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Marins Jacob, 2014

O estudo avaliou o hábito de leitura e compreensão de rótulos de alimentos por consumidores em Niterói, RJ, revelando que 61% leem os rótulos, mas apenas 15,5% entendem o percentual de valor diário. Além disso, 54,3% confiam parcialmente nas informações dos rótulos e 74,8% sugeriram melhorias para facilitar a compreensão. Os resultados indicam a necessidade de políticas educativas para aprimorar a comunicação e o uso da rotulagem de alimentos.
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Marins Jacob, 2014

O estudo avaliou o hábito de leitura e compreensão de rótulos de alimentos por consumidores em Niterói, RJ, revelando que 61% leem os rótulos, mas apenas 15,5% entendem o percentual de valor diário. Além disso, 54,3% confiam parcialmente nas informações dos rótulos e 74,8% sugeriram melhorias para facilitar a compreensão. Os resultados indicam a necessidade de políticas educativas para aprimorar a comunicação e o uso da rotulagem de alimentos.
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Artigo

DOI: 10.3395/2317-269x.00203

Avaliação do hábito de leitura e da compreensão da


rotulagem por consumidores de Niterói, RJ
Evaluation of the habit of reading and understanding the label for
consumers Niteroi, RJ

Resumo
Bianca Ramos MarinsI,* A rotulagem de alimentos representa o elo entre o consumidor e o produto, sendo
importante canal de comunicação acerca das características do produto. O presente
Silvana do Couto JacobII
estudo avaliou o hábito de leitura e a compreensão dos rótulos de produtos alimentícios
por frequentadores de supermercados do município de Niterói, RJ, nos meses de setembro
a dezembro de 2003. Foram realizadas entrevistas individuais, sendo usado como
instrumento de estudo um questionário semiestruturado sobre os rótulos, aplicado a 400
indivíduos. Os dados obtidos foram compilados e processados em um banco de dados e
as avaliações estatísticas foram realizadas pelo programa SPSS, versão 10 (p < 0,05). Os
resultados referentes à parte quantitativa do estudo evidenciaram que o hábito de leitura
dos rótulos dos produtos alimentícios é realizado por cerca de 61,0% dos entrevistados;
o Percentual de Valor Diário expresso pela simbologia (%VD) é compreendido por apenas
15,5% na população estudada. Dentre os entrevistados, 54,3% confiam parcialmente nas
informações dos rótulos e 74,8% sugeriram mudanças que poderiam facilitar a compreensão
das informações pelos consumidores. Constatou-se a necessidade de se desenvolver e
aperfeiçoar medidas educativas e políticas públicas na área de comunicação pelos órgãos
de Vigilância Sanitária, visando ampliar o uso da rotulagem de alimentos pelo consumidor.

Palavras-chave: Rotulagem de Alimentos; Cidadão; Informação; Vigilância Sanitária

Abstract
The food label is an important link between consumers and products, and may be used
with important communication channel characteristics of the product. This study was
carried out aiming at evaluating the habit of reading and understanding foodstuffs label
content. The studied population was formed by clients of a supermarket chain located
in the city of Niteroi, RJ, from September to December, 2003. Individual interviews were
carried out (study quali-quantitative) in which was used a questionnaire about the labels
applied to 400 customer. A database was prepared with the compiled results and the
SPSS program (version 10) was used for statistical comparisons. The results regarding the
I
Escola Politécnica de Saúde Joaquim quantitative part of the study showed that 61% of the studied population read the label of
Venâncio, Fundação Oswaldo Cruz food products. Meanwhile, the symbol used to represent percent of daily value (%VD) in
(EPSJV/Fiocruz), Rio de Janeiro, RJ, the nutritional table was understood by only 15.5%. Only 54.3% of this population believed
Brasil
(partially) in the label information and 74.8% of the studied population suggested changes
II
Instituto Nacional de Controle de in labels to facility the understanding. The results obtained clearly showed the urgent
Qualidade em Saúde, Fundação necessity of making easier the information given by labels, through the introduction of
Oswaldo Cruz (INCQS/Fiocruz), Rio
some modifications and also by implementing educative policies to help consumers to
de Janeiro, RJ, Brasil
improve their food habits.

* E-mail: [email protected] Keywords: Food Labeling; Consumer; Legislation; Sanitary Surveillance

Recebido: 13 mar 2014


Aprovado: 09 set 2014

http://www.visaemdebate.incqs.fiocruz.br/ Vigil. sanit. debate 2015;3(3):122-129 | 122


Marins BR; Jacob SC Hábito de leitura da rotulagem de alimentos

INTRODUÇÃO
A preocupação com os hábitos alimentares é crescente e, des- em Balneário de Camboriú, SC, onde os resultados revelaram que
de a década de 1980, a conscientização do público a respeito 49% dos entrevistados disseram ter o hábito da leitura dos rótu-
da relação entre dieta e saúde tem aumentado1. Uma maneira los dos produtos alimentícios. Coutinho & Monteiro2 constataram
adequada de se fazer escolhas alimentares é por meio do uso que 74,8% dos consumidores de supermercados do Plano Piloto
das informações nutricionais dos rótulos de alimentos e bebidas do Distrito Federal disseram ler os rótulos. O mesmo percentual
embaladas2. A rotulagem, além de ser um veículo de comunica- foi obtido em estudo realizado por Santos e Góes16 com consumi-
ção, é o maior elo entre o produtor e o consumidor, e também dores na cidade de Salvador, BA.
pode ser considerada uma grande oportunidade mercadológica3.
Em 2008, estudo realizado com aplicação de questionários em
Estudos frequentemente realizados apontam que os rótulos fo- supermercados na cidade de Natal, RN, com 368 adultos, Sou-
ram relacionados como um dos fatores de influência nas escolhas za et al.17 identificaram que, apesar de 94,6% dos entrevista-
alimentares das pessoas devido à presença das informações nu- dos declararem a consulta aos rótulos e 96,8% considerarem a
tricionais4-9. As informações inerentes a um dado produto, dis- declaração nutricional importante e muito importante, somente
ponibilizadas de maneira clara e exata, tendem a aumentar a 3,8% declararam que compreendiam totalmente estas informa-
credibilidade do produto e possibilitam ao consumidor avaliar se ções. Contudo, a verificação da declaração nutricional com a
o produto atende às suas necessidades nutricionais e alimentares. finalidade de fazer escolhas alimentares mais saudáveis estava
associada de forma mais significativa aos níveis de escolaridade
No Brasil, a regulamentação e padronização de produtos alimen-
e às rendas familiares mais elevadas. Dentre os entrevistados,
tícios ficam a encargo da Agência Nacional de Vigilância Sanitá-
48% declararam que não se sentem motivados à leitura da de-
ria (ANVISA), autarquia subordinada ao Ministério da Saúde; do
claração nutricional, por não terem informação ou compreensão
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); e
suficiente sobre o assunto. Para 44,1% dos entrevistados, a baixa
do Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO), subordinado ao
legibilidade da declaração nutricional é um fator que dificulta a
Ministério da Ciência e Tecnologia. Estes órgãos trabalham de
consulta a tais informações. Ainda de acordo com este estudo,
forma anuente e seguem as recomendações do MERCOSUL.
os dizeres de rotulagem mais consultados são a data de validade
(91,6%) e a marca do produto (49,4%).
No tocante à rotulagem de alimentos, as informações obrigatórias
são definidas pela Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 259,
Em 2012, estudo realizado por Cavada et al.18 junto a 246 con-
de 20 de setembro de 2002 da ANVISA10. Sob encargo desta Autar-
sumidores de uma rede de supermercados na cidade de Pelo-
quia também está a regulamentação da Rotulagem Nutricional e
tas, RS, 48,13% dos entrevistados afirmaram possuir o hábito
Informação Nutricional Complementar, diretrizes dispostas na Re-
de leitura dos rótulos. Dentre aqueles que tinham o hábito da
solução RDC nº 360, de 23 de dezembro de 200311, e na Resolução
leitura ou liam às vezes, 91,96% consideravam esta informação
nº 54, de 12 de novembro de 201212, respectivamente.
importante, sendo que os indivíduos com maior nível de escola-
ridade possuíam maior hábito desta leitura e compreensão das
O cumprimento das determinações legais, além de preservar a
informações. Para os indivíduos que costumavam consultar a ro-
saúde do consumidor, minimiza as barreiras comerciais, favore-
tulagem, 62,07% relataram influência desta no ato da compra.
cendo também o intercâmbio comercial entre as nações. Observa-
As informações mais procuradas referem-se à data de validade
se que as indústrias de alimentos visam a adequar-se às exigências
(69,54%), valor calórico (39,08%) e o tipo e quantidade de gordu-
legais quanto à rotulagem, mas irregularidades ainda são obser-
ra (30,46%), sendo os alimentos mais consultados o leite e seus
vadas, como mostra o estudo que constatou inadequações para as
informações obrigatórias de 201 (53,6%) dos 375 rótulos analisados derivados (71,26%), cereais, pães e grãos (47,70%) e biscoitos/

referentes a dez produtos alimentícios industrializados, como, por bolachas/petiscos (47,70%).

exemplo, ausência do lote, data de fabricação e prazo de valida-


Quanto a estudos internacionais sobre o hábito de leitura da
de, país de origem, números idênticos de registros para produtos
rotulagem nutricional, Guthrie et al.19 observaram que, entre
diferentes e/ou marcas de um mesmo produto13.
os consumidores norte-americanos, 71% dos entrevistados leem

O estudo realizado por Marins et al. 14


com 400 consumidores sempre ou quase sempre as informações nutricionais, sendo ob-

sobre o hábito de leitura e entendimentos das informações da servada uma maior frequência entre as mulheres. Os resultados

rotulagem de produtos alimentícios identificou que os principais de Neuhauser et al.20 constataram que 80% dos norte-america-

problemas na compreensão da rotulagem são o uso da linguagem nos residentes em Washington, EUA declaram ter o hábito de

técnica, como a utilização de siglas e abreviaturas, o excesso de ler a informação nutricional. Recentemente, Fiore21 descreveu,

propagandas veiculadas pelas diversas mídias, a pouca informa- de acordo com sua pesquisa realizada com cerca de 2.200 adul-

ção sobre os componentes alimentares potencialmente alergêni- tos, que a falta de noções básicas sobre nutrição compromete

cos e a pouca legibilidade. o entendimento sobre as informações dos rótulos; metade dos
entrevistados não sabiam quantas calorias deveriam consumir
A evidência do baixo uso da rotulagem pelos consumidores foi evi- diariamente, e 80% não sabiam quanto de gordura, carboidratos
denciada por Felipe et al.15, com consumidores de supermercados ou sódio devem ser consumidos em uma dieta de 2.000 kcal.

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Marins BR; Jacob SC Hábito de leitura da rotulagem de alimentos

Estes estudos retratam a necessidade de medidas corretivas, De acordo com o levantamento, cinco grandes redes de super-
tendo em vista a vulnerabilidade à qual o consumidor está sujei- mercado têm estabelecimentos no município. Entretanto, ape-
to. A falta de informações, informações inadequadas ou erradas nas uma possui filiais em todas as cinco regiões de planejamento,
induzem os consumidores a erros de interpretação, podendo co- razão pela qual esta rede foi escolhida para o estudo. A seleção
locar em risco a sua saúde. As questões que tangem à alimen- dos informantes se deu em obediência à lei de significância esta-
tação não podem ser negligenciadas, principalmente quando se tística e, para tanto, utilizou-se a fórmula adotada por Fonseca
referem aos grupos populacionais específicos que requerem uma e Martins27:
atenção especial.
n = z2 x p x q ,
Desta forma, conhecer o nível de compreensão dos consumido- i2
res sobre os rótulos dos produtos disponíveis no mercado é uma
estratégia do processo comunicativo para o conhecimento dos onde “n” é o tamanho da amostra; “z” corresponde à abscissa
determinantes da alimentação dos indivíduos. da curva normal padrão, fixado um nível de confiança (para 95%,
z = 1,96); “p” é o valor da estimativa da proporção; “q” é o valor
Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar o hábito de leitura de (1-p); e “i” é o erro amostral.
e a compreensão da rotulagem por parte dos consumidores de
Niterói, RJ. A amostra foi definida em 400 informantes, distribuídos pelas fi-
liais das cinco regiões administrativas: 167 na região das Praias da
Baía; 136 na região Norte; 49 na região Oceânica; 43 na região de
Metodologia Pendotiba; e cinco na região Leste. A distribuição do número de
questionários aplicados em cada região de planejamento do muni-
A metodologia utilizada pode ser encontrada na íntegra em Ma-
cípio seguiu o critério de percentual de moradores em cada região.
rins22. O presente trabalho compreendeu um estudo seccional re-
alizado entre os meses de setembro e dezembro de 2003, através
Aplicação do instrumento de levantamento de dados
de uma abordagem quantiqualitativa de investigação, baseada na
aplicação de questionário semiestruturado a 400 informantes, se- A aplicação do questionário aconteceu dentro de cada loja. A
lecionados aleatoriamente entre os consumidores de uma rede de escolha dos informantes foi aleatória, a partir do primeiro con-
supermercados do município de Niterói, região metropolitana do sumidor a passar pelo pesquisador, respeitando-se um intervalo
Estado do Rio de Janeiro (RJ). Os dados apresentados no presente de 2 minutos entre a aplicação de cada um dos questionários e
estudo referem-se aos resultados quantitativos da pesquisa. o direito de recusa de cada entrevistado. Caso aceitasse par-
ticipar, o entrevistado era informado sobre os aspectos éticos
Utilizou-se, como base, parte do questionário empregado por
relacionados àquela pesquisa, em atenção à Resolução nº 196, de
Coutinho e Monteiro2 e outras literaturas científicas16,21,23,24 para
10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde (CNS)28.
melhor adequação das questões. Com base nas respostas e suges-
tões fornecidas na fase preliminar da pesquisa, foram realizadas O questionário foi estruturado com perguntas fechadas, passíveis
as alterações pertinentes na formulação das questões. de quantificação, e abertas. As respostas dadas às perguntas aber-
tas foram transcritas, integral e literalmente, no momento das
A partir das modificações, foi construída uma versão definitiva do
entrevistas. Desta forma, foi possível obter um panorama geral
instrumento de pesquisa. Este foi validado a partir de teste pilo-
da relação do consumidor com os rótulos dos alimentos embalados
to junto a 25 respondentes com diferentes inserções no Instituto
e, ao mesmo tempo, aprofundar questões de caráter qualitativo
Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, sorteados alea-
relacionadas ao entendimento das informações contidas naqueles
toriamente. Este instrumento de estudo foi analisado quanto:
rótulos. Os dados qualitativos encontram-se publicados na revista
categorias e complexidade das questões; adaptação à realidade
Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, SP, no artigo intitu-
sociocultural brasileira; e informações sobre validação25.
lado “Avaliação qualitativa do hábito de leitura e entendimento:
Utilizaram-se, como critério de inclusão nesta pesquisa, os en- recepção das informações de produtos alimentícios”14.
trevistados maiores de 15 anos e alfabetizados. Não foram in-
As respostas foram compiladas em banco de dados (Microsoft
cluídos os indivíduos portadores de deficiências que pudessem
Access 2000) desenvolvido para atender os objetivos da pesqui-
dificultar a comunicação entre o entrevistado e o entrevistador.
sa. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o progra-

Área e grupo de estudo ma estatístico SPSS, versão 10.0. A associação entre as variáveis
estudadas foi verificada pelo teste Qui-quadrado (p < 0,05).
O município de Niterói pertence à Região Metropolitana do Rio
de Janeiro. Limita-se ao norte com o município de São Gonçalo,
Resultados e Discussão
a leste com o município de Maricá, ao sul e a oeste com o Oceano
Atlântico. Possui uma extensão total de 131,8 km2 e 48 bairros Perfil socioeconômico da população
distribuídos em cinco regiões de planejamento organizacional:
Praias da Baía, Norte, Oceânica, Pendotiba, Leste. Niterói tem O perfil socioeconômico da população estudada foi na maioria
aproximadamente 490 mil habitantes26. mulher em fase economicamente ativa (21 a 40 anos); 53,3% dos

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Marins BR; Jacob SC Hábito de leitura da rotulagem de alimentos

entrevistados declararam-se casados, possuíam nível médio e não ter interesse; 10,3% disseram que as informações não são
ocupação remunerada. Este perfil atendeu as condições mínimas legíveis; e 8,3% deram outras justificativas, tais como: confiança
para o uso e entendimento das informações descritas na rotula- na marca, não acreditar nas informações, não terem sido edu-
gem de alimentos. cados para ler os rótulos ou não souberam responder (Tabela 2).

Comportamento da população estudada referente à rotulagem Considerando os entrevistados que não têm hábito de ler os ró-
de produtos alimentícios tulos, a alegação mais citada foi porque normalmente compram
o mesmo alimento e já têm conhecimento das informações de-
Em relação ao hábito de leitura dos rótulos dos produtos alimen- sejadas, seguida pelos motivos de não ter interesse e de que as
tícios, os resultados revelaram que 244 (61,0%) consumidores informações não são legíveis (Tabela 2). No estudo realizado por
entrevistados relataram possuírem este hábito. Considerando os Coutinho e Monteiro2, 49,2% dos entrevistados também disseram
sexos, 64,1% das mulheres e 53,1% dos homens disseram ter o que por comprarem sempre o mesmo alimento já conhecem as
hábito de leitura dos rótulos. De acordo com as avaliações es- características do produto.
tatísticas (p < 0,05), pode-se observar que as mulheres exercem
mais este hábito quando comparadas aos homens. Um dado do estudo que chama a atenção foi o desinteresse pela
leitura dos rótulos por 14,7% dos entrevistados; talvez esta evi-
O hábito de leitura dos rótulos ainda é uma prática exercida
dência possa ser explicada, em parte, pela falta de entendimen-
por grupos populacionais específicos, com os mais diferenciados
to ou pela descrença dos consumidores quanto à veracidade das
interesses, tais como escolhas mais saudáveis e necessidades fi-
informações neles contidas. A descrença dos consumidores pode
siológicas e/ou metabólicas, entre outras. Mermelstein29 ressalta
ser justificada, pois estudos atestam que as informações descri-
a necessidade de incentivar o hábito de leitura dos rótulos e, ao
tas nos rótulos não condizem com as características do produto.
mesmo tempo, usá-los como uma forma de educar os consumi-
O estudo de Souza et al.17 sobre as motivações elencadas para
dores. Corroborando, Levy e Fein descrevem que os consumi-
7

não consultar a declaração nutricional apontou que 36% dos en-


dores que habitualmente consultam os rótulos são capazes de
trevistados alegaram a falta de hábito e interesse; 30,7% não
entendê-los facilmente, estabelecem comparações entre produ-
tinham tempo; 5% responderam que não faziam dieta alimentar;
tos quanto às quantidades de nutrientes, tendo maior percepção
3,9% relataram não confiar na declaração nutricional; e 3% disse-
quanto às alegações nutricionais e avaliando se as recomenda-
ram que o rótulo é ilegível.
ções dietéticas do produto são consistentes.

Os resultados corroboram com diversos estudos em diferentes Quanto à opinião dos consumidores referente à importância
cidades do Brasil15-18. Os dados obtidos através dos estudos na- exercida pela rotulagem (Tabela 3), a maioria dos consumido-
cionais retratam que as informações contidas nos rótulos dos res considera que a principal função da rotulagem dos produtos
produtos alimentícios pouco adiantam se os consumidores não as alimentícios é descrever sobre a composição dos ingredientes
entendem ou não sabem como usá-las. (42,8%), 19,8% declaram serem importantes as informações so-
bre prazo de validade, registro, lote, endereço do fabricante e a
No presente estudo, 64,8% dos entrevistados declararam ler conservação do produto, enquanto 13,0% opinaram sobre o con-
sempre a informação nutricional, sendo a leitura referente à teúdo nutricional. Os consumidores que responderam “outros”
composição dos ingredientes uma informação habitualmente são os que demonstraram opiniões diversas. Uns mencionaram
lida por 57,8% dos entrevistados. De acordo com a Tabela 1, po- que os rótulos não exercem função; outros relataram que servem
demos constatar que as mulheres leem significativamente mais para a fiscalização; outros, ainda, que evitam contaminação, po-
(p < 0,01) estas informações (informação nutricional e composi- dem identificar a marca ou o tipo de produto embalado; e alguns
ção dos ingredientes) quando comparadas aos homens (70,4% e consumidores não souberam responder.
62,4%, respectivamente).
Contradizendo os dados encontrados do presente estudo, Oli-
Outro dado do presente estudo evidenciou que, dentre os consumi- veira & Marucci apud Souza et al.17 e Cavada et al.18 apontam
dores com hábito de ler os rótulos (61,0% da população estudada),
que atualmente, é difícil encontrar um consumidor desatento
36,9% apenas lê o rótulo quando não conhece o produto em questão.
quanto à data de validade, sendo este item mais facilmente

Este fato comprova que a utilização da informação disponibili-


zada pela rotulagem não se dá de forma constante e que este
Tabela 1. Relação entre o hábito leitura da composição dos ingredientes
“hábito” para o consumidor está caracterizado de forma espo- e a informação nutricional da rotulagem de alimentos e o sexo da
rádica. Resultado similar foi descrito no estudo de Morreale e população estudada.
Schwartz30, onde foi comprovado que o hábito da consulta aos Composição dos
Informação nutricional
ingredientes
rótulos ocorre mais frequentemente quando o produto é com-
Normalmente lê
Sexo (%) Sexo (%)
prado pela primeira vez.
Masculino Feminino Masculino Feminino
Os entrevistados que não tem o hábito de ler os rótulos, Sim 46 62,4 50,4 70,4
55,1% alegaram que normalmente compram o mesmo alimento e Não 54 37,6 49,6 29,6
já tem conhecimento das informações desejadas; 14,7% disseram p < 0,01

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Marins BR; Jacob SC Hábito de leitura da rotulagem de alimentos

Tabela 2. Razões ou motivos alegados pelos consumidores para não consultarem a rotulagem de alimentos.
Frequência
Itens
Nº %
Normalmente compra o mesmo alimento e já sabe quais são as informações nutricionais e as informações gerais 86 55,1
Leva muito tempo para ler 10 6,4
Prefere ter informações de outras fontes 4 2,6
Não tem interesse em ler 23 14,7
É muito difícil de ler e\ou entender 2 1,3
Realmente não sabe o que fazer com as informações - -
A informação não é apresentada da mesma forma de um produto para o outro 1 0,6
A informação não está sempre presente nos produtos 1 0,6
As informações não são legíveis 16 10,3
Outros 13 8,3
Total 156 100,0

compreendido pela população, enquanto o nome e o endereço Entretanto, para que os consumidores se beneficiem da rotula-
do fabricante são considerados informações menos relevantes. gem nutricional, o primeiro passo é entendê-la corretamente19.

A busca desenfreada por dietas saudáveis faz com que o alvo O aprimoramento das informações vinculadas pela rotulagem de
do problema ou da solução seja sempre o alimento que se está alimentos pode representar um aliado na prevenção de doen-
ingerindo, muitas vezes valorizando-se em demasia um determi- ças relacionadas à obesidade e à hipertensão, entre outros, na
nado componente de certo produto, quando se sabe que o mais medida em que possibilita ao consumidor (quando devidamente
importante é o equilíbrio da dieta como um todo, não só em orientado) comparar o conteúdo nutricional com relação às por-
relação aos nutrientes, mas também à sua forma de preparo31. ções de consumo diário na composição de uma dieta saudável e
dentro das recomendações consideradas adequadas3.
O interesse por parte dos consumidores quanto ao uso dos ró-
tulos pode também estar associado ao interesse em verificar O presente estudo evidenciou que 65,3% dos consumidores de-
a composição dos ingredientes em um produto ou estabelecer clararam que entendem, de maneira geral, as informações conti-
comparações entre produtos diferentes, como discutido por Der- das nos rótulos dos alimentos, não havendo diferença estatística
by e Fein32. Em estudo realizado por Sloan24 com uma população (p < 0,05) com relação ao sexo, faixa etária e estado civil.
norte-americana, 68% dos entrevistados sempre verificam os ró-
tulos com o intuito de saber se há presença de aditivos e conser- O estudo também avaliou a compreensão sobre o significado das
vantes, devido a controvérsias encontradas nos anos de 1970 e unidades usadas para definir o valor calórico (Kcal) e o percentu-
1980 sobre a presença destes nos alimentos. al de valor diário (%VD). Para o símbolo Kcal, 66,0% dos entrevis-
tados tinham noção do significado desta expressão; entretanto,
A função da rotulagem como veículo para esclarecer sobre a in- apenas 15,5% souberam dizer o significado para o símbolo %VD.
formação nutricional é o item que ocupa a terceira posição na
opinião dos consumidores. Esta informação tem um caráter ímpar, De acordo com os resultados obtidos, o símbolo Kcal é mais di-
na medida em que consumidores mais conscientes sobre a relação fundido entre os consumidores, talvez por estar relacionado a
entre ingestão de certos nutrientes com doenças crônicas podem campanhas na mídia, com frequente associação, na maioria dos
modificar seus hábitos alimentares e reduzir possíveis riscos33. casos, à necessidade da ingestão de alimentos hipocalóricos.

Tabela 3. Opinião da população estudada quanto à função principal da rotulagem de alimentos.


Frequência
Itens
Nº %
Composição dos ingredientes 171 42,8
Informação nutricional 52 13,0
Data de fabricação, validade, registro, lote endereço do fabricante, conservação do produto 79 19,8
Modo de preparo 6 1,5
Vantagem que o produto faz para saúde 18 4,5
Induzir a compra 34 8,5
Comparar com outro produto 5 1,3
Outros 35 8,8
Total 400 100,0

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Marins BR; Jacob SC Hábito de leitura da rotulagem de alimentos

Tabela 4. Relação do grau de confiança das informações descritas na rotulagem de alimentos com o hábito de leitura da população estudada.
Hábito de leitura
Grau de confiança Sim Não Total
Nº % Nº % Nº %
Confia completamente 56 23,0 22 14,1 78 19,5
Confia parcialmente 131 53,7 86 55,1 217 54,3
Não confia 54 22,1 42 26,9 96 24,0
Não soube 3 1,2 6 3,8 9 2,3
Total 244 100,0 156 100,0 400 100,0%
p < 0,05

Este resultado está concordante com o estudo de Coutinho e simples; veracidade da declaração; e maior fiscalização pelos
Monteiro2, onde 94% da população estudada declararam já ter órgãos competentes.
tido contato com itens da rotulagem nutricional, apesar da com-
preensão de termos importantes terem sido bastante deficien- Em relação ao grau de confiança das informações veiculadas nos
tes, sendo a maior dificuldade o entendimento referente à “por- rótulos verificamos um percentual relativamente baixo. Ape-
ção” e “valor diário de referência” do nutriente. nas, 19,5% dos entrevistados disseram confiar completamente,
54,3% confiam parcialmente e 24,0% disseram não confiar; a estes
Em estudo realizado em Washington por Neuhauser et al.20, a últimos foram perguntado os motivos descritos pelos consumido-
dificuldade em compreender o significado de %VD também foi res para não acreditarem nos rótulos e as principais justificativas
evidenciada, pois menos de 39% dos entrevistados que disseram foram: por acreditarem que a rotulagem é um instrumento de
ler os rótulos usam esta informação. marketing; os rótulos não são fiscalizados pelas autoridades com-
petentes; a descrição da rotulagem não condiz com o produto;
No presente estudo, apesar de 65,3% dos entrevistados relatarem
as informações são manipuladas, falsas ou omitidas (Tabela 4).
que compreendem de forma geral as informações descritas pelos
rótulos, itens como o percentual de valor diário (%VD) ainda tra- Esta pouca credibilidade do consumidor atribuída à rotulagem
zem muitas dificuldades para o consumidor. O não entendimento de alimentos foi justificada pelo uso do rótulo com finalidades
deste item pode comprometer toda a percepção do consumidor mercadológicas. Outros estudos constataram que a rotulagem
em relação à tabela nutricional e, neste caso, pode transformar funciona como um poderoso instrumento de marketing no pro-
este importante instrumento de informação nutricional em um cesso de comercialização de bens de consumo3, e este exerce
instrumento figurativo e sem aplicação para a obtenção de bons influência sobre os hábitos alimentares, na medida em que se
hábitos alimentares. Este fato retrata a necessidade de medidas estimula o consumo de novas marcas e novos produtos22. No en-
que visem à divulgação das informações sobre a rotulagem de tanto, Celeste4 ainda enfatiza que o uso da propaganda está di-
alimentos, principalmente para aqueles que necessitam de dieta recionado para ressaltar apenas uma característica do produto,
alimentar específica. geralmente sobre calorias, gorduras e açúcares, e tal fato não
auxilia na escolha do produto mais balanceado.
Na tentativa de apontar alternativas para tornar a rotulagem
de alimentos mais compreensível pelo consumidor, capaz de ga- Tendo em vista que a publicidade pode induzir e/ou ratificar ten-
rantir o direito à informação, foi pedido aos entrevistados que dências de consumo, Henriques et al.34 ressaltam que a informa-
sugerissem estratégias para melhorar a formatação da rotula- ção clara e adequada sobre os riscos do consumo exagerado de
gem. A adoção destas sugestões talvez reduza as dificuldades determinados produtos alimentícios pode contribuir para hábitos
na compreensão da rotulagem, também podendo estimular o alimentares mais saudáveis; por isso, considera-se necessário o
consumidor a ler os rótulos. Este incentivo talvez possa repre- desenvolvimento de políticas de segurança alimentar e nutricio-
sentar uma boa estratégia na construção de uma política de nal que regulem a publicidade de alimentos.
educação alimentar. Dentre os entrevistados, 74,8% sugeriram
mudanças e as mais frequentes foram: obrigatoriedade da in- Desmistificar o uso da rotulagem, tornando-a mais acessível ao
formação nutricional; informações legíveis; objetivas; expres- consumidor, é uma atribuição do Poder Público, desenvolvendo
sas em português; proibir o uso de siglas e/ou abreviações; li- políticas públicas que visem auxiliar a compreensão das infor-
mitar o uso de propagandas. mações pelos consumidores, além de exigir das indústrias ali-
mentícias o cumprimento das diretrizes legais e disponibilizar ao
No estudo de Souza et al.17 os consumidores sugeriram como
consumidor rótulos legíveis, objetivos e fidedignos.
medidas de intervenção, capazes de melhorar a compreensão
da declaração nutricional, a orientação realizada por profis-
sionais qualificados nos supermercados, por parte dos estabe- Conclusão
lecimentos e fabricantes de produtos; a divulgação na mídia
sobre a importância e a finalidade da informação nutricional; A partir dos dados obtidos no estudo, 61,0% dos entrevistados
aumentar a legibilidade; linguagem mais acessível, popular e relataram ter o hábito de ler os rótulos dos alimentos. Contudo,

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apenas 42,8% dos consumidores relataram que a principal função nutricionais veiculadas na rotulagem e como utilizá-las na
da rotulagem é descrever a composição dos ingredientes. Estes seleção de alimentos.
resultados refletem que, entre os consumidores estudados, exis-
te um alto interesse em conhecer as informações referentes ao Desta forma, além do direito ao acesso a uma alimentação sau-
alimento a ser consumido. dável, esta deve ser nutricionalmente equilibrada quantiquali-
tativamente, aspecto este subsidiado pela melhor utilização das
Em relação ao grau de confiança, 54,3% dos entrevistados informações da rotulagem de alimentos.
relataram confiar parcialmente nas informações da rotula-
gem por acreditarem que estas se afinam aos interesses mer- Ressaltamos que os aspectos evidenciados neste estudo não de-
cadológicos. Contudo, esta percepção pretere a função da vem ser extrapolados a toda população brasileira, mas recomen-
rotulagem de alimentos, que é a de subsidiar escolhas cons- da-se a elaboração de outros estudos.
cientes, seja em decorrência das necessidades nutricionais
Para a definição de políticas de promoção para uma alimentação sau-
e/ou alimentares.
dável, com vias de estimular os consumidores a exercitarem o hábito
Dentre os entrevistados, apenas 15,5% tinham noção do sig- de leitura dos rótulos é necessário desenvolver estratégias de edu-
nificado da simbologia %VD. Esta baixa habilidade em utili- cação e comunicação baseadas nos anseios e necessidades dos con-
zar esta informação pode dificultar a escolha dos alimen- sumidores. Caso contrário, a definição destas estratégias podem ser
tos de forma criteriosa. De acordo com a Política Nacional prescritivas e comportamentais. Assim, tornam-se necessários maio-
de Alimentação, o governo deve promover ações para au- res esforços para se estudar a percepção e recepção das informações
mentar o conhecimento da população sobre as informações da rotulagem de alimentos por parte dos consumidores brasileiros.

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Agradecimentos
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) como órgão de fomento; ao Programa de Pós-Graduação em
Vigilância Sanitária de Produtos do INCQS/FIOCRUZ; aos Diretores da Rede de Supermercados onde o estudo foi realizado; a Rodrigo
Costa Martins pela confecção do banco de dados; ao professor Licínio Esmeraldo da Silva, MSc do Instituto de Matemática — Departa-
mento de Estatística da Universidade Federal Fluminense, pela avaliação do cálculo amostral; e ao Doutor Armando Meyer, professor
da Faculdade de Medicina e do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pelo auxílio
na avaliação estatística dos resultados.

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