Sumário descritivo
GA 57 Onde e como encontrar o espírito?
Rudolf Steiner Verlag Dornach 1984
Tradução: Salvador Pane Baruja, 24/12/2021
Uso particular e sem fins lucrativos
Sumário
I. Onde e como encontrar o espírito?
Berlim, 15 de outubro de 1908
A ciência espiritual conduz ao conhecimento espiritual e à vida prática. A matéria surge do espírito.
O espírito não conhece o que é fora nem o que é dentro. O anímico é vivência interior. O corpo
físico é a condensação do corpo etérico e este, por sua vez, do astral. Através da consagração, o
espírito é percebido diretamente. Os três níveis do conhecimento superior: imaginação, inspiração e
intuição. O rosacruz é o símbolo de como o ser humano deve se desenvolver novamente rumo à
pureza. Ele vivencia assim somente o primeiro sinal do espírito. Se desenvolver os órgaos
necessários, ele viverá no mundo espiritual.
II. A revelação secreta de Goethe - exotérico
Berlim, 22 de outubro de 1908
A conversação entre Goethe e Schiller sobre a planta primordial. Na contemplação de Goethe,
encontram-se reunidos os pensamentos de Fichte, Schopenhauer e Hegel. Goethe sabia que o ser
humano pode despertar em si órgãos espirituais. A Eckermann disse que na segunda parte de Fausto
ocultou muitos secretos. Os mais profundos secretos de Goethe estão nos seus contos. Isso consta
em uma resposta a Schiller sobre a formação estética. Goethe possuía forças anímicas tão ricas que
poderia tê-las apresentado em meio a processos da natureza e na lógica. Ele sabia que existe a
iniciação. Apresentou nos contos o desenvolvimento anímico por meio de imagens.
III. A revelação secreta de Goethe - esotérico
Berlim, 24 de outubro de 1908
À medida que se desenvolve, o ser humano chega a um conhecimento cada vez mais elevado.
Esse é o princípio da iniciação. Goethe tinha a opinião de que, se o ser humano quiser desvendar os
enigmas do mundo, toda a sua alma deveria agir com a maior forca possível. Através da purifição
do pensar, o homem pode captar objetivamente as coisas do mundo. A purificação dos sentimentos
leva à iluminação e o desenvolvimento do querer constitui a perfeição. Nos contos, estão presentes
os representantes dessas três iniciações. O rei dourado representa a iniciação das forças que levam
ao conhecimento; o prateado, aos sentimentos objetivos; e o de ferro, das forças do querer. O jovem
revela-se como o ser humano que almeja a elevação. O rei que mistura essas qualidades mostra à
alma que não consegue controlar nada disso. A bela Lilie simboliza o estágio anímico da pessoa que
consegue replicar na sua alma os seres que vivem nas coisas do mundo. Os fogos fátuos, a
improdutividade e a abstração. A serpente é a forca anímica que passa de uma experiência a outra.
O templo significa um estágio elevado do desenvolvimento humano, é o futuro estado de quem
consegue passar do mundo sensorial para o espiritual e vice-versa. Se a pessoa purificar suas
representações, poderá ver o espiritual em todas as coisas e se une à bela Lilie, o eterno femenino.
IV. Bíblia e verdade I
Berlim, 12 de novembro de 1908
A Bíblia foi um poderoso instrumento educativo da alma. A crítica à Bíblia mudou a relação do ser
humano com ela. Antigamente, a Bíblia era considerada a obra escrita de elevada origem espiritual.
Mas o ponto de vista da história e das ciências naturais facilitou a crítica. Agora, existe também o
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ponto de vista da ciência espiritual. A pessoa tem a capacidade de, através de meditação e da
concentração, perceber o espiritual por trás do sensorial. O homem foi primeiro espírito e depois
desceu à existência terrena. O pesquisador desenvolve a consciencia em imagens. A Bíblia
apresenta o desenvolvimento anímico-espiritual do ser humano. A criação do mundo parte dos
Elohim e chega a Javé. Ele fala no interior do ser humano o “Eu sou”. Há quatro maneiras de
avaliar a Bíblia: a fé inocente, a crítica bíblica, a simbologia e a da ciência espiritual, que pode
novamente tomar a Bíblia ao pé da letra.
V. Bíblia e verdade II
Berlim, 14 de novembro de 1908
Christian Baur achava que o evangelho de João era um produto do século dois depois do Cristo,
Gfrörer estava convencido de que esse documento emanou diretamente do apóstolo João. A partir
dos habitos de pensamento da era moderna, o Cristo não foi mais visto como uma ser universal. A
prédica de Paulo baseia-se numa vivência supra-sensorial, assim como também a missão de Moisés,
da sarça ardente. É a ele que Deus revelou seu nome “Eu sou aquele que é”. Os membros
constitutivos do ser humano emanaram de entidades espirituais. Os três inferiores provêem dos
Elohim; Jeová deu ao ser humano o Eu. Antigamente, a memória era forca anímica que agia ao
longo de gerações. O Deus que vivia no Eu vivia por gerações. Agia-se conforme os costumes do
antepassados. Na época de Moisés, o ser humano se separou dessa consciência. A ordem exterior foi
regulada pela lei. Pela iniciação, conhecia-se Deus de maneira supra-sensorial. Podia-se contemplar
o “Eu sou aquele que é”. No milagre de Lázaro, o Cristo criou o primeiro iniciado do Novo
Testamento. Sua doença serviu para a revelação do interior. O mais profundo iniciado era o autor do
evangelho de João. A nova ciência espiritual torna o ser humano capaz de contemplar o Cristo
diretamente.
VI. A superstição do ponto de vista da ciência espiritual
Berlim, 10 de dezembro de 1908
Hoje em dia, existem superstições, assim como moda ou bordão. No caso da da pneumonia, dá-se o
caso de ritmos importantes. Algumas expressões camponesas revelam profunda sabedoria. Através
da regulação do ritmo respiratório pode-se gerar aquilo que se chamava a pedra filosofal.
Raimundus Lullus era um dos mais sábios de sua época. A verdade teosófica foi comtemplada por
H. P. Blavatsky. Enquanto o ser humano não tiver conhecimento das origens espirituais de sua
existência, viverá nele uma certa necessidade de supertisção. Só é possível curar a superstição
através da elevação a um ponto de vista mais alto, a partir do qual pode-se observar a base espiritual
do mundo.
VII. Questões da alimentação à luz da ciência espiritual
Berlim, 17 de dezembro de 1908
O espiritual está por trás de toda a matéria. Pela alimentação, recebemos não somente o material,
mas também a espiritualidade que vive nele. Como deve ser a alimentação para que a pessoa seja
dona daquilo que acontece nela? Os órgãos do corpo físico que participam da alimentação e da
reprodução, as glândulas, são a expressão material do corpo etérico; do corpo astral é o sistema
nervoso; do eu, o sangue. O ser humano e as plantas vivem em troca recíproca através do processo
respiratório. A planta precisa da luz do sol para crescer, o corpo astral é um corpo luminoso
espiritual. A luz interior tem a tarefa oposta à da exterior. Aquilo que a pessoa absorve pela
alimentação vegetal, é destruído pelo corpo astral, transformado e incluído no sistema nervoso. No
animal, esse processo é parcialmente pronto, por isso é que a alimentação animal tem outro efeito
no ser humano. Alguns exemplos do efeito da alimentação vegetal, da animal e do álcool no
humano.
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VIII. Questões da educação à luz da ciência espiritual
Berlim, 14 de janeiro de 1909
Cada pessoa tem uma saúde própria. Alopatas e homeopatas têm opiniões diferentes. A natureza
individual do ser humano deve ser respeitada. As forças internas não utilizadas têm efeito
destrutivo. É muito diferente se a pessoa come com ou sem prazer, em que ambiente vive e com que
nível de participação faz o seu trabalho. Uma doença anímico-espiritual pode se manifestar no
físico. Imagens do mundo supra-sensorial conduzem o espírito a uma atividade adequada.
Representações mentais desordenadas são a causa da destruição do organismo. Uma visão de
mundo sadia leva-nos a fazer o certo. Uma visão de mundo de prazer e alegria é medicina para a
saúde.
IX. Tolstói e Carnegie
Berlim, 28 de janeiro de 1909
Tolstói, que nasceu na riqueza, acabou pregando a ausência de valor dos bens materiais. Carnegie,
que nasceu na pobreza, chegou a ter uma enorme fortuna. Tolstói jogou nas insignificâncias da vida,
participou da guerra da Criméia, viajou pela Europa Ocidental, escreveu grandes novelas. Após
muitos conflitos interiores, quis imbuir-se do espírito da alma crística e acabou negando o presente.
Carnegie subiu na vida e foi um dirigente da indústria siderúrgica. Desenvolveu o evangelho da
riqueza: é preciso valorizar a riqueza para curar a humanidade. Cada aprofundamento e cada
espiritualização da vida que vem da ciência espiritual deve ser ligada à vida prática. Tolstói chegou
muito próximo ao mais profundo da alma, mas não ao mais profundo de todos os impulsos, como
Carnegie exigiu. A verdadeira meta da vida só pode ser encontrada através da ciência espiritual.
X. A formação prática do pensar
Berlim, 11 de fevereiro de 1909
Uma característica do pensar é que a pessoa se fecha ao mundo e esquece os grandes contextos. A
pessoa deve aprender a pensar objetivamente, desenvolver interesse pelo seu entorno, e prazer e
amor pelo que faz. Além de se satisfazer no pensar mesmo, pois só há prazer e amor quando o
sucesso não é meta. As coisas que fazemos para atingir a satisfação no pensar geram forças vitais e
elevam a nossa instrução. Deve-se desenvolver confiança ao mais íntimo órgão do pensar espiritual.
Quem treinar seu pensar pode se elevar às altas regições da vida espiritual e também utilizá-lo nos
aspectos mais práticos da vida diária.
XI. Os membros invisíveis da natureza humana e a vida prática
Berlim, 18 de fevereiro de 1909
Vergonha, temor, corar e empalidecer são exemplos de que o espiritual é a base do sensorial. Um
artesão elevado reuniu as partes do cérebro de tal forma que o ser humano pode chegar a ser um
pensador. O homem como um ser quadrimembrado. Cada membro superior é a essência
fundamental para o membro inferior mais próximo. Julgamento e consciência moral. A ação
equivocada do Eu nos membros inferiores produz deformações interiores. O que ocorre no espírito
se reflete no ser humano e pode torná-lo prático ou desajeitado na vida.
XII. O segredo do temperamento humano
Berlim, 4 de março de 1909
Enquanto que a planta cresce dos exemplares anteriores e o animal atravessa no seio materno as
etapas do desenvolvimento anterior de sua espécie, o ser humano realiza o desenvolvimento da
individualidade. Nele a corrente anímico-espiritual une-se ao fisico-etérico nos temperamentos.
Quando o portador do eu domina, surge o temperamento colérico. No mesmo sentido, o predomínio
do astral leva ao sanguíneo, o do etérico ao flegmático e o do corpo físico ao melancólico. Nessa
sequência, se manifestam o sangue, o sistema nervoso, o sistema glandular e o corpo físico. Cada
temperamento corre o risco de grandes e pequenos desvios. O colérico oscila entre a cólera
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exagerada e a tolice. O sanguíneo vai da volubilidade à loucura, o flegmático do desinteresse à
letargia, e o melancólico da tristeza à insanidade. Na crianca sanguínea, por meio do amor deve-se
despertar o interesse por uma personalidade; na colérica, pela consideração à autoridade; pessoas
que passaram provações pela vida devem falar com a flegmática e a melancólica deve sentir a dor
gerada por coisas exteriores.
XIII. O enigma de Fausto, de Goethe - exotérico
Berlim, 11 de março de 1909
A obra Fausto mostra os diferentes etapas da evolução de Goethe. No Fausto inicial, vive a tórrida
tendência ao conhecimento. Ela foi satisfeita em 1790 pela contemplação da natureza e da arte na
Itália. Pela convivência com Schiller, Fausto passa a ser uma entidade levada ao mundo espiritual
que o empurra para baixo. A segunda parte do livro mostra as andanças de Fausto pelo amplo e
largo mundo, assim como a imagem do seu desenvolvimento interior até a união da alma humana
com a espiritualidade do mundo. Goethe vai de Leipzig a Frankfurt, onde tem acesso a obras
místicas e alquímicas. No século XII, o ser humano ainda podia elevar-se da natureza até a
contemplação de Deus. Na época de Fausto, surgiram magos como Trithem von Sponheim e
Agrippa von Nettesheim. Mefisto é a tentação: interiormente, é Lúcifer; no mundo exterior, Àrimã.
Somente na velhice avançada Goethe consegue dar forma à essência de Helena. Fausto espelha as
mais profundas experiências anímicas de Goethe.
XIV. O enigma de Fausto, de Goethe - esotérico
Berlim, 14 de março de 1909
Goethe connheceu a realidade do mundo supra-sensível. Ele disse: “O mundo espiritual não está
fechado”, “o sol soa à maneira antiga”, “para o ouvido espiritual, no tom já nasce o novo dia”.
Fausto vê inicialmente o mundo espiritual como parábola: “no reflexo colorido, temos a vida”.
Fausto entra no reino das mães. Ele quer abraçar Helena e despedaça o todo. Ele precisa vivenciar o
devir do ser humano. Na clássica noite de Santa Valburga, o homúnculo, um representante do
mundo astral, ouve de Anaxágoras e de Thaies como ele pode surgir no mundo e joga-se nos
elementos. Eros conclui tudo. Euforião surge da ligação entre a alma humana e o espiritual. Aí
Fausto é levado até os poderes da história. Finalmente, caem-lhe as camadas de egoísmo. “O ato é
tudo, a fama é nada”. Tocado pela inquietação, fica cego. “Somente no interior brilha a luz clara”.
Na cena final, Goethe mostra a ascensão ao mundo espiritual. Ele é atraído pelo eterno femenino, a
força da alma, que se deixa frutificar pelo mundo espiritual.
XV. Nietzsche à luz da ciência espiritual
Berlim, 20 de março de 1909
O corpo etérico de Nietzsche era muito flexível. O seu pensar era uma forca genial, leve,
movimentada, mas vivia mais naquilo que a humanidade tinha conquistado de bens espirituais do
que no dia a dia. Seu destino era a corrente cultural do século XIX, na qual ele viveu a alegria e o
prazer. Schopenhauer e Wagner. O elemento grego era um enigma para Nietzsche. Ele chamou o
grego primordial de “o homem dionísico” e o grego posterior, o homem apolíneo, que reproduziu o
que o primitivo fizera. Nietzsche nada sabia dos mistérios de Orfeu e Eleusis, daí não poder achar
respostas às suas questões. Ele ficou indignado com David Friedrich Strauß e renegou da imagem
que ele tinha criado de Wagner. Diferentemente de Dühring, gerou a idéia do eterno retorno. A
imagem do superhomem aparece na obra Assim falou Zaratustra. Seus livros A Vontade de poder e
O anticristo contêm blasfêmias. Somente através da ciência espiritual pode-se captar a
profundidade do cristianismo. Os sofrimentos narrados por Buda se transformam e a morte vira
vida. Nietzsche não chegou a elucidar os enigmas do mundo que o torturavam. A ciência espiritual
poderia ter contribuído para isso.
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XVI. Isis e Madonna
Berlim, 29 de abril de 1909
O reino das mães em Fausto, de Goethe, é o reino da realidade espiritual. Quem quisesse adentrar
nele, tinha primeiro que purificar o coração. No quadro da Madona sistina, temos uma imagem da
alma humana que nasceu do mundo divino-espiritual. Dela surge o mais elevado que a pessoa pode
atingir, que é o seu nascimento espiritual. A representação da Madona também se encontra na
divindade hindu com a criança Krishna e, no Egito antigo, em Isis e a crianca Horus. Ele é o filho
de Osiris, senhor do reino dos mortos. Após a morte, a alma adentra o reino de Osiris, o iniciado já
o faz durante sua vida terrena. Nos tempos mais antigos, o reino de Osiris era o reino do passado, no
qual vivia o ser divino-espiritual do ser humano. Assim que a alma humana foi coberta por um
corpo físico, Osiris morreu para o mundo exterior. Isis, a alma humana, foi concebida pelo mundo
espiritual e deu à luz Horus. O quadro da Madona sistina mostra a concepção da alma humana pelo
espírito do mundo.
XVII. A antiga clarividência européia
Berlim, 1 de maio de 1909
A atual consciência nasceu da consciência do sonho, que é a ascensão do lado interior da alma das
coisas. A herança da antiga clarividência é o sonho, as visões, o pressentimento. No sonho, perde-se
o contato com o mundo exterior. A visão surge pelo mergulho no corpo astral e mostra imagens do
que acontece no mundo superior. O pressentimento surge pelo mergulho no corpo astral, se a pessoa
o vivenciasse na sua pureza teria acesso aos germes da futura realidade. Quando mergulha no corpo
físico, a pessoa penetra no espaço. Relatos heróicos e mitos são imagens das vivências da antiga
consciência clarividente. A transição da antiga consciência para a posterior é mostrada no relato de
Polifema, Lorelei e da Esfínge.Wotan vivia no bramido da tempestade. Através do aperfeiçoamento
da autoconsciência, os deuses serão companheiros do ser humano. O ocaso dos deuses vem a ser o
afundamento da velha ordem do mundo. Como a consciência pessoal estava muito presente nos
antigos povos europeus, estes puderam captar mais profundamente o deus pessoal que apareceu no
Cristo.
XVIII. Os mistérios europeus e seus iniciados
Berlim, 6 de maio de 1909
As vivências dos iniciados nos centros de mistério. Entre os druídas, o iniciante era conduzido a um
estado de sono próximo á morte. A alma - Ceridwen - presenciava os fatos espirituais que lhe
apareciam, os Hu. No norte, os misterios de Drotten sustentavam a vitória do iniciado, origem dos
mitos de Siegfried. Eles formavam um círculo de doze pessoas e cada uma delas desenvolvia a alma
de uma maneira especial. O décimo terceiro era o representante da divindade. Ao criar assim um
organismo elevado, uma entidade superior podia morar entre eles. O Graal é a expressão do
mistério crístico. Wolfram von Eschenbach mostra como a alma sai da letargia, passa pela dúvida e
chega ao Saelde, a vida nos mundos espirituais. Lohengrin é um iniciado, Elsa von Brabant, a alma
que busca. O esoterismo cristão foi cultivado nos centros de mistério. No conto de Flor e Branca
flor, mostra-se como a alma humana encontra a alma do mundo. Flor se reencarnou nos séculos XII
e XIV para fundar uma nova escola de mistério, o mistério rosacruz. Goethe se inspirou nele para
escrever suas maiores poesias.