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Qual A Cara Da Felicidade

O documento explora a felicidade como um construto da Psicologia Positiva, destacando seus componentes afetivos e cognitivos, além de variáveis socio-demográficas que influenciam o bem-estar subjetivo. A pesquisa revela que a percepção da felicidade varia entre grupos sociais e que fatores como personalidade, casamento, saúde e trabalho são preditores significativos da felicidade. O estudo conclui que a felicidade é um fenômeno multidimensional e dinâmico, com diferentes significados para cada indivíduo.

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O documento explora a felicidade como um construto da Psicologia Positiva, destacando seus componentes afetivos e cognitivos, além de variáveis socio-demográficas que influenciam o bem-estar subjetivo. A pesquisa revela que a percepção da felicidade varia entre grupos sociais e que fatores como personalidade, casamento, saúde e trabalho são preditores significativos da felicidade. O estudo conclui que a felicidade é um fenômeno multidimensional e dinâmico, com diferentes significados para cada indivíduo.

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QQUAL A “CARA” DA FELICIDADE?

O QUE ESTUDOS MOSTRAM A RESPEITO


DO BEM-ESTAR SUBJETIVO1

Danilo de Freitas Araújo2


Carlos Henrique Souza da Cruz3

RESUMO

Uma das temáticas que emergiu a partir do movimento da Psicologia


Positiva foi a felicidade, construto que pode abarcar um amplo conjunto
de significados, e que variam, certamente, de indivíduo para indivíduo.
Possui dois componentes: um afetivo (afeto positivo e afeto negativo)
e outro cognitivo. Além disso, somente algumas variáveis sócio-de-
mográficas estão relacionadas com a felicidade, como personalidade,
casamento, saúde e trabalho. A literatura aponta, ainda, para a percep-
ção divergente que os grupos sociais têm da felicidade.

Palavras-chave: Bem-Estar Subjetivo. Componentes. Preditores.


Percepção Individual.

WHAT IS THE “FACE” OF HAPPINESS? WHAT STUDIES SHOW


REGARDING SUBJECTIVE WELL -BEING

ABSTRACT

One of the themes that emerged from the Positive Psychology move-
ment was that happiness, a construct that may embrace a wide set of
meanings that certainly vary from individual to individual. It has two
components: one affective (positive affection and negative affection)
and the other cognitive. Moreover, only some socio-demographic vari-
ables are related to happiness, such as personality, marriage, health and
work. Literature also points to the divergent perception of happiness
the social groups have.

Keywords: Subjective Well-Being. Components. Predictor. Individual


Perception.

1
Trabalho apresentado ao VII Congresso de Iniciação Científica da Faculdade Natalense para o Desen-
volvimento do Rio Grande do Norte – FARN.
2
Acadêmico do Curso de psicologia da FARN. E-mail: [email protected].
3
Professor da Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte, Mestre em Psico-
logia Social/UFRJ. Email:[email protected]

Revista da FARN, Natal, v.6, n. 1/2, p. 97-112, jan./dez. 2007 97


1 UMA INTRODUÇÃO À QUESTÃO

Ao longo de várias décadas, observa-se uma peculiar tendência da Psico-


logia Clássica em relegar a segundo plano os aspectos positivos do comporta-
mento humano. Ao que parece, o foco de interesse da psicologia foi unicamente
as enfermidades, a faceta do sofrimento humano. Fazendo um contraponto a
essa tendência surge a Psicologia Positiva que, como sua própria denominação
enfatiza, considera o que há de melhor e mais positivo no Homem, incluindo o
bem-estar, o otimismo, a alegria, a esperança e muitos outros adjetivos.
O objeto de estudo da Psicologia Positiva é, em suma, as virtudes, como
estas se constituem e se estruturam na vida das pessoas e em suas relações
com o meio circundante. No plano individual investiga, especificamente, as
nuances do amor, a amplitude dos relacionamentos interpessoais, a sensibi-
lidade estética, a perseverança, a espiritualidade etc. No âmbito social estuda
as virtudes fomentadas dentro das instituições, como a responsabilidade, o
trabalho ético, o altruísmo, a tolerância, dentre outros. (SELIGMAN e CSI-
KSZENTMIHALYI, 2000).
Diversas foram as publicações que trouxeram relevantes discussões so-
bre os temas da Psicologia Positiva (DIENER, 1984). Uma das temáticas que
emergiram dessas reflexões foi a felicidade ou bem-estar subjetivo (BES),
tema o qual me ocuparei neste ensaio. Construto aparentemente fácil de ter
seu sentido apreendido, mas apenas aparentemente: na realidade ele poderá
abarcar um amplo conjunto de significados, que variarão, certamente, de in-
divíduo para indivíduo. Eis apenas uma razão por que o estudo da felicidade
tem suscitado tanto interesse no meio científico.
A partir da consulta à literatura técnico-científica nessa área, pretendo,
através de uma revisão, investigar a influência que a felicidade exerce na vida
dos indivíduos. Traçarei, então, um percurso onde será abordada a questão
dos preditores da felicidade, os componentes que a constituem, bem como
o modo como diferentes grupos sociais a percebem e a vivenciam.

2 METODOLOGIA

Este estudo constitui-se de um levantamento bibliográfico, onde os


achados mais relevantes sobre o bem-estar subjetivo são examinados e
refletidos. Inicialmente, procedeu-se ao “resgate” de artigos, que versavam
sobre o tema, em periódicos de Psicologia (encontrados em bibliotecas) e
nas bases de dados em meio digital.

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Uma vez realizado o levantamento, iniciou-se uma leitura exploratória
dos artigos a fim de selecioná-los: aqueles que não serviam aos objetivos
propostos pelo presente estudo eram automaticamente descartados. Após
o que, obteve-se um número “x” de artigos, os quais foram estudados de
maneira mais aprofundada. Por fim, realizou-se uma última leitura dos artigos
com o objetivo de agrupar as idéias essenciais dos autores, presentes em
determinadas citações destacadas, para posterior reflexão e estruturação do
corpo do texto.
Dessa forma, a revisão foi sendo construída pouco a pouco, sendo que,
todos os passos mencionados foram seguidos à risca e de forma criteriosa,
para que ela fosse efetivada.

3 CONCEITUAÇÃO DO BEM-ESTAR SUBJETIVO

3.1 O QUE É ?

O que ou quais fatores definem uma pessoa como feliz?


Wilson (1967), num dos primeiros levantamentos bibliográficos consis-
tentes sobre o tema, conclui que as pessoas felizes são aquelas otimistas,
sem preocupação, religiosas, saudáveis, que acabaram de se casar, que são
bem pagas no trabalho, com nível de instrução elevado, extrovertidas, que
possuem aspirações modestas etc. Segundo ênfase de Corbi; Menezes Filho
(2006), é preciso atentar para o fato de que não se trata de uma avaliação de
aspectos específicos da vida, mas sim, de forma global, visando-a como um
todo. Dentro dessa avaliação, às experiências vividas no passado, presente
ou futuro são atribuídos valores subjetivos diversos, provando que o BES é
um fenômeno multidimensional e dinâmico.
Diener (1984), por sua vez, classifica as definições de felicidade em três
grupos. No primeiro deles, felicidade relaciona-se a características externas ao
indivíduo e que são tidas como desejáveis (por isso, são também chamadas
de definições normativas), tais como virtude e santidade; a subjetividade do
sujeito é ignorada em função das qualidades que os outros esperam que ele
tenha. No segundo grupo de definições, a subjetividade das pessoas é levada
em consideração: trata-se de saber quais os critérios que cada indivíduo utiliza
para avaliar positivamente suas vidas. O terceiro grupo investiga a experiên-
cia da satisfação, embasada na predominância das emoções positivas sobre
as negativas, bem como o quanto é vivenciado estas emoções ou quão os
indivíduos estão predispostas a elas.

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3.2 BEM-ESTAR SUBJETIVO E SEUS COMPONENTES

De acordo com Schimmack et al. (2002), podem-se distinguir em bem-estar


subjetivo dois componentes, um afetivo e outro cognitivo. Albuquerque;
Tróccoli (2004) deixam mais claros tais componentes ao afirmar que o compo-
nente afetivo diz respeito ao afeto positivo, um estado emocional e transitório
de prazer, ou seja, um contentamento que se faz presente em determinados
momentos, e ao afeto negativo, um estado também emocional e transitório
que, no entanto, inclui sentimentos desagradáveis e desprazerosos. Já o com-
ponente cognitivo, voltado mais para o âmbito racional e intelectual, é definido
unicamente por um aspecto, a satisfação; esta é, nada mais, nada menos, o
julgamento de domínios específicos da vida, construindo, por conseqüência,
uma avaliação geral da mesma.
Cada um dos três itens mencionados, por sua vez, também pode ser
separado em subitens. O afeto negativo engloba sentimentos específicos
como a raiva, a culpa, a tristeza e outros, enquanto o afeto positivo abrange
sentimentos de otimismo, alegria, satisfação etc. Estas qualidades são tão boas
indicadoras de BES que se pode afirmar que uma pessoa com elevados níveis
de felicidade experimenta alegria e satisfação global freqüentemente, porém
as emoções negativas como a raiva e angústia, não tão freqüentemente; por
outro lado, um indivíduo com BES baixo, experimenta pouca satisfação com
a vida e sente muita ansiedade ou outra emoção negativa (LLANES, 2001).
A satisfação, se considerada numa visão global, pode ser fragmentada em
satisfação com o amor, com as amizades, com o trabalho etc.

3.3 BEM-ESTAR SUBJETIVO: RELAÇÃO COM CONCEITOS SIMILARES

BES não é qualidade de vida. BES também não é sinônimo de bem-estar


psicológico (BEP). A primeira asserção justifica-se pelo fato da qualidade de
vida ser um construto com amplas definições e que, por vezes, no senso
comum, costuma ser usado equivocadamente. Parece, não obstante, haver
um consenso na literatura quando se afirma que a qualidade de vida abarca,
além do aspecto da saúde, o elemento subjetivo (essencial na avaliação que
o indivíduo faz de sua qualidade de vida). Assim, o BES direciona-se para
a avaliação que os sujeitos fazem de sua própria saúde. (ALBUQUERQUE;
TRÓCCOLI, 2004).
Quanto ao BEP, há diferenças marcantes em relação ao BES que merecem
ser destacadas. Queroz; Néri (2005) lembram que ambos os indicadores são

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responsáveis pelo ajustamento psicológico de uma pessoa, mas diferem con-
forme os fatores provenientes da personalidade e dos aspectos sócio-demo-
gráficos. O BEP refere-se a determinadas competências do self (crescimento
pessoal e finalidade na vida, por exemplo). Sendo assim, BES é apenas um
dos elementos que compõem o bem-estar psicológico, não sendo suficiente,
por si só, para explicá-la. Isto faz sentido caso seja pensado que há pessoas
com saúde mental desequilibrada que são felizes, como também há aquelas
que se sentem bem quanto a sua vida, mas não experimentam o sentimento
de felicidade. (DIENER; SUH; OISHI, 1997).

4 PREDITORES DO BEM-ESTAR SUBJETIVO

É chegada a hora de discutir um dos aspectos que mais suscitam interes-


se e curiosidade entre os teóricos que trabalham com o tema do bem-estar
subjetivo. Trata-se dos fatores que afetam a felicidade. Haveria algum agente,
alguma “causa” palpável para a felicidade? Seria esta intensificada ou limitada
por determinado elemento? Não haveria uma confusão entre o que seria causa e
o que seria conseqüência da felicidade? Tais indagações dão margem a diversas
cogitações. A fim de possibilitar uma maior compreensão, serão apresentados
alguns estudos que mostram a correlação entre felicidade e outros indicadores
como renda, casamento, trabalho, idade, sexo, personalidade, dentre outros.

4.1 PERSONALIDADE

Deneve; Cooper (1998) tecem comentários em torno de que a maioria


dos estudos sobre BES girou em torno de indicadores biossociais como sexo
e idade, quando na verdade, a correlação que mantêm com a felicidade é
baixíssima. Assim, os estudiosos direcionaram-se à personalidade humana
e até que ponto ela pode influenciar a felicidade. Diener et al (1999) sugere
que, embora a maioria das variáveis sócio-demográficas não seja boas pre-
ditoras de BES, devem ser exploradas em conjunto com os fatores internos,
como os traços da personalidade. Deve ficar claro, além disso, que alguns
autores como Veenhovem, (1994b apud DIENER et al, 1999) afirma que a
felicidade não é um traço da personalidade, e sim, é influenciada por ela,
sendo, portanto, um dos preditores mais fortes de BES.
Tal asserção justifica-se, dentre outras razões, por pesquisas que de-
monstram a vivência mais acentuada da felicidade apenas quando indivíduos
agem ou se encontram em alguma situação que seja congruente com suas

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personalidades (DIENER; LUCAS; OISHI, 2003), ou quando há a adaptação
dos indivíduos a circunstâncias boas ou más, acompanhada pela mudança
de objetivos. (DIENER, 2000).

4.2 RENDA

Geralmente, no senso comum, pensa-se que quem é rico certamente é


feliz. Na verdade, esta idéia amplamente difundida torna-se equivocada diante
do que afirmam muitos teóricos, que conjecturam a respeito de que a renda
produz um efeito fraco sobre BES. Diener (1984) reúne as principais percep-
ções sobre este tópico: alguns dados relatam que as pessoas de países mais
ricos eram mais felizes do que aqueles que habitavam países pobres; outros,
para uma diferença menos significativa entre os ricos e pobres de um país,
quanto à felicidade, sugerindo que não é o nível absoluto de renda um de seus
preditores mais fortes, mas a distribuição de renda total, e que só tem efeito
mesmo como tal em níveis extremos de pobreza, perdendo impacto quando
há a satisfação das necessidades básicas.
É importante ressaltar, além disso, que os indivíduos com elevado nível
socioeconômico, até que podem ser mais felizes, porém o crescimento da
renda de um indivíduo não vem acompanhado de um aumento exponencial
da felicidade. Já Diener; Diener; Diener (1995), ao realizarem uma pesquisa com
estudantes universitários de diversos países a respeito do bem-estar subjetivo
e de como características específicas das nações podem verter luz sobre esta
questão, hipotetizaram que nessas nações, riqueza é preditor de BES, pois
permite às pessoas alcançarem seus objetivos e também porque confere um
status elevado a quem a possui.
No item seguinte, a renda será ainda comentada, em conjunto com o
indicador emprego.

4.3 EMPREGO

Diener (1984) comenta que as pessoas desempregadas têm mais chances de


serem infelizes, apontando o grande impacto que o emprego provoca na vida das
pessoas, indo muito além das dificuldades financeiras acarretadas. Digno de nota é
que não só o desemprego é preditor da felicidade, mas também a satisfação com
as atividades realizadas no trabalho pode desempenhar este papel. Para Resende
et al (2005), no Brasil, quem tem acesso a uma renda razoável e a um trabalho são
mais felizes, mostrando que estes fatores se interligam intimamente.

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4.4 CASAMENTO E FAMÍLIA

Os resultados de pesquisa afirmam que os indivíduos casados são mais


felizes que os outros, e que este achado é uma constante em quase todos os
países analisados, com exceção do Japão (CORBI e MENEZES FILHO, 2006).
Diener; Suh; Oishi (1997) acrescentam que os indivíduos de ambos os sexos
são felizes no casamento, mais do que os que nunca se casaram, estão di-
vorciados ou separados, provando, mais uma vez, a relação positiva entre
felicidade e casamento. Deve-se refletir, no entanto, que o casamento nos
últimos anos tem mudado bastante de configuração, tornando-se comum
o tempo menor de duração, bem como a freqüente mudança de parceiros
dentro da relação, contrapondo, assim, os achados dos autores mencionados.
Por isso, a necessidade de mais estudos que venham a tornar mais clara a
relação entre casamento e felicidade. Ainda em relação ao indicador união, a
qualidade marital também é forte preditor de BES, trazendo agregado em si
a importância dos fatores interação, papéis compartilhados e expressividade
emocional dentro da relação. (DIENER et al, 1999).

4.5 IDADE

Parece que este indicador é bastante complexo no que diz respeito a sua
investigação, já que um número razoável de pesquisas encontra correlação
com BES, e algumas outras, não. Numa pesquisa brasileira com 166 indivíduos,
não foi encontrada relação com essa variável demográfica (OTTA e FIQUER,
2004). Já Guedea (2006) descreveu BES acompanhando um envelhecimento
saudável e que, em detrimento do componente afetivo, o componente cog-
nitivo (a satisfação) recebeu uma pontuação alta de acordo com os instru-
mentos aplicados à amostra, demonstrando um aumento com a idade deste
componente em relação àquele. Diener (1984) também discute uma relação
estreita entre felicidade e idade, sobretudo a partir dos 54 anos. Dada a sua
complexidade, há a necessidade deste indicador ser agraciado com dados
mais consistentes.

4.6 SAÚDE

A saúde também é considerada um forte preditor do BES. Relaciona-se


com a felicidade não apenas na maneira como os indivíduos sentem-se fisi-
camente, mas também no que sua saúde permite que façam (DIENER, 1984).

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Deneve; Cooper (1998) reafirmam essa idéia acrescentando que os preditores
mais fortes de BES são saúde, personalidade e status socioeconômico (este
último entendido pela combinação de realização pessoal, renda, instrução
e status na ocupação). E mais: analogamente a tais indicadores, a saúde só
se correlaciona positivamente com a felicidade até determinado ponto, uma
vez que um nível marcadamente elevado de saúde acrescenta muito pouco
ao BES. Essa idéia sugere que a saúde é necessária, contudo não é suficiente
para que a felicidade se satisfaça.

4.7 INFLUÊNCIA CULTURAL

A influência cultural sobre a felicidade ocorre de várias maneiras. Uma das


principais é o efeito direto da cultura sobre o BES, tanto que em nações indi-
vidualistas (costumeiramente, ricas e democráticas) há níveis mais elevados de
BES do que em culturas coletivistas, geralmente pobres e com regime totalitário
(SCHIMMACK et al, 2002; DIENER; LUCAS; OISHI, 2003). Atribui-se esse dado ao
fato de que nas culturas coletivistas é o bem estar do grupo que as pessoas visam,
enquanto que nas individualistas é o bem-estar pessoal, pautado na liberdade
dos indivíduos de perseguir seus objetivos (DIENER; DIENER; DIENER, 1995).
Analisando mais aprofundadamente esta questão, chega-se a dados que revelam
que, apesar de ser detectada satisfação elevada com a vida em países ricos, as
taxas de suicídio também são altas e, ao mesmo tempo em que a satisfação com
o casamento é alta, altos são os índices de divórcio e separação. O que pensar
disso? Diener (2000) argumenta que nos países individualistas há uma mobili-
dade maior quanto às normas sociais, na hora de se tomar decisões, o que não
acontece com as nações coletivistas onde, às vezes, a felicidade pessoal, barrada
pela incongruência dos desejos dos indivíduos, é sacrificada em função do que
a sociedade impõe em termos de padrões e normas pré-estabelecidas.
Diener; Diener; Diener (1995), numa pesquisa realizada a nível intercul-
tural, observaram que os países onde se faz uso dos direitos humanos, há
prosperidade material, liberdade individual e igualdade, são os que seus
habitantes experimentam mais felicidade. A hipótese para esse fato é de
que nessas nações os indivíduos sentem que têm maior controle sobre o
seu destino, há uma segurança maior quanto às torturas ou prisões indis-
criminadas (típicos de países de terceiro mundo) e se comportam segundo
vários cursos de ação.
É importante, enfim, que mais estudos sejam realizados sobre as influên-
cias culturais no bem-estar subjetivo, uma vez que se poderia construir um

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quadro de dados que constituiria um índice nacional, objetivando auxiliar na
determinação dos elementos presentes nas sociedades mais felizes, propi-
ciando, assim, uma ferramenta que serviria à indicação de uma intervenção
adequada aos indivíduos insatisfeitos com a vida. (DIENER, 2000).

4.8 OUTROS INDICADORES

Muito são os fatores que se relacionam, ainda que minimamente, com


BES. A religião, por exemplo, teve uma correlação positiva com a felicidade,
embora não tenha sido encontrado em que circunstâncias isto ocorre. (DIE-
NER, 1984).
Para Diener (2000), 10 recursos analisados por ele (renda, número de
amigos, fé religiosa, instrução, inteligência, etc) explicaram apenas 15% da
variação do BES. E para Diener; Suh; Oishi (1997) quase todas as variáveis
juntas predizem apenas 20% da felicidade. O indicador amor é avaliado não
apenas como indicador da felicidade, como também da satisfação com a vida
em geral (DIENER, 1984). Já os objetivos de vida predizem o BES, sobretudo
quando estão de acordo com a indagação que o indivíduo se faz: “eu posso?”.
(DIENER; SUH; OISHI, 1997).
Muitos foram os estudos, atualmente, na área de BES, que versam sobre as
estratégias de adaptação às circunstâncias boas ou más (eventos de vida). Die-
ner (1984) comenta que houve uma consistente relação entre esses eventos e a
felicidade, se bem que moderada. Diener; Suh; Oishi (1997) reúnem estudos que
afirmam a adaptação de tetraplégicos e paraplégicos a ferimentos incapacitantes,
apresentando a predominância do afeto positivo sobre o negativo após uma
semana ao ocorrido. Já os indivíduos que se tornaram incapacitados na idade
adulta apresentaram menos satisfação com a vida do que aqueles que a adqui-
riram desde o nascimento, provando a importância do BES para a adaptação.

5 QUEM TEM FELICIDADE?

Diversas pesquisas nos dias de hoje têm direcionado seu foco de interesse
em saber com quem anda a felicidade ou como as pessoas a percebem. Com
isso, conhecer o grupo social em que estão inseridas ajuda na compreensão
de como vivenciam o BES, o que pensam, o que sentem ou como acham que
seria caso a experimentasse. Na verdade, há autores que afirmam que quase
a totalidade das pessoas não tem uma opinião concebida sobre a felicidade,
informando, nos estudos, uma aspiração do que deveriam ter; outros dizem

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que as pessoas possuem uma boa idéia da felicidade e que pelo menos 80%
delas pensam a respeito uma vez por semana (CORBI e MENEZES FILHO, 2006).
Algumas das pesquisas que serão discutidas a seguir, talvez desmintam ou
corroborem este ponto de vista.
Num estudo realizado com 90 indivíduos de 25 a 80 anos, procurou-se
investigar se eles estavam felizes com suas relações, estabelecendo-se a
hipótese de que a qualidade dos relacionamentos é importante na geração
de satisfação com a vida. Os resultados apontam que as pessoas que mais
têm satisfação com a vida são aquelas que recebem constantemente supor-
te afetivo, principalmente dentro de suas famílias. Em outra pesquisa, com
241 soropositivos do Distrito Federal, o resultado foi similar: os índices de
satisfação aumentam conforme são altos os níveis de apoio social (SEIDL;
ZANNON; TRÓCCOLI, 2005). Em outra esfera, 75 % dos cônjuges de uma
amostra, num estado do Brasil, afirmam estarem satisfeitos com o relacio-
namento, afirmando sua felicidade por meio de interações construtivas que
visem reciprocidade, respeito mútuo e capacidade de entendimento (BRAZ;
DESSEN; SILVA, 2005); os líderes de organizações sociais estão satisfeitos
com o que fazem, pois se tornaram respeitados, reconhecidos e tiveram
experiências que os permitiram crescer como pessoas (BALTAZAR, 2004);
58,9% dos idosos de um município de São Paulo, por sua vez, sentem-se
satisfeitos com a vida, condição essa propiciada pelo conforto encontrado
em suas próprias casas, o acordar bem pela manhã, ter três ou mais refeições
por dia, não sentirem solidão, não serem diabéticos e valorizarem atividades
de lazer (JOIA; RUIZ; DONALISIO, 2007).
E qual a relação entre BES e valores humanos? Albuquerque et al (2006),
numa pesquisa com universitários de um estado brasileiro, encontraram que
eles empregam valores centrais (uso de valores individuais e sociais juntos
nas suas vidas). No entanto, a suposição é de que apenas isoladamente estes
dois subitens podem predizer a felicidade, o que indica que o bem-estar
subjetivo de tais estudantes vincula-se minimamente aos seus valores. Já em
professores que estão fazendo cursos preparatórios para conseguirem uma
titulação superior, observou-se uma deterioração do BES, pois que, detectou-
se uma pressão exacerbada, perpassada pela exigência de haver uma maior
preparação para continuarem no mercado de trabalho (mudando, assim, a
configuração de seus valores), trazendo conseqüências como preocupação
e pouco tempo com a família. (FONSECA; CHAVES; GOUVEIA, 2006).
Mulheres que têm alto senso de empreendedorismo, donas de negócios
no Rio de Janeiro, sentem-se felizes com o que fazem, não no sentido mera-

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mente de buscar e realizar objetivos de vida, mas devido à ação envolvida em
todo o processo, incluindo os desafios a serem enfrentados e a aplicação de
estratégias necessárias a tal (JONATHAN, 2005); numa outra pesquisa realizada
com universitários, constatou-se que o bem-estar subjetivo vivenciado dentro
de um relacionamento íntimo vincula-se a uma comparação entre o parceiro
atual (real) e o que seria um parceiro com qualidades ideais, isto é, quanto
menor esta discrepância maior será a satisfação com a relação (SILVA; PEREIRA,
2005); e em profissionais da área de assistência social da Croácia, dentre os
trabalhadores do turno noturno, os jovens eram menos felizes que os mais
velhos, e no turno matutino, invertendo-se a relação, os trabalhadores mais
velhos não eram tão felizes quanto os mais novos, denunciando o impacto
que trabalhar pela manhã provoca nessa parcela da amostra. (KALITERNA;
PRIZMIC; ZGANEC, 2004).
Estudos que versam sobre a adaptação a eventos estressantes em deter-
minados grupos sociais também trazem dados empíricos interessantes. Faria e
Seidl (2006), por exemplo, narram que na amostra de sua pesquisa (portadores
de HIV), encontraram dois tipos de estratégicas de enfrentamento, aquelas
pautadas no componente da felicidade afeto positivo, na medida em que
os indivíduos dessa amostra vivenciam a religiosidade e a crença no amor,
força e perdão de Deus, como também aquelas estratégias embasadas no
afeto negativo, nesse caso, indicativo de problemas emocionais provenientes
da soropositividade; idosos que se submetem à amputação de membros
inferiores percebem o seu BES de modo favorável, apresentando satisfação
diante do evento por que passam, fato esse justificado pela relativa inde-
pendência funcional que possuem (DIOGO, 2003); outro evento que exige
esforço adaptativo é o episódio de acidente vascular cerebral (AVC) e numa
revisão da literatura realizada por Rabelo e Neri (2006), é apontado que os
fatores que podem afetar de forma negativa a felicidade são a incapacidade
funcional, deficiência na capacidade cognitiva, mudança no papel social que
tinham anteriormente, etc; pode influenciar positivamente o BES caso haja
bom humor, suporte social, continuidade nas ocupações antes geridas etc.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo desta revisão, foi possível verter luz sobre algumas idéias re-
ferentes ao BES e, igualmente, compreender os aspectos inerentes aos seus
componentes, seus preditores e ao modo como é vivenciada pelos diversos
segmentos da sociedade. Esta iniciativa não é suficiente para esclarecê-lo,

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pois tão diversos são os fatores relacionados a este tema, que só muitos
anos de estudo aprofundados poderão trazer informações mais consistentes
a respeito.
Não obstante, este estudo pode ser fonte de diversas reflexões. Num
primeiro momento, viu-se como é significativo decompor a felicidade em
elementos, tendo em vista sua melhor compreensão e, ao mesmo tempo não
ignorando que apesar dessa segmentação, o BES deve ser visualizado como
uma dimensão global. Em seguida, houve a discussão de quais indicadores
são preditores do bem-estar subjetivo, verificando-se que, ao contrário do
que se pensava, apenas algumas variáveis sócio-demográficas estão rela-
cionadas com a felicidade, como casamento, saúde e trabalho e que, além
disso, personalidade é um forte preditor. Isto tira o foco de atenção de outros
indicadores, como a renda, que sempre receberam um papel de importância
muito maior do que realmente comportavam, e faz com que pesquisas que
avaliem os preditores mencionados e a personalidade (juntamente com seus
traços) ganhem vulto. Por fim, mencionou-se vários grupos sociais (e até
subgrupos dentro dessas classes maiores) e como eles percebiam a felicidade,
cada um com sua visão particular.
Percebe-se, a partir do que foi exposto, a existência de diversas variáveis
(fatos e situações) que, em maior ou menor grau, criam um estado de bem-
estar na vida das pessoas, propiciando, assim, a vivência da felicidade. O modo
como elas vêem suas vidas é influenciado pela felicidade que experimentam,
agindo, inclusive, na maneira como elas se comportam e interagem com o
meio que as cerca: é a resposta, embora não definitiva, ao objetivo proposto
pelo presente estudo.
Não obstante, há ainda muitos questionamentos a se esclarecer. As
conseqüências que uma pessoa feliz traz para aqueles com quem convive
é um tópico de pesquisa a ser explorado, pois apenas o “lado da moeda”
referente as suas causas é amplamente estudado, enquanto que os efeitos
do bem-estar subjetivo parecem estar sendo sumariamente negligenciados.
Até onde a personalidade relaciona-se com o BES? E os outros indicadores
socioeconômicos, tiveram seu papel junto ao bem-estar subjetivo totalmente
explicado? Perguntas e mais perguntas, eis o que este tema suscita. Daí a
necessidade de estudos que venham a aumentar o escopo de conhecimento
já existente sobre a felicidade.

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