Avaliação Dos Resultados em Reconstruções de Orelha Por Defeito Congênito Ou Trauma
Avaliação Dos Resultados em Reconstruções de Orelha Por Defeito Congênito Ou Trauma
LapinTGAF
Franco FS et al.
et al.
SUMMARY
Introduction: Congenital and acquired auricular deformities present considerable functio-
nal and psychological loss to the patient. The Auricular Reconstruction (AR) is a complex
procedure that demands high technical skills and brings difficulties in order to obtain ac-
ceptable results. Objective: Evaluate the results after AR in congenital and trauma acquired
auricular deformities. Method: It was considered 19 patients in two groups: Microtia Group
(MG) with 10 cases and Trauma Group (TG) with nine cases. The results were evaluated
by three methods: (1) patient self-evaluation graded from 1 to 5 in pre and post operative
moments, (2) evaluation graded from 1 to 5 by two plastic surgeons following six technical
aspects and (3) incidence of complications. Results: the self-evaluation in pre and post
operative moments presented in MG grades 2.4 and 4.3, and in TG grades 1.66 and 3.77,
Trabalho realizado no HC- respectively. The evaluation from specialists had a mean grade among all technical aspects
UNICAMP, Campinas, SP. of 3.86 in MG and 3.71 in TG. It happened three complications in MG and two complica-
Trabalho apresentado para tions in TG, with one total failure in each group. Conclusion: AR present complications
obtenção do título de membro that can be effectively treated in most occurrences. AR is a complex surgery, but throught
titular da Sociedade Brasileira de
Cirurgia Plástica.
rigorous execution of the chosen technique, can offer good technical results, bringing back
the patient self-esteem and helping with his social reintegration.
Artigo recebido: 1/10/2009
Artigo aceito: 30/1/2010 Descriptors: Acquired ear deformities. External ear/surgery. Ear auricle.
foram incluídos sem distinção, para reconstrução total ou cirúrgico foi dedicada uma ficha que incluia detalhes da
parcial da orelha, conforme indicação. técnica utilizada, como tipo de retalho, tipo de enxerto, área
Foram excluídos pacientes sem condições clínicas para a doadora, complicações transoperatórias (como pneumo-
cirurgia, com malformações cardíacas, renais ou esqueléticas, tórax), uso de pontos captonados e de drenos.
assim como portadores de doenças infecto-contagiosas, com Ficha 3 – Evolução: essa ficha incluia anotações da
expectativas pouco realistas, ou déficit cognitivo segundo evolução pós-operatória, como complicações e curativos.
avaliação do autor em consulta individual e com acompanhante No final dessa ficha, foram incluídas sete questões com
responsável. Defeitos auriculares onde só havia indicação de notas de 1 a 5, que foram completadas ao fim de todos os
reconstrução de partes moles, sem enxertos de cartilagem, tempos cirúrgicos. A primeira questão foi respondida pelo
foram excluídos. Pacientes abaixo de 7 anos, com circunfe- paciente, graduando sua satisfação com sua aparência no
rência torácica menor de 60 cm, portadores de quelóide em pós-operatório. Da segunda a oitava questões, dois cirurgiões
cicatrizes anteriores e com malformação auricular iatrogênica
plásticos avaliaram aspectos técnicos do resultado por meio
ou oncológica também foram excluídos (Quadro 1).
de fotos pós-operatórias.
Procedimento cirúrgico
Quadro 1. Critérios de inclusão e exclusão no estudo. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo
Critérios de Inclusão Critérios de Exclusão Microtia (GM) e Grupo Trauma (GT). Ambos os grupos
Defeitos maiores que 30% Defeitos onde não há indicação poderiam se submeter à Reconstrução Total de Orelha (RTO)
em relação a uma orelha de enxerto de cartilagem; ou Reconstrução Parcial de Orelha (RPO), conforme indi-
normal; Defeitos exclusivos do terço cação médica.
Defeitos de hélice maiores inferior da orelha; Todas as RTO seguiram os princípios gerais da técnica de
que 4 cm; Contra-indicações clínicas; Nagata13-16, em dois tempos cirúrgicos. No primeiro tempo,
Exames laboratoriais Doença infecto-contagiosa; realizou-se a ressecção de quaisquer resquícios de cartilagem
normais; Malformações cardíacas, malformada (no caso de defeitos congênitos) e preparou-se
Pacientes hígidos; renais ou esqueléticas; uma bolsa cutânea de pele glabra mastóidea, com uma incisão
Todas as raças; Déficit cognitivo; em “W”, deixando sempre que possível o retalho pedicu-
Todos os gêneros. Expectativas não realistas; lado também num ponto distal para amenizar problemas de
Idade menor que 7 anos; vascularização. Tal pedículo distal era posicionado na futura
Circunferência do tórax menor incisura intertrágica, associando o encaixe do esqueleto
que 60cm; cartilaginoso ao bolso cutâneo (Figura 2).
Presença de quelóide em Foram utilizadas quatro costelas (da sexta à nona
cicatrizes anteriores; costelas se necessário) para esculpir um esqueleto cartila-
Defeito auricular iatrogênico; ginoso auricular com todas as estruturas, inclusive o tragus,
Defeito auricular oncológico. com empenho numa boa projeção e estabilidade da peça
(Figura 3).
A sincondrose da sexta e sétima costelas formava a base
Coleta dos dados do esqueleto, já com os pontos de encaixe das estruturas
Todos os dados foram coletados em ficha de atendimento restantes. A oitava costela formava a hélice e a crus da
específica, codificada e elaborada previamente ao estudo. hélice. A nona costela formava a antihélice, a crus supe-
Essa ficha foi dividida em 3 momentos: rior e a inferior. Fragmentos da sétima e oitava costelas
Ficha 1 – Primeiro atendimento: foram considerados formavam a incisura intertrágica e o tragus, quando neces-
dados gerais como idade, gênero, raça; origem da deformi- sário (Figuras 4 e 5).
dade como traumática, congênita, iatrogênica ou oncológica; Essa peça modelada era introduzida na bolsa cutânea de
classificação, no caso de congênita, ou a forma exata da pele mastóidea e, com o auxílio de pontos captonados, se
malformação (em desenho padronizado) nos outros casos. acomodava sobre os relevos esculpidos delineando a neo-
Tentativas de outras reconstruções e antecedentes gerais orelha (Figura 6).
também foram avaliados. Ao fim do questionamento, foi No segundo tempo, após seis meses, o contorno posterior
proposto o tratamento e o número de tempos cirúrgicos. da neo-orelha era seccionado e dissecado acima da fáscia
Essa ficha incluia uma nota geral, de 1 a 5, dada pelo próprio temporal superficial (Figura 7), elevando a neo-orelha o
paciente para avaliar o grau de satisfação com sua aparência necessário para se ajustar a um suporte de cartilagem em
no pré-operatório. “meia lua” (um “calço”), que manterá a projeção anterior
Ficha 2 – Descrição transoperatória: para cada tempo da neo-orelha.
Pós-operatório
Os pacientes ficaram de 1 a 2 dias internados e foram
liberados com retornos semanais na primeira quinzena e
mensais após. Sempre que necessário, os retornos foram mais
frequentes para melhores cuidados.
Figura 6 – Mesmo paciente em pré e pós-operatório de 1º tempo Figura 10 – Transoperatório de 2º tempo de RTO, mostrando a boa
de RTO segundo técnica descrita. projeção anterior da neo-orelha e a cobertura cutânea posterior
com enxerto de pele total.
RESULTADOS
100
Masc
90 100%
80
70
Masc
60 73,7%
50
40 Fem Masc
50% 50%
30
20 Fem
26,3%
10
0%
0
GG GM GT
100
60
55 55 90
50 22,26 anos 30,8 anos 80
70
40
60
30 50
25 40 Dir Dir
26 70% 66,6%
20 14,5 anos
30 Esq
Esq 33,3%
20 Dir Esq
10 68,4% 31,6%
30%
8 10
8
0 0
GG GM GT
GG GM GT
Figura 18 - Distribuição por tipo de trauma no GT. Figura 19 - Distribuição por indicação cirúrgica.
DISCUSSÃO
O gênero masculino prevaleceu no GG devido à influência sendo o GM, devido a uma maior proporção de RTO, com 2,3
do GT, onde todos os pacientes são masculinos. Nesse grupo tempos em média e o GT, com maior proporção de RPO, com
especula-se que a totalidade de homens está ligada à maior 1,88 tempos em média. Vale ressaltar que, no GT, três casos
exposição ao trauma em trabalhos braçais, ao risco no trânsito foram resolvidos em apenas um tempo cirúrgico devido à boa
e a desentendimentos sociais. Apesar da literatura mostrar elasticidade do retalho para recobrir o enxerto de cartilagem,
as microtias com uma prevalência de dois homens para 1 que permitiu boa projeção da orelha após a primeira cirurgia,
mulher, o GM mostrou a mesma proporção, com metade de não necessitando de uma segunda.
cada gênero. Quanto às complicações, o GG apresentou cinco casos.
A orelha mais atingida foi a direita, tanto no GM, como Dois casos do GM foram resolvidos com rotação de retalhos
no GT. As microtias são de fato mais prevalentes à direita, em um tempo cirúrgico extra, para cobertura da pele necro-
como relata Brent, em 1999, que demonstrou uma frequência sada que expunha o esqueleto cartilaginoso. Um possível
de 63,1% de microtias direitas dentre seus 1200 casos7. No erro técnico explica o problema nesses casos, já que o
entanto, o predomínio de 66,6% de traumas à direita no GT retalho cutâneo era virgem de cicatrizes e supostamente bem
pode ter relação com o lado dominante de cada indivíduo ou irrigado. A terceira complicação do GM foi reabsorção da
ser simplesmente coincidência. cartilagem, com grande perda de resultado. Esse caso foi
Exceto pelos dois casos de mordida, onde a hélice foi de insucesso e será necessário recomeçar o processo de
lesada na forma de uma “meia-lua”, o GT mostrou lesões RO. Explica-se esse caso com uma infecção crônica subclí-
que acometiam toda a metade superior da orelha, em geral nica, ou instabilidade na fixação das partes do esqueleto de
preservando a região da concha e a hélice em seu terço cartilagem, que podem promover uma reabsorção atípica.
médio. Os traumas automobilísticos mostraram as lesões Já no GT, um dos casos de necrose também foi facilmente
mais graves, com traumatismo craniano associado, além de resolvido num tempo cirúrgico extra, enquanto o outro caso
múltiplas cicatrizes em região mastóidea. apresentou grande perda de cobertura e, apesar da tentativa
Na técnica cirúrgica das RTO para o GM, seguiram-se os de rodar retalhos locais, houve infecção e perda de todo
princípios de Nagata13-16, começando pela sua classificação esqueleto da neo-orelha, sendo necessário recomeçar a RO
cirúrgica em microtias do tipo lobular, tipo concha resquicial após recuperação. A presença de extensas cicatrizes decor-
e tipo concha normal. Essa classificação é de fácil utilização rentes do trauma certamente prejudicou a irrigação cutânea
e direciona o uso das variações técnicas preconizadas por da pele mastóidea nesse caso e pode ser a causa de necrose
Nagata. Em todas as RTO, esmerou-se pela reconstrução de tão extensa. No entanto, cicatriz na área mastóidea não deve
todas as estruturas auriculares, inclusive o tragus e a crus ser considerada contraindicação para a RO, que pode chegar
da hélice, estruturas frequentemente relegadas ao segundo a resultado satisfatório (Figura 23), apesar de exigir maiores
plano, segundo Nagata. No GM, apenas em um caso realizou- cuidados na dissecção do retalho cutâneo, assim como orien-
se RPO, devido à malformação apenas do pólo mais superior tação adequada do paciente sobre os riscos no pré-operatório.
da orelha desse paciente. Uma intercorrência relevante, apesar de não ser conside-
No GT, os 66,6% de RPO foram para reconstrução de rada complicação, é a presença de pêlos sobre a neo-orelha
terço médio e superior, exceto pelos dois casos de mordidas, (Figura 24). Isso se deve à baixa linha do cabelo, no caso das
onde 3 a 4 cm da hélice precisaram de reconstrução. Um microtias, ou à insuficiência de pele mastóide glabra para
enxerto de cartilagem recoberto por um retalho cutâneo foi
escolhido para todas as RPO. Apesar de existirem alterna-
tivas de RPO utilizando-se enxertos compostos ou apenas
retalhos cutâneos sem cartilagem, optou-se nesse estudo
por uma reconstrução mais complexa, porém de resultado
mais previsível, já que as retrações cicatriciais de partes
moles podem danificar irremediavelmente reconstruções
mais simples6. Para isso observou-se a técnica conhecida por
“túnel de Converse”, onde um túnel ou ponte de subcutâneo,
bipediculado entre o mastóide e o defeito da orelha serve de
cobertura para o enxerto de cartilagem (costal ou conchal)
que corrige o defeito6.
Os tempos cirúrgicos necessários para a finalização dos
casos foram dentro do esperado. Tanzer preconizava uma RTO Figura 23 – Pré e pós-operatório de 1º tempo em paciente com
em 4 tempos3, Brent em 3 tempos2, Avelar de 2 a 34, 5 e Nagata extensas cicatrizes devido a escoriações no asfalto em trauma
em 2 tempos9. O GG teve em média 2,1 tempos cirúrgicos, automobilístico.
reconstrução, no caso dos defeitos adquiridos por trauma. grupo GM nos quesitos definição da neo-orelha, contorno,
No entanto, a limitação de pele glabra não deve pejudicar projeção e simetria. O quesito presença de estruturas foi
a RO, seja obrigando o cirurgião a uma reconstrução com melhor avaliado no GT, possivelmente porque ainda havia
esqueleto cartilaginoso menor que o desejado, seja forçando estruturas da orelha original que melhoraram esse aspecto.
a um posicionamento mais caudal da neo-orelha. A pele do O quesito posicionamento da neo-orelha na cabeça recebeu
couro cabeludo deve ser usada no planejamento cirúrgico do 4,0 em ambos os grupos, o que denota a preocupação nas
1º tempo de RO sempre que necessária, e a presença de pêlos relações cefalométricas da orelha durante a RO, como incli-
sobre a neo-orelha pode ser tratada posteriormente em dois nação posterior de aproximadamente 20º e posicionamento
momentos: no início do 2º tempo cirúrgico, quando se eleva entre linhas horizontais que passam pelas sobrancelhas e pelo
a orelha, pode-se cortar os folículos pilosos nas bordas da lábio superior (Figura 25).
incisão com uma tesoura (Figura 24). Aos pêlos que possam As perspectivas da RO recaem sobre a engenharia tecidual.
se encontrar mais centrais à hélice da neo-orelha, indica-se Essa nova ciência, atualmente parte da chamada Medicina
o uso de luz pulsada ou laser para epilação definitiva seis Regenerativa, mostrou todo seu potencial em 1997, quando
meses após o 2º tempo cirúrgico. Cao et al.19. mostraram ao mundo uma neo-orelha no dorso
Figura 24 – Pré e pós-operatório de paciente com microtia onde Figura 25 – Dois exemplos de neo-orelhas bem avaliadas, apesar
há pêlos remanescentes na neo-orelha, sendo necessária epilação de falhas de contorno e projeção.
definitiva com luz pulsada.
A avaliação da aparência pessoal no pré e pós-operatórios de uma cobaia imunossuprimida, construída semeando-se
foi um instrumento subjetivo, mas importante para se avaliar condrócitos bovinos num molde (ou scaffold) de ácido poli-
a melhora da auto-estima e a capacidade de reintegração do lático-glicólico no formato de uma orelha humana19. Esses
indivíduo na sociedade. No GG, a nota subiu de 2,05 no condrócitos foram capazes de se multiplicar, produzir matriz
pré-operatório para 4,05 no pós-operatório. Ambos os grupos extracelular e formar cartilagem no formato do molde, à
GM e GT apresentaram grande melhora, subindo de 2,4 para medida que este último era reabsorvido, resultando num
4,3 e de 1,66 para 3,77, respectivamente. O GT graduou sua esqueleto de cartilagem viável. A partir daí, estudos têm
aparência de maneira pior que o GM, nos dois momentos, sido feitos por várias equipes, sobretudo a liderada por
possivelmente porque já tiveram uma orelha normal como Vacanti, para se dominar a técnica em condrócitos humanos,
referência. No entanto, a grande progressão da nota de ambos bem como para se obter um molde de um composto mais
os grupos demonstra que, para os pacientes, o procedimento adequado20,21.
foi válido (Figura 25).
Os especialistas avaliaram o resultado final de maneira CONCLUSÕES
mais criteriosa, obedecendo quesitos preestabelecidos: defi-
nição do relevo do esqueleto cartilaginoso, contorno da Os dados de incidência, tratamento e complicações
neo-orelha, presença das estruturas normais de uma orelha, obtidos estão de acordo com a literatura científica, guar-
projeção anterior da neo-orelha, simetria com a orelha dando-se as devidas relações com as características geográ-
oposta e posicionamento cefalométrico da neo-orelha. É ficas e sociais da região do estudo.
interessante notar que as avaliações foram melhores no A RO apresenta complicações que podem ser tratadas
efetivamente na sua maior parte, com pouca ou nenhuma 11. Firmin F. Ear reconstruction in cases of typical microtia. Personal ex-
perda do resultado final. perience based on 352 microtic ear corrections. Scand J Plast Reconstr
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A RO é uma cirurgia complexa, porém o estudo detalhado 12. Firmin F, Guichard S. Microtia in cases of oto-mandibular dysplasia.
e a reprodução cuidadosa da técnica escolhida são funda- Ann Chir Plast Esthet. 2001;46(5):467-77.
mentais para se obter uma neo-orelha com bom resultado 13. Nagata S. Modification of the stages in total reconstruction of the auricle:
dentro dos critérios avaliados, melhorando a percepção de Part I. Grafting the three-dimensional costal cartilage framework for
auto-imagem desse paciente. lobule-type microtia. Plast Reconstr Surg. 1994;93(2):221-30; discus-
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