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Roubo Digital Histórico Traz Mais Perguntas Que Respostas - 06-07-2025 - Ronaldo Lemos - Folha

O Brasil sofreu o maior ataque digital da história, resultando no desvio de quase R$ 1 bilhão do Sistema de Pagamentos Brasileiro. A prisão de um funcionário da empresa C&M, que forneceu credenciais de acesso aos hackers, levanta questões sobre falhas de segurança e a falta de protocolos adequados. O incidente destaca a negligência em cibersegurança no país e a necessidade urgente de melhorias nos sistemas de proteção.

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Roubo Digital Histórico Traz Mais Perguntas Que Respostas - 06-07-2025 - Ronaldo Lemos - Folha

O Brasil sofreu o maior ataque digital da história, resultando no desvio de quase R$ 1 bilhão do Sistema de Pagamentos Brasileiro. A prisão de um funcionário da empresa C&M, que forneceu credenciais de acesso aos hackers, levanta questões sobre falhas de segurança e a falta de protocolos adequados. O incidente destaca a negligência em cibersegurança no país e a necessidade urgente de melhorias nos sistemas de proteção.

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7/7/25, 6:12 AM Roubo digital histórico traz mais perguntas que respostas - 06/07/2025 - Ronaldo Lemos - Folha

Roubo digital histórico traz


mais perguntas que respostas
- 06/07/2025 - Ronaldo
Lemos - Folha
Prisão de um suspeito do ataque hacker
é explicação insuficiente
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O país acabou de sofrer o maior ataque digital


da história. Perto de R$ 1 bilhão foi desviado. A
ação atingiu o coração do SPB (Sistema de
Pagamentos Brasileiro), que são as contas
reserva que as instituições financeiras mantêm
diretamente junto ao Banco Central.

Quando transferimos dinheiro para alguém,


nossa conta bancária é uma abstração. As
transferências de fato são feitas entre
instituições financeiras, usando as contas
reserva. Apura-se quanto cada uma recebeu ou
dela saiu, faz-se a compensação e os valores são
então efetivamente transferidos. Foram contas
como essas que o bandido atacou.

Na semana passada a Polícia Federal prendeu


um suspeito de participar do ataque. Trata-se de
um funcionário administrativo da empresa C&M,
que presta serviços para bancos pequenos e
médios. A empresa é credenciada justamente

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7/7/25, 6:12 AM Roubo digital histórico traz mais perguntas que respostas - 06/07/2025 - Ronaldo Lemos - Folha

para intermediar o acesso deles com o Banco


Central, permitindo que operem o Pix e TEDs por
meio de suas contas reserva.

O funcionário teria recebido R$ 15 mil para


fornecer sua credencial de acesso para os
bandidos (tal como login e senha). De posse da
credencial, os bandidos entraram no sistema da
C&M e acessaram as contas reserva mantidas no
Bacen por clientes da empresa. Tudo resolvido e
situação explicada, certo?

Nada disso. Essa explicação é insuficiente. Ela


levanta mais perguntas do que respostas. E pior.
Se for verdadeira, é um sinal de alerta de que
algo vai muito mal. A primeira questão é: como
um funcionário administrativo tem uma
credencial que permite movimentar centenas de
milhões de reais? Isso em si já é uma falha
grave.

A segunda pergunta é se a C&M não usava um


sistema de Multisig, que exige múltiplas
assinaturas de pessoas diferentes para que
transações dessa magnitude sejam completadas.
Essa é uma prática básica para esse tipo de
operação.

Outra questão é quantos fatores de autenticação


eram necessários para acessar essa credencial.
Dois, três, quatro? Ela exigia biometria,
impedindo que fosse transferida a outra pessoa?
A credencial era criptografada, ou possuía um
item de hardware para certificar o acesso? Tudo
isso são itens elementares, primários até, de
cibersegurança que deveriam estar presentes.

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7/7/25, 6:12 AM Roubo digital histórico traz mais perguntas que respostas - 06/07/2025 - Ronaldo Lemos - Folha

E a pergunta mais relevante: por que o sistema


não alertou e bloqueou essas ações totalmente
fora do padrão, realizadas inclusive durante a
madrugada? Caro leitor, experimente acordar às
4 da manhã e enviar um Pix de R$ 5 mil da sua
conta. O sistema do seu banco provavelmente irá
impedir que isso aconteça. Como o sistema
interbancário não percebeu a movimentação
anômala, e a congelou na raiz? Que tipo de
auditoria e padrões de segurança o Bacen aplica
para empresas como a C&M e outras integrantes
do SPB?

Ironicamente, foi uma startup de criptomoedas


que deu o alarme. O bandido tentou transferir R$
6 milhões para ela de madrugada. A empresa
detectou a anomalia, bloqueou os fundos e
começou a avisar as instituições financeiras.

Tudo isso mostra que cibersegurança é um


assunto negligenciado no Brasil. Não dá mais
para ser assim.

Já era – roubar bancos fisicamente

Já é – epidemia de golpes com números de


celular forjados

Já vem - ataques crescentes à cadeia de


fornecedores ("supply chain attacks")

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