam. Em
alguns casos, um pai imaturo permitirá que o pai dominante abuse de seus filhos.
CARACTERÍSTICAS COMUNS
Estes sintomas ocorrem na maioria das famílias disfuncionais:
Quase universais
A falta de empatia, compreensão e sensibilidade para com alguns membros da família, enquanto
em outras situações expressa-se uma extrema empatia a outros membros (inclusive animais de
estimação), que por sua vez possuem “necessidades especiais” (reais ou percebidas). Em outras
palavras, um membro recebe mais mimos e/ou atenção do que merece enquanto outro membro é
marginalizado.
A negação (a recusa de reconhecer o comportamento abusivo, também conhecido como o
“elefante na sala de estar”)
Limites inadequados ou inexistentes para si próprio (por exemplo,condescendência ao
tratamento inadequado dos demais, falha em expressar o que é um tratamento aceitável e
inaceitável e tolerância ao abuso emocional, sexual ou físico)
=014=
A falta de respeito com os limites dos outros (por exemplo, desfazer-se de objetos pessoais
pertencentes a outrem, o contato físico desrespeitoso, quebrar promessas importantes sem motivos
justos, violar de propósito um limite que outra pessoa determinou)
Extremos em conflito (Ou muita discussão agressiva, ou falta de discussão pacífica entre os
membros da família)
Trato desigual ou injusto de um ou mais membros da família devido à ordem de nascimento,
sexo, idade, papel na família (mãe etc.), habilidades, raça, posição econômica etc. (pode frequente
incluir frequente apaziguamento de um membro à custa de outros ou uma desigual aplicação das
normas)
Não universais:
Embora não universais e em momento algum excluídos a elas, os seguintes sintomas são típicos de
famílias disfuncionais:
Expectativas irrealistas
De ridicularizar
Falta de respeito; especialmente o desprezo
Intolerância emocional (membros da família impossibilitados de expressarem as emoções
“incorretas”)
Disfunção social ou isolamento (por exemplo, os pais não querem acercar-se de outras famílias,
especialmente as que têm filhos do mesmo sexo e da mesma faixa etária ou não fazem nada para
ajudar aquele filho que não tem nenhum amigo)
Ser superprotetor
Preferir uma criança à outra (ou seja, ter um filho favorito, ignorando o outro)
Ser apático “Não me importa!”
Menosprezar “Você não faz nada direito!”
Vergonha “Você devia se envergonhar!”
Ser hipócrita “Faça o que eu digo, não o que eu faço”
=015=
ESPIRITUALIDADE E SAÚDE
Espiritualidade pode ser entendida como o conjunto de crenças que traz vitalidade e significado aos
eventos da vida. É a propensão humana para o interesse pelos outros e por si mesmo. Ela atende à
necessidade de encontrar razão e preenchimento na vida, assim como a necessidade de esperança e
vontade para viver.
A espiritualidade pode ser forte em pessoas de diferentes religiões, bem como em pessoas com crenças
pessoais que não se encaixam em uma religião formal. No sentido oposto, uma pessoa pode ter uma
religiosidade forte (frequentando cultos regularmente), mas ter uma espiritualidade pouco desenvolvida
(por não vivenciar estes aspectos em seu interior).
Para muitas pessoas, a espiritualidade é uma fonte de conforto, bem-estar, segurança, significado, ideal
e força. Quando um indivíduo se sente incapaz de encontrar um significado para os eventos da vida,
como a doença, ele sofre pelo sentimento de vazio e desespero.
=016=
Observou-se uma relação entre envolvimento espiritualista e vários aspectos da saúde mental, com mais
sucesso para adaptação ao estresse. Em muitos estudos, a espiritualidade bem desenvolvida foi
considerada um fator protetor para evitar sofrimento psicológico, suicídio, comportamento delinquente
e abuso de drogas e álcool.
É sabido que indivíduos com envolvimento espiritualista tendem a enfrentar situações adversas com
mais sucesso, e que isto está associado à remissão mais rápida de depressão.
Em pacientes internados deprimidos, foi constatado que aqueles com uma forte espiritualidade
permaneceram menos tempo no hospital.
A espiritualidade colabora para a melhora da saúde graças a vários fatores. Há um melhor estado
psicológico (por trazer esperança, perdão, altruísmo e amor) e, consequentemente, melhor estratégia
para lidar com problemas e redução do estresse. Isto gera equilíbrio das funções orgânicas controladas
pelo sistema nervoso, como a produção de hormônios e a imunidade.
• Respeito ao corpo, pregado por muitas religiões (gerando melhor nutrição e hábitos de vida);
• Melhor estado psicológico (por trazer esperança, perdão e amor)
Como conclusão, a associação entre espiritualidade e saúde está documentada em inúmeras pesquisas
científicas, pois a espiritualidade contribui para a melhora da saúde graças a vários fatores. Muitos
pacientes usam suas crenças para lidar com suas doenças e este reforço positivista pode influenciar na
cura do paciente.
O QUE É STRESS?
Stress é o desequilíbrio do corpo/mente, resultante da tentativa de adaptação às pressões internas e
externas. Uma pessoa estressada está com suas dimensões orgânicas e psíquicas alteradas, fora dos
padrões ideais de funcionamento. Um elástico tão esticado que está prestes a arrebentar.
As pressões internas e externas que todos nós sofremos podem ser chamadas de “fatores estressantes”,
que nada mais são do que informações que exigem uma resposta mental ou orgânica acima do normal
ou durante um período longo demais. Uma bola por exemplo, quando chutada com força, sofre
momentânea deformação, mas logo volta ao normal. Mas, quando alguém senta em cima desta bola e
permanece muito tempo mantendo-a fora de sua forma padrão, o resultado PE que a bola fica oval.
Este é um quadro que mostra dois tipos de stress.
=017=
O primeiro, é o stress momentâneo, que em muitos casos é vital, pois nos coloca em estado de alerta e
capacita para reagir às pressões e ameaças. Mas o segundo é um stress constante, que provoca abalos
em nossa estrutura orgânica e mental.
OS SINTOMAS DO STRESS
O stress afeta radicalmente nosso corpo, mente, emoções e vontade. No corpo, o stress é percebido
através de dores musculares, transpiração, dores de cabeça, sensação de desmaio iminente, sensação de
sufocamento, dor de estômago, náusea, vômito, intestino solto, urgência para urinar, perda de interesse
no sexo, cansaço, calafrios ou tremores, perda ou ganho de peso atenção exagerada aos batimentos
cardíacos.
O stress afeta também as emoções porque o estressado fica vulnerável ao pânico, ansiedade profunda,
depressão, angústia, irritabilidade, inquietação, incapacidade de relaxar e desejos intensos de fuga.
Os sintomas desta perda de controle sobre si mesmo são: problemas para dormir, nervosismo,
tremores infundados, choro descontrolado.
SOLUÇÕES
As alternativas contemporâneas oferecidas para a gestão do stress se esgotam dentro do próprio
complexo desequilibrado. Senão, observe que os manuais de gestão do stress apontam para o controle
da mente, a disciplina sobre a vontade, a competência emocional e a administração saudável do
corpo.
Para o corpo, prega-se o “evangelho da saúde holística”, multiplica-se nos condomínios fechados, as
academias de ginástica e os modelos de dieta, os programas de caminhada e a redescoberta dos esportes
naturais.
Para a mente, prega-se o “evangelho dos programas de meditação” que pode ser filmes, bons livros,
terapia ocupacional e outros caminhos de controle mental.
Para as emoções, o “evangelho das âncoras de segurança e satisfação”, ai estão os caminhos da fuga da
realidade, ou seja, qualquer coisas que tire os pés do chão.
Finalmente para a vontade, “prega-se o evangelho das pessoas muito eficazes”, disciplina, prioridades,
administração do tempo, missão pessoal, plano de vida.
=018=
=019=
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