Centro de Humanidades – Osmar de Aquino
Departamento de Geografia
Curso de Licenciatura Plena em Geografia
MARIA JOSÉ DA SILVA PEQUENO
CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL DA RESERVA PARTICULAR
DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPN) FAZENDA PACATUBA NO
MUNICÍPIO DE SAPÉ – PB
Guarabira – PB
2014
1
MARIA JOSÉ DA SILVA PEQUENO
CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL DA RESERVA PARTICULAR
DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPN) FAZENDA PACATUBA NO
MUNICÍPIO DE SAPÉ – PB
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Coordenação do Curso de
Licenciatura em Geografia da Universidade
Estadual da Paraíba como requisito parcial
para obtenção do título de licenciado em
Geografia.
Orientador: Prof. Belarmino Mariano Neto
Guarabira – PB
2014
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3
MARIA JOSÉ DA SILVA PEQUENO
CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL DA RESERVA PARTICULAR
DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPN) FAZENDA PACATUBA NO
MUNICÍPIO DE SAPÉ – PB
Trabalho de conclusão de Curso apresentado à
Coordenação do Curso de Licenciatura em
Geografia da Universidade Estadual da Paraíba
como requisito parcial para obtenção do título de
licenciado em Geografia.
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Dedicatória
Aos meus pais Elias Adelino e Maria Tereza,
pelo apoio e carinho incondicional; ao meu
noivo Clenilson Santos pelo incentivo e
disposição para me ajudar no que fosse
necessário para a referida pesquisa. Foram
estes contribuintes fundamentais para esta
conquista na minha vida.
5
AGRADECIMENTOS
À Deus, por me dá a oportunidade de conquistar mais uma graduação, pelas vitórias
conseguidas durante o curso e em minha vida;
Aos meus pais, pelo constante apoio nas minhas decisões e por eu poder
compartilhar todos meus grandes momentos, inclusive este em especial;
Aos meus familiares que direta ou indiretamente me incentivaram e torceram pelo
meu sucesso;
Ao meu orientador, professor Belarmino Mariano Neto, pela colaboração e
dedicação nesta trajetória;
Aos meus amigos e colegas do curso, pela troca de experiências, pelo convívio,
pelas alegrias e incertezas, por todos esses momentos vividos juntos e partilhados,
resultando com certeza em amizades verdadeiras, companheiros de desafios e
vitórias durante toda a graduação.
Obrigada!
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043 – Geografia
Caracterização Geoambiental da Reserva Particular do Patrimônio Natural
(RPPN) Fazenda Pacatuba no município de Sapé – PB
(Autora) MARIA JOSÉ DA SILVA PEQUENO
(Orientador) Prof. Dr. Belarmino Mariano Neto – UEPB/CH/DG
(Examinador) Profa. Ms. Ana Carla Santos Marques – UEPB/CH/DG
(Examinador) Profa. Ms. Noemi Paes Freire – UEPB/CH/DG
RESUMO
Monografia apresentada ao curso de Licenciatura em Geografia da Universidade
Estadual da Paraíba, em cumprimento à exigência para obtenção do título de graduada. O
objetivo com essa pesquisa foi abordar a questão da preservação do bioma mata
atlântica na Paraíba, tendo como objeto de pesquisa a RPPN Fazenda Pacatuba
localizada no município de Sapé-PB. A escolha se deu através da necessidade de
caracterizar geoambientalmente a referida reserva para ressaltar a importância da
conservação desse ecossistema e os efeitos de sua preservação para a comunidade
local. Essa problemática foi apresentada a partir da curiosidade em compreender o
funcionamento de reservas ambientais, em especial a reserva de Pacatuba.
Enquanto metodologia foi adotada a pesquisa quali-quantitativa, considerando-se
moradores de diferentes idades que vivem na área pesquisada. Foram realizadas
entrevistas semi-estruturadas sobre transformações que ocorreram na reserva ou ao
seu redor, antes e depois dela se tornar uma RPPN. Também foram feitas consultas
em documentos que fortaleceram nossa pesquisa. Para fomentar o
desenvolvimento de nosso trabalho, teoricamente foram utilizados autores como
BARBIERI (1997); RUDEK e MUZZILLO (2007); Nunes e Figueroa (1985), entre
outros importantes pensadores que nos nortearam durante todo o percurso, pois
estes pensadores abordam a questão socioambiental de modo que este estudo
contribuirá como conhecimento científico, uma vez que abordou uma temática tão
relevante na atual sociedade e na ciência geográfica, podendo ser utilizado por
outros pesquisadores como ferramenta de consulta sobre a temática e ser
considerado como instrumento de valorização da referida mata, um privilégio para a
fazenda Pacatuba usufruir de tal bioma que enriquece seu ambiente.
Palavras- chave: Pacatuba; Preservação; Meio Ambiente.
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ABSTRACT
Monograph presented to the Degree in Geography from the State University of
Paraíba, in compliance with the requirement to obtain the graded title. The aim of this
research was to address the issue of preservation of the Atlantic Forest biome in
Paraiba, with the object of research RPPN Fazenda Pacatuba in the municipality of
Sapé-PB. The choice was by the need to geoambientalmente characterize the
reserve to highlight the importance of conservation of this ecosystem and the effects
of their preservation for the local community. This problem was presented from the
curiosity to understand the functioning of environmental reserves, especially booking
Pacatuba. While methodology was adopted qualitative and quantitative research,
considering residents of different ages living in the research area. Semi-structured
interviews were conducted on transformations that occurred in the reserve or around
them, before and after it become a RPPN. Also queries were made in documents that
strengthened our research. To foster the development of our work, we were
theoretically used as authors BARBIERI (1997); Rudek and MUZZILLO (2007);
Nunes and Figueroa (1985), among other important thinkers they guided all the way,
as these thinkers address social and environmental issues so that this study will
contribute to scientific knowledge as it addressed a topic so relevant in today's
society and science geographic and may be used by other researchers as a
reference tool on the subject and be considered of that forest valuation tool, a
privilege for Pacatuba farm use of such biome that enriches its environment.
Key-words: Pacatuba; Preservation; Environment.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 09
2 ASPECTOS DA PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL NO 11
MUNDO E NO BRASIL
2.1 O surgimento da preocupação ambiental no mundo 11
2.2 Política ambiental do Brasil: um breve histórico 13
2.3 SNUC – Propostas e objetivos 15
2.4 As Unidades de Conservação enquanto espaço de preservação da 16
biodiversidade
2.5 Panoramas das Unidades de Conservação no Brasil e na Paraíba 17
3 METODOLOGIA 23
3.1 Elementos conceituais e procedimentos técnicos da pesquisa 23
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 24
4.1 Caracterização da área 24
4.2 Aspectos geoambientais 25
4.3 Biodiversidade 27
CONSIDERAÇÕES FINAIS 32
REFERÊNCIAS 33
APÊNDICE 36
Apêndice A: Entrevista semiestruturada aplicada aos moradores 37
ANEXO 38
Anexo A: Portaria da criação da RPPN de Pacatuba/PB 39
9
1 INTRODUÇÃO
As florestas exercem uma função de grande importância no ciclo ambiental da
terra contribuindo de forma direta e indiretamente no nosso cotidiano ora no bem -
estar no território habitado ora no sustento alimentício. “A floresta é o nosso maior
recurso natural de caráter renovável: conserva a água a utilizar na irrigação; protege
o solo; regula o volume das nascentes; fornece áreas de recreação e é ambiente
adequado a fauna” (BERTONI e LOMBARDI NETO, 2010).
Com a evolução do capitalismo e modernização agrícola, as florestas foram
sendo cada vez mais exploradas drasticamente para dar espaço as plantações e
áreas modificadas, a fim de suprir a grande demanda da produção exigida pelo
sistema capitalista, bem como as inovações tecnológicas que tornam a vida humana
mais acessível e confortável, onde a maior parte dos materiais necessários é tirada
dos recursos naturais (BERTONI e LOMBARDI NETO, 2010).
Um dos problemas mais preocupantes no mundo e que vem sendo debatido
em vários países é a questão da degradação do meio ambiente. Isto ocorre devido
ao elevado número de queimadas nas florestas, explorando a natureza de modo
que, acarretará risco na manutenção da biodiversidade. Nessas condições é
importante que haja políticas de fiscalização, punição, reflorestamento e
principalmente de preservação do que ainda resta do nosso patrimônio natural.
As florestas e matas devem ser preservadas, são essenciais para o equilíbrio
dos ecossistemas, assim como para a humanidade, as reversas ambientais podem
influenciar no mínimo quatro fatores na estruturação da sociedade. Segundo Vernier
(2010) o fator medicina, através da extração de plantas para produção de remédios
naturais e industriais, o fator industrial, que carece da matéria prima como a
madeira, entre outros; o fator celeiro, nossas colheitas e comida dependem da
biodiversidade, além da cadeia alimentar ou cadeia da vida.
Nesse estudo, foi realizada uma caracterização da Fazenda Pacatuba, nos
limites territoriais do município de Sapé/PB, que possui uma Reserva Particular do
Patrimônio Natural, também chamada de RPPN. Analisou-se a importância da
preservação da referida mata para com o ecossistema e a comunidade loca, a partir
do presente estudo, descrições acerca dos motivos que podem vir a degradá-la.
10
Ao abordar a preservação da mata como algo fundamental para a
conservação da biodiversidade, é preciso articular/promover uma educação
ambiental que venha possibilitar a comunidade local conscientizar-se das ações de
extração da mata, conhecer a importância da RPPN de Pacatuba no equilíbrio do
meio ambiente, e compreender a necessidade de preservação.
De acordo com Vernier (2010) uma das alternativas para proteger as florestas
sobreviventes do desmatamento e evitar a degradação da biodiversidade é
tornando-as reservas ambientais, apesar de ainda existir algumas dificuldades para
que isto ocorra, estas reservas de preservação contribuem muito na conservação da
fauna e flora do planeta, pequenas ações já ajudam na manutenção da reserva, não
degradando as matas ciliares possibilita a manutenção dos lençóis freáticos.
Segundo Santos e Gonçalves (2010), ao longo dos anos desde o período de
colonização que áreas da zona da mata são devastadas e seus recursos naturais
explorados, mais precisamente a mata atlântica que já foi muito degradada tendo
seu espaço tomado pelas plantações canavieiras. Mesquita e Vieira (2004)
enfatizam que 80% do que ainda resta desse bioma está em propriedades
particulares, dessa forma percebe-se a importância das RPPN (Reserva Particular
do Patrimônio Natural), que uma vez registrada como UC (Unidades de
Conservação) o que ainda resta da biodiversidade será conservada perpetuamente.
Organizamos o referido trabalho em quatro capítulos, sua estrutura é descrita
da seguinte forma: o primeiro capítulo relata o modo introdutório constando a
apresentação da temática abordada junto à justificativa pela sua escolha somando-
se aos objetivos no qual a pesquisa almeja alcançar. O segundo capítulo aborda os
aspectos da preservação e conservação ambiental no mundo e no Brasil, para
termos ideia do que se trata uma Unidade de Conservação.
Posteriormente a compreensão sobre o que vem a ser uma Unidade de
Conservação e uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, abordou-se no
terceiro capítulo como se deu nosso caminho metodológico, e em consequência aos
procedimentos traçados na presente pesquisa, obtemos os resultados e discussões
em torno da mata de Pacatuba, caracterizando seu solo, sua biodiversidade, clima e
hidrologia, suas potencialidades e fragilidades ambientais.
11
2 ASPECTOS DA PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL
NO MUNDO E NO BRASIL
2.1 O surgimento da preocupação ambiental no mundo
Há décadas a questão ambiental passou a ter grande importância no cenário
internacional, temas como biodiversidade, preservação e conservação da natureza,
desenvolvimento industrial sem afetar o meio ambiente, entre outros fatores.
Mendonça (1998) especifica que a preocupação da questão ambiental se deu
principalmente posteriormente a Segunda Guerra Mundial, quando se percebeu a
grande capacidade do homem em provocar danos tanto para sua própria espécie
quanto para o meio ambiente, através de armas altamente destrutivas, em que
sobreviventes tiveram que reconstruir seus espaços alvo de conflitos.
Depois desse grande acontecimento com efeitos trágicos, países da Europa e
os Estados Unidos da América, planejaram iniciativas objetivando, ao mesmo tempo,
preservar o meio ambiente e garantir a paz mundial, diante disso foi emergindo a
necessidade de movimentos ecológicos que culminaram em meados da década de
50, intensificando nas décadas de 60 e 70. Outro fator determinante para pensar nos
recursos naturais também no período pós-guerra foi a explosão demográfica no
planeta, principalmente nos países subdesenvolvidos.
Para Rudek e Muzzillo (2007) na medida em que aumentava o número da
população, a economia e o consumo, crescia também a extração e degradação de
recursos tirados da natureza, com isso percebeu-se que muitas dessas riquezas não
eram renováveis e com o tempo iriam esgotar. As políticas ambientais além de
preservação passaram a ser de controle, em que houvesse equilíbrio entre a
extração de tais recursos e a conservação da natureza.
A preocupação ambiental marcou as grandes conferências mundiais,
principalmente a partir da década de 1970. Hoje a preocupação ambiental
está muito mais abrangente se comparada ao início dos movimentos
ambientais. Atualmente, temas como a fome e qualidade de vida perpassam
pela questão ambiental, ou seja, as discussões sociais e ambientais
caminham juntas (RUDEK e MUZZILLO, 2007, p.11).
De acordo com Rudek e Muzzillo (2007), devido às mudanças ocorridas ao
longo do tempo na sociedade surgiu a necessidade de governos de todo mundo em
se preocupar na busca de obter equilíbrio entre a utilização de recursos naturais e a
12
escassez destes. Procurar alternativas que pudessem conciliar as necessidades do
homem em usufruir de recursos do meio ambiente com a sua preservação seria uma
forma de atender as transformações ocorridas no planeta. As primeiras e
significativas discussões sobre o problema ocorreram na década de 1970.
Para Nunes e Figueroa (1985), a preocupação com o meio ambiente é de fato
bastante antiga a diferença está apenas em cada momento histórico:
Na Europa e EUA, o interesse pelas ciências naturais começou a tomar
vulto a partir do séc. XIX baseados em trabalhos como os de Humboldt,
Darwin, Davis, e outros pesquisadores da época. A partir de então, começa
a se verificar uma mudança no comportamento face aos recursos naturais,
no sentido de preservá-los. Principalmente na Europa, berço das antigas
civilizações começa a ser sentido os efeitos do uso irracional e
indiscriminado dos recursos naturais e da degradação ao meio físico, pois
algumas regiões já sofriam com enchentes devido à destruição da mata
ciliar, mais precisamente na cabeceira dos rios. (NUNES; FIGUEROA, p.
1985 apud RUDEK e MUZZILLO, 2007, p.12).
Atualmente a preocupação ambiental é cada vez maior porque o problema
tende a se agravar, as ações humanas promovem a degradação em larga escala e,
apesar de várias políticas ambientais viabilizarem o controle sobre as reservas,
ainda assim o bom resultado depende de vários fatores que envolvem ações
concretas entre população e as instituições governamentais e não governamentais.
De acordo com Nunes e Figueroa (1985), podemos dizer que essa discussão
envolve diferentes áreas científicas, desde que se teve conhecimento dos efeitos
negativos do uso irracional dos recursos naturais e consequentemente da
importância de preservá-los, eclodiram os movimentos ecológicos.
De acordo com Buratini (2008), a primeira conferência mundial da ONU
ocorreu em 1972 na cidade de Estocolmo na Suécia que discutiu a relação do
homem e o meio ambiente, teve como fundamento conscientizar os países acerca
desse fator importante e determinante para a manutenção da espécie humana. Essa
conferencia discutiu formas de utilização dos recursos naturais em paralelo a
preservação da natureza, fonte esgotável de vida. Em que o crescimento deveria ter
limite, respeitando a existência e importância da natureza.
Para Barbieri (2004) a conferência de Estocolmo foi o ponto inicial para
pensar num novo valor e relação entre ambiente e desenvolvimento refletindo como
a sociedade busca sua subsistência, o autor acredita que uma das principais
contribuições foi o de discutir a relação entre desenvolvimento e meio ambiente de
13
modo que não tem como discutir o desenvolvimento sem considerar o meio
ambiente e vice-versa, principalmente no que se refere à poluição. A partir de então
movimentos ambientais em prol da biodiversidade só cresceu, com vários objetivos,
entre eles o de preservar espécies da fauna e flora em extinção.
2.2 Política ambiental do Brasil: um breve histórico
A iniciativa de políticas ambientais no Brasil é oriunda de movimentos
ecológicos acerca da degradação da natureza, ao caos e grandes prejuízos, além de
problemas urbanos que isto acarretará ao desenvolvimento da vida humana e de
seu próprio hábitat: o planeta. Esses movimentos exigiam providências para o
problema, enfatiza Rudek e Muzzillo (2007). Devido a influencia de movimentos
ambientais e da participação na Conferência de Estocolmo realizada em 1972, foi
criada no Brasil em 1974 a secretaria de Meio ambiente, que a partir de então, foi
elaborada uma ampla legislação ambiental em todo território nacional.
Na visão de Vieira & Bredariol (2006) ao falar do histórico de políticas
ambientais no Brasil é preciso ressaltar a Agenda 21, que gerou um documento de
mais de 300 páginas tendo sido um dos mais importantes eventos para se discutir a
questão ambiental no país, foi a partir de então que o conceito de desenvolvimento
sustentável teve maior ênfase e visto como a única alternativa para que se obtenha
desenvolvimento econômico e social no país ao mesmo tempo em que se preserva a
natureza; é de fato crescer dentro de determinados limites.
Pensar no aumento de produção e no crescimento de uma cidade passou a
ser bem mais planejado e mais amplo, havendo a necessidade de integrar no
planejamento as questões ambientais e sociais, e não apenas a ordenação e
equipamento do espaço, o objetivo como isto é realizar no sistema urbano um
desenvolvimento bem planejado, bem estruturado, “de forma racional, eficiente e
econômica”, destaca e afirma RUDEK e MUZZILLO (2007, p.14).
As áreas protegidas, a educação ambiental e a implantação do
desenvolvimento sustentável são exemplos de política ambiental no Brasil, digamos
que sejam as que surtem mais efeitos se aplicadas devidamente, (VIEIRA &
BREDARIOL, 2006). Os autores citados alegam que planejar sustentavelmente o
desenvolvimento urbano é analisar a disponibilidade dos recursos naturais, pois são
essenciais para sustentar a vida no planeta, integrando a sociedade nesse
14
planejamento para que haja uma discussão acerca da qualidade de vida de seus
membros integrantes, indivíduos cidadãos, através do desenvolvimento sustentável.
A degradação no meio ambiente é tida como um problema geral, porém
especificado nos territórios de cada Estado. Barbieri (1997, p.15) entende que um
dos motivos para esse problema é a gestão inadequada dos recursos. Seriam
necessárias políticas ambientais mais eficazes que demonstrassem bons resultados.
Simões (2003) acredita que a legislação ambiental no Brasil, apesar de uma
das mais modernas do mundo apresenta grandes deficiências, a autora destaca a
mais frequentemente questionada, diz respeito à dificuldade de aplicação e
fiscalização das diretrizes ambientais por parte das autoridades competentes.
A Constituição Federal (1988) em seu Capítulo VI abordou sobre o meio
ambiente, o qual iniciou-se afirmando no artigo 225 que:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações” (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988, p. 146).
De acordo com a Constituição Federal, é de competência comum da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios proteger o meio ambiente e
combater a poluição em qualquer de suas formas; preservar a fauna e a flora, para o
bem das presentes e futuras gerações, além de promover uma educação ambiental
para que haja uma conscientização pública em cuidar da natureza.
Para Mesquita & Vieira (2004) as políticas públicas ambientais devem ser de
acordo com a realidade de cada cidade e dos diversos estilos de vida buscando
harmonizar sociedade e natureza com relação aos limites necessários para se
utilizar recursos naturais, preservando a fauna e flora que ainda existem.
No ano de 2000 com a criação do Sistema Nacional de Unidades de
Conservação – SNUC, os territórios ambientais de todo país passaram a ter uma
legislação específica, principalmente pelo fato da maioria destes recursos estarem
localizados em limites territoriais não pertencentes ao poder público, ou seja, em
propriedades privadas. O Brasil vem cada vez mais intensificando as políticas de
preservação da natureza, na qual definiu “em 2006 as metas nacionais para
conservação de pelo menos 30% da Amazônia e 10% dos outros biomas em
unidades de conservação” (SNUC, 2000, p.6).
15
2.3 SNUC – Propostas e objetivos
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC é
uma lei criada para estabelecer critérios e normas de criação, implantação e gestão
das unidades de conservação de todo país. São algumas das principais propostas
do SNUC quanto a gestão das unidades de conservação. A lei 9.985, de 18 de julho
de 2000 criou o SNUC e é regido por diretrizes conforme abaixo:
Art. 5º- O SNUC será regido por diretrizes que
I- assegurem que no conjunto das unidades de conservação estejam
representadas amostras significativas e ecologicamente viáveis das
diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das
águas jurisdicionais, salvaguardando o patrimônio biológico existente; [...]
V- incentivem as populações locais e as organizações privadas a
estabelecerem e administrarem unidades de conservação dentro do sistema
nacional; [...]
VII- permitam o uso das unidades de conservação para a conservação in
situ de populações das variantes genéticas selvagens dos animais e plantas
domesticados e recursos genéticos silvestres; [...]
IX - considerem as condições e necessidades das populações locais no
desenvolvimento e adaptação de métodos e técnicas de uso sustentável
dos recursos naturais;
Entende-se que ao se cadastrar no SNUC como uma UC, o gestor deve
assegurar que na propriedade preservada consta um conjunto de amostras
significativas de diferentes espécies da fauna e da flora e com a conservação
estarão sendo protegidas. De acordo com Castro Jr, Coutinho e Freitas (2009), “no
Brasil, a criação e o manejo de unidades de conservação como define a SNUC é
papel do estado, que deve ser o condutor da política de áreas protegidas [...]”.
Para Castro Júnior et al.(2009), a criação de Reservas Particulares do
Patrimônio Natural (RPPNs) como uma das categorias do SNUC serviram para
incorporar os proprietários de terra aos processos de conservação, de modo almejar
uma maior participação da sociedade civil na conservação da biodiversidade.
As Unidades de Conservação (UC) são uma forma de a população local
perceber e conscientizar da importância em preservação da biodiversidade, assim
como incentivar organizações privadas a criarem UC no território nacional, a fim de
ampliar a preservação do ecossistema existente. Desse modo, contribuíram
definitivamente para a conservação de espécies da fauna e da flora, protegendo
grandes áreas dos biomas, preservando, conservando e recuperando ecossistemas.
16
Com as UC é possível relacionar a necessidade da população quanto ao uso
de recursos naturais, com a preservação do meio ambiente, uma política de
incentivo ao desenvolvimento sustentável. A criação de uma legislação mais
específica foi uma grande conquista em favor da nossa biodiversidade, e para que
obtenham resultados significativos o SNUC tem como alguns importantes objetivos:
Contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos
genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;
Proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
Proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica,
espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;
Proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica,
estudos e monitoramento ambiental;
Favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a
recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico.
O objetivo do SNUC como lei administrativa nas UC vai além de conservar a
diversidade biológica, mantendo vivas espécies genéricas e raras. É possível
recuperar ecossistemas degradados e recursos hídricos; protege espécies
ameaçadas de extinção, proporciona à pesquisa científica, o lazer e o turismo
ecológico, assim como incentiva o desenvolvimento sustentável, entre outros.
2.4 As Unidades de Conservação enquanto espaço de preservação da
biodiversidade
De acordo com o SNUC (2000), as unidades de conservação são o espaço
territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com
características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com
objetivos de conservação e limites definidos, sob o regime especial de
administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
Medeiros et al (2011) acrescenta que esses espaços são espacialmente
protegidos reconhecidos em todo o mundo como instrumentos fundamentais para
17
conservações de espécies, das populações e também os ecossistemas, incluindo
sistemas e formas tradicionais de obter sobrevivência, usufruindo portanto, de
estatuto legal e diferentes regimes de administração.
Devido à complexidade e diversidade dos biomas e territórios onde estão
inseridos, as Unidades de Conservação (UC) são divididas em duas categorias: as
Unidades de Proteção Integral que tem como principal objetivo à conservação da
natureza, com regras e normas restritas, nesta categoria o uso dos recursos naturais
e extração é permitido apenas de forma indireta; e a outra categoria são as
Unidades de Uso Sustentável em que se pretende conciliar o uso sustentável de
recursos naturais e a conservação do meio ambiente.
Podemos citar como uso indireto das unidades de conservação de proteção
integral as recreações em contato com a natureza, o turismo ecológico, a pesquisa
científica, a educação e interpretação ambiental, etc. Essas atividades podem ser
realizadas, por exemplo, em estações ecológicas, reservas e parques ambientais
além de refúgios de vida silvestre. Já nas Unidades de Uso Sustentável são
permitidos coletas e usos de recursos naturais desde que as inesgotáveis riquezas
ambientais e seus processos ecológicos sejam garantidos. Suas categorias de uso
são as reservas de fauna, reservas extrativistas, entre outras (SNUC, 2000).
Para Brito (2000) apesar das Unidades de Conservação estar sendo
implantada cada vez mais como uma forma de minimizar a perda da biodiversidade,
uma vez que o desenvolvimento social passa a extrair recursos naturais de forma
controlada, a conservação da biodiversidade não é garantida pela implantação
destas, pois muito dessa biodiversidade se encontra em estado de risco se não
houver melhor gestão ou fiscalização dessas unidades.
Besusan (2006) enfatiza que a implantação de áreas protegidas é uma
importante estratégia para conter a ocupação desenfreada da terra e o uso
predatório dos recursos naturais, pois se isto não acontecesse não iria demorar
muito para todo meio ambiente ser completamente extinto.
2.5 Panoramas das Unidades de Conservação no Brasil e na Paraíba
Atualmente o Brasil possui 1649 unidades de conservação de diferentes tipos,
cada uma recebe classificação de acordo com suas características e objetivos a
18
serem atingidos. Essas unidades podem ser destinadas à exploração sustentável de
recursos naturais, preservação total do ecossistema, realização de pesquisas,
visitação para promover a educação ambiental, etc. Elas são classificadas como:
Parques Nacionais, Reservas Biológicas, Reservas Ecológicas, Estações
Ecológicas, Áreas de Proteção Ambiental, Áreas de Relevante Interesse Ecológico,
Floresta Nacional, Reserva Extrativista e Refúgio de Vida Silvestre (BRASIL, 2012).
Segundo o levantamento feito por Medeiros et al (2011), as UC no Brasil
estão além de conservar e preservar a biodiversidade, são contribuintes diretamente
no crescimento da economia brasileira, pois, grande parte dos recursos naturais
extraídos para comercialização são usufruídos de unidades de conservação.
Conservar os recursos naturais é uma forma eficaz de deixá-los à disposição
da sociedade, sempre que necessário e de forma sustentável obter espécies para
desenvolvimento de diversos produtos consumidos diariamente, dentre eles
cosméticos, fármacos, madeira, papel etc. (MEDEIROS et al, 2011).
Ainda de acordo com as informações do autor supracitado, podemos
detalhar alguns dados da produção econômica no nosso país: a produção de toras
de madeira pode gerar por ano, de R$ 1,2 a R$ 2,2 bilhões; em visitação aos
parques nacionais a arrecadação pode chegar a R$ 1,8 bilhão; da hidroeletricidade
gerada no país, 80% tem como fonte de água, pelo menos um rio em limites de
áreas conservadas; pouco mais de 30% da água potável para consumo humano é
tirada diretamente de unidades de conservação ou de fontes jusantes.
Além de sua importância para com o desenvolvimento econômico, é
fundamental para a qualidade de vida da população local ao longo dos anos, por
ventura, “a criação e manutenção das unidades de conservação impediram a
emissão de pelo menos 2,8 bilhões de toneladas de carbono” (MEDEIROS et al,
2011, p.7). Dessa forma, entende-se que a extração de recursos naturais das
unidades de conservação vem acontecendo de acordo com os limites permitidos
pelo desenvolvimento sustentável, diferente ao que acontece na extração ilegal,
responsável pelo desmatamento e extinção de espécies.
De acordo com Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2012) o número de
unidades conservadas vem aumentando gradativamente, porém esse aumento é
desproporcional aos investimentos realizados para a sua manutenção e gestão, o
que acarreta nas dificuldades enfrentadas como a falta de funcionários capacitados
para tais funções, infraestrutura básica, ausência de plano de manejo etc. O
19
Ministério do Meio Ambiente destaca ainda que até o ano de 2011 o orçamento para
conservação de unidades federais era praticamente o mesmo desde 2001.
Uma comparação feita por Medeiros et al. (2011), do Brasil com outros países
mostrou que mesmo em países com o PIB (Produto Interno Bruto) menor que o do
Brasil os investimentos para manutenção de seus ecossistemas é de 05 a 25 vezes
maior; enquanto na África do Sul, por exemplo, tem-se um funcionário para cada
1.176 hectares de área preservada, no Brasil é uma relação de um funcionário para
18.600 hectares. Na manutenção das UC além da fiscalização por órgãos
competentes estão incluídos o fundo de compensação ambiental.
De acordo com a Lei 9.985 (SNUC), um fundo de compensação será exigido
ás empresa que constroem obras com grande impacto ambiental, a natureza é
devastada, e como amenização, este recurso financeiro é uma forma de compensar
a perca da biodiversidade existente e da qualidade de vida da localidade.
A Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) determina
que o dinheiro da compensação beneficie o bioma onde será instalado o
projeto de impacto ambiental, especialmente as unidades de proteção
integral diretamente atingida pela obra. Seja ela federal ou criada por
estados e municípios. (IBAMA, 2001, p.17)
O IBAMA afirma que o dinheiro do fundo é compensado através de uma
regularização fundiária, ou através de uma infraestrutura para garantia de visitas
turísticas e pesquisas para manejo e conservação das áreas protegidas. O valor
dessa compensação é calculado proporcionalmente aos danos causados, sendo que
não pode ser menos que 0,5 % do total do investimento. Vale destacar que o
dinheiro não vai para os cofres públicos, o próprio empreendedor contrata os
serviços e obras especificadas pelo IBAMA.
Segundo dados da Superintendência de Administração do Meio Ambiente da
Paraíba (SUDEMA, 2012), o estado paraibano obtém mecanismos suficientes
necessários para manter a preservação da biodiversidade de seu território; possui
trinta e duas UC que além de ser divididas em Unidades de Conservação Integral e
de Uso Sustentável. São subdivididas quanto à sua administração, dessa forma são
quatro de responsabilidade federal através do IBAMA e do ICMBio, dezesseis
reservas sob administração do governo estadual por meio da SUDEMA, três
unidades de conservação municipais e nove de domínio particular, as RPPN.
20
As áreas nacionais protegidas pela Lei de Conservação do Meio Ambiente
correspondem cerca de 210 hectares como unidades de conservação. Além disso,
têm-se as reservas indígenas sob a responsabilidade do FUNAI e as áreas sob a
proteção de caráter especial.
Existimos para executar a gestão ambiental no Estado da Paraíba, para
tanto estamos desenvolvendo e praticando uma política ambiental pautada
na preservação e proteção dos recursos naturais do Estado da Paraíba.
Nosso trabalho estabelece e garante medidas técnicas racionais que
compatibilizam o desenvolvimento econômico e social do Estado, e a
preservação do meio ambiente. A tarefa da gestão ambiental é manter a
estrutura de todos os ecossistemas e assegurar as suas funções, buscando
1
sempre manter o equilíbrio ecológico (SUDEMA, 2010 ).
De acordo com dados do ICMBio (2012) podemos observar nos gráficos que
o governo estadual é responsável pelo maior número de unidades de conservação
da Paraíba, identificadas em parques ambientais, estações ecológicas, monumentos
naturais, áreas de proteção ambiental, entre outras categorias, assim como mais da
metade dessas unidades são áreas de uso sustentável.
Para termos ideia da quantidade de Unidades de Conservação do meio
ambiente, uma breve exposição através de dos gráficos, para eu possamos analisar
a distribuição das reservas por esfera pública e privada, e por categorias.
Gráfico 1: Unidades de Conservação da Paraíba.
Distribuição de UC na Paraíba por categoria
56,60% Proteção Integral
Üso Sustentável
60,00%
43,40%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
Unidades de Conservação na Paraíba
Fonte: Medeiros et al, 2011.
1
A consulta foi realizada em documentos no site do órgão.
21
A maior parte das unidades de conservação na Paraíba é de uso sustentável,
ou seja, a biodiversidade é preservada paralelamente à extração de seus recursos
para o desenvolvimento econômico e social, sendo que se deve haver o respeito e
cumprimento a legislação sobre preservação do meio ambiente (MMA, 2012).
Gráfico 2: áreas protegidas por meio de UC na Paraíba
Distribuição das áreas UC na Paraíba
49,20%
50,00%
45,00%
40,00%
35,00%
29%
30,00% Federal
Estadual
25,00%
Municipal
20,00% particular
13,80%
15,00%
8%
10,00%
5,00%
0,00%
Fonte: Medeiros et al, 2011.
Apesar dos registros de reserva particular do patrimônio natural vir
aumentando segundo o sistema informatizado de monitoria da RPPN-SIMRPPN
(2012), na Paraíba representa cerca de 29% das áreas preservadas. Esse número
ainda é pouco, se comparando ao total de áreas a serem conservadas.
Reserva particular do patrimônio natural - RPPN significa que o dono de uma
área ambiental (por esta fazer parte de sua propriedade) de forma voluntária a torna
uma reserva ambiental legalizada. A área preservada mesmo sob a fiscalização do
governo federal através do IBAMA ou de outros órgãos competentes é uma
propriedade particular e não pública sob o domínio do governo.
São seguidas algumas regras garantidas na pena da lei, a fim de manter
preservada a biodiversidade existente na propriedade particular, nem mesmo o
22
proprietário poderá extrair quaisquer recursos naturais da reserva, apesar de ter sido
transformada em uma reserva ambiental, ainda assim o dono da terra continua a ser
o proprietário desse território, ressalta Mesquita e Vieira (2004):
As RPPN são unidades de conservação de domínio privado, criadas por
iniciativa do proprietário da área, mediante ato de órgão governamental
(IBAMA ou órgão estadual de meio ambiente, quando houver
regulamentação no estado), desde que constatado o interesse público. Pelo
SNUC, as RPPN devem ter como objetivo principal a conservação da
diversidade biológica. Nas RPPN o dono da terra continua sendo o
proprietário, e pode contar com o apoio do IBAMA e dos órgãos de meio
ambiente, assim como das entidades ambientalistas, no planejamento do
uso, manutenção e proteção dessas reservas (MESQUISTA E VIEIRA,
2004, p.23).
Atualmente, segundo dados do ICMbio, o Brasil possui registrado mais de
seiscentos e oito reservas particulares do patrimônio natural, o que equivale a
importância de aproximadamente 481.160 mil hectares de área preservada
perpetuamente, pois uma vez registrada a propriedade com Reserva Particular do
Patrimônio Natural (RPPN) não pode-se voltar atrás e a área será para sempre
protegida. Dessas, cerca de quinhentos e setenta e seis são de caráter RPPN da
Mata Atlântica. Na Paraíba das nove RPPN, três são de Mata Atlântica
correspondendo a uma área de 1.325,15 hectares. Duas localizadas no município
de Santa Rita/PB e a outra no município de Sapé/PB (ICMbio, 2012).
Nesse contexto, as áreas naturais protegidas estabelecidas em terrenos
privados vêm se constituindo como uma importante ferramenta,
complementar aos esforços públicos para proteção da biodiversidade. Esta
ferramenta parece ser especialmente útil no caso da Mata Atlântica, bioma
extremamente fragmentado e onde mais de 80% do território é particular
(MESQUITA E VIEIRA, 2004, p.18).
Além das RPPN serem protegidas perpetuamente elas são conservadas por
completo, ao contrário das reservas legais que preservam uma parte proporcional a
extensão da área; apesar de estar classificada pelo SNUC como unidade de uso
sustentável as RPPN são na verdade UC integral na medida em que segundo a Lei
9.985 estabelecida pelo próprio sistema de conservação, numa unidade de
preservação de caráter RPPN são permitidas apenas visitação, pesquisa científica e
atividades recreativas, isso se o proprietário autorizar. Logo não pode haver de
nenhuma forma extração de seus recursos naturais (CN-RBMA, 2004).
23
3 METODOLOGIA
3.1 Elementos conceituais e procedimentos técnicos da pesquisa
O presente trabalho consistiu na caracterização geoambiental da Reserva
Particular de Patrimônio Natural de Pacatuba (RPPN), situada na Fazenda
Pacatuba, terras pertencentes à destilaria Japungú, geograficamente localizada
dentro dos limites territoriais no município de Sapé-PB.
Para a realização do referido trabalho, foi adotada a pesquisa quali-
quantitativa a fim de dar uma explicação “dar uma explicação geral sobre
determinado fato, através da delimitação do estudo, levantamento bibliográfico,
leitura e análises” (OLIVEIRA, 2005, p. 65), considerando-se moradores de
diferentes idades que vivem na área pesquisada.
Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os moradores da
reserva, em sua grande maioria agricultores, sobre as transformações que
ocorreram na reserva ou ao seu redor, antes e depois dela se tornar uma RPPN.
Gil (1999, p.49) diz que as pesquisas “constituem a primeira etapa de uma
investigação mais ampla”. Em outras palavras, a partir da definição de como abordar
o desenvolvimento de nosso estudo, foi possível descrever com mais precisão os
fatores a serem analisados dentro de nosso campo de pesquisa. De acordo com
Prestes (2012) a observação e a coleta de dados possibilita análise a fim de discutir
a interferência dos pesquisados em seu meio.
Para que fosse possível a realização do referido estudo, consideramos os
moradores habitantes da respectiva reserva já mencionada, como sujeitos
participantes, e buscando subsidiar dados e informações fidedignas para a pesquisa,
foi feito um levantamento bibliográfico a fim de analisar estudos temáticos existentes,
na busca de entender o contexto que envolve as unidades de conservação para
assim obter um conhecimento específico e depois estruturá-lo.
Também foram feitas consultas em documentos que fortaleceram nossa
pesquisa. Para fomentar o desenvolvimento de nosso trabalho, teoricamente foram
utilizados autores como BARBIERI (1997); RUDEK e MUZZILLO (2007); Nunes e
Figueroa (1985), entre outros importantes pensadores que nos nortearam durante
todo o percurso, pois estes pensadores abordam a questão socioambiental de modo
que este estudo contribuirá como conhecimento científico.
24
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Caracterização da área
A nossa área de estudo resultou uma pesquisa desenvolvida dentro da
Reserva Particular do Patrimônio Natural de Pacatuba, a respectiva reserva está
situada no distrito Santa Helena a 10 km de Sapé, está localizada dentro da fazenda
Pacatuba (ver Fig.1 e Fig. 2), a mesma é uma propriedade privada no nome da
Empresa Japungú Agroindústria S.A, dentro da comunidade há indícios nos porões
que nos remete a pensar que aquele casarão (Fig.3) representa a casa do senhor de
Engenho, remanescente do período da escravidão.
Figura 1: representação da localização da RPPN de PACATUBA
Fonte: mapa microrregiões da AESA adaptado, 2014.
Figura 2: RPPN Fazenda Pacatuba
Fonte: Glauber Dionísio, 2002.
25
Figura 3. Casa do senhor de engenho na Fazenda Pacatuba
Foto: arquivo pessoal, 2012.
A RPPN de Pacatuba foi criada em 1995 pela portaria 110-N do IBAMA para
proteção da população de uma espécie primata chamada alouatta belzebul, também
conhecido popularmente como Guaribas de mão-ruivas, além de proteger a mata e
manter seguro da ação humana todo aquele ecossistema local, proibindo o
extrativismo (SIMRPPN, 2012).
A referida reserva é de uso sustentável para com a sua comunidade local,
abrange um fragmento de mata Atlântica, cujas extensões chegam a 266,53 de
hectares de área protegida. Ao tornar esta área em uma RPPN, o objetivo é uma
conscientização ambiental a fim de garantir a preservação de espécies tanto da
fauna quanto da flora formada por mata atlântica.
Esta RPPN tem como característica principal a existência de um primata
denominado guariba, a maior atração de quem visita a mata, juntamente com a
beleza da mata, e sua vegetação nativa, além disso, há uma cachoeira artificial que
promove a tranquilidade da floresta e encanta os turistas (CN-RBMA, 2004).
4.2 Aspectos geoambientais
A RPPN de Pacatuba apresenta aspectos geológicos e geomorfológicos
peculiares, o seu relevo é uma composição de planaltos arenosos e alguns
tabuleiros, além de demonstrar pequenas ondulações que variam entre setenta e
cinco metros a cento e cinquenta metros. A região apresenta duas estações bem
26
definidas: a estação chuvosa que corresponde aos meses de março e agosto, e a
estação seca nos meses de setembro a fevereiro.
A umidade relativa é em torno de 80% e o índice de pluviosidade anual varia
entre 1.200 a 1.800mm com base nos dados de 27 anos obtidos a partir da estação
meteorológica presente na reserva. Na referida unidade de conservação, o relevo é
drenado por vários córregos, importante destacarmos que um desses córregos foi
represado, tornando-se uma cachoeira artificial (FIG.4) usada como atividade de
lazer para os visitantes e como fonte de abastecimento da comunidade local.
De acordo com Lima e Heckendorff (1985) a unidade de conservação (RPPN
de Pacatuba em Sapé) possui um clima agradável, com bom índice pluviométrico,
temperaturas média, além de rios, riachos que favorecem aquele habitat. O clima da
região enquadra-se o regime tropical chuvoso, quente e úmido, com chuvas de
outono a inverno, temperaturas médias variando entre 23º C a 28º C e amplitude
térmica em torno de 5ºC (LIMA e HECKENDORFF, 1985).
Figura 4. Cachoeira Artificial de Pacatuba
Foto: arquivo pessoal, 2012.
Numa tentativa de promover um atrativo turístico para a comunidade local e
circunvizinha, foi aproveitado o curso de um dos córregos da mata para construção
de uma cachoeira artificial, conforme a (Fig.4), foi construída e articulada a
permissão das visitas com pessoas responsáveis para que toda a obra ocorrida não
prejudicasse o ciclo de vida da reserva. Neste ambiente só é permitido a presença
do homem a partir da liberação do órgão fiscal responsável.
27
4.3 Biodiversidade
A estrutura da biodiversidade em Pacatuba nos remete a compreender a
totalidade da variedade de espécies tanto na flora quanto na fauna. Abrangendo
população de determinados animais, insetos, plantas, interagindo com o meio
ambiente, formando ecologicamente uma paisagem única (Fig.5 e Fig. 6):
Figura 5. Espécie nativa que serve de alimento para os primatas
Foto: arquivo pessoal, 2012.
Figura 6. Vegetação rasteira da mata
Foto: arquivo pessoal, 2012.
A referida RPPN apresenta uma vegetação típica da Mata Atlântica sub-
perenifólia, nela encontramos predominantemente árvores de médio porte e poucas
espécies de grande porte, formando uma floresta fechada e densa.
28
Esta espécie de bioma é caracterizada por duas estações, uma estação seca
tipificando os tabuleiros ou savana arbórea, e outra estação, a chuvosa (ou mais
úmida) com a predominância de árvores emergentes com altura que ultrapassa trinta
e cinco metros e diâmetro de até quatro metros; também há a grande ocorrência de
epífitas (BONVICINO, 1989; SOUZA, 2005). Na reserva de conservação em
Pacatuba são encontradas várias espécies que ocorrem tanto na floresta atlântica
quando na floresta amazônica.
Figura 7. Árvores de grande porte predominante nessa mata
Foto: Gauber Dionísio, 2002.
Neste fragmento de mata atlântica são encontradas várias espécies da flora
que também são comuns na floresta amazônica, entre elas: Anaxagorea
dolichocarpa, Bowdichia virgiloides, Clusia nemorosa, Eschweilera ovata, Inga
capitata, Ocotea duckei, Pardia pendura, Protium giganteum, Simarouba amara,
Tapirira guianensis, Thyrsodium spruceanum. Assim como espécies de tabuleiros:
Erythroxylum, Coccoloba alnifolia, Xylopia laevigata e Miconia albicans.
Em sua pesquisa na referida reserva, Dionísio (2002) identificou 49 famílias e
89 gêneros de espécies arbóreas, dentro de uma amostra de 146 espécies. Os
guaribas de mãos-ruivas cientificamente alouatta belzebul (Fig. 8) da RPPN Fazenda
Pacatuba, já foram objetos de estudos de várias pesquisas, entre elas a de
Bonvicino (1989), Souza (2005) e Coutinho (2012).
Logo abaixo, podemos visualizar a imagem de um exemplo dessa espécie de
primata, predominante na presente Reserva Ambiental, foco de nosso estudo:
29
Figura 8. Guariba de mãos-ruivas
Foto: arquivo pessoal, 2012.
O nome científico da espécie animal Guariba-de-mão-ruiva é alouatta
belzebul, pertence à família de primatas Atelidae de gênero Alouatta, tem
ocorrências “endêmicas no Brasil, existente na floresta amazônica e na mata
atlântica do litoral nordestino do Brasil, além de aparecer em alguns pontos isolados
da região intermediária” (CAMARGO et al, p.193, 2008).
Figura 9. O Guariba-de-mãos-ruivas em seu habitat
Foto: arquivo pessoal, 2013.
De acordo com pesquisas de Coutinho (2012) a população guaribas da
RPPN Fazenda Pacatuba se desloca mais em períodos chuvosos, devido a maior
abundância de alimentação, já no período de seca tendem a repousar e poupar suas
30
energias. Essa espécie de primata (Fig. 9) é restrita a habitar em áreas florestadas,
principalmente em áreas abundantes de babaçu, e com o desmatamento, sua
população vai ficando limitada ou escassa, daí o motivo principal em proteger a
Reserva de Pacatuba em Sapé, além de preservar esta espécie de primata, se torna
uma área de preservação de mata atlântica, que ao longo das últimas décadas, pela
ação antropogênica teve grandes avanços em desmatamento.
A reserva apresenta um forte potencial para preservação de espécies, na
medida em que não é permitido o extrativismo, nem extração de qualquer recurso
natural da mata. No entanto as visitas descontroladas, juntamente com uma má
gestão e falta de infraestrutura poderão ocasionar fragilidades ambientais.
Esta unidade de Conservação representa uma importante proteção para sua
fauna e flora, boa parte ameaçada de extinção, entre elas as preguiças, jiboias,
surucucus – pico – de jaca, lontras, pacas, guaribas, entre outros. Para Coutinho
(2012) o especial motivo de tornar a mata como UC foi com a intenção de proteger o
habitat dos guaribas, o animal predominante na reserva.
A partir do levantamento de informações coletadas constatamos que a
comunidade que vive nas mediações da Mata de Pacatuba abriga aproximadamente
cerca de 250 habitantes. Conforme esta informação, a entrevista foi elaborada de
modo semiestruturado, aplicou-se a vinte pessoas de forma aleatória.
De acordo com os resultados obtidos com os questionários aplicados, na
localidade há um antigo sítio que depende da mata para sobrevivência de seus
moradores, pois é dela que usufruem de água potável. Os habitantes se referem a
comunidade em torno da respectiva mata como sítio Pacatuba, trata-se da fazenda
Pacatuba, seus moradores mais antigos viram de perto as transformações em sua
paisagem ao longo dos anos, pouco a pouco perdendo seu espaço natural.
Essa perda ocorre devido às degradações provocadas pelos próprios
habitantes da referida comunidade que extraiam da reserva muita madeira, porém, o
maior volume degradante par a reserva foi gerado principalmente pelas usinas
canavieiras, que destruíam parte da mata para ampliar as suas plantações de cana-
de-açúcar e transformar dessa forma a paisagem natural (GONÇALVES, 2003).
Ainda sobre os resultados dos questionários, a amostra constatou que cerca
de 60 % (sessenta por cento) dos moradores entrevistados habitam o perímetro da
Mata de Pacatuba a mais de dez anos, 25% (vinte e cinco por cento) responderam
habitar cerca de dez anos nas proximidades da Mata, 10% (dez por cento) entre dois
31
a cinco anos e 5% (cinco por cento) responderam que vive nas proximidades da
Mata há pouco tempo, cerca de alguns meses.
Os entrevistados afirmaram que antes da mata se tornar uma RPPN,
geralmente os visitantes em outrora jogavam lixo ao visitar a Mata, sacos de
pipocas, embalagens de biscoitos, etc., posteriormente ser uma RPPN, passou a
haver fiscalização e consequentemente houve uma reeducação ambiental.
Quanto à utilização da Mata, segundo os entrevistados, da reserva é extraída
a água para seu consumo, beber, banho, cozinhar, além de servir para pequenas
irrigações de plantações afastadas das margens da reserva ambiental.
De acordo com as entrevistas com os moradores, eles sobrevivem
basicamente de quatro atividades econômicas: o serviço do corte da cana e
maquinários na usina Japungú e São João, ambas em Santa Rita; a pescaria, por
meio de um viveiro no açude de Pacatuba; a agricultura; além de programas do
governo, como o programa assistencialista: bolsa família.
É importante ressaltar a biodiversidade da reserva, através de registros
fotográficos é perceptível visualizar em abundancia uma população de Guaribas de
mãos-ruivas. O principal animal de sua flora demonstra que a área está bem
protegida, pois segundo resultados comparativos das análises de Bonvicino (1989);
Souza (2005) e Coutinho (2012) mostram que a população de guaribas continua
basicamente a mesma, sem perda reparável. Isto após um pouco mais de vinte
anos, contados da primeira à última pesquisa.
Um importante fator que favorece a boa conservação da unidade é que nela
não é permitido nenhum tipo de extrativismo, existe uma fiscalização ativa, para
qualquer pessoa ter acesso é preciso autorização prévia, pois a Reserva Ambiental é
uma área de preservação protegida nos termos da lei, é vedada extração e outras
ações humanas que venham degradar.
Todavia, apesar do avanço das usinas, este só se prolongará caso as
autoridades de instâncias jurídicas permitirem, ou seja, no presente momento da
pesquisa, a RPPN encontra-se devidamente protegida da ação antropogênica.
Diante disso, podemos dizer que os residentes da presente comunidade respeitam,
conservam o meio ambiente, utilizam sem a degradar e ainda promovem a
conscientização ambiental para os visitantes.
32
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho serviu para entendermos de perto o que é e como
funciona uma RPPN, seus objetivos e importância para conservação de espécies e
para a comunidade que vive ao seu redor. Depois de analisar a situação dos
moradores da fazenda Pacatuba, podemos ter a certeza da importância de valorizar
a natureza, pois ela influencia na nossa qualidade de vida.
Considerando o histórico de degradação e extinção de grande parte da mata
atlântica e sua biodiversidade, a RPPN Fazenda Pacatuba representa um importante
e considerável fragmento de conservação da fauna e flora do nosso maior
patrimônio natural. Nela podemos identificar diversidades características exclusivas
de florestas tropicais, como geologia, geomorfologia, clima, temperaturas, entre
outros, na qual podem continuar a serem objetos de estudo de pesquisas científicas
de forma a contribuir com a ciência.
Poderá também ser utilizada como boa opção para aulas de campo
direcionadas a estudantes das escolas do município de Sapé e cidades vizinhas
buscando maior compreensão e interesse nas aulas de geografia e biologia, esta
prática anda não existe; além das visitações para estudos científicos, outra forma de
visitação são apenas as de recreação e turismo.
A reserva ainda exerce papel importante na vida dos moradores locais,
oferecendo maior qualidade de vida através de ar puro, temperatura e clima mais
agradável que outras localidades que não tem matas, e principalmente água potável,
pois se não fosse esta, os moradores teriam que se deslocarem quilômetros em
buscar de água potável, ou depender das ações dos governantes. Espera-se que
outras propriedades particulares venham se tornar RPPN, para que assim o que
ainda resta da nossa biodiversidade seja cada vez mais respeitada, valorizada e
conservada para o bem das presentes e futuras gerações.
De acordo com os moradores, a mata já foi bem mais densa, o avanço da
cana-de-açúcar permitiu redução em sua área ao longo da história. Todavia, o
avanço da zona canavieira, o processo de erosão, junto à ação do tempo colocando
abaixo árvores antigas e ações do homem degrada a Reserva Particular do
Patrimônio Natural Fazenda Pacatuba. Sendo assim, os habitantes residentes nas
proximidades da Mata de Pacatuba alegam que sem a existência da RPPN de
Pacatuba, suas vidas teriam aspectos negativos para continuar a viver no campo.
33
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36
APÊNDICE
37
Apêndice A: Entrevista semiestruturada aplicada aos moradores
1. Há quantos anos o Sr (a) reside nesse local?
2. Qual a fonte de renda para garantir o sustento da família?
3. De que forma utilizam a mata:
( ) para lazer ( ) para cultivo
( ) para obter lucro ( ) para sobrevivência
4. Como se encontra o estado dos rios e córregos da mata?
5. Qualquer pessoa pode entrar na mata? Como faz para conhecer?
6. Como foi realizada a cachoeira artificial?
7. Esta casa antiga com imenso porão e, correntes diz respeito aos tempos da
escravidão? Há quanto tempo existe o casarão?
8. Os moradores tem consciência que essa mata é uma reserva ambiental
protegida por lei?
9. Qual a relação dos moradores da comunidade local e os guaribas-de-mão-
ruiva?
10. Qual atividade está transformando a paisagem da mata:
( ) as plantações de cana-de-açúcar
( ) as plantações de milho
( ) a lavoura de macaxeira, batata e inhame
( ) a quantidade de primatas ao redor da fazenda
( ) os visitantes
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ANEXO
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Anexo A: Fragmento da Portaria da criação da RPPN de Pacatuba/PB