XABCDE
DO TRAUMA
Enfª Kelly Freitas.
O que é o XABCDE?
O XABCDE é um mnemônico que padroniza o
atendimento inicial ao paciente politraumatizado e
define prioridades na abordagem ao trauma, no
sentido de padronizar o atendimento.
Ele foi pensado para identificar lesões
potencialmente fatais ao indivíduo, e é aplicável a
todos as vítimas com quadro crítico,
independentemente da idade. O protocolo tem
como principal objetivo reduzir índices de
mortalidade e morbidade em vítimas de qualquer
tipo de trauma.
Antes de iniciar a abordagem XABCDE ao paciente
vítima de trauma é necessário atentar-se a itens
essenciais para salvaguardar a vida da equipe,
como: avaliação da segurança da cena segura, uso
de EPI’s, sinalização da cena (Ex. dispor cones de
isolamento na pista).
E como o método funciona?
Atualização PHTLS e a principal mudança ocorrida
para o suporte básico de vida de pacientes em
estado de emergência.
O XABCDE do trauma é conhecido e aplicado
mundialmente por profissionais da área da saúde
ao entrar em contato com um paciente vítima de
algum trauma.
Esse tipo de protocolo, visa manter o paciente vivo
e estável. Até o momento do mesmo ser
direcionado a um serviço de emergência mais
estruturado.
O motivo para a criação desse modelo é que, em
1976, Jim Styner, um cirurgião ortopédico,
sofreu um acidente com a sua família e notou o
quão precário era o atendimento a vítimas
traumatizadas.
Entretanto, a medicina continua mudando e se
atualizando. Com o passar do tempo para
garantir sempre o melhor tratamento possível as
pessoas.
Por isso, o ABCDE foi repensado e agora recebe
o nome de XABCDE de acordo com a atualização
PHTLS em sua nona edição.
Dessa forma, hoje iremos explicar sobre essa
mudança e o que ela significa para os
profissionais da área da saúde. Vamos lá?
(X) – Exsanguinação
Contenção de hemorragia externa grave, a
abordagem a esta, deve ser antes mesmo do
manejo das vias aérea uma vez que,
epidemiologicamente, apesar da obstrução de
vias aéreas ser responsável pelos óbitos em um
curto período de tempo, o que mais mata no
trauma são as hemorragias graves.
Ex: Amputação de membro inferior, sangramento
intenso, hemorragia grave, com dissecção de artéria
femoral.
(A) – Vias aéreas e proteção da coluna
vertebral
No A, deve-se realizar a avaliação das vias
aéreas. No atendimento pré-hospitalar, 66-85%
das mortes evitáveis ocorrem por obstrução de
vias aéreas. Para manutenção das vias
aéreas utiliza-se das técnicas: “chin lift”:
elevação do queixo, uso de aspirador de ponta
rígida, “jaw thrust”: anteriorização da
mandíbula, cânula orofaríngea (Guedel).
No A também, realiza-se a proteção da coluna
cervical.
Em vítimas conscientes, a equipe de socorro
deve se aproximar da vítima pela frente, para
evitar que mova a cabeça para os lados durante
o olhar, podendo causar lesões medulares.
verificação do funcionamento das vias aéreas
corresponde a segunda etapa.
O socorrista deve avaliar se existe obstrução das
vias aéreas que impedem ou dificulta a
respiração do paciente. Lesões da coluna
cervical, fraturas de face, ruptura da traqueia e
laringe, queda da língua, sangramentos, edemas
e outros problemas que afetem as vias aéreas.
Outra avaliação é se o paciente consegue falar,
existe permeabilidade das vias aéreas.
(B) – Boa Ventilação e Respiração
o socorrista deve analisar se a respiração está
adequada. A frequência respiratória, inspeção
dos movimentos torácicos, cianose, desvio de
traqueia e observação da musculatura acessória
são parâmetros analisados nessa fase.
Para tal, é necessário expor o tórax do paciente,
realizar inspeção, palpação, ausculta e
percussão. Verificar se a respiração é eficaz e se
o paciente está bem oxigenado.
Respiração? como ele respira? é simétrico ou
assimétrico? Bilateral?
(C) – Circulação com Controle de
Hemorragias
A circulação e a pesquisa por hemorragia
são os principais parâmetros de análise. A
maioria das hemorragias é estancada pela
compressão direta do foco. A Hemorragia é
a principal causa de morte no trauma.
Qual tipo de hemorragia? Intensidade? Quantidade de
sangue perdido? Controlo com compressão local?
A diferença entre o “X” e o “C” é que o X se
refere a hemorragias externas, grandes
hemorragias. Já o “C” refere-se a hemorragias
internas, onde deve-se investigar perdas de
volume sanguíneo não visível, analisando os
principais pontos de hemorragia interna no
trauma (pelve, abdômen e membros inferiores),
avaliando sinais clínicos de hemorragia como
tempo de enchimento capilar lentificado, pele
fria e pegajosa...
A contenção de hemorragias é o passo seguinte,
este procedimento é imprescindível, pois a
perda de sangue pode levar o paciente a sofrer
choque hemorrágico e ir a óbito.
Uma manobra muito simples destinada a avaliar
a velocidade de enchimento do leito capilar
superficial após compressão/descompressão da
polpa de um dedo. Fornece rapidamente uma
ideia do volume sanguíneo circulante e permite
avaliar o estado de hidratação do paciente.
Teste de enchimento capilar
Consiste em comprimir a ponta do dedo contra
a unha até esta ficar branca (sem sangue) e
libertar a pressão, após descompressão a
coloração normal deverá aparecer num tempo
inferior a 2 segundos.
Choque Hipovolêmico:
QUAIS SOLUÇÕES EMPREGAR NA
REPOSIÇÃO VOLÊMICA?
O Soro Ringer com Lactato é a solução isotônica
de escolha, contudo, soluções cristaloides não
repõem hemácias, portanto, não recupera a
capacidade de carrear O2 ou as plaquetas
necessárias no processo de coagulação e
controle de hemorragias.
(D) – Disfunção Neurológica
No D, a análise do nível de consciência, tamanho
e reatividade das pupilas, presença de hérnia
cerebral, sinais de lateralização e o nível de
lesão medular são medidas realizadas.
Nessa fase, o objetivo principal é minimizar as
chances de lesão secundária pela manutenção
da perfusão adequada do tecido cerebral.
Importante aplicar a escala de goma de Glasgow
atualizada.
Escala de Coma de Glasgow
Consciente? Inconsciente? Lúcido? Confuso? Não
reagente?
(E) – Exposição Total do Paciente
A análise da extensão das lesões e o controle do
ambiente com prevenção da hipotermia são as
principais medidas realizadas. O socorrista deve
analisar sinais de trauma, sangramento,
manchas na pele etc.
A parte do corpo que não está exposta pode
esconder a lesão mais grave que acomete o
paciente.
Importância:
o protocolo é o método mais utilizado por equipes
de pronto atendimento, socorristas e bombeiros.
Em casos de traumas causados por acidentes ou
violência os primeiros socorros são cruciais para
salvar a vida das vítimas.
Protocolos específicos para não agravar o estado do
paciente são seguidos pelos serviços de urgência e
emergência, durante o socorro. Conduzi-lo o mais
rápido possível à unidade de atendimento (hospital
ou centro especializado).
Hipotermia? Aquecer? Lesões menos importantes?
Fatos não observados? Expor?
O objetivo do protocolo
O objetivo do protocolo XABCDE do trauma é a
estabilização do paciente até a chegada ao
pronto-socorro ou hospital. Com isso, visa-se
reduzir as taxas de mortalidade de vítimas de
traumas.
O método é dividido em seis etapas:
Exsanguination (Exsanguinação), Airway (vias
aéreas), Breathing (respiração), Circulation
(circulação), Disability (incapacidade) e Exposure
(exposição).
Se Liga!!!
É importante entender o protocolo e não pular
nenhuma das partes, pois a sequência e o
conjuntos das etapas são primordiais para a
salvar a vida da vítima, bem como evitar
sequelas.